Bíblia em Português (Almeida)
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Almeida Atualizada
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Velho Testamento
Página Página
Gênesis . . . . . . . . . . 1 Eclesiastes . . . . . . . . . 979
Éxodo . . . . . . . . . . . 84 Cantares de Salomâo . . . 992
Levítico . . . . . . . . . . 154 Isaías . . . . . . . . . . . 999
Números . . . . . . . . . . 206 Jeremias . . . . . . . . . . 1082
Deuteronômio . . . . . . . 278 Lamentaçôes de Jeremias 1177
Josué . . . . . . . . . . . 338 Ezequiel . . . . . . . . . . 1186
Juízes . . . . . . . . . . . 380 Daniel . . . . . . . . . . . 1272
Rute . . . . . . . . . . . . 423 Oséias . . . . . . . . . . . 1299
I Samuel . . . . . . . . . . 429 Joel . . . . . . . . . . . . 1311
II Samuel . . . . . . . . . 485 Amós . . . . . . . . . . . 1316
I Reis . . . . . . . . . . . 531 Obadias . . . . . . . . . . 1326
II Reis . . . . . . . . . . . 585 Jonas . . . . . . . . . . . 1328
I Crônicas . . . . . . . . . 636 Miquéias . . . . . . . . . . 1332
II Crônicas . . . . . . . . 683 Naum . . . . . . . . . . . 1339
Esdras . . . . . . . . . . . 743 Habacuque . . . . . . . . 1343
Neemias . . . . . . . . . . 760 Sofonias . . . . . . . . . . 1347
Ester . . . . . . . . . . . . 785 Ageu . . . . . . . . . . . . 1351
Jó . . . . . . . . . . . . . 798 Zacarias . . . . . . . . . . 1354
Salmos . . . . . . . . . . . 840 Malaquias . . . . . . . . . 1368
Provérbios . . . . . . . . . 943
Novo Testamento
Página Página
Mateus . . . . . . . . . . 1373 I Timóteo . . . . . . . . . 1710
Marcos . . . . . . . . . . . 1426 II Timóteo . . . . . . . . 1716
Lucas . . . . . . . . . . . 1460 Tito . . . . . . . . . . . . 1721
João . . . . . . . . . . . . 1517 Filemón . . . . . . . . . . 1724
Atos . . . . . . . . . . . . 1559 Hebreus . . . . . . . . . . 1726
Romanos . . . . . . . . . 1615 Tiago . . . . . . . . . . . 1743
I Coríntios . . . . . . . . . 1638 I Pedro . . . . . . . . . . 1749
II Coríntios . . . . . . . . 1660 II Pedro . . . . . . . . . . 1756
Gálatas . . . . . . . . . . 1675 I João . . . . . . . . . . . 1760
Efésios . . . . . . . . . . . 1683 II João . . . . . . . . . . . 1766
Filipenses . . . . . . . . . 1691 III João . . . . . . . . . . 1767
Colossenses . . . . . . . . 1697 Judas . . . . . . . . . . . 1768
I Tessalonicenses . . . . . 1702 Apocalipse . . . . . . . . 1770
II Tessalonicenses . . . . . 1707
gênesis
G
não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para
lavrar a terra. Um vapor, porém, subia da terra e regava toda 6
a face da terra. E formou o SENHOR Deus o homem do pó 7
da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem
foi feito alma vivente. E plantou o SENHOR Deus um jardim 8
Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa
de Deus; e esta é a porta dos céus. Então, levantou-se Jacó 18
pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto
por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em
cima dela. E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, 19
porém, daquela cidade, dantes, era Luz. E Jacó fez um voto, 20
dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que
faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em 21
paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus;
e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; 22
e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.
Então, pôs-se Jacó a pé e foi-se à terra dos filhos do Oriente. 29
E olhou, e eis um poço no campo, e eis três rebanhos de ovelhas 2
que estavam deitados junto a ele; porque daquele poço davam
de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca
do poço. E ajuntavam ali todos os rebanhos, e removiam a 3
pedra de sobre a boca do poço, e davam de beber às ovelhas, e
tornavam a pôr a pedra sobre a boca do poço, no seu lugar. E 4
disse-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? E disseram: Somos
de Harã. E ele lhes disse: Conheceis a Labão, filho de Naor? 5
E disseram: Conhecemos. Disse-lhes mais: Está ele bem? E 6
disseram: Está bem, e eis aqui Raquel, sua filha, que vem com
as ovelhas. E ele disse: Eis que ainda é muito dia, não é tempo 7
de ajuntar o gado; dai de beber às ovelhas, e ide, e apascentai-
as. E disseram: Não podemos, até que todos os rebanhos se 8
ajuntem, e removam a pedra de sobre a boca do poço, para
que demos de beber às ovelhas. Estando ele ainda falando 9
com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela
era pastora. E aconteceu que, vendo Jacó a Raquel, filha de 10
Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de
sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do
poço, e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.
E Jacó beijou a Raquel, e levantou a sua voz, e chorou. E 11, 12
Jacó anunciou a Raquel que era irmão de seu pai e que era
filho de Rebeca. Então, ela correu e o anunciou a seu pai.
E aconteceu que, ouvindo Labão as novas de Jacó, filho de 13
sua irmã, correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e beijou-o, e
29. 14–34 gênesis 44
levou-o à sua casa. E contou ele a Labão todas estas coisas.
14 Então, Labão disse-lhe: Verdadeiramente és tu o meu osso e
15 a minha carne. E ficou com ele um mês inteiro. Depois,
disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão, hás de servir-
16 me de graça? Declara-me qual será o teu salário. E Labão
tinha duas filhas; o nome da mais velha era Léia, e o nome da
17 menor, Raquel. Léia, porém, tinha olhos tenros, mas Raquel
18 era de formoso semblante e formosa à vista. E Jacó amava
a Raquel e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha
19 menor. Então, disse Labão: Melhor é que eu ta dê do que a
20 dê a outro varão; fica comigo. Assim, serviu Jacó sete anos
por Raquel; e foram aos seus olhos como poucos dias, pelo
21 muito que a amava. E disse Jacó a Labão: Dá- me minha
mulher, porque meus dias são cumpridos, para que eu entre a
22 ela. Então, ajuntou Labão todos os varões daquele lugar e fez
23 um banquete. E aconteceu, à tarde, que tomou Léia, sua filha,
24 e trouxe-lha. E entrou a ela. E Labão deu sua serva Zilpa por
25 serva a Léia, sua filha. E aconteceu pela manhã ver que era
Léia; pelo que disse a Labão: Por que me fizeste isso? Não te
26 tenho servido por Raquel? Por que, pois, me enganaste? E
disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se
27 dê antes da primogênita. Cumpre a semana desta; então te
daremos também a outra, pelo serviço que ainda outros sete
28 anos servires comigo. E Jacó fez assim e cumpriu a semana
29 desta; então, lhe deu por mulher Raquel, sua filha. E Labão
30 deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha. E entrou
também a Raquel e amou também a Raquel mais do que a
31 Léia; e serviu com ele ainda outros sete anos. Vendo, pois, o
SENHOR que Léia era aborrecida, abriu a sua madre; porém
32 Raquel era estéril. E concebeu Léia, e teve um filho, e chamou
o seu nome Rúben, dizendo: Porque o SENHOR atendeu à
33 minha aflição. Por isso, agora me amará o meu marido. E
concebeu outra vez e teve um filho, dizendo: Porquanto o
SENHOR ouviu que eu era aborrecida, me deu também este;
34 e chamou o seu nome Simeão. E concebeu outra vez e teve
um filho, dizendo: Agora, esta vez se ajuntará meu marido
comigo, porque três filhos lhe tenho dado; por isso, chamou o
45 gênesis 29. 35–30. 20
é teu do que está comigo e toma-o para ti. Pois Jacó não sabia
que Raquel os tinha furtado. Então, entrou Labão na tenda 33
de Jacó, e na tenda de Léia, e na tenda de ambas as servas e
não os achou; e, saindo da tenda de Léia, entrou na tenda de
Raquel. Mas tinha tomado Raquel os ídolos, e os tinha posto 34
na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou
Labão toda a tenda e não os achou. E ela disse a seu pai: 35
Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, que não posso
levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume
das mulheres. E ele procurou, mas não achou os ídolos. En- 36
tão, irou-se Jacó e contendeu com Labão. E respondeu Jacó
e disse a Labão: Qual é a minha transgressão? Qual é o meu
pecado, que tão furiosamente me tens perseguido? Havendo 37
apalpado todos os meus móveis, que achaste de todos os mó-
veis da tua casa? Põe-no aqui diante dos meus irmãos e teus
irmãos; e que julguem entre nós ambos. Estes vinte anos eu 38
estive contigo, as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca aborta-
ram, e não comi os carneiros do teu rebanho. Não te trouxe 39
eu o despedaçado; eu o pagava; o furtado de dia e o furtado
de noite da minha mão o requerias. Estava eu de sorte que 40
de dia me consumia o calor, e, de noite, a geada; e o meu sono
foi-se dos meus olhos. Tenho estado agora vinte anos na tua 41
casa; catorze te servi por tuas duas filhas e seis anos por teu
rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes. Se o Deus 42
de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque, não fora
comigo, por certo me enviarias agora vazio. Deus atendeu à
minha aflição e ao trabalho das minhas mãos e repreendeu- te
ontem à noite. Então, respondeu Labão e disse a Jacó: Estas 43
filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este
rebanho é o meu rebanho, e tudo o que vês meu é; e que farei,
hoje, a estas minhas filhas ou aos filhos que tiveram? Agora, 44
pois, vem, e façamos concerto, eu e tu, que seja por testemu-
nho entre mim e ti. Então, tomou Jacó uma pedra e erigiu-a 45
por coluna. E disse Jacó a seus irmãos: Ajuntai pedras. E 46
tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre
aquele montão. E chamou-lhe Labão Jegar-Saaduta; porém 47
Jacó chamou-lhe Galeede. Então, disse Labão: Este montão 48
31. 49–32. 11 gênesis 50
seja, hoje, por testemunha entre mim e ti; por isso, se chamou
49 o seu nome Galeede e Mispa, porquanto disse: Atente o SE-
NHOR entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um
50 do outro. Se afligires as minhas filhas e se tomares mulheres
além das minhas filhas, mesmo que ninguém esteja conosco,
51 atenta que Deus é testemunha entre mim e ti. Disse mais
Labão a Jacó: Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui esta
52 coluna que levantei entre mim e ti. Este montão seja teste-
munha, e esta coluna seja testemunha de que eu não passarei
este montão para lá e que tu não passarás este montão e esta
53 coluna para cá, para mal. O Deus de Abraão e o Deus de
Naor, o Deus de seu pai, julguem entre nós. E jurou Jacó pelo
54 Temor de Isaque, seu pai. E sacrificou Jacó um sacrifício na
montanha e convidou seus irmãos para comerem pão; e co-
55 meram pão e passaram a noite na montanha. E levantou-se
Labão pela manhã, de madrugada, e beijou seus filhos e suas
filhas, e abençoou-os; e partiu e voltou Labão ao seu lugar.
32 E foi também Jacó o seu caminho, e encontraram-no os
2 anjos de Deus. E Jacó disse, quando os viu: Este é o exército
3 de Deus. E chamou o nome daquele lugar Maanaim. E enviou
Jacó mensageiros diante da sua face a Esaú, seu irmão, à terra
4 de Seir, território de Edom. E ordenou-lhes, dizendo: Assim
direis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como
5 peregrino morei com Labão e me detive lá até agora. E tenho
bois, e jumentos, e ovelhas, e servos, e servas; e enviei para o
6 anunciar a meu senhor, para que ache graça a teus olhos. E
os mensageiros tornaram a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão
Esaú; e também ele vem a encontrar-te, e quatrocentos varões
7 com ele. Então, Jacó temeu muito e angustiou-se; e repartiu
em dois bandos o povo que com ele estava, e as ovelhas, e as
8 vacas, e os camelos. Porque dizia: Se Esaú vier a um bando
9 e o ferir, o outro bando escapará. Disse mais Jacó: Deus de
meu pai Abraão e Deus de meu pai Isaque, ó SENHOR, que
me disseste: Torna à tua terra e à tua parentela, e far-te-ei
10 bem; menor sou eu que todas as beneficências e que toda a
fidelidade que tiveste com teu servo; porque com meu cajado
11 passei este Jordão e, agora, me tornei em dois bandos. Livra-
51 gênesis 32. 12–30
gente que está comigo. E ele disse: Para que é isso? Basta
que eu ache graça aos olhos de meu senhor. Assim, tornou 16
Esaú aquele dia pelo seu caminho a Seir. Jacó, porém, partiu 17
para Sucote, e edificou para si uma casa, e fez cabanas para o
seu gado; por isso, chamou o nome daquele lugar Sucote. E 18
chegou Jacó salvo à cidade de Siquém, que está na terra de Ca-
naã, quando vinha de Padã-Arã; e fez o seu assento diante da
cidade. E comprou uma parte do campo, em que estendera 19
a sua tenda, da mão dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por
cem peças de dinheiro. E levantou ali um altar e chamou-lhe 20
Deus, o Deus de Israel.
E saiu Diná, filha de Léia, que esta dera a Jacó, a ver 34
as filhas da terra. E Siquém, filho de Hamor, heveu, prín- 2
cipe daquela terra, viu-a, e tomou-a, e deitou-se com ela, e
humilhou-a. E apegou-se a sua alma com Diná, filha de Jacó, 3
e amou a moça, e falou afetuosamente à moça. Falou também 4
Siquém a Hamor, seu pai, dizendo: Toma-me esta por mulher.
Quando Jacó ouviu que fora contaminada Diná, sua filha, es- 5
tavam os seus filhos no campo com o gado; e calou-se Jacó até
que viessem. E saiu Hamor, pai de Siquém, a Jacó, para fa- 6
lar com ele. E vieram os filhos de Jacó do campo; e, ouvindo 7
isso, entristeceram-se os varões e iraram-se muito, pois aquele
fizera doidice em Israel, deitando-se com a filha de Jacó, o que
não se devia fazer assim. Então, falou Hamor com eles, di- 8
zendo: A alma de Siquém, meu filho, está namorada da vossa
filha; dai-lha, peço-vos, por mulher. Aparentai-vos conosco, 9
dai-nos as vossas filhas e tomai as nossas filhas para vós; e 10
habitareis conosco; e a terra estará diante da vossa face; habi-
tai, e negociai nela, e tomai possessão nela. E disse Siquém 11
ao pai dela e aos irmãos dela: Ache eu graça a vossos olhos e
darei o que me disserdes. Aumentai muito sobre mim o dote 12
e a dádiva, e darei o que me disserdes; dai-me somente a moça
por mulher. Então, responderam os filhos de Jacó a Siquém 13
e a Hamor, seu pai, enganosamente, e falaram, porquanto ha-
via contaminado a Diná, sua irmã. E disseram-lhes: Não 14
podemos fazer isso, que déssemos a nossa irmã a um varão
não-circuncidado; porque isso seria uma vergonha para nós.
34. 15–31 gênesis 54
15 Nisso, porém, consentiremos a vós: se fordes como nós, que
16 se circuncide todo macho entre vós; então, dar-vos-emos as
nossas filhas, e tomaremos nós as vossas filhas, e habitaremos
17 convosco, e seremos um só povo. Mas, se não nos ouvirdes e
não vos circuncidardes, tomaremos a nossa filha e ir-nos-emos.
18 E suas palavras foram boas aos olhos de Hamor e aos olhos de
19 Siquém, filho de Hamor. E não tardou o jovem em fazer isto;
porque a filha de Jacó lhe agradava, e ele era o mais honrado
20 de toda a casa de seu pai. Vieram, pois, Hamor e Siquém,
seu filho, à porta da sua cidade e falaram aos varões da sua
21 cidade, dizendo: Estes varões são pacíficos conosco; portanto,
habitarão nesta terra e negociarão nela; eis que a terra é larga
de espaço diante da sua face; tomaremos nós as suas filhas
22 por mulheres e lhes daremos as nossas filhas. Mas somente
consentirão aqueles varões habitar conosco, para que sejamos
um só povo, se todo macho entre nós se circuncidar, como eles
23 são circuncidados. O seu gado, e as suas possessões, e to-
dos os seus animais não serão nossos? Consintamos somente
24 com eles, e habitarão conosco. E deram ouvidos a Hamor e a
Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi
circuncidado todo macho, de todos os que saíam pela porta da
25 sua cidade. E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam
com a mais violenta dor, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi,
irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram
26 afoitamente na cidade, e mataram todo macho. Mataram
também a fio de espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e to-
27 maram Diná da casa de Siquém e saíram. Vieram os filhos
de Jacó aos mortos e saquearam a cidade, porquanto haviam
28 contaminado a sua irmã. As suas ovelhas, e as suas vacas, e
os seus jumentos, e o que na cidade e o que no campo havia
29 tomaram; e toda a sua fazenda, e todos os seus meninos, e as
suas mulheres levaram presos e despojaram-nos de tudo o que
30 havia em casa. Então, disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-
me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta
terra, entre os cananeus e ferezeus; sendo eu pouco povo em
número, ajuntar-se-ão, e ficarei destruído, eu e minha casa.
31 E eles disseram: Faria, pois, ele a nossa irmã, como a uma
55 gênesis 35. 1–18
prostituta?
Depois, disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e ha- 35
bita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando
fugiste diante da face de Esaú, teu irmão. Então, disse Jacó 2
à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses
estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as
vossas vestes. E levantemo-nos e subamos a Betel; e ali farei 3
um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angús-
tia e que foi comigo no caminho que tenho andado. Então, 4
deram a Jacó todos os deuses estranhos que tinham em suas
mãos e as arrecadas que estavam em suas orelhas; e Jacó os
escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém. E 5
partiram; e o terror de Deus foi sobre as cidades que esta-
vam ao redor deles, e não seguiram após os filhos de Jacó.
Assim, chegou Jacó a Luz, que está na terra de Canaã (esta 6
é Betel), ele e todo o povo que com ele havia. E edificou 7
ali um altar e chamou aquele lugar El-Betel, porquanto Deus
ali se lhe tinha manifestado quando fugia diante da face de
seu irmão. E morreu Débora, a ama de Rebeca, e foi sepul- 8
tada ao pé de Betel, debaixo do carvalho cujo nome chamou
Alom-Bacute. E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de 9
Padã-Arã, e abençoou-o. E disse-lhe Deus: O teu nome é 10
Jacó; não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel será o
teu nome. E chamou o seu nome Israel. Disse-lhe mais Deus: 11
Eu sou o Deus Todo-poderoso; frutifica e multiplica-te; uma
nação e multidão de nações sairão de ti, e reis procederão de
ti. E te darei a ti a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque 12
e à tua semente depois de ti darei a terra. E Deus subiu dele, 13
do lugar onde falara com ele. E Jacó pôs uma coluna no lugar 14
onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre
ela uma libação e deitou sobre ela azeite. E chamou Jacó o 15
nome daquele lugar, onde Deus falara com ele, Betel. Parti- 16
ram de Betel, e, havendo ainda um pequeno espaço de terra
para chegar a Efrata, teve um filho Raquel e teve trabalho em
seu parto. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, 17
lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho te-
rás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), 18
35. 19–36. 13 gênesis 56
chamou o seu nome Benoni; mas seu pai o chamou Benjamim.
19 Assim, morreu Raquel e foi sepultada no caminho de Efrata;
20 esta é Belém. E Jacó pôs uma coluna sobre a sua sepultura;
21 esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje. En-
tão, partiu Israel e estendeu a sua tenda além de Migdal-Éder.
22 E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben
e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel soube-o.
23 E eram doze os filhos de Jacó: os filhos de Léia: Rúben, o
primogênito de Jacó, depois Simeão e Levi, Judá, Issacar e
24, 25 Zebulom; os filhos de Raquel: José e Benjamim; os filhos de
26 Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali; os filhos de Zilpa, serva
de Léia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó, que lhe nas-
27 ceram em Padã-Arã. E Jacó veio a Isaque, seu pai, a Manre,
a Quiriate-Arba (que é Hebrom), onde peregrinaram Abraão
28, 29 e Isaque. E foram os dias de Isaque cento e oitenta anos. E
Isaque expirou, e morreu, e foi recolhido aos seus povos, velho
e farto de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.
36, 2 E estas são as gerações de Esaú (que é Edom). Esaú tomou
suas mulheres das filhas de Canaã: Ada, filha de Elom, heteu;
3 Oolibama, filha de Aná, filho de Zibeão, heveu; e Basemate,
4 filha de Ismael, irmã de Nebaiote. E Ada teve de Esaú a
5 Elifaz; e Basemate teve a Reuel; e Oolibama teve a Jeús, e
Jalão, e Corá; estes são os filhos de Esaú, que lhe nasceram na
6 terra de Canaã. E Esaú tomou suas mulheres, e seus filhos, e
suas filhas, e todas as almas de sua casa, e seu gado, e todos
os seus animais, e toda a sua fazenda, que havia adquirido
na terra de Canaã; e foi-se a outra terra de diante da face
7 de Jacó, seu irmão. Porque a fazenda deles era muita para
habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia
8 sustentar por causa de seu gado. Portanto, Esaú habitou na
9 montanha de Seir; Esaú é Edom. Estas, pois, são as gerações
10 de Esaú, pai dos edomitas, na montanha de Seir. Estes são
os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, mulher de
11 Esaú; Reuel, filho de Basemate, mulher de Esaú. E os filhos
12 de Elifaz foram: Temã, Omar, Zefô, Gaetã e Quenaz. E
Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e teve de Elifaz
13 a Amaleque; estes são os filhos de Ada, mulher de Esaú. E
57 gênesis 36. 14–35
2, 3
4, 5
6
7
E stes, pois, são os nomes dos filhos de Israel, que en-
traram no Egito com Jacó; cada um entrou com sua
casa: Rúben, Simeão, Levi e Judá; Issacar, Zebu-
lom e Benjamim; Dã, Naftali, Gade e Aser. Todas
as almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta almas;
José, porém, estava no Egito. Sendo, pois, José falecido, e
todos os seus irmãos, e toda aquela geração, os filhos de Is-
rael frutificaram, e aumentaram muito, e multiplicaram-se, e
foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se en-
8 cheu deles. Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito,
9 que não conhecera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o
povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós.
10 Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se mul-
tiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte
com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra.
11 E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os
afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de
12 tesouros, Pitom e Ramessés. Mas, quanto mais os afligiam,
tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam; de maneira
13 que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. E os egípcios
14 faziam servir os filhos de Israel com dureza; assim, lhes fize-
ram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos,
e com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em
15 que os serviam com dureza. E o rei do Egito falou às parteiras
das hebréias (das quais o nome de uma era Sifrá, e o nome da
16 outra, Puá) e disse: Quando ajudardes no parto as hebréias
e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for
17 filha, então, viva. As parteiras, porém, temeram a Deus e
não fizeram como o rei do Egito lhes dissera; antes, conserva-
18 vam os meninos com vida. Então, o rei do Egito chamou as
parteiras e disse-lhes: Por que fizestes isto, que guardastes os
19 meninos com vida? E as parteiras disseram a Faraó: É que as
85 éxodo 1. 20–2. 15
pois, esta vara na tua mão, com que farás os sinais. Então, 18
foi-se Moisés, e voltou para Jetro, seu sogro, e disse-lhe: Eu
irei agora e tornarei a meus irmãos que estão no Egito, para
ver se ainda vivem. Disse, pois, Jetro a Moisés: Vai em paz.
Disse também o SENHOR a Moisés em Midiã: Vai, volta para 19
o Egito; porque todos os que buscavam a tua alma morreram.
Tomou, pois, Moisés sua mulher e seus filhos, e os levou sobre 20
um jumento, e tornou à terra do Egito; e Moisés tomou a vara
de Deus na sua mão. E disse o SENHOR a Moisés: Quando 21
voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as
maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei
o seu coração, para que não deixe ir o povo. Então, dirás a 22
Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primo-
gênito. E eu te tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que 23
me sirva; mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei a
teu filho, o teu primogênito. E aconteceu no caminho, numa 24
estalagem, que o SENHOR o encontrou e o quis matar. En- 25
tão, Zípora tomou uma pedra aguda, e circuncidou o prepúcio
de seu filho, e o lançou a seus pés, e disse: Certamente me és
um esposo sanguinário. E desviou-se dele. Então, ela disse: 26
Esposo sanguinário, por causa da circuncisão. Disse também 27
o SENHOR a Arão: Vai ao encontro de Moisés, ao deserto. E
ele foi, encontrou-o no monte de Deus e o beijou. E anunciou 28
Moisés a Arão todas as palavras do SENHOR, que o enviara,
e todos os sinais que lhe mandara. Então, foram Moisés e 29
Arão e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de Israel. E 30
Arão falou todas as palavras que o SENHOR falara a Moisés
e fez os sinais perante os olhos do povo. E o povo creu; e 31
ouviram que o SENHOR visitava aos filhos de Israel e que via
a sua aflição; e inclinaram-se e adoraram.
E, depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: As- 5
sim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo,
para que me celebre uma festa no deserto. Mas Faraó disse: 2
Quem é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel?
Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir Israel. E 3
eles disseram: O Deus dos hebreus nos encontrou; portanto,
deixa-nos agora ir caminho de três dias ao deserto, para que
5. 4–21 éxodo 90
ofereçamos sacrifícios ao SENHOR e ele não venha sobre nós
4 com pestilência ou com espada. Então, disse-lhes o rei do
Egito: Moisés e Arão, por que fazeis cessar o povo das suas
5 obras? Ide a vossas cargas. E disse também Faraó: Eis que
o povo da terra já é muito, e vós os fazeis abandonar as suas
6 cargas. Portanto, deu ordem Faraó naquele mesmo dia aos
7 exatores do povo e aos seus oficiais, dizendo: Daqui em diante
não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como fizes-
tes ontem e anteontem; vão eles mesmos e colham palha para
8 si. E lhes imporeis a conta dos tijolos que fizeram ontem e an-
teontem; nada diminuireis dela, porque eles estão ociosos; por
isso, clamam, dizendo: Vamos, sacrifiquemos ao nosso Deus.
9 Agrave-se o serviço sobre estes homens, para que se ocupem
10 nele e não confiem em palavras de mentira. Então, saíram os
exatores do povo, e seus oficiais, e falaram ao povo, dizendo:
11 Assim diz Faraó: Eu não vos darei palha; ide vós mesmos, e
tomai vós palha de onde a achardes; porque nada se diminuirá
12 de vosso serviço. Então, o povo se espalhou por toda a terra
13 do Egito, a colher restolho em lugar de palha. E os exatores
os apertavam, dizendo: Acabai vossa obra, a tarefa de cada
14 dia, como quando havia palha. E foram açoitados os oficiais
dos filhos de Israel, que os exatores de Faraó tinham posto
sobre eles, dizendo estes: Por que não acabastes vossa tarefa
15 ontem e hoje, fazendo tijolos como antes? Pelo que se foram
os oficiais dos filhos de Israel e clamaram a Faraó, dizendo: Por
16 que fazes assim a teus servos? Palha não se dá a teus servos,
e nos dizem: Fazei tijolos; e eis que teus servos são açoita-
17 dos; porém o teu povo tem a culpa. Mas ele disse: Vós sois
ociosos; vós sois ociosos; por isso, dizeis: Vamos, sacrifique-
18 mos ao SENHOR. Ide, pois, agora, trabalhai; palha, porém,
19 não se vos dará; contudo, dareis a conta dos tijolos. Então,
os oficiais dos filhos de Israel viram-se em aflição, porquanto
se dizia: Nada diminuireis de vossos tijolos, da tarefa do dia
20 no seu dia. E encontraram a Moisés e a Arão, que estavam
21 defronte deles, quando saíram de Faraó. E disseram-lhes: O
SENHOR atente sobre vós e julgue isso, porquanto fizestes o
nosso cheiro repelente diante de Faraó e diante de seus servos,
91 éxodo 5. 22–6. 15
dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este 2
vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congre- 3
gação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, tome cada um
para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro
para cada casa. Mas, se a família for pequena para um cor- 4
deiro, então, tome um só com seu vizinho perto de sua casa,
conforme o número das almas; conforme o comer de cada um,
fareis a conta para o cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será 5
sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas
ou das cabras e o guardareis até ao décimo quarto dia deste 6
mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrifi-
cará à tarde. E tomarão do sangue e pô-lo-ão em ambas as 7
ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães 8
asmos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele 9
nada cru, nem cozido em água, senão assado ao fogo; a cabeça
com os pés e com a fressura. E nada dele deixareis até pela 10
manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimareis no
fogo. Assim, pois, o comereis: os vossos lombos cingidos, os 11
vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis
apressadamente; esta é a Páscoa do SENHOR. E eu passa- 12
rei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na
terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos
os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR. E aquele 13
sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu
sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga
de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia 14
vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR;
nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. Sete 15
dias comereis pães asmos; ao primeiro dia, tirareis o fermento
das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado,
desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada
de Israel. E, ao primeiro dia, haverá santa convocação; tam- 16
bém, ao sétimo dia, tereis santa convocação; nenhuma obra
se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso
somente aprontareis para vós. Guardai, pois, a Festa dos 17
Pães Asmos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos
12. 18–32 éxodo 102
da terra do Egito; pelo que guardareis este dia nas vossas ge-
18 rações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze
dias do mês, à tarde, comereis pães asmos até vinte e um do
19 mês à tarde. Por sete dias não se ache nenhum fermento
nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado,
aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o
20 estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa leve-
dada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães
21 asmos. Chamou, pois, Moisés a todos os anciãos de Israel
e disse-lhes: Escolhei, e tomai vós cordeiros para vossas famí-
22 lias, e sacrificai a Páscoa. Então, tomai um molho de hissopo,
e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e lançai na verga
da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na
bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à
23 manhã. Porque o SENHOR passará para ferir aos egípcios,
porém, quando vir o sangue na verga da porta e em ambas as
ombreiras, o SENHOR passará aquela porta e não deixará ao
24 destruidor entrar em vossas casas para vos ferir. Portanto,
guardai isto por estatuto para vós e para vossos filhos, para
25 sempre. E acontecerá que, quando entrardes na terra que o
26 SENHOR vos dará, como tem dito, guardareis este culto. E
acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto
27 é este vosso? Então, direis: Este é o sacrifício da Páscoa ao
SENHOR, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito,
quando feriu aos egípcios e livrou as nossas casas. Então, o
28 povo inclinou-se e adorou. E foram os filhos de Israel e fize-
ram isso; como o SENHOR ordenara a Moisés e a Arão, assim
29 fizeram. E aconteceu, à meia-noite, que o SENHOR feriu to-
dos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito
de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito
do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos
30 animais. E Faraó levantou-se de noite, ele, e todos os seus
servos, e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egito,
31 porque não havia casa em que não houvesse um morto. En-
tão, chamou a Moisés e a Arão de noite e disse: Levantai-vos,
saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel;
32 e ide, servi ao SENHOR, como tendes dito. Levai também
103 éxodo 12. 33–51
ções, para que vejam o pão que vos tenho dado a comer neste
deserto, quando eu vos tirei da terra do Egito. Disse também 33
Moisés a Arão: Toma um vaso, e mete nele um gômer cheio de
maná, e põe-no diante do SENHOR, em guarda para as vossas
gerações. Como o SENHOR tinha ordenado a Moisés, assim 34
Arão o pôs diante do Testemunho em guarda. E comeram 35
os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em
terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos
da terra de Canaã. E um gômer é a décima parte do efa. 36
posar com seu filho, fará com ela conforme o direito das filhas.
Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem 10
a sua veste, nem a sua obrigação marital. E, se lhe não fizer 11
estas três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro. Quem ferir 12
alguém, que morra, ele também certamente morrerá; porém, 13
se lhe não armou ciladas, mas Deus o fez encontrar nas suas
mãos, ordenar-te-ei um lugar para onde ele fugirá. Mas, se 14
alguém se ensoberbecer contra o seu próximo, matando-o com
engano, tirá-lo-ás do meu altar para que morra. O que ferir a 15
seu pai ou a sua mãe certamente morrerá. E quem furtar al- 16
gum homem e o vender, ou for achado na sua mão, certamente
morrerá. E quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe certa- 17
mente morrerá. E, se alguns homens pelejarem, ferindo um 18
ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas
cair na cama; se ele tornar a levantar-se e andar fora sobre o 19
seu bordão, então, aquele que o feriu será absolvido; somente
lhe pagará o tempo que perdera e o fará curar totalmente. Se 20
alguém ferir a seu servo ou a sua serva com vara, e morrerem
debaixo da sua mão, certamente será castigado; porém, se 21
ficarem vivos por um ou dois dias, não será castigado, por-
que é seu dinheiro. Se alguns homens pelejarem, e ferirem 22
uma mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém se
não houver morte, certamente aquele que feriu será multado
conforme o que lhe impuser o marido da mulher e pagará di-
ante dos juízes. Mas, se houver morte, então, darás vida por 23
vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por 24
pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por 25
golpe. E, quando alguém ferir o olho do seu servo ou o olho 26
da sua serva e o danificar, o deixará ir forro pelo seu olho. E, 27
se tirar o dente do seu servo ou o dente da sua serva, o deixará
ir forro pelo seu dente. E, se algum boi escornar homem ou 28
mulher, que morra, o boi será apedrejado certamente, e a sua
carne se não comerá; mas o dono do boi será absolvido. Mas, 29
se o boi dantes era escornador, e o seu dono foi conhecedor
disso e não o guardou, matando homem ou mulher, o boi será
apedrejado, e também o seu dono morrerá. Se lhe for imposto 30
resgate, então, dará como resgate da sua vida tudo quanto lhe
21. 31–22. 11 éxodo 118
31 for imposto, quer tenha escornado um filho, quer tenha es-
32 cornado uma filha; conforme a este estatuto lhe será feito. Se
o boi escornar um servo, ou uma serva, dar-se-ão trinta siclos
33 de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado. Se alguém
abrir uma cova ou se alguém cavar uma cova e não a cobrir, e
34 nela cair um boi ou jumento, o dono da cova o pagará, ao seu
35 dono o dinheiro restituirá; mas o morto será seu. Se o boi de
alguém ferir de morte o boi do seu próximo, então, se venderá
o boi vivo, e o dinheiro dele se repartirá igualmente, e tam-
36 bém o morto se repartirá igualmente. Mas, se foi notório que
aquele boi dantes era escornador, e seu dono não o guardou,
certamente pagará boi por boi; porém o morto será seu.
22 Se alguém furtar boi ou ovelha e o degolar ou vender, por
2 um boi pagará cinco bois; e pela ovelha, quatro ovelhas. Se
o ladrão for achado a minar, e for ferido, e morrer, o que o
3 feriu não será culpado do sangue. Se o sol houver saído sobre
ele, será culpado do sangue. O ladrão fará restituição total; e
4 se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto. Se
o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou
5 ovelha, pagará o dobro. Se alguém fizer pastar o seu animal
num campo ou numa vinha e o largar para comer no campo
de outro, o melhor do seu próprio campo e o melhor da sua
6 própria vinha restituirá. Se rebentar um fogo, e pegar aos
espinhos, e abrasar a meda de trigo, ou a seara, ou o campo,
7 aquele que acendeu o fogo pagará totalmente o queimado. Se
alguém der prata ou objetos ao seu próximo a guardar, e isso
for furtado da casa daquele homem, se o ladrão se achar, pa-
8 gará o dobro. Se o ladrão não se achar, então, o dono da casa
será levado diante dos juízes, a ver se não meteu a sua mão
9 na fazenda do seu próximo. Sobre todo negócio de injustiça,
sobre boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre veste, sobre
toda coisa perdida, de que alguém disser que é sua, a causa
de ambos virá perante os juízes; aquele a quem condenarem
10 os juízes o pagará em dobro ao seu próximo. Se alguém der
a seu próximo a guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou
algum animal, e morrer, ou for dilacerado, ou afugentado, nin-
11 guém o vendo, então, haverá juramento do SENHOR entre
119 éxodo 22. 12–23. 4
1
2
3
E chamou o SENHOR a Moisés e falou com ele da
tenda da congregação, dizendo: Fala aos filhos de Is-
rael e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta
ao SENHOR, oferecereis as vossas ofertas de gado,
de vacas e de ovelhas. Se a sua oferta for holocausto de gado,
oferecerá macho sem mancha; à porta da tenda da congrega-
ção a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR.
