Ética
Ética
Ética
Autor:
Júlia Branco
10 de Novembro de 2023
Júlia Branco
Aula 00
Índice
1) Apresentação do curso
..............................................................................................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá, amigo (a) do Estratégia Concursos! Tudo bem?
Seja bem-vindo (a) ao nosso curso! É um prazer recebê-lo (a) aqui para darmos início a esta jornada
no estudo desse conteúdo, que é essencial para quem deseja ser aprovado em concursos para cargos
específicos da nossa área.
(UniCEUB), e também sou formada em Mídias Digitais e Tecnologias Web, nos Estados
Unidos (Montgomery College). Estarei junto com você nesta jornada até a sua
aprovação na área de Comunicação Social!
Se quiser, você pode me acompanhar nas minhas redes sociais para ter acesso às dicas gratuitas e
conteúdos adicionais que eu posto semanalmente no meu perfil no Instagram (@profjuliabranco).
Para tirar dúvidas e ter acesso a dicas e conteúdos gratuitos, acesse minha rede social:
Instagram - @profjuliabranco
Nosso curso será organizado da seguinte forma: você terá acesso a videoaulas, livros digitais em PDF
e, também, um fórum no qual você poderá me enviar diretamente as suas dúvidas sobre o conteúdo teórico
das aulas e/ou sobre as questões apresentadas nelas. Em nossos PDFs, vamos priorizar o conteúdo teórico
necessário para a resolução dos exercícios com maior probabilidade de serem cobradas na sua prova.
A respeito das questões, a minha prioridade foi selecionar itens cobrados em concursos recentes de
comunicação, entre 2018 e 2022. Como existem poucas questões disponíveis da sua banca examinadora,
vamos disponibilizar questões de bancas diversas para que você tenha exercícios suficientes para fixar o
conhecimento adquirido por meio do curso. Todas as questões são colocadas com comentários para que
você entenda exatamente os motivos dos seus erros ou acertos.
No entanto, você poderá notar a presença de questões mais antigas nas listas: existem temas que
são mais teóricos e que permitem o uso delas para estudo e, em alguns casos, não existem muitos itens
recentes, a respeito de determinados tópicos, que sejam bem elaborados. Por isso, fiz uma seleção criteriosa
para que você possa praticar e fixar bem o conteúdo estudado para ter um desempenho excelente em sua
prova.
Espero que você aproveite este curso e que o conteúdo e os exercícios aqui presentes aumentem a
sua confiança ao resolver as questões da sua prova. Tenho certeza de que, com muito estudo e dedicação, o
seu esforço será recompensado com o tão sonhado nome no Diário Oficial!
Vamos lá?
O Capítulo I do Título II da CF/88 nos apresenta os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Esse
conteúdo normalmente é explorado na matéria de Direito Constitucional; no entanto, é necessário ressaltar
que eles são direitos assegurados pelo Estado Brasileiro a todos os indivíduos, inclusive a estrangeiros que
residam ou estejam em trânsito em nosso país.
Sendo assim, vamos analisar com cuidado os direitos individuais presentes no art. 5 o que são mais
relevantes para a sua prova de Comunicação.
O anonimato é vedado em qualquer hipótese, de acordo com o nosso texto constitucional. Isso vale,
inclusive, para a prática jornalística: logo, não é permitida a publicação de reportagens, por exemplo, sem a
identificação de autoria da pessoa física ou da pessoa jurídica que se responsabilizará por aquele conteúdo.
É muito comum que as bancas examinadoras criem hipóteses nas quais o anonimato seria
permitido. Essas possibilidades costumam ser apresentadas de forma bem convincente
para o candidato, justamente como uma pegadinha de prova. Fique atento para não cair
nessa armadilha e perder pontos preciosos no seu concurso!
Outro inciso muito importante do art. 5o é o que versa a respeito do direito de resposta:
Podemos dividir o inciso V em duas partes: o direito de resposta e a indenização por danos materiais,
morais ou à imagem.
Em primeiro lugar, o direito de resposta é um recurso que a Constituição Federal disponibiliza para que
pessoas físicas ou jurídicas se defendam, de forma pública, de acusações e/ou informações que possam
prejudicá-las. Ou seja, quando concedido, o requerente tem o direito de ter uma resposta veiculada
publicamente para que ele conte a sua versão dos fatos. É importante ressaltar que a resposta deve ser
publicada e divulgada de forma proporcional ao dano causado pelo conteúdo que iniciou a discussão.
Além da disposição constitucional, esse tema também é disciplinado pela Lei 13.188/2015, que define
alguns pontos importantes a respeito do direito de resposta:
c) O exercício do direito de resposta não exclui a possibilidade de indenização por dano moral;
d) O direito de resposta não abrange ofensas que sejam publicadas em comentários feitos em
publicações na internet;
e) O direito de resposta abrange, além de matérias jornalísticas, conteúdos publicitários que lesionem
os direitos do requerente.
A segunda parte do inciso V nos apresenta os tipos de indenizações que são garantidas por lei (o tema
também aparece no inciso X). Para fins de prova, é relevante conhecer a diferença entre eles, porque isso
pode ser cobrado pela sua banca examinadora. São eles:
Dano material: tipo de dano relacionado ao patrimônio (bens imóveis, carros etc.) ou
ao corpo físico de uma pessoa, como no caso de agressões.
Um outro inciso do art. 5º que atinge de forma expressiva as atividades jornalísticas é o que trata do
acesso à informação e ao direito ao sigilo da fonte:
Como vemos, esse dispositivo explicita a não obrigatoriedade com relação ao sigilo da fonte. Ou seja,
o profissional não pode ser compelido a revelar as fontes de suas informações ao produzir uma reportagem,
por exemplo. No entanto, esse direito ao sigilo não inviabiliza que, posteriormente, o autor do conteúdo
seja responsabilizado pelas consequências da informação divulgada, como vimos nos incisos anteriores.
Perceba que estou me referindo ao sigilo da fonte como um direito: ou seja, ele não é um dever, uma
obrigação. Essa diferença é bem importante para fins de prova: o profissional não é obrigado a resguardar
a identidade da sua fonte, se desejar fazer dessa forma. Tudo dependerá do procedimento que ele considerar
mais adequado a cada situação, isto é, revelar ou manter em segredo a fonte das informações.
O inciso XXXIII explicita o princípio constitucional da Publicidade, que é apresentado pelo texto da
Carta Magna no art. 37:
XXXIII–todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;
Esse é um dos conceitos mais importantes para o nosso estudo de Comunicação Social para
concursos, sobretudo no âmbito da Administração Pública.
O princípio da Publicidade nos mostra que a publicação de fatos de interesse público, por exemplo, é
a regra: o sigilo é uma exceção. Esse tema é disciplinado em detalhes pela Lei de Acesso à Informação (Lei
12.527/2011) que, apesar de não constar explicitamente da maioria dos editais de Comunicação Social, é um
dos fundamentos que permitem a realização de ações de Comunicação por gestores públicos.
Competências da União
O Título III, no Capítulo II, nos orienta a respeito das competências dos entes federativos. A respeito
delas, precisamos destacar uma atenção especial às atribuições da União uma vez que elas são responsáveis
pela regulamentação e pela concessão dos serviços de telecomunicações.
Além dos aspectos mencionados até aqui, é necessário citar um dispositivo constitucional que também
apresenta relação com a atividade jornalística, embora raramente receba a atenção das bancas
examinadoras:
XXIX–propaganda comercial.
Como é possível perceber, o art. 22 estabelece que é uma competência privativa da União legislar a
respeito da propaganda comercial. Esse artigo não costuma ser cobrado com frequência nas provas de
comunicação, mas preciso mencioná-lo nesta aula para que você, pelo menos, tenha ciência de que a
Constituição Federal determina que a União legisle acerca desse assunto.
O Título VIII da CF/88 trata sobre temas relacionados à Ordem Social. Nele, o trecho mais relevante
para o nosso estudo está presente no Capítulo V (Arts. 220 - 224), que discorre especificamente sobre a
Comunicação Social.
§ 1o Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de
informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto
no art. 5o, IV, V, X, XIII e XIV.
O caput e os primeiros dois parágrafos do art. 220 estabelecem o direito à liberdade de expressão,
que é resguardado não apenas na esfera pessoal, mas, também, no trabalho realizado por jornalistas e
veículos de comunicação social em geral. Esse direito é um dos mais importantes em uma democracia: o
cidadão precisa ter a garantia de que poderá expressar suas opiniões livremente, mesmo que isso contrarie
os interesses de governos, instituições públicas e privadas, entre outros. No caso do exercício da profissão
do jornalismo, por exemplo, esse direito torna-se vital para que o trabalho possa ser executado de forma
eficiente, ética e com a qualidade necessária para informar a respeito de fatos pertinentes à vida em
sociedade. Assim, ressalto que a censura é expressamente proibida no Brasil, não sendo admitida sob
nenhuma justificativa.
Nesse parágrafo, a CF/88 estabelece claramente a quem compete regular as diversões e espetáculos
públicos e garante ao cidadão a defesa de eventuais danos causados por programas televisivos ou de
radiodifusão. Além disso, ele nos mostra algumas maneiras pelas quais o Poder Público, mais
especificamente a União, interfere nas atividades de Comunicação Social em nosso país.
A regulamentação de diversões e espetáculos é bem fácil de ser identificada em nosso dia a dia como,
por exemplo, na definição de idades mínimas para frequentar shows musicais em arenas públicas. Além
disso, a União também criou o Sistema de Classificação Indicativa Brasileiro, que é uma iniciativa conduzida
pelo Ministério da Justiça e que tem como objetivo classificar produtos audiovisuais de acordo com o teor
dos seus conteúdos para cada faixa etária.
Os materiais audiovisuais podem ser classificados de acordo com as seguintes faixas para as quais eles
seriam mais adequados/permitidos: livre, 10, 12, 14, 16 e 18 anos. Essa classificação abrange programas
televisivos, aplicativos, jogos eletrônicos e filmes. No entanto, no caso de obras audiovisuais distribuídas em
TV aberta, é obrigatório que o conteúdo seja classificado previamente pelo Ministério da Justiça, o que não
acontece nos outros formatos. Ademais, é importante ressaltar que a classificação não impede, por exemplo,
que crianças de 5 anos assistam conteúdos destinados a maiores de 14 anos, caso haja permissão dos pais e
responsáveis, por exemplo. Assim, a classificação funciona como uma orientação para a sociedade a respeito
de temas sensíveis que são abordados nas obras audiovisuais e aos quais crianças e adolescentes poderão
ser expostos.
Esse tema específico da classificação indicativa é apenas um exemplo para você compreender melhor
o inciso I e não deve ser cobrado diretamente na sua prova (a não ser que esteja explícito no edital). Contudo,
caso você queira ler mais a respeito, recomendo que você acesse a cartilha do Ministério da Justiça sobre o
tema clicando aqui.
Já o inciso II nos mostra que o legislador constituinte teve a preocupação de garantir que o cidadão
tenha uma forma de se proteger contra eventuais abusos nos meios de comunicação, por parte de
programas, empresas ou marcas. Assim, podemos verificar que, na prática, é possível, por exemplo,
Além dos programas propriamente ditos, outros produtos de Comunicação Social também estão
sujeitos a regulação:
O parágrafo quarto nos mostra que, em alguns casos específicos, é possível que a legislação
estabeleça restrições a respeito da veiculação de conteúdo publicitário. Isso acontece, por exemplo, quando
você vê uma propaganda de bebida alcoólica na televisão e, no final do comercial, há um aviso escrito "Se
beber, não dirija". Ademais, isso também é visível nas caixas e painéis em locais que vendem cigarros: são
colocadas imagens para alertar o consumidor sobre os riscos que ele corre ao consumir aquele produto
(mesmo que isso tenha um impacto negativo nas vendas da empresa produtora).
Além dos mencionados anteriormente, há outro aspecto relevante também regulado pela CF/88:
O quinto parágrafo versa a respeito de um tema que é polêmico no campo da Comunicação Social e
do Judiciário: a existência de monopólios e oligopólios de empresas de mídia. Como você já deve ter
percebido, isso acontece de forma nítida no Brasil: temos grandes empresas que controlam grandes parcelas
dos veículos de comunicação que atingem a nossa população. Isso acontece porque, apesar da proibição do
art. 220, não há uma legislação específica no Brasil que explicite de forma clara o que seria um monopólio
na área de comunicação. O assunto, inclusive, tem sido discutido no Congresso Nacional ao longo dos últimos
anos, mas não há uma definição sobre essa questão.
