12 Geometria Analítica
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Geometria Analítica
Sistemas de Coordenadas
Conceituando
“Em matemática, um sistema de coordenadas é um sistema para se especificar uma enupla de esca-
lares a cada ponto num espaço n-dimensional” ¹ Grosseiramente, podemos afirmar que um sistema de
coordenadas é uma ferramenta matemática que nós utilizamos para localizar um objeto num espaço
de n dimensões (n-dimensional). O mais conhecido dos sistemas de coordenadas é o cartesiano, talvez
por ser bastante trabalhado na educação básica, desde o ensino fundamental até o médio.
Este sistema, também conhecido com o sistema ortogonal é amplamente utilizado para determinar a
posição de um ponto (objeto) no espaço de duas dimensões (plano). Para localizar um ponto no Plano
de Descartes (plano cartesiano) utiliza-se dois eixos coordenados x e y, dispostos perpendicularmente
um ao outro, de forma que a graduação dos eixos se relacionem entre si, indicando o objeto procurado.
No plano cartesiano, o eixo x contém as abscissas e o eixo y contém as ordenadas do par ordenado
indicado por (x, y), nesta ordem. A arrumação perpendicular entre os eixos fornece quatro quadrantes,
contados no sentido anti-horário:
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Uma superfície cilíndrica de raio ρ cujo centro é o eixo z ou seja, o centro é (0,0, z)
Os astrônomos e geógrafos utilizam este sistema de coordenadas para realizar o seu trabalho. O sis-
tema de coordenadas esféricas é montado a partir de uma esfera em três dimensões, onde graus de
latitude e longitude são utilizados para medir posições no mundo real. A unidade de medida é o grau e
dele derivam os minutos e os segundos (1º = 60’ = 3 600’’). Para converter coordenadas esféricas em
planas distorcem-se algumas propriedades espaciais.
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O cálculo da distância entre dois pontos no espaço é um assunto discutido na Geometria Analítica e
tem suas bases no teorema de Pitágoras. Utilizando esse teorema, é possível chegar à fórmula usada
para calcular o comprimento do segmento de reta que liga dois pontos.
Para calcular a distância entre dois pontos no espaço, é necessário calcular antes a distância entre
dois pontos no plano. Adiante demonstraremos como esses cálculos são feitos para obter a fórmula
em questão.
Existe uma fórmula para calcular a distância entre dois pontos no espaço, dada por meio de suas co-
ordenadas. Assim sendo, sejam os pontos A = (xA, yA, zA) e B = (xB, yB, zB), a distância entre A e B,
denotada por dAB, é dada pela seguinte expressão:
Para calcular a distância entre dois pontos, basta substituir os valores numéricos das coordenadas dos
pontos em questão na fórmula acima.
Exemplo
Calcule a distância entre os pontos A = (4, -8, -9) e B = (2, -3, -5).
Na imagem a seguir há três eixos coordenados que representam o que seria o equivalente ao plano
cartesiano no espaço. Note que fixamos dois pontos nele:
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Para calcular a distância entre esses dois pontos, é necessário calcular a distância entre os pontos no
plano xy, formados pelas coordenadas (xA, yA) e (xB, yB), que serão denotados por A1 e B1, respec-
tivamente.
Dessa forma, observe que os pontos A1 e B1 estão localizados como ilustrado na imagem a seguir e a
distância entre eles é representada pelo segmento A1B1. Além disso, a imagem da direita contém um
esquema de como essa estrutura é vista por cima, o que é chamado de projeção ortogonal sobre o
plano xy.
Os catetos do triângulo à direita são a diferença entre as coordenadas de seus pontos, isto é, a base
tem comprimento igual a xB – xA e a altura tem comprimento yB – yA. Desse modo, pelo teorema de
Pitágoras, temos:
Para obter a distância entre dois pontos no plano, basta extrair a raiz quadrada de ambos os lados da
equação acima. Contudo, nosso objetivo é obter a fórmula para a distância no espaço. Para tanto,
observe que o segmento A1B1 possui o mesmo tamanho da base do triângulo ABC, ilustrado na figura
abaixo.
Note também que a distância de B até C é justamente a diferença zB – zA, pois AC é paralelo a A1B1.