4 E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja
5 aceito por ele, para a sua expiação. Depois, degolará o be-
zerro perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes,
oferecerão o sangue e espargirão o sangue à roda sobre o altar
6 que está diante da porta da tenda da congregação. Então,
7 esfolará o holocausto e o partirá nos seus pedaços. E os filhos
de Arão, os sacerdotes, porão fogo sobre o altar, pondo em
8 ordem a lenha sobre o fogo. Também os filhos de Arão, os
sacerdotes, porão em ordem os pedaços, a cabeça e o redenho,
9 sobre a lenha que está no fogo em cima do altar. Porém a sua
fressura e as suas pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote
tudo isto queimará sobre o altar; holocausto é, oferta quei-
10 mada, de cheiro suave ao SENHOR. E, se a sua oferta for de
gado miúdo, de ovelhas ou de cabras, para holocausto, ofere-
11 cerá macho sem mancha, e a degolará ao lado do altar, para
a banda do norte, perante o SENHOR; e os filhos de Arão,
os sacerdotes, espargirão o seu sangue à roda sobre o altar.
12 Depois, a partirá nos seus pedaços, como também a sua ca-
beça e o seu redenho; e o sacerdote os porá em ordem sobre a
13 lenha que está no fogo sobre o altar. Porém a fressura e as
pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isto oferecerá
e o queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de
14 cheiro suave ao SENHOR. E, se a sua oferta ao SENHOR for
holocausto de aves, oferecerá a sua oferta de rolas ou de pom-
15 binhos. E o sacerdote a oferecerá sobre o altar, e lhe torcerá
155 levítico 1. 16–2. 14
dura que neles há, que está sobre as tripas; e o redenho sobre
o fígado, com os rins, se tirará. E o sacerdote o queimará 5
sobre o altar em oferta queimada ao SENHOR; expiação da
culpa é. Todo varão entre os sacerdotes a comerá; no lugar 6
santo se comerá; coisa santíssima é. Como a oferta pela ex- 7
piação do pecado, assim será a oferta pela expiação da culpa;
uma mesma lei haverá para elas: será do sacerdote que houver
feito propiciação com ela. Também o sacerdote que oferecer 8
o holocausto de alguém, o mesmo sacerdote, terá o couro do
holocausto que oferecer. Como também toda oferta que se 9
cozer no forno, com tudo que se preparar na sertã e na ca-
çoula, será do sacerdote que a oferece. Também toda oferta 10
amassada com azeite ou seca será de todos os filhos de Arão,
assim de um como de outro. E esta é a lei do sacrifício pa- 11
cífico que se oferecerá ao SENHOR. Se o oferecer por oferta 12
de louvores, com o sacrifício de louvores, oferecerá bolos as-
mos amassados com azeite e coscorões asmos amassados com
azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, de flor
de farinha. Com os bolos oferecerá pão levedado como sua 13
oferta, com o sacrifício de louvores da sua oferta pacífica. E 14
de toda oferta oferecerá um deles por oferta alçada ao SE-
NHOR, que será do sacerdote que espargir o sangue da oferta
pacífica. Mas a carne do sacrifício de louvores da sua oferta 15
pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará
dela até à manhã. E, se o sacrifício da sua oferta for voto 16
ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se
comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte.
E o que ainda ficar da carne do sacrifício ao terceiro dia será 17
queimado no fogo. Porque, se da carne do seu sacrifício pa- 18
cífico se comer ao terceiro dia, aquele que a ofereceu não será
aceito, nem lhe será imputado; coisa abominável será, e a pes-
soa que comer dela levará a sua iniqüidade. E a carne que 19
tocar alguma coisa imunda não se comerá; com fogo será quei-
mada; mas da outra carne qualquer que estiver limpo comerá
dela. Porém, se alguma pessoa comer a carne do sacrifício 20
pacífico, que é do SENHOR, tendo ela sobre si a sua imundí-
cia, aquela pessoa será extirpada dos seus povos. E, se uma 21
7. 22–38 levítico 164
pessoa tocar alguma coisa imunda, como imundícia de homem,
ou gado imundo, ou qualquer abominação imunda, e comer da
carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, aquela pessoa
22 será extirpada dos seus povos. Depois, falou o SENHOR a
23 Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma
24 gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis. Po-
rém pode usar-se da gordura do corpo morto e da gordura do
dilacerado, para toda obra, mas de nenhuma maneira a co-
25 mereis; porque qualquer que comer a gordura do animal, do
qual se oferecer ao SENHOR oferta queimada, a pessoa que a
26 comer será extirpada dos seus povos. E nenhum sangue co-
mereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves quer
27 de gado. Toda pessoa que comer algum sangue, aquela pes-
28 soa será extirpada dos seus povos. Falou mais o SENHOR
29 a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quem
oferecer ao SENHOR o seu sacrifício pacífico trará a sua oferta
30 ao SENHOR; do seu sacrifício pacífico as suas próprias mãos
trarão as ofertas queimadas do SENHOR; a gordura do peito
com o peito trará para movê-lo por oferta movida perante o
31 SENHOR. E o sacerdote queimará a gordura sobre o altar,
32 porém o peito será de Arão e de seus filhos. Também a es-
pádua direita dareis ao sacerdote por oferta alçada dos vossos
33 sacrifícios pacíficos. Aquele dos filhos de Arão que oferecer o
sangue do sacrifício pacífico e a gordura, esse terá a espádua
34 direita por sua porção; porque o peito movido e a espádua
alçada tomei dos filhos de Israel, dos seus sacrifícios pacíficos,
e os dei a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, por estatuto per-
35 pétuo dos filhos de Israel. Esta é a porção de Arão e a porção
de seus filhos, das ofertas queimadas do SENHOR, no dia em
que os apresentou para administrar o sacerdócio ao SENHOR,
36 o que o SENHOR ordenou que se lhes desse dentre os filhos de
Israel no dia em que os ungiu; estatuto perpétuo é pelas suas
37 gerações. Esta é a lei do holocausto, e da oferta de manjares,
e da expiação do pecado, e da expiação da culpa, e da oferta
38 das consagrações, e do sacrifício pacífico, que o SENHOR or-
denou a Moisés no monte Sinai, no dia em que ordenou aos
filhos de Israel que oferecessem as suas ofertas ao SENHOR,
165 levítico 8. 1–19
no deserto do Sinai.
Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Toma a Arão, 8, 2
e a seus filhos com ele, e as vestes, e o azeite da unção, como
também o novilho da expiação do pecado, e os dois carneiros,
e o cesto dos pães asmos e ajunta toda a congregação à porta 3
da tenda da congregação. Fez, pois, Moisés como o SENHOR 4
lhe ordenara, e a congregação ajuntou-se à porta da tenda da
congregação. Então, disse Moisés à congregação: Isto é o 5
que o SENHOR ordenou que se fizesse. E Moisés fez chegar 6
a Arão e a seus filhos, e os lavou com água, e lhe vestiu 7
a túnica, e cingiu-o com o cinto, e pôs sobre ele o manto;
também pôs sobre ele o éfode, e cingiu-o com o cinto lavrado
do éfode, e o apertou com ele. Depois, pôs-lhe o peitoral, 8
pondo no peitoral o Urim e o Tumim; e pôs a mitra sobre 9
a sua cabeça e na mitra, diante do seu rosto, pôs a lâmina
de ouro, a coroa da santidade, como o SENHOR ordenara a
Moisés. Então, Moisés tomou o azeite da unção, e ungiu o 10
tabernáculo e tudo o que havia nele, e o santificou; e dele 11
espargiu sete vezes sobre o altar e ungiu o altar e todos os
seus vasos, como também a pia e a sua base, para santificá-
los. Depois, derramou do azeite da unção sobre a cabeça 12
de Arão e ungiu-o, para santificá-lo. Também Moisés fez 13
chegar os filhos de Arão, e vestiu-lhes as túnicas, e cingiu-
os com o cinto, e apertou-lhes as tiaras, como o SENHOR
ordenara a Moisés. Então, fez chegar o novilho da expiação 14
do pecado; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça
do novilho da expiação do pecado; e o degolou; e Moisés 15
tomou o sangue, e pôs dele com o seu dedo sobre as pontas do
altar em redor, e expiou o altar; depois, derramou o resto do
sangue à base do altar e o santificou, para fazer expiação por
ele. Depois, tomou toda a gordura que está na fressura, e o 16
redenho do fígado, e os dois rins, e sua gordura; e Moisés os
queimou sobre o altar. Mas o novilho com o seu couro, e a sua 17
carne, e o seu esterco queimou com fogo fora do arraial, como
o SENHOR ordenara a Moisés. Depois, fez chegar o carneiro 18
do holocausto; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a
cabeça do carneiro; e o degolou; e Moisés espargiu o sangue 19
8. 20–33 levítico 166
20 sobre o altar, em redor. Partiu também o carneiro nos seus
pedaços; e Moisés queimou a cabeça, e os pedaços, e a gordura.
21 Porém a fressura e as pernas lavou com água; e Moisés queimou
todo o carneiro sobre o altar; holocausto de cheiro suave, uma
oferta queimada era ao SENHOR, como o SENHOR ordenara
22 a Moisés. Depois, fez chegar o outro carneiro, o carneiro
da consagração; e Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a
23 cabeça do carneiro; e o degolou; e Moisés tomou do seu sangue
e o pôs sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre o
polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito.
24 Também fez chegar os filhos de Arão; e Moisés pôs daquele
sangue sobre a ponta da orelha direita deles, e sobre o polegar
da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito; e Moisés
25 espargiu o resto do sangue sobre o altar, em redor. E tomou
a gordura, e a cauda, e toda a gordura que está na fressura, e o
redenho do fígado, e ambos os rins, e a sua gordura e a espádua
26 direita. Também do cesto dos pães asmos, que estava diante
do SENHOR, tomou um bolo asmo, e um bolo de pão azeitado,
e um coscorão e os pôs sobre a gordura e sobre a espádua
27 direita. E tudo isso pôs nas mãos de Arão e nas mãos de seus
filhos e os moveu por oferta de movimento perante o SENHOR.
28 Depois, Moisés tomou-os das suas mãos e os queimou no altar
sobre o holocausto; estas foram uma oferta da consagração, por
29 cheiro suave, oferta queimada ao SENHOR. E tomou Moisés o
peito e moveu-o por oferta de movimento perante o SENHOR;
aquela foi a porção de Moisés, do carneiro da consagração,
30 como o SENHOR ordenara a Moisés. Tomou Moisés também
do azeite da unção e do sangue que estava sobre o altar e o
espargiu sobre Arão, e sobre as suas vestes, e sobre os seus
filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; e santificou a
Arão, e as suas vestes, e seus filhos, e as vestes de seus filhos
31 com ele. E Moisés disse a Arão e a seus filhos: Cozei a carne
diante da porta da tenda da congregação e ali a comei com o
pão que está no cesto da consagração, como tenho ordenado,
32 dizendo: Arão e seus filhos a comerão. Mas o que sobejar
33 da carne e do pão queimareis com fogo. Também da porta
da tenda da congregação não saireis por sete dias, até ao dia
167 levítico 8. 34–9. 15
tro pés, será para vós uma abominação. E por estes sereis 24
imundos: qualquer que tocar o seu cadáver imundo será até
à tarde. Qualquer que levar os seus cadáveres lavará as suas 25
vestes e será imundo até à tarde. Todo animal que tem unhas 26
fendidas, mas a fenda não se divide em duas e que não remói
vos será por imundo; qualquer que tocar neles será imundo.
E tudo o que anda sobre as suas patas, isto é, todo animal que 27
anda a quatro pés, vos será por imundo; qualquer que tocar
no seu cadáver será imundo até à tarde. E o que levar o seu 28
cadáver lavará as suas vestes e será imundo até à tarde; eles
vos serão por imundos. Estes também vos serão por imundos 29
entre os répteis que se arrastam sobre a terra: a doninha, e o
rato, e o cágado segundo a sua espécie, e o ouriço cacheiro, 30
e o lagarto, e a lagartixa, e a lesma, e a toupeira. Estes vos 31
serão por imundos entre todo o réptil; qualquer que os tocar,
estando eles mortos, será imundo até à tarde. E tudo aquilo 32
sobre o que deles cair alguma coisa, estando eles mortos, será
imundo; seja vaso de madeira, ou veste, ou pele, ou saco, ou
qualquer instrumento com que se faz alguma obra, será me-
tido na água e será imundo até à tarde; depois, será limpo.
E todo vaso de barro, em que cair alguma coisa deles, tudo 33
o que houver nele será imundo; e o vaso quebrareis. Todo 34
manjar que se come, sobre o que vier tal água, será imundo;
e toda bebida que se bebe, em todo vaso, será imunda. E 35
aquilo sobre o que cair alguma coisa de seu corpo morto será
imundo: o forno e o vaso de barro serão quebrados; imundos
são; portanto, vos serão por imundos. Porém a fonte ou cis- 36
terna, em que se recolhem águas, será limpa, mas quem tocar
no seu cadáver será imundo. E, se do seu cadáver cair al- 37
guma coisa sobre alguma semente de semear, esta será limpa;
mas, se for deitada água sobre a semente, e, se do cadáver cair 38
alguma coisa sobre ela, vos será por imunda. E, se morrer 39
algum dos animais, que vos servem de mantimento, quem to-
car no seu cadáver será imundo até à tarde; quem comer do 40
seu cadáver lavará as suas vestes e será imundo até à tarde;
e quem levar o seu corpo morto lavará as suas vestes e será
imundo até à tarde. Também todo réptil que se arrasta sobre 41
11. 42–13. 2 levítico 172
42 a terra será abominação; não se comerá. Tudo o que anda
sobre o ventre, e tudo o que anda sobre quatro pés, ou que tem
mais pés, entre todo o réptil que se arrasta sobre a terra, não
43 comereis, porquanto são uma abominação. Não façais a vossa
alma abominável por nenhum réptil que se arrasta, nem neles
44 vos contamineis, para não serdes imundos por eles. Porque eu
sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e
sereis santos, porque eu sou santo; e não contaminareis a vossa
45 alma por nenhum réptil que se arrasta sobre a terra. Porque
eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para
que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou
46 santo. Esta é a lei dos animais, e das aves, e de toda alma
vivente que se move nas águas, e de toda alma que se arrasta
47 sobre a terra, para fazer diferença entre o imundo e o limpo,
e entre os animais que se podem comer e os animais que não
se podem comer.
12, 2 Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos
de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e tiver um varão,
será imunda sete dias; assim como nos dias da separação da sua
3 enfermidade, será imunda. E, no dia oitavo, se circuncidará
4 ao menino a carne do seu prepúcio. Depois, ficará ela trinta
e três dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa santa
tocará e não virá ao santuário até que se cumpram os dias
5 da sua purificação. Mas, se tiver uma fêmea, será imunda
duas semanas, como na sua separação; depois, ficará sessenta
6 e seis dias no sangue da sua purificação. E, quando forem
cumpridos os dias da sua purificação por filho ou por filha,
trará um cordeiro de um ano por holocausto e um pombinho
ou uma rola para expiação do pecado, diante da porta da tenda
7 da congregação, ao sacerdote; o qual o oferecerá perante o
SENHOR e por ela fará propiciação; e será limpa do fluxo
do seu sangue; esta é a lei da que der à luz varão ou fêmea.
8 Mas, se a sua mão não alcançar assaz para um cordeiro, então,
tomará duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto
e outro para a expiação do pecado; assim, o sacerdote por ela
fará propiciação, e será limpa.
13, 2 Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo: O ho-
173 levítico 13. 3–17
mais chegado: por sua mãe, e por seu pai, e por seu filho, e por
sua filha, e por seu irmão, e por sua irmã virgem, chegada a 3
ele, que ainda não teve marido; por ela se contaminará. Não 4
se contaminará por príncipe entre o seu povo, para se profa-
nar. Não farão calva na sua cabeça e não raparão os cantos 5
da sua barba, nem darão golpes na sua carne. Santos serão 6
a seu Deus e não profanarão o nome do seu Deus, porque ofe-
recem as ofertas queimadas do SENHOR, o pão do seu Deus;
portanto, serão santos. Não tomarão mulher prostituta ou 7
infame, nem tomarão mulher repudiada de seu marido, pois o
sacerdote santo é a seu Deus. Portanto, o santificarás, por- 8
quanto oferece o pão do teu Deus; santo será para ti, pois eu,
o SENHOR que vos santifica, sou santo. E, quando a filha de 9
um sacerdote se prostituir, profana a seu pai; com fogo será
queimada. E o sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja 10
cabeça foi derramado o azeite da unção e que for sagrado para
vestir as vestes, não descobrirá a cabeça nem rasgará as suas
vestes. E não se chegará a cadáver algum, nem por causa 11
de seu pai, nem por sua mãe, se contaminará; nem sairá do 12
santuário, para que não profane o santuário do seu Deus, pois
a coroa do azeite da unção do seu Deus está sobre ele. Eu sou
o SENHOR. E ele tomará uma mulher na sua virgindade. 13
Viúva, ou repudiada, ou desonrada, ou prostituta, estas não 14
tomará, mas virgem dos seus povos tomará por mulher. E não 15
profanará a sua semente entre os seus povos; porque eu sou
o SENHOR que os santifico. Falou mais o SENHOR a Moi- 16
sés, dizendo: Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua semente, 17
nas suas gerações, em quem houver alguma falta, se chegará
a oferecer o pão do seu Deus. Pois nenhum homem em quem 18
houver alguma deformidade se chegará: como homem cego,
ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente
compridos, ou homem que tiver o pé quebrado, ou quebrada 19
a mão, ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou 20
sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado. Nenhum 21
homem da semente de Arão, o sacerdote, em quem houver
alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas quei-
madas do SENHOR; falta nele há; não se chegará para oferecer
21. 22–22. 14 levítico 192
22 o pão do seu Deus. O pão do seu Deus, das santidades de
23 santidades e das coisas santas, poderá comer. Porém até ao
véu não entrará, nem se chegará ao altar, porquanto falta há
nele, para que não profane os meus santuários; porque eu sou
24 o SENHOR que os santifico. E Moisés falou isso a Arão, e a
seus filhos, e a todos os filhos de Israel.
22, 2 Depois, falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Dize a Arão
e a seus filhos que se apartem das coisas santas dos filhos de Is-
rael, que a mim me santificam, para que não profanem o nome
3 da minha santidade. Eu sou o SENHOR. Dize-lhes: Todo ho-
mem, que entre as vossas gerações, de toda a vossa semente,
se chegar às coisas santas que os filhos de Israel santificam ao
SENHOR, tendo sobre si a sua imundícia, aquela alma será
4 extirpada de diante da minha face. Eu sou o SENHOR. Nin-
guém da semente de Arão que for leproso ou tiver fluxo comerá
das coisas santas, até que seja limpo; como também o que to-
car alguma coisa imunda de cadáver ou aquele de que sair
5 a semente da cópula; ou qualquer que tocar a algum réptil,
pelo que se fez imundo, ou a algum homem, pelo que se fez
6 imundo, segundo toda a sua imundícia. O homem que o tocar
será imundo até à tarde e não comerá das coisas santas, mas
7 banhará a sua carne em água. E, havendo-se o sol já posto,
então, será limpo e depois comerá das coisas santas; porque
8 este é o seu pão. O corpo morto e o dilacerado não comerá,
9 para nele se não contaminar. Eu sou o SENHOR. Guardarão,
pois, o meu mandamento, para que por isso não levem pecado e
morram nele, havendo-o profanado. Eu sou o SENHOR que os
10 santifico. Também nenhum estranho comerá das coisas san-
tas; nem o hóspede do sacerdote, nem o jornaleiro comerão das
11 coisas santas. Mas, quando o sacerdote comprar alguma alma
com o seu dinheiro, aquela comerá delas e o nascido na sua
12 casa; estes comerão do seu pão. E, quando a filha do sacer-
dote se casar com homem estranho, ela não comerá da oferta
13 movida das coisas santas. Mas, quando a filha do sacerdote
for viúva ou repudiada, e não tiver semente, e se houver tor-
nado à casa de seu pai, como na sua mocidade, do pão de seu
14 pai comerá; mas nenhum estranho comerá dele. E, quando
193 levítico 22. 15–33
3
F alou mais o SENHOR a Moisés, no deserto do Si-
nai, na tenda da congregação, no primeiro dia do
segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra
do Egito, dizendo: Tomai a soma de toda a congre-
gação dos filhos de Israel, segundo as suas gerações, segundo a
casa de seus pais, conforme o número dos nomes de todo varão,
cabeça por cabeça; da idade de vinte anos para cima, todos
os que saem à guerra em Israel, a estes contareis segundo os
4 seus exércitos, tu e Arão. Estará convosco de cada tribo um
5 homem que seja cabeça da casa de seus pais. Estes, pois, são
os nomes dos homens que estarão convosco: De Rúben, Elizur,
6, 7 filho de Sedeur; de Simeão, Selumiel, filho de Zurisadai; de
8 Judá, Naassom, filho de Aminadabe; de Issacar, Natanael,
9, 10 filho de Zuar; de Zebulom, Eliabe, filho de Helom; dos filhos
de José: de Efraim, Elisama, filho de Amiúde, e de Manassés,
11 Gamaliel, filho de Pedazur; de Benjamim, Abidã, filho de Gi-
12, 13 deoni; de Dã, Aiezer, filho de Amisadai; de Aser, Pagiel,
14, 15 filho de Ocrã; de Gade, Eliasafe, filho de Deuel; de Naftali,
16 Aira, filho de Enã. Estes foram os chamados da congregação,
os príncipes das tribos de seus pais, os cabeças dos milhares
17 de Israel. Então, tomaram Moisés e Arão a estes homens,
18 que foram declarados pelos seus nomes, e ajuntaram toda a
congregação no primeiro dia do segundo mês, e declararam a
sua descendência segundo as suas famílias, segundo a casa de
seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anos para cima,
19 cabeça por cabeça; como o SENHOR ordenara a Moisés, as-
20 sim os contou no deserto do Sinai. Foram, pois, os filhos de
Rúben, o primogênito de Israel, as suas gerações, pelas suas
famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes,
cabeça por cabeça, todo varão de vinte anos para cima, todos
21 os que podiam sair à guerra, foram contados deles, da tribo
22 de Rúben, quarenta e seis mil e quinhentos. Dos filhos de Si-
207 números 1. 23–39
mãe, ou por seu irmão, ou por sua irmã, por eles se não conta-
minará, quando forem mortos; porquanto o nazireado do seu
Deus está sobre a sua cabeça. Todos os dias do seu nazi- 8
reado, santo será ao SENHOR. E se alguém vier a morrer 9
junto a ele por acaso, subitamente, e contaminar a cabeça do
seu nazireado, então, no dia da sua purificação, rapará a sua
cabeça, e, ao sétimo dia, a rapará. E, ao oitavo dia, trará 10
duas rolas ou dois pombinhos, ao sacerdote, à porta da tenda
da congregação; e o sacerdote oferecerá um para expiação do 11
pecado e o outro para holocausto; e fará propiciação por esse
que pecou no corpo morto; assim, naquele mesmo dia, santifi-
cará a sua cabeça. Então, separará os dias do seu nazireado 12
ao SENHOR e, para expiação da culpa, trará um cordeiro de
um ano; e os dias antecedentes serão perdidos, porquanto o
seu nazireado foi contaminado. E esta é a lei do nazireu; no 13
dia em que se cumprirem os dias do seu nazireado, trá-lo-ão
à porta da tenda da congregação; e ele oferecerá a sua oferta 14
ao SENHOR, um cordeiro sem mancha, de um ano, em holo-
causto, e uma cordeira sem mancha, de um ano, para expiação
da culpa, e um carneiro sem mancha por oferta pacífica; e um 15
cesto de bolos asmos, bolos de flor de farinha com azeite, amas-
sados, e coscorões asmos untados com azeite, como também
a sua oferta de manjares e as suas libações. E o sacerdote 16
os trará perante o SENHOR e sacrificará a sua expiação do
pecado e o seu holocausto; também sacrificará o carneiro em 17
sacrifício pacífico ao SENHOR, com o cesto dos bolos asmos; e
o sacerdote oferecerá a sua oferta de manjares e a sua libação.
Então, o nazireu, à porta da tenda da congregação, rapará a 18
cabeça do seu nazireado, e tomará o cabelo da cabeça do seu
nazireado, e o porá sobre o fogo que está debaixo do sacri-
fício pacífico. Depois, o sacerdote tomará a espádua cozida 19
do carneiro, e um bolo asmo do cesto, e um coscorão asmo e
os porá nas mãos do nazireu, depois de haver este rapado a
cabeça do seu nazireado. E o sacerdote os moverá, em oferta 20
de movimento, perante o SENHOR; isto é santo para o sacer-
dote, juntamente com o peito da oferta de movimento e com
a espádua da oferta alçada; e, depois, o nazireu pode beber
6. 21–7. 13 números 220
21 vinho. Esta é a lei do nazireu que fizer voto da sua oferta ao
SENHOR pelo seu nazireado, além do que alcançar a sua mão;
segundo o seu voto, que fizer, assim fará conforme a lei do seu
22, 23 nazireado. E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala a
Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de
24, 25 Israel, dizendo-lhes: O SENHOR te abençoe e te guarde; o
SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha mise-
26 ricórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê
27 a paz. Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e
eu os abençoarei.
7 E aconteceu, no dia em que Moisés acabou de levantar o
tabernáculo, e o ungiu, e o santificou, e todos os seus utensí-
lios, e também o altar e todos os seus utensílios, e os ungiu,
2 e os santificou, que os príncipes de Israel, os cabeças da casa
de seus pais, os que foram príncipes das tribos, que estavam
3 sobre os que foram contados, ofereceram, e trouxeram a sua
oferta perante o SENHOR: seis carros cobertos e doze bois;
por dois príncipes, um carro; e para cada um, um boi; e os
4 trouxeram diante do tabernáculo. E falou o SENHOR a Moi-
5 sés, dizendo: Toma os deles, e serão para servir no ministério
da tenda da congregação; e os darás aos levitas, a cada qual
6 segundo o seu ministério. Assim, Moisés tomou os carros e
7 os bois e os deu aos levitas. Dois carros e quatro bois deu aos
8 filhos de Gérson, segundo o seu ministério; e quatro carros e
oito bois deu aos filhos de Merari, segundo o seu ministério,
9 debaixo da mão de Itamar, filho de Arão, o sacerdote. Mas
aos filhos de Coate nada deu, porquanto a seu cargo estava o
10 santuário, e o levavam aos ombros. E ofereceram os príncipes
para a consagração do altar, no dia em que foi ungido; oferece-
11 ram, pois, os príncipes a sua oferta perante o altar. E disse o
SENHOR a Moisés: Cada príncipe oferecerá a sua oferta (cada
12 qual em seu dia) para a consagração do altar. O que, pois,
no primeiro dia, ofereceu a sua oferta foi Naassom, filho de
13 Aminadabe, pela tribo de Judá. E a sua oferta foi um prato
de prata, do peso de cento e trinta siclos, uma bacia de prata,
do peso de setenta siclos, segundo o siclo do santuário; ambos
cheios de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de
221 números 7. 14–37
feito, que não tenha mancha, e sobre que não subiu jugo. E 3
a dareis a Eleazar, o sacerdote; e a tirará fora do arraial, e se
degolará diante dele. E Eleazar, o sacerdote, tomará do seu 4
sangue com o dedo e dele espargirá para a frente da tenda da
congregação sete vezes. Então, queimará a bezerra perante 5
os seus olhos; o seu couro, e a sua carne, e o seu sangue, com
o seu esterco se queimará. E o sacerdote tomará um pedaço 6
de madeira de cedro, e hissopo, e carmesim, e os lançará no
meio do incêndio da bezerra. Então, o sacerdote lavará as 7
suas vestes, e banhará a sua carne em água, e, depois, entrará
no arraial, e o sacerdote será imundo até à tarde. Também o 8
que a queimou lavará as suas vestes com água, e em água ba-
nhará a sua carne, e imundo será até à tarde. E um homem 9
limpo ajuntará a cinza da bezerra e a porá fora do arraial,
num lugar limpo, e estará ela em guarda para a congregação
dos filhos de Israel, para a água da separação; expiação é. E 10
o que apanhou a cinza da bezerra lavará as suas vestes e será
imundo até à tarde; isto será por estatuto perpétuo aos filhos
de Israel e ao estrangeiro que peregrina no meio deles. Aquele 11
que tocar a algum morto, cadáver de algum homem, imundo
será sete dias. Ao terceiro dia, se purificará com a água e, ao 12
sétimo dia, será limpo; mas, se ao terceiro dia se não purificar,
não será limpo ao sétimo dia. Todo aquele que tocar a algum 13
morto, cadáver de algum homem que estiver morto, e não se
purificar, contamina o tabernáculo do SENHOR; e aquela alma
será extirpada de Israel; porque a água da separação não foi
espargida sobre ele, imundo será; está nele ainda a sua imun-
dícia. Esta é a lei, quando morrer algum homem em alguma 14
tenda: todo aquele que entrar naquela tenda e todo aquele que
estiver naquela tenda será imundo sete dias. Também todo o 15
vaso aberto, sobre que não houver pano atado, será imundo.
E todo aquele que sobre a face do campo tocar a algum que 16
for morto pela espada, ou outro morto, ou aos ossos de algum
homem, ou a uma sepultura, será imundo sete dias. Para um 17
imundo, pois, tomarão do pó da queima da expiação e sobre
ele porão água viva num vaso. E um homem limpo tomará 18
hissopo, e o molhará naquela água, e a espargirá sobre aquela
19. 19–20. 12 números 246
tenda, e sobre todo fato, e sobre as almas que ali estiverem,
como também sobre aquele que tocar os ossos, ou a algum
19 que foi morto, ou que faleceu, ou uma sepultura. E o limpo,
ao terceiro e sétimo dias, espargirá sobre o imundo; e, ao sé-
timo dia, o purificará; e lavará as suas vestes, e se banhará na
20 água, e à tarde será limpo. Porém o que for imundo e se não
purificar, a tal alma do meio da congregação será extirpada;
porquanto contaminou o santuário do SENHOR; a água da se-
21 paração sobre ele não foi espargida; imundo é. Isto lhes será
por estatuto perpétuo; e o que espargir a água da separação
lavará as suas vestes; e o que tocar a água da separação será
22 imundo até à tarde. E tudo o que o imundo tocar também
será imundo; e a alma que o tocar será imunda até à tarde.
20 Chegando os filhos de Israel, toda a congregação, ao de-
serto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades; e Miriã
2 morreu ali e ali foi sepultada. E não havia água para a con-
gregação; então, se congregaram contra Moisés e contra Arão.
3 E o povo contendeu com Moisés, e falaram, dizendo: Antes ti-
véssemos expirado quando expiraram nossos irmãos perante o
4 SENHOR! E por que trouxestes a congregação do SENHOR
a este deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animais?
5 E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este
lugar mau? Lugar não de semente, nem de figos, nem de vi-
6 des, nem de romãs, nem de água para beber. Então, Moisés e
Arão se foram de diante da congregação, à porta da tenda da
congregação e se lançaram sobre o seu rosto; e a glória do SE-
7 NHOR lhes apareceu. E o SENHOR falou a Moisés, dizendo:
8 Toma a vara e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e
falai à rocha perante os seus olhos, e dará a sua água; assim,
lhes tirarás água da rocha e darás a beber à congregação e
9 aos seus animais. Então, Moisés tomou a vara de diante do
10 SENHOR, como lhe tinha ordenado. E Moisés e Arão reuni-
ram a congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi
agora, rebeldes: porventura, tiraremos água desta rocha para
11 vós? Então, Moisés levantou a sua mão e feriu a rocha duas
vezes com a sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a con-
12 gregação e os seus animais. E o SENHOR disse a Moisés e a
247 números 20. 13–28
2
3
E stas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel,
dalém do Jordão, no deserto, na planície defronte do
mar de Sufe, entre Parã, e Tofel, e Labã, e Haze-
rote, e Di-Zaabe. Onze jornadas há desde Horebe,
caminho da montanha de Seir, até Cades-Barnéia. E suce-
deu que, no ano quadragésimo, no mês undécimo, no primeiro
dia do mês, Moisés falou aos filhos de Israel, conforme tudo o
4 que o SENHOR lhe mandara acerca deles, depois que feriu a
Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e a Ogue,
5 rei de Basã, que habitava em Astarote, em Edrei. Dalém do
Jordão, na terra de Moabe, começou Moisés a declarar esta
6 lei, dizendo: O SENHOR, nosso Deus, nos falou em Horebe,
7 dizendo: Tempo bastante haveis estado neste monte. Voltai-
vos e parti; ide à montanha dos amorreus, e a todos os seus
vizinhos, e à planície, e à montanha, e ao vale, e ao Sul, e à
ribeira do mar, e à terra dos cananeus, e ao Líbano, até ao
8 grande rio, o rio Eufrates. Eis aqui esta terra, eu a dei diante
de vós; entrai e possuí a terra que o SENHOR jurou a vossos
pais, Abraão, Isaque e Jacó, que a daria a eles e à sua semente
9 depois deles. E, no mesmo tempo, eu vos falei, dizendo: Eu
10 sozinho não poderei levar-vos. O SENHOR, vosso Deus já
vos tem multiplicado; e eis que já hoje em multidão sois como
11 as estrelas dos céus. O SENHOR, Deus de vossos pais, vos
aumente, como sois, ainda mil vezes mais e vos abençoe, como
12 vos tem falado. Como suportaria eu sozinho as vossas mo-
13 léstias, e as vossas cargas, e as vossas diferenças? Tomai-vos
homens sábios, inteligentes e experimentados, entre as vossas
14 tribos, para que os ponha por vossos cabeças. Então, vós me
respondestes e dissestes: Bom é fazer a palavra que tens fa-
15 lado. Tomei, pois, os cabeças de vossas tribos, homens sábios
e experimentados, e os tenho posto por cabeças sobre vós, e
por capitães de milhares, e por capitães de cem, e por capitães
279 deuteronômio 1. 16–31
Ao fim dos sete anos, farás remissão. Este, pois, é o modo 15, 2
da remissão: que todo credor, que emprestou ao seu próximo
uma coisa, o quite; não a exigirá do seu próximo ou do seu ir-
mão, pois a remissão do SENHOR é apregoada. Do estranho 3
a exigirás, mas o que tiveres em poder de teu irmão a tua mão
o quitará, somente para que entre ti não haja pobre; pois o 4
SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SE-
NHOR, teu Deus, te dará por herança, para a possuíres, se 5
somente ouvires diligentemente a voz do SENHOR, teu Deus,
para cuidares em fazer todos estes mandamentos que hoje te
ordeno. Porque o SENHOR, teu Deus, te abençoará, como te 6
tem dito; assim, emprestarás a muitas nações, mas não toma-
rás empréstimos; e dominarás sobre muitas nações, mas elas
não dominarão sobre ti. Quando entre ti houver algum pobre 7
de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na tua terra que
o SENHOR, teu Deus, te dá, não endurecerás o teu coração,
nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; antes, lhe 8
abrirás de todo a tua mão e livremente lhe emprestarás o que
lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te 9
que não haja palavra de Belial no teu coração, dizendo: Vai-
se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão, e que o teu
olho seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês
nada; e que ele clame contra ti ao SENHOR, e que haja em ti
pecado. Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja 10
maligno, quando lhe deres; pois por esta causa te abençoará
o SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo no que
puseres a tua mão. Pois nunca cessará o pobre do meio da 11
terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua
mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu po-
bre na tua terra. Quando teu irmão hebreu ou irmã hebréia 12
se vender a ti, seis anos te servirá, mas, no sétimo ano, o des-
pedirás forro de ti. E, quando o despedires de ti forro, não o 13
despedirás vazio. Liberalmente o fornecerás do teu rebanho, 14
e da tua eira, e do teu lagar; daquilo com que o SENHOR, teu
Deus, te tiver abençoado lhe darás. E lembrar-te-ás de que 15
foste servo na terra do Egito e de que o SENHOR, teu Deus,
te resgatou; pelo que te ordeno hoje esta coisa. Porém será 16
15. 17–16. 9 deuteronômio 306
que, dizendo-te ele: Não sairei de ti, porquanto te ama a ti e a
17 tua casa, por estar bem contigo, então, tomarás uma sovela
e lhe furarás a orelha, à porta, e teu servo será para sempre; e
18 também assim farás à tua serva. Não seja aos teus olhos coisa
dura, quando o despedires forro de ti; pois seis anos te serviu
por metade do salário do jornaleiro; assim, o SENHOR, teu
19 Deus, te abençoará em tudo o que fizeres. Todo primogênito
que nascer entre as tuas vacas e entre as tuas ovelhas, o macho
santificarás ao SENHOR, teu Deus; com o primogênito do teu
boi não trabalharás, nem tosquiarás o primogênito das tuas
20 ovelhas. Perante o SENHOR, teu Deus, os comerás de ano
em ano, no lugar que o SENHOR escolher, tu e a tua casa.