Por isso, para fins de prova, é necessário lembrar que a prática de monopólio ou oligopólio é
expressamente proibida pela Constituição Federal. Nós conversaremos a respeito desse assunto mais
detalhadamente no capítulo sobre propriedade cruzada nos meios de comunicação.
O art. 221 é de extrema importância para a resolução de questões de prova e costuma ser cobrado
com frequência nos certames, até porque serve como base para outras normas, como o Código de Ética dos
Jornalistas. Vejamos do que ele trata:
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos
seguintes princípios:
Como podemos perceber, esse artigo define os princípios que devem ser seguidos pelas emissoras de
rádio e de TV ao construírem as suas grades de programação, mostrando quais temas/assuntos devem ser
priorizados por elas. Assim, percebe-se que há uma preferência por produções com fins educativos,
produzidas no país, que promovam a regionalização da produção e respeitem valores éticos e sociais, por
exemplo.
§ 1o Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante
das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer,
direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que
exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da
programação.
Em um primeiro estudo, o art. 222 parece complexo devido aos prazos e informações específicas a
respeito da propriedade e do trabalho a ser realizado em empresas de cunho jornalístico. Não se assuste!
Vamos esmiuçar esse artigo com calma:
b) em qualquer caso, é essencial que ao menos 70% do capital dessa empresa seja propriedade, de
forma direta ou indireta, de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos. Além disso, essas pessoas
deverão ser as responsáveis por atividades como o estabelecimento da programação dos canais e também
responder pelas editorias. Isso acontece porque a Constituição entende a Comunicação Social como uma
atividade estratégica para a nação, restringindo o acesso de empresários e de empresas estrangeiros que
possam, com má fé, usar tais veículos para interesses que ameacem a nossa soberania nacional;
c) as normas aqui explicitadas também são aplicadas em meios de comunicação social eletrônicos,
inclusive a respeito dos princípios explicitados pelo art. 221;
Vejamos o que diz mais um artigo relacionado ao serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens:
O art. 223 nos mostra as orientações básicas da Constituição a respeito dos serviços de radiodifusão
no Brasil. Como vimos anteriormente, é competência da União dispor legalmente sobre o tema e realizar
concessões, permissões ou autorizações para que tais serviços de comunicação possam ser exercidos por
==0==
empresas públicas e privadas. Sobre esse tema, é importante guardar as seguintes informações:
Prazos de
• Rádios: 10 anos;
concessão ou • Emissoras de televisão: 15 anos.
permissão
O texto da lei é bem claro a respeito do quórum mínimo de aprovação no Congresso Nacional e do
tempo de concessão, por exemplo, e costuma ser cobrado na sua literalidade pelas bancas examinadoras.
Assim, o último artigo da Constituição Federal que precisamos estudar hoje é o art. 224:
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como
órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei
Ele não costuma ser cobrado nos certames com frequência, mas precisamos conhecê-lo a título de
informação. Portanto, o Conselho de Comunicação Social é um órgão do Congresso Nacional que foi
instituído em 1991, para cumprir a determinação da CF/88. Sua atribuição consiste na "realização de estudos,
pareceres, recomendações e outras solicitações" a respeito de temas como liberdade de expressão,
propaganda comercial, espetáculos públicos, radiodifusão, etc. (ATO DA MESA DO SENADO FEDERAL - 1 de
08/05/2013)
Finalizamos, assim, os dispositivos da CF/88 que são importantes para o seu estudo. Que tal fixarmos
o tema com algumas questões?
Comentário:
Como vimos no nosso estudo, a CF/88 explicita, no art. 223, § 5º, que "O prazo da concessão ou permissão
será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão.". Portanto, a questão cobrou a
literalidade do texto constitucional. Assim, a alternativa A é a correta.
Gabarito: letra A.
Comentário:
Esse é aquele caso de questão sobre a qual eu comentei anteriormente: a banca examinadora tenta criar
casos nos quais o anonimato seria permitido no Brasil. No entanto, o texto constitucional nos mostra, no art.
5º, inciso IV, que o anonimato é vedado no nosso país, sem a existência de nenhuma hipótese na qual ele é
aceito. Cuidado, nesse tipo de questão, para não confundir o anonimato com o sigilo da fonte: esse último é
permitido, mas o anonimato não. Portanto, item errado.
Gabarito: Errado.
Para compreendermos melhor esse conteúdo, precisamos primeiro nos perguntar: o que seria
exatamente a radiodifusão?
Portanto, percebemos que a radiodifusão está presente com frequência no nosso dia a dia, ao
ligarmos o rádio no nosso carro para ouvir as notícias ou assistirmos a uma série na televisão, por exemplo.
No Brasil, a ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) é a organização responsável
por representar as emissoras de Rádio e TV no nosso país, além de ter a missão de defender a liberdade de
expressão por meio do trabalho da mídia. Assim, a associação teve um papel essencial na criação do Código
de Ética que orienta as melhores práticas no setor.
Publicado em 1993 em Brasília, o Código de Ética da Radiodifusão Brasileira tem como objetivo
definir os parâmetros de atuação, responsabilidades, direitos e deveres das emissoras de Rádio e TV no
Brasil. Com base em valores éticos e morais, é possível entendermos também um pouco melhor o
funcionamento do setor e também o seu papel vital para a manutenção da liberdade democrática no nosso
país.
O código é relativamente curto, com apenas 34 artigos, e pode ser encontrado na íntegra aqui. Ele é
dividido nas seguintes seções: Princípios Gerais, Programação, Publicidade, Noticiários, Relacionamento das
Emissoras e Processo e Disposições Disciplinares. Os capítulos aqui destacados em negrito são aqueles
cobrados com mais frequência nos certames e, por isso, serão o foco do nosso estudo.
Atenção: recomendo que você reserve um tempo no seu cronograma de estudos para fazer uma
primeira leitura do código antes de passar para a próxima etapa da nossa aula. Isso com certeza lhe ajudará
1
ABERT. Perguntas frequentes sobre a outorga de radiodifusão comercial. Disponível em:
https://www.abert.org.br/web/images/juridico/Radiodifus%C3%A3o_Perguntas%20Frequentes_Minuta%20para%20Revis
%C3%A3o%20(resumido).pdf. Acesso em: 25 out 2019.
a se familiarizar melhor em relação ao assunto e, consequentemente, fixar com mais facilidade o nosso
conteúdo.
Vamos lá?
Princípios gerais
Os quatro primeiros artigos do código, dispostos no capítulo de Princípios Gerais, são os mais
importantes para a sua prova a respeito desse tema. Por isso, tenha uma atenção especial em relação a eles:
as bancas examinadoras costumam cobrá-los na sua literalidade, trocando apenas uma ou duas palavras,
para confundir os candidatos mais desatentos.
A afirmação desse dispositivo terá um impacto considerável no trabalho das emissoras de rádio e TV,
que deverão, como veremos adiante, priorizar, nas suas programações, conteúdos que sejam educativos, de
alto nível cultural e artístico e, ainda, relacionados a valores éticos.
1) Veja que o objetivo da radiodifusão é defender a forma democrática de governo, e não qualquer
governo que esteja no poder. O compromisso do trabalho desse setor será sempre com a democracia, que
está relacionada, também, a conceitos como o direito de expressão e a liberdade de imprensa. Portanto, nos
casos de governos autocráticos, por exemplo, os veículos de comunicação não são obrigados a manifestar
apoio ou alterar sua grade de programação em função da imposição de ideais contrários à democracia.
2) Você também deve estar atento à expressão unidade política do Brasil: perceba que o autor do
código definiu como necessária a unidade política, e não a unidade do pensamento político. A primeira
expressão se refere à unidade do Brasil como uma nação orientada pelo estado democrático de direito. No
entanto, o segundo termo define uma uniformidade em relação a um determinado viés ideológico na
política: uma prática contrária ao pluralismo político, que, inclusive, é um princípio estabelecido na nossa
Constituição Federal (Art. 1º, V).
Contudo, é importante destacar que a publicidade comercial somente deve ser usada por empresas
de comunicação privadas. As organizações públicas que atuam no setor da radiodifusão são custeadas pelos
recursos do Estado e, assim, não devem realizar contratos com outras empresas para a divulgação de
produtos e serviços nas suas programações. Portanto, a publicidade comercial é proibida na radiodifusão
estatal. Ademais, os conteúdos divulgados nesse tipo de veículo deverão, em todas as hipóteses, ter caráter
estritamente cultural, educativo ou didático.
Programação
A programação é um dos assuntos mais relevantes que são abordados no código, devido ao impacto
que os conteúdos veiculados exercem na sociedade. Para termos uma ideia, de acordo com o levantamento
realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua 2016, 97,2% dos lares
brasileiros têm acesso à televisão. Por isso, é indispensável que a programação dos veículos de comunicação
seja pensada para que haja um impacto positivo de transformação social, além da manutenção da liberdade
de expressão e de pensamento.
Perceba que a preocupação com o nível artístico e moral dos programas deve existir tanto no caso
no qual o conteúdo audiovisual é produzido pela própria emissora, quanto no caso de serem produções
compradas de terceiros (como produtoras independentes).
Art. 6o - A responsabilidade das emissoras que transmitem os programas não exclui a dos
pais ou responsáveis, aos quais cabe o dever de impedir, a seu juízo, que os menores
tenham acesso a programas inadequados, tendo em vista os limites etários prévia e
obrigatoriamente anunciados para orientação do público.
Art. 13 - Nos programas infantis, produzidos sob rigorosa supervisão das emissoras, serão
preservadas a integridade da família e sua hierarquia, bem como exaltados os bons
sentimentos e propósitos, o respeito à Lei e às autoridades legalmente constituídas, o amor
à pátria, ao próximo, à natureza e os animais.
Sobre esse assunto, é importante destacarmos que as responsabilidades dos pais e das emissoras são
complementares. Ou seja, ambos devem zelar para que as crianças e os adolescentes não tenham acesso a
programas considerados inadequados para suas faixas etárias – a classificação criada pelo Ministério da
Justiça auxilia nessa atividade. Além disso, percebe-se que valores como respeito à Lei, amor à Pátria e
respeito à família, por exemplo, devem ser especialmente valorizados nos programas destinados ao público
infantil.
Nos artigos de 7º a 12, vemos orientações importantes a respeito de assuntos mais sensíveis na
programação, como alcoolismo e violência. Vamos entender o que é ou não permitido em cada caso:
Art. 14 - A programação observará fidelidade ao ser humano como titular dos valores
universais, partícipe de uma comunidade nacional e sujeito de uma cultura regional que
devem ser preservadas.
a) que não contenham cenas realistas de violência, agressões que resultem em dilaceração
ou mutilação de partes do corpo humano, tiros a queima roupa, facada, pauladas ou outras
formas e meios de agressão violenta com objetos contundentes, assim como cenas
sanguinolentas resultantes de crime ou acidente; não tratem de forma explícita temas
sobre estupro, sedução, seqüestro, prostituição e rufianismo;
b) que não contenham em seus diálogos palavras vulgares, chulas ou de baixo calão;
d) que não apresentem nu humano, frontal, lateral ou dorsal, não apresentem visíveis os
órgãos ou partes sexuais exteriores humanas, não insinuem o ato sexual, limitando as
expressões de amor e afeto a carícias e beijos discretos. Os filmes e programas livres para
exibição em qualquer horário não explorarão o homossexualismo;
Parágrafo único - as emissoras de rádio e televisão não apresentarão músicas cujas letras
sejam nitidamente pornográficas ou que estimulem o consumo de drogas.
Já o artigo 15, costuma ser um dos mais cobrados em prova, sobretudo na sua primeira parte, que
menciona as orientações para a exibição de programas considerados “livres” de acordo com os critérios de
classificação indicativa. Cenas com conteúdos sensíveis devem ser evitados nesse tipo de programa porque,
em teoria, eles poderão ser vistos por pessoas de todas as idades, como crianças e adolescentes.
Em resumo, programas classificados como livres não podem exibir cenas que contenham:
Além do que já conversamos aqui, o parágrafo único do item 1 do art. 15 destaca a proibição para
que as emissoras não promovam músicas que tenham conteúdo relacionado à pornografia e ao consumo de
drogas.
Os itens 2, 3 e 4 do art. 15 não aparecem com frequência nos certames, mas recomendo que você
faça uma leitura deles para ao menos ter ciência do assunto.
Publicidade
A publicidade comercial é um dos pilares que sustentam as atividades dos veículos de radiodifusão.
