Diretorio Dos Sacramentos

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Sumário

APRESENTAÇÃO……………………………......................................................2
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ.............................................................................3
I. Introdução...........................................................................................3
II. Iniciação à Vida Cristã, Dom de Deus...............................................4
III. A Conversão: Resposta ao Dom de Deus.........................................4
IV. A Iniciação à Vida Cristã Através da Igreja.......................................4
V. Itinerário de Preparação Segundo o RICA (Ritual de Iniciação
Cristã de Adultos)............................................................................................5
SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÁ.........................................7
I. SACRAMENTO BATISMO...................................................................7
I.1. Fundamentação Bíblico-Teológica......................................................................7
I.2. Normas Pastorais para o Sacramento do Batismo..................................................8
a. A inscrição para o batismo..................................................................................8
b. Itinerário de preparação para pais e padrinhos.......................................................8
c. A Celebração do Batismo.................................................................................11
I.3. Disposições gerais...........................................................................................21
II. SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO OU CRISMA..........................23
II.1. Fundamentação Bíblico-Teológica do Sacramento da Crisma...............................23
II.2. Normas Pastorais para o Sacramento da Crisma/Confirmação..............................24
II.3. Disposições gerais...........................................................................................30
III. SACRAMENTO DA EUCARISTIA.....................................................32
III.1. Fundamentação Bíblico-Teológica do Sacramento da Eucaristia ...........................32
III.2. Normas Pastorais para o Sacramento da Eucaristia..............................................34
III.3. A Iniciação à Vida Eucarística (IVE/Primeira Comunhão)...................................38
III.4 Disposições Gerais..........................................................................................43
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA..............47
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ NA CATEQUESE COM ADULTOS..................49
SACRAMENTOS DE SERVIÇOS...................................................................51
I. SACRAMENTO DE MATRIMÔNIO...................................................51
SACRAMENTOS DE CURA............................................................................70
I. SACRAMENTO DA PENITÊNCIA.....................................................70
II. SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS...............................76
REFERÊNCIAS...............................................................................................81

1
APRESENTAÇÃO

O múnus episcopal encontra o seu grave e inesquecível dever no teológico “tripé”


do ensinar, governar e santificar, conforme nos ensina a todos a Santa Igreja, Mãe e
Mestra. Como sucessores dos Apóstolos, os bispos devem guardar, íntegra, a fé da Igreja,
porque ela a recebeu como revelação de inexprimível valor por parte de Cristo, Fundador
e Esposo da Senhora Católica, a Eleita (cf. 2Jo 1).
Como indigno guardião da fé Católica, com magna alegria, apresento a todos os
meus diocesanos o tão aguardado Diretório para os Sacramentos de nossa Igreja
particular. Nele, exponho, a partir de brevíssima catequese, os ensinamentos dos mistérios
sacramentais, que realizam no cristão o que significam, na tentativa de, pela consciência
de quem os concede e recebe, levar a todos à contemplação de tais riquezas da graça
divina, despertando entusiasmos nas almas, criando apóstolos do Reino de Deus.
Na qualidade de servo, enquanto bispo, também regulo as práticas sacramentais
na parcela do único rebanho do Senhor confiado à minha solicitude apostólica. Assim, é
meu desejo orientar os pastores – presbíteros e diáconos – e a todos os fiéis sobre os
procedimentos diante de administrar os sacramentos na Arquidiocese de Aracaju, haja
vista a autoridade que recai sobre os meus ombros.
Pelo presente Diretório Sacramental, recordo-me da minha obrigação de dar
sempre o exemplo, na caridade, da santidade. Esta exigência, além da humildade e
simplicidade de vida, impele-me à promoção, com todas as minhas energias (contando,
sobretudo, com a assistência da graça do Alto, de quem estou a serviço), do
aperfeiçoamento dos fiéis sob a minha cura pastoral, de acordo com a vocação específica
de cada um deles, para o seu crescimento espiritual. No meu dever de santificar, devo
fazer justiça à responsabilidade de que sou o principal dispensador dos mistérios de Deus
na Igreja aracajuense, auxiliado pelos meus indispensáveis e zelosos cooperadores, os
presbíteros e os diáconos.
Sou grato a Deus pelas inúmeras iniciativas e contributos ao longo dos anos em
que foi pensado e elaborado o Diretório ora apresentado! Peço, humildemente, que o
obedeçam com religioso acatamento nas paróquias e comunidades desta Arquidiocese,
deixando-se levar pelo amor a Deus, à Igreja e aos irmãos! Que este documento seja
piamente estudado por todos para que possamos celebrar os divinos mistérios com clara
consciência do que estamos a fazer, sempre em nome de Cristo e da Sua Igreja, para a
salvação das almas.

Dado em Aracaju, aos 08 de dezembro de 2021, Solenidade da Imaculada


Conceição, Padroeira Arquidiocesana, quinto ano do meu episcopado na Igreja
aracajuana.

Dom João José Costa


Arcebispo Metropolitano

2
DIRETÓRIO LITÚRGICO–SACRAMENTAL
ARQUIDIOCESE DE ARACAJU

INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ


I. Introdução
1. Ao apresentar as normas que deverão regular e salvaguardar a dignidade e o sentido
da Iniciação à Vida Cristã (IVC), a Arquidiocese de Aracaju se dirige aos fiéis que,
movidos pela fé, procuram nossas paróquias para pedir os Sacramentos da IVC, a
fim de crescer em santidade, à qual todos os discípulos de Jesus são chamados;
2. Hoje, a Igreja torna ainda mais evidente a necessidade de uma boa acolhida dos fiéis,
a fim de experimentarem o acolhimento do Cristo Jesus. Desse modo, intuímos uma
permanente reflexão sobre a “pastoral de conservação” (DAp, 2007, n. 370). Durante
tempos, vivemos um certo hábito de “imediatismos” sacramentais para a Iniciação à
Vida Cristã, tornando ainda mais frequente os aspectos que banalizam os Ritos
Sagrados, aproximando-os a meros atos sociais ou de conveniência e de costume, ou
até de ostentação do “status” da família;
3. Tais práticas estão dissociadas das orientações propostas pela Conferência de
Aparecida, a qual considerou “que o processo catequético de formação adotado pela
Igreja para a iniciação cristã seja assumido em todo o Continente como a maneira
ordinária e indispensável de introdução na vida cristã e como a catequese básica e
fundamental” (Ibid., p. 294). Para isso, aponta o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos
(RICA) como referência desse processo (DAp, 2007, p. 293);
4. Portanto, o Diretório que ora apresentamos objetiva orientar sobre normas e diretrizes
básicas e fundamentais para a preparação dos candidatos e celebrações dos
Sacramentos na Arquidiocese de Aracaju.
5. A catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã é o caminho proposto pela Igreja para
nosso tempo. Seus pilares estão sedimentados no imensurável projeto de Deus para o
ser humano, cuja revelação se faz em seu amor. Por esse motivo, conforme nos faz
refletir o estudo 97 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB, 2009), a
iniciação à vida em Cristo deve conduzir à conversão pessoal e a uma real
participação no compromisso de transformação comunitária e social, onde o amor
seja assumido num itinerário de (re)encontro e o retorno à casa do Pai, que nos faz
mergulhar na experiência visível do seu amor pelos Sacramentos;
“Pelos Sacramentos da Iniciação Cristã – Batismo, Confirmação e

3
Eucaristia – são lançados os fundamentos de toda vida cristã. ‘A
participação na natureza divina, que os homens recebem como dom,
mediante a graça de Cristo, apresenta uma certa analogia com a
origem, o desenvolvimento e a sustentação da vida natural. Os fiéis, de
fato, renascidos no Batismo, são fortalecidos pelo Sacramento da
Confirmação e, depois, nutridos com o alimento da vida eterna na
Eucaristia. Assim, por efeito destes sacramentos da iniciação cristã,
estão em condições de saborear cada vez mais os tesouros da vida divina
e de progredir até alcançar a perfeição da caridade.’” (CIC, 1993, n.
1212).

“Os Sacramentos do Batismo, da Confirmação e da santíssima


Eucaristia, acham-se de tal forma unidos entre si, que são
indispensáveis para a plena iniciação cristã.” (CDC, 2008, cân. 842,
§2).

II. Iniciação à Vida Cristã, Dom de Deus


6. A Iniciação à Vida Cristã é, acima de tudo, um dom de Deus, mediante a graça de
Jesus Cristo e por mediação da Igreja. É a inserção da pessoa no mistério de Cristo,
morto e ressuscitado por meio da fé e dos Sacramentos (CIC, 1993, n. 1275);
7. Este novo nascimento, esta nova vida na qual o ser humano está envolvido, esta
participação no Mistério Pascal de Cristo e a sua participação na natureza divina, é a
essência e o coração da Iniciação à Vida Cristã.

III. A Conversão: Resposta ao Dom de Deus


8. A Iniciação à Vida Cristã é teândrica, ou seja, simultaneamente é ação de Deus e
resposta do ser humano. Mediante a Iniciação à Vida Cristã, Deus vem ao nosso
encontro, aproxima-se, chama-nos a viver em comunhão com Ele. O ser humano, por
sua vez, aceita e acolhe livremente esse dom de Deus e se entrega a Ele com
confiança. Assim, a Iniciação à Vida Cristã é um dom de Deus que requer certamente
nossa resposta através da conversão (DAp, 2007, n. 286). Isso porque a Fé, é também,
“um dom destinado a crescer no coração dos crentes” (CNBB, 1998, p. 56), o que dá
origem a um processo de conversão permanente que dura a vida inteira, como nos
ensinou Santo Agostinho no IV século: “O Deus que nos criou sem o nosso
consentimento, não pode nos salvar senão com o nosso consentimento” (Sermo 169,
11.13).

IV. A Iniciação à Vida Cristã Através da Igreja


9. A inserção no mistério de Cristo e da Igreja, assim como a transformação radical da
pessoa humana, realiza-se mediante a Igreja e na Igreja, ou seja, tem lugar no âmbito

4
da Comunidade de fé: nela é engendrada a vida divina, e nela, e a ela deve dar a
acolhida e a resposta livre ao dom de Deus. É com a inserção na Igreja que a pessoa
passa a compreender o significado da natureza radical da existência cristã, de modo a
amadurecer e desenvolver sua fé, de forma viva em serviço das pessoas e da
sociedade. A iniciação é um encontro da Igreja com o iniciado e desse com a Igreja.
Por isso, a melhor prova de ser um cristão é pertencer de forma efetiva e afetiva à
comunidade cristã. Em outras palavras: o lugar da Iniciação à Vida Cristã é a
comunidade de fé!;
10. A Iniciação à Vida Cristã é um itinerário que introduz o fiel no Mistério de Cristo e
na vida da Igreja, preparando-o para compreender a Palavra de Deus, celebrar a
Sagrada Liturgia e viver em comunhão com o Senhor e com os irmãos como membro
do Corpo de Cristo, que é a Igreja. Com os Sacramentos do Batismo, Confirmação e
Eucaristia são colocados os fundamentos de toda a vida cristã (CIC, 1993, n. 1212);
11. O Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA, 2013, n. 8) afirma que a Iniciação é
a primeira participação sacramental na Morte e Ressurreição de Cristo. O Apóstolo
Paulo fala dessa realidade quando o cristão é inserido em Cristo (Cf. Rm 6, 1-14) e
na comunidade eclesial. Morrer, ser Sepultado e Ressuscitar, constitui o núcleo da fé
cristã e, através dos sacramentos da iniciação, o cristão é associado à vida de Cristo.
A disposição para viver essa realidade é fundamental para seguir e caminhar com
Jesus Cristo e ser seu discípulo missionário (Cf. Mc 10,38).

V. Itinerário de Preparação Segundo o RICA (Ritual de Iniciação Cristã de


Adultos)
12. O itinerário catecumenal segundo o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA) é
um caminho que, gradativamente, insere a pessoa no Mistério de Cristo e,
consequentemente, na Comunidade eclesial, através de uma catequese articulada
com as celebrações do Mistério Pascal. Esse itinerário estrutura-se basicamente em
Tempos e Celebrações;
13. O Querigma – como primeiro Tempo, consiste no anúncio da Boa Nova para as
pessoas que não conhecem Jesus Cristo e não têm a experiência de vida em uma
comunidade de fé. Pode acontecer através das ações pastorais, de um convite ou
atendimento aos interessados que procuram a Comunidade, ou ainda, através do
diálogo acolhedor e esclarecedor para quem deseja tornar-se cristão. O Querigma
ajuda a pessoa a despertar para a fé em Jesus Cristo, suscitando o desejo de conhecê-

5
lo mais profundamente, habilitando-o assim para o ingresso no
Catecumenato/Catequese;
14. Cada tempo vivido pelo catecúmeno/catequizando pressupõe a realização do tempo
anterior, de forma que a Celebração de Entrada no Catecumenato/Catequese não pode
acontecer sem o Querigma. É necessário que os catecúmenos/catequizandos sejam
apresentados à comunidade, em uma celebração dominical, como início do
Catecumenato/Catequese;
15. O Catecumenato/Catequese – esse segundo Tempo evidencia o exercício da vida
cristã através das atividades formativas recepcionadas pelos candidatos (Ibid., n. 19).
O RICA prevê várias celebrações que introduzem o catecúmeno/catequizando à vida
litúrgica com a vivência gradual de símbolos e ritos. A Bíblia e o Catecismo da Igreja
Católica são as principais fontes dos conteúdos a serem abordados durante o tempo
do Catecumenato/Catequese (CNBB, 2005, n. 45);
16. A Purificação e Iluminação – sendo esse o terceiro Tempo, inicia-se com a
Celebração da Eleição e prossegue com as outras celebrações previstas no RICA ou
inspiradas a partir deste, preparando de forma imediata a Celebração dos
Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia);
17. A Celebração da Vigília Pascal é o ápice de todo o processo vivido anteriormente.
Quando a Celebração dos Sacramentos de Iniciação Cristã acontece fora da
Solenidade Pascal, devem-se seguir as orientações do Ritual de Iniciação Cristã de
Adultos (RICA, 2013, n. 208-234);
18. A Mistagogia – como quarto Tempo desse itinerário, o novo membro da Igreja é
plenamente inserido no Mistério de Cristo, integrando-se à vida da Igreja. A partir
deste tempo, o fiel recém-iniciado na vida cristã (RICA, 1993, n. 235-239) deve
participar ativamente dos sacramentos. Saliente-se para o que fundamenta o Ritual
de Iniciação Cristã de Adultos a cerca desse Tempo (2013, n. 235):
Para que sejam mais seguros os primeiros passos dos neófitos [...] ou
dos inseridos à vida eucarística, [...] é desejável que em todas as
circunstâncias estes sejam ajudados com atenção e amizade pela
Comunidade dos fiéis, padrinhos [se houver] e pastores. Tenha-se todo
o empenho em assegurar-lhes uma completa e feliz integração na
Comunidade.

6
SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÁ

I. SACRAMENTO BATISMO

I.1. Fundamentação Bíblico-Teológica

19. O Batismo é o fundamento da vida cristã e a porta que dá acesso aos demais
sacramentos. “Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos
de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, e somos incorporados à Igreja e feitos
participantes de sua missão [...]” (CIC, 1993, n. 1213);
20. Pelo Batismo, a Igreja atualiza o mandato do Senhor: “Ide, portanto, e fazei que todas
as nações se tornem discípulas, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo” (Cf. Mt 28,19). Ainda assim:

[...] a Igreja nada tem de mais importante e de mais próprio, do que


despertarem todos os catecúmenos, pais ou padrinhos dos batizados,
àquela fé verdadeira e ativa, pela qual, dando sua adesão a Cristo,
iniciam e confirmam o pacto da nova aliança.” (RICA, 2013, n. 3).

21. Seguindo a vontade de Cristo, a prática da Igreja foi batizar, visto que em mais de
uma ocasião, vemos a exortação dos Apóstolos: “convertam-se e recebam o Batismo”
(cf. At 2,37-41; 8,12-17). A celebração do Batismo, tal como de outros sacramentos,
não é uma função privada, mas uma celebração da Igreja, e devemos colaborar
pastoralmente para que assim o seja de fato;

22. O batizado nasce numa comunidade de fiéis, agrega-se à comunidade para receber
os sacramentos, ser alimentado com a Palavra de Deus, ser sustentado pelos outros
auxílios espirituais da Igreja, professar diante dos homens a fé e participar da
atividade apostólica e missionária do povo de Deus 1. A vida nova de comunhão,
inaugurada no Batismo, deve crescer e desenvolver-se historicamente, através da
educação permanente da Fé. A Palavra de Deus, a Eucaristia e a Comunhão fraterna
são alimentos necessários para a vida do batizado. Por isso, o lugar próprio da
celebração será a Paróquia, como rede de comunidades acolhedoras das famílias
cristãs. Pelo Batismo, todos participamos da mesma missão de Jesus: somos feitos
um povo sacerdotal (cf. 1Pd 2,8-9; Ap 1,6; 5,10);

23. Onde se concretiza a missão sacerdotal do batizado? Na vida cotidiana, na família e


no trabalho; no serviço à Comunidade e no engajamento na sociedade. O batizado é

1
CIC, 1993, n. 1269.

7
chamado a fazer na Comunidade a experiência de seguir a Jesus Cristo: Profeta,
Sacerdote e Pastor.

I.2. Normas Pastorais para o Sacramento do Batismo


a. A inscrição para o batismo

24. Quanto às inscrições, que estas sejam programadas na paróquia e/ou comunidades
de modo que os catequistas e demais envolvidos no processo de preparação tenham
tempo hábil para organizar com zelo, dedicação e primor litúrgico-catequético, o
itinerário a ser realizado com as famílias;

25. No caso dos pais que, por razões justas, não podem inscrever seus filhos para o
Batismo no dia e hora determinados pela Paróquia, os mesmos sejam acolhidos,
noutro momento, pelos catequistas ou mesmo pelo secretário paroquial. Por serem
de fundamental importância a cordialidade e a atenção no acolhimento aos pais, as
pessoas que os atendem devem ser devidamente preparadas para esse momento
(secretário paroquial, catequistas e coordenadores de comunidades);

26. Para tanto, é indicado que se prepare um folheto a ser entregue aos pais com todas as
orientações sobre os passos do processo de preparação batismal, contendo: o sentido
e a natureza do Batismo, critérios para a escolha dos padrinhos (caso existam), dias,
horários e locais da preparação e da celebração do Batismo, entre outras orientações
essenciais para devida preparação. Ademais, estando a Paróquia dividida em
pequenas comunidades, a inscrição poderá ser feita na própria comunidade,
valorizando assim as famílias nas suas comunidades de origem;
27. No caso de pais/responsáveis em situação canônica irregular, segue-se
normalmente o processo, com a necessidade de que esses apresentem a certidão de
nascimento da criança, a fim de que não haja discordância quanto à data e local do
seu nascimento, do seu nome e do nome de seus pais. Na ficha de inscrição deve
constar: o endereço completo dos pais da criança, os nomes e endereços dos
padrinhos (caso existam), para possibilitar o futuro acompanhamento, dentre outras
informações, a critério do sacerdote e catequistas.

b. Itinerário de preparação para pais e padrinhos


28. Tendo em conta a importância do Sacramento do Batismo para a vida de cada pessoa
e da comunidade eclesial, é imprescindível que se proporcione ao batizando (quando

8
canonicamente adulto), bem como aos pais e padrinhos (caso existam) um itinerário
de preparação, de tal forma que se crie e se forme uma consciência verdadeiramente
cristã, favorecendo a inserção desses novos membros na vida eclesial, estimulando a
pertença à comunidade.
29. É oportuno que, no decurso do itinerário de preparação, as famílias dos batizandos
sejam apresentadas à comunidade paroquial por ocasião da celebração da Santa
Missa. O celebrante fará especial referência à presença das famílias dos batizandos e
convidará a assembleia para participar da celebração do Batismo. A comunidade
paroquial, por sua vez, cuide com dedicação e zelo da recepção aos pais e padrinhos
(caso existam) dos batizandos, especialmente quando da realização do itinerário de
preparação, fazendo-os se sentirem membros da comunidade celebrante.
30. O itinerário de preparação de pais e padrinhos é um serviço de apoio, incentivo e
colaboração que a comunidade paroquial oferece aos pais, na sua missão de primeiros
e principais educadores dos filhos na fé. Portanto, essa preparação não pode se
restringir ao momento da Celebração do Batismo.
31. Catequistas e demais agentes diretamente envolvidos no processo, sejam
devidamente preparados, cuidando da necessária maturidade humana e cristã, a fim
de que possam acolher e ajudar na formação cristã da família do batizando e na sua
frutuosa recepção, celebração e vivência do Sacramento do Batismo.
32. O itinerário de preparação com as famílias interessadas e os respectivos padrinhos
(caso existam), compõe-se, no mínimo, de quatro momentos:

o 1º encontro(s)/visita(s) pré-batismal(is) domiciliar(es);


o 2º encontro(s)/catequético(s) pré-batismal(is) na igreja;
o 3º encontro/celebrativo do Sacramento;
o 4º encontro(s)/visita(s) pós-batismal(is) domiciliar(es).

33. Cada encontro evidencia critérios a serem observados e seguidos, a fim de que se
alcance a eficácia da preparação de todos que caminham nesse processo itinerante.
Com isso, esclarecemos algumas das especificidades de cada momento:

o 1º Encontro(s)/visita(s) pré-batismal(is) domiciliar(es):

34. As visitas domiciliares serão de grande valia à conscientização pessoal e comunitária.


Essas visitas serão realizadas pelos introdutores/acompanhantesi, que podem ser:
grupos, pastorais, movimento ou pessoas da comunidade devidamente preparadas e
envolvidas no processo.