21 Porém, havendo nele algum defeito, se for coxo, ou cego, ou
tiver qualquer defeito, não sacrificarás ao SENHOR, teu Deus.
22 Nas tuas portas, o comerás; o imundo e o limpo o comerão jun-
23 tamente, como da corça ou do veado. Somente o seu sangue
não comerás; sobre a terra o derramarás como água.
16 Guarda o mês de abibe e celebra a Páscoa ao SENHOR, teu
Deus; porque, no mês de abibe, o SENHOR, teu Deus, te tirou
2 do Egito, de noite. Então, sacrificarás como oferta de Páscoa
ao SENHOR, teu Deus, ovelhas e vacas, no lugar que o SE-
3 NHOR escolher para ali fazer habitar o seu nome. Nela, não
comerás levedado; sete dias nela comerás pães asmos, pão de
aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito),
para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito,
4 todos os dias da tua vida. Fermento não aparecerá contigo
por sete dias em todos os teus termos; também da carne que
matares à tarde, no primeiro dia, nada ficará até à manhã.
5 Não poderás sacrificar a Páscoa em nenhuma das tuas portas
6 que te dá o SENHOR, teu Deus; senão no lugar que escolher
o SENHOR, teu Deus, para fazer habitar o seu nome, ali sacri-
ficarás a Páscoa à tarde, ao pôr-do-sol, ao tempo determinado
7 da tua saída do Egito. Então, a cozerás e comerás no lugar
que escolher o SENHOR, teu Deus; depois, sairás pela manhã
8 e irás às tuas tendas. Seis dias comerás pães asmos, e no sé-
timo dia é solenidade ao SENHOR, teu Deus; nenhuma obra
9 farás. Sete semanas contarás; desde que a foice começar na
307 deuteronômio 16. 10–17. 2
4
E sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do SE-
NHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num,
servo de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto;
levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo
este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. Todo lu-
gar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como
eu disse a Moisés. Desde o deserto e desde este Líbano até
ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até o
5 grande mar para o poente do sol será o vosso termo. Ninguém
se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida; como fui com
Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampara-
6 rei. Esforça-te e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo
7 herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. Tão-somente
esforça-te e tem mui bom ânimo para teres o cuidado de fazer
conforme toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela
não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para
que prudentemente te conduzas por onde quer que andares.
8 Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita
nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme
tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o
9 teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás. Não to
mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te
espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde
10 quer que andares. Então, deu ordem Josué aos príncipes do
11 povo, dizendo: Passai pelo meio do arraial e ordenai ao povo,
dizendo: Provede-vos de comida, porque, dentro de três dias,
passareis este Jordão, para que tomeis posse da terra que vos
12 dá o SENHOR, vosso Deus, para que a possuais. E falou Jo-
sué aos rubenitas, e aos gaditas, e à meia tribo de Manassés,
13 dizendo: Lembrai-vos da palavra que vos mandou Moisés, o
servo do SENHOR, dizendo: O SENHOR, vosso Deus, vos dá
14 descanso e vos dá esta terra. Vossas mulheres, vossos meni-
339 josué 1. 15–2. 10
nos e vosso gado fiquem na terra que Moisés vos deu desta
banda do Jordão; porém vós passareis armados na frente de
vossos irmãos, todos os valentes e valorosos, e ajudá-los-eis,
até que o SENHOR dê descanso a vossos irmãos, como a vós, 15
e eles também possuam a terra que o SENHOR, vosso Deus,
lhes dá; então, tornareis à terra da vossa herança e possuireis
a que vos deu Moisés, o servo do SENHOR, desta banda do
Jordão, para o nascente do sol. Então, responderam a Josué, 16
dizendo: Tudo quanto nos ordenaste faremos e aonde quer que
nos enviares iremos. Como em tudo ouvimos a Moisés, assim 17
te ouviremos a ti; tão-somente que o SENHOR, teu Deus, seja
contigo, como foi com Moisés. Todo homem que for rebelde 18
à tua boca e não ouvir as tuas palavras em tudo quanto lhe
mandares morrerá; tão-somente esforça-te e tem bom ânimo.
E enviou Josué, filho de Num, dois homens desde Sitim 2
a espiar secretamente, dizendo: Andai e observai a terra e a
Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher pros-
tituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali. Então, deu-se 2
notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram
aqui uns homens dos filhos de Israel para espiar a terra. Pelo 3
que enviou o rei de Jericó a Raabe, dizendo: Tira fora os ho-
mens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram
espiar toda a terra. Porém aquela mulher tomou a ambos 4
aqueles homens, e os escondeu, e disse: É verdade que vie-
ram homens a mim, porém eu não sabia de onde eram. E 5
aconteceu que, havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro,
aqueles homens saíram; não sei para onde aqueles homens se
foram; ide após eles depressa, porque vós os alcançareis. Po- 6
rém ela os tinha feito subir ao telhado e os tinha escondido
entre as canas do linho, que pusera em ordem sobre o telhado.
E foram-se aqueles homens após os espias, pelo caminho do 7
Jordão, até aos vaus; e fechou-se a porta, havendo saído os
que iam após eles. E, antes que eles dormissem, ela subiu a 8
eles sobre o telhado e disse aos homens: Bem sei que o SE- 9
NHOR vos deu esta terra, e que o pavor de vós caiu sobre nós,
e que todos os moradores da terra estão desmaiados diante de
vós. Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas 10
2. 11–23 josué 340
do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito, e o
que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seom e a Ogue, que
11 estavam dalém do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isso,
desmaiou o nosso coração, e em ninguém mais há ânimo al-
gum, por causa da vossa presença; porque o SENHOR, vosso
12 Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra. Agora,
pois, jurai-me, vos peço, pelo SENHOR, pois que vos fiz be-
neficência, que vós também fareis beneficência à casa de meu
13 pai, e dai-me um sinal certo, de que dareis a vida a meu pai
e a minha mãe, como também a meus irmãos e a minhas ir-
mãs, com tudo o que têm, e de que livrareis as nossas vidas
14 da morte. Então, aqueles homens responderam-lhe: A nossa
vida responderá pela vossa até ao ponto de morrer, se não de-
nunciardes este nosso negócio; e será, pois, que, dando-nos o
SENHOR esta terra, usaremos contigo de beneficência e de fi-
15 delidade. Ela, então, os fez descer por uma corda pela janela,
porquanto a sua casa estava sobre o muro da cidade, e ela mo-
16 rava sobre o muro. E disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que,
porventura, vos não encontrem os perseguidores; e escondei-
vos lá três dias, até que voltem os perseguidores, e, depois,
17 ide pelo vosso caminho. E disseram-lhe aqueles homens: De-
sobrigados seremos deste teu juramento que nos fizeste jurar,
18 se, vindo nós à terra, não atares este cordão de fio de escarlata
à janela por onde nos fizeste descer; e se não recolheres em
casa contigo a teu pai, e a tua mãe, e a teus irmãos, e a toda
19 a família de teu pai. Será, pois, que qualquer que sair fora
da porta da tua casa, o seu sangue será sobre a sua cabeça, e
nós seremos sem culpa; mas qualquer que estiver contigo em
casa, o seu sangue seja sobre a nossa cabeça, se nele se puser
20 mão. Também, se tu denunciares esse nosso negócio, sere-
21 mos desobrigados do teu juramento, que nos fizeste jurar. E
ela disse: Conforme as vossas palavras, assim seja. Então, os
despediu; e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata à ja-
22 nela. Foram-se, pois, e chegaram ao monte, e ficaram ali três
dias, até que voltaram os perseguidores; porque os perseguido-
res os buscaram por todo o caminho, porém não os acharam.
23 Assim, aqueles dois homens voltaram, e desceram do monte,
341 josué 2. 24–3. 14
sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai, e
o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra. Farás, pois, a Ai e 2
a seu rei como fizeste a Jericó e a seu rei, salvo que para vós
saqueareis os seus despojos e o seu gado; põe emboscadas à
cidade, por detrás dela. Então, Josué levantou-se, e toda a 3
gente de guerra, para subir contra Ai; e escolheu Josué trinta
mil homens valentes e valorosos e enviou-os de noite. E deu- 4
lhes ordem, dizendo: Olhai, poreis emboscadas à cidade, por
detrás da cidade; não vos alongueis muito da cidade; e todos
vós estareis apercebidos. Porém eu e todo o povo que está co- 5
migo nos achegaremos à cidade; e será que, quando nos saírem
ao encontro, como dantes, fugiremos diante deles. Deixai-os, 6
pois, sair atrás de nós, até que os tiremos da cidade; porque
dirão: Fogem diante de nós, como dantes. Assim, fugiremos
diante deles. Então, saireis vós da emboscada e tomareis a 7
cidade; porque o SENHOR, vosso Deus, vo-la dará na vossa
mão. E será que, tomando vós a cidade, poreis a cidade a 8
fogo; conforme a palavra do SENHOR fareis; olhai que vo-lo
tenho mandado. Assim, Josué os enviou, e eles se foram à em- 9
boscada; e ficaram entre Betel e Ai, ao ocidente de Ai; porém
Josué passou aquela noite no meio do povo. E levantou-se 10
Josué de madrugada e contou o povo; e subiram ele e os an-
ciãos de Israel diante do povo contra Ai. Subiu, também, 11
toda a gente de guerra que estava com ele, e chegaram-se, e
vieram em frente da cidade, e alojaram-se da banda do norte
de Ai; e havia um vale entre ele e Ai. Tomou, também, alguns 12
cinco mil homens, e pô-los entre Betel e Ai em emboscada, ao
ocidente da cidade. E puseram o povo, todo o arraial que 13
estava ao norte da cidade e a sua emboscada ao ocidente da
cidade; e foi Josué aquela noite ao meio do vale. E sucedeu 14
que, vendo- o o rei de Ai, se apressaram, e se levantaram de
madrugada, e os homens da cidade saíram ao encontro de Is-
rael ao combate, ele e todo o seu povo, ao tempo assinalado,
perante as campinas, porque ele não sabia que se lhe houvesse
posto emboscada atrás da cidade. Josué, pois, e todo o Israel 15
se houveram como feridos diante deles e fugiram pelo caminho
do deserto. Pelo que todo o povo, que estava na cidade, foi 16
8. 17–31 josué 350
convocado para os seguir; e seguiram a Josué e foram atraí-
17 dos da cidade. E nem um só homem ficou em Ai, nem em
Betel, que não saísse após Israel; e deixaram a cidade aberta
18 e seguiram a Israel. Então, o SENHOR disse a Josué: Es-
tende a lança que tens na tua mão, para Ai, porque a darei
na tua mão. E Josué estendeu a lança, que estava na sua
19 mão, para a cidade. Então, a emboscada se levantou do seu
lugar apressadamente, e correram, estendendo ele a sua mão,
e vieram à cidade, e a tomaram; e apressaram-se e puseram
20 a cidade a fogo. E, virando-se os homens de Ai para trás,
olharam, e eis que a fumaça da cidade subia ao céu, e não
tiveram lugar para fugirem para uma parte nem outra; porque
o povo, que fugia para o deserto, se tornou contra os que os
21 seguiam. E, vendo Josué e todo o Israel que a emboscada
tomara a cidade e que a fumaça da cidade subia, tornaram
22 e feriram os homens de Ai. Também aqueles da cidade lhes
saíram ao encontro e, assim, ficaram no meio dos israelitas,
uns de uma, e outros de outra parte; e feriram-nos, até que
23 nenhum deles ficou, que escapasse. Porém ao rei de Ai toma-
24 ram vivo e o trouxeram a Josué. E sucedeu que, acabando
os israelitas de matar todos os moradores de Ai no campo, no
deserto onde os tinham seguido, e havendo todos caído ao fio
da espada até todos serem consumidos, todo o Israel se tornou
25 a Ai, e a puseram a fio de espada. E todos os que caíram
aquele dia, assim homens como mulheres, foram doze mil; to-
26 dos moradores de Ai. Porque Josué não retirou a sua mão,
que estendera com a lança, até destruir totalmente a todos os
27 moradores de Ai. Tão-somente os israelitas saquearam para
si o gado e os despojos da cidade, conforme a palavra do SE-
28 NHOR, que tinha ordenado a Josué. Queimou, pois, Josué
a Ai e a tornou num montão perpétuo, em assolamento, até
29 ao dia de hoje. E ao rei de Ai enforcou num madeiro, até
à tarde; e, ao pôr-do-sol, ordenou Josué que o seu corpo se
tirasse do madeiro; e o lançaram à porta da cidade e levanta-
ram sobre ele um grande montão de pedras, até ao dia de hoje.
30 Então, Josué edificou um altar ao SENHOR, Deus de Israel,
31 no monte de Ebal, como Moisés, servo do SENHOR, ordenou
351 josué 8. 32–9. 9
ram, nem delas caiu uma só palavra. E será que, assim como 15
sobre vós vieram todas estas boas coisas, que o SENHOR,
vosso Deus, vos disse, assim trará o SENHOR sobre vós todas
aquelas más coisas, até vos destruir de sobre a boa terra que
vos deu o SENHOR, vosso Deus. Quando traspassardes o 16
concerto do SENHOR, vosso Deus, que vos tem ordenado, e
fordes, e servirdes a outros deuses, e a eles vos inclinardes, en-
tão, a ira do SENHOR sobre vós se acenderá, e logo perecereis
de sobre a boa terra que vos deu.
Depois, ajuntou Josué todas as tribos de Israel em Siquém 24
e chamou os anciãos de Israel, e os seus cabeças, e os seus juí-
zes, e os seus oficiais, e eles se apresentaram diante de Deus.
Então, Josué disse a todo o povo: Assim diz o SENHOR, Deus 2
de Israel: Dalém do rio, antigamente, habitaram vossos pais,
Tera, pai de Abraão e pai de Naor, e serviram a outros deu-
ses. Eu, porém, tomei a Abraão, vosso pai, dalém do rio e 3
o fiz andar por toda a terra de Canaã; também multipliquei
a sua semente e dei-lhe Isaque. E a Isaque dei Jacó e Esaú; 4
e a Esaú dei a montanha de Seir, para a possuir; porém Jacó
e seus filhos desceram para o Egito. Então, enviei Moisés e 5
Arão e feri ao Egito, como o fiz no meio dele; e depois vos tirei
de lá. E, tirando eu vossos pais do Egito, viestes ao mar; e os 6
egípcios perseguiram vossos pais, com carros e com cavaleiros,
até ao mar Vermelho. E clamaram ao SENHOR, que pôs uma 7
escuridão entre vós e os egípcios, e trouxe o mar sobre eles, e os
cobriu, e os vossos olhos viram o que eu fiz no Egito; depois,
habitastes no deserto muitos dias. Então, eu vos trouxe à 8
terra dos amorreus, que habitavam dalém do Jordão, os quais
pelejaram contra vós; porém os dei na vossa mão, e possuístes
a sua terra; e os destruí diante de vós. Levantou-se também 9
Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, e pelejou contra Is-
rael; e enviou e chamou a Balaão, filho de Beor, para que vos
amaldiçoasse. Porém eu não quis ouvir a Balaão, pelo que, 10
abençoando-vos ele, vos abençoou; e livrei-vos da sua mão.
E, passando vós o Jordão e vindo a Jericó, os habitantes de 11
Jericó pelejaram contra vós, os amorreus, e os ferezeus, e os
cananeus, e os heteus, e os girgaseus, e os heveus, e os jebu-
24. 12–26 josué 378
12 seus; porém os dei na vossa mão. E enviei vespões diante de
vós, que os expeliram de diante de vós, como a ambos os reis
dos amorreus, e isso não com a tua espada, nem com o teu
13 arco. E eu vos dei a terra em que não trabalhastes e cidades
que não edificastes, e habitais nelas; e comeis das vinhas e dos
14 olivais que não plantastes. Agora, pois, temei ao SENHOR,
e servi-o com sinceridade e com verdade, e deitai fora os deu-
ses aos quais serviram vossos pais dalém do rio e no Egito, e
15 servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos
servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses
a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou
os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e
16 a minha casa serviremos ao SENHOR. Então, respondeu o
povo e disse: Nunca nos aconteça que deixemos o SENHOR
17 para servirmos a outros deuses; porque o SENHOR é o nosso
Deus; ele é o que nos fez subir, a nós e a nossos pais, da terra
do Egito, da casa da servidão, e o que tem feito estes grandes
sinais aos nossos olhos, e nos guardou por todo o caminho que
andamos e entre todos os povos pelo meio dos quais passamos.
18 E o SENHOR expeliu de diante de nós a todas estas gentes,
até ao amorreu, morador da terra; também nós serviremos
19 ao SENHOR, porquanto é nosso Deus. Então, Josué disse
ao povo: Não podereis servir ao SENHOR, porquanto é Deus
santo, é Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão
20 nem os vossos pecados. Se deixardes o SENHOR e servirdes a
deuses estranhos, então, se tornará, e vos fará mal, e vos con-
21 sumirá, depois de vos fazer bem. Então, disse o povo a Josué:
22 Não; antes, ao SENHOR serviremos. E Josué disse ao povo:
Sois testemunhas contra vós mesmos de que vós escolhestes
o SENHOR, para o servir. E disseram: Somos testemunhas.
23 Agora, pois, deitai fora os deuses estranhos que há no meio de
vós: e inclinai o vosso coração ao SENHOR, Deus de Israel.
24 E disse o povo a Josué: Serviremos ao SENHOR, nosso Deus,
25 e obedeceremos à sua voz. Assim, fez Josué concerto, naquele
dia, com o povo e lho pôs por estatuto e direito em Siquém.
26 E Josué escreveu estas palavras no livro da Lei de Deus; e
tomou uma grande pedra e a erigiu ali debaixo do carvalho
379 josué 24. 27–33
2
3
E sucedeu, depois da morte de Josué, que os filhos
de Israel perguntaram ao SENHOR, dizendo: Quem
dentre nós primeiro subirá aos cananeus, para pele-
jar contra eles? E disse o SENHOR: Judá subirá;
eis que lhe dei esta terra na sua mão. Então, disse Judá a
Simeão, seu irmão: Sobe comigo à herdade que me caiu por
sorte, e pelejemos contra os cananeus, e também eu contigo
subirei à tua, que te caiu por sorte. E Simeão partiu com ele.
4 E subiu Judá, e o SENHOR lhe deu na sua mão os cananeus e
5 os ferezeus; e feriram deles em Bezeque a dez mil homens. E
acharam a Adoni-Bezeque em Bezeque, e pelejaram contra ele,
6 e feriram aos cananeus e aos ferezeus. Porém Adoni-Bezeque
fugiu; e o seguiram, e o prenderam, e lhe cortaram os dedos
7 polegares das mãos e dos pés. Então, disse Adoni-Bezeque:
Setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cor-
tados, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa; assim
como eu fiz, assim Deus me pagou. E o trouxeram a Jerusa-
8 lém, e morreu ali. Porque os filhos de Judá pelejaram contra
Jerusalém, e a tomaram, e a feriram a fio de espada, e à ci-
9 dade puseram a fogo. E, depois, os filhos de Judá desceram
a pelejar contra os cananeus que habitavam nas montanhas, e
10 no sul, e nas planícies. E partiu Judá contra os cananeus que
habitavam em Hebrom ( era, porém, dantes, o nome de He-
brom Quiriate-Arba), e feriram a Sesai, e a Aimã, e a Talmai.
11 E, dali, partiu contra os moradores de Debir (e era, dantes, o
12 nome de Debir Quiriate-Sefer). E disse Calebe: Quem ferir a
Quiriate-Sefer e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mu-
13 lher. E tomou-a Otniel, filho de Quenaz, o irmão de Calebe,
mais novo do que ele; e Calebe lhe deu a sua filha Acsa por
14 mulher. E sucedeu que, vindo ela a ele, o persuadiu a que
pedisse um campo a seu pai; e ela se apeou do jumento, sal-
15 tando; e Calebe lhe disse: Que é o que tens? E ela lhe disse:
381 juízes 1. 16–30
Dá-me uma bênção, pois me deste uma terra seca; dá-me tam-
bém fontes de águas. E Calebe lhe deu as fontes superiores
e as fontes inferiores. Também os filhos do queneu, sogro de 16
Moisés, subiram da cidade das Palmeiras com os filhos de Judá
ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade; e foram e habi-
taram com o povo. Foi-se, pois, Judá com Simeão, seu irmão, 17
e feriram aos cananeus que habitavam em Zefate, e totalmente
a destruíram, e chamaram o nome desta cidade Horma. To- 18
mou mais Judá a Gaza com o seu termo, e a Asquelom com
o seu termo, e a Ecrom com o seu termo. E foi o SENHOR 19
com Judá, e despovoou as montanhas; porém não expeliu os
moradores do vale, porquanto tinham carros de ferro. E de- 20
ram Hebrom a Calebe, como Moisés o dissera, e dali expeliu
os três filhos de Anaque. Porém os filhos de Benjamim não 21
expeliram os jebuseus que habitavam em Jerusalém; antes, os
jebuseus habitaram com os filhos de Benjamim em Jerusalém
até ao dia de hoje. E subiu também a casa de José a Betel, e 22
foi o SENHOR com eles. E fez a casa de José espiar a Betel 23
(e foi dantes o nome desta cidade Luz). E viram os espias 24
um homem que saía da cidade e lhe disseram: Ora, mostra-
nos a entrada da cidade, e usaremos contigo de beneficência.
E, mostrando-lhes ele a entrada da cidade, feriram a cidade 25
a fio de espada; porém àquele homem e a toda a sua família
deixaram ir. Então, aquele homem foi-se à terra dos heteus, 26
e edificou uma cidade, e chamou o seu nome Luz; este é o seu
nome até o dia de hoje. Nem Manassés expeliu os habitantes 27
de Bete-Seã, nem dos lugares da sua jurisdição; nem a Taana-
que, com os lugares da sua jurisdição; nem aos moradores de
Dor, com os lugares da sua jurisdição; nem aos moradores de
Ibleão, com os lugares da sua jurisdição; nem aos moradores
de Megido, com os lugares da sua jurisdição; e quiseram os
cananeus habitar na mesma terra. E sucedeu que, quando 28
Israel cobrou mais forças, fez dos cananeus tributários, porém
não os expeliu de todo. Tampouco expeliu Efraim os cana- 29
neus que habitavam em Gezer; antes, os cananeus habitavam
no meio dele, em Gezer. Tampouco expeliu Zebulom os mo- 30
radores de Quitrom, nem aos moradores de Naalol; porém os
1. 31–2. 10 juízes 382
31 cananeus habitavam no meio dele e foram tributários. Tam-
pouco Aser expeliu os moradores de Aco, nem os moradores
de Sidom, nem Alabe, nem Aczibe, nem Helba, nem Afeca,
32 nem Reobe; porém os aseritas habitaram no meio dos ca-
naneus que habitavam na terra; porquanto os não expeliram.
33 Tampouco Naftali expeliu os moradores de Bete-Semes, nem
os moradores de Bete-Anate; mas habitou no meio dos cana-
neus que habitavam na terra; porém lhes foram tributários os
34 moradores de Bete-Semes e os de Bete-Anate. E apertaram
os amorreus aos filhos de Dã até às montanhas; porque nem
35 os deixavam descer ao vale. Também os amorreus quiseram
habitar nas montanhas de Heres, em Aijalom e em Saalabim;
porém prevaleceu a mão da casa de José, e ficaram tributá-
36 rios. E foi o termo dos amorreus desde a subida de Acrabim,
e desde a penha, e dali para cima.
2 E subiu o Anjo do SENHOR de Gilgal a Boquim e disse:
Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais
tinha jurado, e disse: Nunca invalidarei o meu concerto con-
2 vosco. E, quanto a vós, não fareis concerto com os moradores
desta terra; antes, derrubareis os seus altares. Mas vós não
3 obedecestes à minha voz. Por que fizestes isso? Pelo que
também eu disse: Não os expelirei de diante de vós; antes,
estarão às vossas costas, e os seus deuses vos serão por laço.
4 E sucedeu que, falando o Anjo do SENHOR estas palavras a
todos os filhos de Israel, o povo levantou a sua voz e chorou.
5 Pelo que chamaram àquele lugar Boquim; e sacrificaram ali
6 ao SENHOR. E, havendo Josué despedido o povo, foram-se
os filhos de Israel, cada um à sua herdade, para possuírem a
7 terra. E serviu o povo ao SENHOR todos os dias de Josué e
todos os dias dos anciãos que prolongaram os seus dias depois
de Josué e viram toda aquela grande obra do SENHOR, a qual
8 ele fizera a Israel. Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo
9 do SENHOR, da idade de cento e dez anos. E sepultaram-
no no termo da sua herdade, em Timnate-Heres, no monte de
10 Efraim, para o norte do monte Gaás. E foi também congre-
gada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles
se levantou, que não conhecia o SENHOR, nem tampouco a
383 juízes 2. 11–3. 2
tribo de Dã, cujo nome era Manoá; e sua mulher era estéril
e não tinha filhos. E o Anjo do SENHOR apareceu a esta 3
mulher e disse-lhe: Eis que, agora, és estéril e nunca tens
concebido; porém conceberás e terás um filho. Agora, pois, 4
guarda-te de que bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa
imunda. Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre 5
cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será
nazireu de Deus desde o ventre e ele começará a livrar a Israel
da mão dos filisteus. Então, a mulher entrou e falou a seu 6
marido, dizendo: Um homem de Deus veio a mim, cuja vista
era semelhante à vista de um anjo de Deus, terribilíssima; e
não lhe perguntei de onde era, nem ele me disse o seu nome.
Porém disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho; agora, 7
pois, não bebas vinho nem bebida forte e não comas coisa
imunda; porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre
até o dia da sua morte. Então, Manoá orou instantemente 8
ao SENHOR e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem
de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos
ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer. E 9
Deus ouviu a voz de Manoá; e o Anjo de Deus veio outra vez
à mulher, e ela estava no campo, porém não estava com ela
seu marido Manoá. Apressou-se, pois, a mulher, e correu, 10
e noticiou a seu marido, e disse-lhe: Eis que aquele homem
que veio a mim no outro dia me apareceu. Então, Manoá 11
levantou-se, e seguiu a sua mulher, e veio àquele homem, e
disse-lhe: És tu aquele homem que falaste a esta mulher? E
disse: Eu sou. Então, disse Manoá: Cumpram-se as tuas 12
palavras; mas qual será o modo de viver e serviço do menino?
E disse o Anjo do SENHOR a Manoá: De tudo quanto eu disse 13
à mulher se guardará ela. De tudo quanto procede da vide 14
não comerá, nem vinho, nem bebida forte beberá, nem coisa
imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará.
Então, Manoá disse ao Anjo do SENHOR: Ora, deixa que te 15
detenhamos e te preparemos um cabrito. Porém o Anjo do 16
SENHOR disse a Manoá: Ainda que me detenhas, não comerei
de teu pão; e, se fizeres holocausto, o oferecerás ao SENHOR.
Porque não sabia Manoá que fosse o Anjo do SENHOR. E 17
13. 18–14. 7 juízes 406
disse Manoá ao Anjo do SENHOR: Qual é o teu nome? Para
18 que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos. E o
Anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo
19 meu nome, visto que é maravilhoso? Então, Manoá tomou
um cabrito e uma oferta de manjares e os ofereceu sobre uma
penha ao SENHOR; e agiu o Anjo maravilhosamente, vendo-
20 o Manoá e sua mulher. E sucedeu que, subindo a chama
do altar para o céu, o Anjo do SENHOR subiu na chama do
altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre
21 seu rosto. E nunca mais apareceu o Anjo do SENHOR a
Manoá, nem à sua mulher; então, conheceu Manoá que era o
22 Anjo do SENHOR. E disse Manoá à sua mulher: Certamente
23 morreremos, porquanto temos visto Deus. Porém sua mulher
lhe disse: Se o SENHOR nos quisera matar, não aceitaria
da nossa mão o holocausto e a oferta de manjares, nem nos
mostraria tudo isto, nem nos deixaria ouvir tais coisas neste
24 tempo. Depois, teve esta mulher um filho e chamou o seu
nome Sansão; e o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou.
25 E o Espírito do SENHOR o começou a impelir de quando em
quando para o campo de Dã, entre Zorá e Estaol.
14 E desceu Sansão a Timna; e, vendo em Timna a uma mu-
2 lher das filhas dos filisteus, subiu, e declarou-o a seu pai e a
sua mãe, e disse: Vi uma mulher em Timna, das filhas dos
3 filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher. Porém seu pai
e sua mãe lhe disseram: Não há, porventura, mulher entre as
filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu
vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse
Sansão a seu pai: Tomai-me esta, porque ela agrada aos meus
4 olhos. Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do
SENHOR; pois buscava ocasião contra os filisteus, porquanto,
5 naquele tempo, os filisteus dominavam sobre Israel. Desceu,
pois, Sansão com seu pai e com sua mãe a Timna; e, chegando
às vinhas de Timna, eis que um filho de leão, bramando, lhe
6 saiu ao encontro. Então, o Espírito do SENHOR se apossou
dele tão possantemente, que o fendeu de alto a baixo, como
quem fende um cabrito, sem ter nada na sua mão; porém nem
7 a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que tinha feito. E des-
407 juízes 14. 8–19
daquele homem, onde estava seu senhor, e ficou ali até que se
fez claro. E, levantando-se seu senhor pela manhã, e abrindo 27
as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a
mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos so-
bre o limiar. E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém 28
não respondeu; então, pô-la sobre o jumento, e levantou-se o
homem, e foi-se para o seu lugar. Chegando, pois, à sua casa, 29
tomou um cutelo, e pegou na sua concubina, e a despedaçou
com os seus ossos em doze partes e enviou-os por todos os
termos de Israel. E sucedeu que cada um que tal via dizia: 30
Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de
Israel subiram da terra do Egito, até ao dia de hoje; ponderai
isto no coração, considerai e falai.
Então, todos os filhos de Israel saíram, e a congregação se 20
ajuntou, como se fora um só homem, desde Dã até Berseba,
como também a terra de Gileade, ao SENHOR, em Mispa.
E, dos cantos de todo o povo, se apresentaram de todas as 2
tribos de Israel na congregação do povo de Deus quatrocentos
mil homens de pé que arrancavam a espada. (Ouviram, pois, 3
os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a
Mispa.) E disseram os filhos de Israel: Falai, como sucedeu
esta maldade? Então, respondeu o homem levita, marido da 4
mulher que fora morta, e disse: Cheguei com a minha con-
cubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a noite; e 5
os cidadãos de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram
a casa de noite, e intentaram matar-me, e violaram a minha
concubina, de maneira que morreu. Então, peguei na minha 6
concubina, e fi-la em pedaços, e a enviei por toda a terra da
herança de Israel, porquanto fizeram tal malefício e loucura em
Israel. Eis que todos sois filhos de Israel; dai aqui a vossa pa- 7
lavra e conselho. Então, todo o povo se levantou como um só 8
homem, dizendo: Nenhum de nós irá à sua tenda nem nenhum
de nós se retirará à sua casa. Porém isto é o que faremos a 9
Gibeá: procederemos contra ela por sorte. E tomaremos dez 10
homens de cem de todas as tribos de Israel, e cem de mil, e mil
de dez mil, para tomarem mantimento para o povo, para que,
vindo eles a Gibeá de Benjamim, lhe façam conforme toda a
20. 11–26 juízes 418
11 loucura que tem feito em Israel. Assim, ajuntaram-se contra
esta cidade todos os homens de Israel, aliados como um só
12 homem. E as tribos de Israel enviaram homens por toda a
tribo de Benjamim, dizendo: Que maldade é esta que se fez
13 entre vós? Dai- nos, pois, agora, aqueles homens filhos de
Belial, que estão em Gibeá, para que os matemos e tiremos de
Israel o mal; porém os filhos de Benjamim não quiseram ouvir
14 a voz de seus irmãos, os filhos de Israel. Antes, os filhos de
Benjamim se ajuntaram das cidades em Gibeá, para saírem a
15 pelejar contra os filhos de Israel. E contaram-se naquele dia
os filhos de Benjamim, das cidades, vinte e seis mil homens que
arrancavam a espada, afora os moradores de Gibeá, de que se
16 contaram setecentos homens escolhidos. Entre todo este povo
havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais todos
atiravam com a funda uma pedra a um cabelo e não erravam.
17 E contaram-se dos homens de Israel, afora os de Benjamim,
quatrocentos mil homens que arrancavam da espada, e todos
18 eles, homens de guerra. E levantaram-se os filhos de Israel,
e subiram a Betel, e perguntaram a Deus, e disseram: Quem
dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim? E disse
19 o SENHOR: Judá subirá primeiro. Levantaram-se, pois, os
20 filhos de Israel pela manhã e acamparam-se contra Gibeá. E
os homens de Israel saíram à peleja contra Benjamim; e orde-
naram os homens de Israel contra eles a peleja ao pé de Gibeá.
21 Então, os filhos de Benjamim saíram de Gibeá e derribaram
22 por terra, naquele dia, vinte e dois mil homens de Israel. Po-
rém esforçou-se o povo dos homens de Israel, e tornaram a
ordenar a peleja no lugar onde no primeiro dia a tinham or-
23 denado. E subiram os filhos de Israel, e choraram perante o
SENHOR até à tarde, e perguntaram ao SENHOR, dizendo:
Tornar-me-ei a chegar à peleja contra os filhos de Benjamim,
24 meu irmão? E disse o SENHOR: Subi contra ele. Chegaram-
se, pois, os filhos de Israel aos filhos de Benjamim, no dia
25 seguinte. Também os de Benjamim no dia seguinte lhes saí-
ram ao encontro fora de Gibeá e derribaram ainda por terra
mais dezoito mil homens, todos dos que arrancavam a espada.
26 Então, todos os filhos de Israel, todo o povo, subiram, e vie-
419 juízes 20. 27–39
E
G
braço da casa de teu pai, para que não haja mais velho algum
em tua casa. E verás o aperto da morada de Deus, em lugar 32
de todo o bem que houvera de fazer a Israel; nem haverá por
todos os dias velho algum em tua casa. O homem, porém, 33
que eu te não desarraigar do meu altar será para te consumir
os olhos e para te entristecer a alma; e toda a multidão da tua
casa morrerá quando chegar à idade varonil. E isto te será 34
por sinal, a saber, o que sobrevirá a teus dois filhos, a Hofni e
a Finéias: que ambos morrerão no mesmo dia. E eu suscita- 35
rei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu
coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, e
andará sempre diante do meu ungido. E será que todo aquele 36
que ficar de resto da tua casa virá a inclinar-se diante dele, por
uma moeda de prata e por um bocado de pão, e dirá: Rogo-te
que me admitas a algum ministério sacerdotal, para que possa
comer um pedaço de pão.