Vamos ver o que o código dispõe a respeito do tema:
O art. 16 dispõe a respeito do compromisso que as emissoras devem ter com seus anunciantes e
agências de publicidade parceiras ao veicularem no espaço comercial, de acordo com os contratos firmados,
os materiais audiovisuais produzidos por marcas e empresas. Por outro lado, o art. 17 deixa claro que a
responsabilidade principal em relação aos conteúdos audiovisuais publicitários é das empresas anunciantes
e esclarece que as emissoras não são obrigadas a veicular peças que estejam em desacordo com o CONAR
ou que sejam impróprias.
Noticiários
Os noticiários são os programas de cunho jornalístico que são veiculados pelas emissoras de Rádio e
TV com o objetivo de informar a sociedade a respeito de acontecimentos recentes no Brasil e no mundo e
de temas de interesse geral. Em relação ao código de ética, você verá que esse tipo de programa recebe um
tratamento especial e está sujeito a regulamentações diferenciadas em relação às outras programações
presentes nas grades das emissoras.
O art. 18 nos mostra a primeira diferença dos noticiários em relação aos outros tipos de programas:
eles não estão completamente sujeitos às normas a respeito do conteúdo sensível. Por lidarem com fatos
reais, que acontecem no dia a dia da vida em sociedade, foi concedida uma liberdade maior a esse tipo de
programa. Assim, as emissoras deverão decidir, de acordo com seus próprios critérios, quando, como e se
devem exibir imagens sensíveis (como de violência, por exemplo). Ademais, o código deixa claro que a
responsabilidade por programas ao vivo é dos diretores ou apresentadores da atração.
1) As emissoras manterão em sigilo, quando julgarem conveniente e for pedido por lei, a
fonte de suas notícias.
2) Toda ilustração que acompanhar uma notícia e que não lhe seja contemporânea, trará
a indicação desta circunstância.
3) As emissoras deverão exercer o seu próprio critério para não apresentar imagens que,
ainda que reais, possam traumatizar a sensibilidade do público do horário.
4) As notícias que puderem causar pânico serão dadas de maneira a evitá-lo.
Apesar de conceder uma liberdade maior no caso dos noticiários, o código de ética também estabelece
algumas orientações a respeito da forma pela qual a informação será dada ao ouvinte ou telespectador. São
elas:
- As fontes das notícias precisam ser confiáveis e verídicas, para garantir a qualidade da
informação. Além disso, a emissora tem sim o direito de resguardar a fonte, desde que isso seja pedido por
lei (e não via autoridade judicial, como já foi cobrado em questão de prova);
- Os editores e jornalistas podem fazer uso de recursos como ilustrações para facilitar a
compreensão da notícia. No entanto, caso a ilustração não seja contemporânea à notícia, a emissora deverá
incluir um texto indicando o contexto do recurso gráfico;
- O código recomenda que, de acordo com o horário da programação, sejam adotados critérios
para evitar a exibição de imagens sensíveis (apesar de não trazer determinações específicas a respeito dessa
veiculação no caso dos noticiários);
- Não há proibição para a exibição de notícias que possam causar pânico. Contudo, elas só
podem ser veiculadas de acordo com um contexto e uma narrativa que evite essa percepção de pânico na
população.
Dito isso, finalizamos aqui o estudo dos tópicos mais importantes do Código de Ética da Radiodifusão
Brasileira. Que tal praticarmos com uma questão de prova?
Comentário:
A questão cobrou a literalidade de alguns dispositivos do Código de Ética da Radiodifusão Brasileira. O item
A está incorreto porque, de acordo com o art. 1º, a radiodifusão também se destina à prestação de serviços
culturais e educacionais e não há menção, neste dispositivo, aos serviços de teledifusão. Além disso, o item
B está errado porque a radiodifusão estatal, de acordo com o art. 3º, não deve incluir publicidade comercial
na sua programação. Já o item C está incorreto porque o código afirma, no art. 2º, que a radiodifusão
defenderá a forma democrática de governo – e não qualquer governo que esteja no poder. O item D está
incorreto porque a responsabilidade das emissoras a respeito da programação não exclui a dos pais ou
responsáveis e o art. 6º, que trata do assunto, inclusive adiciona que eles “cabe o dever de impedir, a seu
juízo, que os menores tenham acesso a programas inadequados, tendo em vista os limites etários prévia e
obrigatoriamente anunciados para orientação do público.”. Portanto, a única alternativa correta é a letra E,
que reproduz de forma completa o primeiro período do art. 3º.
Gabarito: letra E.
O tema “Propriedade cruzada nos meios de comunicação” tem uma relação direta com o parágrafo
quinto do art. 220 da nossa Constituição Federal, que afirma que “Os meios de comunicação social não
podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”.
Como vimos na primeira parte desta aula, a nossa Carta Magna proibiu o monopólio e o oligopólio
no setor de Comunicação Social, mas não forneceu mais detalhes a respeito de como essas práticas ocorrem.
Além disso, não há uma lei específica no nosso país que regulamente a mídia, o que facilitou, ao longo dos
anos, que práticas como a propriedade cruzada existissem.
Os meios de comunicação são explorados por empresas no Brasil mediante concessão, autorização
ou permissão. Como você já deve ter percebido, é bem comum vermos grandes grupos empresariais que
controlam parcelas significativas dos mercados nacional e regional de comunicação, agregando diversos
veículos de forma integrada, como jornais impressos, emissoras de TV e estações de rádio. Assim, podemos
identificar três formas2 pelas quais a propriedade de organizações de imprensa pode ocorrer:
Assim, você precisa lembrar desses conceitos de forma clara para a sua prova uma vez que eles
poderão ser cobrados em questões para que você diferencie um tipo de propriedade da mídia de outro. Os
nomes são praticamente autoexplicativos, mas é importante que você compreenda suas formas de
funcionamento e, também, os exemplos de como eles podem ser identificados na nossa sociedade.
Concentração da Mídia
A concentração da mídia nas mãos de poucas pessoas, empresas e organizações é uma preocupação
não apenas no nosso país, mas também em diversas nações do mundo, como EUA e Inglaterra. Isso acontece
porque a imprensa tem a nobre missão de zelar pela democracia e pela liberdade de expressão de um povo,
além de atuar como uma ferramenta indispensável no combate ao autoritarismo, aos abusos
governamentais e à censura. Isso é especialmente notado em países que já vivenciaram a experiência de
ditaduras militares, por exemplo: a mídia é um dos primeiros setores a serem severamente atacados pelos
governos autocráticos, pois exerce uma grande influência na formação da opinião pública.
2 EBC. Concentração de propriedade na mídia brasileira tem se acirrado, diz especialista. 18 out. 2004. Disponível em:
http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2004-10-18/concentracao-de-propriedade-na-midia-brasileira-tem-se-
acirrado-diz-especialista. Acesso em: 25 out. 2019.
Esse fenômeno da concentração dos veículos de Comunicação Social3 ocorre no mundo inteiro e, com
o passar dos últimos anos, a integração de plataformas multimídias como os portais digitais acelerou esse
processo. Além disso, a fusão de grandes empresas e a incorporação de organizações menores criou
megagrupos de comunicação, como a AOL nos Estados Unidos e o Grupo Globo no Brasil.
Países como a Argentina, a França e o Reino Unido4 são bem avançados, em termos jurídicos, para
regulamentar a concentração da mídia. Eles enxergam a propriedade cruzada como uma ameaça ao sistema
democrático, porque impede que vozes comunitárias e regionais, com menor poder econômico, tenham
espaço no setor de comunicação para crescer e compartilhar suas ideias e opiniões. Assim, a propriedade
cruzada é combatida nesses países, apesar de nem sempre poder ser eliminada completamente. Contudo, é
importante você saber que estas são nações que têm mostrado uma preocupação latente sobre o assunto
e, por isso, revisam com frequência seus marcos legais a respeito desse tema a fim de acompanhar as
evoluções sociais e tecnológicas.
Dessa maneira, você precisa lembrar que não há um consenso a respeito de quando, como e em que
==0==
escala deve existir a regulação da mídia. Se por um lado esse movimento é benéfico para a sociedade na
medida em que evita a concentração do poder de comunicação na mão de poucos, é preciso equilibrar as
restrições legais de forma que elas não ameacem a liberdade de expressão que é tão essencial para a
manutenção de uma democracia5.
3 LIMA, Venício A. de. Existe concentração na mídia brasileira? Sim. Observatório da Imprensa. 01 jul. 2003. Disponível em:
http://observatoriodaimprensa.com.br/primeiras-edicoes/existe-concentrao-na-mdia-brasileira-sim/. Acesso em 25 out.
2019.
4 BRANT, João. Por que e como se limita a propriedade cruzada. Disponível em:
http://www.intervozes.org.br/direitoacomunicacao/?p=25290. Acesso em 25 out, 2019.
5 BANDEIRA, Luiza et al. Como funciona a regulação de mídia em outros países? BBC, 1 dez. 2014. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141128_midia_paises_lab. Acesso em: 25 out. 2019.
Comentário:
A questão cobra os conceitos relacionados aos tipos de concentração de mídia que podem
ocorrer nos veículos de comunicação. Assim, o primeiro termo é a concentração horizontal,
que acontece quando um mesmo grupo controla diversos veículos de uma mesma mídia. Por
outro lado, a concentração vertical se dá quando a empresa está presente em todas as etapas
de produção, como por exemplo desde a criação audiovisual até a distribuição do produto final.
Além disso, a propriedade cruzada acontece quando uma mesma empresa controla diversos
veículos de mídias diferentes. Portanto, a alternativa correta é a letra B.
Gabarito: letra B.
Noções Introdutórias
Definições
A seguir, vamos estudar os conceitos que são estabelecidos pelo Código Brasileiro de
Telecomunicações a respeito de termos que são muito usados na área. Dessa forma, preste
atenção porque as bancas examinadoras AMAM cobrar conceitos em provas - e, em especial,
trocar um conceito com o outro para confundir o candidato.
Vejamos:
A banca pode inverter esses conceitos, por isso, lembre-se: telegrafia tem a ver com
escrita e telefonia está relacionada à palavra falada ou de sons!
§ 1º Os termos não definidos nesta lei têm o significado estabelecido nos atos
internacionais aprovados pelo Congresso Nacional.
Por fim, o artigo trará somente mais algumas normativas de cunho técnico ao esclarecer o
que será feito no caso da falta de definição de um termo no código, por exemplo.
Em seguida, entraremos em uma parte muito importante da nossa norma em estudo: as
classificações a respeito dos serviços de telecomunicações. É importante que você se recorde
das diferentes categorias definidas em lei, visto que a banca examinadora pode cobrar isso em
prova (ao dizer que uma categoria A ou B faz parte de um tipo de classificação incorreto, por
exemplo).
Vejamos a classificação de acordo com o âmbito:
2) o de múltiplos destinos;
3) o serviço rural;
4) o serviço privado;
1) o de sinais horários;
2) o de freqüência padrão;
3) o de boletins meteorológicos;
5) o de música funcional;
6) o de Radiodeterminação.
Perceba que, no caso apresentado, nós temos seis finalidades principais para as quais os
serviços de radiodifusão se destinam. Chamo a sua atenção para a questão da finalidade pública:
veja que ela poderá ser ampla, com acesso livre pelo público em geral, ou restrita, nos casos
apresentados pela legislação (como em navios, por exemplo). Ou seja, não é porque um serviço
de telecomunicações é classificado como público quanto à finalidade que ele será destinado ao
uso por todas as pessoas, ok? Cuidado com isso!
Por fim, ressalto também uma característica importante do serviço de telecomunicações
destinado ao contexto radioamador: nesse caso, NÃO é possível ter finalidade comercial ou
pecuniária, ok? Veja que não existem exceções na norma para esse caso!
Confira o mapa mental a seguir para facilitar o entendimento sobre as classificações
existentes na legislação:
[...]
[...]
[...]
Assim, veja que o Sistema Nacional de Telecomunicações terá troncos e redes que
interligam os centros de telecomunicações, permitindo que as informações fluam entre as mais
diversas regiões do nosso país e também para estações internacionais.
Competência da União
A União tem um papel muito importante definido pela Constituição de 1988 em relação
aos serviços de telecomunicações. Apesar do CBT ser anterior à CF/88, as partes dele que citam
o papel da União são compatíveis pela Carta Magna em vigor. Vamos ver os artigos do código?
Dessa forma, a União será a responsável por manter e explorar tanto os serviços do
Sistema Nacional de Telecomunicações quanto os demais serviços citados acima. Haverá também
a competência para fiscalizar todos os serviços que forem concedidos, autorizados ou permitidos.