9
35. No(s) encontro(s)/visita(s) domiciliar(es), seja anunciado o QUERIGMA para que as
famílias tenham a oportunidade de conhecer a Deus, Trindade Santa: o amor do Pai,
escutando o Filho e se deixando guiar pela ação do Espírito Santo, para que façam
uma experiência verdadeira com Jesus e decidam segui-Lo. Nesse Tempo do
QUERIGMA, apresente-se a mensagem que transmita ao menos seis experiências
básicas: DEUS O AMA, com amor incondicional, mas seu PECADO o impede de
sentir esse amor. Entretanto, Ele já o perdoou e LIBERTOU pela Morte e
Ressurreição de Cristo Jesus. A única coisa que você deve fazer é CRER, ter FÉ e
CONVERTER-SE a fim de receber seu amor, que é o ESPÍRITO SANTO, e possa
viver na família de Deus, fazendo parte da COMUNIDADE.

o 2º Encontro(s)/catequético(s) pré-batismal(is) na igreja:

36. O(s) encontro(s) catequético(s), proporcionados pelos Catequistas, seja(m)


realizado(s) em lugar adequado, que priorize o acolhimento e bem-estar na medida
do possível.
37. Desse modo, favoreça-se a participação dos pais e padrinhos (caso existam) no(s)
encontro(s), de modo a ser disponibilizado um espaço físico agradável onde as
crianças possam ser acolhidas. Nesse caso, recomenda-se que haja catequistas ou
membros de outros grupos disponíveis durante o(s) encontro(s), a fim de que cuidem
das crianças, quando, em casos excepcionais, os pais não conseguirem deixá-las em
casa.
38. No(s) encontro(s) catequéticos, procure-se também o emprego de meios que lhes deem
dinamicidade, evitando-se a monotonia de mera exposição de temas teóricos. Os
temas catequéticos a serem apresentados, abordem os seguintes aspectos:

• A pessoa de Jesus Cristo (Vida, Prática, Missão), anunciada como a Boa Notícia;
• O valor dos Sacramentos, sinais eficazes da graça de Deus e principais meios de
santificação por vontade divina, com um enfoque maior para o Sacramento do
Batismo, necessário para a salvação e para a inserção, como pessoa, no Mistério de
Cristo e na comunidade eclesial católica;
• Cuidadosa explicação dos ritos e símbolos batismais e do seu profundo significado
para a vida cristã;
• A sensibilização da vivência na comunidade paroquial, podendo ajudar a família
na sua própria vida e na educação dos filhos.

10
o 3º Encontro/celebrativo do Sacramento:
39. O encontro para a Celebração do Sacramento do Batismo seja devidamente
preparado conforme as normas litúrgicas contidas no Ritual de Batismo de Crianças2.
40. Catequistas, equipe de liturgia e demais agentes organizem a celebração com zelo
pastoral, catequético, litúrgico de modo a proporcionar às famílias um momento
celebrativo que lhes transmitam toda a beleza e profundidade do ato que estão a
celebrar.

o 4º Encontro(s)/visita(s) pós-batismal(is) domiciliar(es):

41. Na(s) visita(s) domiciliar(es) pós-batismal(is), sejam aprofundados com a família a


vivência do Batismo e o sentido da comunidade cristã como espaço de vivência da fé.
Que a vida iluminada pela Palavra e pela Fé possa encontrar um novo sentido, ou
mesmo, que possa “rejuvenescer” o sentido que já tem. Oportuno será
introduzir/reavivar os membros de cada família num caminho de entendimento e
intimidade com a Palavra de Deus.
42. Na impossibilidade física dos pais em cumprir o horário previsto para os encontros
de preparação, os catequistas procurem criar uma oportunidade a fim de que não lhes
faltem essa devida preparação para o Batismo de seus filhos. Se isto não for possível,
sejam orientados/encaminhados para outra Paróquia mais próxima,cujo horário atenda
suas disponibilidades de tempo. Nesses casos, é importante evidenciar a formalidade
com que a comunicação entre todos os envolvidos se dará, a exemplo de carta
documental, ou outro meio possível.
43. No(s) encontro(s)/catequético(s) na igreja e no encontro/celebrativo do
Sacramento a presença dos padrinhos (caso existam), é imprescindível. Nos
encontros domiciliares é aconselhável3.

c. A Celebração do Batismo
44. O Sacramento do Batismo, por imprimir caráter indelével, uma vez recebido
validamente, não pode ser reiterado. Daí porque sempre se deve ter em conta a
validade ou não do Batismo administrado pelas comunidades cristãs não-católicas.
45. A Sagrada Liturgia, ação sacerdotal de Cristo Total, Cabeça e membros, compreende
gestos e palavras, espaços e vestes, pois toda ela é simbólico-mistagógica, que ao

2
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Ritual de Batismo de Criança. São Paulo, Paulinas, 2008.
3
Cf. Ritual de Batismo de Crianças, 2008, n. 25.

11
mesmo tempo revela e esconde.
46. Não havendo perigo de morte, o Sacramento do Batismo deve ser administrado
observando-se fielmente o rito prescrito nos livros litúrgicos aprovados e as
orientações contidas neste Diretório. Ninguém tem o direito de lhes acrescentar,
suprimir ou modificar seja o que for por sua própria iniciativa.
47. O Sacramento do Batismo pode ser conferido por imersão, que demonstra mais
claramente a participação na Morte e Ressurreição do Senhor Jesus, ou por infusão.4
48. Fora do caso de necessidade, a água com a qual se administra o Batismo dever ser
limpa e benta, de acordo com as normas litúrgicas pelo oficiante da celebração. Os
Santos Óleos, utilizados na celebração do Batismo, devem ser recentes e conservados
em lugar digno.5
49. Em toda a Arquidiocese de Aracaju, o Batismo deve ser celebrado na Igreja Matriz
ou em suas Capelas. Nas comunidades vinculadas à Paróquia e que não tenham ainda
o seu templo, o Batismo pode ser administrado num lugar digno, a critério do Pároco.
Fora do caso de extrema necessidade, fica expressamente proibida a celebração do
Batismo em casas particulares e quaisquer outros locais (clubes, fazendas, etc.).
50. Na Igreja Matriz e suas Capelas, a Pia Batismal deve se encontrar em local próprio,
visível a todos os envolvidos no batismo, pois é de lá que brota a vida nova do cristão
que procede da água e do Espírito Santo.6
51. Encerrado o tempo litúrgico da Páscoa do Senhor, o Círio Pascal deve ser conservado
junto à Pia Batismal, de modo a se poder acender nele as velas dos batizados no
momento da celebração.
52. O Sacramento do Batismo pode ser administrado em qualquer dia da semana. Porém,
dentro do possível, seja administrado aos domingos, manifestando-se assim sua íntima
relação com o Mistério de Cristo ressuscitado.7
53. Na celebração do Batismo, compreende-se quatro espaços celebrativos: a porta, o
ambão, a fonte batismal e a mesa do altar.
54. Porta: Ritos de acolhida: Em dia de domingo, primeiro da criação e oitavo dia da
redenção, deve-se regenerar os filhos de Deus. Estes serão apresentados no dia do
batismo à porta da igreja. Não se faz apresentação de crianças fora do batismo, como

4
Ritual de Batismo de Crianças, 2008, n. 22; CDC, 2008, cân. 854.
5
CDC, 2008, cân. 853.
6
Ritual de Batismo de Crianças,2008, n. 11.
7
CDC, 2008, cân. 856.

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fazem nossos irmãos protestantes. A rubrica 33 do Ritual do Batismo de Crianças
(2008) diz: “a reunião começa, quando possível, à porta da igreja ou em outro lugar
apropriado. A acolhida seja feita por quem preside e pela equipe de celebração”.
Logo, feita à porta porque Jesus é a porta para se chegar ao Pai.
• Na porta se faz:
» Saudação
» Apresentação das crianças e pedido do batismo
» Sinal da cruz
» Procissão de entrada

55. Ambão: Liturgia da Palavra: Tudo foi feito por meio da Palavra e para a Palavra. A
Palavra se fez carne e recriou a nova humanidade, os redimiu do pecado. Por isso dê-
se, sempre, muita importância à Palavra de Deus, especialmente na celebração dos
Sacramentos. É conveniente que a Liturgia da Palavra, feita do ambão, siga seu
itinerário celebrativo levando em consideração as condições dos pais e da assembleia
(rubrica 47 – 49).
• Estrutura:
» Proclamação da Palavra de Deus
» Homilia
» Oração dos fiéis
» Invocação dos santos
» Oração de exorcismo sobre a criança
» Unção pré-batismal: óleo dos catecúmenos

56. Fonte Batismal: Liturgia sacramental: A Pia Batismal ou Fonte Batismal é o útero
da Igreja. É ao mesmo tempo a sepultura onde se realizará a nova criação. Onde os
pecados serão todos cancelados e os que forem banhados renascerão pela água e pelo
Espírito Santo.
• Procissão para o batistério
“Se houver condições, faz-se uma procissão para o batistério. Durante a procissão,
canta-se a ladainha dos santos ou um salmo apropriado. Não havendo procissão,
omite-se a ladainha, pois já foi feita a oração dos fiéis” (cf.: n. 61).
• Oração sobre a água

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A água é o sinal sacramental que significa e realiza a graça de Deus. A água significa
a morte para o pecado e a vida nova em Cristo. Ela realizará exatamente isto.
Esta bênção não seja omitida ou substituída por outra forma de bênção espontânea,
pois a água batismal é diferente da água lustral, isto é, para a aspersão. A água
batismal é para o sacramento, servindo também para a aspersão, mas a água lustral
serve só para aspergir.
Às palavras Nós vos pedimos, ó Pai que por vosso Filho desça sobre esta água a
força do Espírito Santo, quem preside toca na água ou mergulha o círio pascal.
• Promessas do batismo
As promessas batismais compreendem a renúncia do pecado e do demônio com suas
seduções e a profissão de fé com o Credo apostólico de forma dialogada.
• O banho batismal
“Convém que a água seja abundante, de modo que o batismo apareça como
verdadeira passagem pela água ou banho. O batismo pode ser realizado das seguintes
maneiras: 1) mergulhando a criança parcial ou totalmente na água; 2) derramando
água sobre a cabeça da criança e deixando-a escorrer sobre o corpo, derramando
água sobre a cabeça” (cf.: n. 73).
• Ritos complementares obrigatórios
A unção com o óleo do Crisma. A veste batismal. A entrega da luz.
• Ritos complementares opcionais
Entrega do sal. O éfeta.
58. Mesa do altar: lugar de comunhão-relação:
• Oração do Senhor
A criança entra na igreja sob a primeira criação, ela é chamada de criatura e Deus é seu
Criador. Depois de batizada, a criança foi recriada no Filho, tornou-se filha no Filho,
portando têm o mesmo Pai, Deus. Agora vai chamar seu Deus de seu Pai. Por isso faz
do batistério para o altar uma procissão, levando as velas acesas dos neófitos e
cantando um cântico batismal, e diante do altar, como diz o Salmo 22, preparais para
mim uma mesa à vista dos meus inimigos, reza-se o Pai-Nosso, primeira oração dos
redimidos.
• Bênção
Quem preside abençoa os pais, as mães, os padrinhos e madrinhas e todos reunidos.
Depois de serem abençoados, abençoam seus filhos e afilhados, os neófitos (recém-

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batizados).
Conforme o Ritual do Batismo de Crianças (2008, n. 94-96), no final da
administração do Sacramento, pode realizar-se um ato de devoção a Maria, confiando
a vida e a fé dos que se batizaram à proteção de Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa,
presença materna na caminhada de todo cristão por sua fidelidade ao projeto de Deus
Pai.
• Despedida
Quem preside despede a assembleia de forma espontânea ou com as expressões
litúrgicas.

a. O Ministro do Batismo
59. Ainda que a função de batizar seja confiada especialmente ao Pároco, é ministro
ordinário do Sacramento do Batismo o Bispo, o presbítero e o diácono (CDC, 2008,
cân. 861, §1º)i;
60. Em caso de ausência ou de impedimento do ministro ordinário, o Batismo pode ser
administrado por leigos, homens ou mulheres, designados pelo Bispo;
61. Em caso de perigo de morte, faltando o ministro ordinário e o extraordinário, não
somente qualquer cristão, mas qualquer pessoa que tenha a intenção de fazer o que faz
a Igreja, pode conferir o Sacramento do Batismo (Ibid., cân. 861 §2). Nesse caso, se a
criança sobreviver, ela deverá ser levada à igreja paroquial para os ritos
complementares e o devido registro no livro de assentamento de batizados. Nasce daí
a necessidade de os pastores de almas, particularmente os párocos, ensinarem aos seus
fiéis o modo correto de batizar
62. Fora do caso de necessidade, a ninguém é permitido batizar em território alheio, nem
mesmo os seus próprios súditos, a não ser com licença, ao menos justamente
presumida, do respectivo Pároco (Ibid., cân. 862).

b. O sujeito do Batismo
63. Somente pode receber o Batismo o ser humano em vida, que ainda não tenha sido
batizado e somente ele. Contudo, se a morte é duvidosa, o Batismo pode ser
administrado sob condição (CDC, cân. 864);
64. Compete aos pais ou quem lhes faz as vezes, apresentar ao Pároco o pedido de
Batismo de seus filhos, assumindo assim a responsabilidade de educá-los na fé cristã-
católica;

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65. Para que uma criança, antes dos sete anos completos, seja licitamente batizada, é
preciso que os pais, pelo menos um deles, ou aqueles que legitimamente fazem as
suas vezes, deem o seu consentimento, e haja esperança fundada de que a criança
será educada na fé católica (Ibid., cân. 868 §1, n. 1.º);
66. Sempre que tiver consciência da ausência dessa esperança fundada de que a criança
será educada na fé católica, o ministro cuide de adiar a Celebração do Batismo,
sempre depois de oferecer aos pais ou a quem lhe faz as vezes as justas razões para
esse adiamento e o devido acompanhamento (Ibid., cân. 868 § n. 2.º). Em perigo de
morte, qualquer criança pode ser batizada, mesmo contra a vontade de seus pais
(Ibid., cân. 868 §2);
67. Havendo dúvida a respeito da administração ou recepção válida do Batismo e feita
séria investigação, se a mesma persiste, o Batismo deve ser administrado sob
condição (Ibid. 2008, cân. 869 §1).

c. O padrinho / a madrinha
68. O atual Código de Direito Canônico (CDC, 2008), expressa duas determinações sobre
os padrinhos e das madrinhas, quais sejam: regula a atividade própria do padrinho
(CDC, 2008, cân. 872) – entenda-se também da madrinha; e, somente em um segundo
momento, faz referência aos requisitos que devem preencher quem haverá de exercer
esta função (Ibid., 2008, cân. 874). Pelo seu histórico, essa função não é de
instituição divina, mas eclesial, logo, “é uma figura facultativa”8. Tanto o é que o
próprio Código de Direito Canônico prescreve que: “Baptizando, quantum fieri potest,
detur patrinus” –“AO BATIZANDO, ENQUANTO POSSÍVEL, SEJA DADO UM
PADRINHO” (2008, cân. 872). Assim, ainda que haja ausência dos padrinhos na
Celebração do Batismo, de nenhum modo afetará a validade do Sacramento9.
69. É preciso ter claro que nosso pai e nossa mãe não escolhemos, já nascemos deles,
contudo padrinho e madrinha são escolhidos. Sendo assim, que os interessados (pai,
mãe, responsável ou afilhado) façam suas escolhas dentro e segundo as orientações
da Igreja, e não simplesmente influenciados por um vínculo afetivo de simpatia ou de

8
Cf. GHIRLANDA, G. Il diritto nella Chiesa, mistero di comunione. 4. ed. Roma: Editrice Pontificia
Università Gregoriana; Torino: San Paolo, 2006. p. 305.
9
Cf. BLANCO, M. Comentario. In: MARZOA, Á; MIRAS, J.; RODRÍGUES-OCAÑA, R. Comentario
exegético al Código de Derecho Canônico. 3. ed. Pamplona: EUNSA, 2002. v. 3/1. p. 499; cf.
CELEGHIN, A. I sacramenti della iniziazione Cristiana. In: GRUPPO ITALIANO DOCENTI DI
DIRITTOCANONICO (org.). La funzione di santificare della Chiesa. Milano: Glossa, 2002. p. 82.

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qualquer outro interesse. Logo, se a figura do padrinho e/ou madrinha serão
escolhidos, que então seja aplicado o que se prescreve e é inspirado das normas do
Código de Direito Canônico, ou que:
• Os padrinhos podem ser uma ou duas pessoas conforme a conveniência da família.
Em caso de serem duas pessoas, que sejam homem e mulher, com dignidade e
caráter cristãos (CDC, 2008, cân. 873);
• O padrinho (entenda-se também madrinha) deve ser pessoa idônea, que esteja
desimpedida de qualquer pena canônica. Considera-se, para fins de Batismo,
idônea a pessoa que tenha um adequado comportamento de vida cristã católica,
tenha vida eucarística ativa e reta intenção em relação ao sacramento;
• É necessário que o padrinho ou madrinha tenha já completado 16 anos de idade.
É cabível, entretanto, ao Pároco discernir se uma pessoa, abaixo dos 16 e superior
aos 14 anos de idade, que já esteja crismada, poderá ser admitida para ser padrinho
ou madrinha (Ibid., 2008, cân. 874, §1, n. 2.º);
• Seja católico, tenha vida cristã regular, isto é, participe ao menos da Missa
dominical. Além disso, que já tenha recebido os Sacramentos da Iniciação Cristã,
ou ao menos, já tenha recebido o Sacramento ao qual está sendo convidado para
ser padrinho (Ibid., cân. 874, §1, n. 3.º);
• Não esteja incurso em nenhuma penalidade canônica (Ibid., cân. 874, §1, n. 4.º);
• Não seja pai nem mãe do candidato ao Batismo (Ibid., cân. 874, §1, n. 5.º);
• Quem é batizado e pertence a uma Comunidade eclesial não-católica só seja
admitido junto com um padrinho (entenda-se também madrinha) católico e apenas
como testemunha do Batismo (Ibid., cân. 874, §2);
• Na falta de padrinho ou madrinha coloque-se uma testemunha (Ibid., 2008, cân.
875);
• Se casado, que o seja no religioso, atestando com a certidão de casamento;
• Seja exemplo para seu afilhado, inclusive em relação à vida moral e sacramental;
ou seja, não seja admitido para esta função nenhuma pessoa que esteja em situação
de pecado público e notório.

d. As testemunhas10

10
Cf. CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. São Paulo: Loyola, 2008, cân. 875.

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70. Não há nenhuma restrição de pessoas, pois a estas não é pedido o “ser exemplo”, mas
simplesmente o parecer, a atestação de que o ato do qual foi testemunha se realizou
(CDC, cân. 874). Nesse caso, qualquer pessoa pode ser testemunha, mas que se
encontre na pessoa do catequista a melhor sugestão;
71. Nunca se deve negar o Batismo a filhos de pais solteiros ou de casais em situação
irregular (casado no civil apenas ou simplesmente convivendo juntos, ou aos “pares”
que, porventura vierem pedir o batismo para os filhos, sejam eles biológicos ou
adotivos). É preciso nunca esquecer que, mesmo a criança que é batizada, o é na fé
Universal da Igreja, à qual também pertencem o pai e a mãe da criança, apesar do seu
estado de vida;
72. O batismo se apoia não num ato social, mas por si mesmo, no ato teológico da
Redenção. O batismo é a inserção da pessoa no Mistério da Paixão, Morte e
Ressurreição de Jesus, cujo sinal de certeza é o ato de batizar na fé da Igreja. Daí ser
importante haver um grande esforço pastoral para a evangelização das famílias,
tanto para os pais como para os padrinhos (se houver) do candidato, elevá-los a
assumir seus compromissos de cristãos.

e. A prova e o registro do Batismo conferido


73. O Sacramento do Batismo não constitui apenas um Rito sacramental da graça, mas
comporta também efeitos jurídicos importantes na vida do cristão. Daí a necessidade
do registro de tal evento religioso no Livro de Assentamento de Batizados
autenticado pelo Chanceler da Arquidiocese e conservado com cuidado na Secretaria
Paroquial, como determina o Código de Direito Canônico (2008, cân. 877, §2);
74. Ainda segundo o cânon citado, o registro de cada batizado deve ser feito o mais
brevemente possível e nele deve constar o nome do ministro celebrante; dos pais; do
padrinho e/ou madrinha (caso existam), do contrário registra-se o nome da
testemunha; do local (paróquia, capela); a data da celebração do Batismo e do
nascimento do batizado;
75. Para evitar possíveis e graves inconvenientes, posto que se trata de prova documental,
o registro do Batismo não pode ser feito, apenas, no computador ou qualquer outro
meio eletrônico;
76. Na falta de um atestado autêntico, quando por incúria não se fez o registro do Batismo
ou, por alguma causa externa, o Livro de Assentamento de Batizados se tenha
extraviado, a fim de não se causar prejuízo algum, basta a declaração de uma só

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testemunha, acima de qualquer suspeita, acompanhado do juramento desta e do
próprio batizado, se este recebeu o santo Batismo em idade adulta (CDC, 2008, cân.
876). Então será emitida a Declaração de Batismo e sua emissão deverá, da mesma
forma, ser registrada em Paróquia, num Livro apropriado para tal fim.

i. Acompanhamento pós-batismal
77. Tendo em vista a importância do Sacramento do Batismo para a vida cristã, faz-se
necessário reforçar a necessidade de que os catequistas e demais agentes promovam
um cuidadoso acompanhamento das famílias dos batizados (adultos ou crianças), a
fim de que não percam de vista os compromissos assumidos em nome próprio ou de
seus filhos e, assim, possam consolidá-los com uma vivência maior de sua fé cristã
católica;
78. Este acompanhamento das famílias deve ser feito por toda a comunidade paroquial,
mas especialmente pela Pastoral Familiar, coadjuvada pelos movimentos, pastorais,
novas comunidades e associações religiosas presentes na Paróquia;
79. Para tanto, recomenda-se que o cadastramento das famílias dos batizados, organizado
no momento da inscrição para o Batismo, seja aproveitado para permitir que elas
sejam visitadas, sempre que possível, pelos grupos de evangelizadores paroquiais, os
quais empregarão o melhor de seu zelo pastoral para incentivá-las na perseverança da
vivência de sua fé cristã-católica;
80. É muito oportuno e de largo alcance pastoral que, no aniversário (natalício ou do
batismo) do adulto ou da criança batizada, suas famílias recebam da comunidade
paroquial uma delicada mensagem e, mais que isso, uma visita amiga;
81. As famílias em situação matrimonial irregular devem merecer da Pastoral Familiar
ou grupo afim, uma atenção toda especial, ajudando no sentido de levá-las a uma vida
condizente com a fé cristã e de buscar os meios orientados pela Igreja Católica, que
permitam uma possível regularização.

j. O Batismo em outras igrejas


82. Igrejas que batizam validamente, de modo que o cristão, batizado numa delas, não
pode ser rebatizado, nem sequer sob condiçãoii. São elas:
• Igrejas Orientais (“ortodoxas”, que não estão em comunhão plena com a Igreja
católico-romana, das quais, pelo menos, se encontram presentes no Brasil);
• Igreja veterocatólica;

19
• Igreja Episcopal do Brasil (“Anglicanos”);
• Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB);
• Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB);
• Igreja Metodista.
83. As igrejas que têm o Rito de Batismo prescrito aceito pela Igreja Católica, quando
batizam, sendo considerados válidos os batismos realizados nas:
• Igrejas presbiterianas;
• Igrejas batistas;
• Igrejas congregacionistas;
• Igrejas adventistas;
• A maioria das Igrejas pentecostais (Assembleia de Deus, Congregação Cristã do
Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja de Deus é Amor, Igreja
Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo”);
84. Exército de Salvação (este grupo não costuma batizar, mas, quando o faz, realiza-o
de modo válido quanto ao rito).
85. As igrejas cujo Batismo é duvidoso, requer-se, como norma geral, a administração
de um novo Batismo, sob condição (CDC, 2008, cân. 869):
• Igreja Pentecostal Unida do Brasil (esta igreja batiza apenas “em nome do Senhor
Jesus”, e não em nome da Santíssima Trindade);
• “Igrejas Brasileiras” (embora não se possa levantar nenhuma objeção quanto à
matéria ou à forma empregadas pelas “Igrejas Brasileiras”, pode-se e deve-se
duvidar da intenção de seus ministros);
86. As Igrejas que batizam invalidamente, devendo as pessoas serem batizadas de modo
absoluto:
• Testemunhas de Jeová (negam a fé na Trindade);
• Mórmons (negam a divindade de Cristo, no sentido autêntico e,
consequentemente, seu papel redentor);
• Ciência Cristã (o rito que pratica, sob o nome do Batismo, tem matéria e
forma certamente inválidas);
• Grupos religiosos não-cristãos, por exemplo, Umbanda.
87. Devido ao grande número de “igrejas” e denominações religiosas surgidas nos
últimos anos, o Pároco, ou Administrador Paroquial, para se certificar da validade do
Batismo, analise os casos concretos e investigue a procedência da denominação

20
segundo estes critérios:
• Se a “igreja” ou denominação é proveniente de alguma das Igrejas históricas;
• Se o rito do Batismo é o mesmo prescrito e aceito pela Igreja Católica, sobretudo
quanto à forma (com água, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo);
• Se a intenção destas “igrejas” ou denominações é a mesma da Igreja Católica,
quando batizam;
• Em caso de dúvidas, administre-se o Batismo sob condição após diligente
investigação.