E o jovem Samuel servia ao SENHOR perante Eli. E a 3
palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não
havia visão manifesta. E sucedeu, naquele dia, que, estando 2
Eli deitado no seu lugar (e os seus olhos se começavam já a
escurecer, que não podia ver) e estando também Samuel já 3
deitado, antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo
do SENHOR, em que estava a arca de Deus, o SENHOR cha- 4
mou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui. E correu a Eli e disse: 5
Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele disse: Não te
chamei eu, torna a deitar-te. E foi e se deitou. E o SENHOR 6
tornou a chamar outra vez a Samuel. Samuel se levantou, e foi
a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Mas ele
disse: Não te chamei eu, filho meu, torna a deitar-te. Porém 7
Samuel ainda não conhecia o SENHOR, e ainda não lhe tinha
sido manifestada a palavra do SENHOR. O SENHOR, pois, 8
tornou a chamar a Samuel, terceira vez, e ele se levantou, e foi
a Eli, e disse: Eis-me aqui, porque tu me chamaste. Então,
entendeu Eli que o SENHOR chamava o jovem. Pelo que Eli 9
disse a Samuel: Vai-te deitar, e há de ser que, se te chamar,
dirás: Fala, SENHOR, porque o teu servo ouve. Então, Sa-
muel foi e se deitou no seu lugar. Então, veio o SENHOR, e 10
3. 11–4. 4 i samuel 434
ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel.
11 E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve. E disse o
SENHOR a Samuel: Eis aqui vou eu a fazer uma coisa em
Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambas as orelhas.
12 Naquele mesmo dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho
13 falado contra a sua casa; começá-lo-ei e acabá-lo-ei. Porque
já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela
iniqüidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus
14 filhos execráveis, não os repreendeu. Portanto, jurei à casa de
Eli que nunca jamais será expiada a iniqüidade da casa de Eli
15 com sacrifício nem com oferta de manjares. E Samuel ficou
deitado até pela manhã e, então, abriu as portas da Casa do
16 SENHOR; porém temia Samuel relatar esta visão a Eli. En-
tão, chamou Eli a Samuel e disse: Samuel, meu filho. E disse
17 ele: Eis-me aqui. E ele disse: Que palavra é a que te falou?
Peço-te que ma não encubras; assim Deus te faça e outro tanto
se me encobrires alguma palavra de todas as palavras que te
18 falou. Então, Samuel lhe contou todas aquelas palavras e
nada lhe encobriu. E disse ele: É o SENHOR; faça o que bem
19 parecer aos seus olhos. E crescia Samuel, e o SENHOR era
com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em
20 terra. E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que
21 Samuel estava confirmado por profeta do SENHOR. E conti-
nuou o SENHOR a aparecer em Siló, porquanto o SENHOR
se manifestava a Samuel, em Siló, pela palavra do SENHOR.
4 E veio a palavra de Samuel a todo o Israel; e Israel saiu ao
encontro, à peleja, aos filisteus e se acampou junto a Ebené-
2 zer; e os filisteus se acamparam junto a Afeca. E os filisteus
se dispuseram em ordem de batalha, para sair de encontro a
Israel; e, estendendo-se a peleja, Israel foi ferido diante dos
filisteus, porque feriram na batalha, no campo, uns quatro mil
3 homens. E, tornando o povo ao arraial, disseram os anciãos
de Israel: Por que nos feriu o SENHOR, hoje, diante dos fi-
listeus? Tragamos de Siló a arca do concerto do SENHOR, e
venha no meio de nós, para que nos livre da mão de nossos
4 inimigos. Enviou, pois, o povo a Siló, e trouxeram de lá a
arca do concerto do SENHOR dos Exércitos, que habita entre
435 i samuel 4. 5–18
o seu arco, e o seu cinto. E saía Davi aonde quer que Saul 5
o enviava e conduzia-se com prudência; e Saul o pôs sobre a
gente de guerra, e era aceito aos olhos de todo o povo e até aos
olhos dos servos de Saul. Sucedeu, porém, que, vindo eles, 6
quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas
as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando
e em danças, com adufes, com alegria e com instrumentos de
música. E as mulheres, tangendo, respondiam umas às outras 7
e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez
milhares. Então, Saul se indignou muito, e aquela palavra pa- 8
receu mal aos seus olhos; e disse: Dez milhares deram a Davi,
e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão
só o reino? E, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi 9
em suspeita. E aconteceu, ao outro dia, que o mau espírito, 10
da parte de Deus, se apoderou de Saul, e profetizava no meio
da casa; e Davi tangia a harpa com a sua mão, como de dia
em dia; Saul, porém, tinha na mão uma lança. E Saul atirou 11
com a lança, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém
Davi se desviou dele por duas vezes. E temia Saul a Davi, 12
porque o SENHOR era com ele e se tinha retirado de Saul.
Pelo que Saul o desviou de si e o pôs por chefe de mil; e saía 13
e entrava diante do povo. E Davi se conduzia com prudência 14
em todos os seus caminhos, e o SENHOR era com ele. Vendo, 15
então, Saul que tão prudentemente se conduzia, tinha receio
dele. Porém todo o Israel e Judá amavam Davi, porquanto 16
saía e entrava diante deles. Pelo que Saul disse a Davi: Eis 17
que Merabe, minha filha mais velha, te darei por mulher; sê-
me somente filho valoroso e guerreia as guerras do SENHOR
(Porque Saul dizia consigo: Não seja contra ele a minha mão,
mas, sim, a dos filisteus.). Mas Davi disse a Saul: Quem sou 18
eu, e qual é a minha vida e a família de meu pai em Israel,
para vir a ser genro do rei? Sucedeu, porém, que ao tempo 19
que Merabe, filha de Saul, devia ser dada a Davi, ela foi dada
por mulher a Adriel, meolatita. Mas Mical, a outra filha de 20
Saul, amava a Davi; o que, sendo anunciado a Saul, pareceu
isso bom aos seus olhos. E Saul disse: Eu lha darei, para 21
que lhe sirva de laço e para que a mão dos filisteus venha a
18. 22–19. 5 i samuel 462
ser contra ele. Pelo que Saul disse a Davi: Com a outra serás
22 hoje meu genro. E Saul deu ordem aos seus servos: Falai
em segredo a Davi, dizendo: Eis que o rei te está mui afei-
çoado, e todos os seus servos te amam; agora, pois, consente
23 em ser genro do rei. E os servos de Saul falaram todas essas
palavras aos ouvidos de Davi. Então, disse Davi: Parece-vos
pouco aos vossos olhos ser genro do rei, sendo eu homem po-
24 bre e desprezível? E os servos de Saul lhe anunciaram isso,
25 dizendo: Foram tais as palavras que falou Davi. Então, disse
Saul: Assim direis a Davi: O rei não tem necessidade de dote,
senão de cem prepúcios de filisteus, para se tomar vingança
dos inimigos do rei. Porquanto Saul tentava fazer cair a Davi
26 pela mão dos filisteus. E anunciaram os seus servos essas pa-
lavras a Davi, e esse negócio pareceu bem aos olhos de Davi,
de que fosse genro do rei; porém ainda os dias se não haviam
27 cumprido. Então, Davi se levantou e partiu ele com os seus
homens, e feriram dentre os filisteus duzentos homens; e Davi
trouxe os seus prepúcios, e os entregaram todos ao rei, para
que fosse genro do rei; então, Saul lhe deu por mulher a sua
28 filha. E viu Saul e notou que o SENHOR era com Davi; e
29 Mical, filha de Saul, o amava. Então, Saul temeu muito mais
30 a Davi e Saul foi todos os seus dias inimigo de Davi. E, saindo
os príncipes dos filisteus para a batalha, sucedeu que Davi se
conduziu mais prudentemente do que todos os servos de Saul;
portanto, o seu nome era mui estimado.
19 E falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos
para que matassem Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava
2 mui afeiçoado a Davi. E Jônatas o anunciou a Davi, dizendo:
Meu pai, Saul, procura matar-te; pelo que, agora, guarda-te,
3 pela manhã, e fica-te num lugar oculto, e esconde-te. E sairei
eu e estarei à mão de meu pai no campo em que estiveres; e eu
falarei de ti a meu pai, e verei o que houver, e to anunciarei.
4 Então, Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e disse-lhe:
Não peque o rei contra seu servo Davi, porque ele não pecou
5 contra ti, e porque os seus feitos te são mui bons. Porque
pôs a sua alma na mão e feriu aos filisteus, e fez o SENHOR
um grande livramento a todo o Israel; tu mesmo o viste e te
463 i samuel 19. 6–21
Vem, deita-te comigo, irmã minha. Porém ela lhe disse: Não, 12
irmão meu, não me forces, porque não se faz assim em Israel;
não faças tal loucura. Porque, aonde iria eu com a minha 13
vergonha? E tu serias como um dos loucos de Israel. Agora,
pois, peço- te que fales ao rei, porque não me negará a ti. Po- 14
rém ele não quis dar ouvidos à sua voz; antes, sendo mais forte
do que ela, a forçou e se deitou com ela. Depois, Amnom a 15
aborreceu com grandíssimo aborrecimento, porque maior era
o aborrecimento com que a aborrecia do que o amor com que
a amara. E disse-lhe Amnom: Levanta-te e vai-te. Então, 16
ela lhe disse: Não há razão de me despedires assim; maior se-
ria este mal do que o outro que já me tens feito. Porém não
lhe quis dar ouvidos. E chamou a seu moço que o servia e 17
disse: Deita a esta fora e fecha a porta após ela. E trazia 18
ela uma roupa de muitas cores (porque assim se vestiam as
filhas virgens dos reis, com capas), e seu criado a deitou fora
e fechou a porta após ela. Então, Tamar tomou cinza sobre 19
a sua cabeça, e a roupa de muitas cores que trazia rasgou,
e pôs as mãos sobre a cabeça, e foi-se andando e clamando.
E Absalão, seu irmão, lhe disse: Esteve Amnom, teu irmão, 20
contigo? Ora, pois, irmã minha, cala-te; é teu irmão. Não
se angustie o teu coração por isso. Assim ficou Tamar e es-
teve solitária em casa de Absalão, seu irmão. E, ouvindo o 21
rei Davi todas essas coisas, muito se acendeu em ira. Porém 22
Absalão não falou com Amnom, nem mal nem bem; porque
Absalão aborrecia a Amnom, por ter forçado a Tamar, sua
irmã. E aconteceu que, passados dois anos inteiros, Absalão 23
tinha tosquiadores em Baal-Hazor, que está junto a Efraim,
e convidou Absalão a todos os filhos do rei. E veio Absalão 24
ao rei e disse: Eis que teu servo tem tosquiadores; peço que
o rei e os seus servos venham com o teu servo. O rei, po- 25
rém, disse a Absalão: Não, filho meu, não vamos todos juntos,
para não te sermos pesados. E instou com ele; porém ele não
quis ir, mas o abençoou. Então, disse Absalão: Quando não, 26
deixa ir conosco Amnom, meu irmão. Porém o rei lhe disse:
Para que iria contigo? E, instando Absalão com ele, deixou 27
ir com ele a Amnom e a todos os filhos do rei. E Absalão 28
13. 29–14. 3 ii samuel 506
deu ordem aos seus moços, dizendo: Tomai sentido; quando
o coração de Amnom estiver alegre do vinho, e eu vos disser:
Feri a Amnom! Então, o matareis; não temais; porventura,
não sou eu quem vo-lo ordenou? Esforçai-vos e sede valentes.
29 E os moços de Absalão fizeram a Amnom como Absalão lho
havia ordenado. Então, todos os filhos do rei se levantaram,
30 e montaram cada um no seu mulo, e fugiram. E aconteceu
que, estando eles ainda no caminho, veio a nova a Davi, de
que se dizia: Absalão feriu todos os filhos do rei, e nenhum
31 deles ficou. Então, o rei se levantou, e rasgou as suas vestes,
e se lançou por terra; da mesma maneira todos os seus servos
32 estavam com vestes rotas. Mas Jonadabe, filho de Siméia,
irmão de Davi, respondeu e disse: Não diga o meu senhor que
mataram a todos os jovens filhos do rei, porque só morreu
Amnom; porque assim o tinha resolvido fazer Absalão, desde
33 o dia em que ele forçou a Tamar, sua irmã. Não se lhe meta,
pois, agora no coração do rei, meu senhor, tal coisa, dizendo:
Morreram todos os filhos do rei; porque só morreu Amnom.
34 E Absalão fugiu. E o jovem que estava de guarda levantou os
seus olhos e olhou; e eis que muito povo vinha pelo caminho
35 por detrás dele, pela banda do monte. Então, disse Jonadabe
ao rei: Eis aqui vêm os filhos do rei; conforme a palavra de
36 teu servo, assim sucedeu. E aconteceu que, quando acabou
de falar, os filhos do rei vieram, e levantaram a sua voz, e cho-
raram; e também o rei e todos os seus servos choraram com
37 mui grande choro. Assim, Absalão fugiu e se foi a Talmai,
filho de Amiúde, rei de Gesur. E Davi trouxe dó por seu filho
38 todos aqueles dias. Assim, Absalão fugiu e foi para Gesur;
39 esteve ali três anos. Então, tinha o rei Davi saudades de Ab-
salão, porque já se tinha consolado acerca de Amnom, que era
morto.
14 Conhecendo, pois, Joabe, filho de Zeruia, que o coração
2 do rei era inclinado para Absalão, enviou Joabe a Tecoa, e
tomou de lá uma mulher sábia, e disse-lhe: Ora, finge que
estás de luto; veste vestes de luto, e não te unjas com óleo, e
sejas como uma mulher que há já muitos dias está de luto por
3 algum morto. E entra ao rei e fala-lhe conforme esta palavra.
507 ii samuel 14. 4–17
E disse Absalão a Joabe: Eis que enviei a ti, dizendo: Vem cá, 32
para que te envie ao rei, a dizer-lhe: Para que vim de Gesur?
Melhor me fora estar ainda lá. Agora, pois, veja eu a face
do rei; e, se há ainda em mim alguma culpa, que me mate.
Então, entrou Joabe ao rei e assim lho disse. Então, chamou 33
a Absalão, e ele entrou ao rei e se inclinou sobre o seu rosto
em terra diante do rei; e o rei beijou a Absalão.
E aconteceu, depois disso, que Absalão fez aparelhar car- 15
ros, e cavalos, e cinqüenta homens que corressem adiante dele.
Também Absalão se levantou pela manhã e parava a uma 2
banda do caminho da porta. E sucedia que a todo o homem
que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava
Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? E dizendo
ele: De uma das tribos de Israel é teu servo; então, Absalão 3
lhe dizia: Olha, os teus negócios são bons e retos, porém não
tens quem te ouça da parte do rei. Dizia mais Absalão: Ah! 4
Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo o
homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse
justiça! Sucedia também que, quando alguém se chegava a 5
ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e pe-
gava dele, e o beijava. E desta maneira fazia Absalão a todo 6
o Israel que vinha ao rei para juízo; assim, furtava Absalão o
coração dos homens de Israel. E aconteceu, pois, ao cabo de 7
quarenta anos, que Absalão disse ao rei: Deixa-me ir pagar em
Hebrom o meu voto que votei ao SENHOR. Porque morando 8
eu em Gesur, na Síria, votou o teu servo um voto, dizendo: Se
o SENHOR outra vez me fizer tornar a Jerusalém, servirei ao
SENHOR. Então, lhe disse o rei: Vai em paz. Levantou-se, 9
pois, e foi para Hebrom. E enviou Absalão espias por to- 10
das as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som das
trombetas, direis: Absalão reina em Hebrom. E de Jerusa- 11
lém foram com Absalão duzentos homens convidados, porém
iam na sua simplicidade, porque nada sabiam daquele negócio.
Também Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho 12
de Davi, à sua cidade de Gilo, estando ele sacrificando os seus
sacrifícios; e a conjuração se fortificava, e vinha o povo e se
aumentava com Absalão. Então, veio um mensageiro a Davi, 13
15. 14–27 ii samuel 510
dizendo: O coração de cada um em Israel segue a Absalão.
14 Disse, pois, Davi a todos os seus servos que estavam com ele
em Jerusalém: Levantai-vos, e fujamos, porque não podería-
mos escapar diante de Absalão. Dai-vos pressa a caminhar,
para que porventura não se apresse ele, e nos alcance, e lance
15 sobre nós algum mal, e fira a cidade a fio de espada. Então,
os servos do rei disseram ao rei: Eis aqui os teus servos, para
16 tudo quanto determinar o rei, nosso senhor. E saiu o rei, com
toda a sua casa, a pé; deixou, porém, o rei dez mulheres con-
17 cubinas, para guardarem a casa. Tendo, pois, saído o rei com
18 todo o povo a pé, pararam num lugar distante. E todos os
seus servos iam a seu lado, como também todos os quereteus
e todos os peleteus; e todos os geteus, seiscentos homens que
19 vieram de Gate a pé, caminhavam diante do rei. Disse, pois,
o rei a Itai, o geteu: Por que irias tu também conosco? Volta,
e fica-te com o rei, porque estranho és, e também te tornarás
20 a teu lugar. Ontem, vieste, e te levaria eu hoje conosco a
caminhar? Pois força me é ir aonde quer que puder ir; volta,
pois, e torna a levar teus irmãos contigo, com beneficência e
21 fidelidade. Respondeu, porém, Itai ao rei e disse: Vive o SE-
NHOR, e vive o rei, meu senhor, que no lugar em que estiver o
rei, meu senhor, seja para morte seja para vida, aí certamente
22 estará também o teu servidor. Então, Davi disse a Itai: Vem,
pois, e passa adiante. Assim, passou Itai, o geteu, e todos os
23 seus homens, e todas as crianças que havia com ele. E toda a
terra chorava a grandes vozes, passando todo o povo; também
o rei passou o ribeiro de Cedrom, e passou todo o povo na
24 direção do caminho do deserto. Eis que também Zadoque ali
estava, e com ele todos os levitas que levavam a arca do con-
certo de Deus; e puseram ali a arca de Deus; e subiu Abiatar,
25 até que todo o povo acabou de sair da cidade. Então disse
o rei a Zadoque: Torna a levar a arca de Deus à cidade; se
achar eu graça aos olhos do SENHOR, ele me tornará a trazer
26 para lá e me deixará ver a ela e a sua habitação. Se, porém,
disser assim: Não tenho prazer em ti; eis-me aqui, faça de mim
27 como parecer bem aos seus olhos. Disse mais o rei a Zadoque,
o sacerdote: Não és tu, porventura, o vidente? Torna, pois,
511 ii samuel 15. 28–16. 4
ante do rei, e disse: Viva o rei Davi, meu senhor, para sempre!
E disse o rei Davi: Chamai-me Zadoque, o sacerdote, e Natã, 32
o profeta, e Benaia, filho de Joiada. E entraram à presença
do rei. E o rei lhes disse: Tomai convosco os servos de vosso 33
senhor, e fazei subir a meu filho Salomão na mula que é mi-
nha, e fazei-o descer a Giom. E Zadoque, o sacerdote, com 34
Natã, o profeta, ali o ungirão rei sobre Israel; então, tocareis a
trombeta e direis: Viva o rei Salomão! Então, subireis após 35
ele, e virá, e se assentará no meu trono, e ele reinará em meu
lugar, porque tenho ordenado que ele seja guia sobre Israel e
sobre Judá. Então, Benaia, filho de Joiada, respondeu ao rei 36
e disse: Amém! Assim o diga o SENHOR, Deus do rei, meu
senhor. Como o SENHOR foi com o rei, meu senhor, assim 37
o seja com Salomão e faça que o seu trono seja maior do que
o trono do rei Davi, meu senhor. Então, desceu Zadoque, o 38
sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia, filho de Joiada, e os
quereteus, e os peleteus e fizeram montar Salomão a mula do
rei Davi e o levaram a Giom. E Zadoque, o sacerdote, tomou 39
o vaso do azeite do tabernáculo e ungiu a Salomão; e tocaram
a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão! E todo o 40
povo subiu após ele, e o povo tocava gaitas, e alegrava-se com
grande alegria, de maneira que, com o seu clamor, a terra re-
tiniu. E o ouviu Adonias, e todos os convidados que estavam 41
com ele, que tinham acabado de comer; também Joabe ouviu
o sonido das trombetas e disse: Por que há tal ruído na cidade
alvoroçada? Estando ele ainda falando, eis que vem Jônatas, 42
filho de Abiatar, o sacerdote, e disse Adonias: Entra, porque
és homem valente e trarás boas-novas. E respondeu Jônatas 43
e disse a Adonias: Certamente nosso senhor, o rei Davi cons-
tituiu rei a Salomão. E o rei enviou com ele a Zadoque, o 44
sacerdote, e a Natã, o profeta, e a Benaia, filho de Joiada, e
aos quereteus, e aos peleteus; e o fizeram montar a mula do
rei. E Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, o ungiram rei 45
em Giom e dali subiram alegres, e a cidade está alvoroçada;
este é o clamor que ouviste. E também Salomão está assen- 46
tado no trono do reino. E também os servos do rei vieram 47
abençoar nosso senhor, o rei Davi, dizendo: Faça teu Deus que
1. 48–2. 7 i reis 534
o nome de Salomão seja melhor do que o teu nome; e faça que
o seu trono seja maior do que o teu trono. E o rei se inclinou
48 no leito. E também disse o rei assim: Bendito o SENHOR,
Deus de Israel, que hoje tem dado quem se assente no meu
49 trono e que os meus olhos o vissem. Então, estremeceram e
se levantaram todos os convidados que estavam com Adonias;
50 e cada um se foi ao seu caminho. Porém Adonias temeu a
51 Salomão, e levantou-se, e foi, e pegou das pontas do altar. E
fez-se saber a Salomão, dizendo: Eis que Adonias teme ao rei
Salomão, porque eis que pegou das pontas do altar, dizendo:
Jure-me, hoje, o rei Salomão que não matará a seu servo à
52 espada. E disse Salomão: Se for homem de bem, nem um de
seus cabelos cairá em terra; porém, se se achar nele maldade,
53 morrerá. E enviou o rei Salomão, e o fizeram descer do altar;
e veio e prostrou-se perante o rei Salomão, e Salomão lhe disse:
Vai para tua casa.
2 E aproximaram-se os dias da morte de Davi e deu ele ordem
2 a Salomão, seu filho, dizendo: Eu vou pelo caminho de toda
3 a terra; esforça-te, pois, e sê homem. E guarda a observân-
cia do SENHOR, teu Deus, para andares nos seus caminhos
e para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e
os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na Lei
de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres, para
4 onde quer que te voltares. Para que o SENHOR confirme a
palavra que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem
o seu caminho, para andarem perante a minha face fielmente,
com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca, disse,
5 te faltará sucessor ao trono de Israel. E também tu sabes o
que me fez Joabe, filho de Zeruia, e o que fez aos dois chefes do
exército de Israel, a Abner, filho de Ner, e a Amasa, filho de
Jéter, os quais matou, e em paz derramou o sangue de guerra,
e pôs o sangue de guerra no seu cinto que tinha nos lombos
6 e nos seus sapatos que trazia nos pés. Faze, pois, segundo a
tua sabedoria e não permitas que suas cãs desçam à sepultura
7 em paz. Porém com os filhos de Barzilai, o gileadita, usa-
rás de beneficência, e estarão entre os que comem à tua mesa,
porque assim se chegaram eles a mim, quando eu fugia por
535 i reis 2. 8–23
Jerusalém, e habita aí, e daí não saias, nem para uma nem
para outra parte. Porque há de ser que, no dia em que saíres 37
e passares o ribeiro de Cedrom, saibas decerto que morrerás;
o teu sangue será sobre a tua cabeça. E Simei disse ao rei: 38
Boa é essa palavra; como tem dito o rei, meu senhor, assim
fará o teu servo. E Simei habitou em Jerusalém muitos dias.
Sucedeu, porém, que, ao cabo de três anos, dois servos de Si- 39
mei fugiram para Aquis, filho de Maaca, rei de Gate; e deram
parte a Simei, dizendo: Eis que teus servos estão em Gate.
Então, Simei se levantou, e albardou o seu jumento, e foi a 40
Gate, para Aquis, a buscar a seus servos; assim, foi Simei e
trouxe os seus servos de Gate. E disseram a Salomão que 41
Simei de Jerusalém fora a Gate e tinha já voltado. Então, 42
enviou o rei, e chamou a Simei, e disse-lhe: Não te conjurei eu
pelo SENHOR e protestei contra ti, dizendo: No dia em que
saíres para uma ou outra parte, sabe decerto que morrerás? E
tu me disseste: Boa é essa palavra que ouvi. Por que, pois, 43
não guardaste o juramento do SENHOR, nem o mandado que
te mandei? Disse mais o rei a Simei: Bem sabes tu toda a 44
maldade que o teu coração reconhece que fizeste a Davi, meu
pai; pelo que o SENHOR fez recair a tua maldade sobre a tua
cabeça. Mas o rei Salomão será abençoado, e o trono de Davi 45
será confirmado perante o SENHOR, para sempre. E o rei 46
mandou a Benaia, filho de Joiada, o qual saiu, e deu sobre ele,
e morreu; assim foi confirmado o reino na mão de Salomão.
E Salomão se aparentou com Faraó, rei do Egito, e tomou a 3
filha de Faraó, e a trouxe à Cidade de Davi, até que acabasse
de edificar a sua casa, e a Casa do SENHOR, e a muralha
de Jerusalém em roda. Somente que o povo sacrificava sobre 2
os altos, porque até àqueles dias ainda se não tinha edificado
casa ao nome do SENHOR. E Salomão amava ao SENHOR, 3
andando nos estatutos de Davi, seu pai; somente que nos al-
tos sacrificava e queimava incenso. E foi o rei a Gibeão para 4
lá sacrificar, porque aquele era o alto grande; mil holocaus-
tos sacrificou Salomão naquele altar. E em Gibeão apareceu 5
o SENHOR a Salomão de noite em sonhos e disse-lhe Deus:
Pede o que quiseres que te dê. E disse Salomão: De grande 6
3. 7–20 i reis 538
beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como tam-
bém ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão
de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande be-
neficência e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono,
7 como se vê neste dia. Agora, pois, ó SENHOR, meu Deus, tu
fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; e sou ainda
8 menino pequeno, nem sei como sair, nem como entrar. E teu
servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, que
9 nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. A teu
servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo,
para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque
10 quem poderia julgar a este teu tão grande povo? E esta pa-
lavra pareceu boa aos olhos do Senhor, que Salomão pedisse
11 esta coisa. E disse-lhe Deus: Porquanto pediste esta coisa e
não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimi-
gos, mas pediste para ti entendimento, para ouvir causas de
12 juízo; eis que fiz segundo as tuas palavras, eis que te dei um
coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não
13 houve, e depois de ti teu igual se não levantará. E também
até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; que
14 não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias. E,
se andares nos meus caminhos guardando os meus estatutos
e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, também
15 prolongarei os teus dias. E acordou Salomão, e eis que era
sonho. E veio a Jerusalém, e pôs-se perante a arca do concerto
do SENHOR, e sacrificou holocaustos, e preparou sacrifícios
16 pacíficos, e fez um banquete a todos os seus servos. Então,
vieram duas mulheres prostitutas ao rei e se puseram perante
17 ele. E disse-lhe uma das mulheres: Ah! Senhor meu, eu e
esta mulher moramos numa casa; e tive um filho, morando
18 com ela naquela casa. E sucedeu que, ao terceiro dia depois
do meu parto, também esta mulher teve um filho; estávamos
juntas, estranho nenhum estava conosco na casa, senão nós
19 ambas naquela casa. E de noite morreu o filho desta mulher,
20 porquanto se deitara sobre ele. E levantou-se à meia-noite,
e me tirou a meu filho do meu lado, dormindo a tua serva, e
o deitou no seu seio, e a seu filho morto deitou no meu seio.
539 i reis 3. 21–4. 13
trono de teu reino sobre Israel para sempre, como falei acerca
de Davi, teu pai, dizendo: Não te faltará varão sobre o trono
de Israel. Porém, se vós e vossos filhos de qualquer maneira 6
vos apartardes de mim e não guardardes os meus mandamen-
tos e os meus estatutos que vos tenho proposto, mas fordes, e
servirdes a outros deuses, e vos curvardes perante eles, então, 7
destruirei Israel da terra que lhes dei; e a esta casa, que santi-
fiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença, e Israel
será por ditado e motejo, entre todos os povos. E desta casa, 8
que é tão exaltada, todo aquele que por ela passar pasmará, e
assobiará, e dirá: Por que fez o SENHOR assim a esta terra
e a esta casa? E dirão: Porque deixaram ao SENHOR, seu 9
Deus, que tirou da terra do Egito seus pais, e se apegaram a
deuses alheios, e se encurvaram perante eles, e os serviram; por
isso, trouxe o SENHOR sobre eles todo este mal. E sucedeu, 10
ao fim de vinte anos, que Salomão edificara as duas casas, a
Casa do SENHOR e a casa do rei ( para o que Hirão, rei de 11
Tiro, trouxera a Salomão madeira de cedro e de faia e ouro,
segundo todo o seu desejo). Então, deu o rei Salomão a Hirão
vinte cidades na terra de Galiléia. E saiu Hirão de Tiro a 12
ver as cidades que Salomão lhe dera, porém não foram boas
aos seus olhos. Pelo que disse: Que cidades são estas que me 13
deste, irmão meu? E chamaram-nas: Terra de Cabul, até hoje.
E enviara Hirão ao rei cento e vinte talentos de ouro. E esta 14, 15
é a causa do tributo que impôs o rei Salomão, para edificar a
Casa do SENHOR, e a sua casa, e Milo, e o muro de Jerusalém,
como também a Hazor, e a Megido, e a Gezer. Porque Faraó, 16
rei do Egito, subiu, e tomou a Gezer, e a queimou, e matou
os cananeus que moravam na cidade, e a deu em dote a sua
filha, mulher de Salomão. Assim edificou Salomão a Gezer, 17
e Bete-Horom, a baixa, e a Baalate, e a Tadmor, no deserto 18
daquela terra, e a todas as cidades das munições que Salomão 19
tinha, e as cidades dos carros, e as cidades dos cavaleiros, e
o que o desejo de Salomão quis edificar em Jerusalém, e no
Líbano, e em toda a terra do seu domínio. Quanto a todo 20
o povo que restou dos amorreus, heteus, ferezeus, heveus, e
jebuseus e que não eram dos filhos de Israel, a seus filhos que 21
9. 22–10. 9 i reis 554
restaram depois deles na terra, os quais os filhos de Israel não
puderam destruir totalmente, Salomão os reduziu a tributo
22 servil, até hoje. Porém dos filhos de Israel não fez Salomão
escravo algum; porém eram homens de guerra, e seus criados,
e seus príncipes, e seus capitães, e chefes dos seus carros e dos
23 seus cavaleiros. Estes eram os chefes dos oficiais que estavam
sobre a obra de Salomão, quinhentos e cinqüenta, que davam
24 ordens ao povo que trabalhava na obra. Subiu, porém, a filha
de Faraó da Cidade de Davi à sua casa, que Salomão lhe edi-
25 ficara; então edificou a Milo. E oferecia Salomão três vezes
cada ano holocaustos e sacrifícios pacíficos sobre o altar que
edificaram ao SENHOR e queimava incenso sobre o que estava
26 perante o SENHOR; e assim acabou a casa. Também o rei
Salomão fez naus em Eziom-Geber, que está junto a Elate, na
27 praia do mar de Sufe, na terra de Edom. E mandou Hirão
com aquelas naus os seus servos, marinheiros, que sabiam do
28 mar, com os servos de Salomão. E vieram a Ofir, e tomaram
de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, e o trouxeram ao
rei Salomão.
10 E, ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, acerca do
2 nome do SENHOR, veio prová-lo por enigmas. E veio a Je-
rusalém com um mui grande exército, com camelos carregados
de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e veio
3 a Salomão e disse-lhe tudo quanto tinha no seu coração. E
Salomão lhe declarou todas as suas palavras; nenhuma coisa se
4 escondeu ao rei que não lhe declarasse. Vendo, pois, a rainha
de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara,
5 e a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o es-
tar de seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e a
sua subida pela qual subia à Casa do SENHOR, não houve
6 mais espírito nela. E disse ao rei: Foi verdade a palavra que
7 ouvi na minha terra, das tuas coisas e da tua sabedoria. E
eu não cria naquelas palavras, até que vim, e os meus olhos
o viram; eis que me não disseram metade; sobrepujaste em
8 sabedoria e bens a fama que ouvi. Bem-aventurados os teus
homens, bem-aventurados estes teus servos que estão sempre
9 diante de ti, que ouvem a tua sabedoria! Bendito seja o SE-
555 i reis 10. 10–24
NHOR, teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no trono
de Israel; porque o SENHOR ama a Israel para sempre; por
isso, te estabeleceu rei, para fazeres juízo e justiça. E deu ao 10
rei cento e vinte talentos de ouro, e muitíssimas especiarias, e
pedras preciosas; nunca veio especiaria em tanta abundância
como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão. Também 11
as naus de Hirão, que de Ofir levavam ouro, traziam de Ofir
muitíssima madeira de almugue e pedras preciosas. E dessa 12
madeira de almugue fez o rei balaústres para a Casa do SE-
NHOR e para a casa do rei, como também harpas e alaúdes
para os cantores; nunca veio tal madeira de sândalo, nem se
viu até o dia de hoje. E o rei Salomão deu à rainha de Sabá 13
tudo quanto lhe pediu o seu desejo, além do que lhe deu, se-
gundo a generosidade do rei Salomão; então, voltou e partiu
para a sua terra, ela e os seus servos. E era o peso do ouro 14
que se trazia a Salomão cada ano seiscentos e sessenta e seis
talentos de ouro, além do dos negociantes, e do contrato dos 15
especieiros, e de todos os reis da Arábia, e dos governadores da
mesma terra. Também o rei Salomão fez duzentos paveses de 16
ouro batido; seiscentos siclos de ouro mandou pesar para cada
pavês; fez também trezentos escudos de ouro batido; três ar- 17
ráteis de ouro mandou pesar para cada escudo; e o rei os pôs na
casa do bosque do Líbano. Fez mais o rei um grande trono 18
de marfim e o cobriu de ouro puríssimo. Tinha esse trono 19
seis degraus, e era a cabeça do trono por detrás redonda, e de
ambas as bandas tinha encostos até ao assento; e dois leões
estavam junto aos encostos. Também doze leões estavam ali 20
sobre os seis degraus de ambas as bandas; nunca se tinha feito
obra semelhante em nenhum dos reinos. Também todos os 21
vasos de beber do rei Salomão eram de ouro, e todos os objetos
da casa do bosque do Líbano eram de ouro puro; não havia
neles prata, porque nos dias de Salomão não tinha estimação
alguma. Porque o rei tinha no mar as naus de Társis, com 22
as naus de Hirão; uma vez em três anos, voltavam as naus de
Társis, e traziam ouro, e prata, e marfim, e bugios, e pavões.
Assim o rei Salomão excedeu a todos os reis da terra, tanto em 23
riquezas como em sabedoria. E toda a terra buscava a face 24
10. 25–11. 10 i reis 556
de Salomão, para ouvir a sabedoria que Deus tinha posto no
25 seu coração. E traziam cada um, por seu presente, vasos de
prata e vasos de ouro, e vestes, e armaduras, e especiarias, e
26 cavalos, e mulas; cada coisa de ano em ano. Também ajuntou
Salomão carros e cavaleiros; de sorte que tinha mil e quatro-
centos carros e doze mil cavaleiros; e os levou às cidades dos
27 carros, e outros ficaram junto ao rei, em Jerusalém. E fez o
rei que em Jerusalém houvesse prata como pedras e cedros em
28 abundância, como figueiras bravas que estão nas planícies. E
tiravam cavalos do Egito para Salomão; e às manadas os rece-
biam os mercadores do rei, cada manada por um certo preço.
29 E subia e saía o carro do Egito por seiscentos siclos de prata,
e o cavalo, por cento e cinqüenta; e assim, por meio deles, os
tiravam para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria.
11 E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso
além da filha de Faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidô-
2 nias e hetéias, das nações de que o SENHOR tinha dito aos
filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós;
de outra maneira, perverterão o vosso coração para seguirdes
3 os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. E tinha
setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas
4 mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no
tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o
coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era per-
feito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de Davi,
5 seu pai, porque Salomão andou em seguimento de Astarote,
deusa dos sidônios, e em seguimento de Milcom, a abominação
6 dos amonitas. Assim fez Salomão o que era mau aos olhos
do SENHOR e não perseverou em seguir ao SENHOR, como
7 Davi, seu pai. Então, edificou Salomão um alto a Quemos, a
abominação dos moabitas, sobre o monte que está diante de
Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom.