No art. 11, você verá que essa competência de fiscalização também se estende aos
serviços concedidos, permitidos ou autorizados no âmbito dos Estados ou Municípios: nesse
caso, a União fiscalizará os aspectos relacionados ao CBT e à integração com o SNT. Ou seja, ela
é responsável por garantir que as diretrizes federais sobre o tema sejam efetivamente cumpridas.
Art. 13. Dentro dos seus limites respectivos, os Estados e Municípios poderão
organizar, regular e executar serviços de telefones, diretamente ou mediante
concessão, obedecidas as normas gerais fixadas pelo Conselho Nacional de
Telecomunicações.
Por fim, temos duas informações importantes: as concessões na faixa de até 150km
conforme a Lei 2597/1955 continuam sendo regulamentadas por ela. Além disso, estados e
municípios têm competência para atuar no âmbito de serviços de telefonia.
Você vai perceber que estamos dando um salto no nosso código: os artigos 14 a 29
abordam a criação do Conselho Nacional de Telecomunicações. Recomendo que você faça uma
leitura no código para ter uma visão geral sobre o tema. Contudo, ao pesquisarmos por questões
de provas anteriores, verificamos que o assunto foi abordado de forma extremamente superficial
por diferentes bancas examinadoras e, por esse motivo, vamos nos concentrar nos temas que
tendem a ser mais cobrados na nossa prova, ok?
Serviços de Telecomunicações
O código vai trazer uma série de normas a respeito de temas como a concessão e a
renovação dos serviços de telecomunicações no nosso país. Dessa forma, vou destacar aqui de
forma expressa os artigos que são mais relevantes para fins de prova nessa parte do documento,
ok?
Essa primeira parte apenas reforça como será feito o trabalho em relação aos serviços de
telecomunicações, destacando como União, Estados e Municípios atuarão nesse processo. Além
disso, perceba que os serviços internacionais de telecomunicações são responsabilidade da
União.
[...]
[...]
[...]
[...]
[...]
Os artigos acima definem algumas normas importantes que vão nortear os processos de
concessão, permissão ou autorização para serviços de radiodifusão. Para fins de prova, você
precisa entender que:
● Serviços de telecomunicações não explorados diretamente pela União podem ser
explorados mediante concessão, permissão ou autorização;
● Prazos: 10 anos para rádios e 15 anos para televisão, renováveis por períodos
sucessivos e iguais;
● Outorga de concessão ou permissão → competência do Presidente da República;
● PJs de direito público interno têm preferência para a concessão, incluídas as
universidades;
● Concessões e autorizações não têm caráter de exclusividade;
● Serviços de telecomunicações podem ser desapropriados ou requisitados.
a) pelo menos 70% (setenta por cento) do capital total e do capital votante
deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há
mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e
estabelecerão o conteúdo da programação;
[...]
[...]
terceiro para que atenda ao disposto na alínea “d” deste caput, além de
responsabilizarem-se perante o poder concedente por eventuais irregularidades
que este vier a constatar na execução da programação;
Os artigos acima explicam as normas que devem ser observadas nos casos de concessão,
permissão ou autorizações. Sobre isso, você precisa entender que:
● Há o mínimo de 70% (setenta por cento) do capital total e do capital votante como
pertencente, de forma direta ou indireta, a brasileiros natos ou naturalizados há
mais de dez anos;
● Essas pessoas exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão
o conteúdo da programação;
● Programa oficial de informações:
○ Emissoras de radiodifusão sonora retransmitem diariamente (exceto sábado,
domingo e feriado), de 19h às 22h;
○ 60 minutos → 25 para o Poder Executivo, 5 para o Poder Judiciário, 10 para
o Senado Federal e 20 para a Câmara dos Deputados.
● Para cumprir finalidade informativa → pelo menos 5% do conteúdo precisa ser
noticioso.
[...]
[...]
Infrações e Penalidades
Essa é uma das partes mais importantes da nossa aula, justamente por ser um tema muito
cobrado nas provas!
O art. 52 vai nos apresentar a afirmação de que a liberdade de radiodifusão, que existe no
nosso país, não exclui a punição de quem praticar abusos ao exercer essa liberdade. Ou seja, eu
posso sim transmitir informações de forma livre, desde que isso não seja considerado um abuso
e/ou vá interferir em outros direitos previstos em lei (veja que a liberdade de radiodifusão não
será absoluta).
Mas, afinal, o que é considerado um abuso segundo a legislação? Vejamos:
j) veicular notícias falsas, com perigo para a ordem pública, econômica e social;
Perceba que essa lista acima é somente uma exemplificação, ou seja, o caput do artigo
deixa claro que demais crimes ou contravenções citados na legislação brasileira e praticados por
meio dos serviços de telecomunicações serão considerados abusos segundo o CBT. É importante
que você preste atenção nos exemplos ali citados, visto que eles serão abordados de forma
expressa em prova.
Preste atenção: no caso de notícias falsas divulgadas por erro e corrigidas pela emissora,
não haverá penalidade, ok? Essa é uma exceção prevista no CBT!
Você vai ver também que o código tem uma preocupação em estabelecer quais são os
abusos, mas também resguardar o direito à liberdade de expressão (que, em muitos casos, será
exercido justamente por meio das telecomunicações no nosso país). Confira:
Art. 54. São livres as críticas e os conceitos desfavoráveis, ainda que veementes,
bem como a narrativa de fatos verdadeiros, guardadas as restrições
estabelecidas em lei, inclusive de atos de qualquer dos poderes do Estado.
Veja que há uma citação expressa de que os serviços de telecomunicações podem ser
usados para expressar críticas na nossa sociedade - e isso inclui críticas também em relação ao
Estado. Essa garantia se torna imprescindível para a própria democracia, visto que ela está
diretamente ligada à participação popular e à fiscalização do Poder Público por parte dos
cidadãos.
Outro tema importante a ser abordado é a questão da inviolabilidade de
telecomunicações: esse assunto consta no CBT e se manteve válido com a CF/88 porque a
própria Carta Magna considera o sigilo de comunicações como um direito e garantia fundamental
no art. 5o, XII. Vejamos o que diz o CTB sobre isso:
II - O conhecimento dado:
Parágrafo único. Não estão compreendidas nas proibições contidas nesta lei as
radiocomunicações destinadas a ser livremente recebidas, as de amadores, as
—
Concluímos aqui o nosso estudo a respeito dos artigos mais importantes do Código
Brasileiro de Telecomunicações para fins de prova! Não esqueça de fazer as questões
comentadas sobre o tema!
Atenção: o código de ética da FENAJ é um dos mais importantes que temos hoje no nosso país, mas
não é o único documento desse tipo que existe no setor do jornalismo. Outras associações, como a
Associação Brasileira de Imprensa (ABI) possuem seus próprios códigos de ética. Contudo, o documento da
FENAJ é o que mais aparece em provas de concursos e, por isso, foi escolhido para ser abordado no nosso
curso.
Art. 1º O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental
do cidadão à informação, que abrange seu o direito de informar, de ser informado e de ter
acesso à informação.
O primeiro artigo do código de ética nos mostra a importância do direito à informação: ele será a
base das disposições do documento. Esse direito, além de essencial à democracia de qualquer nação, permite
que o cidadão possa ter acesso às informações do seu interesse e de relevância coletiva, além de expressar
as mensagens e as ideias que desejar.
O art. 2º, por sua vez, nos indica algumas disposições a respeito de como esse direito de acesso à
informação deve ser protegido pelos jornalistas no exercício das suas funções. Vamos entender seus pontos
principais:
- A informação veiculada pelos meios de comunicação deve ser verídica, independentemente da sua
fonte. Ou seja, é preciso garantir a credibilidade dos dados que são divulgados e impedir que eles sejam
alterados e/ou manipulados em função de interesses políticos, governamentais ou empresariais, por
exemplo. É uma defesa à imparcialidade no jornalismo, que deverá ter como objetivo satisfazer o interesse
público da sociedade e do cidadão.
- A liberdade de imprensa é um direito e um pressuposto do jornalismo. Assim, ela exige que exista
uma preocupação com a responsabilidade social no exercício da profissão;
- Prestar informação é uma obrigação social assumida tanto por entidades públicas quanto por
privadas, além das organizações não governamentais (ONGs);
- Devem ser denunciadas para a comissão de ética todas as tentativas de obstruir o trabalho livre da
imprensa, tais como ações relacionadas à censura, pois se trata de atos contra a sociedade.
Conforme o art. 3º, a profissão de jornalista tem natureza social e deve respeitar os valores e as
disposições contidos no Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Ademais, a apuração jornalística é
indispensável para a produção de matérias e reportagens, por exemplo, e deve ser feita com o máximo de
cuidado para garantir a qualidade das informações. Isso tem como objetivo evitar que dados incorretos
sejam apurados e divulgados, comprometendo a veracidade do conteúdo produzido. Assim, mesmo em
casos específicos, como notícias urgentes, a apuração de qualidade deve ser uma prioridade do jornalista,
conforme o art. 5º. O sigilo da fonte, por sua vez, trata-se de um direito do jornalista em qualquer hipótese
e o profissional poderá escolher quando é relevante ou não divulgar a origem de suas informações (Art. 5º).
Vamos conhecer agora os principais deveres dos jornalistas. Esse é um dos dispositivos que mais
aparecem nas provas de concursos públicos que abordam o tema do código de ética.
VI - não colocar em risco a integridade das fontes e dos profissionais com quem trabalha;
Os deveres dos jornalistas costumam ser cobrados de forma literal nos certames e, por isso, eu
recomendo que você faça a leitura dos incisos e perceba que há uma similaridade de princípios entre eles. O
trabalho jornalístico, como vimos, apresenta uma grande relação com o direito de liberdade de expressão.
Assim, o código define que é dever do profissional, no seu dia a dia, opor-se ao autoritarismo, respeitar
entidades democráticas, defender o livre exercício da sua profissão e combater a discriminação, por
exemplo. Portanto, percebemos que os deveres estão intimamente ligados a fatores como liberdade,
democracia e satisfação do interesse público. Essa percepção com certeza lhe ajudará na hora de resolver as
questões da sua prova, mesmo que você não se recorde das palavras exatas do código de ética.
Relacionados à
liberdade, à democracia
Deveres dos jornalistas
e à satisfação do
interesse público.
IV - expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua
identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho
ou residência, ou quaisquer outros sinais;
VIII - assumir a responsabilidade por publicações, imagens e textos de cuja produção não
tenha participado;
Como vimos, o código de ética também estabelece, no art. 7º, as vedações e limites ao trabalho
jornalístico. Como qualquer profissão, é preciso ter respeito às legislações em vigor no Brasil e, ainda aos
valores éticos que orientam a nossa vida em sociedade. Nesse sentido, conseguimos entender que o
documento em análise definiu que:
- os jornalistas não podem atuar em projetos com remuneração inferior ao piso salarial da categoria,
pois isso contribui para que as condições de trabalho no setor sejam desvalorizadas;
- o jornalista não deve, em hipótese alguma, expor pessoas que estejam ameaçadas ou corram risco
de vida. É importante ressaltar que isso vale, inclusive, para investigações policiais: ou seja, nesses casos, o
jornalista não deve relevar informações que possam colocar em risco e integridade física de outras pessoas.
Em termos gerais, o profissional também não deve, no exercício das suas funções, estimular o ódio, nem a
violência e nem a discriminação em qualquer uma das suas formas;
- o jornalista não pode receber créditos pela veiculação de conteúdos que não produziu. Mais ainda:
ele também não deve, em hipótese alguma, obter vantagens pessoais devido ao fato de ser exercer essa
profissão.
Nos próximos artigos, vamos ver as disposições do código de ética a respeito da responsabilidade
social do jornalista:
Art. 8º O jornalista é responsável por toda a informação que divulga, desde que seu
trabalho não tenha sido alterado por terceiros, caso em que a responsabilidade pela
alteração será de seu autor.
Art. 10. A opinião manifestada em meios de informação deve ser exercida com
responsabilidade.
O art. 8º já foi objeto de provas de concursos públicos, como você verá na nossa lista de questões
comentadas. Assim, ele dispõe que o jornalista é sim responsável por todo o conteúdo que ele produz. No
entanto, há uma exceção: caso o conteúdo seja alterado por um editor, por exemplo, a responsabilidade
será do autor da alteração.
Já os arts. 9º e 10 nos mostram que a presunção de inocência é um dos fundamentos que orientam
o trabalho dos jornalistas e que, ao manifestar uma opinião em meios de comunicação, o jornalista deverá
fazê-lo com responsabilidade.
III - obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras
escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e
quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração;
O código de ética, no art. 11, também estabelece informações que não podem ser divulgadas pelos
jornalistas. Essas são vedações que garantem a responsabilidade social do trabalho jornalístico, ou seja, a
liberdade de expressão deve ser equilibrada em relação ao bom senso e ao respeito aos princípios éticos que
devem estar presentes na prática jornalística. Assim, o jornalista não deve divulgar informações que:
- sejam mórbidas, sensacionalistas ou desrespeitem os valores humanos. Esse cuidado deve estar
presente, em especial, em casos de coberturas de crimes e acidentes;
- sejam obtidas de forma irregular, com o uso de câmeras escondidas ou microfones ocultos.
No entanto, há uma exceção a respeito desse inciso: essas informações podem ser divulgadas em
casos de inegável interesse público e se não houver nenhum outra forma de obter esses dados.
relacionadas a interesses
pessoais ou vantagens
econômicas para o
jornalista;
mórbidas, sensacionalistas
O jornalista não deve
ou que desrespeitem os
divulgar informações :
valores humanos;
O art. 12 nos mostra outros deveres dos jornalistas. Vamos verificar as suas disposições:
III - tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar;
V - rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informando
ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de imagem, reconstituição
de áudio ou quaisquer outras manipulações;
VII - defender a soberania nacional em seus aspectos político, econômico, social e cultural;
Esses dispositivos do art. 12 costumam aparecer menos em provas do que os deveres que estão no
art. 6º. No entanto, você deve fazer uma leitura atenta deles, para ter conhecimento do seu conteúdo caso
eles apareçam no seu certame. Ressalto aqui os pontos que considero principais nesse artigo:
- o jornalista deve sempre ouvir o maior número possível de pessoas para garantir a qualidade das
informações na sua apuração, desde que, com isso, não desrespeite o trabalho da assessoria de imprensa;
- as publicações com caráter publicitário devem SEMPRE ser sinalizadas para o público, para que ele
entenda que se trata de um conteúdo patrocinado;
- o jornalista deve defender o direito de resposta e corrigir prontamente informações que sejam
veiculadas de maneira incorreta.
Art. 15. As transgressões ao presente Código de Ética serão apuradas, apreciadas e julgadas
pelas comissões de ética dos sindicatos e, em segunda instância, pela Comissão Nacional
de Ética.
§ 2º As comissões de ética são órgãos independentes, eleitas por voto direto, secreto e
universal dos jornalistas. Serão escolhidas junto com as direções dos sindicatos e da
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), respectivamente. Terão mandatos
coincidentes, porém serão votadas em processo separado e não possuirão vínculo com os
cargos daquelas diretorias.
No caso das transgressões aos dispositivos do código de ética, o documento define que elas serão
apuradas, de acordo com o art. 15, pelas comissões de ética que deverão ser instaladas pelos sindicatos dos
jornalistas em todo o país. Assim, a segunda instância nessa apuração será a Comissão Nacional de Ética da
Federação Nacional dos Jornalistas.
As comissões de éticas dos sindicatos serão compostas por cinco membros e são consideradas órgãos
independentes dos sindicatos. Seus membros devem ser escolhidos por voto direto, secreto e universal dos
jornalistas. Além disso, os membros não possuem vínculo com os cargos dos diretores dos sindicatos e da
FENAJ.
II - tomar iniciativa referente a questões de âmbito nacional que firam a ética jornalística;
III - fazer denúncias públicas sobre casos de desrespeito aos princípios deste Código;
Em relação às competências da Comissão Nacional de Ética estabelecidas no art. 16, você deve saber
que ela é considerada a segunda instância no julgamento de casos de infrações éticas. Além disso, ela pode
fazer denúncias públicas nos casos de desrespeito ao código de ética.
Art. 17. Os jornalistas que descumprirem o presente Código de Ética estão sujeitos às
penalidades de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do
sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.
Parágrafo único - Os não-filiados aos sindicatos de jornalistas estão sujeitos às penalidades
de observação, advertência, impedimento temporário e impedimento definitivo de
ingresso no quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em
veículo de ampla circulação.
Art. 18. O exercício da representação de modo abusivo, temerário, de má-fé, com notória
intenção de prejudicar o representado, sujeita o autor à advertência pública e às punições
previstas neste Código, sem prejuízo da remessa do caso ao Ministério Público.
Art. 19. Qualquer modificação neste Código só poderá ser feita em congresso nacional de
jornalistas mediante proposta subscrita por, no mínimo, dez delegações representantes de
sindicatos de jornalistas.
No caso de descumprimento das disposições do código de ética, segundo o Art. 17, os jornalistas
estarão sujeitos a penalidades como observação, advertência, suspensão e exclusão dos sindicatos dos quais
fazem parte. Caso o jornalista não esteja filiado a um sindicato, ele poderá sofrer as penas de observação,
advertência, impedimento temporário e impedimento definitivo ao ingresso no quadro social do sindicato.
==0==
Com isso, terminamos mais um capítulo do nosso estudo das legislações e dispositivos pertinentes à
Comunicação Social e ao trabalho jornalístico! Vamos resolver algumas questões para fixar o conteúdo:
Comentário:
Vamos analisar cada item dessa questão de acordo com o código. A letra A está incorreta porque, segundo
esse documento, o jornalista tem o dever profissional e ético de se opor ao autoritarismo e à opressão (Art. 6º,
inciso I). Além disso, a letra C está incorreta porque, de acordo com o art. 5º, o jornalista pode resguardar o
sigilo da fonte quando julgar necessário porque este é um direito concedido pelo código (e, originalmente,
pela Constituição Federal). Já a letra D está incorreta porque o jornalista não pode colocar em risco a
integridade das fontes e nem dos profissionais com quem trabalha (Art. 6º, inciso VI). A letra E está incorreta
porque, apesar de ter um papel essencial no combate à corrupção (Art. 6º, inciso VII), o trabalho deve ser
feito de forma correta e ética em relação à apuração dos fatos (Art. 7º, inciso II). Portanto, a alternativa
correta é a letra B, que está de acordo com os dispositivos do art. 4º: “O compromisso fundamental do jornalista
é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e
pela sua correta divulgação.”
Gabarito: letra B.
Comentário:
Os deveres dos profissionais de jornalismo estão expressos no art. 6º do código de ética. Assim, ao analisar
os incisos desse dispositivo, vemos que os itens 1, 3 e 5 realmente são citados pelo documento (nos incisos
I, VII e III, respectivamente). No entanto, os itens 2 e 4 não aparecem no código de ética e foram criados pelo
examinador com o objetivo de confundir os candidatos. Portanto, a alternativa correta é a letra C.
Gabarito: letra C.
O que você deve saber é que as provas de concurso costumam abordar esse tema sob duas
perspectivas: as decisões do STF sobre a Lei de Imprensa e a exigência de diploma para exercer a profissão
de jornalista e os dispositivos do Decreto 83.284/79.
O Supremo Tribunal Federal, em 2009, teve uma atuação muito marcante para o setor de
comunicação social e, em especial, para a parte de jornalismo. Essas ações trouxeram profundas
transformações para a maneira pela qual o trabalho jornalístico é conduzido e exercido aqui no Brasil.
Como mencionei anteriormente, o Brasil é um dos países mais “atrasados” em relação ao tema
regulação da mídia, o que permitiu a existência da propriedade cruzada nos meios de comunicação, por
exemplo. Isso traz reflexos também para o exercício das diferentes profissões presentes no setor da
comunicação social e o Poder Público tem se esforçado, ao longo dos anos, para atualizar as normas
existentes de acordo com o avanço da nossa sociedade (mesmo que isso, muitas vezes, ocorra em um
ritmo lento).
Uma das ações mais relevantes no sentido de revisar a legislação existente foi a decisão do STF que
declarou que a Lei de Imprensa (5270/67) é incompatível com a Constituição Federal de 1988 e, por isso,
não pôde ser recepcionada pelo nosso sistema jurídico (ou seja, não está mais em vigor nos dias atuais). A
discussão e a posterior decisão do tribunal aconteceram em 2009 e o principal ponto da Lei de Imprensa a
ser contestado foi o direito de resposta, que passou a ser exercido de acordo com a legislação comum (e
não sob normas especiais, como acontecia durante a vigência da Lei).
A Lei de Imprensa foi criada em 1967, ano no qual vigorava o regime militar. Ela foi criada com o
intuito de restringir a atuação da mídia para se adequar ao período no qual o governo se baseava no
autoritarismo como forma de conduzir a nossa sociedade. Assim, a imprensa foi considerada um pilar
importante para a aceitação social do governo. Portanto, a Lei de Imprensa, de acordo com o entendimento
do STF, tinha como principais características definir limites severos para cercear o trabalho dos jornalistas,
além de penas mais altas para casos de acusações de injúria e difamação1.
Por isso, é preciso destacar que o fato de a Lei de Imprensa ter sido revogada não excluiu a
responsabilidade das emissoras e dos jornalistas a respeito dos conteúdos que são veiculados. Muito pelo
contrário: a revogação coibiu que ações com viés autoritário fossem realizadas por parte do Estado, sem
impedir, contudo, que existam processos judiciais regulares para a apuração de irregularidades causadas
pela imprensa. Nesse sentido, em 2018, quase 10 anos depois da revogação da lei, o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) lançou um relatório com dados a respeito dos tipos de processos em tramitação no Brasil contra
jornalistas e veículos de mídia:
1 G1. Supremo revoga a Lei de Imprensa. Brasília, 30 abr. 2009. Disponível em:
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1104820-5601,00-SUPREMO+REVOGA+A+LEI+DE+IMPRENSA.html. Acesso
em: 25 out. 2019.
2 STF. Supremo julga Lei de Imprensa incompatível com a Constituição Federal. Brasília, 30 abr. 2009. Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/cms/vernoticiadetalhe.asp?idconteudo=107402. Acesso em: 25 out. 201-9.
3 STF: Dez anos do julgamento histórico que revogou lei de imprensa. Migalhas, 8 abr. 2019. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI299406,31047-
STF+Dez+anos+do+julgamento+historico+que+revogou+lei+de+imprensa. Acesso em: 25 out. 2019.
Coloquei esse gráfico aqui para que você conheça o assunto e veja quais são os impactos da
revogação da Lei de Imprensa para o nosso cenário atual. Essas consequências ainda não foram cobradas
diretamente em provas, mas, como o ano de 2019 marca uma década dessa decisão histórica do STF, é
possível que esse tema seja apresentado com mais destaque pelas bancas examinadoras.
Outra decisão importante do STF diz respeito à exigência ou não do diploma de jornalista para o
exercício da profissão no Brasil. A corte decidiu, em 2009, que não é necessário ter formação acadêmica em
jornalismo para atuar profissionalmente nesse segmento.
O tema já estava em discussão no país há muitos anos e foi objeto de inúmeros processos judiciais.
No STF, por exemplo, o pedido que originou a decisão foi feito pelo Sindicato das Empresas de Rádio e
Televisão no Estado de São Paulo (SERTESP) e pelo Ministério Público Federal (MPF). Na época, um dos
principais argumentos que motivaram a aprovação da decisão pelo tribunal foi o fato de que a exigência do
diploma de jornalista seria uma restrição aos direitos de liberdade de expressão e de imprensa, que são
garantidos constitucionalmente.
O Ministro Marco Aurélio Mello4 foi o único a votar contra a decisão final do STF, que teve um placar
final de 8 x 1 pela aprovação do fim da exigência do diploma. O magistrado afirmou: “Penso que o jornalista
deve ter uma formação básica que viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em
geral.”. Assim, percebe-se que um dos pontos mais polêmicos do processo de discussão da questão recaiu
sobre o desafio de manter a qualidade da informação jornalística mesmo sem a exigência de diploma.
Assim, nem todos os órgãos e associações relacionados ao setor da imprensa concordaram com a
decisão do STF, mas precisaram acatá-la. Apesar de não ser obrigatório, o profissional de jornalismo continua
a ser uma peça-chave no mercado da comunicação, sobretudo nos tempos atuais nos quais há uma
dificuldade muito grande de filtrar informações verídicas das conhecidas “fake news” (notícias falsas) que
circulam livremente na internet. Esse setor avançou consideravelmente nos últimos anos e tem aplicado a
tecnologia como recurso principal para a produção de bons conteúdos (nos casos nos quais o trabalho é feito
com seriedade por parte de empresas e suas equipes).
