o Gótico
o Gótico
o Gótico
1/2022
Experimentos com abóbada de arestas e arcobotantes na catedral de Durham, Inglaterra. c. 1093. a abóbada foi
realizada em torno de 1130; protótipo de arcobotantes.
Principais sítios europeus do
desenvolvimento da arquitetura do
estilo gótico. Os exemplos mais
representativos encontram-se na
região que vai do leste de Paris
até a Alemanha. Também a
Inglaterra possui abundantes
monumentos góticos, mas com
características bem particulares.
A igreja de Saint-Denis, na Île de France, em
Paris, em sua forma atual, é uma
reconstrução cujo início foi empreendido
pelo abade Suger (1080-1151; abade de
1122-1051), um amigo e confidente dos reis
franceses Luís VI e Luís VII. Suger decidiu
reconstruir a igreja vinculada à abadia de
Saint-Denis, que abrigava os jazigos dos
reis franceses havia séculos. As obras foram
iniciadas em 1127, e a nova igreja foi
consagrada em 1144. No entanto, a nave
ainda foi refeita um século mais tarde.
Nessa ocasião, os transeptos ganharam
rosáceas, como a fachada principal.
Abadia de Saint-Denis
Paris, Île-de-France. Reiniciada em 1127-
1144; remodelada em meados do século
XIII. Portal do transepto.
Suger mandou gravar numa das
portas dos transeptos a seguinte
mensagem:
●Verticalidade acentuada
●Uso de arcos ogivais
●Uso de abóbadas de cruzaria de ogivas (ou ‘de nervuras’)
●Feixes de pilares
●Emprego de arcobotantes associados a contrafortes:
exoesqueleto
●Pináculos e agulhas
●Plantas cada vez mais complexas
●Vitrais
●Rosáceas
●Gárgulas
●Ornamentação cada vez mais exuberante (gótico flamejante-
flamboyant)
VERTICALIDADE
A principal característica
da arquitetura gótica em
relação à românica é a
verticalidade
acentuada. Esse efeito
é dado não apenas
pelas maiores alturas
atingidas pelas
abóbadas
(possibilitadas pelo uso
dos arcos ogivais e de
exoestruturas), mas
também pelo gosto
pelas torres muito altas
complementadas por
pináculos e agulhas em
profusão. Algumas
torres de catedrais
góticas, como esta de
Ulm, na Alemanha,
podem ser vistas a
quilômetros de
distância, marcando a
paisagem.
A catedral de Ulm, na
Alemanha (iniciada em
1337) é a mais alta do
mundo. Sua torre está
a 162m de altura
(porém só foi
concluída no século
XIX). A altura da nave
central é de 41.6m,
enquanto as laterais
atingem 20.5m.
A catedral de Saint-Pierre
de Beauvais, na França,
possuía uma torre e agulha
que atingia 151m de altura,
mas foi demolida. A nave
central, contudo, é a mais
alta da Europa, com 48,5m.
Catedral de Colônia (Köln),
Alemanha. 1248-1473.
completada em 1880
[1] Catedral de Lincoln, Inglaterra. c.1200-1250; [2] Catedral de Freiburg, Alemanha. 1248-1473
Catedral de Noyon, inic. 1145 Notre Dame de Paris.1163-1345 Sainte Chapelle, Paris, 1241-1248 Saint-Etienne de Toul, séc. XIII-XV
é um elemento de
origem oriental só
introduzido na arte
ocidental a partir do
século XI, aparece no
exterior e no interior
dos edifícios, como
estrutura e também
como adorno.
Portal da catedral
de Ulm, Alemanha
(iniciada em 1337)
Chartres
ARCO OGIVAL
Lyon
ARCO OGIVAL
Catedral de Wells,
Inglaterra; Vista da nave
central. c.1230
ABÓBADA DE NERVURAS
[1] Lady Chapel, na Catedral de Peterborough, Cambridgeshire, Inglaterra. 1496-1508; [2] Capela do King’s College, Cambridge, Inglaterra.
ARCOBOTANTES
Do arcobotante o
peso da abóbada
vai sendo
transferido em
direção ao chão
gradualmente,
através de
contrafortes
muitas vezes
escalonados.
ARCOBOTANTE CONTRAFORTE
Catedral de Wells
VITRAIS: A arquitetura gótica se caracteriza pela predominância de vazios (aberturas, janelas) sobre os plenos (paredes cegas). Isso é possibilitado porque o peso é suportado pelos arcos e
feixes de pilares e pelo exoesqueleto. A Sainte-Chapelle, em Paris, é dos edifícios mais abertos do estilo, dotada de uma sequência de janelões muito altos preenchidos com vitrais.
