Introdução Ao Cálculo de Sequentes de Gentzen
Introdução Ao Cálculo de Sequentes de Gentzen
Introdução Ao Cálculo de Sequentes de Gentzen
CENTRO DE INFORMÁTICA
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
RECIFE
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE INFORMÁTICA
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
RECIFE
2023
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do programa de geração automática do SIB/UFPE
The sequent calculus, developed by Gentzen in the early 20th century, is an essential
tool in mathematical logic used to demonstrate the validity of arguments when addressing the
challenge of verifying whether a formula logically follows from a set of premises. This is
facilitated by the use of formal rules. One of its major achievements is the Cut Elimination
Theorem. By avoiding the arbitrary introduction of cuts in deductions, we ensure that all valid
proofs can be systematically constructed, and no valid argument escapes our analysis. This
work focuses on examining Gentzen's sequent calculus, including its fundamental principles,
inference rules, and a brief introduction to the Cut Elimination Theorem, along with its
practical and theoretical implications.
A lógica clássica, também conhecida como lógica aristotélica, é uma forma de lógica
que se baseia nos princípios estabelecidos pelo filósofo grego Aristóteles. Ela forma a base do
pensamento lógico e se desdobra em dois ramos principais: a lógica proposicional e a lógica
de lógica de predicados.
Ao abordar o poder expressivo na lógica, é crucial distinguir entre essas duas
categorias fundamentais. A lógica de predicados, com sua capacidade de representar não
apenas proposições, mas também objetos e suas complexas relações, possui um espectro mais
amplo de capacidades expressivas. Entretanto, é importante notar que, do ponto de vista
computacional, a lógica de predicados é classificada como semi-decidível. Isso implica que,
enquanto algumas sentenças em lógica de predicados podem ser decididas de forma
algorítmica, outras não podem, tornando-a um campo de estudo desafiador em termos de
computação.
No entanto, no contexto deste estudo, focaremos principalmente na lógica
proposicional, deixando de lado as complexidades da lógica de predicados. Isso nos permitirá
explorar os fundamentos da lógica clássica e suas aplicações de forma mais abrangente.
Neste estudo, estamos desenvolvendo um sistema abrangente para analisar e derivar
conclusões lógicas de proposições complexas. Começaremos explorando os componentes e
princípios fundamentais deste trabalho e seu papel no aprimoramento do raciocínio lógico
avançado:
b. Proposições atômicas: são afirmações simples que não podem ser divididas em
partes menores. São como peças básicas de um quebra-cabeça. Por exemplo:
Exemplo: "O sol está brilhando." "Está chovendo." Essas são proposições
atômicas porque são declarações diretas sem partes extras.
P Q P∧Q
V V V
V F F
F V F
F F F
A lógica proposicional oferece um sistema preciso para raciocinar sobre afirmações e como
elas se relacionam entre si. Ao utilizar seus métodos, podemos examinar e trabalhar com as
afirmações para tirar conclusões e tomar decisões bem fundamentadas com base em seus
valores-verdade.
3. Introdução aos sequentes de Gentzen
Γ⊢Δ
onde:
Γ chamado antecedente, é uma sequência de fórmulas (que pode estar vazio).
⊢ chamado catraca, é o símbolo que indica que o as fórmulas do antecedente implicam
ou demonstram as fórmulas do consequente.
Δ chamado consequente, é uma sequência o de fórmulas (que pode estar vazio). Essas
fórmulas devem ser derivadas a partir da sequência em Γ.
Neste exemplo, fica evidente que qualquer fórmula A pode ser derivada de si mesma,
sem a necessidade de premissas. É conhecido como a "regra do axioma," que é uma
regra de inferência que opera sem a presença de premissas. Ela também é referida
como a "sequente inicial," já que pode ser utilizada para dar início a uma derivação no
cálculo de sequentes. Na nossa representação de árvore de derivação, essa regra
corresponde aos rótulos das folhas.
2. Regra do Corte: A Regra do Corte é uma regra de inferência fundamental que merece
destaque neste momento, devido à sua extrema importância e notável generalidade.
Ela se diferencia das outras regras, que em sua maioria estão voltadas para operações
lógicas específicas. Dada a centralidade da Regra do Corte, nossa intenção é abordá-la
de forma mais detalhada e abrangente nas seções subsequentes. Isso nos permitirá
explorar minuciosamente as diversas implicações que essa regra oferece.
