Apostila Oficina e Escrita
Apostila Oficina e Escrita
Apostila Oficina e Escrita
NO PREFEITURA ÁGIL
ÍNDICE
1 – Importância e conceituação da Escrita Oficial
2- Questões a respeito do conteúdo da Escrita Oficial
3- A exigência da norma culta da língua
4- O processo comunicativo
5- Erros Comuns na composição das Correspondências Oficiais
6 - Coerência e Coesão
7 - Ambiguidade, Contradição e
Incompletude8 - Pronomes de Tratamento
9 - Regras de Concordância
10 - Intencionalidade, aceitabilidade e situacionalidade
11 - Introdução às Comunicações Institucionais e
Correspondências Oficiais
● Ata
● Correio Eletrônico (e-mail)
● Declaração
● Relatório
● Aviso
● Protocolo
● Memorando
● Ofício
● Circular
12 - Referências Bibliográficas
1 – Importância e conceituação da Escrita Oficial
A comunicação se faz presente em todos os contextos sociais, essencial ao ato de qualquer
ser humano, sendo o meio pelo qual saberes, padrões e cultura lhe são transmitidos e,
mediante o qual, aprende a ser membro de uma sociedade, participando, transmitindo,
trocando ideias, conhecimentos e experiências. As formas de comunicação escrita
pertencem a um determinado gênero de texto, cada qual com características específicas
e com padronização adequada aos mais variados propósitos comunicativos, o que serve
para facilitar o trabalho de quem necessita se comunicar. Segundo Chiavenato (2008), a
comunicação organizacional, de forma sucinta, pode ser definida como um processo de
transferência de conteúdo (dados, informações ou conhecimentos) a partir de um ponto de
origem a um ponto de destino, seguido da sua devida compreensão.
4- O Processo Comunicativo
Como em toda mensagem elaborada e com propósitos definidos, os elementos da
comunicação são componentes que estão presentes no processo comunicativo
estabelecido entre emissor e receptor. Isto é, a troca de mensagens entre o falante e o
ouvinte é constituída basicamente por esses componentes. Antes é importante saber o que
é a comunicação. O termo é derivado do latim “communicare”, que significa “partilhar, tornar
comum, participar de algo”. Como uma característica especialmente humana, na
comunicação é possível estabelecer uma interação entre as pessoas, desde que tenham
um código pré-determinado. O processo comunicacional é algo tão cotidiano que
praticamente não é possível ver os elementos da comunicação, mas eles estão lá. Esses
elementos da comunicação estão presentes em cada momento do processo comunicativo,
desde a saída da mensagem do emissor até a chegada da mensagem no receptor. A
comunicação pode ser verbal ou não verbal, ou seja, ela pode se dá por meio da linguagem
oral ou escrita ou por meio de gestos, expressões corporais, sinais, entre outros. Contudo,
independentemente de ser comunicação verbal ou não verbal, os elementos da
comunicação estão presentes em qualquer processo comunicativo.
O mesmo vale para linguagem verbal e não verbal, pois a comunicação pode ser
estabelecida também pela linguagem verbal e não verbal. Na linguagem não verbal, além
dos gestos e sinais, pode ocorrer por fotografias, imagens, desenhos, etc.
○ Quanto ao código
O código é o conjunto de sinais escolhidos pelo emissor que são usados no processo
comunicativo para a transmissão da mensagem. É o código que é decodificado pelo
receptor. O código usado na comunicação pelo emissor deve ser um código
preestabelecido entre ele e o receptor, pois caso os dois não compartilhem do mesmo
código, a comunicação será falha e não será estabelecida. O código utilizado no processo
comunicativo pode vir de várias formas, verbal ou não verbal. Esse código pode ser por
sinais, gestos, sons, textos, desenhos, etc.
○ Quanto a mensagem
A mensagem é o objeto da comunicação. É o assunto que é tratado na comunicação
estabelecida entre o emissor e o receptor. A mensagem pode ser abordada por meio de
uma conversa do dia a dia, em um vídeoaula, entre outros.