O vitral é um trabalho de
desenhos feitos com pedaços
de vidro colorido e reunidos por
finas molduras de chumbo
soldadas. Podiam representar
cenas figuradas e/ou elementos
decorativos abstratos e
geométricos. A técnica
desenvolveu-se na França.
Inicialmente o vidro
transparente era pintado. Mais
tarde, desenvolveu-se a técnica
de colorir a massa do vidro em
fusão, o que deu mais
durabilidade às cores e facilitou
o trabalho final.
[1] Visitação. vitral da catedral de Leon, Espanha; [2] vitral da Catedral de Reims, França
ROSÁCEAS
Rosácea do transepto norte da catedral de Notre-Dame de Paris, vista de fora e de dentro da catedral
ORNAMENTOS TRIANGULARES
ornamento flamboyant
Esculturas da jamba do
Pórtico Real de Notre-
Dame de Chartres,
França. c.1145-1155.
ACENTUA-SE
GRADUALMENTE O
SENTIDO VOLUMÉTRICO
DAS FIGURAS, QUE
CONTINUAM A SE DISPOR
NO PÓRTICO, OCUPANDO
TODO O ESPAÇO
ARQUITETÔNICO. AGORA
ELAS SE DESPRENDEM DO
FUNDO ARQUITETÔNICO,
APOIAM-SE EM PEANHAS E
SÃO PROTEGIDAS
INDIVIDUALMENTE POR UM
PEQUENO DOSSEL.
Anunciação e
Visitação
(c.1230)
Catedral de
Notre Dame de
Reims, França.
Fachada oeste,
portal central,
jamba direita
Visitação (c.1230) Catedral de Notre
Dame de Reims, França. Fachada
oeste, portal central, jamba direita
Detalhe da Anunciação (c.1230)
Catedral de Notre Dame de Reims,
França. Fachada oeste, portal
central, jamba direita
ATENÇÃO RENOVADA AOS DETALHES DAS
TEXTURAS DAS SUPERFÍCIES
Portal de Notre-Dame de
Reims, França, c.1240.
Portal direito da fachada oeste de Notre-Dame d'Amiens.
Iniciada em 1220
Também se esculpe
a Morte da Virgem
(Koimesis) ou sua
Coroação.
A morte da Virgem
(koimesis). c.1230.
Tímpano da porta
esquerda do
transepto sul da
catedral de
Estrasburgo,
França.
Santa ceia. c.1250-
1260. relevo em pedra
da catedral de
Naumburg
IMAGEM HUMANIZADA: GOSTO PELA
EXPRESSÃO DE SENTIMENTOS (PATHOS).
A IMAGEM DEVOCIONAL
GÓTICA
Temas marianos ou cenas da vida da
Virgem. Desde o final do período
românico, a Virgem Maria é muito
representada, mas é no gótico que
adquire o papel de protagonista. A figura
da Virgem aparece principalmente com o
Menino: é representada como mãe, bela,
idealizada e dotada de emoções e
humanização, atendendo seu filho com
delicadeza.
[1] Anjo sorridente. Portal da catedral de Reims, séc. XIII. Fachada oeste; [2] atr. Mestre Heinrich de
Konstance (at.c.1300). A Visitação (detalhe). c1310-1320. Alemanha. Madeira; H: 59,1 cm. Nova Iorque,
Metropolitan Museum; [3] Virgem e Menino (detalhe). c.1270. Da Picardia. Carvalho; H: 116 cm
VESPERBILDEN-PIETÀ:
literalmente, “imagem do
entardecer”, “do crepúsculo”.
São representações de
passagens que retratam o
sofrimento do cristo ou de
Maria, em especial as
piedades (pietà)
Túmulo de Thomas
Beckington, catedral de
Wells, Inglaterra .c.1450.
Túmulos de Inês de Castro e D. Pedro I no Mosteiro de Alcobaça, Portugal. Mármore. 1358-1367
Claus Sluter (Haarlem, c. 1355-Dijon,
1406). Túmulo de Philippe le Hardi. c.
1383-1412. Alabastro e mármore.
Dijon, Musée Archéologique.
Claus Sluter. Túmulo de Philippe le Hardi. c. det.1383-1412.
Alabastro e Mármore. Dijon, Musée Archéologique