I.3. Disposições gerais


88. Os pais que preferirem batizar seus filhos fora da sua Paróquia de origem, sejam
orientados/encaminhados a participar da formação em sua própria paróquia ou na
paróquia onde pretendem celebrar o batismo;
89. Em qualquer hipótese, não haja cobrança da taxa de transferência;
90. Os pais que frequentam habitualmente uma comunidade fora da paróquia em que
moram sejam acolhidos como membros desta comunidade. Essas são as conhecidas
“paróquias afetivas”, as quais precisamos também considerar para não incorrermos
em legalismos;
91. Os pais que comprovem adequada formação doutrinal por seu engajamento pastoral
em determinada comunidade eclesial, não se eximam dos encontros de preparação,
mas antes procurem colaborar com os catequistas por meio do testemunho, e assim,
possam motivar outros pais a seguirem o mesmo caminho d e vivência cristã e de
participação efetiva na própria comunidade paroquial;
92. Concluído(s) o(s) encontro(s)/catequético(s) aos pais e padrinhos (caso existam),seja
conferido um atestado de efetiva participação, assinado pelo Pároco (ou por quem
lhe faz as vezes). Dessa forma, os pais, que preferirem o Batismo de seus filhos
noutra comunidade paroquial, terão como comprovar a habilitação exigida por este
Diretório;
93. Nos lugares em que o Dízimo paroquial não esteja implantado, ou que esteja se
implantando, e que ainda não for autossustentável, o ministro não peça pela
administração do Batismo, além do que tenha sido estabelecido pela Arquidiocese de
Aracaju, tendo-se presente que as pessoas têm direito a um serviço sacramental
gratuito, especialmente as necessitadas. Afaste-se desse momento qualquer

21
impressão mercantilista;
94. Respeitando o direito dos pais de registrar em fotografia ou vídeo esse momento de
rara importância na vida de seus filhos e filhas, compete aos catequistas, devidamente
instruídos pelo Pároco, orientar fotógrafos e filmadores de modo que, no exercício
de sua profissão, não venham a perturbar o bom andamento da celebração litúrgica.

22
II. SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO OU CRISMA

II.1. Fundamentação Bíblico-Teológica do Sacramento da Crisma

95. “Com o sacramento da confirmação, os que renasceram no batismo, recebem o dom


inefável, o próprio Espírito Santo, pelo qual são enriquecidos de força especial.”
(PAULO VI, 1971, p. 2). O Espírito, que é a força divina que atuou na criação, que
conduziu o povo eleito, que atuou naqueles que Deus elegeu para falar em seu nome
(Cf. Am 3,8; Jr 20,7) e serem valentes testemunhas de Deus, continua a atuar na
história;
96. O Espírito Santo desce definitivamente na pessoa de Jesus Cristo, desde sua
concepção e nascimento virginais (Cf. Lc 1,35) e atua em sua missão: “O Espírito do
Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu” (Cf. Lc 4,18). No Evangelho de João,
o Espírito é o “Chrisma” (Cf. Jo 1,29s), a unção de Cristo. Jesus é o “Ungido” do
Senhor, porque o Espírito repousa sobre ele;
97. Cristo promete aos seus discípulos o dom do Espírito Santo como fruto messiânico
de sua redenção (Cf. Jo 7,39; 20,22; At 2,33); promessa que se cumpriu em
Pentecostes (Cf. At 2,1-42). Se a descida do Espírito Santo no Jordão inaugura a vida
pública de Jesus, Pentecostes inaugura a vida da Igreja, dá início à sua missão;
98. Toda a atividade da Igreja é designada pelo signo do Espírito: o anúncio da Palavra
de Jesus (Cf. At 4,8-31); o testemunho dos discípulos (Cf. At 1,8); a autoridade
transmitida aos Apóstolos e os carismas (Cf. At 8,29; 10,19); a coragem para
enfrentar as perseguições (Cf. At 4,8; At 5,32); as orações e a fração do pão (Cf.At
7,59); a “memória do Senhor” (Cf. At 2,40); os problemas a serem resolvidos (Cf. At
15,27); a eleição dos membros para a missão (Cf. At 1,15-26);
99. Desde então, a Igreja transmite este dom universal e eclesial aos seus membros para
que sejam participantes da unção de Jesus Cristo pelo sacramento da Crisma.
Marcados pelo caráter desse sacramento, os crismados confirmam sua fé e se
engajam, com maior empenho, na comunidade eclesial, ficam mais perfeitamente
unidos à Igreja e mais estreitamente obrigados a difundir a Fé por palavras e atos,
como verdadeiras testemunhas de Cristo (CONCÍLIO VATICANO II, 1994, n. 11;
RICA, 1973, n. 2 e 9);
100.A Crisma é dada para o aperfeiçoamento do processo de iniciação da obra e da vida
batismal do cristão. Pois, se o Batismo nos torna participantes da vida pascal, a

23
Crisma nos faz participantes do dom de Pentecostes, o qual nos compromete na
missão e na luta contra o pecado no mundo (DNC, 2006, n. 99).

II.2. Normas Pastorais para o Sacramento da Crisma/Confirmação


a. A inscrição para a catequese crismal
101.A acolhida alegre e festiva aos que procuram o sacramento da Crisma supõe a
superação de matrículas efetuadas nas secretarias paroquiais na perspectiva
burocrática/documental a exemplo das escolas. Portanto, seja de forma
personalizada, preferencialmente pelo presbítero, catequistas e
introdutores/acompanhantes;
102.As inscrições para a catequese crismal demandam criatividade e dinamismo. Seja
preparada a festa das inscrições, com estilo juvenil, envolvendo e integrando a
comunidade paroquial e “onde os catequistas fiquem à disposição daqueles que se
interessam para acolhê-los e fazer a sua inscrição para a catequese.” (CNBB, 2014,
p. 63);
103.Os pais/responsáveis sejam convidados a participar da festa das inscrições. Assim,
haverá de imediato a oportunidade de um primeiro encontro com as famílias para
acolhê-las e orientá-las a respeito do itinerário de preparação no qual os filhos irão
ingressar;
104.Para efetivar as inscrições, prepare-se uma ficha para registro dos dados do
crismando, além da comprovação do Batismo (mediante Certidão) e se o fiel já foi
iniciado à Vida Eucarística;
105.Nos casos de extravio da certidão do Batismo do crismando, impossibilitando a
apresentação da mesma para confirmação desse sacramento, é suficiente a declaração
de uma só testemunha, idônea, ou o juramento do próprio batizado, se tiver recebido
em idade adulta (CDC, 2008, cân. 876), para assim poder receber a Crisma. Em caso
de persistirem dúvidas reais sobre o Batismo, batize-se sob condição;
106.Para aqueles que porventura não puderem participar da festa das inscrições, seja dada
a oportunidade de uma conversa com o presbítero e catequistas a fim de efetivar as
inscrições posteriormente. No entanto, é necessário que seja estabelecido um prazo
para que essas inscrições sejam finalizadas;

24
107.A idade mínima para iniciar o itinerário crismal é a de 12 anos completos. Sendo que
a idade requerida para receber o sacramento da Crisma é a partir dos 14 anos
completos, ou no ano em que completar. Contudo, que sejam consideradas pelo
pároco, com anuência do Bispo, as situações específicas que porventura venham a
ocorrer;
108.Havendo na paróquia grupos de catecumenato de adultos, a eles sejam encaminhados
os crismandos acima de 18 anos para a respectiva preparação. Quem ainda não
completou 18 anos permanecerá na catequese crismal mesmo que ainda não tenha
sido batizado ou recebido a primeira comunhão eucarística.

b. Itinerários de preparação de catequese crismal inspirados no


modo catecumenal
109.Segundo o Catecismo da Igreja Católica, (1993, n. 1309) “a preparação para a
Confirmação deve visar a conduzir o cristão a uma união mais íntima com Cristo, a
uma familiaridade mais intensa com o Espírito Santo, a sua ação, seus dons e seus
chamados, a fim de ele poder assumir melhor as responsabilidades apostólicas da
vida cristã. Por isso, a catequese da Confirmação se empenhará em despertar o senso
da pertença à Igreja de Jesus Cristo, tanto à Igreja universal como à comunidade
paroquial. Esta última tem uma responsabilidade peculiar na preparação dos
confirmandos”;
110.Os itinerários de preparação de catequese crismal, inspirados no modo catecumenal,
tenham como referência o Ano Litúrgico, possibilitando superar a ideia de calendário
exclusivamente cronológico, dissociando a catequese do calendário civil;
111.Os itinerários de catequese crismal, devem estar centrados em dois eixos, a exemplo
do que cita o Papa Francisco na exortação Christus Vivit (2019, p. 90): “um é o
aprofundamento do Kerygma, a experiência fundante do encontro com Deus através
de Cristo morto e ressuscitado. O outro é o crescimento no amor fraterno, na vida
comunitária, no serviço”;
112.O elenco dos temas e atividades vivenciadas, ao longo do itinerário, leve em conta
as dimensões: bíblica, litúrgica, eclesial, missionária, pessoal e social dos
crismandos;

25
113.O itinerário de catequese crismal seja construído/elaborado/revisto gradativamente,
pelo grupo dos catequistas, introdutores/acompanhantes e comissão de Iniciação à
Vida Cristã (IVC), em consonância com o presbítero. É recomendável ouvir as
opiniões e sugestões dos próprios crismandos sobre os itinerários (conteúdos,
atividades etc), favorecendo assim a interação, participação e comunhão no processo;
114.Para a elaboração dos itinerários de catequese crismal recomendam-se as
sugestões/orientações do Itinerário Catequético da CNBB (2014, p. 91-96). Embora
apresente um roteiro de temas adequados a cada tempo catequético crismal, o
Itinerário da CNBB sugerido, não esgota aos presbíteros, catequistas e demais, as
possibilidades de construírem os itinerários paroquiais a partir de suas realidades,
incluindo, por exemplo, a vida pastoral e litúrgica da paróquia;
115.Além dos encontros temáticos de catequese propriamente ditos, quando possível,sejam
realizados retiros, encontros querigmáticos e palestras, proporcionando aos
crismandos aprofundar a experiência pessoal com Jesus e com o Espírito Santo;
116.Os retiros/encontros não sejam exclusivamente direcionados a espiritualidades
específicas, respeitando-se assim a diversidade de dons e carismas da Igreja. A
adesão do crismando aos grupos, movimentos e pastorais, deve ser uma decisão livre,
consciente e pessoal, não deve ser induzida;
117.Os conteúdos passados por movimentos infanto-juvenis, grupos de jovens e outros,
não substituem a catequese crismal, embora sejam de grande valor para a maturação
da fé de seus membros;
118.Nos itinerários de catequese crismal sejam inseridas atividades que favoreçam a
convivência salutar, fraterna e alegre dos crismandos, tanto dentro como fora do
ambiente paroquial;
119.A dinamicidade na realização dos itinerários, seja garantida por uma metodologia que
considere a vida concreta dos adolescentes/jovens inseridos na cultura hodierna e seus
respectivos contextos urbanos;
120.A conclusão do itinerário de preparação crismal (Catequese, Iluminação, Celebração
do Sacramento e Mistagogia) deve levar em conta: o grau de maturidade e consciência
dos crismandos sobre sua missão como batizados, discípulos-missionários, e a
realidade pastoral da comunidade;

26
121.Na realização/vivência do itinerário, seja dada maior atenção ao “Kairós”, evitando-
se exclusivamente a dimensão do “Cronos” na vida dos crismandos;
122.Durante o itinerário, o Pároco e/ou Vigário se façam presentes, em alguns momentos,
para incentivar, acompanhar e estimular os crismandos, como também, para ter um
conhecimento mais personalizado e averiguar o grau de preparação e maturidade;
123.O itinerário de preparação crismal é de responsabilidade primeira da paróquia.
Portanto, o crismando seja preparado na comunidade paroquial em que vivencia a
sua fé. Não haja preparação e celebração do sacramento da crisma em escolas;
124.Durante o itinerário de preparação sejam realizados encontros e visitas domiciliares
com os pais e padrinhos (caso existam), a fim de conscientizá-los sobre a natureza, a
graça própria e os frutos dos Sacramentos, reacendendo neles a vida de oração, o
vínculo eclesial e o sentido de pertença à Igreja;
125.Não se realizem reuniões rápidas, próximas à Celebração do Sacramento apenas para
repasse de informações e normas.

c. A celebração da Crisma
126.Concluído o tempo da catequese crismal, dê-se preferência para a celebração da
Crisma ao Tempo Pascal em razão da natureza desse sacramento. Não havendo essa
possibilidade, sejam observados o Rito próprio e as normas do tempo litúrgico
(Advento, Quaresma, Tempo Pascal e solenidades) na Liturgia da Palavra;
127.A Celebração do Sacramento da Crisma não seja realizada em dias de festas de
Padroeiros ou grandes celebrações que deixem, em segundo plano, o sentido
espiritual do Sacramento da Confirmação;
128.O local próprio para a Celebração do Sacramento da Crisma é a Igreja Matriz ou
Capelas da Comunidade Paroquial. Outros locais que sejam dignos poderão ser
utilizados, quando necessário, sempre de acordo e com a aprovação do Pároco ou do
Bispo;
129.Equipes de liturgia e catequistas, preparem cuidadosamente a Liturgia e o Rito da
Crisma, conforme o Ritual do Sacramento da Crisma, observando os textos
bíblicos, cânticos litúrgicos, leituras e preces. O roteiro da celebração seja submetido
à apreciação e aprovação do pároco;
130.As equipes responsáveis pela organização, orientem a movimentação dos
crismandos, padrinhos, familiares, bem como dos fotógrafos e outros, durante a
celebração, evitando-se assim, transtornos que perturbem a harmonia e beleza da

27
celebração;
131.Durante a unção com o Óleo do Crisma, convêm que sejam executados cânticos
suaves em honra ao Espírito Santo, de modo que os crismandos possam ouvir a
fórmula da unção. Não se usem neste momento instrumentos de caráter forte e nem
de percussão (bateria, tambor, etc);
132.No dia da celebração, prepare-se um meio legível de identificação com o nome do
crismando, além da lista contendo: nome completo, data de nascimento, nome dos
pais, do padrinho ou madrinha. Uma cópia deve ser entregue ao Bispo;
133.Quando o crismando for de outra paróquia, seja apresentado com antecedência ao
pároco, a fim de poder participar da celebração da Crisma;
134.Os familiares ou padrinhos (se houver) sejam orientados com antecedência a respeito
da colaboração com a espórtula do Sacramento da Crisma;
135.Para a celebração, crismandos, pais e padrinhos (se houver) sejam orientados com
antecedência em relação à simplicidade e decoro nos trajes, evitando gastos e
constrangimentos desnecessários;
136.Na medida do possível, quando houver um grande número de crismandos na
paróquia, o presbítero junto ao bispo, bem como os catequistas, vejam a possibilidade
da celebração da Crisma com grupos menores, evitando-se assim aglomerações e
grande movimentação de pessoas que venham diminuir o sentido litúrgico e espiritual
do próprio sacramento;

d. O Ministro da Crisma
137.O ministro ordinário da Confirmação é o Bispo (CDC 882; LG 26 e Rito da
Confirmação). Mas, este sacramento também pode ser administrado pelo presbítero
que tem essa faculdade em virtude do direito universal ou de concessão especial da
autoridade competente (CDC, 2008, cân. 882 e 883). Em perigo de morte, todo
presbítero pode dar a confirmação a um cristão (CDC 883, §3);
138.Quanto aos que se acham em perigo de morte, o Pároco ou qualquer presbítero pode
administrar a Crisma.

e. O sujeito da Crisma
139.“Todo batizado, ainda não confirmado pode e deve receber o Sacramento da
Confirmação”. (CIC, 1993, n. 1306);
140.Em virtude da unidade dos três sacramentos da iniciação, “sem a Confirmação e a

28
Eucaristia, o sacramento do Batismo é sem dúvida válido e eficaz, mas a iniciação
cristã permanece inacabada.” (Ibid., 1993, n. 1306);
141.Para que a pessoa possa receber licitamente a Confirmação, havendo o uso da razão,
é necessário estar convenientemente preparada, devidamente disposta e em
condições de renovar as promessas batismais (CDC, 2018, cân. 889, §2);
142.Para receber a Confirmação é preciso recorrer ao sacramento da Reconciliação. A
celebração seja antecedida de uma celebração penitencial, onde os crismandos, pais
ou responsáveis e padrinhos (se houver) tenham a oportunidade de confessar-se;
143.“A tradição latina indica ‘a idade da razão’ como ponto de referência para receber a
Confirmação. Todavia, em perigo de morte deve-se confirmar as crianças, mesmo
que ainda não tenham atingido o uso da razão.” (CIC, 1993, n. 1307);
144.Quanto à idade para a recepção da Confirmação, leve-se em conta o dito no número
107 deste Diretório;
145.Não seja conferida a Crisma apressadamente a casais de noivos que se preparam para
o matrimônio. É preferível conferir o sacramento do Matrimônio e orientá-
los/incentivá-los a fazer o itinerário preparatório da catequese crismal para melhor
receberem o Sacramento da Crisma posteriormente;
146.As paróquias, através da Comissão de Iniciação à Vida Cristã e grupo de catequistas,
ofereçam as orientações e acompanhamento adequados a esses casais, bem como
deem especial atenção às pessoas com deficiência possibilitando a preparação
destes para receber o sacramento da Crisma.

f. O padrinho/a madrinha
147.No decorrer do itinerário de preparação, os crismandos e seus pais ou responsáveis
sejam orientados em relação à missão e critérios para a escolha dos padrinhos (caso
ainda não os tenha escolhido);
148.Convêm levá-los a refletir a possibilidade de escolherem o mesmo padrinho ou
madrinha (se houver) do Batismo, como preconiza o Código de Direito Canônico
(2008, cân. 893, §§ 1 e 2);
149.A missão do padrinho supõe, necessariamente, a assistência e o acompanhamento ao
afilhado, sobretudo em sua caminhada de fé, colaborando no amadurecimento,
testemunho e compromissos inerentes a esse sacramento (cf. CDC, 2008, cân. 892).
Portanto, o padrinho seja convidado a se fazer presentes em algumas atividades do
itinerário, sobretudo, nas celebrações de passagem do crismando;

29
150.Para exercer a missão de padrinho ou madrinha necessário se faz corresponder aos
critérios estabelecidos neste Diretório, em conformidade com o Código de Direito
Canônico da Igreja, já apontados no número 72, quando se falava sobre o padrinho
de Batismo.
151. Se, porventura, alguém seja convidado a ser padrinho de Crisma de um irmão de
caminhada crismal (entenda-se aqui: mesma turma), que seja promovido um
encontro, anterior à celebração do Sacramento, desse padrinho com o pároco,
diácono ou catequista com o objetivo de fazer as devidas considerações em relação à
função que ele irá assumir.

g. A prova e o registro da Crisma conferida


152.É importante que se cumpra, de maneira eficaz e tempestiva, o envio à Cúria
Metropolitana da Arquidiocese de Aracaju das fichas com registros dos crismados,
juntamente com as respectivas espórtulas que foram oferecidas;
153.As fichas de registros dos crismados devem conter: Nome do crismado; data de
nascimento do crismado; sua data de Batismo; filiação; nome do padrinho ou
madrinha (na sua ausência, seja inserido o nome de uma testemunha); data da Crisma
e quem a conferiu.

h. Acompanhamento aos crismandos /crismados


154.A comunidade paroquial é responsável não só pela acolhida e preparação, mas
necessariamente pelo acompanhamento aos crismandos. Durante o itinerário sejam
realizados encontros, visitas domiciliares e outros, para melhor conhecer a família e
aprofundar laços comunitários eclesiais;
155.As pastorais, grupos e movimentos estejam plenamente envolvidos no
acompanhamento às famílias e aos crismandos;
156.O setor juventude da paróquia (se houver), os grupos, movimentos e pastorais
ofereçam oportunidades aos crismandos de melhor conhecerem e participarem das
atividades inerentes a cada um deles.

II.3. Disposições gerais


157.A boa realização da catequese crismal exige, também, recursos financeiros. Os
conselhos econômicos das paróquias, planejem no orçamento, as despesas dessa ação
pastoral. Sejam conscientizados da sua tarefa de garantir os recursos materiais

30
necessários para a catequese de Crisma, incluindo os gastos com a formação dos
catequistas;
158.Quanto aos profissionais de mídia, ou mesmo àqueles que se prestem a fotografar ou
filmar a celebração ou partes desta, que sejam todos previamente advertidos
fraternalmente, a fim de que colaborem com a celebração, sem concorrer para a
dispersão da atenção dos crismandos e da assembleia. Que o momento oportuno
decorra na sensibilidade com que se vive e celebra o momento, ou ainda seja
previamente acordado entre estes e o celebrante e/ou catequistas.