Desse modo, pelo teorema de Pitágoras, teremos a distância entre A e B, denotada por dAB:
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1ª – através da determinação do coeficiente angular da reta e utilização de uma forma geral dada por:
y – y1 = m (x – x1).
2ª – através de uma matriz quadrada formada pelos pontos pertencentes à reta fornecida.
1ª Forma
Vamos determinar a equação da reta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e B(2, –3).
y – y1 = m (x – x1).
y – 6 = –3 (x + 1)
y – 6 = –3x – 3
y – 6 + 3x + 3 = 0
y + 3x – 3 = 0
3x + y – 3 = 0
2ª Forma
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Vamos considerar o ponto genérico P(x, y), pertencente à reta s que passa pelos pontos A(–1, 6) e B(2,
–3). Observe a matriz construída com as coordenadas oferecidas:
Diagonal Principal
x * (–6) * 1 = 6x
y * 1 * 2 = 2y
1 * (–1) * (–3) = 3
Diagonal Secundária
1* 6 * 2 = 12
x * 1 * (–3) = –3x
y * (–1) * 1 = –y
s: 6x + 2y + 3 – (12 – 3x – y) = 0
s: 6x + 2y + 3 – 12 + 3x + y = 0
s: 9x + 3y – 9 = 0 (dividindo a equação por 3)
s: 3x + y – 3 = 0
Os métodos apresentados podem ser utilizados de acordo com os dados fornecidos pela situação. Os
dois fornecem com exatidão a equação geral de uma reta.
Paralelismo
Por um ponto passa uma única reta paralela a uma reta dada. Na figura abaixo, dada a reta r, temos:
P Є s, s // r, s é única.
Esse postulado, conhecido também como postulado de Euclides (300 a.C.), é a propriedade que ca-
racteriza a Geometria Euclidiana.
Duas retas distintas são paralelas quando são coplanares e não têm ponto comum.
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1ª Propriedade
Quando dois planos distintos são paralelos, qualquer reta de um deles é paralela ao outro.
2ª Propriedade
Quando uma reta é paralela a um plano, ela é paralela a pelo menos uma reta desse plano.
3ª Propriedade
Quando uma reta não está contida num plano e é paralela a uma reta do plano, ela é paralela ao plano.
4ª Propriedade
Se um plano intersecta dois planos paralelos, as intersecções são duas retas paralelas.
5ª Propriedade
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Quando um plano contém duas retas concorrentes, paralelas a outro plano, então os planos conside-
rados são paralelos.
Perpendicularidade
Retas Perpendiculares
Duas retas r e s são perpendiculares se, e somente se, são concorrentes e formam ângulos “retos”.
Uma reta concorrente com um plano, num determinado ponto, é perpendicular ao plano quando é per-
pendicular a todas as retas do plano que passam pelo ponto determinado.
Se uma reta a é perpendicular a duas retas, b e c , concorrentes de um plano α, então ela é perpendi-
cular ao plano.
Planos Perpendiculares
Definição
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Dois planos são perpendiculares quando um deles contém uma reta perpendicular ao outro.
Quando dois planos secantes não são perpendiculares, eles são ditos oblíquos.
Observe a figura:
Se dois planos, α e β, são perpendiculares e uma reta r de um deles (α) é perpendicular à intersecção
i dos planos, então ela é perpendicular ao outro plano (β).
Da mesma forma que equacionamos uma reta é possível também representarmos uma circunferência
na forma de equações, utilizando seu centro e um ponto genérico da circunferência.
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A equação dessa circunferência será determinada pela distância do centro ao ponto genérico, que é
indicado por um segmento de reta.
Relembrando a definição de raio iremos (raio é a medida de qualquer segmento de reta que vai do
centro da circunferência a qualquer ponto genérico a ela) concluir que essa distância é o raio da cir-
cunferência.
A distância entre o centro de uma circunferência e um ponto genérico a ela é o mesmo que calcularmos
a distância entre dois pontos, que no caso são C(a,b) e D(x,y).
R2 = (x – a)2 + (y – b)2
(x – 1/2)2 + (y + 5/2) 2= 9
(x – a)2 + (y – b)2 = R2
- a = -1/2
a = 1/2
- b = 5/2
b = -5/2
R2 = 9
R=3
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Equações e Inequações
Equações são expressões algébricas que possuem uma igualdade. Essas expressões são chamadas
de algébricas porque possuem pelo menos uma incógnita, que é um número desconhecido represen-
tado por uma letra. As inequações, por sua vez, são relações semelhantes às equações, contudo, apre-
sentam uma desigualdade.