4 ABREU, Diego. STF derruba exigência de diploma para exercício da profissão de jornalista. G1, 17 jun. 2009. Disponível em:
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1198310-5598,00-
STF+DERRUBA+EXIGENCIA+DE+DIPLOMA+PARA+EXERCICIO+DA+PROFISSAO+DE+JORNALISTA.html. Acesso em 25 out.
2019.
Além do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que estudamos anteriormente, outra legislação
extremamente relevante a respeito do trabalho jornalístico é o Decreto 83.284/79. Ele foi criado pelo
Governo Federal para revisar o conteúdo do Decreto-Lei 972/69, que já trazia orientações legais sobre o
tema.
Nesta seção, vamos analisar os artigos mais importantes do Decreto 83.284 para a sua prova e
destacar, também, os pontos aos quais você precisará prestar mais atenção. Não abordarei aqui todos os
dispositivos, mas apenas aqueles que aparecem com mais incidência nos certames.
Art 1º É livre, em todo território nacional, o exercício da profissão de Jornalista, aos que
satisfizerem as condições estabelecidas neste Decreto.
O primeiro artigo do decreto nos mostra que o exercício da profissão de jornalista é livre no Brasil,
desde que isso ocorra de acordo com as disposições legais a respeito do tema. Ou seja, o profissional ou
empresa que desrespeita o conteúdo do decreto pode sim ser responsabilizado por isso, como ocorre em
relação às inúmeras legislações que temos em vigor no nosso país.
O segundo artigo, por outro lado, tem como foco a descrição das atividades que podem ser exercidas
por um jornalista. Perceba que a legislação apresenta uma abordagem bem ampla em relação às
possibilidades de atuação desse profissional, que pode trabalhar em áreas bem diversificadas, tais como
ensino técnico especializado de Jornalismo, pesquisa e redação jornalística. Nem sempre as bancas
examinadoras pedirão a literalidade desse artigo. Entretanto, ele é relevante para que você conheça a
abrangência dessa área em nosso país (e exemplos similares podem aparecer na sua prova).
==0==
Art 3º Considera-se empresa jornalística, para os efeitos deste decreto, aquela que tenha
como atividade a edição de jornal ou revista, ou a distribuição de noticiário, com
funcionamento efetivo, idoneidade financeira e registro legal.
Perceba que o art. 3º traz a definição de uma empresa jornalística. Em outras palavras, trata-se da
organização que tem como foco do seu trabalho a produção de notícias ou de conteúdos informativos no
formato de jornal ou de revista (independentemente de serem ou não digitais ou impressos). Ademais, como
qualquer empresa, deve haver o registro legal e a ética no funcionamento financeiro para que a organização
atue no seu setor.
É importante observar, ainda, que os parágrafos desse artigo nos trazem duas afirmações bastante
importantes:
- são equiparadas às empresas jornalísticas as organizações ou as seções que atuem nos setores de
radiodifusão, televisão, divulgação cinematográfica, agências de publicidade e agências de notícias;
- entidades públicas ou privadas que não têm o jornalismo como atividade-fim, mas que produzem
publicações jornalísticas, também deverão cumprir o decreto.
Art 11. As funções desempenhadas pelos jornalistas, como empregados, serão assim
classificadas:
I - Redator: aquele que, além das incumbências de redação comum, tem o encargo de
redigir editoriais, crônicas ou comentários;
VII - Revisor: aquele que tem o encargo de rever as provas tipográficas de matéria
jornalística;
VIII - Ilustrador: aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artísticos ou
técnicos de caráter jornalístico;
Para fins de prova, o art. 11 é um dos mais importantes do decreto 83.284/79. Isso se justifica porque
o examinador costuma cobrar literalmente o conteúdo dos incisos a respeito das funções que podem ser
executadas por um profissional de jornalismo. Assim, recomendo que você faça uma leitura atenta desse
artigo e, até mesmo, o revise diversas vezes até a data da sua prova. Observe que, no caso do cargo de
repórter e do repórter de setor, não há uma especificação a respeito de em quais áreas da imprensa esses
profissionais atuam: não há repórter de TV ou repórter web, por exemplo (que são expressões bem comuns
no meio jornalístico para designar o lugar de cada um na empresa). Contudo, para fins de prova de concurso,
os únicos repórteres a quem esse decreto se refere com nomenclatura específica são o rádio repórter, o
repórter fotográfico e o repórter cinematográfico.
No entanto, além da cobrança literal, outra prática comum nos certames é tentar confundir o
candidato em relação às funções descritas no art. 12. Vamos ver como isso funciona:
As funções descritas no art. 12 exigem habilitação em jornalismo. Ou seja, elas não podem ser
exercidas por profissionais que, mesmo possuindo anos de experiência e habilitação em outras áreas da
comunicação, não sejam formados especificamente em jornalismo. No entanto, as atividades descritas no
art. 11 podem ser exercidas pelos jornalistas, mas não são exclusivas para profissionais com habilitação nessa
área de atuação. A tabela abaixo ajudará você a memorizar a diferença entre as funções:
Art 14. Será passível de trancamento o registro profissional do jornalista que, sem motivo
legal, deixar de exercer a profissão por mais de 2 anos.
O art. 13 aponta que o exercício da profissão de jornalista tem compatibilidade com outras funções
remuneradas, como o serviço público (desde que respeitados os limites da lei). No entanto, o art. 14 destaca
que, a partir de dois anos sem exercício das funções profissionais, o registro do jornalista pode ser cancelado.
Existem hipóteses legais que impedem esse cancelamento, como os casos de suspensão ou de interrupção
dos contratos de trabalho, aposentadoria, viagem, bolsas de estudo e desemprego.
Art 15. O salário de jornalista não poderá ser ajustado nos contratos individuais de
trabalho, para a jornada normal de 5 horas, em base inferior à do salário estipulado, para
a respectiva função em acordo ou convenção coletiva de trabalho, ou sentença normativa
da Justiça do Trabalho.
A respeito da forma de trabalho do jornalista, o decreto define que a sua jornada normal de trabalho
terá a duração de cinco horas diárias. Portanto, caso o jornalista precise realizar horas extras ou assumir
funções adicionais que não são inerentes ao seu cargo, isso deverá ser refletido em uma remuneração
adicional. Caso a matéria ou o trabalho do jornalista seja noticiado em mais de um veículo de comunicação
(para além da aquela empresa para a qual foi originalmente produzido), o profissional também poderá
receber um valor extra.
Art 20. O disposto neste decreto não impede a conclusão dos estágios comprovadamente
iniciados antes da vigência da Lei nº 6.612, de 7 de dezembro de 1978, os quais, entretanto,
não conferirão, por si só, direito ao registro profissional.
QUESTÕES COMENTADAS
Comentário:
A questão nos mostra a literalidade do art. 222, § 2º, que define que a responsabilidade editorial e as
atividades de seleção e direção da programação serão sim privativas dos brasileiros natos ou naturalizados
há mais de dez anos. Isso vale, inclusive, para qualquer meio de Comunicação Social. Como conversamos,
essa é uma maneira da Constituição Federal proteger os veículos de comunicação e a sociedade brasileira da
interferência excessiva de estrangeiros, o que pode gerar conflitos estratégicos com o interesse nacional.
Portanto, questão correta.
Gabarito: certo.
O artigo 5º, parágrafo XIV da Constituição Federal do Brasil, diz que “é assegurado a todos o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”. Na profissão de
fotógrafo, este preceito é
a) importante, pois o fotógrafo é um profissional que acompanha o jornalista, cujo exercício da profissão
tem abrigo no texto constitucional.
b) imprescindível, pois podem ocorrer situações nas quais o profissional terá de resguardar o sigilo da fonte.
c) impraticável, pois não há como garantir o sigilo de fonte em uma imagem fotográfica.
d) inaplicável, pois todos são iguais perante a lei e a justiça, sem distinção alguma.
Comentário:
O direito à resguardar o sigilo da fonte será sim válido no caso do exercício da profissão de fotógrafo (a CF/88
não traz restrições em relação a isso). Assim, esse preceito é indispensável principalmente nos casos nos
quais a fonte corre risco de vida e/ou está ameaçada de alguma forma, para resguardar a sua segurança.
Logo, a alternativa correta é a letra B.
Gabarito: letra B.
Comentário:
A questão está incorreta, pois a Constituição Federal proíbe expressamente, no art. 220, § 5º, a criação direta
ou indireta de monopólios ou oligopólios nos meios de comunicação no Brasil. Portanto, questão errada.
Gabarito: errado.
==0==
Comentário:
A questão está correta, ao apresentar o direito à intimidade, que é claramente descrito no art. 5º, inciso X:
“são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Dessa maneira, a questão está correta.
Gabarito: certo.
C I, II e III, apenas.
D Todas estão corretas.
Comentário:
Nessa questão, todos os itens elencados de I a IV estão corretos já que correspondem exatamente aos itens
apresentados pelo art. 221 e eles são considerados princípios para a produção e a programação das
emissoras de rádio e de televisão. Esse tipo de questão pode ser bem perigoso porque induz o candidato a
considerar rapidamente que todas as alternativas estão corretas. Nesse caso, todos os itens estavam mesmo
escritos de acordo com a legislação, mas é importante estar atento e sempre ler todas as opções com muita
calma para verificar se eventuais detalhes foram alterados e comprometeram a validade das informações.
Dessa maneira, a alternativa correta é a letra D.
Gabarito: letra D.
Comentário:
Essa é uma questão que exige um nível elevado de conhecimentos dos candidatos. Ao realizarmos uma
leitura inicial, podemos pensar que essa questão tem muito mais relação com a disciplina de Direito
Constitucional do que de Comunicação Social. No entanto, ela foi cobrada como conteúdo específico da
prova para Agente de Comunicação Social da Prefeitura de Barretos, em São Paulo. Por isso, vamos analisar
cada um de seus itens aqui.
A Letra A está errada porque tanto o direito à intimidade quanto o direito à livre expressão estão presentes
na CF/88. Para analisar a B, é preciso ter um pouco mais de conhecimento a respeito de Direito Penal: a CF
permite, sim, que haja o processo, mas esses limites não estão previstos de forma clara no Código Penal. A
D está errada porque a indenização por danos morais deve ser requerida pela pessoa que entende que teve
seus direitos lesados (a vítima). Finalmente, a E está incorreta porque não há hierarquia entre os princípios
expressos na CF/88. Assim, verificamos que a C está correta, porque, como vimos na aula, os dois direitos
estão, sim, expressos no texto constitucional.
Gabarito: letra C.
Comentário:
A questão versa a respeito do art. 221 da CF/88, que aborda os princípios que devem ser seguidos pelas
emissoras de Rádio e TV. Assim, a letra A está errada porque o texto constitucional não cita um processo de
nacionalização, mas, sim, de regionalização (inciso III). Perceba como essa foi uma excelente pegadinha da
banca para confundir os candidatos mais desatentos! Além disso, a letra C está errada porque não há
prioridade à unidade familiar e aos princípios morais e religiosos na educação, mas “respeito aos valores
éticos e sociais da pessoa e da família” (inciso IV). A letra D está incorreta porque o art. 221, inciso II, cita a
cultura regional, e não a internacional. Por fim, a letra E está errada porque o examinador citou valores
estéticos, e não éticos. Portanto, a alternativa correta é a letra B, que cita a literalidade do inciso I.
Gabarito: letra B.
A 220.
B 221.
C 222.
D 223.
E 224.
Comentário:
Essa questão nos mostra exatamente como o examinador pode cobrar um conhecimento “decorado” do
candidato. Por isso, precisamos estar preparados para enfrentar questões desse tipo, afinal sabemos que,
em uma prova de concurso, cada ponto é extremamente valioso. Nesse caso, o enunciado fez referência ao
artigo 220: “Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer
forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”
Portanto, a alternativa A é a correta.
Gabarito: letra A.
QUESTÕES COMENTADAS
Comentário:
Como conversamos na aula, o Código de Ética da Radiodifusão Brasileira apresenta uma série de artigos a
respeito da programação veiculada nos meios de comunicação. Assim, há uma preocupação especial com
programas que exibam imagens e sons sensíveis, como imagens violentas e de tragédias, por exemplo. É
justamente sobre isso que trata a questão: precisamos nos lembrar de em quais casos essa exibição é
permitida em programas de classificação livre, ou seja, que não possuem recomendação governamental para
restrição de idade. A única alternativa correta, nesse sentido, é a letra E, pois, de acordo com o código (Art.