31
III. SACRAMENTO DA EUCARISTIA

III.1. Fundamentação bíblico-teológica do Sacramento da Eucaristia


159.A Eucaristia tem sua origem nos gestos que Jesus realizou na Última Ceia com seus
discípulos, conforme encontramos nos relatos dos Evangelistas e dos Apóstolos (cf.
Mt 26,12-19; Mc 14,22-25; Lc 22,14.20; 1Cor 11,23-26), levados em efeito na sua
Cruz redentora;
160.As palavras e gestos de Jesus na Última Ceia são carregados de significados. Esses
sinais deram um novo sentido à Páscoa dos Judeus, celebração pela qual eles faziam a
memória da libertação de Israel da escravidão do Egito (cf. Mt 26,17);
161.As comunidades cristãs primitivas compreenderam o significado da Ressurreição do
Senhor ao celebrar a Eucaristia. O Evangelista Lucas descreve de maneira
pedagógica este acontecimento, justamente no capítulo 24, no episódio dos discípulos
de Emaús;
162.Celebrando a Eucaristia, a Comunidade Cristã, pela ação do Espírito Santo, faz a
memória e atualiza a ação redentora de Jesus Cristo, como encontramos na Oração
sobre as oferendas - 2o Domingo do Tempo Comum: “[...] todas as vezes que
celebramos este sacrifício, torna-se presente a nossa redenção.” (IGMR, 2004, p.
346);
163.A Eucaristia é ação de graças (1 Cor 1,45; Fl 1,3; Cl 1,3) que nos lança para o futuro.
A Eucaristia é Mistério de fé da Igreja que se exprime na celebração do Mistério Pascal
do Senhor. Ela é: Ceia, banquete do Senhor (cf. 1 Cor 11,20 e Didaqué 9-10),
assembleia eclesial (cf. 1 Cor 11,18-22), memória de Jesus (cf. 1 Cor 11,24-25); ato
supremo de amor e libertação definitiva da humanidade (cf. BENTO XVI, 2007, n.
10), novidade radical do culto cristão (cf. Ibidem, n. 11), pão repartido (cf. Lc 24,35;
At 2,42-46),“o banquete sagrado”, “oração de agradecimento e louvor”, sacramento
que edifica o Corpo de Cristo e plenitude da iniciação cristã (cf. BENTO XVI, 2007,
n. 14.17);
164.Na celebração da Eucaristia, a Igreja atualiza a entrega total de Jesus cumprindo seu
mandamento: “Fazei isto em memória de mim”. A Igreja renasce todas as vezes que
celebra a Eucaristia. A instituição da Eucaristia se deu no contexto da última refeição
de Jesus com seus discípulos, pouco antes da sua paixão e morte (cf. Mc 14,22-25).
Foi neste clima de despedida e refeição que Jesus nos deixou a Eucaristia, como
“Dom do Cenáculo” (JOÃO PAULO II, 2020, n. 2);

32
165.Ao celebrar a Eucaristia, a Igreja celebra, no presente, o passado e o futuro da
humanidade: o passado, por ser uma ceia comemorativa e festiva de ação de graças
que atualiza o que aconteceu com Jesus na Última Ceia e na Cruz (cf. 1 Cor 11,26).
No presente, pois o mesmo Jesus, que realizou com seus discípulos a Última Ceia e
que padeceu no Calvário o sacrifício salvador em favor da humanidade,
reconciliando-nos com Deus, ressuscitando, torna-se presente no nosso tempo pelo
Sacramento. E no futuro, pois antecipa o banquete escatológico - escatón = futuro (Is
25,6; Am 9,13; Mt 8,11; Lc 13,29);
166.A Eucaristia é o alimento da fé do povo de Deus, sustentando a esperança dos que
aguardam a vinda do Senhor. É o “cume, fonte, centro e raiz de toda a vida da
comunidade eclesial, do ministério e do apostolado” (BENTO XVI, 2007, n. 10);
167.A Eucaristia manifesta e cria comunhão fraterna. Nela desaparecem todas as divisões
e desigualdade entre os participantes. Fraternidade, partilha, doação e comunhão de
vida são exigências da participação no Corpo e Sangue de Cristo. A vida de
comunhão com a Trindade, com a Igreja e com os irmãos, inaugurada no Batismo,
encontra sua forma privilegiada de expressão na celebração da Eucaristia;
168.É o Sacramento que edifica a unidade cristã, força da evangelização e da promoção
humana (CELAM, 2001, p. 470-490)11, expressão de caridade, impulso para a vida
em comunidade (CELAM, 1979, 11.18; 12.5; 15 a 16), centro de comunhão e
participação (Ibidem, 659 a 720; 804 a 805) e alimento para o compromisso de
transformação do mundo (CELAM, 1993, p. 43)12;
169.Celebrar a Eucaristia é celebrar a memória perene de Jesus Cristo e do seu Sacrifício
Redentor realizado como expressão da vontade do Pai, na força do Espírito Santo. Pelo
mesmo Espírito, este Sacrifício de Jesus torna-se sacramento da Nova Aliança para
todos e se constitui na fonte de nosso amor para com o próximo. A Eucaristia nos
impele a resgatar a dignidade do homem todo e de todos os homens; a compartilhar
as dificuldades, os problemas, as alegrias e sofrimentos, as lutas e esperanças da
humanidade (GS, 2018, n. 1)13.

11
CELAM. Puebla. 12. ed. São Paulo: Paulinas, 2001.
12
CELAM. Santo Domingo. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
13
CONCÍLIO DO VATICANO II. Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo
dehoje. 1. ed. São Paulo: CNBB, 2018.

33
III.2. Normas Pastorais para o Sacramento da Eucaristia
a. A Celebração da Eucaristia (Santa Missa)
170.As celebrações da Eucaristia sejam preparadas de forma a ajudar o cristão e a
comunidade eclesial a vivenciar a celebração do Mistério Pascal na vida cotidiana;
171.As comunidades e paróquias empenhem-se para formar a consciência nos fiéis de
que a Eucaristia é o memorial pascal do Senhor, ação comunitária e eclesial, alimento
da espiritualidade católica, sustento da vida em comunidade e da missão;
172.Os presbíteros e as equipes de liturgia cuidem para que as celebrações eucarísticas
não se transformem em práticas devocionais ou espetáculos que obscureçam a
centralidade do Mistério Pascal. Evite-se qualquer adjetivo para a celebração
Eucarística, como, “missa de cura e libertação”, “missa dos anjos”, “missa da graça”,
ou outras designações similares;
173.A celebração da Eucaristia como ação litúrgica está acima das demais práticas
devocionais nas comunidades.
174.A celebração Eucarística seja previamente preparada com zelo, sobriedade,
simplicidade e criatividade pela Equipe Litúrgica da comunidade, evitando-se
exageros e comentários desnecessários;
175.A estrutura da Celebração Eucarística aconteça de acordo com as orientações da
Igreja, como encontramos na Instrução Geral do Missal Romano (IGMR, 2004, n.
46-90)14;
176.A Liturgia da Palavra é uma ação ritual-simbólico-sacramental e não pode ser
reduzida a uma simples leitura. A atitude do leitor, do salmista, do diácono ou
presidente da celebração ajuda a assembleia a escutar e a acolher a Palavra
proclamada. Recomenda-se que em cada comunidade os leitores sejam
acompanhados pela Pastoral Litúrgica;
177.Os vasos sagrados podem ser purificados sobre o altar, na credência ou na sacristia,
conforme a Instrução Geral do Missal Romano (2004, n. 123);
178.Para receber o Pão Eucarístico, o fiel aproxime-se do ministro com fiel devoção ao
Sagrado Corpo e Sangue do Senhor. Conforme o Guia Litúrgico Pastoral, “jamais se
obrigará algum fiel a adotar a prática da comunhão na mão. Deixar-se-á a liberdade de

14
Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Missal Romano. 9ª ed. São Paulo: Paulus, 2004.

34
receber a comunhão na mão ou na boca, em pé ou de joelhos”. (Guia Litúrgico, p.
61). É obrigatório comungar na frente do ministro.

b. O Ministro Ordinário da Eucaristia


179.Segundo o Código de Direito Canônico (2008, cân n. 900, §1º), “somente o sacerdote
validamente ordenado é o ministro que, fazendo as vezes de Cristo, é capaz de
realizar o Sacramento da Eucaristia”;
180.“Na celebração eucarística, não é lícito aos diáconos e leigos proferir as orações,
especialmente a oração eucarística, ou executar as ações próprias do presidente da
celebração” (Ibidem, n.907).

c. O Sujeito do Sacramento da Eucaristia15


181.De acordo com as normas canônicas, qualquer batizado, não proibido pelo direito,
pode e deve ser admitido à sagrada comunhão. (CDC, 2008, cân. 912);
182.Além disso, não podem receber a Eucaristia as pessoas que estiverem sob pena de
excomunhão, interdição e persistência em pecado grave manifesto. (Ibid., cân. 915);
183.Ademais, para receber a Eucaristia, é importante que o fiel cristão se abstenha de
qualquer bebida ou comida, exceto água ou remédios, no espaço de uma hora antes
da sagrada comunhão (Ibid., cân. 919);
184.Pessoas idosas e enfermas, bem como as que cuidam delas, podem receber a
Santíssima Eucaristia, mesmo que tenham tomado alguma coisa na hora que
antecede. (Ibid., cân. 919, §3º);
185.Em perigo de morte, pode-se administrar a Sagrada Eucaristia às crianças desde que
possam discernir o Corpo de Cristo do alimento comum e receber a comunhão com
reverência. (Ibid., cân. 913, §2º);

d. Ministério e Celebração da Palavra


186.O Concílio Vaticano II incentiva a Celebração da Palavra de Deus:
“Promovam-se celebrações da Palavra de Deus nas vigílias das
grandes festas,em certos dias da Quaresma e do Advento, nos domingos
e dias santos, principalmente nos lugares em que não há sacerdotes.
Nesse caso a celebração pode ser presidida por um diácono ou por

15
Cf. CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. São Paulo: Loyola, 2008.

35
outro delegado do bispo” (SC, n. 35, item 4)16;
187.A Congregação para o Culto Divino no seu Diretório para celebrações dominicais na
ausência do presbítero, afirma que:
“quando estão ausentes quer o presbítero quer o diácono, o pároco
deve designar leigos aos quais confiará o cuidado da celebração, isto
é, a responsabilidade da oração, o serviço da Palavra e a distribuição
da Sagrada Comunhão” (CNBB, 2019, n. 49);

188.A CNBB enfatiza que, quando realizada no domingo, a Celebração da Palavra de Deus
acompanhe o Ano Litúrgico através das leituras, calendário litúrgico, cantos, orações,
espaço litúrgico, cores e demais elementos celebrativos. (CNBB, 2019, n. 67);
189.A pregação durante a Celebração da Palavra de Deus seja fundamentada e conduzida
pela Sagrada Escritura, evitando-se assuntos que não alimentem a espiritualidade da
comunidade (CNBB, 2019, n. 57);
190.O Ministério da Palavra seja conferido pelo bispo ou presbítero por ele delegado, a
leigos adultos de comprovada idoneidade e devidamente preparados, a fim de
conduzirem as celebrações da Palavra de Deus e contribuírem nas ações pastorais
para fomentar aquele amor suave e forte pela Sagrada Escritura, por Jesus e pela
Igreja;
191.A investidura do ministério da Palavra seja celebrada através do Rito para conferir o
Ministério da Palavra. (CNBB, 2019, p. 87);
192.Os ministros da Palavra, a exemplo dos clérigos, diáconos, catequistas, que se
dedicam legitimamente ao Ministério da Palavra, vivam assiduamente a leitura
espiritual e estudo aprofundado das Sagradas Escrituras. (CNBB, 2019, n.34; DV,
1969, n.25)17;
193.As Comissões Arquidiocesanas (Animação Bíblica, Catequética, Litúrgica) cuidem
conjuntamente do acompanhamento eclesial e da formação permanente dos ministros
da Palavra e catequistas;
194.A Comissão Arquidiocesana de Liturgia ofereça orientações litúrgicas e pastorais para
as Celebrações da Palavra de Deus, a fim de evitar excessos que desvirtuem e
prejudiquem a sacralidade da celebração;
195.As paróquias e respectivas comunidades, deem formações às equipes litúrgicas que

16
Cf. CONCÍLIO DO VATICANO II. Constituição: Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia.
11ª ed. São Paulo: Paulinas, 2011.
17
Cf. CONCÍLIO DO VATICANO II. Constituição Dogmática. Dei Verbum. Petrópolis: Vozes, 1969.

36
preparam a Celebração da Palavra de Deus, com especial cuidado aos ritos e sinais,
cantos, preparação dos ministérios e serviços, leitores e salmistas, além do espaço
celebrativo (CNBB, 2019, n. 57);
196.Nos casos omissos, os ministros da Palavra devem seguir as orientações da
Arquidiocese para o exercício deste ministério, cuja duração é de dois anos,
renováveis ou não, conforme circunstâncias.

e. O Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística


197.O ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento é o sacerdote ou o
diácono, que, no fim da adoração, antes de repor o Santíssimo, abençoa o povo com
o mesmo Sacramento;
198.Segundo o Documento de nº 10818, o Ministério Extraordinário da Sagrada
Comunhão (MECE) “trata-se de um ministério confiado ou reconhecido a pessoas
que ‘prestam um serviço litúrgico e de caridade’” (CNBB, 2019, n. 69);
199.Porém, na ausência do sacerdote ou do diácono, ou estando eles legitimamente
impedidos, podem expor o Santíssimo à adoração pública dos fiéis e repô-l’O depois;
200.O acólito ou outro ministro extraordinário da Sagrada Comunhão ou outrem
designado pelo Ordinário do lugar pode fazer a exposição abrindo o tabernáculo, ou
ainda, se for oportuno, depondo a píxide sobre o altar, ou colocando a hóstia na
custódia. No fim da adoração, prescreve o Ritual Romano sobre A Sagrada
Comunhão e o Culto do Mistério Eucarístico Fora da Missa, repõem o Santíssimo no
tabernáculo, mas não lhes é permitido dar a bênção com o Santíssimo (2000, n. 91)19;
201.O ministro, se for sacerdote ou diácono, deve revestir-se com a alva ou túnica, ou
com a sobrepeliz por cima da veste talar, e pôr a estola branca. Quanto aos outros
ministros devem usar a veste litúrgica porventura tradicional na região, ou alguma
outra que não desdiga deste ministério, aprovada pelo Ordinário. Para dar a bênção
no fim da adoração, quando a exposição é feita com a custódia, o sacerdote e o
diácono devem pôr também a capa de asperges e o véu de ombros de cor branca; e,se
for com a píxide, ponham o véu de ombros (RITUAL ROMANO, 2000, n. 92);
202.As ações pastorais inerentes a esse ministério colaboram no crescimento espiritual e

18
Cf. CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB). Ministério e Celebração
daPalavra. Brasília: CNBB, 2019.
19
Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Ritual Romano: A Sagrada Comunhão e o
CultoDivino do Ministério Eucarístico Fora da Missa. 8ª ed. São Paulo: Paulus, 2000.

37
fraterno da comunidade eclesial. Aos MECE´s é designado:
• Distribuir a Sagrada Comunhão nas celebrações da Palavra;
• Ajudar a distribuir o Pão Eucarístico em assembleias numerosas;
• Na ausência do sacerdote ou diácono (porém, com autorização do sacerdote), expor
o Santíssimo Sacramento para adoração dos fiéis e recolhê-lo sem dar a bênção;
• Levar e distribuir a Sagrada Eucaristia em hospitais ou residências, a idosos e
enfermos, desde que sejam da mesma comunidade onde se encontra o hospital, o
domicílio ou que pertençam à sua comunidade de origem;
• Administrar o Viáticoiii, em caso de necessidade;
• Acompanhar velórios e oficiar as exéquias;
• Assistir os idosos e doentes.

203.Nos casos omissos, devem seguir as orientações da Arquidiocese para o exercício


deste ministério, cuja duração é de dois anos, renováveis ou não, conforme
circunstâncias.

III.3. A Iniciação à Vida Eucarística (IVE/Primeira Comunhão)


a. A Inscrição para o Itinerário de IVE
204.Receber de maneira festiva quem busca entrar em comunhão perfeita com o Senhor
na Eucaristia, demanda acolhida personalizada, sobretudo pelo presbítero,
catequistas e introdutores/acompanhantes;
205.As inscrições para o itinerário de IVE sejam realizadas durante a festa das inscrições,
preparada pela comunidade com o perfil daqueles a quem ela se destina e “onde os
catequistas fiquem à disposição daqueles que se interessam para acolhê-los,
realizando a sua inscrição para a catequese” (CNBB, 2016, p. 63)20;
206.Os pais ou responsáveis sejam convidados a participarem da festa das inscrições.
Assim haverá de imediato a oportunidade de um primeiro encontro com as famílias
para acolhê-las e orientá-las a respeito do itinerário de preparação no qual os filhos
irão ingressar;
207.Para efetivar as inscrições, prepare-se uma ficha para registro dos dados do
catequizando, além da comprovação do Batismo (mediante Certidão);

20
Cf. CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB). Itinerário Catequético:
iniciação àvida cristã – um processo de inspiração catecumenal. 4ª ed. Edições CNBB: Brasília. 2016.

38
208.Nos casos de extravio da certidão do Batismo do catequizando, impossibilitando a
apresentação do documento para a confirmação desse sacramento, é suficiente a
declaração de uma só testemunha, idônea, ou o juramento do próprio batizado, se
tiver recebido em idade adulta (CDC, 2008, cân. 876), para assim poder receber a
Eucaristia. Se persistir dúvida real sobre o Batismo, batize-se sob condição;
209.Para aqueles que não puderem participar da festa das inscrições, seja dada a
oportunidade de uma conversa com o presbítero e catequistas a fim de efetivar as
inscrições posteriormente. No entanto, é necessário que seja estabelecido um prazo
para que essas inscrições sejam finalizadas;
210.A idade mínima requerida para começar o itinerário de IVE é de 7 anos completos
(Ibid., cân. 913). No entanto, a recepção do Sacramento da Eucaristia não aconteça
antes dos 9 anos, considerando-se primordialmente a maturidade da fé do catequizando;
211.Ao pároco, cabe considerar e discernir, as situações específicas que porventura
possam ocorrer, tanto no que se refere à vivência do itinerário de IVE, quanto à
recepção do Sacramento da Eucaristia;
212.Se houver crianças catecúmenas (a partir dos 7 anos) estas devem permanecer no
grupo do itinerário de IVE, a fim de realizar o processo preparatório;
213.As paróquias favoreçam a organização de grupos de convivência com crianças de
idade inferior aos 7 anos, nos quais permanecerão até ingressarem no itinerário de
IVE.

b. Itinerários de preparação de Iniciação à Vida Eucarística


214.Para receber a Sagrada Eucaristia, os batizados estejam devidamente preparados, de
acordo com sua capacidade, a fim de que possam compreender o mistério de Cristo
e receber o Corpo do Senhor com fé e devoção. (CDC, 2008, cân.913, §1º);
215.Essa preparação é dever, em primeiro lugar, das famílias e da comunidade paroquial;
216.O itinerário de Iniciação à Vida Eucarística seja realizado não apenas em função da
recepção do sacramento da Eucaristia, mas para que o catequizando atinja a
maturidade de fé necessária e tenha consciência do significado de entrar plenamente
em comunhão com Cristo;
217.Os itinerários de IVE têm como inspiração o modo catecumenal e como referência o
Ano Litúrgico, possibilitando superar a ideia de calendário exclusivamente
cronológico, dissociando-o do calendário civil escolar;
218.O itinerário de IVE seja construído/elaborado/revisto gradativamente, pelo grupo dos

39
catequistas, introdutores/acompanhantes e comissão de IVC, em consonância com o
pároco. Quando possível, recomenda-se ouvir opiniões e sugestões dos próprios
catequizandos que, mesmo sendo ainda crianças, têm muito a oferecer;
219.Para a elaboração dos itinerários de IVE, recomenda-se as sugestões/orientações do
Itinerário Catequético da CNBB (2014). Embora apresente um roteiro de temas
adequados ao itinerário de IVE, o Itinerário da CNBB sugerido, não esgota aos párocos
e catequistas as possibilidades de construírem os itinerários paroquiais a partir de suas
realidades, incluindo por exemplo, a vida pastoral e litúrgica da paróquia;
220.Na realização/vivência do itinerário de IVE, seja dada maior atenção ao “Kairós”iv,
evitando-se exclusivamente a dimensão do ““Khronos”v na vida dos catequizandos.
Assim, os itinerários de IVE serão desenvolvidos/vivenciados gradativamente,
considerando primordialmente o desenvolvimento e maturidade do grupo;
221.No decorrer do itinerário de IVE os catequizandos sejam conduzidos ao Sacramento
da Reconciliação. A primeira aproximação com esse sacramento poderá ser feita
através da “Festa do Perdão”vi ou outra atividade penitencial promovida para esse
fim;
222.Durante o itinerário de IVE, os catequizandos sejam educados à participação da
Missa dominical, para entrarem mais intimamente em contato com a Palavra de Deus,
cultivarem o espírito de oração e darem sentido missionário à fé;
223.Além dos encontros temáticos da catequese de IVE propriamente ditos, quando
possível, sejam realizados retiros, encontros querigmáticos e outras atividades
conforme a idade do grupo, observando a sua pedagogia, a fim de proporcionar aos
catequizandos um aprofundamento da experiência pessoal com Jesus;
224.O Pároco e/ou Vigário se façam presentes em alguns momentos do itinerário para
incentivar, acompanhar e estimular os catequizandos, assim como para ter
conhecimento mais personalizado e averiguar o grau de preparação e maturidade do
grupo de catequistas e seus respectivos catequizandos;
225.Paralelo ao itinerário de IVE, a comissão de Iniciação à Vida Cristã proporcione aos
pais ou responsáveis encontros e acompanhamento às famílias, como meio de
reavivarem a fé, o vínculo eclesial e conscientizá-los sobre a natureza, a graça própria
e os frutos dos Sacramentos. Evitem-se reuniões rápidas, próximas à celebração do
sacramento apenas para repasse de informações e normas;
226.Nos itinerários de IVE sejam inseridas atividades que favoreçam a convivência
salutar, fraterna e alegre dos catequizandos, tanto dentro como fora do ambiente

40
paroquial.

c. Preparação para a IVE nas escolas


227.O itinerário de IVE é de responsabilidade primeira da paróquia. A vivência desse
itinerário, supõe a comunidade como ambiente adequado e propício para amadurecer a
fé, criar vínculo eclesial-comunitário e gerar o discipulado missionário. No entanto,
diante da realidade já estabelecida há anos na Arquidiocese de Aracaju, e a fim de
não serem criadas situações desfavoráveis ao processo de evangelização, determina-
se:
• As escolas que desejarem organizar, elaborar e desenvolver os itinerários de
preparação para a IVE serão submetidas a aprovação da Arquidiocese, através de
seus respectivos organismos e instâncias pastorais;
• A Comissão Bíblico-Catequética Arquidiocesana oriente e acompanhe os
itinerários de IVE das escolas e promova encontros de formação com os
respectivos catequistas;
228.Ademais, recomenda-se, prioritariamente, que a catequese nas escolas seja
promovida por catequistas com vínculos paroquiais e aprovados pelos respectivos
párocos;
229.Sob nenhuma circunstância, seja nas paróquias ou escolas, a celebração da Santa
Missa (e caso dentro dela aconteça a recepção do Sacramento da Eucaristia) pode ser
instrumentalizada à promoção de pessoas, escolas ou instituições.

d. A Celebração da Eucaristia (recepção do sacramento/primeira comunhão)


230.Na medida do possível, a Santa Missa na qual os catequizandos receberão a
Eucaristia pela primeira vez, seja celebrada no período da Páscoa, enfatizando-se
assim o caráter pascal da Santíssima Eucaristia;
231.A celebração não seja realizada em dias de festas de Padroeiros ou grandes
celebrações que deixem em segundo plano, o sentido espiritual da profunda e perfeita
comunhão com o Senhor;
232.O local próprio para a celebração é a Igreja matriz ou capelas da comunidade
paroquial. Outros locais que sejam dignos poderão ser utilizados, quando necessário,
sempre de acordo e com a aprovação do Pároco;
233.Equipes de liturgia e catequistas, preparem cuidadosamente a Liturgia, buscando na
medida do possível, envolver os neo-comungantes e familiares nas ações litúrgicas.