2. O primeiro passo seria usar a regra lógica da conjunção à esquerda, que foi a primeira
apresentada neste estudo. Essa regra traz 'P' do antecedente para o próximo sequente e
repete o consequente, que também é 'P'.
3. O novo sequente é "P ⊢ P," que é uma tautologia e nosso axioma. Sem a necessidade
de mais provas, chegamos à nossa folha e provamos o sequente "P ∧ Q ⊢ P."
A ⊢ (A → B) ∧ (B → A)
6. Aqui nos deparamos com um impasse, pois não é possível estabelecer um axioma.
Isso fica evidente quando construímos a tabela verdade e percebemos que não é
sempre o caso que, quando A é verdadeiro, (A → B) ∧ (B → A) também seja
verdadeiro.
A B A→B B→A (A→B) ∧ (B→A)
V V V V V
F V V F F
V F F V F
F F V V V
Sequente 1: A ⊢ B
Sequente 2: B, C ⊢ D
No Sequente 1, temos a afirmação 'A' levando a 'B'. No Sequente 2, as afirmações 'B' e 'C',
juntas, levam a 'D'. Note que ambos os sequentes envolvem 'B'. Agora, nosso objetivo é
combinar esses sequentes usando a regra do corte.
Ao utilizar a regra do corte, podemos eliminar 'B' de ambos os sequentes e consolidar as
afirmações restantes. Aplicando a regra do corte, obtemos:
No sequente resultante, 'A' e 'C', juntas, levam a 'D', que é a conclusão desejada. Isso
demonstra como a regra do corte nos permite decompor e combinar sequentes com fórmulas
compartilhadas para deduzir novas conclusões.
A regra do corte, como demonstrado neste exemplo, é uma ferramenta poderosa para
gerenciar as relações lógicas entre afirmações, permitindo simplificar provas complexas e
estabelecer conexões entre diferentes partes do nosso raciocínio.
5.1 Síntese de prova
1. Provas Iniciais: Cada indivíduo embarca na construção de suas próprias provas com o
objetivo de demonstrar a validade de um sequente dado que contém uma fórmula
lógica compartilhada.
4. Nova Conclusão: Através da fusão das provas, torna-se viável deduzir uma nova
conclusão que vai além das realizações de cada prova individualmente. Essa nova
dedução se baseia no conhecimento coletivo e nas etapas lógicas presentes em ambas
as provas.
Considere duas provas - Prova 1 e Prova 2 - que estabelecem a validade de dois sequentes:
Aplicação da Regra do Corte: A regra do corte nos permite eliminar a fórmula compartilhada
A. Aplicando a regra do corte, combinamos as duas provas em um todo coerente.
Um exemplo prático já visitado na seção anterior e que ilustra bem esse conceito é a aplicação
do corte na prova:
Ao usar a regra do corte, novas fórmulas podem ser introduzidas na prova que não são
subformulas do sequente final. Isso pode simplificar a prova, mas também torná-la mais
complexa e menos compreensível, afetando a consistência da prova e a validação.
O Teorema da Eliminação do Corte, formulado por Gerhard Gentzen em 1934, lida
com essas questões, demonstrando a possibilidade de obter uma prova "livre de corte",
alcançando a mesma conclusão que uma prova que a utiliza, simplificando o processo de
construção da prova e mantendo a coerência estrutural dos argumentos lógicos. Em uma
definição formal:
6.1 Casos-chave
Os casos-chave são situações em que a regra de corte pode ser descartada porque as
regras lógicas que introduzem a mesma fórmula se alinham, demonstrando simetria profunda.
Esses casos-chave são explicados para os seguintes conjuntos de regras:
1. (∧ right) e (∧ left 1): Neste caso, antes de aplicar a regra do corte, as duas fórmulas
utilizadas originaram-se de uma conjunção à direita no lado esquerdo e uma conjunção
à esquerda no lado direito. Aqui (∧ left 1) representa a rega de conjunção onde a
fórmula mais a esquerda é trazida para cima.
Torna-se uma derivação da seguinte forma:
2. (∧ right) e (∧ left 2): Neste caso, antes de aplicar a regra do corte, as duas fórmulas
utilizadas originaram-se de uma conjunção à direita no lado esquerdo e uma conjunção
à esquerda no lado direito. Aqui (∧ left 2) representa a rega de conjunção onde a
fórmula mais a direita é trazida para cima.