18), as equipes que atuam nos noticiários possuem a liberdade de decidir se irão ou não exibir conteúdo
sensível. Todas as outras respostas estão presentes no art. 15 do código como exemplos de conteúdos que
não devem ser exibidos em horário de classificação livre.
Gabarito: letra E.
D o sigilo das fontes só é permitido à emissora se for solicitado com base legal, garantido por
autoridade judicial.
E os veículos deverão ter seus próprios critérios para não veicular imagens que possam traumatizar a
sensibilidade do público do horário.
Comentário:
Essa questão é um pouco mais complexa do que as anteriores, porque ela não cobra a literalidade dos artigos,
mas, sim, uma interpretação a respeito das normas que estão presentes no Capítulo IV a respeito dos
noticiários. Vamos lá: o item A está incorreto porque, de acordo com o art. 19, as emissoras não são
responsáveis pelas notícias divulgadas. Já o item B está errado porque as notícias capazes de gerar pânico
ou alarde podem certamente ser transmitidas, desde que de forma que tais reações não sejam estimuladas
(Art. 19, inciso IV). Ademais, o item C está incorreto porque as ilustrações que são contemporâneas à notícia
não precisam mesmo ser identificadas, mas aquelas que são anteriores ou posteriores a ela necessitam de
==0==
uma indicação dessa circunstância (Art. 19, inciso II). Além disso, o item D está errado porque o sigilo pode
ocorrer sempre que a emissora considerar isso adequado e é garantido por lei (e não por autoridade judicial),
de acordo com o art. 19, inciso I. Portanto, a alternativa correta é a letra E, que expressa de forma correta
as disposições do art. 19, inciso III: “As emissoras deverão exercer o seu próprio critério para não apresentar
imagens que, ainda que reais, possam traumatizar a sensibilidade do público do horário.”.
Gabarito: letra E.
Comentário:
A afirmação está correta porque, de acordo com o art. 5º, o conteúdo transmitido pelas emissoras deverá
possuir o “melhor nível artístico e moral”, independentemente do fato de ser uma produção própria ou de
terceiros. De acordo com o código, essa preocupação deve existir devido ao alto impacto da radiodifusão na
nossa sociedade uma vez que é acessível a quase todos os lares brasileiros.
Gabarito: certo.
Comentário:
Preste atenção: nessa questão, nosso objetivo é encontrar o item INCORRETO. Assim, o item B está errado
porque, de acordo com o art. 3º, a publicidade comercial não deve atingir a radiodifusão pública (apenas a
privada). Além disso, perceba que todos os outros itens nos apresentam exatamente o que o código prevê:
o A traz as disposições do art. 1º , o C apresenta o conteúdo do art. 2º e o D apresenta as disposições do art.
4º.
Gabarito: letra B.
Comentário:
Ao analisar os itens apresentados pela questão, vemos que o item II está incorreto porque, segundo o art.
6º, não há hierarquia entre a responsabilidade das emissoras e dos pais e responsáveis a respeito do acesso
de menores a programas com conteúdo inadequado à suas faixas etárias. Assim, a afirmativa III também está
incorreta porque, de acordo com o art. 9º, não devem ser exibidos programas que explorem a boa-fé do
QUESTÕES COMENTADAS
Comentário:
A questão aborda o tema da proibição constitucional aos monopólios e aos oligopólios nos veículos de
comunicação de massa no Brasil, que está expressa no art. 220. No entanto, como vimos na aula, a legislação
brasileira não é específica a respeito da definição do que seria considerado um monopólio ou oligopólio, o
que permitiu que, ao longo dos anos, grandes monopólios indiretos de mídia de consolidassem no nosso
país. Esse fenômeno é o que conhecemos como propriedade cruzada dos meios de comunicação. No
entanto, ao resolver a questão, você poderia se confundir com os outros termos que foram apresentados
pela banca examinadora. Vamos conhecer seus significados1:
Hegemonia: diz respeito ao poder que determinado ente ou pessoa possui em relação aos outros.
Faz referência à supremacia e à influência e, portanto, não tem relação com o tema da questão, que é a
concentração de veículos de mídia em grandes grupos (há mais de um grande grupo, portanto, não faz
sentido falarmos de hegemonia aqui).
Truste: é uma coligação financeira ou econômica entre diversas empresas, que buscam elevar o valor
de mercado para obter maiores margens de lucro.
Cartel: acordo realizado entre diversas empresas para combinar preços ou cotas de produção em um
determinado mercado, o que prejudica o consumidor final.
Oligopólio: como vimos na aula, o oligopólio acontece em uma situação econômica na qual um
pequeno grupo de empresas domina completamente o mercado e a produção. Esse termo se aplica, com
certeza, ao contexto dos meios de comunicação. No entanto, a questão é clara ao nos mostrar que o termo
a ser usado para preencher a lacuna deve se referir a um modelo indireto ou cruzado, pois uma mesma
empresa teria o controle de diversos meios diferentes de comunicação. Portanto, oligopólio não se aplica
ao item.
Dessa maneira, o monopólio indireto, como vimos, acontece quando uma empresa controla, apesar da
concorrência, grande parte do mercado. No caso da comunicação, isso ocorre quando um mesmo grupo
empresarial possui diversos meios de comunicação espalhados pelo Brasil (rádios, TVs etc.) e eles
normalmente funcionam de forma integrada e dificultam que novas iniciativas ou empresas entrem nesse
mercado.
Gabarito: letra D.
Comentário:
A questão aborda a importância da representação de determinados grupos sociais nos produtos audiovisuais
veiculados nos meios de comunicação social. Assim, ela exige do candidato conhecimentos a respeito das
possibilidades de regulamentação das propriedades de mídia, para que não haja uma visão ou narrativa única
a ser propagada pelos veículos.
A letra A está incorreta porque a regulação da mídia pode atuar a favor da liberdade de expressão quando,
por exemplo, permite que haja espaço no mercado para que iniciativas populares e comunitárias sejam
fortalecidas frente aos grandes grupos comerciais de mídia. Ademais, a afirmativa C está incorreta porque
os meios de comunicação são tanto propriedades da União, como vimos no capítulo a respeito dos
dispositivos constitucionais, quanto recursos explorados por empresas privadas mediante concessão,
autorização ou permissão. A letra D está incorreta porque a sociedade brasileira possui pouquíssimos
dispositivos legais que estruturem a regulação da mídia, em comparação com países como EUA e Reino
Unido. Já a letra E está incorreta porque a propriedade cruzada de meios de comunicação pode realmente
acontecer no nosso país, como no caso do Grupo Globo, por exemplo. Assim, a alternativa correta é a letra
B, ao apresentar corretamente diversos países que possuem legislações avançadas no que tange ao tema da
regulação de mídia.
Gabarito: letra B.
Foi essa regulação que propiciou as condições para que houvesse a convivência, nos Estados Unidos, de três
grandes redes nacionais de televisão aberta − NBC, CBS e ABC −, que alcançaram seu apogeu entre os anos
1960 e 1990. Graças a essa regulação, o mercado norte-americano realizou um projeto público por meio de
empresas privadas, cujo objetivo era fomentar uma esfera pública protegida contra manipulações de
informação engendradas pelo aparato estatal ou pelo poder desmedido das grandes corporações. Com idas
e vindas, erros e acertos, a FCC [Federal Communications Commission] tem servido de anteparo a uma
tendência natural do capitalismo, a concentração do capital (e do poder que daí decorre), e tem se mostrado
capaz de promover na regulação as adaptações que os tempos requerem, conforme as mudanças de padrão
tecnológico.
A regulação dos meios de comunicação realizada dentro de parâmetros liberais, em países como os EUA,
tem como objetivo garantir
A a pluralidade política da informação condicionada à perspectiva das empresas que vencem a
concorrência no setor.
B a homogeneização política da informação e a concorrência econômica saudável entre as empresas
do setor.
C a pluralidade política da informação e a concorrência econômica saudável entre as empresas do
setor.
D a pluralidade política da informação e o controle econômico das empresas atuantes no setor.
E o controle político da informação e a concorrência econômica plenamente livre no setor.
Comentário:
A alternativa A está incorreta porque a pluralidade política deve ser valorizada de acordo com as diferentes
visões e ideias existentes, e não apenas de acordo com a empresa de mídia que vence a concorrência (nesse
caso, não há a pluralidade, mas sim a unanimidade do pensamento político). Além disso, a opção B está
incorreta porque o foco em uma democracia sempre será a diversificação da informação, e não a
homogeneização. Assim, em um contexto neoliberal, a regulamentação ocorre a fim de que se estimule a
concorrência saudável entre as empresas, e não o controle econômico. É por essa razão que a opção D está
incorreta. Ademais, como já vimos nesta aula, não deve existir o controle político da informação em um
contexto democrático, o que invalida a alternativa E. Portanto, a letra C está correta uma vez que relaciona
a regulação da mídia à pluralidade política da informação bem como à concorrência saudável entre empresas
do setor de comunicação.
Gabarito: letra C.
QUESTÕES COMENTADAS
Estão corretas:
A) 1, 2, 3, 4 e 5.
B) 1, 2 e 3, apenas.
C) 1, 3 e 4, apenas.
D) 2, 3 e 5, apenas
E) 2, 4 e 5, apenas.
Comentário:
Veja que os abusos no exercício da liberdade de radiodifusão estão expressos no CBT por meio
do art. 53. Dessa forma, todos os itens apresentados são citados pelo artigo como exemplos de
condutas consideradas abusivas. Por isso, a letra A é o nosso gabarito para a questão.
Gabarito: letra A.
Comentário:
O órgão criado por meio do Código Brasileiro de Telecomunicações é o Conselho Nacional de
Telecomunicações, conforme o art. 14. Ele terá competências para atuar, por exemplo, n o
planejamento do Sistema Nacional de Telecomunicações. Assim, nosso gabarito é a letra C.
Gabarito: letra C.
Comentário:
O item I trata-se de informação mantida (veto derrubado) pelo Congresso Nacional. O item II
consta no art. 53 ao mencionar os abusos contra a liberdade de radiofusão. O item III faz parte do
parágrafo único do art. 53 ao citar a possibilidade de não haver penalidade no caso apresentado.
Logo, todos os itens estão corretos e o nosso gabarito é a letra C.
Gabarito: letra C.
Comentário:
A letra A e a letra C estão erradas justamente porque o CBT não cita/aborda diretamente os
meios de comunicação digital. A letra D está errada porque não há previsão de permissão para
terceirização da competência apresentada. A letra E está errada porque trata-se de procedimento
de competência do Conselho Nacional de Telecomunicações. Assim, a letra B está correta, visto
que está de acordo com o art. 6o, d).
Gabarito: letra B.
Comentário:
O art. 33, parágrafo terceiro, define que o prazo será de 10 anos para radiodifusão sonora e de
15 anos para televisão, podendo ser renovados por períodos sucessivos e iguais. Assim, o
gabarito é a letra B.
Gabarito: letra B.
II – Dentro dos seus limites respectivos, os Estados e Municípios não poderão organizar, regular e
executar serviços de telefones, diretamente ou mediante concessão.
III – Os serviços de telecomunicações, não executados diretamente pela União, poderão ser
explorados por concessão, autorização ou permissão a produtoras de conteúdo cultural com
sede internacional, observadas as disposições da presente lei.
Comentário:
O item I está correto, conforme o art. 7o do CBT.
O item II está errado, visto que há a permissão para tais atividades conforme o art. 13.
O item III está errado, visto que não há menção a produtoras de conteúdo cultural no caso
apresentado pelo item.
O item IV está correto, visto que trata-se de disposição prevista no art. 38, letra E.
Assim, os itens II e III estão errados e o nosso gabarito é a letra B.
Gabarito: letra B.
Comentário:
As práticas presentes nas alternativas A, B e C estão presentes no detalhamento do art. 53. A
respeito da letra D, o CBT diz que críticas ao Estado são permitidas, conforme o art. 54. Assim, a
letra D é o nosso gabarito.
Gabarito: letra D.
Comentário:
O percentual estabelecido pelo CBT para noticiários será de 5% (art. 38, h). Assim, nosso
gabarito é a letra D.
Gabarito: letra D.
Comentário:
Conforme o art. 6o, f), a finalidade de radioamador não está incluída na categoria de serviço
especial. Assim, a letra A está errada e é o nosso gabarito.
Gabarito: letra A.
Comentário:
A letra A está errada porque a concessão será de 10 anos para rádio e 15 anos para TV.
A letra B está errada porque trata-se de competência da União.
A letra C está errada porque trata-se de função vetada para brasileiros que tenham imunidade
parlamentar ou foro especial, conforme o parágrafo único do art. 38.