41
O roteiro da celebração seja submetido à apreciação e aprovação do Pároco;
234.As equipes responsáveis pela organização, orientem a movimentação dos neo-
comungantes, familiares, bem como dos fotógrafos e outros, evitando-se assim,
transtornos que perturbem a harmonia e beleza da celebração;
235.O traje do neo-comungante seja simples e com decoro, observando o respeito ao culto
divino, evitando-se despesas desnecessárias e exorbitantes;
236.Quando possível, havendo um grande número de neo-comungantes na paróquia, o
pároco, junto aos catequistas, veja a possibilidade da celebração com grupos
menores, evitando-se assim aglomerações e grande movimentação de pessoas que
venham diminuir o sentido litúrgico e espiritual da celebração.

e. Acompanhamento aos neo-comungantes


237.Concluído o itinerário de IVE, com a vivência da Mistagogia, convém que as crianças
continuem a caminhada de fé em grupos de catequese de perseverança e participem
da vida litúrgica e das atividades paroquiais;
238.Os grupos de perseverança sejam organizados em todas as paróquias e atuem através
de uma catequese que responda às necessidades dos pré-adolescentes. Poderão
funcionar nas sedes paroquiais, comunidades ou em outros lugares adequados a tal
fim;
239.Convém que pais ou responsáveis sejam convidados a acompanhar os grupos de
perseverança, seja através de alguma atividade de apoio ou mesmo através de
encontros com as famílias;
240.Os itinerários da catequese dos grupos de perseverança sejam elaborados na
perspectiva de dar continuidade ao amadurecimento da fé; maior intimidade com a
Palavra de Deus através da leitura orante; participação ativa nas celebrações
litúrgicas; maior aprofundamento das verdades da fé; vida dos santos, dentre outros
temas;
241.Vale ressaltar que grupos e movimentos infanto-juvenis (Infância Missionária;
Legião de Maria, MEJ, entre outros) não constituem ou substituem a catequese de
perseverança, embora seja inquestionável seu valor para a dimensão pastoral da
Igreja;

f. Recepção da Santíssima Eucaristia por adolescentes, jovens e adultos


242.Os adultos batizados na infância que desejarem completar a Iniciação à Vida Cristã

42
(com a Crisma e a Eucaristia) sejam admitidos ao itinerário catecumenal conforme
prevê o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA, 2013, p. 131-132)21 para que
recebam esses sacramentos com maturidade de fé necessária à sua condição;
243.Os catequizandos adultos deverão receber os sacramentos da Crisma e Eucaristia na
mesma celebração, de preferência na Vigília Pascal enfatizando-se assim o caráter
desses sacramentos. Não sendo possível a celebração dos Sacramentos na Vigília
Pascal, seja realizada ainda no período da Páscoa (Ibid., p. 131-132);
244.Os catequizandos adultos sejam iniciados ao Sacramento da Reconciliação através
de celebrações penitenciais promovidas para esse fim;

III.4 Disposições Gerais


a. Viático
245.É indiscutível que o papel primeiro na assistência dos fiéis é dos ministros ordenados,
inclusive no cuidado de levar a Sagrada Comunhão aos enfermos, administrando-
lhes, também, o Viático. Entretanto, por uma designação especial, tal atribuição é
conferida aos ministros extraordinários da Comunhão Eucarística. Os ministros
ordenados ou mesmo aqueles extraordinários da Sagrada Comunhão conheçam e
visitem, periodicamente, os enfermos da comunidade levando a Comunhão aos que
não podem ir às celebrações;
246.Ao visitar os enfermos, levando a Sagrada Comunhão, o Ministro conserve uma
atitude de respeito e oração. A Sagrada Comunhão seja sempre levada na tecavii
247.A família do enfermo seja preparada com antecedência para a visita do ministro pela
Pastoral da Saúde ou pelo próprio ministro;
248.Na casa do enfermo, na medida do possível, seja providenciado:
• Mesa com toalha branca e uma vela acesa;
• Vasilha com água para purificação;
• O ministro já leva consigo o corporal.
249.O ministro fracione a hóstia consagrada caso o enfermo não consiga comungar a
partícula inteira. Se for necessário, a comunhão pode ser servida numa colher com
água. Na impossibilidade de o enfermo comungar, o ministro faça uma breve oração;
250.O ministro purifique a teca colocando os fragmentos que sobraram em um recipiente

21
Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Ritual da iniciação cristã de adultos – RICA. 5ª
ed.São Paulo: Paulinas, 2013.

43
com água a ser tomada por ele.

b. Orientações sobre a Exposição e Adoração ao Santíssimo Sacramento


251.A adoração ao Santíssimo Sacramento é uma prática devocional da Igreja em que os
fiéis, em comunidade ou pessoalmente, se propõem, em alguns momentos do dia ou
durante dia-e-noite, prolongar o mistério pascal celebrado na Sagrada Comunhão
através das atitudes de adoração, louvor, ação de graças, súplica e reparação;
252.A adoração ao Santíssimo Sacramento está em sintonia com a Sagrada Liturgia, pois
o culto a Cristo, presente no Santíssimo Sacramento, decorre da celebração do
Mistério Pascal, na Eucaristia, e deve levar os fiéis à comunhão sacramental e
espiritual, bem como expressar o significado da comunhão na prática da caridade;
253.Os fiéis sejam orientados para compreenderem e valorizarem a celebração eucarística
dominical como ponto alto da vida da comunidade;
254.A adoração eucarística, quando comunitária, seja realizada reservando momentos de
silêncio, escuta da Palavra de Deus e cânticos apropriados;
255.Os gestos litúrgicos permitidos nas celebrações eucarísticas encontram-se previstos
no Missal Romano (2004) e devem ser observados por quem preside a Eucaristia e
pela comunidade. Ações devocionais em torno das Sagradas Espécies (pão e vinho),
portanto, não são permitidas;
256.O Ritual da Sagrada Comunhão e o culto eucarístico forma da missa nos números 82
e 83 (2000) pede que a exposição da Santíssima Eucaristia, quer na píxide quer na
custódia, leve a reconhecer nela a admirável presença de Cristo e convide à íntima
união com Ele, união que atinge o auge na comunhão sacramental. Por isso, favorece
de maneira admirável o culto que lhe é devido em espírito e verdade. Deve atender-
se a que transpareça nestas exposições o culto do Santíssimo Sacramento na sua
relação com a Missa;
257.Durante a exposição do Santíssimo Sacramento, é proibida a celebração da Missa na
mesma nave da igreja ou oratório. Se a exposição se prolonga por um ou vários dias
consecutivos, deve interromper-se durante a celebração da Missa, a não ser que esta
se celebre numa capela separada da nave em que se faz a exposição, e que, ao menos,
alguns fiéis, permaneçam em adoração;
258.Diante do Santíssimo Sacramento, quer conservado no tabernáculo quer exposto à
adoração pública, genuflete-se só com um joelho (RITUAL ROMANO, 2000, n. 84);
259.Na exposição do Santíssimo com a custódia, acendem-se quatro ou seis velas, tantas

44
como na Missa, e faz-se a incensação. Na exposição com a píxide, devem acender-
se pelo menos duas velas e pode usar-se incenso (Ibid., n. 85);
260.Num momento de adoração prolongada onde, por falta de número conveniente de
adoradores, a exposição não puder efetuar-se sem interrupção, é permitido repor o
Santíssimo Sacramento no tabernáculo, a horas previamente determinadas e
anunciadas, mas não mais de duas vezes ao dia, por exemplo, ao meio-dia e durante a
noite (Ibid., n. 88);
261.As exposições breves do Santíssimo Sacramento devem organizar-se de tal modo que
nelas, antes da bênção, se consagre um tempo conveniente à leitura da Palavra de
Deus, a cânticos, a preces e à oração em silêncio prolongada por algum tempo.
Proíbe-se a exposição feita unicamente para dar a bênção, como em final de
procissões de padroeiros (Ibid., n. 89);
262.O ministro ordinário da exposição do Santíssimo Sacramento é o sacerdote ou o
diácono, que, no fim da adoração, antes de repor o Santíssimo, abençoa o povo com
o mesmo Sacramento;
263.Porém, na ausência do sacerdote ou do diácono, ou estando eles legitimamente
impedidos, podem expor o Santíssimo à adoração pública dos fiéis e repô-l’O depois,
o acólito e outro ministro extraordinário da sagrada comunhão, ou outrem designado
pelo Ordinário do lugar. Todos estes podem fazer a exposição abrindo o tabernáculo,
ou ainda, se for oportuno, depondo a píxide sobre o altar, ou colocando a hóstia na
custódia. No fim da adoração repõem o Santíssimo no tabernáculo. Mas não lhes é
permitido dar a bênção com o Santíssimo (Ibid., n. 91);
264.O ministro, se for sacerdote ou diácono, deve revestir-se com a alva ou túnica, ou
com a sobrepeliz por cima da veste talar, e pôr a estola branca. Quanto aos outros
ministros devem usar a veste litúrgica porventura tradicional na região, ou alguma
outra que não desdiga deste ministério, aprovada pelo Ordinário. Para dar a bênção
no fim da adoração, quando a exposição é feita com a custódia, o sacerdote e o
diácono devem pôr também a capa de asperges e o véu de ombros de cor branca; e,se
for com a píxide, ponham o véu de ombros (Ibid., n. 92);
265.Reunido o povo e enquanto, se é possível, se canta um cântico, o ministro dirige-se
para o altar. Se o Santíssimo não se conserva no altar em que se faz a exposição, o
ministro, tendo tomado o véu de ombros, leva-O do lugar da reserva, acompanhado pelos
ajudantes ou pelos fiéis com velas acesas;
266.Coloque-se a píxide ou a custódia sobre a mesa do altar coberta com uma toalha.Se,

45
porém, a exposição se prolongar por bastante tempo, e no caso de se usar a custódia,
pode utilizar-se um trono colocado em lugar mais elevado; mas deve evitar-se que
este seja demasiado alto e distante. Feita a exposição, se se usa a custódia, o ministro
incensa o Santíssimo Sacramento. Depois, se a adoração se prolongar por um certo tempo,
pode retirar-se (Ibid., n. 93);
267.Se a exposição for mais solene e prolongada, a hóstia destinada à adoração consagre-
se na Missa que a precede imediatamente e coloque-se na custódia, sobre o altar, a
seguir à comunhão. A Missa termina com a oração depois da comunhão, omitindo os
ritos de conclusão, isto é, bênção final e despedida da assembleia. Antes de se retirar,
o sacerdote coloca o Santíssimo no trono e incensa-O, segundo as circunstâncias
(Ibid., n. 93).

c. Celebrações em caráter especial (exéquias, formatura etc.)


268.Nas celebrações em memória de fiéis defuntos, seja preservado o sentido de sufrágio
por sua alma, e não uma mera homenagem àquele por quem se reza;
269.Caso haja homenagens através de fotografias ou banners ao falecido, que estas não
sejam colocadas no presbitério; caso a família deseje, seja colocada à entrada da
Igreja uma mesa com livro de condolências e uma pequena fotografia do falecido;
270.A liturgia seja preparada conforme a Igreja orienta, preservando-se assim a natureza
do Santo Sacrifício de Cristo. Portanto, os cânticos sejam litúrgicos e evitem- se
homenagens desnecessárias dentro da Missa;
271.Caso haja homenagens com músicas e discursos, a critério do pároco ou do presidente
da celebração, deve-se primeiro esperar o sacerdote dar a bênção final, fazer a
despedida litúrgica e deixar o espaço celebrativo;
272.O responsável pelas homenagens apresente previamente ao presidente da celebração
ou alguém por ele delegado, o que se pretende fazer, a fim de evitar músicas, ações
ou referências inadequadas ao local sagrado no qual a assembleia se encontra;
273.Nas celebrações da Missa com formandos, o presidente da celebração, a equipe de
liturgia, ou pessoa designada, acompanhe de perto a preparação da liturgia para que
nada se faça contra as orientações da Igreja;
274.Sejam evitadas as decorações excessivas que obscureçam o espaço celebrativo.

46
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

I. Itinerário e Normas Pastorais


275.As pessoas com deficiência e os surdos constituem parte da comunidade eclesial e,
assim como as demais, têm direito e precisam ser ajudadas a fazer a experiência de
Deus em suas vidas. A elas, seja dada especial atenção, desde o momento da acolhida
ao oferecimento de “uma catequese apropriada em seus recursos e conteúdo”. (DNC,
2006, n. 203-204);
276.Desse modo, nos esclarece o Diretório Nacional de Catequese (2006) acerca desses
candidatos: “A comunidade cristã é convidada a assumir a responsabilidade de
catequizar as pessoas com deficiência, criando condições para a sua plena
participação comunitária e pastoral”. (DNC, 2006, n. 205);
277.As famílias das pessoas com deficiência e os surdos são os primeiros ambientes da
experiência de encontro com Deus e vivência comunitária. A elas, seja dada a
oportunidade de envolvimento e acompanhamento dos itinerários de fé dos filhos e
parentes. (Ibidem, n. 205);
278.As paróquias cuidem para que as pessoas com deficiência e os surdos, respeitando-
se suas especificidades e necessidades, sejam acolhidas nos mesmos grupos junto
com os demais catequizandos (Ibidem, n. 206);
279.Os ambientes sejam adaptados, conforme a legislação vigente22, a fim de facilitar o
acolhimento, acesso e participação nas ações litúrgicas, pastorais e catequéticas.
(Ibidem, n. 206);
280.A Iniciação à Vida Cristã das pessoas com deficiência e dos surdos seja feita através
de itinerários que contribuam para o amadurecimento da fé e respondam às suas
potencialidades e necessidades;
281.As diversas forças vivas da comunidade são convocadas, junto aos catequistas e
famílias, a participar e acompanhar o itinerário de fé dos catequizandos com
deficiência e dos catequizandos surdos;
282.A vivência dos itinerários das pessoas com deficiência e dos surdos seja conduzida
por pessoas, mais especificamente catequistas, devidamente preparadas,levando-se

22
BRASIL. Lei n. 13.146, 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 06 jul. 2015.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127.
Acesso em: 13 de outubro de 2019.

47
em conta as dimensões específicas requeridas por essas realidades eclesiais. (Ibidem.,
n. 208);

48
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ NA CATEQUESE COM ADULTOS23

I. Itinerário e Normas Pastorais


283.Que a inscrição dos adultos seja realizada pelo próprio adulto, na Secretaria Paroquial
ou mesmo junto aos catequistas, para um período de preparação chamado
“Catecumenato”, cujas orientações se encontram no Ritual de Iniciação Cristã de
Adultos (2013)24;
284.O uso do RICA, celebrações e metodologia catequética é obrigatório na Igreja latina
para todos os adultos e para as crianças ou jovens em idade de catequese25.
285.Haja uma entrevista do catecúmeno com o pároco, ou administrador paroquial, ou
alguém por ele delegado, a fim de se certificar de que o adulto não foi realmente
batizado e da sua reta intenção de receber o Batismo. Que o processo de inscrição e
as entrevistas sejam acolhedoras;
286.Quanto à preparação de adultos para o Batismo: caberá aos Catequistas, devidamente
formados, a preparação dessas pessoas;
287.O tempo da preparação será de, no mínimo doze meses, mas de acordo com o Ritual
de Iniciação Cristã de Adultos (2013, n. 7), o Catecumenato poderá durar vários anos26;
288.A paróquia empenhe-se em oferecer aos adultos uma catequese sólida, catequistas e
introdutores27 devidamente preparados para o processo catecumenal;
289.O conteúdo deverá abranger: opção por Jesus Cristo, educação para a prática da
caridade, vida da graça alimentada pelos sacramentos, espiritualidade cristã, deveres
próprios do estado de vida buscando a santidade, educação para viver em comunidade
e assumir as responsabilidades na missão da Igreja, dando testemunho cristão na sociedade
(DNC, 2006, n. 183);
290.A Dimensão Bíblico-Catequética Arquidiocesana ofereça formação de catequistas e
introdutores/acompanhantes para melhor entenderem e efetivarem a Iniciação Cristã

23
Por “adulto” se entende a pessoa que tenha completado dezoito (18) anos de idade.
24
Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Ritual da iniciação cristã de adultos – RICA. 5ª
ed.São Paulo: Paulinas, 2013.
25
Entende-se que estão em “idade de catequese” as crianças e os jovens que têm entre sete (7) e dezessete
(17) anos de idade.
26
“A duração do tempo do catecumenato não só depende da graça de Deus como das diversas
circunstâncias, isto é, do plano do próprio catecumenato, do número dos catequistas, diáconos e sacerdotes,
da colaboração de cada catecúmeno, das possibilidades de frequentarem a sede do catecumenato e da ajuda
da comunidade local. Nada, portanto, pode ser estabelecido “a priori”. Compete ao Bispo determinar o
tempo e a disciplina do catecumenato” (RICA, 2013, n. 20).
27
Por introdutor, entende-se o cristão adulto e consciente que, na Iniciação Cristã de Adultos, acompanha
pessoalmente o catecúmeno.

49
de Adultos;
291.Que se valorize o processo do Catecumenato, segundo as indicações do Ritual de
Iniciação Cristã de Adultos, evitando ministrar somente o Batismo ao adulto, ou seja,
que ele receba todos os sacramentos da Iniciação Cristã, como cume do processo de
iniciação;
292.Quanto à celebração do Batismo de adultos, seguir-se-ão todos os passos indicados
pelo Ritual de Iniciação Cristã de Adultos, culminando com o Batismo na santa noite
da Vigília Pascal;
293.Onde não for possível batizar no Sábado Santo, que seja realizado o Batismo em um
domingo ainda no Tempo Pascal; seja viva, festiva e em comunidade, tanto quanto
possível dentro da Missa paroquial, evitando-se celebrações particulares; por fim,
seja realizada na paróquia onde o catecúmeno reside ou onde realizou o processo
catecumenal;
294.Adultos já batizados, que estiveram afastados da vida eclesial, quando a retornam
pela confissão sacramental, sejam devidamente preparados para completarem o
processo de Iniciação à Vida Cristã com o mesmo esmero oferecido aos adolescentes
e jovens;
295.No caso de adultos – catecúmenos, no sentido estrito –, o pároco, ao batizá-los,
deverá também conferir-lhes a Crisma, o que deve ser feito na Vigília Pascal. (CDC,
2008, cân. 866);
296.Os adultos não crismados, maiores de 18 anos, sejam encaminhados para o
Catecumenato, com sua metodologia e conteúdos específicos;
297.A sua duração deve estar intrinsecamente vinculada ao itinerário formativo próprio
desta pedagogia catequética. Desse modo, ainda que se recomende a duração mínima
de 12 (doze) meses, é indispensável que o tempo seja definido pelo itinerário
formativo;
298.No ato da inscrição do adulto não crismado, verifique-se a validação do batismo,bem
como a sua introdução à vida eucarística. Tudo o que se refere ao Catecumenato, no
Sacramento do Batismo, seja observado também para a recepção da Crisma por um
adulto28.

28
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Ritual de Batismo de Criança. São Paulo, Paulinas, 2008.

50
SACRAMENTOS DE SERVIÇOS

I. SACRAMENTO DE MATRIMÔNIO
I.1. Introdução
299.Tratando da natureza do Sacramento do Matrimônio e da sua dupla finalidade, o
Catecismo da Igreja Católica rememora o trazido pelo Código de Direito Canônico:
“A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem
entre si uma comunhão de vida toda, é ordenada por sua índole natural
ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada,
entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor”
(CIC,1993, n. 1601; CDC, 2008, cân. 1055, §1).

300.Assim, Deus, que é amor e criou-nos “por” e “para” o amor, vocaciona-nos a amar,
de modo a não serem dois, mas uma só carne (cf. Mt 19,6), a fim de que, no mesmo
amor que os une, sejam fecundos e multipliquem-se (cf. Gn 1,28).
301.Vislumbrando os aspectos teológicos deste sacramento, é sabido que o Matrimônio
é um pacto de amor, que forma uma comunidade de vida e de amor. Esta aliança foi
fundada e dotada de leis próprias pelo Criador, que, mesmo quando do pecado, não
aboliu a bênção que havia destinado aos cônjuges. Após a redenção, entre os
batizados, esta bênção foi elevada, pelo Senhor Jesus Cristo, à dignidade de
sacramento (cf. GS, 2018, n. 48).
302.Apontamos como propriedades essenciais do Matrimônio a unidade e a
indissolubilidade. Por unidade, entendamos o significado trazido pela união esponsal
de Cristo com a Sua Igreja. Quanto a indissolubilidade do sacramento em si (cf. CDC,
2008, cân 1056), deve ser obedecido piamente o imperativo de Jesus: “Ninguém
separe o que Deus uniu” (cf. Mt 19,6; Mc 10,9). O sacramento do Matrimônio
propicia esta dupla propriedade, já que concede aos cônjuges a graça de levar à
perfeição o amor humano dos esposos, fortalecendo sua unidade indissolúvel e os
santificando no caminho da vida eterna.
303.Como sacramento de serviço da comunhão, contribuindo para a edificação do povo de Deus,
para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros (cf. CIC, 1993, n. 1534), o Matrimônio,
sendo para o mundo um sinal do amor-aliança do Senhor em Sua Páscoa (cf. GS, 2018, n.
52), os esposos cristãos devem atentar-se da sua missão de transformar o mundo e a
sociedade, não somente para com a comunidade de fé, mas com toda a comunidade humana.