De maneira similar, pode ser substituído pela seguinte forma (mais uma vez nos
utilizando da barra dupla):
3. (∨ right 1) e (∨ left): Neste caso, antes de aplicar a regra do corte, as duas fórmulas
utilizadas originaram-se de uma disjunção à direita no lado esquerdo e uma disjunção
à esquerda no lado direito. Aqui (∨ right 1) representa a rega de disjunção onde a
fórmula mais a esquerda é trazida para cima.
É substituído por:
4. (∨ right 2) e (∨ left): Neste caso, antes de aplicar a regra do corte, as duas fórmulas
utilizadas originaram-se de uma disjunção à direita no lado esquerdo e uma disjunção
à esquerda no lado direito. Aqui (∨ right 2) representa a rega de disjunção onde a
fórmula mais a direita é trazida para cima.
Equivale a:
5. ( ¬ right) e ( ¬ left): Neste caso, antes de aplicar a regra do corte, as duas fórmulas
utilizadas originaram-se de uma negação à direita no lado esquerdo e uma negação à
esquerda no lado direito.
Corresponde a forma:
6. ( → right) e ( → left): Neste caso, antes de aplicar a regra do corte, as duas fórmulas
utilizadas originaram-se de uma implicação à direita no lado esquerdo e uma
implicação à esquerda no lado direito.
Traduz-se como:
Observe-se que, nesse último cenário, o problema foi resolvido através de dois cortes.
Weakening:
Se Γ ⊢ ∆ é o sequente final de uma derivação π e Γ ⊆ Γ0 e ∆ ⊆ ∆0, então Γ0 ⊢ ∆0
também é derivável. Na verdade, o último tem uma derivação π0 com uma classificação não
maior do que a de π.
Este lema, também conhecido como "Lema de Enfraquecimento", afirma que se você
possui uma derivação π de um sequente Γ ⊢ ∆ e consegue identificar as subfórmulas
Γ0 e ∆0, de modo que Γ seja um subconjunto de Γ0 e ∆ seja um subconjunto de ∆0,
então é possível derivar o sequente Γ0 ⊢ ∆0. Além disso, este lema assegura que a
nova derivação π0 do sequente Γ0 ⊢ ∆0 terá uma classificação (que mensura a
complexidade da derivação) não superior à de π.
Lema de Inversão:
Cada uma das regras no cálculo de sequentes clássico é invertível: se existe uma
derivação π de um sequente σ e σ pode ser obtido a partir dos sequentes σ1, . . . , σn por uma
das regras, então existem derivações πi dos σi também, e a classificação de cada πi não
precisa ser maior do que a de π.
O “Lema da inversão” define que dentro do cálculo de sequentes, uma regra serve
como guia para gerar um novo sequente a partir de um ou mais sequentes anteriores.
Uma regra é considerada invertível quando nos permite reverter esse procedimento;
em outras palavras, se possuímos conhecimento da verdade do novo sequente,
podemos deduzir que os sequentes anteriores também são verdadeiros.
Por exemplo, uma das regras no cálculo sequente é a regra de introdução da
conjunção (∧), que estipula que, se tivermos dois sequentes, A e B, podemos
estabelecer um novo sequente, A ∧ B, que denota a conjunção de "A e B são ambos
verdadeiros". Essa regra é invertível porque, quando verificamos a verdade de A ∧ B,
podemos inferir a verdade tanto de A quanto de B. A essência do lema da inversão
reside em sua afirmação de que, para regras específicas dentro do cálculo sequente,
esse processo reverso é consistentemente aplicável para construir uma prova. Para
ilustrar, ao tentar validar um sequente no formato de A ∧ B, podemos
sistematicamente esforçar-nos para provar tanto A quanto B individualmente, e depois
empregar a regra de introdução da conjunção (∧) para uni-los. Essa abordagem
simplifica nosso objetivo, permitindo-nos concentrar nos sequentes menores da prova.
O lema da inversão fornece insights sobre quais regras possuem essa característica e
como usá-las eficientemente.
Lema Chave:
Suponha que π é uma derivação que termina com uma aplicação da regra de corte
aplicada a uma fórmula de classificação d, enquanto a classificação de qualquer outra
fórmula de corte em π é estritamente menor do que d. Então π pode ser transformado em uma
derivação π0 com o mesmo sequente final que π e com classificação estritamente menor do
que d.