A letra D está errada porque existe uma série de restrições estabelecidas pelo CBT em relação ao
conteúdo.
A letra E está correta, visto que trata-se das normas dispostas no artigo 33, parágrafo terceiro.
Gabarito: letra E.
QUESTÕES COMENTADAS
Comentário:
Incluí essa questão aqui na nossa lista propositalmente. Apesar de termos estudado o código de ética
publicado pela FENAJ, que é o mais cobrado nos certames, perceba que a questão faz referência a um
documento publicado pela ANJ. No entanto, mesmo sem conhecer em detalhes o conteúdo desse código,
você verá que é possível responder a questão a partir da base de conhecimentos sobre os valores e os
princípios básicos que orientam a legislação de Comunicação Social no Brasil, tais como a liberdade de
imprensa e o direito à informação. Vejamos cada uma das opções apresentadas na questão:
- a alternativa A está errada porque o direito à privacidade, como exposto na Constituição Federal, não é
absoluto e pode ser suprimido em casos de interesse público, por exemplo;
- a alternativa B está incorreta por afirmar que essa distinção deve ocorrer sempre que possível. Contudo, o
correto é que todos os materiais publicitários sejam identificados como tais nos veículos e publicações;
- a letra D está errada porque admite que interesses de terceiros influenciem o trabalho do jornalista que,
por sua vez, deve ter a autonomia e a independência necessárias para conduzir sua investigação jornalística
e a dos fatos;
- a letra E está incorreta porque os jornais devem sim publicar tais contestações, para que haja o direito
espontâneo de resposta em relação ao conteúdo veiculado.
Portanto, a alternativa correta é a letra C, que nos mostra o trabalho imprescindível do jornalista para a
existência da liberdade de expressão e do funcionamento da imprensa no nosso país.
Gabarito: letra C.
Uma das preocupações do Código de Ética do Jornalista Brasileiro é a de garantir que o interesse privado não
prevaleça sobre o interesse público. Especificamente no que diz respeito ao acúmulo das funções de assessor
de imprensa e repórter de veículo jornalístico tradicional, qual é a proibição expressa no Art. 7º, Inciso VI?
a) O jornalista não pode realizar cobertura jornalística para o meio de comunicação em que trabalha sobre
organizações públicas, privadas ou não governamentais, das quais seja assessor, empregado, prestador de
serviço ou proprietário, nem utilizar o referido veículo para defender os interesses dessas instituições ou de
autoridades a elas relacionadas.
b) O jornalista não pode aceitar ou oferecer trabalho remunerado em desacordo com o piso salarial, a carga
horária legal ou tabela fixada por sua entidade de classe, nem contribuir ativa ou passivamente para a
precarização das condições de trabalho.
==0==
c) O jornalista não deve acumular funções jornalísticas ou obrigar outro profissional a fazê-lo, quando isso
implicar substituição ou supressão de cargos na mesma empresa. Quando, por razões justificadas, vier a
exercer mais de uma função na mesma empresa, o jornalista deve receber a remuneração correspondente
ao trabalho extra.
d) O jornalista não pode divulgar informações obtidas de maneira inadequada, como o uso de identidades
falsas, câmeras ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas
todas as outras possibilidades de apuração.
Comentário:
O Art. 7º, Inciso VI do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros diz que o jornalista não pode " VI - realizar
cobertura jornalística para o meio de comunicação em que trabalha sobre organizações públicas, privadas
ou não-governamentais, da qual seja assessor, empregado, prestador de serviço ou proprietário, nem
utilizar o referido veículo para defender os interesses dessas instituições ou de autoridades a elas
relacionadas;”. Assim, a alternativa que responde à questão é a letra A.
Gabarito: letra A.
De acordo com o Art. 12, Inciso I, do Código de Ética do Jornalista Brasileiro, o jornalista deve “[...] ouvir
sempre, antes da divulgação dos fatos, o maior número de pessoas e instituições envolvidas em uma
cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de acusações não suficientemente
demonstradas ou verificadas”. A exceção a essa norma são as
Comentário:
O jornalista deverá sempre buscar ouvir a maior quantidade de fontes possível, no entanto, deve respeitar
o processo de coleta de informações e apuração realizados pelas assessorias de imprensa. Logo, a alternativa
correta é a letra C.
Gabarito: letra C.
Em 2007, o novo Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros foi aprovado no Congresso Extraordinário da
categoria. Entre as diversas alterações, em relação ao direito à informação, destaca-se a concepção da
divulgação da informação precisa e correta, que é de responsabilidade:
c) dos jornalistas, que devem se opor ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os
princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
d) dos jornalistas, que devem respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão.
Comentário:
Gabarito: letra A.
Embora não tenham força de lei, os códigos de ética que regem os profissionais de comunicação baseiam-se
no direito à informação, que inclui o direito de informar, a liberdade de imprensa e o direito do cidadão de
ser informado e de ter acesso à informação.
Comentário:
A afirmativa está correta. Os códigos de ética realmente não possuem força de lei, contudo, devem ser
seguidos pelos profissionais e pelas empresas que atuam nos setores relacionados aos documentos citados.
Assim, o item faz referência ao conteúdo do art. 1º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros (FENAJ),
que afirma que o código tem como base “o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange seu
o direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação”.
Gabarito: certo.
Comentário:
Em princípio, essa questão pode ser considerada um tanto quanto polêmica porque a alternativa A, que é a
correta, foi apresentada de forma incompleta em relação ao código de ética. Entretanto, mesmo assim ela
foi considerada válida pela banca examinadora. Como vemos no art. 1º desse documento, o código de ética
“tem como base o direito fundamental do cidadão à informação”. Assim, as outras opções ali relacionadas
não apresentam ligação expressa com o código de ética citado pelo enunciado da questão. Portanto, a
alternativa que o examinador divulgou como correta é a letra A.
Gabarito: letra A.
III. A opinião manifestada em meios de informação deve ser exercida com responsabilidade.
De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, aprovado em 04 de agosto de 2007, está correto
o que se afirma em
A I, apenas.
B I e II, apenas.
C I e III, apenas.
D II e III, apenas.
E I, II e III.
Comentário:
A questão aborda os conhecimentos do candidato a respeito das responsabilidades que o jornalista deve ter
ao exercer a sua profissão, que estão expressas no capítulo III do código. Portanto, ao analisarmos os itens,
vemos que a afirmação I está errada porque o jornalista é responsável por toda a informação que divulga.
Contudo, caso esse conteúdo seja alterado por seu editor ou por terceiros, a responsabilidade será do autor
da alteração (e não do jornalista, como afirma a questão). Ao analisarmos os itens II e III, vemos que eles são
uma cópia literal dos artigos 9º. e 10 do código de ética, respectivamente. Portanto, a alternativa correta é
a letra D.
Gabarito: letra D.
Comentário:
De acordo com o código de ética citado, o jornalista tem sim o direito de resguardar o sigilo da fonte se assim
considerar conveniente (Art. 5º). Portanto, questão correta.
Gabarito: certo.
Comentário:
De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, o jornalista deverá “opor-se ao arbítrio, ao
autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos
Humanos” (Art. 6º, inciso I). Portanto, questão correta.
Gabarito: certo.
Comentário:
A questão cobrou um conhecimento mais literal do candidato a respeito da organização e do conteúdo dos
dispositivos do código de ética. Assim, no art. 2º, inciso III, o código cita que, pelo fato de a liberdade de
imprensa ser um direito e um pressuposto para que o jornalismo exista, é preciso que os jornalistas estejam
compromissados com a responsabilidade social no exercício de suas funções profissionais. Portanto, questão
correta.
Gabarito: certo.
Comentário:
Ao analisarmos as afirmativas, perceberemos que o item I está incorreto porque o código de ética é claro,
no art. 5º, a respeito do direito do jornalista de resguardar o sigilo da fonte e não abre exceções para casos
como investigações policiais. Além disso, o art.7º, inciso IV, afirma que ao jornalista não é permitido “expor
pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identificação, mesmo que parcial,
pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho ou residência, ou quaisquer outros sinais”. Os itens II,
III e IV estão expressos corretamente na questão e estão de acordo com os dispositivos I, II e VIII,
respectivamente, do art. 6º do Código de Ética. Portanto, a letra D é a alternativa correta.
Gabarito: letra D.
Comentário:
A alternativa A está incorreta porque um dos deveres do jornalista, de acordo com o disposto no art. 6º,
inciso I, é opor-se contra a opressão e o autoritarismo. Já a alternativa B está em discordância com o art. 7º,
inciso I, que afirma que o jornalista não pode, em nenhuma hipótese, aceitar receber menos do que o piso
salarial da categoria, já que isso pode estar relacionado ao processo de precarização das atividades da
profissão. A alternativa C também está errada porque o jornalista não deve acumular diferentes funções no
âmbito de uma empresa: quando isso acontecer, deve ser por razões justificadas e o profissional deve
receber o valor extra correspondente às atividades adicionais exercidas (Art. 14, inciso I). Além disso, a
alternativa D está incorreta porque o jornalista não pode impedir a manifestação de ideias divergentes (Art.
7º, inciso III). Portanto, a opção correta é a letra E, que expõe corretamente o conteúdo do art. 7º, inciso IV.
Gabarito: letra E.
QUESTÕES COMENTADAS
Comentário:
Em junho de 2009, o STF decidiu que o diploma de jornalista não constitui requisito obrigatório para que a
profissão seja exercida no Brasil. No mesmo ano, a Corte decidiu que a Lei de Imprensa, de 1967, é
inconstitucional e, por essa razão, não pode ser recepcionada pela CF/88. Portanto, a alternativa que
apresenta as informações corretas a respeito do assunto do enunciado da questão é a letra E.
Gabarito: letra E.
Comentário:
De acordo com o decreto citado no enunciado da questão, o repórter de setor é o profissional responsável
por “colher notícias ou informações sobre assuntos predeterminados preparando-as ou redigindo-as para
divulgação”, conforme o art. 11, inciso IV. Assim, a alternativa correta é a letra C.
Gabarito: letra C.
Comentário:
Ao verificarmos as disposições do art. 19, verificamos que a prestação de serviços jornalísticos gratuitos ou
com pagamentos simbólicos é considerada uma fraude no exercício profissional, pois desrespeita a legislação
trabalhista e as disposições do decreto. Portanto, a alternativa correta é a letra E.
Gabarito: letra E.
Comentário:
Parece que já vimos essa questão antes, não é mesmo? Veja como a questão 29, que resolvemos
anteriormente, se assemelha a ela. Essa é uma das características da banca FCC: repetir o conteúdo de
questões, trocando apenas poucas palavras ou enunciados. Portanto, isso reforça como a resolução de
questões de anos anteriores é indispensável para que se obtenha um bom resultado em concursos. Dito isso,
com base no art. 11, inciso IV, do decreto citado percebemos que a função exigida pelo comando da questão
é a de repórter de setor. Assim, a alternativa D é a opção correta para relacionar função e cargo nesse caso.
Gabarito: letra D.
Comentário:
Essa questão parece complicada, mas bastava lembrar que o decreto não cita funções como Repórter de TV
e Repórter de Web, por exemplo. Com isso em mente, já conseguimos eliminar as alternativas incorretas e
temos apenas a letra A, que exemplifica de forma assertiva as funções descritas no art. 11 do decreto.
Gabarito: letra A.
Comentário:
A questão cobrou do candidato o conhecimento literal de diversos artigos do decreto. As afirmativas I, II e III
estão corretas, pois estão em concordância com o disposto no art. 3º da legislação. Portanto, a alternativa E
é a mais adequada nesse caso.
Gabarito: letra E.
RESUMO
• Competências:
o Poder Executivo: outorgar e renovar concessão, permissão e autorização;
o Congresso Nacional: apreciar ato do Executivo.
• Casos de não renovação: depende de aprovação de, no mínimo, 2/5 do Congresso Nacional.
• Prazos de concessão ou permissão:
o Rádios: 10 anos;
o Emissoras de televisão: 15 anos.
RESUMO
RESUMO
• Horizontal: mesmo grupo é dono de diversos veículos que atuam no mesmo setor;
• Vertical: quando o mesmo grupo empresarial controla diversas etapas do processo de produção
audiovisual;
• Cruzada: mesmo grupo é proprietário de diversos veículos de comunicação em setores distintos.
Concentração da mídia: Argentina, França e Reino Unido possuem legislações para regular o setor e
==0==
RESUMO
RESUMO
DECISÕES DO STF
DECRETO 83.284/79