51
I.2. Normas Pastorais
a. Quanto a preparação anterior ao Matrimônio
304.A Paróquia esteja atenta à preparação dos noivos que desejam receber este
sacramento, providenciando ela mesma – ou sob a realização de outras paróquias, o
encontro regular com este intuito. Este encontro deve, inclusive, contar com o
testemunho de casais cristãos experientes na salutar vivência matrimonial, dotados
de espiritualidade e de vida eclesial.
305.Para esta formação catequética dos noivos para o Matrimônio, recomendamos a
utilização do texto “Guia de preparação para a Vida Matrimonial da CNBB” 29, o
Diretório da Pastoral Familiar 30 e o Código de Direito Canônico.
306.Entretanto, salientamos que é salutar que a preparação dos noivos seja feita,
preferencialmente, na Paróquia de residência de um deles ou naquela em que será
celebrado o Matrimônio (CDC, 2008, cân. 1063).
307.Também nas catequeses para jovens e adultos haja uma evangelização sobre o
Matrimônio e a família.
308.Quanto aos nubentes não-batizados, mas que desejam abraçar a fé Católica, sejam
encaminhados para a catequese catecumenal.
309.Quanto ao Sacramento da Confirmação, seja recebido pelos noivos antes do
Matrimônio, quando houver tempo hábil para a sua preparação e recepção, fazendo-
os sem graves incômodos (CDC, 2008, cân. 1065 §1).
310.A fim de que o Sacramento do Matrimônio seja recebido frutuosamente, recomenda-
se, insistentemente, aos nubentes que se aproximem dos sacramentos da Penitência
e da Santíssima Eucaristia (CDC, 2008, cân. 1065, §2), tendo em vista que a
celebração dos sacramentos prepara, também, para cultuarem a Deus e praticarem a
caridade (cf. SC, 2011, n. 59).

b. Quanto à preparação próxima para o Matrimônio:


311.Os noivos deverão procurar a própria Paróquia (do noivo ou da noiva) para abrir o
Processo de Habilitação Matrimonial, com, ao menos, três meses de antecedência,
via de regra. Tal processo deverá ser examinado pelo Pároco ou Administrador
Paroquial (cf. Ibid, cân. 1067).

29
Cf. CNBB. Setor Família e Vida, Guia de Preparação para a Vida Matrimonial Encontros para
noivos, 2001.
30
Cf. CNBB. Diretório da Pastoral Familiar, 2004.

52
312.A entrevista com os noivos seja realizada pelo Pároco, Administrador Paroquial ou
Vigário Paroquial (excluindo-se a entrevista através de leigos) logo após a abertura
do processo.
313.A entrevista se paute por uma ocasião de diálogo sincero e franco entre o Cura de
almas e os noivos; um momento de evangelização e conscientização para a vida de
Igreja. Deverá ser feito em separado com cada uma das partes, individualmente, com
critérios acolhedores (CDC, 2008, cân. 1067).
314.Para a entrevista, a Arquidiocese de Aracaju disponibilizará uma lista de perguntas
fundamentais sobre o Matrimônio.
315.Mesmo sendo ato eclesial e, portanto, público, o Matrimônio seja celebrado dentro
de templos católicos.
316.A espórtula referente ao Matrimônio deve obedecer à Tabela de Emolumentos
vigente na Arquidiocese de Aracaju. Caso existam taxas adicionais, que seja por
causa de particularidades de cada Paróquia. Porém, a Paróquia não pode recusar a
assistência ao Matrimônio por motivos financeiros, privando os nubentes da recepção
de tal Sacramento
317.Exige-se para a abertura do Processo de Habilitação Matrimonial:
• Comprovante de residência;
• Comprovante do encontro de noivos;
• Certidão de Batismo (atualizada com seis meses ou menos de expedição);
• Documentos pessoais: Identidade ou Certidão de Nascimento e CPF (cf. Cân.
1067, Legislação complementar ao Código de Direito Canônico, Texto da
CNBB);
• sendo uma ou as duas partes viúvas, apresentar a cópia da certidão de óbito do(s)
cônjuge(s) falecido(s). Neste último caso, no espaço reservado às observações do
assentimento no Livro de Batismo, haja a notificação da viuvez.

318.Nos casos em que não seja encontrada a Certidão de Batismo, o Pároco ou Vigário
Paroquial receba o juramento das testemunhas e/ou o juramento supletório da própria
pessoa para que sejam anexados ao processo. Os juramentos deverão ser feitos com
a mão tocando sobre o livro dos evangelhos.
319.Em perigo de morte, basta apenas a afirmação dos noivos de que são batizados e de
que nada impede que o Matrimônio ocorra (Ibid, cân. 1068).

53
320.O edital dos proclamas matrimoniais seja divulgado nas paróquias de residência das
partes.
321.No caso de um Matrimônio religioso sem efeito civil, seja entregue, gratuitamente, a
referida Certidão.
322.Haja o devido assentimento do Matrimônio contraído no Livro dos Batizados onde
estão registrados os batistérios dos noivos. O Pároco do lugar onde foi celebrado o
Matrimônio envie, o quanto antes, as notificações escritas e por si mesmo assinadas
do Matrimônio ao Pároco do lugar em que os noivos receberam o Santo Batismo.
Celebrado o Matrimônio, o Pároco do lugar (ou o seu delegado) registre o mais
depressa possível no Livro de Casamentos as devidas informações sobre o enlace,
segundo o prescrito pela Conferência dos Bispos ou pelo Bispo Diocesano.
323.Diante de um Matrimônio contraído com dispensa da forma canônica, o cônjuge
católico está obrigado a certificar o quanto antes ao Ordinário do lugar e ao Pároco a
celebração do Matrimônio, informando o lugar da celebração, bem como a forma
pública observada.
324.Em caso de transferência de paróquia para a celebração do Matrimônio, seja
encaminhada para a paróquia da celebração todo o processo matrimonial, onde será
registrado o referido casamento e devidamente arquivado.
325.Para dispensa (no caso de disparidade de culto) ou licença (no caso de matrimônio
misto), a parte católica deve se comprometer por escrito a sua promessa de não
abandonar a Fé Católica e o empenho de batizar e educar a sua prole na Igreja
Católica. A parte não-católica deve ter ciência deste compromisso assumido pela
outra parte (cf. CDC, 2008, cân. 1126 e 1129).
326.Como afirma a CNBB, em suas “Orientações Pastorais sobre o Matrimônio” 31, seja
o casamento civil contraído anteriormente ao Matrimônio. Porém, há diversas
situações em que o Ordinário do lugar pode conceder a licença dessa condição, como
uma exceção. Se não houver licença ou, antes, o casamento civil não seja contraído,
conforme os termos do art. 71 da Lei de Registros Públicos 32, a paróquia pode realizar
o casamento religioso para efeito civil mediante a apresentação feita pelos nubentes

31
Cf.CNBB, Orientações Pastorais sobre o Matrimônio, Doc 12 São Paulo, 1978; Diretório da Pastoral
Familiar da CNBB. São Paulo, 2005.
32
BRASIL. Lei n. 6.015, 31 de dezembro de 1973. Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 1973. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6015consolidado.htm>. Acesso em: 25 de out. de 2021.

54
da pertinente Certidão de Habilitação. O Termo de Casamento Religioso com Efeito
Civil, em duas vias, deverá conter a assinatura do celebrante, dos esposos e de duas
testemunhas qualificadas. A paróquia arquivará uma cópia do sobredito Termo, e a
outra deverá ser, sob o protocolo de entrega, encaminhada pelos recém-casados, o
mais depressa possível, ao Oficial do Registro Civil, para que o registro do referido
casamento seja lavrado no livro competente do Cartório. Após a celebração do
Matrimônio, os documentos acima citados têm um prazo de noventa dias para ser
entregues ao Cartório.

c. A celebração do Matrimônio:
327.Por ser uma ação sagrada, só será permitida a execução de músicas eruditas sacras
ou de cunho litúrgico, tal como convém à natureza dos Sacramentos, inclusive do
Matrimônio; no caso de desobediência, o sacerdote, o diácono ou seu encarregado
têm o direito e o grave dever de consciência de interromper a sua execução.
328.Prevendo um maior zelo litúrgico, para a celebração do Matrimônio, aconselhamos,
paternalmente, que o Pároco local onde ocorrerá a cerimônia tenha em mãos a lista
com as músicas (repertório) com, ao menos, os títulos e os compositores, para a
devida aprovação.
329.A ornamentação do Templo não é obrigatória. Mas, se houver, seja sóbria e observe
as determinações litúrgicas. Se mais de um casamento for realizado no mesmo dia e
no mesmo templo, a ornamentação esteja concluída antes do primeiro casamento,
permanecendo na igreja para todos os outros.
330.Haja nobreza, bom gosto e simplicidade na decoração, sem gastos supérfluos e sem
ostentação. Cabe ao Pároco a palavra final a respeito da forma ou modo da
ornamentação, e de outro detalhe por mais insignificante que possa parecer.
331.Os arranjos devem ser em colunas, vasos ou treliças (nunca sobre os bancos), desde
que não interceptem a visão do Sacrário (caso haja), nem comprometam a beleza do
Templo; tampouco comprometam a segurança e a locomoção dos fiéis no Templo.
Uma vez colocados arranjos florais no Presbitério (genericamente, chamado
“Altar”), não será possível recolher as flores.
332.Se o Matrimônio for celebrado no Tempo do Advento ou no da Quaresma, os noivos
sejam prevenidos acerca do caráter penitencial desses tempos litúrgicos, que, por
suas naturezas, não comportam pompas, ornatos de flores e os instrumentos musicais
são apenas para o sustento do canto.

55
333.Sejam os noivos cientes de que, na desventura de precisar realizar qualquer
manutenção no Templo que venha a mudar os planos de decoração e ornamentação
de um casamento, a Paróquia tem toda liberdade de fazê-la sem satisfações a serem
dadas ou posteriores indenizações ou preocupações outras.
334.Deverão ser evitados:
• a presença dos padrinhos ou de outrem no presbitério, que ocuparão os bancos do
Templo;
• o uso de drones, tapetes de vidro ou tablados;
• o uso de equipamentos de qualquer sorte, inclusive fotográfico, no presbitério do
Templo;
• plaquetas com mensagens às entradas dos noivos ou em qualquer outro momento
da celebração;
• qualquer tipo de criatividade que desdiga a nobreza e a sacralidade da celebração
do Matrimônio.
335.Caso haja, o cerimonial contratado deve cuidar tão somente do que lhe é cabido para
um auxílio dos solicitantes e/ou convidados, sendo, destarte, inadmissível que
palpitem na estrutura ritual dos Sacramentos, inclusive no referente à inserção de
elementos e práticas estranhas à celebração. Os nubentes devem ser cientes de que
devem obedecer ao ministro sagrado ao invés dos cerimonialistas.
336.Haja igual tratamento aos noivos, independentemente de sua condição social e
financeira.
337.Com relação às testemunhas, é suficiente que sejam admitidas duas pessoas para cada
nubente.
338.Para assistir validamente à celebração de um Matrimônio fora de sua Paróquia,
qualquer bispo (não Ordinário do lugar), presbítero ou diácono precisa, por escrito,
da jurisdição do respectivo Pároco local.
339.Proíbe-se ao Clero desta nossa Arquidiocese o serviço a empresas de cerimoniais,
ainda que sob emolumentos ou quaisquer outras benesses.
340.Para não promover simulações de Matrimônio, não é permitida a concessão de
bênçãos ou celebrações de bodas por união de casais unicamente vinculados pelo
casamento civil ou segunda união, para não despertar confusão nos fiéis.
341.Não será permitido que, uma vez realizada a celebração do Matrimônio, sejam dadas
bênçãos em salões de festas ou outros lugares que simulem o próprio Matrimônio,

56
para quaisquer finalidades ou leve a entender qualquer quebra da unidade
sacramental.
d. Local e dia do Matrimônio:
342.Sejam os casamentos realizados no espaço litúrgico de um templo católico (igrejas,
oratórios ou os que possuem contrato de comodato com alguma Paróquia já
estabelecido em Cartório), não sendo permitida a celebração em oratórios
particulares de fazendas, sítios, clubes, buffets e afins.
343.Nos horários disponíveis pela Paróquia, a critério do Pároco, preservando sempre o
direito da missa preceitual dos domingos e dias santificados, sejam realizados os
matrimônios.
344.Seja observada a pontualidade, de modo que os noivos devem ser orientados para
que não atrasem por qualquer motivo.
345.Incentivando o cumprimento da pontualidade, sugere-se que, no momento da
entrevista com os noivos, o Pároco os estimule a cumprir o horário agendado para o
casamento.
346.Também é obrigatória a pontualidade por parte do assistente eclesiástico, e o templo
onde será realizado o Matrimônio deverá estar aberto, no mínimo, trinta minutos de
antecedência do horário previsto para o início da celebração, com os documentos
necessários disponíveis, evitando-se atrasos por parte da Paróquia.
347.É salutar que, não descartando as orientações deste Diretório, as paróquias possuam
Termos de Compromisso para a Celebração do Matrimônio, informando,
expressamente, aos noivos e ao assistente eclesiástico os acordos relativos expostos
pela paróquia que acolherá aquela celebração.
348.O Termo de Compromisso deverá estar assinado, atestando a concordância de todos,
sendo lavrado em duas vias, uma das quais permanecerá com os nubentes.
349.Os fotógrafos, filmadores e todos os que prestam algum contributo para a cerimônia
sejam marcados pela discrição em seus serviços, não dispersando as atenções dos
presentes.
350.Com o intuito de comprovar que nada se opõe ao matrimônio, instrui-se o Processo
de Habilitação Matrimonial com a tríplice finalidade:
• averiguar a ausência de impedimentos;
• adquirir certeza moral sobre a liberdade do consentimento dos nubentes;
• verificar, se for necessário, suprir o grau de instrução suficiente dos noivos acerca
da doutrina católica sobre o matrimônio (cf. CDC, 2008, cân. 1066).

57
351. Faltas no consentimento e/ou na forma canônica podem ser causa de nulidade
matrimonial.

e. Sobre os não-casados na Igreja:


352.A consciência do valor dos sacramentos na vida do fiel católico faz entender a vida
marital (segunda união ou união informal) sem o casamento religioso como uma
situação irregular, causada por uma omissão ou por uma impossibilidade de celebrar
o casamento religioso de uma segunda união.
353.Nestes casos, a Igreja convida os seus filhos a não se eximirem de participar da vida
da comunidade cristã, embora privados da vida sacramental, preservando a coerência
cristã católica.
354.Pede-se, sem julgamento do foro interno, que enquanto existirem as situações de
irregularidades matrimoniais, que não tomem lugar na recepção da Eucaristia,
evitando uma possível incompreensão escandalosa da comunidade (cf. 1Cor
10,23ss).
355.Aos que assim vivem e que não podem se abeirar do Altar para receber o seu Fruto,
para poder fazê-lo, recomenda-se uma vida de continência sexual, como bem
expressou o Papa São João Paulo II (cf. Exortação Apostólica Familiaris Consortio,
1981, 84)33.
356.Diante do número crescente de casais que constituem família sem a celebração do
casamento, seja no civil ou no religioso, procurem os Pastores de almas incentivar os
casais que já demonstraram estabilidade em sua condição matrimonial, a que
manifestem sua fé no Sacramento e legitimem sua situação pelo Matrimônio.
357.Pode haver a organização de celebrações comunitárias de casamentos, que ressaltem
a importância do Sacramento do Matrimônio, e expressem o apoio da comunidade
para com as famílias.
358.Não seja a falta de recursos um obstáculo para a recepção do Matrimônio, podendo
o Pároco eliminar a espórtula relativa a este Sacramento.

f. Para situações não contempladas pelo Diretório:


359.Os casos não prescritos neste Diretório deverão ser consultados e determinados pelo
Arcebispo Metropolitano em consonância com as normas da Conferência Episcopal,

33
PAULO II, S. J. Exortação Apostólica Familiaris Consortio. 11. Ed. São Paulo: Paulinas, 1981.

58
com a escuta dos responsáveis e envolvidos.

g. Tribunal Eclesiástico:
360.As pessoas que procuram o reconhecimento da nulidade matrimonial sejam
orientadas a se dirigirem às suas paróquias para que, posteriormente, sejam
encaminhadas ao Tribunal Eclesiástico, para averiguação de sua situação
matrimonial (cf. CDC, 2008, cân. 1686).
361.O matrimônio pode ser reconhecido como nulo se houver:
• impedimentos dirimentes:
o idade, cuja mulher contando com a idade de 14 anos e o homem 16
anos (cf. Ibid, cân. 1083 §1);
o impotência antecedente e perpétua (cf. Ibid, cân. 1084);
o vínculo (cf. Ibid, cân. 1085 §1-2);
o disparidade de culto (cf. Ibid, cân. 1086);
o ordem sacra (cf. Ibid, cân. 1087),
o profissão religiosa (cf. Ibid, cân. 1088),
o rapto (cf. Ibid, cân. 1089);
o conjugicídio (cf. Ibid, cân. 1090),
o consanguinidade (cf. Ibid, cân. 1091),
o afinidade em linha reta (cf. Ibid, cân. 1092),
o honestidade pública (cf. Ibid, cân. 1093),
o parentesco legal (cf. Ibid, cân. 1094);
• vício (ou defeito) de consentimento:
o incapacidade (cf. Ibid. cân. 1095-1096);
o erro de pessoa (cf. Ibid, cân 1097)
o dolo (cf. Ibid, cân. 1098);
o erro a respeito de unidade, da indissolubilidade ou da dignidade
sacramental do matrimônio (cf. Ibid, cân. 1099);
o exclusão de algum elemento essencial do matrimônio ou alguma
propriedade essencial por ato positivo de vontade (cf. Ibid, cân.
1101§2);
o condição futura (cf. Ibid, cân. 1102)
o violência (cf. Ibid, cân. 1103);
o erro de mandato procuratório (cf. Ibid, cân. 1105 §1; cân. 1071, n. 7);

59
Recordando-se de que “a certeza ou opinião acerca da nulidade do matrimônio
não exclui necessariamente o consentimento matrimonial” (cf. Ibid, cân. 1100).
• erro na forma canônica (cf. Ibid, cân. 1104;1108);
• casos especiais:
o vagantes (cf. Ibid, cân. 1071 n. 1);
o impossibilidade de celebrar civilmente (cf. Ibid, cân. 1071, n. 2);
o obrigações naturais, originadas de uniões precedentes (cf. Ibid, cân.
1071, n. 3);
o abandono notório da fé católica (cf. Ibid, cân. 1071, n. 4);
o censura eclesiástica (cf. Ibid, cân. 1071, n. 5);
o menor de idade (cf. Ibid, cân. 1071, n. 6).
362.Também devem procurar o Tribunal Eclesiástico, para renovar o consentimento,
aqueles matrimônios nulos, mas cujos contraentes desejam convalidá-lo; igualmente
os que desejam fazer a sanação radical (sanatio in radice)viii.