8 E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras, as
9 quais queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses. Pelo
que o SENHOR se indignou contra Salomão, porquanto desvi-
ara o coração do SENHOR, Deus de Israel, o qual duas vezes
10 lhe aparecera. E acerca desta matéria lhe tinha dado ordem
557 i reis 11. 11–25
ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo
o povo respondeu e disse: É boa esta palavra. E disse Elias 25
aos profetas de Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e
preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do
vosso deus, e não lhe metais fogo. E tomaram o bezerro que 26
lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde
a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos!
Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam so-
bre o altar que se tinha feito. E sucedeu que, ao meio-dia, 27
Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele
é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma
coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; porventura,
dorme e despertará. E eles clamavam a grandes vozes e se 28
retalhavam com facas e com lancetas, conforme o seu costume,
até derramarem sangue sobre si. E sucedeu que, passado o 29
meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares se
oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção
alguma. Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. 30
E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do SENHOR,
que estava quebrado. E Elias tomou doze pedras, conforme o 31
número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do
SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome. E com aquelas 32
pedras edificou o altar em nome do SENHOR; depois, fez um
rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas
de semente. Então, armou a lenha, e dividiu o bezerro em 33
pedaços, e o pôs sobre a lenha, e disse: Enchei de água qua- 34
tro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha.
E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse
ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez, de ma- 35
neira que a água corria ao redor do altar, e ainda até o rego
encheu de água. Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta 36
aos profetas de teu pai e aos profetas de tua mãe. Porém o rei
de Israel lhe disse: Não, porque o SENHOR chamou estes três
reis para os entregar nas mãos dos moabitas. E disse Eliseu: 14
Vive o SENHOR dos Exércitos, em cuja presença estou, que,
se eu não respeitasse a presença de Josafá, rei de Judá, não
olharia para ti nem te veria. Ora, pois, trazei-me um tan- 15
gedor. E sucedeu que, tangendo o tangedor, veio sobre ele a
mão do SENHOR. E disse: Assim diz o SENHOR: Fazei neste 16
vale muitas covas. Porque assim diz o SENHOR: Não vereis 17
vento e não vereis chuva; todavia, este vale se encherá de tanta
água, que bebereis vós e o vosso gado e os vossos animais. E 18
ainda isto é pouco aos olhos do SENHOR; também entregará
ele os moabitas nas vossas mãos. E ferireis todas as cidades 19
fortes, e todas as cidades escolhidas, e todas as boas árvores
cortareis, e tapareis todas as fontes de água, e danificareis com
pedras todos os bons campos. E sucedeu que, pela manhã, 20
oferecendo-se a oferta de manjares, eis que vinham as águas
pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água. Ouvindo, 21
pois, todos os moabitas que os reis tinham subido para pele-
jarem contra eles, convocaram a todos os que cingiam cinto e
daí para cima e puseram-se às fronteiras. E, levantando-se de 22
madrugada, e saindo o sol sobre as águas, viram os moabitas
defronte deles as águas vermelhas como sangue. E disseram: 23
Isto é sangue; certamente que os reis se destruíram à espada
e se mataram um ao outro! Agora, pois, à presa, moabitas!
Porém, chegando eles ao arraial de Israel, os israelitas se levan- 24
taram, e feriram os moabitas, os quais fugiram diante deles; e
ainda os feriram nas suas terras, ferindo ali também os moa-
bitas. E arrasaram as cidades, e cada um lançou a sua pedra 25
em todos os bons campos, e os entulharam, e taparam todas as
fontes de águas, e cortaram todas as boas árvores, até que só
em Quir-Haresete deixaram ficar as pedras, mas os fundeiros
a cercaram e a feriram. Mas, vendo o rei dos moabitas que a 26
peleja prevalecia contra ele, tomou consigo setecentos homens
que arrancavam espada, para romperem contra o rei de Edom,
porém não puderam. Então, tomou a seu filho primogênito, 27
que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto
4. 1–16 ii reis 590
sobre o muro; pelo que houve grande indignação em Israel; por
isso, retiraram-se dele e voltaram para a sua terra.
4 E uma mulher das mulheres dos filhos dos profetas, clamou
a Eliseu dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes
que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor a levar-
2 me os meus dois filhos para serem servos. E Eliseu lhe disse:
Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em
casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão
3 uma botija de azeite. Então, disse ele: Vai, pede para ti
vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não
4 poucos. Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus
filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o
5 que estiver cheio. Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si
e sobre seus filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia.
6 E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho:
Traze-me ainda um vaso. Porém ele lhe disse: Não há mais
7 vaso nenhum. Então, o azeite parou. Então, veio ela e o fez
saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite e paga
8 a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto. Sucedeu também
um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher rica,
a qual o reteve a comer pão; e sucedeu que todas as vezes que
9 passava, ali se dirigia a comer pão. E ela disse a seu marido:
Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é
10 um santo homem de Deus. Façamos- lhe, pois, um pequeno
quarto junto ao muro e ali lhe ponhamos uma cama, e uma
mesa, e uma cadeira, e um candeeiro; e há de ser que, vindo
11 ele a nós, para ali se retirará. E sucedeu um dia que veio ali,
12 e retirou-se àquele quarto, e se deitou ali. Então, disse ao seu
moço Geazi: Chama esta sunamita. E chamando-a ele, ela se
13 pôs diante dele. Porque lhe dissera: Dize-lhe: Eis que tu nos
tens tratado com todo o desvelo; que se há de fazer por ti?
Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei ou ao chefe
do exército? E dissera ela: Eu habito no meio do meu povo.
14 Então, disse ele: Que se há de fazer, pois, por ela? E Geazi
15 disse: Ora, ela não tem filho, e seu marido é velho. Pelo que
16 disse ele: Chama-a. E, chamando-a ele, ela se pôs à porta. E
ele disse: A este tempo determinado, segundo o tempo da vida,
591 ii reis 4. 17–34
1, 2, 3
4, 5
6
7
8
9
A dão, Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Enoque,
Metusalém, Lameque, Noé, Sem, Cam e Jafé. Os
filhos de Jafé foram: Gomer, e Magogue, e Madai,
e Javã, e Tubal, e Meseque, e Tiras. E os filhos
de Gomer: Asquenaz, e Rifate, e Togarma. E os filhos de
Javã: Elisá, e Társis, e Quitim, e Dodanim. Os filhos de
Cam: Cuxe, e Mizraim, e Pute e Canaã. E os filhos de Cuxe
eram Sebá, e Havilá, e Sabtá, e Raamá, e Sabtecá; e os filhos
10 de Raamá eram Sabá e Dedã. E Cuxe gerou a Ninrode, que
11 começou a ser poderoso na terra. E Mizraim gerou os ludeus,
12 e os anameus, e os leabeus, e os naftueus, e os patruseus, e
os caslueus (dos quais procederam os filisteus), e os caftoreus.
13, 14 E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete, e os jebu-
15 seus, e os amorreus, e os girgaseus, e os heveus, e os arqueus,
16, 17 e os sineus, e os arvadeus, e os zemareus, e os hamateus. E
foram os filhos de Sem: Elão, e Assur, e Arfaxade, e Lude, e
18 Arã, e Uz, e Hul, e Geter, e Meseque. E Arfaxade gerou a
19 Selá, e Selá gerou a Héber. E a Héber nasceram dois filhos:
o nome de um foi Pelegue, porquanto nos seus dias se repartiu
20 a terra; e o nome de seu irmão era Joctã. E Joctã gerou a
21 Almodá, e a Selefe, e a Hazar-Mavé, e a Jerá, e a Hadorão, e
22, 23 a Uzal, e a Dicla, e a Ebal, e a Abimael, e a Sabá, e a Ofir, e
24 a Havilá, e a Jobabe; todos estes foram filhos de Joctã. Sem,
25, 26 Arfaxade, Selá, Héber, Pelegue, Reú, Serugue, Naor, Tera,
27, 28 Abrão, que é Abraão. Os filhos de Abraão foram Isaque e
29 Ismael. Estas são as suas gerações: o primogênito de Ismael
30 foi Nebaiote, e Quedar, e Adbeel, e Mibsão, Misma, Dumá,
31 Massá, Hadade, Temá, Jetur, Nafis e Quedemá; estes foram
32 os filhos de Ismael. Quanto aos filhos de Quetura, concubina
de Abraão, esta deu à luz a Zinrã, e a Jocsã, e a Medã, e a
Midiã, e a Isbaque, e a Sua; e os filhos de Jocsã foram Sabá e
33 Dedã. E os filhos de Midiã: Efá, e Efer, e Enoque, e Abida,
637 i crônicas 1. 34–2. 5
filho Simei, seu filho Uzá, seu filho Siméia, seu filho Hagias, 30
seu filho Asaías. Estes são, pois, os que Davi constituiu para 31
o ofício do canto na Casa do SENHOR, depois que a arca teve
repouso. E ministravam diante do tabernáculo da tenda da 32
congregação com cantares, até que Salomão edificou a Casa do
SENHOR em Jerusalém; e estiveram, segundo o seu costume,
no seu ministério. Estes são, pois, os que ali estavam com 33
seus filhos; dos filhos dos coatitas, Hemã, o cantor, filho de
Joel, filho de Samuel, filho de Elcana, filho de Jeroão, filho 34
de Eliel, filho de Toá, filho de Zufe, filho de Elcana, filho de 35
Maate, filho de Amasai, filho de Elcana, filho de Joel, filho 36
de Azarias, filho de Sofonias, filho de Taate, filho de Assir, 37
filho de Ebiasafe, filho de Corá, filho de Isar, filho de Coate, 38
filho de Levi, filho de Israel. E seu irmão Asafe estava à sua 39
direita; e era Asafe filho de Berequias, filho de Siméia, filho 40
de Micael, filho de Baaséias, filho de Malquias, filho de Etni, 41
filho de Zerá, filho de Adaías, filho de Etã, filho de Zima, filho 42
de Simei, filho de Jaate, filho de Gérson, filho de Levi. E 43, 44
seus irmãos, os filhos de Merari, estavam à esquerda, a saber:
Etã, filho de Quisi, filho de Abdi, filho de Maluque, filho de 45
Hasabias, filho de Amazias, filho de Hilquias, filho de Anzi, 46
filho de Bani, filho de Semer, filho de Mali, filho de Musi, 47
filho de Merari, filho de Levi. E seus irmãos, os levitas, fo- 48
ram postos para todo o ministério do tabernáculo da Casa de
Deus. E Arão e seus filhos queimavam perfumes sobre o altar 49
do holocausto e sobre o altar do incenso, para toda obra do lu-
gar santíssimo e para fazer expiação por Israel, conforme tudo
quanto Moisés, servo de Deus, tinha ordenado. E estes foram 50
os filhos de Arão: seu filho Eleazar, seu filho Finéias, seu filho
Abisua, seu filho Buqui, seu filho Uzi, seu filho Seraías, seu 51, 52
filho Meraiote, seu filho Amarias, seu filho Aitube, seu filho 53
Zadoque, seu filho Aimaás. E estas foram as suas habitações, 54
segundo os seus acampamentos, no seu termo, a saber: dos
filhos de Arão, da família dos coatitas, porque neles caiu a
sorte, deram-lhes, pois, a Hebrom, na terra de Judá e os seus 55
arrabaldes que a rodeiam. Porém o território da cidade e as 56
suas aldeias deram a Calebe, filho de Jefoné. E aos filhos de 57
6. 58–77 i crônicas 646
Arão deram as cidades de refúgio: Hebrom, e Libna, e os seus
58 arrabaldes, e Jatir, e Estemoa, e os seus arrabaldes, e Hilém,
59 e os seus arrabaldes, e Debir, e os seus arrabaldes, e Asã, e
60 os seus arrabaldes, e Bete-Semes, e os seus arrabaldes; e da
tribo de Benjamim, Geba, e os seus arrabaldes, e Alemete, e
os seus arrabaldes, e Anatote, e os seus arrabaldes; todas as
61 suas cidades, pelas suas famílias, foram treze cidades. Mas
os filhos de Coate, que restaram da família da tribo, da meia
62 tribo, metade de Manassés, por sorte tiveram dez cidades. E
os filhos de Gérson, segundo as suas famílias, da tribo de Is-
sacar, e da tribo de Aser, e da tribo de Naftali, e da tribo de
63 Manassés, em Basã, tiveram treze cidades. Os filhos de Me-
rari, segundo as suas famílias, da tribo de Rúben, e da tribo de
Gade, e da tribo de Zebulom, por sorte, tiveram doze cidades.
64 Assim, deram os filhos de Israel aos levitas estas cidades e os
65 seus arrabaldes. E deram- lhes, por sorte, estas cidades, da
tribo dos filhos de Judá, da tribo dos filhos de Simeão, e da
tribo dos filhos de Benjamim, às quais deram os seus nomes.
66 E, quanto ao mais das famílias dos filhos de Coate, as cidades
67 do seu termo se lhes deram da tribo de Efraim. Porque lhes
deram as cidades de refúgio, Siquém, e os seus arrabaldes, nas
montanhas de Efraim, como também Gezer e os seus arrabal-
68 des, e Jocmeão, e os seus arrabaldes, e Bete-Horom, e seus
69 arrabaldes, e Aijalom, e os seus arrabaldes, e Gate-Rimom, e
70 os seus arrabaldes; e da meia tribo de Manassés, Aner, e os
seus arrabaldes, e Bileão, e os seus arrabaldes; estas cidades
71 tiveram os que ficaram da família dos filhos de Coate. Os
filhos de Gérson, da família da meia tribo de Manassés, ti-
veram a Golã, em Basã, e os seus arrabaldes, e Astarote, e
72 os seus arrabaldes; e da tribo de Issacar, Quedes, e os seus
73 arrabaldes, e Daberate, e os seus arrabaldes, e Ramote, e os
74 seus arrabaldes, e Aném, e os seus arrabaldes; e da tribo de
Aser, Masal, e os seus arrabaldes, e Abdom, e os seus arra-
75 baldes, e Hucoque, e os seus arrabaldes, e Reobe, e os seus
76 arrabaldes; e da tribo de Naftali, Quedes, em Galiléia, e os
seus arrabaldes, e Hamom, e os seus arrabaldes, e Quiriataim,
77 e os seus arrabaldes. Os que ficaram dos filhos de Merari, da
647 i crônicas 6. 78–7. 14
das casas dos pais, mas dos filhos de Itamar, segundo as casas
de seus pais, oito. E os repartiram por sortes, uns com os 5
outros; porque houve maiorais do santuário e maiorais da Casa
de Deus, assim dentre os filhos de Eleazar, como dentre os
filhos de Itamar. E os registrou Semaías, filho de Natanael, 6
o escrivão dentre os levitas, perante o rei, e os príncipes, e
Zadoque, o sacerdote, e Aimeleque, filho de Abiatar, e os chefes
dos pais entre os sacerdotes e entre os levitas; uma dentre as
casas dos pais se tomou para Eleazar, e se tomou outra para
Itamar. E saiu a primeira sorte a Jeoiaribe, a segunda, a 7
Jedaías; a terceira, a Harim; a quarta, a Seorim; a quinta, a 8, 9
Malquias; a sexta, a Miamim; a sétima, a Hacoz; a oitava, a 10
Abias; a nona, a Jesua; a décima, a Secanias; a undécima, a 11, 12
Eliasibe; a duodécima, a Jaquim; a décima-terceira, a Hupá; 13
a décima-quarta, a Jesebeabe; a décima-quinta, a Bilga; a 14
décima-sexta, a Imer; a décima-sétima a Hezir; a décima- 15
oitava, a Hapises; a décima-nona, a Petaías; a vigésima, a 16
Jeezquel; a vigésima-primeira, a Jaquim; a vigésima-segunda, 17
a Gamul; a vigésima-terceira, a Delaías; a vigésima-quarta, 18
a Maazias. O ofício destes, no seu ministério, era entrar na 19
Casa do SENHOR, segundo lhes fora ordenado por Arão, seu
pai, como o SENHOR, Deus de Israel, lhe tinha ordenado. E 20
do resto dos filhos de Levi: dos filhos de Anrão, Subael; dos
filhos de Subael, Jedias; dos filhos de Reabias: Issias era o 21
chefe; dos isaritas, Selomite; dos filhos de Selomite, Jaate; 22
dos filhos de Hebrom, Jerias, o primeiro, Amarias, o segundo, 23
Jaaziel, o terceiro, Jecameão, o quarto; dos filhos de Uziel, 24
Mica; dos filhos de Mica, Samir; o irmão de Mica, Issias; dos 25
filhos de Issias, Zacarias; dos filhos de Merari, Mali e Musi; 26
dos filhos de Jaazias, Beno; dos filhos de Merari, da parte 27
de Jaazias, Beno, e Soão, e Zacur, e Ibri; de Mali, Eleazar; 28
este não teve filhos; dos filhos de Quis, Jerameel; dos filhos 29, 30
N
G
3
A s palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu
no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em
Susã, a fortaleza, que veio Hanani, um de meus ir-
mãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos
judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca
de Jerusalém. E disseram-me: Os restantes, que não foram
levados para o cativeiro, lá na província estão em grande mi-
séria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas
4 portas, queimadas a fogo. E sucedeu que, ouvindo eu essas
palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e
5 estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. E disse:
Ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que
guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te
6 amam e guardam os teus mandamentos! Estejam, pois, aten-
tos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a
oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de
noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos
pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também
7 eu e a casa de meu pai pecamos. De todo nos corrompemos
contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos,
8 nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. Lembra-te,
pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo:
9 Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos. E vós
vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos,
e os fareis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam no
cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho
10 escolhido para ali fazer habitar o meu nome. Estes ainda são
teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força
11 e com a tua forte mão. Ah! Senhor, estejam, pois, atentos
os teus ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus ser-
vos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o
teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu
761 neemias 2. 1–14
copeiro do rei.
Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Arta- 2
xerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho
e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele.
E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás 2
doente? Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi
muito em grande maneira e disse ao rei: Viva o rei para sem- 3
pre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o
lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido con-
sumidas as suas portas a fogo? E o rei me disse: Que me 4
pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus e disse ao rei: Se 5
é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença,
peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus
pais, para que eu a edifique. Então, o rei me disse, estando 6
a rainha assentada junto a ele: Quanto durará a tua viagem,
e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-
lhe eu um certo tempo. Disse mais ao rei: Se ao rei parece 7
bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio,
para que me dêem passagem até que chegue a Judá; como 8
também uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para
que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, e
para o muro da cidade, e para a casa em que eu houver de
entrar. E o rei mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre
mim. Então, vim aos governadores dalém do rio e dei-lhes as 9
cartas do rei; e o rei tinha enviado comigo chefes do exército
e cavaleiros. O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, 10
o servo amonita, lhes desagradou com grande desagrado que
alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel. E cheguei 11
a Jerusalém e estive ali três dias. E, de noite, me levantei, 12
eu e poucos homens comigo, e não declarei a ninguém o que o
meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém; e não
havia comigo animal algum, senão aquele em que estava mon-
tado. E, de noite, saí pela Porta do Vale, para a banda da 13
Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo e contemplei os
muros de Jerusalém, que estavam fendidos, e as suas portas,
que tinham sido consumidas pelo fogo. E passei à Porta da 14
Fonte e ao viveiro do rei; e não havia lugar por onde pudesse
2. 15–3. 7 neemias 762
15 passar a cavalgadura que estava debaixo de mim. Então, de
noite, subi pelo ribeiro e contemplei o muro; e voltei, e entrei
16 pela Porta do Vale, e assim voltei. E não souberam os ma-
gistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até
então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados,
nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma.
17 Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos,
que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido quei-
madas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não
18 estejamos mais em opróbrio. Então, lhes declarei como a mão
do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do
rei, que ele me tinha dito. Então, disseram: Levantemo-nos e
19 edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem. O que
ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e
Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e dis-
seram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o
20 rei? Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que
nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edifi-
caremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória
em Jerusalém.
3 E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus ir-
mãos, os sacerdotes, edificaram a Porta do Gado, a qual con-
sagraram, e levantaram as suas portas; e até a Torre de Meá
2 consagraram e até a Torre de Hananel. E, junto a ele, edi-
ficaram os homens de Jericó; também, ao seu lado, edificou
3 Zacur, filho de Inri. E a Porta do Peixe edificaram os filhos
de Hassenaá, a qual emadeiraram, e levantaram as suas portas
4 com as suas fechaduras e os seus ferrolhos. E, ao seu lado,
reparou Meremote, filho de Urias, filho de Coz; e, ao seu lado,
reparou Mesulão, filho de Berequias, filho de Mesezabel; e, ao
5 seu lado, reparou Zadoque, filho de Baaná. E, ao seu lado, re-
pararam os tecoítas; porém os seus nobres não meteram o seu
6 pescoço ao serviço de seu senhor. E a Porta Velha repararam-
na Joiada, filho de Paséia; e Mesulão, filho de Besodias; estes
a emadeiraram e levantaram as suas portas com as suas fecha-
7 duras e os seus ferrolhos. E, ao seu lado, repararam Melatias,
o gibeonita, e Jadom, meronotita, homens de Gibeão e Mispa,
763 neemias 3. 8–23
E
G
ordenou.
Sucedeu, pois, que, ao terceiro dia, Ester se vestiu de suas 5
vestes reais e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte do
aposento do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono real,
na casa real, defronte da porta do aposento. E sucedeu que, 2
vendo o rei a rainha Ester, que estava no pátio, ela alcançou
graça aos seus olhos; e o rei apontou para Ester com o cetro de
ouro, que tinha na sua mão, e Ester chegou e tocou a ponta do
cetro. Então, o rei lhe disse: Que é o que tens, rainha Ester, 3
ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará. E 4
disse Ester: Se bem parecer ao rei, venha o rei e Hamã hoje
ao banquete que tenho preparado para o rei. Então, disse o 5
rei: Fazei apressar a Hamã, que cumpra o mandado de Ester.
Vindo, pois, o rei e Hamã ao banquete, que Ester tinha prepa-
rado, disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua 6
petição? E se te dará. E qual é o teu requerimento? E se fará,
ainda até metade do reino. Então, respondeu Ester e disse: 7
Minha petição e requerimento é: se achei graça aos olhos do 8
rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a minha petição e
outorgar-me o meu requerimento, venha o rei com Hamã ao
banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme
o mandado do rei. Então, saiu Hamã, naquele dia, alegre e 9
de bom ânimo; porém, vendo Hamã a Mardoqueu à porta do
rei e que não se levantara nem se movera diante dele, então,
Hamã se encheu de furor contra Mardoqueu. Hamã, porém, 10
se refreou e veio à sua casa; e enviou e mandou vir os seus
amigos e a Zeres, sua mulher. E contou-lhes Hamã a glória 11
das suas riquezas, e a multidão de seus filhos, e tudo em que o
rei o tinha engrandecido, e aquilo em que o tinha exaltado so-
bre os príncipes e servos do rei. Disse mais Hamã: Tampouco 12
a rainha Ester a ninguém fez vir com o rei ao banquete que
tinha preparado, senão a mim; e também para amanhã estou
convidado por ela juntamente com o rei. Porém tudo isso 13
não me satisfaz, enquanto vir o judeu Mardoqueu assentado
à porta do rei. Então, lhe disse Zeres, sua mulher, e todos 14
os seus amigos: Faça-se uma forca de cinqüenta côvados de
altura, e amanhã dize ao rei que enforquem nela Mardoqueu
6. 1–13 ester 792
e, então, entra alegre com o rei ao banquete. E esse conselho
bem pareceu a Hamã, e mandou fazer a forca.
6 Naquela mesma noite, fugiu o sono do rei; então, mandou
trazer o livro das memórias das crônicas, e se leram diante
2 do rei. E achou-se escrito que Mardoqueu tinha dado notícia
de Bigtã e de Teres, dois eunucos do rei, dos da guarda da
porta, de que procuraram pôr as mãos sobre o rei Assuero.
3 Então, disse o rei: Que honra e galardão se deu por isso a
Mardoqueu? E os jovens do rei, seus servos, disseram: Coisa
4 nenhuma se lhe fez. Então, disse o rei: Quem está no pátio?
E Hamã tinha entrado no pátio exterior do rei, para dizer
ao rei que enforcassem a Mardoqueu na forca que lhe tinha
5 preparado. E os jovens do rei lhe disseram: Eis que Hamã
6 está no pátio. E disse o rei que entrasse. E, entrando Hamã,
o rei lhe disse: Que se fará ao homem de cuja honra o rei
se agrada? Então, Hamã disse no seu coração: De quem se
7 agradará o rei para lhe fazer honra mais do que a mim? Pelo
que disse Hamã ao rei: Quanto ao homem de cuja honra o rei
8 se agrada, traga a veste real de que o rei se costuma vestir,
monte também o cavalo em que o rei costuma andar montado,
9 e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça; e entregue-se a
veste e o cavalo à mão de um dos príncipes do rei, dos maiores
senhores, e vistam dele aquele homem de cuja honra se agrada;
e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante
dele: Assim se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada!
10 Então, disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma a veste e o cavalo,
como disseste, e faze assim para com o judeu Mardoqueu, que
está assentado à porta do rei; e coisa nenhuma deixes cair de
11 tudo quanto disseste. E Hamã tomou a veste e o cavalo, e
vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da cidade, e
apregoou diante dele: Assim se fará ao homem de cuja honra
12 o rei se agrada! Depois disso, Mardoqueu voltou para a porta
do rei; porém Hamã se retirou correndo a sua casa, angustiado
13 e coberta a cabeça. E contou Hamã a Zeres, sua mulher, e a
todos os seus amigos tudo quanto lhe tinha sucedido. Então, os
seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueu,
diante de quem já começaste a cair, é da semente dos judeus,
793 ester 6. 14–8. 2
2
3
4
H avia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó;
e este era homem sincero, reto e temente a Deus;
e desviava-se do mal. E nasceram-lhe sete filhos e
três filhas. E era o seu gado sete mil ovelhas, e três
mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumen-
tas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira
que este homem era maior do que todos os do Oriente. E iam
seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no seu
dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem
5 e beberem com eles. Sucedia, pois, que, tendo decorrido o
turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava,
e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo
o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram
meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o
6 fazia Jó continuamente. E vindo um dia em que os filhos de
Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também
7 Satanás entre eles. Então, o SENHOR disse a Satanás: De
onde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De ro-
8 dear a terra e passear por ela. E disse o SENHOR a Satanás:
Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra
semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e
9 desviando-se do mal. Então, respondeu Satanás ao SENHOR
10 e disse: Porventura, teme Jó a Deus debalde? Porventura,
não o cercaste tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto
tem? A obra de suas mãos abençoaste, e o seu gado está au-
11 mentado na terra. Mas estende a tua mão, e toca- lhe em
tudo quanto tem, e verás se não blasfema de ti na tua face!
12 E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está
na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E
13 Satanás saiu da presença do SENHOR. E sucedeu um dia,
em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na
14 casa de seu irmão primogênito, que veio um mensageiro a Jó
799 jó 1. 15–2. 9
2
E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-
se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles apresentar-
se perante o SENHOR. Então, o SENHOR disse a Satanás: 2
De onde vens? E respondeu Satanás ao SENHOR e disse:
De rodear a terra e passear por ela. E disse o SENHOR 3
a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há
na terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a
Deus, desviando-se do mal, e que ainda retém a sua sinceri-
dade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem
causa. Então, Satanás respondeu ao SENHOR e disse: Pele 4
por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Es- 5
tende, porém, a tua mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e
verás se não blasfema de ti na tua face! E disse o SENHOR 6
a Satanás: Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua
vida. Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu 7
a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto
da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar 8
com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza. Então, sua 9
2. 10–3. 18 jó 800
mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldi-
10 çoa a Deus e morre. Mas ele lhe disse: Como fala qualquer
doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não re-
ceberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus
11 lábios. Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que
tinha vindo sobre ele, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz,
o temanita, e Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e con-
12 certaram juntamente virem condoer-se dele e consolá-lo. E,
levantando de longe os olhos e não o conhecendo, levantaram
a voz e choraram; e rasgando cada um o seu manto, sobre a
13 cabeça lançaram pó ao ar. E se assentaram juntamente com
ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra
alguma, porque viam que a dor era muito grande.
3, 2 Depois disto, abriu Jó a boca e amaldiçoou o seu dia. E
3 Jó, falando, disse: Pereça o dia em que nasci, e a noite em
4 que se disse: Foi concebido um homem! Converta-se aquele
dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele,
5 nem resplandeça sobre ele a luz! Contaminem-no as trevas e
a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; negros vapores
6 do dia o espantem! A escuridão tome aquela noite, e não se
goze entre os dias do ano, e não entre no número dos meses!
7 Ah! Que solitária seja aquela noite e suave música não en-
8 tre nela! Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que
9 estão prontos para fazer correr o seu pranto. Escureçam-se
as estrelas do seu crepúsculo; que espere a luz, e não venha; e
10 não veja as pestanas dos olhos da alva! Porquanto não fechou
as portas do ventre, nem escondeu dos meus olhos a canseira.
11 Por que não morri eu desde a madre e, em saindo do ventre,
12 não expirei? Por que me receberam os joelhos? E por que
13 os peitos, para que mamasse? Porque já agora jazeria e re-
14 pousaria; dormiria, e, então, haveria repouso para mim, com
os reis e conselheiros da terra que para si edificavam casas nos
15 lugares assolados, ou com os príncipes que tinham ouro, que
16 enchiam as suas casas de prata; ou, como aborto oculto, não
17 existiria; como as crianças que nunca viram a luz. Ali, os
18 maus cessam de perturbar; e, ali, repousam os cansados. Ali,
os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do exator.
801 jó 3. 19–4. 19
B
G
não abri a boca. Assim eu sou como homem que não ouve, 14
e em cuja boca não há reprovação. Porque em ti, SENHOR, 15
espero; tu, Senhor, meu Deus, me ouvirás. Porque dizia eu: 16
Ouve-me, para que se não alegrem de mim; quando escorrega
o meu pé, eles se engrandecem contra mim. Porque estou 17
prestes a coxear; a minha dor está constantemente perante
mim. Porque eu confessarei a minha iniqüidade; afligir-me-ei 18
por causa do meu pecado. Mas os meus inimigos estão vivos 19
e são fortes, e os que sem causa me odeiam se engrandecem.
Os que dão mal pelo bem são meus adversários, porque eu 20
sigo o que é bom. Não me desampares, SENHOR; meu Deus, 21
não te alongues de mim. Apressa-te em meu auxílio, Senhor, 22
minha salvação.
Salmo de Davi para o cantor-mor, para Jedutum Eu disse: 39
Guardarei os meus caminhos para não delinqüir com a minha
língua; enfrearei a minha boca enquanto o ímpio estiver diante
de mim. Com o silêncio fiquei como mudo; calava-me mesmo 2
acerca do bem; mas a minha dor se agravou. Incendeu-se 3
dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava se acen-
deu um fogo: então falei com a minha língua. Disse: Faze-me 4
conhecer, SENHOR, o meu fim, e a medida dos meus dias qual
é, para que eu sinta quanto sou frágil. Eis que fizeste os meus 5
dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada di-
ante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja,
é totalmente vaidade. (Selá) Na verdade, todo homem anda 6
como uma sombra; na verdade, em vão se inquietam; amon-
toam riquezas e não sabem quem as levará. Agora, pois, Se- 7
nhor, que espero eu? A minha esperança está em ti. Livra-me 8
de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio dos
loucos. Emudeci; não abro a minha boca, porquanto tu o fi- 9
zeste. Tira de sobre mim a tua praga; estou desfalecido pelo 10
golpe da tua mão. Se com repreensões castigas alguém, por 11
causa da iniqüidade, logo destróis, como traça, a sua beleza;
de sorte que todo homem é vaidade. (Selá) Ouve, SENHOR, 12
a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não
te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para con-
tigo como um estranho, e peregrino como todos os meus pais.
39. 13–40. 17 salmos 866
13 Poupa-me, até que tome alento, antes que me vá e não seja
mais.
40 Salmo de Davi para o cantor-mor Esperei com paciência
no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu cla-
2 mor. Tirou-me de um lago horrível, de um charco de lodo;
3 pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos; e
pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus;
4 muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR. Bem-
aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança
e que não respeita os soberbos, nem os que se desviam para
5 a mentira. Muitas são, SENHOR, meu Deus, as maravilhas
que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se
podem contar diante de ti; eu quisera anunciá-los e manifestá-
6 los, mas são mais do que se podem contar. Sacrifício e oferta
não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação
7 pelo pecado não reclamaste. Então disse: Eis aqui venho; no
8 rolo do livro está escrito de mim: Deleito-me em fazer a tua
vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu co-
9 ração. Preguei a justiça na grande congregação; eis que não
10 retive os meus lábios, SENHOR, tu o sabes. Não escondi a
tua justiça dentro do meu coração; apregoei a tua fidelidade
e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua
11 benignidade e a tua verdade. Não detenhas para comigo, SE-
NHOR, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a
12 tua benignidade e a tua verdade. Porque males sem número
me têm rodeado; as minhas iniqüidades me prenderam, de
modo que não posso olhar para cima; são mais numerosas do
que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu co-
13 ração. Digna-te, SENHOR, livrar-me; SENHOR, apressa-te
14 em meu auxílio. Sejam à uma confundidos e envergonhados
os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e
15 confundam-se os que me querem mal. Confundidos sejam em
16 troca da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah! Folguem e
alegrem-se em ti os que te buscam; digam constantemente os
17 que amam a tua salvação: Engrandecido seja o SENHOR. Eu
sou pobre e necessitado; mas o Senhor cuida de mim: tu és o
meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus.
867 salmos 41. 1–42. 7
a sua verdade.
O SENHOR reina. Regozije-se a terra, alegrem-se as mui- 97
tas ilhas. Nuvens e obscuridade estão ao redor dele; justiça e 2
juízo são a base do seu trono. Adiante dele vai um fogo que 3
abrasa os seus inimigos em redor. Os seus relâmpagos alu- 4
miam o mundo; a terra viu e tremeu. Os montes se derretem 5
como cera na presença do SENHOR, na presença do Senhor
de toda a terra. Os céus anunciam a sua justiça, e todos os 6
povos vêem a sua glória. Confundidos sejam todos os que 7
servem a imagens de escultura, que se gloriam de ídolos inú-
teis; prostrai-vos diante dele todos os deuses. Sião ouviu e se 8
alegrou; e os filhos de Judá se alegraram por causa da tua jus-
tiça, ó SENHOR. Pois tu, SENHOR, és o Altíssimo em toda 9
a terra; muito mais elevado que todos os deuses. Vós que 10
amais ao SENHOR, aborrecei o mal; ele guarda a alma dos
seus santos, ele os livra das mãos dos ímpios. A luz semeia-se 11
para o justo, e a alegria, para os retos de coração. Alegrai- 12
vos, ó justos, no SENHOR, e dai louvores em memória da sua
santidade.
Salmo Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque ele fez 98
maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram
a vitória. O SENHOR fez notória a sua salvação; manifes- 2
tou a sua justiça perante os olhos das nações. Lembrou-se 3
da sua benignidade e da sua verdade para com a casa de Is-
rael; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso
Deus. Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os moradores 4
da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos e cantai louvo-
res. Cantai louvores ao SENHOR com a harpa; com a harpa 5
e a voz do canto. Com trombetas e som de buzinas, exultai 6
perante a face do SENHOR, do Rei. Brame o mar e a sua 7
plenitude; o mundo e os que nele habitam. Os rios batam 8
palmas; regozijem-se também as montanhas, perante a face 9
do SENHOR, porque vem a julgar a terra; com justiça julgará
o mundo e o povo, com eqüidade.
O SENHOR reina; tremam as nações. Ele está entronizado 99
entre os querubins; comova-se a terra. O SENHOR é grande 2
em Sião e mais elevado que todas as nações. Louvem o teu 3
99. 4–102. 2 salmos 908
4nome, grande e tremendo, pois é santo. E a força do Rei
ama o juízo; tu firmas a eqüidade, fazes juízo e justiça em
5 Jacó. Exaltai ao SENHOR, nosso Deus, e prostrai-vos diante
6 do escabelo de seus pés, porque ele é santo. Moisés e Arão,
entre os seus sacerdotes, e Samuel, entre os que invocam o
7 seu nome, clamavam ao SENHOR, e ele os ouvia. Na coluna
de nuvem lhes falava; eles guardavam os seus testemunhos e
8 os estatutos que lhes dera. Tu os escutaste, SENHOR, nosso
Deus; tu foste um Deus que lhes perdoaste, posto que vingador
9 dos seus feitos. Exaltai ao SENHOR, nosso Deus, e adorai-o
no seu santo monte, porque o SENHOR, nosso Deus, é santo.