○ Quanto ao canal
O canal pode ser considerado como o meio em que a mensagem é transmitida, podendo
ser físico ou virtual. É pelo canal que a mensagem circulará até que chegue ao seu
destino. Isto é, o canal é o responsável por assegurar que ocorra o contato entre o emissor
e o receptor. Pode ser de forma sonora ou por palavras escritas, por exemplo.
○ Quanto ao receptor
O receptor também pode ser chamado de interlocutor, destinatário (como nos correios)
ou ouvinte. Ele é quem recebe a mensagem transmitida pelo locutor. Presumindo que o
falante e o ouvinte compartilham do mesmo código, cabe ao receptor decodificar a
mensagem. Desta maneira, o processo de decodificação é exatamente o entendimento que
o interlocutor tem sobre a mensagem. Vale ressaltar que a comunicação não acaba aqui,
pois para que ela seja completa é necessário que haja um retorno, uma resposta do
receptor que então passa a ser o emissor.
○ Quanto ao referente
ATENÇÃO: vale ressaltar que não há uma ordem estabelecida dos elementos da
comunicação. A ordem colocada aqui é apenas para fins didáticos, para melhor
compreensão do assunto.
○ Quanto ao ruído
Neste caso, houve um momento em que ambas não escutaram o que uma disse a outra e
para isso as falas tiveram que ser repetidas. Assim, a sirene da ambulância foi um ruído
que interferiu naquela comunicação. Nesse exemplo citado a interferência foi externa, mas
pode acontecer do ruído acontecer em um dos elementos da comunicação. Por exemplo,
a falha da ligação em que o ruído ocorre no canal da mensagem.
6 - Coerência e Coesão
○ Coesão e coerência textual: os conceitos
Antes de falar especificamente a respeito das diferenças entre coesão e coerência textual,
é importante apresentar os conceitos. Embora sejam tratados como sinônimos, possuem
diferenças significativas entre si e na sua aplicabilidade. Eles têm em comum o fato de
serem fundamentais para a construção de um bom texto.
Coerência refere-se à capacidade de união das ideias dentro de um texto de forma que
todos os argumentos se entrelaçam para oferecer uma mensagem final que faça sentido.
Uma definição de coerência textual pode ser dada através da palavra-chave harmonia. Um
texto coerente é um texto harmônico em que os argumentos conversam entre si.
Coesão textual tem relação com o seu conhecimento gramatical. A coesão é a responsável
por conectar as palavras dentro de um texto para que as ideias façam sentido. Logo, a
coerência depende de haver boa coesão no texto. Há dois tipos de coesão: coesão
referencial e coesão sequencial.
Coesão referencial
Confira um exemplo:
“O Estado deve garantir os direitos básicos constitucionais aos cidadãos. Nós não devemos
concordar que educação e saúde sejam negligenciadas pelos governantes.”
Nessa frase, “nós” retoma a ideia de “cidadãos” e os termos “saúde e educação” são
empregados para não ter que repetir “direitos básicos”. Por sua vez, “governantes” retoma
o “Estado” que foi mencionado no início da frase. O texto é fluido e reafirma a ideia inicial,
mas sem ficar repetitivo.
Coesão sequencial
Confira um exemplo:
“O Estado deveria garantir que a população tivesse acesso a seus direitos, mas não faz.”.
O uso da palavra “mas” é essencial para conectar as duas frases e também cria a ideia de
oposição. Outras palavras podem ser usadas com esse objetivo de conexão e sentido,
como “porque” (indicador de causa ou explicação) e, “portanto”, (indicador de conclusão).
A partir dos conceitos que apresentamos ao longo do texto, podemos finalmente chegar às
diferenças entre coesão e coerência. Ambas são essenciais e complementam, no entanto,
pode existir um texto com coesão, mas sem coerência. A parte gramatical pode ser muito
boa no texto, no entanto, se não tiver lógica entre os argumentos ficará sem sentido.
Um bom texto é aquele que se vale do melhor uso gramatical da língua e que possui a
construção de sentido. Os argumentos apresentados ao longo de um texto devem se
conectar de maneira que cheguem a uma resolução, ou seja, transmitam uma mensagem.