II. SACRAMENTO DA ORDEM


II. 1. Introdução
363.Ao chamar do Egito o povo escolhido de Israel, Deus constitui-o e denominou-o
“reino de sacerdotes e nação santa” (cf. Ex 19,6). Entretanto, dentro das doze tribos
formadoras daquele povo, a de Levi foi designada para o serviço litúrgico da Tenda
da Reunião (cf. Nm 1,48-53). Esta é a gênese do sacerdócio na Antiga Aliança.
364.O Senhor Jesus Cristo, com o Seu Sacrifício redentor, apresentou-Se como Pontífice
em favor dos homens nas suas relações com Deus, a fim de oferecer dons e sacrifícios
pelo pecado (cf. Hb 5,1). Ele é o Sumo e Eterno Sacerdote da Nova Aliança, de quem
procede o sacerdócio cristão enquanto participação no Seu Ser Sacerdotal.
365.O povo cristão é, em Cristo e pelo Santo Batismo, uma nação sacerdotal, já que todos
os batizados possuem o sacerdócio comum. Porém, dentro do Seu povo, o Senhor
escolhe e consagra homens para, em nome e nas vezes de Cristo, apascentar, pela
Palavra e pela graça de Deus, o rebanho do único, Bom e Eterno Pastor. Estes são os
pastores da Santa Igreja (cf. LG, 2020, n. 11).
366.No único sacerdócio de Cristo, os que recebem o Sacramento da Ordem, a saber os
bispos e os presbíteros, possuem um poder sagrado para o serviço do sacerdócio
comum dos fiéis, junto ao povo de Deus, através do tríplice múnus (cf. CIC, 1993, n.
1592) do ensinar (munus docendi), santificar (munus liturgicum) e governar (munus

60
regendi).
367.Também os diáconos, muito embora não sejam sacerdotes, participam do ‘tria
munera’, estabelecido pelo Sacramento da Ordem.
368.Desde as origens, e insubstituíveis na estrutura orgânica da Santa Igreja Católica, o
Sacramento da Ordem foi conferido e exercido em três graus: o episcopado, o
presbiterado e o diaconado. As Sagradas Escrituras, no Novo Testamento, de maneira
diversificada, testificam e delineiam os três graus da Ordem, tal como veremos mais
adiante.
369.A denominação deste Sacramento, Ordem, habita na indicação do corpo eclesial, do
qual passa a fazer parte, mediante uma especial consagração, a Ordenação, que, por
um dom particular do Espírito Santo, permite a um varão exercer um poder sagrado
em nome e na autoridade de Cristo, para o serviço do povo de Deus (cf. CIC, 1993,
n. 1538).
370.É matéria da Ordenação a imposição das mãos por parte do Bispo e, por fórmula, a
oração consecratória, que, juntas, constituem o sinal visível desta consagração.
II.2. Normas Pastorais
371.O incentivo e o despertar de vocações sejam uma constante nas paróquias,
comunidades e famílias cristãs.
372.A comunidade paroquial deve rezar pelas vocações, preferencialmente a Oração
pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas, composta por Dom Luciano José Cabral
Duarte, nosso segundo Arcebispo.
373.Do mesmo modo, a comunidade paroquial deve divulgar e apoiar mais amplamente
as novas vocações. Deve cuidar para que proporcione condições aos jovens pobres
que sentem e correspondem à vocação sacerdotal.
374.Por parte do Pároco, esmere-se no acompanhamento de cada vocacionado à vida
sacerdotal, encaminhando ao Seminário para um maior desempenho os que
realmente demonstrem os sinais vocacionais para tão sublime encargo.
375.Toda a Arquidiocese deverá se empenhar no apoio ao Serviço de Animação
Vocacional (SAV) com orações e recursos.
376.Os formadores dos nossos seminários cultivem o contato e as visitas aos familiares
dos candidatos e seminaristas.

a. Admissão ao Seminário e à Ordem Sacra:


377.O cristão que sente o chamado à vida sacerdotal deverá ser acompanhado pela

61
Pastoral Vocacional Arquidiocesana num período mínimo de um ano.
378.Pelos encontros vocacionais, o vocacionado será apresentado pelo Pároco para o
ingresso no Seminário Propedêutico após ser aprovado o seu ingresso pelos
formadores do Seminário.
379.No Seminário Propedêutico, o vocacionado tenha um “tempo de preparação humana,
cristã, intelectual e espiritual para o ingresso ao Seminário Maior” (cf. Pastores Dabo
Vobis, 1992, 62). Nesta fase da formação seminarística, o vocacionado deve
permanecer por, no mínimo, um ano.
380.O Seminário Maior, por sua vez, “é antes de tudo uma escola do Evangelho, tendo
como modelo e referência ideal a própria convivência de Jesus, o grupo dos apóstolos
e discípulos” (cf. Ibid., 60). Ainda é um período de experiência de vida comunitária,
pois se insere, gradativamente, o futuro presbítero na comunhão com o presbitério e
o habilita para o relacionamento fraterno, mais qualificado, com as comunidades
eclesiais.
381.Aos candidatos ao presbiterado são prescritos o estudo de três anos de Filosofia e
quatro de Teologia, com residência em casas de formação apropriadas.
382.Recordando-nos do que reza o Código de Direito Canônico (cf. 2008, cân. 235 §1),
a juízo do Bispo diocesano, quando as circunstâncias o exigirem, os aspirantes ao
sacerdócio poderão receber a formação seminarística em quatro anos, bem como
residir fora do Seminário, aos cuidados de um sacerdote piedoso e idôneo (cf. CDC,
2008, cân 235 §2), porém devem residir ao menos três anos em uma Casa de
Formação adequada.
383.Observe-se que a conclusão dos estudos previstos não é critério para a admissão de
um candidato, já que a vida seminarística é sustentada por cinco dimensões:
espiritual, humano-afetiva, pastoral, comunitária e intelectual.

b. Leitorato e Acolitato:
384.Melhor dispondo para o futuro serviço da Palavra e do Altar, os candidatos ao
diaconado e ao sacerdócio devem receber antes os ministérios de Leitor e Acólito,
exercendo-os por tempo conveniente.
385.Tais ministérios serão conferidos durante o curso de Teologia, devendo o candidato,
livremente, sempre conforme o prescrito pela Casa de Formação e a Arquidiocese de
Aracaju, apresentar o requerimento aos ministérios dirigido ao Arcebispo
Metropolitano, a quem compete aceitar o pedido após ouvir os formadores.

62
386.Conforme o dito pelo Código de Direito Canônico, “entre a recepção do acolitato e
do diaconado deve interpor-se o intervalo de ao menos seis meses” (2008, cân. 1035
§2).

c. Diaconato
387.O diácono, configurado a Cristo, Servo de todos, é ordenado para o serviço da Igreja
sob a autoridade do Bispo, em relação ao ministério da Palavra, do culto divino, da
condução pastoral e da caridade (cf. CIC, 1993, n. 1569-1571; 1596).
388.O diácono não é ordenado para o sacerdócio, mas para o Ministério do Serviço (cf.
LG, 2020, n. 29). Dentro deste grau, distinguem-se duas classes de diáconos: os
destinados ao sacerdócio ou temporários e os permanentes, quando o diaconado é
recebido como próprio e permanente grau da hierarquia (cf. Ibid., 2020, n. 29).
389.No dizer de Santo Hipólito, “os Bispos individualmente são o visível princípio e
fundamento da unidade em suas Igrejas particulares”. Nesta qualidade, “exercem sua
autoridade pastoral sobre a porção do povo de Deus que lhes foi confiada”, assistidos
pelos presbíteros para edificar, santificar e governar a porção do povo de Deus a eles
confiada e, no grau inferior da hierarquia, os diáconos, ordenados para o serviço,
estão especialmente ligados ao Bispo nos encargos próprios da sua “diaconia” (CIC,
1993, 886; 1569).
390.Com efeito, os diáconos, "fortalecidos com a graça sacramental, (...) servem ao povo
de Deus na diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade, em comunhão com o bispo
e o presbitério" (cf. LG, 2020, n. 29).
391.Segundo a tradição apostólica, o diácono participa da missão plena do bispo,
realizando sua função não apenas em nome do bispo e com sua autoridade, mas em
nome de Cristo e com sua autoridade, mediante a consagração do Espírito Santo. Em
seu grau, participa da missão de Cristo Mediador, Cabeça e Pastor. E assim, dentro
da realidade socioeconômica, política e cultural em que vivemos, situa-se o
ministério do diácono sempre em três âmbitos bem definidos: a ação litúrgica, a
evangelização e o serviço da caridade (cf. CIC, 1993, 1560; 1569-1570).
392.Para a ordenação diaconal, o candidato deverá apresentar um requerimento por
escrito, a próprio punho, dirigindo-se ao Arcebispo Metropolitano, em sinal de livre
adesão ao Pastor arquidiocesano.
393.Em especial para o candidato ao diaconado em vista do presbiterado, este deverá
expressar no seu requerimento manuscrito o seu desejo de perpetuar-se ao ministério

63
eclesiástico e ao celibato (cf. CDC, 2008, cân. 1036-1037).
394.Também deverá o Arcebispo proceder com os escrutínios previstos pelo cân. 1051
do Código de Direito Canônico (2008), podendo apresentá-los, em posterior, ao
Conselho Presbiteral.
395.Os candidatos aprovados deverão participar de retiro espiritual, em total
recolhimento, de pelo menos cinco dias (cf. CDC, 2008, cân. 1039), recomendando-
se que meditem, inclusive, os textos próprios da ordenação.
396.Após a ordenação, o diácono transitório (ou seja: o que visa o presbiterado) será
encaminhado ao estágio diaconal em encargo designado pelo Arcebispo
Metropolitano, sendo acompanhado até a ordenação presbiteral.
397.A este diácono, assegure-se uma côngrua nunca abaixo de um salário-mínimo em
valor vigente.
398.Ao diácono temporário é dado o direito de um dia de descanso semanal (não em
finais de semana).
399.Todos os diáconos, que exerçam seu ministério, tenham seu documento de
identificação diaconal expedido pela Comissão Nacional dos Diáconos (CND) e
assinado pelo Arcebispo Metropolitano.
400.A formação pastoral, espiritual e teológica permanente dos diáconos seja assumida
como um dos deveres da Diocese, procurando motivá-los para um processo de
renovação e atualização (CNBB, 2004, 103)34.

d. Os diáconos permanentes
401.A partir do Concílio Vaticano II, a Igreja Latina restabeleceu o diaconado
permanente “como grau próprio e permanente da hierarquia” (cf. LG, 2020, n. 29),
que pode ser conferido aos homens casados, constituindo um enriquecimento
importante para a missão da Igreja.
402.Com efeito, é próprio e útil que os homens cumpram na Igreja um ministério
verdadeiramente diaconal, quer na vida litúrgica e pastoral, quer nas obras sociais e
caritativas (cf. AG35, 1997, n. 16; CIC, 1993, n. 1571).
403.Na paróquia em que houver candidatos ao diaconato permanente, seja o Pároco o

34
CNBB, Diretrizes para o diaconato permanente: Formação, vida e ministério do diácono permanente
na Igreja no Brasil, Documento 74, 2004.
35
Cf. CONCÍLIO VATICANO II. Decreto Conciliar. Ad Gentes. Paulus: São Paulo, 1997.

64
primeiro a discernir os aspectos humanos, eclesiais, familiares e comunitários a
respeito daquele que almeja a ordenação diaconal.
404.É válido frisar que o simples fato de concluir a formação numa Escola Diaconal não
será a única condição para que o candidato receba a ordenação.
405.O candidato ao diaconato permanente casado carece de autorização, por escrito, da
esposa, que expressará a devida ciência da missão que o marido exercerá com a
ordenação (cf. CDC, 2008, cân. 1031, §2).
406.Assim como a esposa, toda a família do futuro candidato ao diaconato permanente
deverá ser preparada para o ministério do futuro diácono.
407.Ao diácono permanente casado é vetado o uso da batina, da camisa clerical ou de
qualquer outro hábito.
408.O candidato ao diaconato permanente não poderá ter filiação partidária (nem mesmo
após a sua ordenação), já que está a serviço de todos.
409.Aos diáconos permanentes se reserve um fim de semana mensal, para celebrar na
comunidade de origem, junto a sua família.
410.É direito do diácono permanente o gozo de trinta dias de férias por ano, não contando
o tempo de retiro (DDP, 2004, n. 71-72).
411.Em nossa Arquidiocese, os diáconos permanentes têm direito ao ressarcimento das
despesas motivadas pelo trabalho pastoral (cf. Ibidem, n. 82-87).
412.Os diáconos permanentes participem, se possível com suas esposas, de um retiro
espiritual anual que será organizado com todos os diáconos da Arquidiocese (cf. Ibid,
n. 101).

e. Presbítero
413. A unção do Espírito assinala o presbítero com um carácter espiritual indelével,
configurando-o a Cristo Sacerdote e tornando-o capaz de agir em nome de Cristo
Cabeça.
414.Sendo cooperador da Ordem episcopal, ele é consagrado para pregar o Evangelho,
para celebrar o culto divino, sobretudo a Eucaristia, da qual o seu ministério recebe
a força, e para ser o pastor dos fiéis (cf. CIC, 1993, n. 1562-1567, 1595).
415.Após o estágio diaconal, em torno de seis meses, poderá ser concedida a ordenação
presbiteral. Tal como fez para o diaconato, o candidato entregará um requerimento
ao Arcebispo Metropolitano, escrito de próprio punho, solicitando-lhe a admissão à
ordem presbiteral. Para tanto, caberá ao Arcebispo ouvir as pessoas responsáveis pelo

65
acompanhamento do estágio diaconal pelos escrutínios (cf. CDC, 2008, cân. 1051)
e, quiçá, apresentá-los ao Conselho Presbiteral.
416.Ao candidato à Ordem Presbiteral caberá prestar exame sobre o sacramento da
Confissão (cf. Ibidem., cân. 970 e 973) e sobre a celebração do Santo Sacrifício da
Missa. Esta avaliação deverá ser feita pelo Arcebispo Metropolitano ou por quem for
delegado.
417.O que será ordenado presbítero deverá participar de retiro espiritual, em total
recolhimento de pelo menos cinco dias (cf. CDC, 2008, cân. 1039), inclusive
recomendando-se a meditação dos textos litúrgicos próprios da Ordenação.

f. Das Ordenações:
418.Em nossa Arquidiocese, as ordenações diaconais e presbiterais ocorrerão sob a
presidência do Arcebispo Metropolitano, a não ser que sejam expedidas por parte
deste cartas dimissórias para que outro bispo proceda com a ordenação (cf. CDC,
2008, cân. 1015-1023 e 1052, §2), sempre observando normas e ritos próprios.
419.Muito embora seja a Catedral de uma diocese um local próprio para as ordenações,
a juízo do Arcebispo e em acordo com o candidato, poderão ser realizadas em outra
Igreja ou oratório (cf. Ibidem., cân. 1011 §1).
420.Todos os presbíteros da Arquidiocese deverão estar presentes às ordenações,
sobretudo as sacerdotais, a fim de acolherem, na comunhão e na fraternidade, o novo
membro do Presbitério.
421.Aos diáconos temporários e aos presbíteros deve-se observar o uso do hábito
eclesiástico conveniente (batina ou camisa clerical), e, se religioso, conforme o
hábito de seu instituto (cf. Ibidem., cân. 284 e 669).

g. Provisões de Ofício Eclesiástico:


422.O presbítero, na obediência solicitada na Ordenação, deverá ser sensível às
necessidades da Igreja arquidiocesana e às decisões tomadas pelo Arcebispo
Metropolitano.
423.Sabendo as condições para que um encargo ‘na’ e em ‘nome da’ Igreja seja válido,
sejam concedidas provisões de ofício eclesiástico (cf. CDC, 2008, cân. 146ss).
424.O presbítero religioso, para exercer qualquer ministério na diocese, deverá ser
indicado pelo superior provincial ou seu delegado e provisionado pelo bispo (cf.
Ibid., cân. 523) e, antes de tomar posse, deve apresentar-se pessoalmente ao

66
Arcebispo.
425.Os presbíteros diocesanos e religiosos tomarão posse canônica em cerimônia
presidida pelo Arcebispo ou pelo presbítero delegado por ele (cf. Ibid., cân. 527, §2).
426.Todo presbítero (secular ou religioso), diácono transitório ou permanente, com
provisão ou uso de ordens na Arquidiocese, deve seguir as normas pastorais da Igreja
local.
427.Salvo permissão do Arcebispo, sob justas causas, o pároco tem obrigação de residir
“na casa paroquial junto da igreja” (cf. Ibidem., cân. 533, §1).

h. Ausência da Paróquia:
428.Conforme o que se lê, expressamente, no Código de Direito Canônico, o pároco, a
título de férias, pode ausentar-se da paróquia, no máximo, por um mês contínuo ou
intermitente. Aquele que se ausentar da paróquia por mais de sete dias deve avisar,
por carta escrita e assinada, ao Arcebispo, indicando o substituto e o lugar onde
poderá ser encontrado (cf. 2008, cân. 533, §2). Não se contabiliza a este tempo os
exercícios espirituais que tem obrigação de fazer uma vez ao ano, integralmente,
juntamente com todo o Clero da Arquidiocese ou do seu instituto (cf. CDC, 2008,
cân. 276, §2, n. 4º; 663, §5).
429.Na ausência do pároco e/ou vigário paroquial por tempo demasiado, se for presbítero
diocesano, caberá ao Arcebispo indicar o substituto; se for religioso, ao superior
provincial com a aprovação do Arcebispo Metropolitano.
430.Ao presbítero é dado o direito de um dia de descanso semanal (não em finais de
semana), tendo também direito ao gozo de trinta dias de férias.

i. Côngruas:
431.A Sagrada Escritura afirma que todo “trabalhador é digno de seu salário” (cf. Lc
10,7), não sendo diferente ao sacerdote. Assim, as côngruas serão estabelecidas a
critério do Arcebispo Metropolitano, que, segundo o seu juízo, poderá se utilizar do
Fundo de Manutenção do Clero, de acordo com o seu regimento, para a assistência
financeira dos clérigos.
432.Todos os presbíteros e diáconos temporários são chamados, conforme determinações
do Arcebispo, à devolução do dízimo sacerdotal, que auxiliará o Fundo de
Manutenção do Clero na sua função de amparo financeiro.

67
j. Formações e acompanhamentos:
433.O nome dos presbíteros, religiosos ou leigos de outras dioceses, convidados para
pregação de retiros, promoção de cursos ou encontros, deverá ser aprovado pelo
bispo, antes do convite.
434.O presbítero diocesano, segundo sua aptidão, poderá apresentar ao Arcebispo o
desejo de fazer outra graduação, especialização, mestrado ou doutorado, cabendo ao
Arcebispo, ouvido o Conselho Presbiteral, discernir sobre as reais necessidades do
momento e qual será a utilidade da formação. Ao retornar, coloque-se o presbítero à
disposição da diocese, na área de sua especialização. Porém, se não aprovado o
pedido do presbítero, este não deverá desobedecer ao que foi determinado.
435.Cabe ao Arcebispo, tendo ouvido o parecer do Conselho Presbiteral, sugerir o nome
de padres para a especialização, mestrado e doutorado.
436.Todo neo-sacerdote diocesano passe um ano ou algum tempo, a juízo do Arcebispo,
com outro presbítero mais experiente para adquirir um tirocínio de convivência
espiritual, ajuda pastoral e administrativa, num relacionamento fraterno.
437.Para maior integração e vivência espiritual dos sacerdotes recém-ordenados e dos
que estão nos primeiros anos de vida ministerial (até o quinto ano de sacerdócio),
serão promovidos encontros deles com o Arcebispo.

k. Documento de identificação do presbítero:


438.Todos os presbíteros que exercem seu ministério na Arquidiocese tenham seu
documento de identificação presbiteral (Celebret) atualizado, bem como a carteira
disposta pela Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP).
439.Quando um presbítero vem de fora, para participar de uma celebração eucarística ou
administrar um sacramento, apresente o seu documento de identificação presbiteral.

l. Participação nas grandes solenidades:


440.Todo presbítero na Arquidiocese deve participar da Missa Crismal e de outras
celebrações convocadas pelo Arcebispo, para manifestar a comunhão do presbitério
(cf. DMP36, 1994, n. 39). No caso de ausência, deverá justificá-la por escrito ao
Arcebispo.

36
Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CLERO. Diretório para o ministério e a vida dos presbíteros. São
Paulo: Paulinas, 1994.

68
m. Incardinação ou excardinação:
441.Na Arquidiocese de Aracaju, por decreto expedido por Dom João José Costa, não
será incardinado ao Presbitério desta Igreja particular nenhum diácono ou sacerdote
proveniente de outra diocese ou instituto religioso.
442.Para que um presbítero peça a excardinação da Arquidiocese de Aracaju, proceda o
que reza os cânones 265-272 do Código de Direito Canônico (2008).

n. Episcopado:
443.A Ordenação episcopal confere a plenitude do sacramento da Ordem e faz do Bispo
o legítimo sucessor dos Apóstolos, inserindo-o no Colégio episcopal, partilhando
com o Papa e os outros Bispos a solicitude por todas as Igrejas, ao tempo em que lhe
confere a missão de ensinar, santificar e governar (cf. CIC, 1993, cân. 1557-1558,
1594).

69
SACRAMENTOS DE CURA

I. SACRAMENTO DA PENITÊNCIA
I.1. Introdução
444.O Senhor Jesus, Salvador e Redentor da humanidade, institui o Sacramento da
Confissão para purificar nossas almas, para restituir a graça batismal que fora perdida
com o pecado, pois, “tudo aquilo que empana a pureza da alma e o brilho da mente
deve, portanto, ser cuidadosamente apagado e, mediante certa limpeza, deve tornar-
se ainda mais brilhante” (S. Leão Magno).
445.Este sacramento de cura contém três nomes:
• Sacramento da Conversão, pois, a mudança de vida não consiste numa obra
humana simplesmente, num modo de pensar ou comportar-se. Ao contrário,
consiste, sobretudo, na restauração da imagem de Deus no homem. Converter-se
é a única maneira de Deus operar em nós seus planos e projetos originários;
• Sacramento da Confissão, pois, confessar-se ao Senhor e à Igreja não é
meramente enumeração de pecados para aliviar a consciência, mas experiência da
iniciativa redentora de Deus. A confissão não é o sacramento para contar pecados,
mas para contar as maravilhas da misericórdia de Deus, certamente confessando
os pecados. Confessar quer dizer publicar o amor de Deus, quer dizer, após
arrependimento, pedir perdão a Deus;
• Sacramento da Reconciliação – eis o maior fruto da confissão, estar reconciliados
com Deus, com o próximo e consigo mesmo. Uma relação-experiência com a
Misericórdia de Deus gera estes três frutos na alma.
446.O Ritual da Penitência nos ajuda a compreender perfeitamente em que consistem os
atos da pessoa arrependida:
“O discípulo de Cristo que, depois do pecado, movido pelo Espírito
Santo, se aproxima do sacramento da Penitência deve, antes de mais,
converter-se a Deus de todo o coração. Esta conversão interior do
coração, que engloba a contrição do pecado e o propósito de nova vida,
exprime-se pela confissão feita à Igreja, pela conveniente satisfação e
pela emenda de vida. Deus, por seu lado, dá o perdão dos pecados por
meio da Igreja, que atua pelo ministério dos sacerdotes” (1999, n. 6).

a. Contrição

70
447.É uma dor na alma, gerada pela graça de Deus, produzindo arrependimento profundo.
É a aversão do pecado cometido com o propósito de não mais pecar.
448.Desta contrição interior depende a autenticidade da confissão, pois a conversão deve
atingir o homem intimamente, para iluminá-lo cada dia com maior intensidade e
configurá-lo cada vez mais ao Cristo.
449.Após um exame de consciência, feito em oração, sem autocondenação, mas
deixando-se guiar pelas luzes do Espírito Santo na força da Palavra de Deus, a pessoa
começa a entrar num processo espiritual de contrição, de arrependimento.
450.Ninguém deveria aproximar-se do confessionário sem fazer exame de consciência.
Do mesmo modo, ninguém deveria aproximar-se da Sinaxe (celebração eucarística)
sem fazer exame de consciência.
“Diz-me cá, com que consciência, com que estado de alma, com que
pensamentos te aproximas destes mistérios, se essa mesma consciência
te está a acusar dentro do teu coração? Entrar na igreja, venerar os
sagrados ícones e as santas cruzes não basta por si só para agradar a
Deus, nem tão pouco o lavar as mãos para as purificar. O que agrada
verdadeiramente a Deus é que o homem fuja do pecado e limpe suas
manchas pelo arrependimento e, com lágrimas, quebre as cadeias dos
seus pecados pela humildade de coração e se aproxime assim dos
mistérios imaculados” (Anastácio Sinaíta, séc. VIII).

b. Confissão
451.Confessar-se, isto é, dizer ao confessor seus pecados, requer naturalmente uma
abertura do coração que só o penitente pode fazer. Dizer tudo ao confessor é a
expressão de um desejo de mudança sincera, de humildade, de conhecimento de si e
da necessidade da misericórdia de Deus.
452.Quando estamos diante do confessor, experimentamos o poder de Deus de nos recriar
que passa pelas mãos do confessor, pois, “os sacerdotes receberam um poder que
Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. [...] Deus sanciona lá em cima tudo
o que os sacerdotes fazem cá embaixo” (São João Crisóstomo).
453.O fiel deve confessar os pecados graves e veniais, como nos exorta o Código de
Direito Canônico (2008, cân. 988):
“O fiel tem obrigação de confessar, na sua espécie e número, todos os
pecados graves, de que se lembrar após diligente exame de
consciência, cometidos depois do batismo e ainda não diretamente

71
perdoados pelo poder das chaves da Igreja nem acusados em confissão
individual. Recomenda-se aos fiéis que confessem também os pecados
veniais”.
454.O penitente pode ter confiança no sigilo do confessor, que é obrigado a guardar este
sigilo, sob pena de excomunhão se o revelar. O Direito Canônico afirma que “o sigilo
sacramental é inviolável; por isso é absolutamente ilícito ao confessor de alguma
forma trair o penitente, por palavras ou de qualquer outro modo e por qualquer que
seja a causa” (cf.: Ibid., 2008, cân. 982).

c. Satisfação
455.É a reparação pelos pecados cometidos. O confessor certamente vai impor uma
satisfação (penitência) sobre o penitente para que ele cumpra, a fim de que,
cumprindo-a, pela graça, tome consciência do pecado e da misericórdia.
456.Cabe ressaltar que, conforme o Catecismo da Igreja Católica:
“a penitência que o confessor impõe deve ter em conta a situação
pessoal do penitente e procurar o seu bem espiritual. Deve
corresponder, quanto possível, à gravidade e natureza dos pecados
cometidos. Pode consistir na oração, num donativo, nas obras de
misericórdia, no serviço do próximo, em privações voluntárias,
sacrifícios e, sobretudo, na aceitação paciente da cruz que temos de
levar. Tais penitências ajudam-nos a configurar-nos com Cristo, que,
por Si só, expiou os nossos pecados uma vez por todas. Tais penitências
fazem que nos tornemos co-herdeiros de Cristo Ressuscitado, «uma vez
que também sofremos com Ele» (Rm 8, 17)”, (cf. 1993, n. 1460).

d. Absolvição
457.Deus realiza por meio da Igreja o sinal sacramental quando o confessor dá a
absolvição sacramental impondo ao menos uma das mãos sobre o penitente. Ali a
salvação novamente se manifesta, sendo atualizada.
458.Deus que quer salvar a todos concede e renova sua aliança com seu povo. O Pai
acolhe o regresso do seu filho pecador e o coloca nos ombros. Neste momento o
Espírito Santo santifica novamente seu templo habitando-o plenamente. É, de fato, a
segunda tábua de salvação, pois, “o sacramento da Penitência é necessário para a
salvação daqueles que caíram depois do Batismo, tal como o próprio Batismo o é
para os que ainda não foram regenerados” (Conc. de Trento).