100 Salmo de louvor Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos
2 os moradores da terra. Servi ao SENHOR com alegria e
3 apresentai-vos a ele com canto. Sabei que o SENHOR é Deus;
foi ele, e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto.
4 Entrai pelas portas dele com louvor e em seus átrios, com hi-
5 nos; louvai-o e bendizei o seu nome. Porque o SENHOR é
bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se
de geração a geração.
101 Salmo de Davi Cantarei a misericórdia e o juízo; a ti, SE-
2 NHOR, cantarei. Portar-me-ei com inteligência no caminho
reto. Quando virás a mim? Andarei em minha casa com um
3 coração sincero. Não porei coisa má diante dos meus olhos;
aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará.
4 Um coração perverso se apartará de mim; não conhecerei o ho-
5 mem mau. Aquele que difama o seu próximo às escondidas,
eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo,
6 não o suportarei. Os meus olhos procurarão os fiéis da terra,
para que estejam comigo; o que anda n um caminho reto, esse
7 me servirá. O que usa de engano não ficará dentro da minha
casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus
8 olhos. Pela manhã destruirei todos os ímpios da terra, para
desarraigar da cidade do SENHOR todos os que praticam a
iniqüidade.
102 Oração do aflito, vendo-se desfalecido, e derramando a sua
queixa perante a face do SENHOR SENHOR, ouve a minha
2 oração, e chegue a ti o meu clamor. Não escondas de mim o
909 salmos 102. 3–28
por fiador do teu servo para o bem; não deixes que os sober-
bos me oprimam. Os meus olhos desfaleceram, esperando por 123
tua salvação e pela promessa da tua justiça. Trata com o teu 124
servo segundo a tua benignidade e ensina-me os teus estatu-
tos. Sou teu servo; dá-me inteligência, para entender os teus 125
testemunhos. Já é tempo de operares, ó SENHOR, pois eles 126
têm quebrantado a tua lei. Pelo que amo os teus manda- 127
mentos mais do que o ouro, e ainda mais do que o ouro fino.
Por isso, tenho, em tudo, como retos todos os teus preceitos 128
e aborreço toda falsa vereda. Maravilhosos são os teus teste- 129
munhos; por isso, a minha alma os guarda. A exposição das 130
tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices. Abri a 131
boca e respirei, pois que desejei os teus mandamentos. Olha 132
para mim e tem piedade de mim, conforme usas com os que
amam o teu nome. Ordena os meus passos na tua palavra, 133
e não se apodere de mim iniqüidade alguma. Livra-me da 134
opressão do homem; assim, guardarei os teus preceitos. Faze 135
resplandecer o teu rosto sobre o teu servo e ensina-me os teus
estatutos. Rios de águas correm dos meus olhos, porque os 136
homens não guardam a tua lei. Justo és, ó SENHOR, e re- 137
tos são os teus juízos. Os teus testemunhos, que ordenaste, 138
são retos e muito fiéis. O meu zelo me consumiu, porque os 139
meus inimigos se esqueceram da tua palavra. A tua palavra 140
é muito pura; por isso, o teu servo a ama. Pequeno sou e des- 141
prezado, mas não me esqueço dos teus mandamentos. A tua 142
justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade. Aperto 143
e angústia se apoderam de mim; não obstante, os teus man-
damentos são o meu prazer. A justiça dos teus testemunhos 144
é eterna; dá-me inteligência, e viverei. Clamei de todo o meu 145
coração; escuta-me, SENHOR, e guardarei os teus estatutos.
A ti te invoquei; salva-me, e guardarei os teus testemunhos. 146
Antecipei-me à alva da manhã e clamei; esperei na tua pa- 147
lavra. Os meus olhos anteciparam-me às vigílias da noite, 148
para meditar na tua palavra. Ouve a minha voz, segundo a 149
tua benignidade; vivifica-me, ó SENHOR, segundo o teu juízo.
Aproximam-se os que seguem aos malvados; afastam-se da tua 150
lei. Tu estás perto, ó SENHOR, e todos os teus mandamen- 151
119. 152–120. 4 salmos 928
152 tos são a verdade. Acerca dos teus testemunhos eu soube,
153 desde a antiguidade, que tu os fundaste para sempre. Olha
para a minha aflição e livra-me, pois não me esqueci da tua lei.
154 Pleiteia a minha causa e livra-me; vivifica-me, segundo a tua
155 palavra. A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam
156 os teus estatutos. Muitas são, ó SENHOR, as tuas misericór-
157 dias; vivifica-me, segundo os teus juízos. Muitos são os meus
perseguidores e os meus inimigos; mas não me desvio dos teus
158 testemunhos. Vi os transgressores e me afligi, porque não ob-
159 servam a tua palavra. Considera como amo os teus preceitos;
160 vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua benignidade. A tua
palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juí-
161 zos dura para sempre. Príncipes me perseguiram sem causa,
162 mas o meu coração temeu a tua palavra. Folgo com a tua
163 palavra, como aquele que acha um grande despojo. Abomino
164 e aborreço a falsidade, mas amo a tua lei. Sete vezes no dia
165 te louvo pelos juízos da tua justiça. Muita paz têm os que
166 amam a tua lei, e para eles não há tropeço. SENHOR, tenho
esperado na tua salvação e tenho cumprido os teus manda-
167 mentos. A minha alma tem observado os teus testemunhos;
168 amo-os extremamente. Tenho observado os teus preceitos e
os teus testemunhos, porque todos os meus caminhos estão
169 diante de ti. Chegue a ti o meu clamor, ó SENHOR; dá-me
170 entendimento conforme a tua palavra. Chegue a minha sú-
171 plica perante a tua face; livra-me segundo a tua palavra. Os
meus lábios proferiram o louvor, quando me ensinaste os teus
172 estatutos. A minha língua falará da tua palavra, pois todos os
173 teus mandamentos são justiça. Venha a tua mão socorrer-me,
174 pois escolhi os teus preceitos. Tenho desejado a tua salvação,
175 ó SENHOR; a tua lei é todo o meu prazer. Viva a minha
176 alma e louvar-te-á; ajudem-me os teus juízos. Desgarrei-me
como a ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueci
dos teus mandamentos.
120 Cântico dos degraus Na minha angústia clamei ao SENHOR,
2 e ele me ouviu. SENHOR, livra a minha alma dos lábios men-
3 tirosos e da língua enganadora. Que te dará, ou que te acres-
4 centará a língua enganadora? Flechas agudas do valente, com
929 salmos 120. 5–124. 4
justos se multiplicam.
O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz 29
será quebrantado de repente sem que haja cura. Quando os 2
justos se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ím-
pio domina, o povo suspira. O homem que ama a sabedoria 3
alegra a seu pai, mas o companheiro de prostitutas desperdiça
a fazenda. O rei com juízo sustém a terra, mas o amigo de 4
subornos a transtorna. O homem que lisonjeia a seu próximo 5
arma uma rede aos seus passos. Na transgressão do homem 6
mau há laço, mas o justo canta e regozija-se. Informa-se o 7
justo da causa dos pobres, mas o ímpio não compreende isso.
Os homens escarnecedores abrasam a cidade, mas os sábios 8
desviam a ira. O homem sábio que pleiteia com o tolo, quer 9
se perturbe quer se ria, não terá descanso. Os homens sangui- 10
nários aborrecem aquele que é sincero, mas os retos procuram
o seu bem. Um tolo expande toda a sua ira, mas o sábio a 11
encobre e reprime. O governador que dá atenção às palavras 12
mentirosas achará que todos os seus servos são ímpios. O po- 13
bre e o usurário se encontram, e o SENHOR alumia os olhos
de ambos. O rei, que julga os pobres conforme a verdade, 14
firmará o seu trono para sempre. A vara e a repreensão dão 15
sabedoria, mas o rapaz entregue a si mesmo envergonha a sua
mãe. Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as 16
transgressões, mas os justos verão a sua queda. Castiga o 17
teu filho, e te fará descansar e dará delícias à tua alma. Não 18
havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei,
esse é bem-aventurado. O servo não se emendará com pala- 19
vras, porque, ainda que te entenda, não te atenderá. Tens 20
visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior espe-
rança há de um tolo do que dele. Quando alguém cria deli- 21
cadamente o seu servo desde a mocidade, por derradeiro ele
quererá ser seu filho. O homem iracundo levanta contendas; e 22
o furioso multiplica as transgressões. A soberba do homem o 23
abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra. O que tem 24
parte com o ladrão aborrece a sua própria alma; ouve maldi-
ções e não o denuncia. O receio do homem armará laços, mas 25
o que confia no SENHOR será posto em alto retiro. Muitos 26
29. 27–30. 20 provérbios 976
buscam a face do príncipe, mas o juízo de cada um vem do
27 SENHOR. Abominação é para os justos o homem iníquo, e
abominação é para o ímpio o de retos caminhos.
30 Palavras de Agur, filho de Jaque, o oráculo. Disse este va-
2 rão a Itiel, a Itiel e a Ucal: Na verdade, que eu sou mais
bruto do que ninguém; não tenho o entendimento do homem,
3 nem aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.
4 Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos
seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem es-
tabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome,
5 e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes? Toda palavra
6 de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada
acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e se-
7 jas achado mentiroso. Duas coisas te pedi; não mas negues,
8 antes que morra: afasta de mim a vaidade e a palavra men-
tirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me
9 do pão da minha porção acostumada; para que, porventura,
de farto te não negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que,
empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus.
10 Não calunies o servo diante de seu senhor, para que te não
11 amaldiçoe e fiques culpado. Há uma geração que amaldiçoa
12 a seu pai e que não bendiz a sua mãe. Há uma geração que
é pura aos seus olhos e que nunca foi lavada da sua imundí-
13 cia. Há uma geração cujos olhos são altivos e cujas pálpebras
14 são levantadas para cima. Há uma geração cujos dentes são
espadas e cujos queixais são facas, para consumirem na terra
15 os aflitos e os necessitados entre os homens. A sanguessuga
tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Estas três coisas nunca se
16 fartam; e quatro nunca dizem: Basta: a sepultura, a madre
estéril, a terra, que se não farta de água, e o fogo, que nunca
17 diz: Basta. Os olhos que zombam do pai ou desprezam a obe-
diência da mãe, corvos do ribeiro os arrancarão, e os pintãos
18 da águia os comerão. Há três coisas que me maravilham, e a
19 quarta não a conheço: o caminho da águia no céu, o caminho
da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o
20 caminho do homem com uma virgem. Tal é o caminho da
mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e diz: Não co-
977 provérbios 30. 21–31. 15
P
G
deseja, mas Deus não lhe dá poder para daí comer; antes, o
estranho lho come; também isso é vaidade e má enfermidade.
Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e os dias 3
dos seus anos forem muitos, e se a sua alma se não fartar do
bem, e além disso não tiver um enterro, digo que um aborto
é melhor do que ele, porquanto debalde veio e em trevas se 4
vai, e de trevas se cobre o seu nome. E, ainda que nunca viu 5
o sol, nem o conheceu, mais descanso tem do que o tal. E 6
certamente, ainda que vivesse duas vezes mil anos, mas não
gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar? Todo 7
trabalho do homem é para a sua boca, e, contudo, nunca se
satisfaz a sua cobiça. Porque, que mais tem o sábio do que 8
o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os
vivos? Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; 9
também isso é vaidade e aflição de espírito. Seja qualquer o 10
que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem
e que não pode contender com o que é mais forte do que ele.
Sendo certo que há muitas coisas que aumentam a vaidade, 11
que mais tem o homem de melhor? Porque, quem sabe o que 12
é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vai-
dade, os quais gasta como sombra? Porque, quem declarará
ao homem o que será depois dele debaixo do sol?
Melhor é a boa fama do que o melhor ungüento, e o dia da 7
morte, do que o dia do nascimento de alguém. Melhor é ir à 2
casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque
ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao
seu coração. Melhor é a tristeza do que o riso, porque com 3
a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos 4
sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos, na casa
da alegria. Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir 5
alguém a canção do tolo. Porque qual o crepitar dos espi- 6
nhos debaixo de uma panela, tal é o riso do tolo; também isso
é vaidade. Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o 7
sábio, e o suborno corrompe o coração. Melhor é o fim das 8
coisas do que o princípio delas; melhor é o longânimo do que
o altivo de coração. Não te apresses no teu espírito a irar-te, 9
porque a ira abriga-se no seio dos tolos. Nunca digas: Por 10
7. 11–29 eclesiastes 986
que foram os dias passados melhores do que estes? Porque
11 nunca com sabedoria isso perguntarias. Tão boa é a sabedo-
ria como a herança, e dela tiram proveito os que vêem o sol.
12 Porque a sabedoria serve de sombra, como de sombra serve o
dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela dá vida ao
13 seu possuidor. Atenta para a obra de Deus; porque quem po-
14 derá endireitar o que ele fez torto? No dia da prosperidade,
goza do bem, mas, no dia da adversidade, considera; porque
também Deus fez este em oposição àquele, para que o homem
15 nada ache que tenha de vir depois dele. Tudo isso vi nos dias
da minha vaidade; há um justo que perece na sua justiça, e
16 há um ímpio que prolonga os seus dias na sua maldade. Não
sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por
17 que te destruirias a ti mesmo? Não sejas demasiadamente
ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo?
18 Bom é que retenhas isso e também disso não retires a tua mão;
19 porque quem teme a Deus escapa de tudo isso. A sabedoria
fortalece o sábio, mais do que dez governadores que haja na
20 cidade. Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que
21 faça bem e nunca peque. Tampouco apliques o teu coração a
todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir
22 que o teu servo te amaldiçoa. Porque o teu coração também
23 já confessou muitas vezes que tu amaldiçoaste a outros. Tudo
isso inquiri com sabedoria e disse: Sabedoria adquirirei; mas
24 ela ainda estava longe de mim. Longe está o que foi e profun-
25 díssimo; quem o achará? Eu tornei a voltar-me e determinei
em meu coração saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a
razão, e conhecer a loucura da impiedade e a doidice dos des-
26 varios. E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte:
a mulher cujo coração são redes e laços e cujas mãos são ata-
duras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o
27 pecador virá a ser preso por ela. Vedes aqui, isso achei, diz
o Pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a
28 causa, causa que a minha alma ainda busca, mas não a achei;
um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas
29 estas não achei. Vede, isto tão-somente achei: que Deus fez
ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções.
987 eclesiastes 8. 1–16
C
G
tive dores de parto, nem dei à luz, nem ainda criei jovens, nem
eduquei donzelas. Como com as novas do Egito, assim haverá 5
dores quando se ouvirem as de Tiro. Passai a Társis e uivai, 6
entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-
te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que 21
o SENHOR sairá do seu lugar para castigar os moradores da
terra, por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu
sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos.
Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, 27
grande e forte, o leviatã, a serpente veloz, e o leviatã, a ser-
pente tortuosa, e matará o dragão que está no mar. Na- 2
quele dia, haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe. Eu, 3
o SENHOR, a guardo e, a cada momento, a regarei; para que
ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei. Não 4
há indignação em mim; quem me poria sarças e espinheiros
diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente
os queimaria. Ou que se apodere da minha força e faça paz 5
comigo; sim, que faça paz comigo. Dias virão em que Jacó 6
lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto
a face do mundo. Porventura, feriu-o ele como feriu aos que 7
o feriram? Ou matou-o ele assim como matou aos que por ele
foram mortos? Com medida contendeste com ela quando a 8
rejeitaste; ele a tirou com o seu vento forte, no tempo do vento
leste. Por isso, se expiará a iniqüidade de Jacó, e este será 9
todo o fruto de se haver tirado o seu pecado; quando ele fizer
a todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em peda-
ços, os bosques e as imagens do sol não poderão ficar em pé.
Porque a cidade forte está solitária, uma habitação rejeitada e 10
abandonada como um deserto; ali, pastarão os bezerros, e ali
se deitarão, e devorarão os seus ramos. Quando os seus ramos 11
se secarem, serão quebrados; vindo as mulheres, os acenderão,
porque este povo não é povo de entendimento; por isso, aquele
que o fez não se compadecerá dele e aquele que o formou não
lhe mostrará nenhum favor. E será, naquele dia, que o SE- 12
NHOR padejará o seu fruto desde as correntes do rio até o rio
do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um.
E será, naquele dia, que se tocará uma grande trombeta, e os 13
que andavam perdidos pela terra da Assíria e os que foram
desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão ao
SENHOR no monte santo, em Jerusalém.
28. 1–16 isaías 1030
28 Ai da coroa de soberba dos bêbados de Efraim, cujo glorioso
ornamento é como a flor que cai, que está sobre a cabeça do
2 fértil vale dos vencidos do vinho! Eis que o Senhor mandará
um homem valente e poderoso; como uma queda de saraiva,
uma tormenta de destruição e como uma tempestade de impe-
tuosas águas que trasbordam, violentamente a derribará por
3 terra. A coroa de soberba dos bêbados de Efraim será pisada
4 aos pés. E a flor caída do seu glorioso ornamento que está so-
bre a cabeça do fértil vale será como o figo antes do verão, que,
5 vendo-o alguém e tendo-o ainda na mão, o engole. Naquele
dia, o SENHOR dos Exércitos será por coroa gloriosa e por
6 grinalda formosa para os restantes de seu povo; e será espí-
rito de juízo para o que se assenta a julgar e por fortaleza para
7 os que fazem recuar a peleja até à porta. Mas também estes
erram por causa do vinho e com a bebida forte se desencami-
nham; até o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida
forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa
da bebida forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo.
8 Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imun-
9 dícia; não há nenhum lugar limpo. A quem, pois, se ensinaria
a ciência? E a quem se daria a entender o que se ouviu? Ao
10 desmamado e ao arrancado dos seios? Porque é mandamento
sobre mandamento, mandamento e mais mandamento, regra
sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco
11 ali. Pelo que, por lábios estranhos e por outra língua, falará
12 a este povo, ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao
13 cansado; e este é o refrigério; mas não quiseram ouvir. As-
sim, pois, a palavra do SENHOR lhes será mandamento sobre
mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre
regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali; para
que vão, e caiam para trás, e se quebrantem, e se enlacem,
14 e sejam presos. Ouvi, pois, a palavra do SENHOR, homens
escarnecedores que dominais este povo que está em Jerusalém.
15 Porquanto dizeis: Fizemos concerto com a morte e com o in-
ferno fizemos aliança; quando passar o dilúvio do açoite, não
chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio e
16 debaixo da falsidade nos escondemos. Portanto, assim diz o
1031 isaías 28. 17–29. 2
falei, e não ouvistes, mas fizestes o que é mal aos meus olhos
e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer. Pelo que 13
P
G
tra eles os meus juízos, por causa de toda a sua malícia; pois
me deixaram a mim, e queimaram incenso a deuses estranhos,
e se encurvaram diante das obras das suas mãos. Tu, pois, 17
cinge os teus lombos, e levanta-te, e dize-lhes tudo quanto eu
te mandar; não desanimes diante deles, porque eu farei com
que não temas na sua presença. Porque eis que te ponho hoje 18
por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze,
contra toda a terra, e contra os reis de Judá, e contra os seus
príncipes, e contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra.
E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; porque 19
eu sou contigo, diz o SENHOR, para te livrar.
E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Vai e clama 2, 2
aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o SENHOR:
Lembro-me de ti, da beneficiência da tua mocidade e do amor
dos teus desposórios, quando andavas após mim no deserto,
numa terra que se não semeava. Então, Israel era santidade 3
para o SENHOR e era as primícias da sua novidade; todos
os que o devoravam eram tidos por culpados; o mal vinha
sobre eles, diz o SENHOR. Ouvi a palavra do SENHOR, ó 4
casa de Jacó e todas as famílias da casa de Israel. Assim 5
diz o SENHOR: Que injustiça acharam vossos pais em mim,
para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-
se levianos? E não disseram: Onde está o SENHOR, que 6
nos fez subir da terra do Egito? Que nos guiou através do
deserto, por uma terra de ermos e de covas, por uma terra
de sequidão e sombra de morte, por uma terra em que nin-
guém transitava, e na qual não morava homem algum. E eu 7
vos introduzi numa terra fértil, para comerdes o seu fruto e
o seu bem; mas, quando nela entrastes, contaminastes a mi-
nha terra e da minha herança fizestes uma abominação. Os 8
sacerdotes não disseram: Onde está o SENHOR? E os que tra-
tavam da lei não me conheceram, e os pastores prevaricaram
contra mim, e os profetas profetizaram por Baal e andaram
após o que é de nenhum proveito. Portanto, ainda pleitearei 9
convosco, diz o SENHOR; e até com os filhos de vossos filhos
pleitearei. Porquanto, passai às ilhas de Quitim e vede; e 10
enviai a Quedar, e atentai bem, e vede se sucedeu coisa se-
2. 11–26 jeremias 1084
11 melhante. Houve alguma nação que trocasse os seus deuses,
posto não serem deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua
12 glória pelo que é de nenhum proveito. Espantai-vos disto, ó
céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o
13 SENHOR. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me
deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas,
14 cisternas rotas, que não retêm as águas. Acaso é Israel um
servo? Ou um escravo nascido em casa? Por que, pois, veio a
15 ser presa? Os filhos de leão bramaram sobre ele e levantaram
a sua voz; e puseram a sua terra em assolação; as suas cidades
16 se queimaram, e ninguém habita nelas. Até os filhos de Nofa
17 e de Tafnes te quebraram o alto da cabeça. Porventura, não
procuras isso para ti mesmo, deixando o SENHOR, teu Deus,
18 no tempo em que ele te guia pelo caminho? Agora, pois, que
te importa a ti o caminho do Egito, para beberes as águas de
Sior? E que te importa a ti o caminho da Assíria, para be-
19 beres as águas do rio? A tua malícia te castigará, e as tuas
apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que mau e quão
amargo é deixares ao SENHOR, teu Deus, e não teres o meu
20 temor contigo, diz o Senhor JEOVÁ dos Exércitos. Quando
eu já há muito quebrava o teu jugo e rompia as tuas algemas,
dizias tu: Nunca mais transgredirei; contudo, em todo outeiro
alto e debaixo de toda árvore verde te andas encurvando e cor-
21 rompendo. Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma
semente inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para mim
22 uma planta degenerada, de vide estranha? Pelo que, ainda
que te laves com salitre e amontoes sabão, a tua iniqüidade
23 estará gravada diante de mim, diz o Senhor JEOVÁ. Como
dizes logo: Não estou contaminado nem andei após os baalins?
Vê o teu caminho no vale, conhece o que fizeste; dromedária
24 ligeira és, que anda torcendo os seus caminhos; jumenta mon-
tês, acostumada ao deserto e que, conforme o desejo da sua
alma, sorve o vento; quem impediria o seu encontro? Todos
os que a buscarem não se cansarão; no mês dela a acharão.
25 Evita que o teu pé ande descalço e que a tua garganta tenha
sede; mas tu dizes: Não há esperança; não, porque amo os
26 estranhos e após eles andarei. Como fica confundido o ladrão
1085 jeremias 2. 27–3. 3
tão, disse eu: Ah! Senhor JEOVÁ, eis que os profetas lhes
dizem: Não vereis espada e não tereis fome; antes, vos darei
paz verdadeira neste lugar. E disse-me o SENHOR: Os pro- 14
fetas profetizam falsamente em meu nome; nunca os enviei,
nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação,
e vaidade, e o engano do seu coração são o que eles vos pro-
fetizam. Portanto, assim diz o SENHOR acerca dos profetas 15
que profetizam em meu nome, sem que eu os tenha mandado,
e dizem que nem espada, nem fome haverá nesta terra: À es-
pada e à fome serão consumidos esses profetas. E o povo a 16
quem eles profetizam será lançado nas ruas de Jerusalém, por
14. 17–15. 7 jeremias 1106
causa da fome e da espada; e não haverá quem enterre as suas
mulheres, e os seus filhos, e as suas filhas; assim derramarei so-
17 bre eles a sua maldade. Portanto, lhes dirás esta palavra: Os
meus olhos derramem lágrimas de noite e de dia e não cessem
porque a virgem, filha do meu povo, está ferida de grande fe-
18 rida, de chaga mui dolorosa. Se eu saio ao campo, eis aqui os
mortos à espada; e, se entro na cidade, estão ali os debilitados
pela fome; e até os profetas e os sacerdotes correram em redor
19 da terra e não sabem nada. De todo rejeitaste tu a Judá?
Ou aborrece a tua alma a Sião? Por que nos feriste, e não há
cura para nós? Aguardamos a paz, e não aparece o bem; e o
20 tempo da cura, e eis aqui turbação. Ah! SENHOR! Conhe-
cemos a nossa impiedade e a maldade de nossos pais; porque
21 pecamos contra ti. Não nos rejeites por amor do teu nome;
não abatas o trono da tua glória; lembra-te e não anules o teu
22 concerto conosco. Haverá, porventura, entre as vaidades dos
gentios, alguma que faça chover? Ou podem os céus dar chu-
vas? Não és tu somente, ó SENHOR, nosso Deus? Portanto,
em ti esperaremos, pois tu fazes todas estas coisas.
15 Disse-me, porém, o SENHOR: Ainda que Moisés e Samuel
se pusessem diante de mim, não seria a minha alma com este
2 povo; lança-os de diante da minha face, e saiam. E será que,
quando te disserem: Para onde iremos? Dir-lhes-ás: Assim
diz o SENHOR: Os que são para a morte, para a morte; e
os que são para a espada, para a espada; e os que são para
a fome, para a fome; e os que são para o cativeiro, para o
3 cativeiro. Porque os visitarei com quatro gêneros de males,
diz o SENHOR: com espada para matar, e com cães, para
os arrastarem, e com as aves dos céus e os animais da terra,
4 para os devorarem e destruírem. Entregá-los-ei ao desterro
em todos os reinos da terra; por causa de Manassés, filho de
5 Ezequias, rei de Judá, por tudo quanto fez em Jerusalém. Por
que quem se compadeceria de ti, ó Jerusalém? Ou quem se
entristeceria por ti? Ou quem se desviaria a perguntar pela
6 tua paz? Tu me deixaste, diz o SENHOR, voltaste para trás;
por isso, estenderei a mão contra ti e te destruirei; estou can-
7 sado de me arrepender. E padejá-los-ei com a pá nas portas
1107 jeremias 15. 8–21
deixa de vir. Olha: toda a terra está diante de ti; para onde
parecer bom e reto aos teus olhos que vás, para ali vai. Mas, 5
como ele ainda não tinha voltado, disse-lhe: Volta a Gedalias,
filho de Aicão, filho de Safã, a quem o rei da Babilônia pôs
sobre as cidades de Judá, e habita com ele no meio do povo;
ou, se para qualquer outra parte te aprouver ir, vai. Deu-lhe
o capitão da guarda sustento para o caminho e um presente e
o deixou ir. Assim, veio Jeremias a Gedalias, filho de Aicão, 6
a Mispa e habitou com ele no meio do povo que havia ficado
na terra. Ouvindo, pois, todos os príncipes dos exércitos que 7
estavam no campo, eles e os seus homens, que o rei da Babilô-
nia tinha posto sobre a terra a Gedalias, filho de Aicão, e que
lhe havia confiado os homens, e as mulheres, e os meninos, e
os mais pobres da terra, que não foram levados cativos para
a Babilônia, vieram ter com Gedalias, a Mispa; e eram: Is- 8
mael, filho de Netanias, e Joanã e Jônatas, filhos de Careá, e
Seraías, filho de Tanumete, e os filhos de Efai, o netofatita, e
Jezanias, filho de um maacatita, eles e os seus homens. Ju- 9
rou Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a eles e aos seus
homens, dizendo: Não temais servir aos caldeus; ficai na terra
e servi ao rei da Babilônia, e bem vos irá. Eu, porém, eis 10
que habito em Mispa, para estar às ordens dos caldeus que
vierem a nós; e vós, recolhei o vinho, e as frutas de verão, e
o azeite, e metei-os nas vossas vasilhas, e habitai nas cidades
que tomastes. Do mesmo modo, quando todos os judeus que 11
estavam em Moabe, e entre os filhos de Amom, e em Edom,
e os que havia em todas aquelas terras ouviram que o rei da
Babilônia havia deixado um resto em Judá e que havia posto
sobre eles a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, tornaram, 12
então, todos os judeus de todos os lugares para onde foram
lançados, e vieram à terra de Judá, a Gedalias, a Mispa, e
recolheram vinho e frutas do verão com muita abundância.
Joanã, filho de Careá, e todos os príncipes dos exércitos que 13
estavam no campo vieram a Gedalias, a Mispa. E disseram- 14
lhe: Bem sabes que Baalis, rei dos filhos de Amom, enviou a
Ismael, filho de Netanias, para te tirar a vida. Mas não lhes
deu crédito Gedalias, filho de Aicão. Todavia, Joanã, filho de 15
40. 16–41. 10 jeremias 1152
Careá, falou a Gedalias em segredo, em Mispa, dizendo: Irei,
agora, e ferirei a Ismael, filho de Netanias, sem que ninguém
o saiba. Por que razão te tiraria ele a vida, e todo o Judá
que se tem congregado a ti seria disperso, e pereceria o resto
16 de Judá? Mas disse Gedalias, filho de Aicão, a Joanã, filho
de Careá: Não faças tal coisa, porque falas falsamente contra
Ismael.
41 Sucedeu, porém, no mês sétimo, que veio Ismael, filho de
Netanias, filho de Elisama, de sangue real, e os capitães do
rei, a saber, dez homens com ele, a Gedalias, filho de Aicão, a
2 Mispa; e ali eles comeram pão juntos em Mispa. E levantou-
se Ismael, filho de Netanias, com os dez homens que estavam
com ele, e feriram a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, à
espada, matando, assim, aquele que o rei da Babilônia havia
3 posto sobre a terra. Também feriu Ismael todos os judeus que
estavam com Gedalias em Mispa, como também aos caldeus,
4 homens de guerra, que se achavam ali. Sucedeu, pois, no dia
seguinte, depois que ele matara a Gedalias, sem ninguém o
5 saber, que vieram homens de Siquém, de Siló e de Samaria,
oitenta homens, com a barba rapada, e as vestes rasgadas, e o
corpo retalhado; e traziam nas suas mãos ofertas de manjares e
6 incenso, para levarem à Casa do SENHOR. E, saindo-lhes ao
encontro Ismael, filho de Netanias, desde Mispa, ia chorando;
e sucedeu que, encontrando-os, lhes disse: Vinde a Gedalias,
7 filho de Aicão. Sucedeu, porém, que, indo eles até ao meio da
cidade, matou-os Ismael, filho de Netanias, e os lançou num
8 poço, ele e os homens que estavam com ele. Mas houve entre
eles dez homens que disseram a Ismael: Não nos mates a nós;
porque temos no campo tesouros escondidos, trigo, e cevada,
e azeite, e mel. E ele, por isso, os deixou e não os matou,
9 como a seus irmãos. E o poço em que Ismael lançou todos
os cadáveres dos homens que feriu por causa de Gedalias é o
mesmo que fez o rei Asa, por causa de Baasa, rei de Israel; foi
esse mesmo que Ismael, filho de Netanias, encheu de mortos.
10 E Ismael levou cativo a todo o resto do povo que estava em
Mispa; as filhas do rei, e todo o povo que ficara em Mispa, que
Nebuzaradã, capitão da guarda, havia confiado a Gedalias,
1153 jeremias 41. 11–42. 5
2
3
E aconteceu, no trigésimo ano, no quarto mês, no dia
quinto do mês, que, estando eu no meio dos cativos,
junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões
de Deus. No quinto dia do mês (no quinto ano do
cativeiro do rei Joaquim), veio expressamente a palavra do
SENHOR a Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote, na terra dos
caldeus, junto ao rio Quebar, e ali esteve sobre ele a mão do
4 SENHOR. Olhei, e eis que um vento tempestuoso vinha do
Norte, e uma grande nuvem, com um fogo a revolver-se, e um
resplendor ao redor dela, e no meio uma coisa como de cor de
5 âmbar, que saía dentre o fogo. E, do meio dela, saía a seme-
lhança de quatro animais; e esta era a sua aparência: tinham
6 a semelhança de um homem. E cada um tinha quatro rostos,
7 como também cada um deles, quatro asas. E os seus pés eram
pés direitos; e as plantas dos seus pés, como a planta do pé de
8 uma bezerra, e luziam como a cor de cobre polido. E tinham
mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e
9 assim todos quatro tinham seus rostos e suas asas. Uniam-se
as suas asas uma à outra; não se viravam quando andavam;
10 cada qual andava diante do seu rosto. E a semelhança do
seu rosto era como o rosto de homem; e, à mão direita, todos
os quatro tinham rosto de leão, e, à mão esquerda, todos os
quatro tinham rosto de boi, e também rosto de águia, todos os
11 quatro. E o seu rosto e as suas asas eram separados em cima;
cada qual tinha duas asas juntas uma à outra, e duas cobriam
12 os corpos deles. E cada qual andava diante do seu rosto; para
onde o Espírito havia de ir, iam; não se viravam quando anda-
13 vam. E, quanto à semelhança dos animais, o seu parecer era
como brasas de fogo ardentes, como uma aparência de tochas;
o fogo corria por entre os animais, e o fogo resplandecia, e do
14 fogo saíam relâmpagos. E os animais corriam e tornavam, à
15 semelhança dos relâmpagos. E vi os animais; e eis que havia
1187 ezequiel 1. 16–28
uma roda na terra junto aos animais, para cada um dos seus
quatro rostos. O aspecto das rodas e a obra delas eram como 16
cor de turquesa; e as quatro tinham uma mesma semelhança;
e o seu aspecto e a sua obra eram como se estivera uma roda
no meio de outra roda. Andando elas, andavam pelos quatro 17
lados deles; não se viravam quando andavam. Essas rodas 18
eram tão altas, que metiam medo; e as quatro tinham as suas
cambas cheias de olhos ao redor. E, andando os animais, an- 19
davam as rodas ao pé deles; e, elevando-se os animais da terra,
elevavam-se também as rodas. Para onde o Espírito queria 20
ir, iam; pois o Espírito os impelia; e as rodas se elevavam de-
fronte deles, porque o Espírito da criatura vivente estava nas
rodas. Andando eles, andavam elas, e, parando eles, para- 21
vam elas, e, elevando-se eles da terra, elevavam-se também as
rodas defronte deles, porque o Espírito dos animais estava nas
rodas. E, sobre a cabeça dos animais, havia uma semelhança 22
de firmamentos, como um aspecto de cristal terrível, estendido
por cima, sobre a sua cabeça. E, debaixo do firmamento, es- 23
tavam as suas asas direitas, uma em direção à outra; cada um
tinha duas, que lhe cobriam o corpo de uma banda; e cada
um tinha outras duas, que o cobriam da outra banda. E, an- 24
dando eles, ouvi o ruído das suas asas, como o ruído de muitas
águas, como a voz do Onipotente, a voz de um estrondo, como
o estrépito de um exército; parando eles, abaixavam as suas
asas. E ouviu-se uma voz por cima do firmamento, que es- 25
tava por cima da sua cabeça; parando eles, abaixavam as suas
asas. E, por cima do firmamento, que estava por cima da sua 26
cabeça, havia uma semelhança de trono como de uma safira;
e, sobre a semelhança do trono, havia como que a semelhança
de um homem, no alto, sobre ele. E vi como a cor de âmbar, 27
como o aspecto do fogo pelo interior dele, desde a semelhança
dos seus lombos e daí para cima; e, desde a semelhança dos
seus lombos e daí para baixo, vi como a semelhança de fogo
e um resplendor ao redor dele. Como o aspecto do arco que 28
aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do res-
plendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória
do SENHOR; e, vendo isso, caí sobre o meu rosto e ouvi a voz
2. 1–3. 8 ezequiel 1188
de quem falava.