A ideia central precisa ser facilmente compreendida pelo leitor. Provavelmente já aconteceu
de você ler um texto e, no final, não entender o que o autor quis dizer.
Essa incompreensão é muito negativa, pois a função principal de um texto é comunicar uma
ideia. Se isso não acontece é porque o texto tem algo errado e precisa ser reescrito. A
incoerência pode ainda levar a um resultado mais problemático que é a transmissão de
uma mensagem contrária a aquela que inicialmente o autor tinha em mente. Sendo assim,
é muito importante ficar atento à coesão e coerência em seus textos.
○ Leitura
Para te ajudar a melhorar sua capacidade de escrever textos com coesão e coerência é
importante ter o hábito da leitura. Quando você lê abre a sua mente para uma série de
possibilidades de utilização de frases e conectores. Além disso, a leitura também te ajuda
a ampliar a sua bagagem.
7 - Ambiguidade e Incompletude
Derivada do termo latino “ambiguitas”, que significa “equívoco”, “incerteza”, ela é
considerada um vício de linguagem, ainda mais quando dita sem a intenção de dizer. Em
um texto, é importante que o conteúdo seja claro e objetivo, para que o leitor consiga
entender o que está sendo dito. Quando os elementos do texto, sejam eles o verbo, os
pronomes, os adjetivos, estão colocados de maneira errada, essa compreensão pode ser
comprometida.
Portanto, entende-se que a ambiguidade é o duplo sentido dentro da frase. Ela pode ser
utilizada em poemas, músicas, propagandas publicitárias e nas obras literárias que se
baseiam na fala, independente da sua dupla interpretação. Outro ponto a considerar é a
necessidade de que a mensagem seja completa para que os objetivos sejam alcançados.
Completude não está, necessariamente, relacionada à extensão do texto, ao seu nível de
erudição ou do quanto foi segmentado, mas em conter os dados importantes para o retorno
e efetividade da mensagem. Esses dados são nomes, lugares, horários, endereços e a
identificação de quem e de onde se enviou a mensagem, itens que estão presentes nas
assinaturas dos e-mails, por exemplo.
8 - Pronomes de Tratamento e Vocativo
Os pronomes de tratamento são empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou
respeitosamente. Embora o pronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a
concordância deve ser feita com a terceira pessoa. Usa-se Vossa, quando conversamos
com a pessoa, e Sua, quando falamos da pessoa, da mesma forma, os pronomes
possessivos que se referem a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa.
Conforme o Art. 2o do Decreto presidencial 9.758 de 11 de abril de 2019, o único pronome
de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é “senhor”,
independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião,
sendo flexionado para o feminino e para o plural.
● Ilustre ou ilustríssimo;
● Digno ou digníssimo;
● Respeitável.
● Doutor.
Embora o artigo supracitado tenha nivelado o pronome de tratamento senhor para as esferas
públicas federais, nas demais instâncias se aplica os que foram estabelecidos no Manual de
Redação da Presidência da República, que dispõe:
O vocativo é um chamado, invocação ou apelo. Ele é usado quando o falante quer dialogar
com o ouvinte, isto é, quando o falante chama, nomeia ou invoca a pessoa com quem
deseja conversar.
● Declaração
A declaração é um ato que, sob responsabilidade, informa algo sobre uma pessoa ou
acontecimento e, segundo Ferreira e Cambrussi (2015), é um documento firmado por uma
pessoa física em favor de si própria. A declaração tem por objetivo explicar, justificar,
esclarecer situações, manifestar vontade ao prestar testemunho de algo por escrito.
● Relatório
A linguagem precisa ser de forma clara, objetiva, concisa e, em geral, seguir os padrões de
norma culta. Para complementar o arquivo, o relatório pode conter gráficos informativos,
dados, tabelas, descrição de fatos, números numéricos, entre outros elementos.
● Aviso
● Resposta ao protocolo
● Memorando
● Ofício
● Circular
PAIVA, Marcelo. Redação Discursiva e Oficial. 4. ed. – Alumnus - Grupo LeYa: 2017.