72
459.Quando o penitente se confessa, após ouvir o aconselhamento, ele fará um “ato de
contrição”, que basicamente consiste numa oração de arrependimento, petição da
graça de Deus e promessa de não mais pecar. Para isto já existem formulas que os
sacerdotes como administradores da graça de Deus devem ensinar nas comunidades.
460.Em seguida o Sacerdote estende as mãos sobre a cabeça do penitente, ou, ao menos,
a mão direita, e diz a fórmula da absolvição, na qual as palavras essenciais são as
seguintes: “EU TE ABSOLVO DOS TEUS PECADOS, EM NOME DO PAI, E DO
FILHO, E DO ESPÍRITO SANTO”. Ao pronunciar as últimas palavras, o sacerdote
faz o sinal da cruz sobre o penitente.
461.Porém, cabe salientar e fomentar, que a fórmula da absolvição seja pronunciada
totalmente, a saber:
“Deus, Pai de misericórdia, que, pela morte e ressurreição de seu
Filho, reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para
remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão
e a paz. E eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, e do Filho,
e do Espírito Santo”.
462.A fórmula da absolvição indica que a reconciliação do penitente vem da misericórdia
do Pai; mostra a ligação entre a reconciliação do pecador e o mistério pascal de
Cristo; põe em relevo a função do Espírito Santo na remissão dos pecados; por fim,
manifesta o aspecto eclesial do sacramento pelo fato da reconciliação com Deus ser
pedida e dada através do ministério da Igreja (cf. CONGREGAÇÃO PARA O
CULTO DIVINO, 1999, n. 19)37.
463.O pecado deixa na natureza humana várias feridas, várias chagas, várias sequelas.
Mas a misericórdia de Deus se manifesta abundantemente sobre todas as feridas e
frestas deixadas pelo pecado.
464.A confissão é para os pecados graves, para aqueles pecados contra os Dez
Mandamentos, mas também para os pecados veniais. É caminho de conversão e
correção interior, que, na maioria das vezes, só se dá por uma graça especial de Deus
que emana do confessionário.
465.Por isso a Igreja orienta no Ritual de Penitência que,
“o uso frequente deste sacramento, quando celebrado com toda a
diligência, é também muito útil, no caso de pecados veniais. Não é mera

37
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Ritual de Penitência. Tradução portuguesa para o
Brasil. 2.Ed. São Paulo: Paulus, 1999.

73
repetição ritual nem uma espécie de exercício psicológico, mas o
esforço constante para viver mais perfeitamente a graça do Batismo,
de modo que, trazendo em nosso corpo a mortificação de Jesus, cada
vez mais a vida de Jesus se manifeste em nós. Nestas confissões, cuidem
os penitentes, ao acusarem-se de faltas veniais, de conformar-se mais
intimamente com Cristo e de andarem mais atentos à voz do Espírito”
(1999, n. 7b).

e. O lugar da celebração do Sacramento


466.A celebração da confissão deve ser feita num lugar apropriado para tal celebração,
no confessionário com grade ou numa sala preparada apostamente para tal encontro
litúrgico.
467.A igreja orienta que não se ouça confissões fora destes lugares, a não ser por causas
justas.

f. Tempo da celebração do Sacramento


468.Pode ser celebrado em qualquer dos cinco tempos litúrgicos e dias. Porém, é
conveniente que os fiéis saibam em que horário o sacerdote se encontra para exercer
este ministério.
469.Para confessar, faz-se necessário que nas comunidades paróquias haja horários fixos;
como o é para as santas missas seja também para a confissão sacramental.
470.O tempo da Quaresma é o mais próprio para celebrar o sacramento da Penitência,
porque já na Quarta-Feira de Cinzas se fez ouvir diante do Povo de Deus este solene
convite: «Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
471.É, conforme Ritual de Penitência, bom que se façam, por diversas vezes, ao longo da
Quaresma, celebrações penitenciais, para oferecer a todos os fiéis ocasião de se
reconciliarem com Deus e com os irmãos e de celebrarem o mistério pascal, no
Tríduo santíssimo, de coração renovado (cf. 1999, n. 13).
472.Sobre as indulgências, o ensinamento da Igreja está profundamente ligado ao da
Penitência. São realidades inseparáveis. São questões atuais da espiritualidade cristã
e católica, pois cremos que Deus é Misericordioso e nos chama a conversão e à sua
comunhão.
473.Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já
perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e

74
determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da
redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos
Santos.
474.A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena
temporal devida pelos pecados.
475.Ninguém pode lucrar indulgências a favor de outras pessoas vivas. Qualquer fiel
pode lucrar indulgências parciais ou plenárias para si mesmo ou aplicá-las aos
defuntos como sufrágio.38

g. Quatro concessões de caráter geral


• Concede-se indulgência parcial ao fiel que, no cumprimento de seus deveres e na
tolerância das aflições da vida, ergue o espírito a Deus com humilde confiança,
acrescentando alguma piedosa invocação, mesmo só em pensamento.
• Concede-se indulgência parcial ao fiel que, levado pelo espírito de fé, com o
coração misericordioso, dispõe de si próprio e de seus bens no serviço dos irmãos
que sofrem falta do necessário
• Concede-se indulgência parcial ao fiel que se abstém de coisa lícita e agradável,
em espírito espontâneo de penitência.
• Concede-se indulgência parcial ao fiel que der espontaneamente um testemunho
aberto de fé perante os outros nas circunstâncias particulares da vida cotidiana.

I.2. Normas Pastorais


476.Seja orientado, pelos presbíteros, quanto a todos os elementos essenciais para a válida
recepção deste sacramento: o arrependimento, a confissão dos pecados, a absolvição,
a satisfação ou reparação e absolvição (cf. CIC, 1983, n. 1450 e 1460).
477.Receba na catequese a formação necessária para compreender e participar melhor do
sacramento da Penitência, encontrando nele uma fonte perene de graça e salvação;
478.Seja esclarecido quanto ao modo ordinário da recepção do sacramento da Penitência,
ou seja, confissão e absolvição individuais.
479.O ministro do sacramento da Reconciliação é o presbítero que tenha recebido do
Arcebispo a faculdade de ouvir confissões.

38
CNBB. Manual das indulgências: normas e concessões. 3. Ed. Brasília: CNBB, 1986.

75
480.A absolvição, enquanto oração, seja proferida em clima de piedade, acompanhada da
imposição das mãos pelo sacerdote, seguindo-se a fórmula sacramental prescrita pela
Igreja.
481.Observe-se que continua em vigor o preceito segundo o qual todo cristão deve
confessar ao menos uma vez por ano todos os pecados graves (cf. CDC, cân. 989).
482.De acordo com o documento Misericórdia Dei, Papa São João Paulo II (2002, n. 7) 39
“é claro que não podem receber validamente a absolvição os penitentes que vivam
em estado habitual de pecado grave e não queiram mudar a própria situação”.
483.Haja nas Paróquias horários fixos e frequentes para atendimentos. E considerando a
nova dinâmica do mundo, que a Paróquia encontre horários que propiciem a todos o
acesso ao Sacramento de Penitência, não restringindo ao horário comercial.

II. SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS


I.1. Introdução
484.Na Sua encarnação, o Senhor Jesus Cristo não se esqueceu de curar os enfermos
como sinal de Sua chegada salvadora. Isto é-nos provado por Ele mesmo que, ao
tomar a profecia de Isaías da Sinagoga de Nazaré, exclama-o (cf. Lc 4,18-19); Ele,
desejoso de salvar o homem integralmente.
485.A Igreja, continuadora da missão salvadora de Jesus, também cuida dos doentes,
fazendo-os pequeninos do Reino. E, desde quando contava com a presença física do
Seu Divino Fundador, nas pessoas dos Apóstolos, foi enviada à cura (cf. Lc 10,9; Mt
10,8).
486.Quanto ao modo de como a Igreja age sacramentalmente nesta assistência é-nos
oferecido pelo Apóstolo São Tiago:
“Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam
oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração
da fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Se ele cometeu
pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai os vossos pecados uns aos
outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo
tem grande eficácia” (Tg 5,14-16).
487.Sabendo que as dores e as enfermidades marcam e afligem a vida de todas as pessoas,
fazendo parte da limitação da natureza humana, os que têm fé são chamados a

39
JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Misericordia Dei– Sobre alguns aspectos da celebração do
sacramento da penitência. São Paulo: Paulus, 2002.

76
associarem-se a Cristo Sofredor. E para tão nobre encargo, o do sofrimento físico, o
Sacramento da Unção dos Enfermos, instituído pelo Senhor, faz com que os enfermos
suportem tal união com coragem e confiança.
488.Ao administrar este Sacramento, a Santa Igreja, Mãe e Mestra, deseja que seus filhos,
curados no interior, sejam, se de acordo a vontade de Deus, restabelecidos na saúde
do corpo. Entretanto, nunca descuida para que eles igualmente meditem sobre as
realidades essenciais da vida e os destinos eternos do homem.
489.A Unção dos Enfermos, assim: traz salvação e alívio à fraqueza física e espiritual de
quem o recebe; une o doente à paixão de Cristo, para o seu próprio bem e de toda a
Igreja (cf. Rm 8,17; Cl 1,24; 2Tm 2,11-12; 1Pd 4,13); confere o perdão dos pecados
se quem o recebe não tem mais a possibilidade de confessar-se.
490.Sem temor, principalmente diante de certos preconceitos que a mentalidade de alguns
ainda possui, os fiéis devem solicitar da Santa Igreja, para si ou para os seus
familiares, o conforto do Sacramento da Unção dos Enfermos.
491.Para tanto, cuidem os pastores e os parentes dos enfermos para que estes sejam
confortados em tempo oportuno com este Sacramento, para que, conscientemente,
quando possível, possam participar da sua celebração.

II.2. Normas Pastorais


492.Só os sacerdotes (bispos e presbíteros) podem conferir a Unção dos Enfermos,
havendo o maior cuidado para que os agentes de pastoral ou pessoas piedosas com
funções na Igreja não unjam com óleos abençoados, pondo-os nas chagas dos
convalescentes, beirando uma possível simulação sacramental.
493.Tendo presente diante de si o seu encargo pastoral confiado pela Igreja, fazendo as
vezes de Jesus, procurem os párocos, vigários paroquiais e os capelães de Casas de
saúde, como grave dever, visitar os enfermos com total solicitude, procurando ajudá-
los com generosa caridade. E, ao ministrar-lhes os sacramentos, despertem nos
corações a esperança, reanimando a fé no Cristo padecente e ressuscitado, de modo
que, ao trazerem o maternal carinho da Igreja e o consolo da fé, confortem os fiéis e
levem a todos a voltarem-se para as coisas do Alto.
494.Para a celebração deste Sacramento, haja, se possível, de acordo com a situação
particular do enfermo ou do ambiente em que está, uma breve celebração da Palavra.
Recorde-se, entretanto, que a fórmula da Unção dos Enfermos não é outra, mas “Por
esta santa unção e pela sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com

77
a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, ele te salve e, na sua
bondade, alivie os teus sofrimentos”, simultaneamente ungindo a fronte e as mãos
do enfermo ou, se for o caso, outra parte do corpo. Segundo o Código de direito
Canônico, no cân 1000 §2 (2008), as unções devem ser feitas com a própria mão do
sacerdote, a não ser que uma razão grave exija o uso de instrumento (por exemplo,
luvas ou pinça).
495.A matéria própria para o sacramento é o óleo de oliveira, que deve ser abençoado
pelo Bispo na Quinta-Feira da Semana Santa. Entretanto, em caso de necessidade, o
presbítero que administra o Sacramento pode abençoar o óleo a ser usado somente
naquela celebração, mais propriamente no seu ato, conforme prevê o Rito da Unção
dos Enfermos (2000)40, com formulário próprio para tanto. Neste caso, após a
celebração, o que restar do Óleo bento será queimado ao fogo com algodão.
496.É salutar que os sacerdotes sempre andem portando consigo um recipiente com o
Óleo dos Enfermos, para poder administrá-lo, em caso de necessidade (cf. CDC,
2008, cân. 1003 §3).
497.Este recipiente confeccionado de material que favoreça a conservação do óleo, esteja
bem limpo e o contenha em quantidade, embebido em algodão para maior
comodidade. Neste caso, o sacerdote, terminada a Unção, repõe o recipiente no lugar
em que é dignamente conservado, atentando-se, inclusive para a integridade do Óleo.
498.Inspirados no cân. 1004 (Ibidem), pontuamos que a todo o fiel batizado deve ser
administrado o Sacramento da Unção dos Enfermos, estando este em perigo de morte
ou por motivo de doença grave ou velhice.
499.As crianças gravemente doentes poderão receber a Unção dos Enfermos desde que
tenham atingido o uso da razão (presume-se a idade de sete anos completos,
conforme o CDC, 2008, cân. 97 §2) e possam encontrar conforto neste sacramento.
500.Às pessoas idosas, quando as suas forças se encontrarem sensivelmente debilitadas,
ainda que não estejam acometidas por grave doença, poderá administrar-se o
Sacramento.
501.Igualmente ao enfermo que está prestes a realizar uma intervenção cirúrgica
provocada por grave doença.
502.Os doentes privados dos sentidos ou do uso da razão também podem ser associados
à recepção da Unção dos Enfermos, quando se pode supor que, estando conscientes,

40
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Ritual da Unção dos Enfermos. São Paulo: Paulus,
2000.

78
no pleno gozo de suas faculdades, pedi-la-iam à Igreja. Cuide-se para que sejam
interpretados na sua intenção um fiel enfermo que levou uma vida cristã exemplar.
503.Somente administra-se este Sacramento aos que estão vivos. Quando da dúvida de
que o doente esteja em idade da razão, ou se existe perigo de morte ou se está vivo
(CDC, 2008, cân. 1005), administre-se o Sacramento. Contudo, de acordo com a
Ritual da Unção dos Enfermos (2000, n. 15): “O sacerdote chamado para o enfermo
que entretanto já tenha falecido, reze a Deus por ele, a fim de que absolva os seus
pecados e o receba misericordiosamente em seu reino; não lhe administre, porém, a
sagrada Unção”;
504.Caso haja dúvidas sobre a morte do enfermo, diga o sacerdote a fórmula:
“Se estás vivo, por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia, o
Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que,
liberto dos teus pecados, ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus
sofrimentos”.
505.Em perigo de morte ou outra necessidade urgente, os sacerdotes católicos
administram validamente o Sacramento a cristãos que não tenham plena comunhão
com a Igreja Católica;
506.Para tanto, exige-se (cf. CDC, 2008, cân. 844 §2-4):
• que recebendo a Unção dos Enfermos, os enfermos (por si ou por outros) não
procurem um ministro de sua confissão religiosa;
• manifestem a fé católica a respeito deste sacramento, evitando o perigo do
indiferentismo e do erro;
• se estiverem devidamente dispostos.
507.Caso o enfermo não seja confirmado com o Sacramento da Crisma e tão somente em
perigo de morte deste, em virtude do próprio direito, receba-o juntamente com a
Unção dos Enfermos conforme é estabelecido no Ritual deste Sacramento (2000).
508.Nas missas pelos doentes não se confira a Unção dos Enfermos àqueles que não
satisfaçam à finalidade deste Sacramento, generalizando-o a todos os que participam
da Celebração Eucarística.
509.Aos Curas de alma que desejarem fazê-las, obriga-se que os que receberem a Unção
dos Enfermos estejam adequadamente preparados e devidamente dispostos (cf. CDC,
2008, cân. 1002). Mesmo fora da Celebração Eucarística, mas numa administração
comunitária do Sacramento da Unção dos Enfermos em asilos, hospitais ou
peregrinações, por exemplo, esta preparação não seja descuidada ou omitida.

79
510.Não se pode repetir este Sacramento por mera piedade de quem o confere ou o recebe,
exceto nos seguintes casos (cf. Ibid., cân. 1004 §2):
• quando aquele que o recebeu recuperou a saúde e tornou a adoecer com risco de
morte;
• durante a mesma doença, se houver um agravamento;
• em casos de doentes crônicos e idosos, é permitido repetir a unção com frequência
não inferior a seis meses.
511.Quanto ao viático, tenha-se presente o que indica o Ritual da Unção dos Enfermos
(2000, n. 27):
“Têm a obrigação de receber o viático todos os batizados que possam
receber a sagrada comunhão. Portanto, todos os fiéis em perigo de
morte, seja qual for a causa, estão submetidos ao preceito de receber
a sagrada comunhão; os pastores devem, pois, cuidar que a recepção
deste sacramento não seja protelada, mas que os fiéis possam ser
nutridos por ele ainda em plena lucidez”.
512.Na celebração do viático, convém que o enfermo renove as promessas batismais.
513.Os ministros do viático são os sacerdotes. Entrementes, em caso de necessidade, ou
presumindo ao menos a licença do ministro competente, também o diácono; na
ausência de ministro ordenado, o Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística
poderá ser delegado.

80
REFERÊNCIAS

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BLANCO, M. Comentario. In: MARZOA, Á; MIRAS, J.; RODRÍGUES-OCAÑA, R.


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http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127. Acesso
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vi_apc_19710815_divina-consortium.pdf >. Acesso em: 13 de out. de 2020.

i
Os introdutores/acompanhantes são pessoas da cominidade de fé devidamente preparadas especialmente
para cuidar do querigma (Doc 107, nº 159). Segundo o Itinerário Catequético, “devem ser pessoas de fé,já
iniciadas, constantes na vida litúrgica da comunidade e na comunhão eucarística, orantes, atentas à Palavra

82
de Deus, amigas dos irmãos de Igreja, solidárias com os mais pobres, acolhedoras das expressões da
religiosidade popular, respeitosas para com todas as religiões, simples no relacionamento pessoal e familiar.
Enfim, que tenham personalidade acolhedora e integradora, sabendo sempre ouvir, dialogar e construir”.
(CNBB, 2014).
ii
O Ritual de Iniciação Cristã de Adultos traz um apêndice para os adultos que foram batizados nessas
comunidades eclesiais separadas e que querem ser recebidos na plena comunhão da Igreja Católica. Exige-
se basicamente um tempo adequado de preparação e catequese, o que deve culminar com o Ritoda Profissão
de Fé e a Comunhão Eucarística na Missa (Rito de Admissão na plena comunhão da Igreja católica das
pessoas já batizadas validamente, p. 283-288).
O Catecismo da Igreja Católica define Viático com estas palavras: “Como sacramento da Páscoa de
iii

Cristo, a Eucaristia deveria sempre ser o último sacramento da peregrinação terrestre, o ‘viático’ para a
‘passagem’ à vida eterna” (CIC, 1999, n. 1518). Logo, é a distribuição da Eucaristia aos moribundos,
àqueles que jazem no leito da morte.
iv
“Kairós” – “Tempo”, especialmente um “ponto no tempo”, “momento”, “tempo oportuno”. Na teologia
passou a ser usado para descrever a forma qualitativa do tempo ou “o tempo de Deus”, o tempo que não
pode ser medido, é o tempo da oportunidade, livre do peso das cargas que se passam e da ansiedade das
coisas que acontecem antes do tempo, ele se manifesta sempre no presente.
v
“Choronos” ou “Khronos” (em Grego, Xpóvoc) – “Tempo”, “período de tempo”, “espaço de tempo,longo
ou breve”. Serve inicialmente para a designação formal de um espaço de tempo, ou ponto detempo. Refere-
se ao tempo cronológico ou sequencial que pode ser medido.
vi
A festa do perdão é uma atividade, baseada em textos bíblicos, a ser elaborada pelo Padre, catequistas e
comissão de IVC, afim de preparar e conduzir os catequizandos a uma reflexão e vivência acerca do
Sacramento da Reconciliação
vii Objeto litúrgico (pequeno recipiente) onde se leva a comunhão para pessoas impossibilitadas de ir à
missa.
viii
É, em termos gerais, a convalidação matrimonial que remova os obstáculos e limitações de
irregularidades canônicas matrimoniais, a fim de seja validado o sacramento de serviço (CDC, 2008, cân.
1161-1165).

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