2 E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei con-
2 tigo. Então, entrou em mim o Espírito, quando falava comigo,
3 e me pôs em pé, e ouvi o que me falava. E disse-me: Filho do
homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que
se rebelaram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra
4 mim, até este mesmo dia. E os filhos são de semblante duro
e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim
5 diz o Senhor JEOVÁ. E eles, quer ouçam quer deixem de ou-
vir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no
6 meio deles um profeta. E tu, ó filho do homem, não os temas,
nem temas as suas palavras; ainda que sejam sarças e espinhos
para contigo, e tu habites com escorpiões, não temas as suas
palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque são casa
7 rebelde. Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam
8 quer deixem de ouvir, pois são rebeldes. Mas tu, ó filho do
homem, ouve o que eu te digo, não sejas rebelde como a casa
9 rebelde; abre a boca e come o que eu te dou. Então, vi, e eis
que uma mão se estendia para mim, e eis que nela estava um
10 rolo de livro. E estendeu-o diante de mim, e ele estava escrito
por dentro e por fora; e nele se achavam escritas lamentações,
e suspiros, e ais.
3 Depois, me disse: Filho do homem, come o que achares;
2 come este rolo, e vai, e fala à casa de Israel. Então, abri a
3 minha boca, e me deu a comer o rolo. E disse-me: Filho do
homem, dá de comer ao teu ventre e enche as tuas entranhas
deste rolo que eu te dou. Então, o comi, e era na minha boca
4 doce como o mel. E disse-me: Filho do homem, vai, e entra
5 na casa de Israel, e dize-lhe as minhas palavras. Porque tu
não és enviado a um povo de estranha fala, nem de língua
6 difícil, mas à casa de Israel; nem a muitos povos de estranha
fala e de língua difícil, cujas palavras não possas entender; se
7 eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos. Mas
a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não me
querem dar ouvidos a mim; porque toda a casa de Israel é
8 de rosto obstinado e dura de coração. Eis que fiz duro o
teu rosto contra o seu rosto, e forte a tua fronte contra a sua
1189 ezequiel 3. 9–24
do seu rosto.
Então, me levantou o Espírito, e me levou à porta oriental 11
da Casa do SENHOR, que olha para o oriente; e eis que esta-
vam à entrada da porta vinte e cinco homens; e no meio deles
vi a Jazanias, filho de Azur, e a Pelatias, filho de Benaías,
príncipes do povo. E disse-me: Filho do homem, estes são 2
os homens que pensam na perversidade e dão ímpio conselho
nesta cidade, os quais dizem: Não está próximo o tempo de 3
edificar casas; esta cidade é a panela, e nós, a carne. Portanto, 4
profetiza contra eles; profetiza, ó filho do homem. Caiu, pois, 5
sobre mim o Espírito do SENHOR e disse-me: Fala: Assim
diz o SENHOR: Assim tendes dito, ó casa de Israel; porque,
quanto às coisas que vos sobem ao espírito, eu as conheço.
Multiplicastes os vossos mortos nesta cidade e enchestes as 6
suas ruas de mortos. Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: 7
Vossos mortos que deitastes no meio dela são a carne, e ela é a
panela; a vós, porém, vos tirarei do meio dela. Temestes a es- 8
pada, e a espada trarei sobre vós, diz o Senhor JEOVÁ. E vos 9
farei sair do meio dela, e vos entregarei na mão de estranhos, e
exercerei os meus juízos entre vós. Caireis à espada; nos con- 10
fins de Israel vos julgarei, e sabereis que eu sou o SENHOR.
Esta cidade não vos servirá de panela, nem vós servireis de 11
carne no meio dela; nos confins de Israel vos julgarei. E sa- 12
bereis que eu sou o SENHOR, porque nos meus estatutos não
andastes, nem executastes os meus juízos; antes, fizestes con-
forme os juízos das nações que estão em redor de vós. E 13
aconteceu que, profetizando eu, morreu Pelatias, filho de Be-
naías; então, caí sobre o meu rosto, e clamei com grande voz,
e disse: Ah! Senhor JEOVÁ! Darás tu fim ao resto de Israel?
Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do 14, 15
homem, teus irmãos, os teus próprios irmãos, os homens de
teu parentesco, e toda a casa de Israel, todos eles são aque-
les a quem os habitantes de Jerusalém disseram: Apartai-vos
para longe do SENHOR; esta terra se nos deu em possessão.
Portanto, dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ainda que os lan- 16
cei para longe entre as nações e ainda que os espalhei pelas
terras, todavia, lhes servirei de santuário, por um pouco de
11. 17–12. 8 ezequiel 1200
17 tempo, nas terras para onde foram. Portanto, dize: Assim
diz o Senhor JEOVÁ: Hei de ajuntar-vos do meio dos povos, e
vos recolherei das terras para onde fostes lançados, e vos da-
18 rei a terra de Israel. E virão ali e tirarão dela todas as suas
19 coisas detestáveis e todas as suas abominações. E lhe darei
um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; e
tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei um cora-
20 ção de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem
os meus juízos, e os executem; e eles serão o meu povo, e eu
21 serei o seu Deus. Mas, quanto àqueles cujo coração andar
conforme o coração das suas coisas detestáveis e das suas abo-
minações, eu farei recair na sua cabeça o seu caminho, diz o
22 Senhor JEOVÁ. Então, os querubins elevaram as suas asas, e
as rodas as acompanhavam; e a glória do Deus de Israel estava
23 no alto, sobre eles. E a glória do SENHOR se alçou desde o
meio da cidade e se pôs sobre o monte que está ao oriente da
24 cidade. Depois, o Espírito me levantou e me levou em visão
à Caldéia, para os do cativeiro; e se foi de mim a visão que
25 eu tinha visto. E falei aos do cativeiro todas as coisas que o
SENHOR me tinha mostrado.
12, 2 E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do
homem, tu habitas no meio da casa rebelde, que tem olhos para
ver e não vê, e tem ouvidos para ouvir e não ouve; porque é
3 casa rebelde. Tu, pois, ó filho do homem, prepara mobília
para mudares de país e, de dia, muda de lugar à vista deles;
e do teu lugar mudarás para outro lugar à vista deles; bem
pode ser que reparem nisso, ainda que eles são casa rebelde.
4 À vista deles, pois, tirarás para fora, de dia, os teus trastes,
como para mudança; então, tu sairás de tarde à vista deles,
5 como quem sai mudando de lugar. Escava para ti, à vista
6 deles, a parede e tira-os para fora por ali. À vista deles, aos
ombros os levarás, e, às escuras, os tirarás, e cobrirás a face,
para que não vejas a terra; porque te dei por sinal maravilhoso
7 à casa de Israel. E fiz assim, como se me deu ordem: os meus
trastes tirei para fora, de dia, como para mudança; então, à
tarde escavei na parede com a mão; às escuras, os tirei para
8 fora e, aos ombros, os levei, à vista deles. E veio a mim a
1201 ezequiel 12. 9–25
nela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filhos nem filhas
livrariam, mas eles só ficariam livres. Ou se eu enviar a peste 19
sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue,
para arrancar dela homens e animais; ainda que Noé, Daniel 20
Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que não fez Sodoma, tua irmã, 48
ela e suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas. Eis que esta 49
foi a maldade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão
e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca
esforçou a mão do pobre e do necessitado. E se ensoberbe- 50
ceram e fizeram abominação diante de mim; pelo que as tirei
dali, vendo eu isso. Também Samaria não cometeu metade 51
de teus pecados; e multiplicaste as tuas abominações mais do
que elas e justificaste a tuas irmãs, com todas as abominações
que fizeste. Tu, pois, sofre a tua vergonha, tu que julgaste a 52
tuas irmãs, pelos teus pecados, que fizeste mais abomináveis
do que elas; mais justas são do que tu; envergonha-te logo
também e sofre a tua vergonha, pois justificaste a tuas irmãs.
Eu, pois, farei voltar os cativos deles, os cativos de Sodoma e 53
suas filhas, e os cativos de Samaria e suas filhas, e os cativos
do teu cativeiro entre eles; para que sofras a tua vergonha e 54
sejas envergonhada por tudo o que fizeste, dando-lhes tu con-
solação. Quando tuas irmãs, Sodoma e suas filhas, tornarem 55
ao seu primeiro estado, e Samaria e suas filhas tornarem ao
seu primeiro estado, também tu e tuas filhas tornareis ao vosso
primeiro estado. Nem mesmo Sodoma, tua irmã, foi menci- 56
onada pela tua boca, no dia das tuas soberbas, antes que se 57
descobrisse a tua maldade? Agora, te tornaste, como ela, ob-
jeto do desprezo das filhas da Síria e de todos os que estavam
ao redor dela, as filhas dos filisteus que te desprezavam em
redor. A tua perversidade e as tuas abominações tu levarás, 58
diz o Senhor JEOVÁ: Ide, sirva cada um aos seus ídolos, pois
que a mim me não quereis ouvir; mas não profaneis mais o
meu santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos.
Porque no meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o 40
dirás: Assim disse o Senhor JEOVÁ: Vivo eu, que os que es-
tiverem em lugares desertos cairão à espada, e o que estiver
sobre a face do campo, o entregarei à fera, para que o coma,
e os que estiverem em lugares fortes e em cavernas morrerão
de pestilência. E tornarei a terra em assolação e espanto, e 28
cessará a soberba da sua força; e os montes de Israel ficarão
tão assolados, que ninguém passará por eles. Então, saberão 29
que eu sou o SENHOR, quando eu tornar a terra em assolação
e espanto, por todas as abominações que cometeram. Quanto 30
a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo falam de ti junto
às paredes e nas portas das casas; e fala um com o outro, cada
um a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a
palavra que procede do SENHOR. E eles vêm a ti, como o 31
povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e
ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois lison-
jeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza.
E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção 32
de quem tem voz suave e que bem tange; porque ouvem as
tuas palavras, mas não as põem por obra. Mas, quando vier 33
isto (eis que está para vir), então, saberão que houve no meio
deles um profeta.
34. 1–15 ezequiel 1242
34, 2 E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do
homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize
aos pastores: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai dos pastores de
Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os
3 pastores as ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e
4 degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca
não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não
ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida
não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5 Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para
pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam.
6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e
por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espa-
lhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure,
7 nem quem as busque. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra
8 do SENHOR: Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, visto que as
minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de
pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus
pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam
9 a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, portanto,
10 ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Assim diz o Senhor
JEOVÁ: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as
minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as
ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as
minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto.
11 Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu, eu mesmo, pro-
12 curarei as minhas ovelhas e as buscarei. Como o pastor busca
o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas
dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar
de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nu-
13 vens e de escuridão. E as tirarei dos povos, e as farei vir dos
diversos países, e as trarei à sua terra, e as apascentarei nos
montes de Israel, junto às correntes e em todas as habitações
14 da terra. Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes
de Israel será a sua malhada; ali, se deitarão numa boa ma-
15 lhada e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. Eu
apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o
1243 ezequiel 34. 16–31
3
N o ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá,
veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém
e a sitiou. E o Senhor entregou nas suas mãos a
Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios
da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para
a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro do
seu deus. E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos,
que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real,
4 e dos nobres, jovens em quem não houvesse defeito algum,
formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e sá-
bios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem
habilidade para viver no palácio do rei, a fim de que fossem
5 ensinados nas letras e na língua dos caldeus. E o rei lhes
determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei
e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três
6 anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei. E
entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias,
7 Misael e Azarias. E o chefe dos eunucos lhes pôs outros no-
mes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de
Sadraque, e a Misael, o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-
8 Nego. E Daniel assentou no seu coração não se contaminar
com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia;
portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não
9 se contaminar. Ora, deu Deus a Daniel graça e misericórdia
10 diante do chefe dos eunucos. E disse o chefe dos eunucos a
Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou
a vossa comida e a vossa bebida; por que veria ele os vossos
rostos mais tristes do que os dos jovens que são vossos iguais?
11 Assim, arriscareis a minha cabeça para com o rei. Então,
disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia
12 constituído sobre Daniel, Hananias, Misael e Azarias: Expe-
rimenta, peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos
1273 daniel 1. 13–2. 8
P
G
eles. Eles irão com as suas ovelhas e com as suas vacas, para 6
buscarem o SENHOR, mas não o acharão: ele se retirou de-
les. Aleivosamente se houveram contra o SENHOR, porque 7
geraram filhos estranhos; agora, a lua nova os consumirá com
as suas porções. Tocai a buzina em Gibeá, a trombeta em 8
3
A s palavras de Amós, que estava entre os pastores de
Tecoa, o que ele viu a respeito de Israel, nos dias de
Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de
Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. E
disse: O SENHOR bramará de Sião e de Jerusalém dará a sua
voz; nas habitações dos pastores haverá pranto, e secar-se-á o
cume do Carmelo. Assim diz o SENHOR: Por três transgres-
sões de Damasco e por quatro, não retirarei o castigo, porque
4 trilharam a Gileade com trilhos de ferro. Por isso, porei fogo à
5 casa de Hazael, e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade. E
quebrarei o ferrolho de Damasco e exterminarei o morador de
Biqueate-Áven e ao que tem o cetro de Bete-Éden; e o povo da
6 Síria será levado em cativeiro a Quir, diz o SENHOR. Assim
diz o SENHOR: Por três transgressões de Gaza e por quatro,
não retirarei o castigo, porque levaram em cativeiro todos os
7 cativos para os entregarem a Edom. Por isso porei fogo ao
8 muro de Gaza, e ele consumirá os seus palácios. E extermi-
narei o morador de Asdode e o que tem o cetro de Asquelom
e tornarei a minha mão contra Ecrom; e o resto dos filisteus
9 perecerá, diz o Senhor JEOVÁ. Assim diz o SENHOR: Por
três transgressões de Tiro e por quatro, não retirarei o castigo,
porque entregaram todos os cativos a Edom e não se lembra-
10 ram da aliança dos irmãos. Por isso, porei fogo ao muro de
11 Tiro, e ele consumirá os seus palácios. Assim diz o SENHOR:
Por três transgressões de Edom e por quatro, não retirarei o
castigo, porque perseguiu a seu irmão à espada e baniu toda
a misericórdia; e a sua ira despedaça eternamente, e retém a
12 sua indignação para sempre. Por isso, porei fogo a Temã, e
13 ele consumirá os palácios de Bozra. Assim diz o SENHOR:
Por três transgressões dos filhos de Amom e por quatro, não
retirarei o castigo, porque fenderam as grávidas de Gileade,
14 para dilatarem os seus termos. Por isso, porei fogo ao muro
1317 amós 1. 15–2. 15
o Senhor JEOVÁ, pela sua santidade, que dias estão para vir
sobre vós, em que vos levarão com anzóis e a vossos descenden-
tes com anzóis de pesca. E saireis pelas brechas, uma após 3
outra, e vos lançareis para Hermom, disse o SENHOR. Vinde 4
a Betel e transgredi; a Gilgal, e multiplicai as transgressões;
e, cada manhã, trazei os vossos sacrifícios e, de três em três
dias, os vossos dízimos. E oferecei sacrifício de louvores do 5
que é levedado, e apregoai sacrifícios voluntários, e publicai-os;
porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o Senhor JEOVÁ.
Por isso, também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas 6
cidades e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo, não
vos convertestes a mim, disse o SENHOR. Além disso, retive 7
de vós a chuva, faltando ainda três meses para a ceifa; e fiz
chover sobre uma cidade e sobre outra cidade não fiz chover;
sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu,
se secou. E andaram errantes duas ou três cidades, indo a ou- 8
tra cidade, para beberem água, mas não se saciaram; contudo,
não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. Feri-vos com 9
queimadura e com ferrugem; a multidão das vossas hortas, e
das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas olivei-
ras foi comida pela locusta; contudo, não vos convertestes a
mim, disse o SENHOR. Enviei a peste contra vós, à maneira 10
do Egito; os vossos jovens matei à espada, e os vossos cava-
los deixei levar presos, e o fedor dos vossos exércitos fiz subir
ao vosso nariz; contudo, não vos convertestes a mim, disse o
SENHOR. Subverti alguns dentre vós, como Deus subverteu 11
a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um tição arrebatado
do incêndio; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SE-
NHOR. Portanto, assim te farei, ó Israel! E, porque isso te 12
farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus.
Porque é ele o que forma os montes, e cria o vento, e declara 13
ao homem qual é o seu pensamento, o que faz da manhã trevas
e pisa os altos da terra; SENHOR, o Deus dos Exércitos, é o
seu nome.
Ouvi esta palavra que levanto como uma lamentação sobre 5
vós, ó casa de Israel. A virgem de Israel caiu, nunca mais 2
5. 3–19 amós 1320
tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há
3 quem a levante. Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: A ci-
dade da qual saem mil conservará cem, e aquela da qual saem
4 cem conservará dez à casa de Israel. Porque assim diz o SE-
5 NHOR à casa de Israel: Buscai-me e vivei. Mas não busqueis
a Betel, nem venhais a Gilgal, nem passeis a Berseba, porque
Gilgal certamente será levado cativo, e Betel será desfeito em
6 nada. Buscai o SENHOR e vivei, para que não se lance na
casa de José como um fogo, e a consuma, e não haja em Be-
7 tel quem o apague. Vós que converteis o juízo em alosna e
8 deitais por terra a justiça, procurai o que faz o Sete-estrelo
e o Órion, e torna a sombra da noite em manhã, e escurece o
dia como a noite; o que chama as águas do mar e as derrama
9 sobre a terra; SENHOR é o seu nome. O que faz vir súbita
destruição sobre o forte, de sorte que vem a assolação contra
10 a fortaleza. Aborrecem na porta ao que os repreende e abo-
11 minam o que fala sinceramente. Portanto, visto que pisais
o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificareis casas de
pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis
12 plantareis, mas não bebereis do seu vinho. Porque sei que
são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos peca-
dos; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na
13 porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele
14 tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal,
para que vivais; e assim o SENHOR, o Deus dos Exércitos,
15 estará convosco, como dizeis. Aborrecei o mal, e amai o bem,
e estabelecei o juízo na porta; talvez o SENHOR, o Deus dos
16 Exércitos, tenha piedade do resto de José. Portanto, assim
diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, o Senhor: Em todas as
ruas haverá pranto, e em todos os bairros dirão: Ai! Ai! E
ao lavrador chamarão para choro e para pranto os que soube-
17 rem prantear. E em todas as vinhas haverá pranto; porque
18 passarei pelo meio de ti, diz o SENHOR. Ai daqueles que
desejam o dia do SENHOR! Para que quereis vós este dia do
19 SENHOR? Trevas será e não luz. Como se um homem fugisse
de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso ou como se,
entrando em uma casa, a sua mão encostasse à parede, e fosse
1321 amós 5. 20–6. 10
2
3
V isão de Obadias: Assim diz o Senhor JEOVÁ a res-
peito de Edom: Temos ouvido a pregação do SE-
NHOR, e foi enviado às nações um embaixador, di-
zendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para
a guerra. Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui
desprezado. A soberba do teu coração te enganou, como o
que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que diz
4 no seu coração: Quem me derribará em terra? Se te elevares
como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te der-
5 ribarei, diz o SENHOR. Se viessem a ti ladrões ou roubadores
de noite (como estás destruído!), não furtariam o que lhes bas-
tasse? Se a ti viessem os vindimadores, não deixariam alguns
6 cachos? Como foram buscados os bens de Esaú! Como foram
7 esquadrinhados os seus esconderijos! Todos os teus confede-
rados te levaram para fora dos teus limites; os que gozam da
tua paz te enganaram, prevaleceram contra ti; os que comem
o teu pão puseram debaixo de ti uma armadilha; não há em
8 Edom entendimento. E não acontecerá, naquele dia, diz o SE-
NHOR, que farei perecer os sábios de Edom e o entendimento
9 na montanha de Esaú? E os teus valentes, ó Temã, estarão
atemorizados, para que da montanha de Esaú seja cada um ex-
10 terminado pela matança. Por causa da violência feita a teu
irmão Jacó, cobrir-te-á a confusão, e serás exterminado para
11 sempre. No dia em que estiveste em frente dele, no dia em que
os forasteiros levavam cativo o seu exército, e os estranhos en-
travam pelas suas portas, e lançavam sortes sobre Jerusalém,
12 tu mesmo eras um deles. Mas tu não devias olhar para o dia
de teu irmão, no dia do seu desterro; nem alegrar-te sobre os
filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca, no
13 dia da angústia; nem entrar pela porta do meu povo, no dia
da sua calamidade; sim, tu não devias olhar, satisfeito, para o
seu mal, no dia da sua calamidade; nem estender as tuas mãos
1327 obadias 1. 14–21
1
2
3
4
P alavra do SENHOR que veio a Miquéias, morastita,
nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a
qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém. Ouvi, todos
os povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude, e
seja o Senhor JEOVÁ testemunha contra vós, o Senhor, desde
o templo da sua santidade. Porque eis que o SENHOR sai do
seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da terra. E os
montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como
a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam em um
5 abismo. Tudo isso por causa da prevaricação de Jacó e dos
pecados da casa de Israel; qual é a transgressão de Jacó? Não
6 é Samaria? E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém? Por
isso, farei de Samaria um montão de pedras do campo, uma
terra de plantar vinhas, e farei rebolar as suas pedras no vale,
7 e descobrirei os seus fundamentos. E todas as suas imagens
de escultura serão despedaçadas, e todos os seus salários serão
queimados pelo fogo, e de todos os seus ídolos eu farei uma
assolação, porque do preço de sua prostituição os ajuntou, e
8 em recompensa de prostituta se volverão. Por isso, lamen-
tarei, e uivarei, e andarei despojado e nu; farei lamentação
9 como de dragões e pranto como de avestruzes. Porque a sua
chaga é incurável, porque chegou até Judá; estendeu-se até à
10 porta do meu povo, até Jerusalém. Não o anuncieis em Gate,
11 nem choreis muito; revolve-te no pó, em Bete-Leafra. Passa,
ó moradora de Safir, com nudez vergonhosa; a moradora de
Zaanã não saiu; o pranto de Bete-Ezel receberá de vós a sua
12 morada. Porque a moradora de Marote teve dor pelo bem;
porque desceu do SENHOR o mal até à porta de Jerusalém.
13 Ata os animais ligeiros ao carro, ó moradora de Laquis (esta
foi o princípio do pecado para a filha de Sião), porque em ti se
14 acharam as transgressões de Israel. Por isso, darás presentes
a Moresete-Gate; as casas de Aczibe serão uma mentira para
1333 miquéias 1. 15–2. 13
P
G
O
G
P
G
N
G
N
G
1
2
3
4
P eso da palavra do SENHOR contra Israel, pelo minis-
tério de Malaquias. Eu vos amei, diz o SENHOR;
mas vós dizeis: Em que nos amaste? Não foi Esaú
irmão de Jacó? – disse o SENHOR; todavia amei a
Jacó e aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação
e dei a sua herança aos dragões do deserto. Ainda que Edom
diga: Empobrecidos somos, porém tornaremos a edificar os lu-
gares desertos, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edifi-
carão, e eu destruirei, e lhes chamarão Termo-de-Impiedade e
5 Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre. E
os vossos olhos o verão, e direis: O SENHOR seja engran-
6 decido desde os termos de Israel. O filho honrará o pai, e
o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha
honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? – diz
o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais
o meu nome e dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?
7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e dizeis: Em que te
havemos profanado? Nisto, que dizeis: A mesa do SENHOR é
8 desprezível. Porque, quando trazeis animal cego para o sacri-
ficardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo,
não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado
em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? – diz o SENHOR dos
9 Exércitos. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, e ele terá
piedade de nós; isto veio da vossa mão; aceitará ele a vossa
10 pessoa? – diz o SENHOR dos Exércitos. Quem há também
entre vós que feche as portas e não acenda debalde o fogo do
meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos
11 Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oblação. Mas, desde
o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações
o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome in-
censo e uma oblação pura; porque o meu nome será grande
12 entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos. Mas vós o
1369 malaquias 1. 13–2. 12
L
G
vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar
já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o 29
teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe
de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do
que todo o teu corpo seja lançado no inferno. E, se a tua 30
mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti,
porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que
todo o teu corpo seja lançado no inferno. Também foi dito: 31
Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite.
Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a 32
não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adulté-
rio; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, 33
mas cumprirás teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos 34
digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é
o trono de Deus, nem pela terra, porque é o escabelo de seus 35
pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei,
nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um ca- 36
belo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; 37
não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.
Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, 38, 39
porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te
bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que 40
quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe tam-
bém a capa; e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, 41
vai com ele duas. Dá a quem te pedir e não te desvies daquele 42
que quiser que lhe emprestes. Ouvistes que foi dito: Amarás 43
o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos 44
digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem,
fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam
e vos perseguem, para que sejais filhos do Pai que está nos 45
céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons
e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os 46
que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos
também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos ir- 47
mãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também
assim? Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, 48
6. 1–19 mateus 1380
que está nos céus.
6 Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens,
para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de
2 vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola,
não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipó-
critas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos
homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu ga-
3 lardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão
4 esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola seja
dada ocultamente, e teu Pai, que vê em secreto, te recom-
5 pensará publicamente. E, quando orares, não sejas como os
hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas
e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em
6 verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu,
quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o
7 que está oculto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs
repetições, como os gentios, que pensam que, por muito fala-
8 rem, serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles, porque
vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedir-
9 des. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos
10 céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja
11 feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso
12 de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim
13 como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos indu-
zas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e
14 o poder, e a glória, para sempre. Amém! Porque, se perdo-
ardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial
15 vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens
as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas
16 ofensas. E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados
como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que aos
homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já re-
17 ceberam o seu galardão. Porém tu, quando jejuares, unge
18 a cabeça e lava o rosto, para não pareceres aos homens que
jejuas, mas sim a teu Pai, que está oculto; e teu Pai, que vê o
19 que está oculto, te recompensará. Não ajunteis tesouros na
1381 mateus 6. 20–7. 3
Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes 22
sete. Por isso, o Reino dos céus pode comparar-se a um certo 23
rei que quis fazer contas com os seus servos; e, começando a 24
fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil ta-
lentos. E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou 25
que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo
quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então, aquele 26
servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê gene-
roso para comigo, e tudo te pagarei. Então, o senhor daquele 27
servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a
dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus 28
conservos que lhe devia cem dinheiros e, lançando mão dele,
sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu 29
companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo:
Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não 30
quis; antes, foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.
Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram- 31
se muito e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.
Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: 32
Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me su-
plicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu 33
companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, 34
indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até
que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também meu 35
Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu
irmão, as suas ofensas.
E aconteceu que, concluindo Jesus esses discursos, saiu da 19
Galiléia e dirigiu-se aos confins da Judéia, além do Jordão. E 2
seguiram-no muitas gentes e curou-as ali. Então, chegaram 3
ao pé dele os fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao ho-
mem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Ele, porém, 4
respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o
Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o 5
homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa
só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Por- 6
tanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. Disseram-lhe 7
eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio
19. 8–27 mateus 1404
8 e repudiá-la? Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do
vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao
9 princípio, não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer
que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostitui-
ção, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com
10 a repudiada também comete adultério. Disseram-lhe seus
discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à
11 mulher, não convém casar. Ele, porém, lhes disse: Nem to-
dos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi
12 concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre
da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e
há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino
13 dos céus. Quem pode receber isso, que o receba. Trouxeram-
lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos
14 e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém,
disse: Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim,
15 porque dos tais é o Reino dos céus. E, tendo-lhes imposto
16 as mãos, partiu dali. E eis que, aproximando-se dele um jo-
vem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a
17 vida eterna? E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não
há bom, senão um só que é Deus. Se queres, porém, entrar
18 na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E
Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furta-
19 rás, não dirás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe, e
20 amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem:
Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me
21 falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende
tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu;
22 e vem e segue-me. E o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-
23 se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse, então,
Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil
24 entrar um rico no Reino dos céus. E outra vez vos digo que
é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do
25 que entrar um rico no Reino de Deus. Os seus discípulos, ou-
vindo isso, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá, pois,
26 salvar-se? E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens
27 é isso impossível, mas a Deus tudo é possível. Então, Pedro,
1405 mateus 19. 28–20. 16
P
G
diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o
mar lhe obedecem?
E chegaram à outra margem do mar, à província dos gada- 5
renos. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, 2
dos sepulcros, um homem com espírito imundo, o qual tinha 3
a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia
alguém prender. Porque, tendo sido muitas vezes preso com 4
grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços,
e os grilhões, em migalhas, e ninguém o podia amansar. E 5
andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e
pelos sepulcros e ferindo-se com pedras. E, quando viu Jesus 6
ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, 7
disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?
Conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe 8
dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) E perguntou-lhe: 9
Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu
nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não 10
enviasse para fora daquela província. E andava ali pastando 11
no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles 12
demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles por-
cos, para que entremos neles. E Jesus logo lho permitiu. E, 13
saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a ma-
nada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase
dois mil) e afogou-se no mar. E os que apascentavam os por- 14
cos fugiram e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram
muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido. E foram 15
ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião,
assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram. E os que 16
aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao ende-
moninhado e acerca dos porcos. E começaram a rogar-lhe 17
que saísse do seu território. E, entrando ele no barco, rogava- 18
lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele.
Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua 19
casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor
te fez e como teve misericórdia de ti. E ele foi e começou a 20
anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera;
e todos se maravilhavam. E, passando Jesus outra vez num 21
5. 22–43 marcos 1434
barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma grande multidão;
22 e ele estava junto do mar. E eis que chegou um dos princi-
pais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos
23 seus pés e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está mori-
bunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que
24 sare e viva. E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão,
25 que o apertava. E certa mulher, que havia doze anos tinha
26 um fluxo de sangue, e que havia padecido muito com muitos
médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aprovei-
27 tando isso, antes indo a pior, ouvindo falar de Jesus, veio por
28 detrás, entre a multidão, e tocou na sua vestimenta. Porque
29 dizia: Se tão-somente tocar nas suas vestes, sararei. E logo se
lhe secou a fonte do seu sangue, e sentiu no seu corpo estar já
30 curada daquele mal. E logo Jesus, conhecendo que a virtude
de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão e disse: Quem
31 tocou nas minhas vestes? E disseram-lhe os seus discípulos:
32 Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou? E ele
33 olhava em redor, para ver a que isso fizera. Então, a mulher,
que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo,
aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a ver-
34 dade. E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê
35 curada deste teu mal. Estando ele ainda falando, chegaram
alguns do principal da sinagoga, a quem disseram: A tua filha
36 está morta; para que enfadas mais o Mestre? E Jesus, tendo
ouvido essas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não te-
37 mas, crê somente. E não permitiu que alguém o seguisse, a
38 não ser Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago. E, tendo
chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço e os
39 que choravam muito e pranteavam. E, entrando, disse-lhes:
Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta,
40 mas dorme. E riam-se dele; porém ele, tendo-os feito sair,
tomou consigo o pai e a mãe da menina e os que com ele es-
41 tavam e entrou onde a menina estava deitada. E, tomando
a mão da menina, disse-lhe: Talitá cumi, que, traduzido, é:
42 Menina, a ti te digo: levanta-te. E logo a menina se levan-
tou e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com
43 grande espanto. E mandou-lhes expressamente que ninguém
1435 marcos 6. 1–20
que seja, porque não olhas a aparência dos homens, antes, com
verdade, ensinas o caminho de Deus. É lícito pagar tributo a
César ou não? Pagaremos ou não pagaremos? Então, ele, 15
conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais?
Trazei-me uma moeda, para que a veja. E eles lha trouxeram. 16
E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe
disseram: De César. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai, 17
pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus.
E maravilharam-se dele. Então, os saduceus, que dizem que 18
não há ressurreição, aproximaram-se dele e perguntaram-lhe,
dizendo: Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o ir- 19
mão de alguém, e deixasse mulher, e não deixasse filhos, seu
irmão tomasse a mulher dele e suscitasse descendência a seu
irmão. Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou mulher e 20
morreu sem deixar descendência; e o segundo também a to- 21
mou, e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro, da
mesma maneira. E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem 22
deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu
também a mulher. Na ressurreição, pois, quando ressuscita- 23
rem, de qual destes será a mulher? Porque os sete a tiveram
por mulher. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura, 24
não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o
poder de Deus? Porquanto, quando ressuscitarem dos mor- 25
tos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como
os anjos nos céus. E, acerca dos mortos que houverem de res- 26
suscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe
falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus
de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é de mortos, mas 27
sim é Deus de vivos. Por isso, vós errais muito. Aproximou-se 28
dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar e, sabendo
que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o pri-
meiro de todos os mandamentos? E Jesus respondeu-lhe: O 29
primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor,
nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu 30
Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro
mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás 31
12. 32–13. 5 marcos 1450
o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento
32 maior do que estes. E o escriba lhe disse: Muito bem, Mes-
tre, e com verdade disseste que há um só Deus e que não há
33 outro além dele; e que amá-lo de todo o coração, e de todo o
entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças e amar o
próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e
34 sacrifícios. E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente,
disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. E já ninguém
35 ousava perguntar-lhe mais nada. E, falando Jesus, dizia, en-
sinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é
36 Filho de Davi? O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O
Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até
37 que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. Pois,
se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E
38 a grande multidão o ouvia de boa vontade. E, ensinando-os,
dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com
39 vestes compridas, e das saudações nas praças, e das primei-
ras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias;
40 que devoram as casas das viúvas e isso, com pretexto de largas
41 orações. Estes receberão mais grave condenação. E, estando
Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a ma-
neira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro;
42 e muitos ricos depositavam muito. Vindo, porém, uma po-
bre viúva, depositou duas pequenas moedas, que valiam cinco
43 réis. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade
vos digo que esta pobre viúva depositou mais do que todos
44 os que depositaram na arca do tesouro; porque todos ali de-
positaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza,
depositou tudo o que tinha, todo o seu sustento.
13 E, saindo ele do templo, disse-lhe um dos seus discípulos:
2 Mestre, olha que pedras e que edifícios! E, respondendo Jesus,
disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre
3 pedra que não seja derribada. E, assentando-se ele no monte
das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, e Tiago, e João, e
4 André lhe perguntaram em particular: Dize-nos quando se-
rão essas coisas e que sinal haverá quando todas elas estiverem
5 para se cumprir. E Jesus, respondendo-lhes, começou a dizer:
1451 marcos 13. 6–25
gado, também o que ela fez será contado para sua memória.
E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos 10
sacerdotes para lho entregar. E eles, ouvindo- o, alegraram-se 11
e prometeram dar-lhe dinheiro; e buscava como o entregaria
em ocasião oportuna. E, no primeiro dia da Festa dos Pães 12
Asmos, quando sacrificavam a Páscoa, disseram-lhe os discípu-
los: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comer
a Páscoa? E enviou dois dos seus discípulos e disse-lhes: Ide 13
à cidade, e um homem que leva um cântaro de água vos en-
contrará; segui-o. E, onde quer que entrar, dizei ao senhor 14
da casa: O Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de
comer a Páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará 15
um grande cenáculo mobilado e preparado; preparai-a ali. E, 16
saindo os seus discípulos, foram à cidade, e acharam como
lhes tinha dito, e prepararam a Páscoa. E, chegada a tarde, 17
foi com os doze. E, quando estavam assentados a comer, 18
disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo
come, há de trair-me. E eles começaram a entristecer-se e 19
a dizer-lhe um após outro: Porventura, sou eu, Senhor? E
outro: Porventura, sou eu, Senhor? Mas ele, respondendo, 20
T
G
disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm au-
toridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis 26
vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem
governa, como quem serve. Pois qual é maior: quem está à 27
mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa?
Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve. E vós sois 28
os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações. E 29
eu vos destino o Reino, como meu Pai mo destinou, para que 30
comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos assenteis
sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel. Disse também 31
o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos
cirandar como trigo. Mas eu roguei por ti, para que a tua 32
fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus
irmãos. E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até 33
à prisão e à morte. Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não 34
cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conhe-
ces. E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje ou 35
sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Eles respon-
deram: Nada. Disse-lhes, pois: Mas, agora, aquele que tiver 36
bolsa, tome- a, como também o alforje; e o que não tem es-
pada, venda a sua veste e compre-a; porquanto vos digo que 37
importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com
os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim
terá cumprimento. E eles disseram: Senhor, eis aqui duas 38
espadas. E ele lhes disse: Basta. E, saindo, foi, como costu- 39
mava, para o monte das Oliveiras; e também os seus discípulos
o seguiram. E, quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, 40
para que não entreis em tentação. E apartou-se deles cerca de 41
um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, 42
se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a mi-
nha vontade, mas a tua. E apareceu-lhe um anjo do céu, que 43
o confortava. E, posto em agonia, orava mais intensamente. 44
E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam
até ao chão. E, levantando-se da oração, foi ter com os seus 45
discípulos e achou-os dormindo de tristeza. E disse-lhes: Por 46
que estais dormindo? Levantai-vos, e orai para que não entreis
em tentação. E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multi- 47
22. 48–70 lucas 1510
dão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela e
48 chegou-se a Jesus para o beijar. E Jesus lhe disse: Judas, com
49 um beijo trais o Filho do Homem? E, vendo os que estavam
com ele o que ia suceder, disseram-lhe: Senhor, feriremos à
50 espada? E um deles feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-
51 lhe a orelha direita. E, respondendo Jesus, disse: Deixai-os;
52 basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou. E disse Jesus aos
principais dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos que
tinham ido contra ele: Saístes com espadas e porretes, como
53 para deter um salteador? Tenho estado todos os dias con-
vosco no templo e não estendestes as mãos contra mim, mas
54 esta é a vossa hora e o poder das trevas. Então, prendendo-o,
o levaram e o meteram em casa do sumo sacerdote. E Pedro
55 seguia-o de longe. E, havendo-se acendido fogo no meio do
pátio, estando todos sentados, assentou-se Pedro entre eles.
56 E como certa criada, vendo-o estar assentado ao fogo, pusesse
57 os olhos nele, disse: Este também estava com ele. Porém ele
58 negou-o, dizendo: Mulher, não o conheço. E, um pouco de-
pois, vendo-o outro, disse: Tu és também deles. Mas Pedro
59 disse: Homem, não sou. E, passada quase uma hora, um ou-
tro afirmava, dizendo: Também este verdadeiramente estava
60 com ele, pois também é galileu. E Pedro disse: Homem, não
sei o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo.
61 E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se
da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: Antes que o galo
62 cante hoje, me negarás três vezes. E, saindo Pedro para fora,
63 chorou amargamente. E os homens que detinham Jesus zom-
64 bavam dele, ferindo-o. E, vendando-lhe os olhos, feriam-no
no rosto e perguntavam-lhe, dizendo: Profetiza-nos: quem é
65 que te feriu? E outras muitas coisas diziam contra ele, blasfe-
66 mando. E logo que foi dia, ajuntaram-se os anciãos do povo,
e os principais dos sacerdotes, e os escribas, e o conduziram
67 ao seu concílio, e lhe perguntaram: Se tu és o Cristo, dize-
68 nos. Ele replicou: Se vo-lo disser, não o crereis; e também, se
69 vos perguntar, não me respondereis, nem me soltareis. Desde
agora, o Filho do Homem se assentará à direita do poder de
70 Deus. E disseram todos: Logo, és tu o Filho de Deus? E ele
1511 lucas 22. 71–23. 21
N
G
dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; 51
se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu
der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Dis- 52
putavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar
este a sua carne a comer? Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, 53
na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do
Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós
mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue 54
tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último Dia. Por- 55
que a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue
verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe 56
o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o 57
Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de
mim se alimenta também viverá por mim. Este é o pão que 58
desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o
maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.
Ele disse essas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarnaum. 59
Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro 60
é este discurso; quem o pode ouvir? Sabendo, pois, Jesus em 61
si mesmo que os seus discípulos murmuravam a respeito disso,
disse-lhes: Isto vos escandaliza? Que seria, pois, se vísseis su- 62
bir o Filho do Homem para onde primeiro estava? O espírito 63
é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que
eu vos disse são espírito e vida. Mas há alguns de vós que 64
não crêem. Porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem
eram os que não criam e quem era o que o havia de entregar.
E dizia: Por isso, eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se 65
por meu Pai lhe não for concedido. Desde então, muitos dos 66
seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele.
Então, disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? 67
Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos 68
nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e 69
conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe 70
Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo.
E isso dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão, porque este 71
o havia de entregar, sendo um dos doze.
E, depois disso, Jesus andava pela Galiléia e já não que- 7
7. 2–24 joão 1530
2 ria andar pela Judéia, pois os judeus procuravam matá-lo. E
estava próxima a festa dos judeus chamada de Festa dos Ta-
3 bernáculos. Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui e vai
para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as
4 obras que fazes. Porque não há ninguém que procure ser
conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes essas coi-
5 sas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo seus irmãos
6 criam nele. Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o
7 meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto. O mundo
não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele
8 testifico que as suas obras são más. Subi vós a esta festa; eu
não subo ainda a esta festa, porque ainda o meu tempo não
9 está cumprido. E, havendo-lhes dito isso, ficou na Galiléia.
10 Mas, quando seus irmãos já tinham subido à festa, então, su-
biu ele também não manifestamente, mas como em oculto.
11 Ora, os judeus procuravam-no na festa e diziam: Onde está
12 ele? E havia grande murmuração entre a multidão a respeito
dele. Diziam alguns: Ele é bom. E outros diziam: Não; antes,
13 engana o povo. Todavia, ninguém falava dele abertamente,
14 por medo dos judeus. Mas, no meio da festa, subiu Jesus
15 ao templo e ensinava. E os judeus maravilhavam-se, dizendo:
16 Como sabe este letras, não as tendo aprendido? Jesus respon-
deu e disse-lhes: A minha doutrina não é minha, mas daquele
17 que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela
mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se eu falo de
18 mim mesmo. Quem fala de si mesmo busca a sua própria
glória, mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse
19 é verdadeiro, e não há nele injustiça. Não vos deu Moisés a
lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-
20 me? A multidão respondeu e disse: Tens demônio; quem
21 procura matar-te? Respondeu Jesus e disse-lhes: Fiz uma
22 obra, e todos vos maravilhais. Pelo motivo de que Moisés
vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais),
23 no sábado circuncidais um homem. Se o homem recebe a
circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja que-
brantada, indignais-vos contra mim, porque, no sábado, curei
24 de todo um homem? Não julgueis segundo a aparência, mas
1531 joão 7. 25–45
pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é
ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o 2
pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem 3
a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para
fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante de- 4
las, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas, 5
de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, por-
que não conhecem a voz dos estranhos. Jesus disse-lhes esta 6
parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.
Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu 7
sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim 8
são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. Eu 9
sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e
sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, 10
a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham
com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a 11
sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, que não é pastor, 12
de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e
foge; e o lobo as arrebata e dispersa. Ora, o mercenário foge, 13
porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou 14
o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou
conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também 15
eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda 16
tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me
convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um
rebanho e um Pastor. Por isso, o Pai me ama, porque dou a 17
minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, 18
mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder
para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai.
Tornou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa dessas 19
palavras. E muitos deles diziam: Tem demônio e está fora 20
de si; por que o ouvis? Diziam outros: Estas palavras não 21
são de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir
os olhos aos cegos? E em Jerusalém havia a Festa da Dedica- 22
ção, e era inverno. E Jesus passeava no templo, no alpendre 23
de Salomão. Rodearam-no, pois, os judeus e disseram-lhe: 24
Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo,
10. 25–11. 6 joão 1538
25 dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo- lo te-
nho dito, e não o credes. As obras que eu faço em nome de meu
26 Pai, essas testificam de mim. Mas vós não credes, porque não
27 sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas
ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;
28 e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém
29 as arrebatará das minhas mãos. Meu Pai, que mas deu, é
maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de
30, 31 meu Pai. Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram, então,
32 outra vez, em pedras para o apedrejarem. Respondeu-lhes
Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de
33 meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais? Os judeus res-
ponderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra
boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes
34 Deus a ti mesmo. Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito
35 na vossa lei: Eu disse: sois deuses? Pois, se a lei chamou
deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Es-
36 critura não pode ser anulada), àquele a quem o Pai santificou
e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou
37 Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me
38 acrediteis. Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas
obras, para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim,
39 e eu, nele. Procuravam, pois, prendê-lo outra vez, mas ele
40 escapou de suas mãos, e retirou-se outra vez para além do
Jordão, para o lugar onde João tinha primeiramente batizado,
41 e ali ficou. E muitos iam ter com ele e diziam: Na verdade,
João não fez sinal algum, mas tudo quanto João disse deste
42 era verdade. E muitos ali creram nele.
11 Estava, então, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia
2 de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que ti-
nha ungido o Senhor com ungüento e lhe tinha enxugado os
pés com os seus cabelos, cujo irmão, Lázaro, estava enfermo.
3 Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está
4 enfermo aquele que tu amas. E Jesus, ouvindo isso, disse:
Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus,
5 para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. Ora, Je-
6 sus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Ouvindo, pois,
1539 joão 11. 7–32
que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava.
Depois disso, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para 7
a Judéia. Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os 8
judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá? Jesus res- 9
pondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia,
não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas, se andar de 10
noite, tropeça, porque nele não há luz. Assim falou e, depois, 11
disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo
do sono. Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, 12
estará salvo. Mas Jesus dizia isso da sua morte; eles, porém, 13
cuidavam que falava do repouso do sono. Então, Jesus disse- 14
lhes claramente: Lázaro está morto, e folgo, por amor de vós, 15
de que eu lá não estivesse, para que acrediteis. Mas vamos ter
com ele. Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípu- 16
los: Vamos nós também, para morrermos com ele. Chegando, 17
pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na se-
pultura. (Ora, Betânia distava de Jerusalém quase quinze 18
estádios.) E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta 19
e a Maria, acerca de seu irmão. Ouvindo, pois, Marta que Je- 20
sus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada
em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses 21
aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também, agora, sei 22
que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. Disse-lhe 23
Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei 24
que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia. Disse- 25
lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê 26
em mim nunca morrerá. Crês tu isso? Disse-lhe ela: Sim, 27
Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia
de vir ao mundo. E, dito isso, partiu e chamou em segredo 28
a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está aqui e chama-te.
Ela, ouvindo isso, levantou-se logo e foi ter com ele. (Ainda 29, 30
Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde
Marta o encontrara.) Vendo, pois, os judeus que estavam 31
com ela em casa e a consolavam que Maria apressadamente se
levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para
chorar ali. Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava 32
11. 33–54 joão 1540
e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu
33 estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus, pois,
quando a viu chorar e também chorando os judeus que com
34 ela vinham, moveu-se muito em espírito e perturbou-se. E
35 disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem e vê. Je-
36 sus chorou. Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava.
37 E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao
38 cego, fazer também com que este não morresse? Jesus, pois,
movendo-se outra vez muito em si mesmo, foi ao sepulcro; e era
39 uma caverna e tinha uma pedra posta sobre ela. Disse Jesus:
Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já
40 cheira mal, porque é já de quatro dias. Disse-lhe Jesus: Não
41 te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram,
pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse:
42 Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que
sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que
43 está ao redor, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo
44 dito isso, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora. E
o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e
o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e
45 deixai-o ir. Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo
a Maria e que tinham visto o que Jesus fizera creram nele.
46 Mas alguns deles foram ter com os fariseus e disseram-lhes o
47 que Jesus tinha feito. Depois, os principais dos sacerdotes e
os fariseus formaram conselho e diziam: Que faremos? Por-
48 quanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim,
todos crerão nele, e virão os romanos e tirar-nos-ão o nosso
49 lugar e a nação. E Caifás, um deles, que era sumo sacerdote
50 naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, nem considerais
que nos convém que um homem morra pelo povo e que não
51 pereça toda a nação. Ora, ele não disse isso de si mesmo,
mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Je-
52 sus devia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas
também para reunir em um corpo os filhos de Deus que anda-
53 vam dispersos. Desde aquele dia, pois, consultavam-se para
54 o matarem. Jesus, pois, já não andava manifestamente entre
os judeus, mas retirou-se dali para a terra junto do deserto,
1541 joão 11. 55–12. 17
F
G
que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não
vendo ninguém. E Saulo levantou-se da terra e, abrindo os 8
olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o condu-
ziram a Damasco. E esteve três dias sem ver, e não comeu, 9
nem bebeu. E havia em Damasco um certo discípulo cha- 10
mado Ananias. E disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E
ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor! E disse- lhe o Senhor: 11
Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa
de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que
ele está orando; e numa visão ele viu que entrava um homem 12
chamado Ananias e punha sobre ele a mão, para que tornasse
a ver. E respondeu Ananias: Senhor, de muitos ouvi acerca 13
deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Je-
rusalém; e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para 14
prender a todos os que invocam o teu nome. Disse-lhe, po- 15
rém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido
para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos
filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo 16
meu nome. E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe 17
as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu
no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver
e sejas cheio do Espírito Santo. E logo lhe caíram dos olhos 18
como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-
se, foi batizado. E, tendo comido, ficou confortado. E esteve 19
Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco.
E logo, nas sinagogas, pregava a Jesus, que este era o Filho 20
de Deus. Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: 21
Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este
nome e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais
dos sacerdotes? Saulo, porém, se esforçava muito mais e con- 22
fundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que
aquele era o Cristo. E, tendo passado muitos dias, os judeus 23
tomaram conselho entre si para o matar. Mas as suas ciladas 24
vieram ao conhecimento de Saulo; e, como eles guardavam as
portas, tanto de dia como de noite, para poderem tirar-lhe a
vida, tomando-o de noite os discípulos, o desceram, dentro 25
de um cesto, pelo muro. E, quando Saulo chegou a Jerusa- 26
9. 27–10. 2 atos 1576
lém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam,
27 não crendo que fosse discípulo. Então, Barnabé, tomando-o
consigo, o trouxe aos apóstolos e lhes contou como no cami-
nho ele vira ao Senhor, e este lhe falara, e como em Damasco
28 falara ousadamente no nome de Jesus. E andava com eles
29 em Jerusalém, entrando e saindo. E falava ousadamente no
nome de Jesus. Falava e disputava também contra os gregos,
30 mas eles procuravam matá-lo. Sabendo- o, porém, os irmãos,
31 o acompanharam até Cesaréia e o enviaram a Tarso. Assim,
pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham
paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor
32 do Senhor e na consolação do Espírito Santo. E aconteceu
que, passando Pedro por toda parte, veio também aos santos
33 que habitavam em Lida. E achou ali certo homem chamado
Enéias, jazendo numa cama havia oito anos, o qual era para-
34 lítico. E disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te dá saúde;
35 levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou. E viram-no
todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se conver-
36 teram ao Senhor. E havia em Jope uma discípula chamada
Tabita, que, traduzido, se diz Dorcas. Esta estava cheia de
37 boas obras e esmolas que fazia. E aconteceu, naqueles dias,
que, enfermando ela, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram
38 num quarto alto. E, como Lida era perto de Jope, ouvindo
os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois varões,
39 rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles. E,
levantando-se Pedro, foi com eles. Quando chegou, o levaram
ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mos-
trando as túnicas e vestes que Dorcas fizera quando estava com
40 elas. Mas Pedro, fazendo- as sair a todas, pôs-se de joelhos
e orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te.
41 E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se. E ele,
dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viú-
42 vas, apresentou-lha viva. E foi isto notório por toda a Jope, e
43 muitos creram no Senhor. E ficou muitos dias em Jope, com
um certo Simão, curtidor.
10 E havia em Cesaréia um varão por nome Cornélio, centu-
2 rião da coorte chamada Italiana, piedoso e temente a Deus,
1577 atos 10. 3–22
tinha por costume, foi ter com eles e, por três sábados, dis-
putou com eles sobre as Escrituras, expondo e demonstrando 3
que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mor-
tos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo. E 4
alguns deles creram e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e tam-
bém uma grande multidão de gregos religiosos e não poucas
mulheres distintas. Mas os judeus desobedientes, movidos 5
de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos dentre
os vadios, e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e, as-
saltando a casa de Jasom, procuravam tirá-los para junto do
povo. Porém, não os achando, trouxeram Jasom e alguns 6
irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Es-
tes que têm alvoroçado o mundo chegaram também aqui, os 7
quais Jasom recolheu. Todos estes procedem contra os decre-
tos de César, dizendo que há outro rei, Jesus. E alvoroçaram 8
a multidão e os principais da cidade, que ouviram estas coisas.
Tendo, porém, recebido satisfação de Jasom e dos demais, os 9
soltaram. E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a 10
Beréia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. Ora, 11
estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica,
porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada
dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que 12
creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe no-
bre, e não poucos varões. Mas, logo que os judeus de Tessalô- 13
nica souberam que a palavra de Deus também era anunciada
por Paulo em Beréia, foram lá e excitaram as multidões. No 14
mesmo instante, os irmãos mandaram a Paulo que fosse até ao
mar, mas Silas e Timóteo ficaram ali. E os que acompanha- 15
vam Paulo o levaram até Atenas e, recebendo ordem para que
Silas e Timóteo fossem ter com ele o mais depressa possível,
partiram. E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu 16
espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue
à idolatria. De sorte que disputava na sinagoga com os judeus 17
e religiosos e, todos os dias, na praça, com os que se apresenta-
vam. E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam 18
com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros:
Parece que é pregador de deuses estranhos. Porque lhes anun-
17. 19–18. 1 atos 1592
19 ciava a Jesus e a ressurreição. E, tomando-o, o levaram ao
Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é
20 essa de que falas? Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvi-
21 dos; queremos, pois, saber o que vem a ser isso. (Pois todos
os atenienses e estrangeiros residentes de nenhuma outra coisa
22 se ocupavam senão de dizer e ouvir alguma novidade.) E,
estando Paulo no meio do Areópago, disse: Varões atenienses,
23 em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque, passando
eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em
que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois,
24 que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio. O
Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu
e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens.
25 Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que ne-
cessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos
26 a vida, a respiração e todas as coisas; e de um só fez toda a
geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra,
determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da
27 sua habitação, para que buscassem ao Senhor, se, porventura,
tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada
28 um de nós; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos,
como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos
29 também sua geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não
havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro,
ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação
30 dos homens. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da
ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar,
31 que se arrependam, porquanto tem determinado um dia em
que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que
destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mor-
32 tos. E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns
escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra
33, 34 vez. E assim Paulo saiu do meio deles. Todavia, chegando
alguns varões a ele, creram: entre os quais estava Dionísio,
o areopagita, e uma mulher por nome Dâmaris, e, com eles,
outros.
18 Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto.
1593 atos 18. 2–22
Não és tu, porventura, aquele egípcio que antes destes dias fez 38
uma sedição e levou ao deserto quatro mil salteadores? Mas 39
Paulo lhe disse: Na verdade, eu sou um homem judeu, cidadão
de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém,
que me permitas falar ao povo. E, havendo-lho permitido, 40
Paulo, pondo-se em pé nas escadas, fez sinal com a mão ao
povo; e, feito grande silêncio, falou-lhes em língua hebraica,
dizendo:
Varões irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante 22
vós. (E, quando ouviram falar-lhes em língua hebraica, maior 2
silêncio guardaram.) E disse: Quanto a mim, sou varão ju- 3
deu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade
aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de
nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois.
Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em 4
prisões, tanto homens como mulheres, como também o sumo 5
sacerdote me é testemunha, e todo o conselho dos anciãos; e,
recebendo destes cartas para os irmãos, fui a Damasco, para
trazer manietados para Jerusalém aqueles que ali estivessem, a
fim de que fossem castigados. Ora, aconteceu que, indo eu já 6
de caminho e chegando perto de Damasco, quase ao meio-dia,
de repente me rodeou uma grande luz do céu. E caí por terra 7
e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me perse-
gues? E eu respondi: Quem és, Senhor? E disse-me: Eu sou 8
Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues. E os que estavam 9
comigo viram, em verdade, a luz, e se atemorizaram muito;
mas não ouviram a voz daquele que falava comigo. Então, 10
disse eu: Senhor, que farei? E o Senhor disse-me: Levanta-te
e vai a Damasco, e ali se te dirá tudo o que te é ordenado fazer.
E, como eu não via por causa do esplendor daquela luz, fui le- 11
vado pela mão dos que estavam comigo e cheguei a Damasco.
E um certo Ananias, varão piedoso conforme a lei, que tinha 12
bom testemunho de todos os judeus que ali moravam, vindo 13
ter comigo e apresentando-se, disse-me: Saulo, irmão, recobra
a vista. E naquela mesma hora o vi. E ele disse: O Deus 14
de nossos pais de antemão te designou para que conheças a
sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca.
22. 15–23. 3 atos 1602
15 Porque hás de ser sua testemunha para com todos os homens
16 do que tens visto e ouvido. E, agora, por que te deténs?
Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o
17 nome do Senhor. E aconteceu que, tornando eu para Jeru-
salém, quando orava no templo, fui arrebatado para fora de
18 mim. E vi aquele que me dizia: Dá-te pressa e sai apressada-
mente de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho
19 acerca de mim. E eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu
lançava na prisão e açoitava nas sinagogas os que criam em
20 ti. E, quando o sangue de Estêvão, tua testemunha, se derra-
mava, também eu estava presente, e consentia na sua morte,
21 e guardava as vestes dos que o matavam. E disse-me: Vai,
22 porque hei de enviar-te aos gentios de longe. E ouviram-no
até esta palavra e levantaram a voz, dizendo: Tira da terra
23 um tal homem, porque não convém que viva! E, clamando
24 eles, e arrojando de si as vestes, e lançando pó para o ar, o
tribuno mandou que o levassem para a fortaleza, dizendo que o
examinassem com açoites, para saber por que causa assim cla-
25 mavam contra ele. E, quando o estavam atando com correias,
disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um
26 romano, sem ser condenado? E, ouvindo isto, o centurião foi
e anunciou ao tribuno, dizendo: Vê o que vais fazer, porque
27 este homem é romano. E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-
28 me, és tu romano? E ele disse: Sim. E respondeu o tribuno:
Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de cida-
29 dão. Paulo disse: Mas eu sou-o de nascimento. E logo dele se
apartaram os que o haviam de examinar; e até o tribuno teve
temor, quando soube que era romano, visto que o tinha ligado.
30 No dia seguinte, querendo saber ao certo a causa por que era
acusado pelos judeus, soltou-o das prisões e mandou vir os
principais dos sacerdotes e todo o seu conselho; e, trazendo
Paulo, o apresentou diante deles.
23 E, pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Varões irmãos,
até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a
2 boa consciência. Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou
3 aos que estavam junto dele que o ferissem na boca. Então,
Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada! Tu es-
1603 atos 23. 4–19
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escrevi mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto
à memória, pela graça que por Deus me foi dada, que eu seja 16
ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o evan-
gelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios,
santificada pelo Espírito Santo. De sorte que tenho glória em 17
Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus. Porque não ou- 18
saria dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito,
para obediência dos gentios, por palavra e por obras; pelo po- 19
der dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de
maneira que, desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico, tenho
pregado o evangelho de Jesus Cristo. E desta maneira me es- 20
forcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido
nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio; antes, 21
como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado o ve-
rão, e os que não ouviram o entenderão. Pelo que também 22
muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco. Mas, 23
agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há
muitos anos grande desejo de ir ter convosco, quando partir 24
para a Espanha, irei ter convosco; pois espero que, de passa-
gem, vos verei e que para lá seja encaminhado por vós, depois
de ter gozado um pouco da vossa companhia. Mas, agora, 25
vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu 26
bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres
dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu 27
bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os
gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem
também ministrar-lhes os temporais. Assim que, concluído 28
isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por
vós, irei à Espanha. E bem sei que, indo ter convosco, che- 29
garei com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo. E 30
rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor
do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim
a Deus, para que seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, 31
e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja
bem aceita pelos santos; a fim de que, pela vontade de Deus, 32
chegue a vós com alegria e possa recrear-me convosco. E o 33
Deus de paz seja com todos vós. Amém!
16. 1–23 romanos 1636
16 Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na
2 igreja que está em Cencréia, para que a recebais no Senhor,
como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de
vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também
3 a mim mesmo. Saudai a Priscila e a Áqüila, meus coopera-
4 dores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida expuseram a
sua cabeça; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas
5 as igrejas dos gentios. Saudai também a igreja que está em
sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da
6 Ásia em Cristo. Saudai a Maria, que trabalhou muito por nós.
7 Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus compa-
nheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e
8 que foram antes de mim em Cristo. Saudai a Amplíato, meu
9 amado no Senhor. Saudai a Urbano, nosso cooperador em
10 Cristo, e a Estáquis, meu amado. Saudai a Apeles, aprovado
11 em Cristo. Saudai aos da família de Aristóbulo. Saudai a
Herodião, meu parente. Saudai aos da família de Narciso, os
12 que estão no Senhor. Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais
trabalham no Senhor. Saudai à amada Pérside, a qual muito
13 trabalhou no Senhor. Saudai a Rufo, eleito no Senhor, e a
14 sua mãe e minha. Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermas,
15 a Pátrobas, a Hermes, e aos irmãos que estão com eles. Sau-
dai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas,
16 e a todos os santos que com eles estão. Saudai-vos uns aos
outros com santo ósculo. As igrejas de Cristo vos saúdam.
17 E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e
escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos de-
18 les. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo,
mas ao seu ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enga-
19 nam o coração dos símplices. Quanto à vossa obediência, é
ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero
20 que sejais sábios no bem, mas símplices no mal. E o Deus
de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés.
A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém!
21 Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, e Jasom, e
22 Sosípatro, meus parentes. Eu, Tércio, que esta carta escrevi,
23 vos saúdo no Senhor. Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro e de
1637 romanos 16. 24–27
1
2
3
4
P aulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela von-
tade de Deus) e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus
que está em Corinto, aos santificados em Cristo Je-
sus, chamados santos, com todos os que em todo
lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor
deles e nosso: graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e
do Senhor Jesus Cristo. Sempre dou graças ao meu Deus
por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo.
5 Porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra
6 e em todo o conhecimento (como foi mesmo o testemunho
7 de Cristo confirmado entre vós). De maneira que nenhum
dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus
8 Cristo, o qual vos confirmará também até ao fim, para ser-
9 des irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel
é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu
10 Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. Rogo-vos, porém, irmãos,
pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma
mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais
11 unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer. Por-
que a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos
12 da família de Cloe que há contendas entre vós. Quero dizer,
com isso, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu,
13 de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Está Cristo divi-
dido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados
14 em nome de Paulo? Dou graças a Deus, porque a nenhum
15 de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio; para que ninguém
16 diga que fostes batizados em meu nome. E batizei também
a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum
17 outro. Porque Cristo enviou-me não para batizar, mas para
evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de
18 Cristo se não faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura
para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o po-
1639 i coríntios 1. 19–2. 8
como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fun- 11
damento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, 12
se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro,
prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada 13
um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo
fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada
um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, 14
esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, so- 15
frerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.
Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de 16
Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, 17
Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é
santo. Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós 18
se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.
Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; 19
pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia.
E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, 20
que são vãos. Portanto, ninguém se glorie nos homens; por- 21
que tudo é vosso: seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o 22
mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro,
tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus. 23
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glória, acerca de vós, não seja vã nessa parte; para que (como já
disse) possais estar prontos, a fim de, se acaso os macedônios 4
vierem comigo e vos acharem desapercebidos, não nos envergo-
nharmos nós (para não dizermos, vós) deste firme fundamento
de glória. Portanto, tive por coisa necessária exortar estes 5
irmãos, para que, primeiro, fossem ter convosco e preparassem
de antemão a vossa bênção já antes anunciada, para que esteja
pronta como bênção e não como avareza. E digo isto: Que o 6
que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em
abundância em abundância também ceifará. Cada um con- 7
tribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus 8
é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de
que, tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis
em toda boa obra, conforme está escrito: Espalhou, deu aos 9
pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que 10
dá a semente ao que semeia e pão para comer também mul-
tiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa
justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficên- 11
cia, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. Porque a 12
administração desse serviço não só supre as necessidades dos
santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a
Deus, visto como, na prova desta administração, glorificam 13
a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de
Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles e para
com todos, e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, 14
por causa da excelente graça de Deus que em vós há. Graças 15
a Deus, pois, pelo seu dom inefável.
Além disso, eu, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benigni- 10
dade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós,
sou humilde, mas ausente, ousado para convosco; rogo- vos, 2
pois, que, quando estiver presente, não me veja obrigado a
usar com confiança da ousadia que espero ter com alguns que
nos julgam como se andássemos segundo a carne. Porque, an- 3
dando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as 4
armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em
Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos 5
10. 6–11. 3 ii coríntios 1670
e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus,
6 e levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo, e
estando prontos para vingar toda desobediência, quando for
7 cumprida a vossa obediência. Olhais para as coisas segundo
a aparência? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo,
pense outra vez isto consigo: assim como ele é de Cristo, tam-
8 bém nós de Cristo somos. Porque, ainda que eu me glorie
mais alguma coisa do nosso poder, o qual o Senhor nos deu
para edificação e não para vossa destruição, não me envergo-
9 nharei, para que não pareça como se quisera intimidar-vos por
10 cartas. Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas
11 a presença do corpo é fraca, e a palavra, desprezível. Pense o
tal isto: quais somos na palavra por cartas, estando ausentes,
12 tais seremos também por obra, estando presentes. Porque
não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que
se louvam a si mesmos; mas esses que se medem a si mesmos
13 e se comparam consigo mesmos estão sem entendimento. Po-
rém não nos gloriaremos fora de medida, mas conforme a reta
14 medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós; porque
não nos estendemos além do que convém, como se não hou-
véssemos de chegar até vós, pois já chegamos também até vós
15 no evangelho de Cristo; não nos gloriando fora de medida nos
trabalhos alheios; antes, tendo esperança de que, crescendo
a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós,
16 conforme a nossa regra, para anunciar o evangelho nos luga-
res que estão além de vós e não em campo de outrem, para nos
17 não gloriarmos no que estava já preparado. Aquele, porém,
18 que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é aprovado
quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor
louva.
11 Tomara que me suportásseis um pouco na minha loucura!
2 Suportai-me, porém, ainda. Porque estou zeloso de vós com
zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresen-
tar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
3 Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a
sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompi-
dos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há
1671 ii coríntios 11. 4–23
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exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna. Ora, 17
ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra
e glória para todo o sempre. Amém! Este mandamento te 18
dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve
acerca de ti, milites por elas boa milícia, conservando a fé e 19
a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio
na fé. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais 20
entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar.
Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam depreca- 2
ções, orações, intercessões e ações de graças por todos os ho-
mens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para 2
que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a pie-
dade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante 3
de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se 4
salvem e venham ao conhecimento da verdade. Porque há 5
um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo, homem, o qual se deu a si mesmo em preço de reden- 6
ção por todos, para servir de testemunho a seu tempo. Para 7
o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído
pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade.
Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando 8
mãos santas, sem ira nem contenda. Que do mesmo modo 9
as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e mo-
déstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos
preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profis- 10
são de servir a Deus) com boas obras. A mulher aprenda 11
em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que 12
a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas
que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, 13
depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo 14
enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando 15
à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, na caridade e
na santificação.
Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, 3
excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja ir- 2
repreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, ho-
nesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, 3
3. 4–4. 7 i timóteo 1712
não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas mode-
4 rado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua
própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a mo-
5 déstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria
6 casa, terá cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que,
7 ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Con-
vém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de
8 fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo. Da
mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre,
não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância,
9, 10 guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E tam-
bém estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem
11 irrepreensíveis. Da mesma sorte as mulheres sejam honestas,
12 não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. Os diáconos sejam
maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas
13 próprias casas. Porque os que servirem bem como diáconos
adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé
14 que há em Cristo Jesus. Escrevo-te estas coisas, esperando
15 ir ver-te bem depressa, mas, se tardar, para que saibas como
convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a
16 coluna e firmeza da verdade. E, sem dúvida alguma, grande é
o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi
justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios,
crido no mundo e recebido acima, na glória.
4 Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos engana-
2 dores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens
que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consci-
3 ência, proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos
manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhe-
cem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;
4 porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejei-
5 tar, sendo recebido com ações de graças, porque, pela palavra
6 de Deus e pela oração, é santificada. Propondo estas coisas
aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com
7 as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. Mas
rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo
1713 i timóteo 4. 8–5. 13
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tal como disse: Assim, jurei na minha ira que não entrarão
no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas
desde a fundação do mundo. Porque, em certo lugar, disse 4
assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras
no sétimo dia. E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu 5
repouso. Visto, pois, que resta que alguns entrem nele e que 6
aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas não
entraram por causa da desobediência, determina, outra vez, 7
um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois,
como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o
vosso coração. Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, 8
não falaria, depois disso, de outro dia. Portanto, resta ainda 9
um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que en- 10
trou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como
Deus das suas. Procuremos, pois, entrar naquele repouso, 11
para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante 12
do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão
da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há 13
criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas
estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de
tratar. Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, 14
Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente
a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que 15
não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que,
como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, 16
pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos al-
cançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados
em tempo oportuno.
Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é 5
constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus,
para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados, e possa 2
compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois tam-
bém ele mesmo está rodeado de fraqueza. E, por esta causa, 3
deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer
oferta pelos pecados. E ninguém toma para si essa honra, se- 4
5. 5–6. 9 hebreus 1730
5 não o que é chamado por Deus, como Arão. Assim, também
Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacer-
dote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho,
6 hoje te gerei. Como também diz noutro lugar: Tu és sa-
7 cerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque. O
qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e
lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi
8 ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu
9 a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consu-
mado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que
10 lhe obedecem, chamado por Deus sumo sacerdote, segundo
11 a ordem de Melquisedeque. Do qual muito temos que dizer,
de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para
12 ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda ne-
cessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros
rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que
13 necessitais de leite e não de sólido mantimento. Porque qual-
quer que ainda se alimenta de leite não está experimentado
14 na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento
sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm
os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
6 Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo,
prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o funda-
mento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,
2 e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da
3 ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. E isso faremos,
4 se Deus o permitir. Porque é impossível que os que já uma
vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram
5 participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de
6 Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra
vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles,
de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.
7 Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre
ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada
8 recebe a bênção de Deus; mas a que produz espinhos e abro-
lhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser
9 queimada. Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores
1731 hebreus 6. 10–7. 6
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S imão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que
conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela jus-
tiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo: graça e
paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de
Deus e de Jesus, nosso Senhor. Visto como o seu divino po-
der nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo
conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e vir-
4 tude, pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas
promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza
divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscên-
5 cia, há no mundo, e vós também, pondo nisto mesmo toda a
diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciên-
6 cia, e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência,
7 e à paciência, a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao
8 amor fraternal, a caridade. Porque, se em vós houver e au-
mentarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis
9 no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele
em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe,
havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.
10 Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa
vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeça-
11 reis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada
12 no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pelo
que não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas,
ainda que bem as saibais e estejais confirmados na presente
13 verdade. E tenho por justo, enquanto estiver neste taber-
14 náculo, despertar-vos com admoestações, sabendo que bre-
vemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também
15 nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado. Mas também
eu procurarei, em toda a ocasião, que depois da minha morte
16 tenhais lembrança destas coisas. Porque não vos fizemos sa-
ber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo
1757 ii pedro 1. 17–2. 11
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J udas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos
chamados, queridos em Deus Pai e conservados por
Jesus Cristo: a misericórdia, e a paz, e a caridade
vos sejam multiplicadas. Amados, procurando eu
escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação,
tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela
fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduzi-
ram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo
juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de
Deus e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Je-
5 sus Cristo. Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez
soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da
6 terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram; e aos an-
jos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua
própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eter-
7 nas até ao juízo daquele grande Dia; assim como Sodoma, e
Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrom-
pido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por
8 exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. E, contudo, tam-
bém estes, semelhantemente adormecidos, contaminam a sua
carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as autoridades.
9 Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e dis-
putava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar
juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repre-
10 enda. Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo
que naturalmente conhecem, como animais irracionais, se cor-
11 rompem. Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim,
e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e perece-
12 ram na contradição de Corá. Estes são manchas em vossas
festas de caridade, banqueteando-se convosco e apascentando-
se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos
ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas,
1769 judas 1. 13–25
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eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o
seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não 4
haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque
já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado 5
sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-
me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E 6