Enquanto as equações relacionam os termos do primeiro membro aos termos do segundo, afirmando
sua igualdade, as inequações mostram que os termos do primeiro membro são maiores ou menores
que os elementos do segundo.
Termo é o nome que se dá ao produto de algum número por alguma letra. Para identificá-los, basta
procurar pelas multiplicações separadas por sinais de adição ou subtração. Veja a equação seguinte:
4x + 2x – 7x = 16 – 5x
Primeiro e segundo membros são definidos pela igualdade nas equações e pela desigualdade nas ine-
quações.
2x + x – 9x ≤ 15 – 4x
Ambos determinam relações de ordem entre números e incógnitas. O sinal de igual é utilizado quando
se quer expressar a seguinte situação: Existe um valor para as incógnitas que faz com que o resultado
dos cálculos propostos no primeiro membro seja igual ao resultado dos cálculos propostos no segundo.
A desigualdade, por sua vez, pode ser representada por um dos quatro símbolos seguintes:
<, >, ≥ e ≤
Esses símbolos mostram que o conjunto de operações do primeiro membro possui um resultado “me-
nor”, “maior”, “maior igual” ou “menor igual” ao resultado do segundo membro.
Grau
Se a equação ou a inequação possui apenas uma incógnita, então, o grau dela é dado pelo maior
expoente da incógnita. Por exemplo: o grau da equação 4x3 + 2x2= 7 é 3.
Se a equação ou inequação possui mais de uma incógnita, então, o grau dela é dado pela maior soma
entre os expoentes de um mesmo termo. Por exemplo, o grau da equação 4xyz + 7yz2 – 5x2y2z2 = 0 é
6.
Exemplos De Equações:
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1) 4x = 16
2) 2x – 8 = 144
3)18x2 = 2x-8
x
Exemplos De Inequações:
1) 12x + x2 ≤ 12
2) 144 ≥ 12x + 7
Quando tratamos as equações do 1° grau com duas variáveis vimos que a equação x + y = 20 admite
infinitas soluções, pois se não houver restrições como as do exemplo na página em questão, podemos
atribuir qualquer valor a x, e para tornar a equação verdadeira, basta que calculemos y como sendo 20
- x.
A equação x - y = 6 pelos mesmos motivos, em não havendo restrições, também admite infinitas solu-
ções.
Será que dentre estas soluções existem aquelas que são comuns às duas equações, isto é, que resolva
ao mesmo tempo tanto a primeira, quanto à segunda equação?
Métodos De Resolução
Há vários métodos para calcularmos a solução deste tipo de sistema. Agora veremos os dois mais
utilizados, primeiro o método da adição e em seguida o método da substituição.
Método Da Adição
Este método consiste em realizarmos a soma dos respectivos termos de cada uma das equações, a
fim de obtermos uma equação com apenas uma incógnita.
Quando a simples soma não nos permite alcançar este objetivo, recorremos ao princípio multiplicativo
da igualdade para multiplicarmos todos os termos de uma das equações por um determinado valor, de
sorte que a equação equivalente resultante, nos permita obter uma equação com uma única incógnita.
Tomemos como ponto de partida o sistema composto pelas duas equações abaixo:
Perceba que iremos eliminar o termo com a variável y, se somarmos cada um dos termos da primeira
equação com o respectivo termo da segunda equação:
Agora de forma simplificada podemos obter o valor da incógnita x simplesmente passando o coefici-
ente 2 que multiplica esta variável, para o outro lado com a operação inversa, dividindo assim todo o
segundo membro por 2:
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Agora que sabemos que x = 13, para encontrarmos o valor de y, basta que troquemos x por 13 na pri-
meira equação e depois isolemos y no primeiro membro:
Escolhemos a primeira e não a segunda equação, pois se escolhêssemos a segunda, teríamos que
realizar um passo a mais que seria multiplicar ambos os membros por -1, já que teríamos -y no primeiro
membro e não y como é preciso, no entanto podemos escolher a equação que quisermos. Normal-
mente iremos escolher a equação que nos facilite a realização dos cálculos.
Observe também que neste caso primeiro obtivemos o valor da variável x e em função dele consegui-
mos obter o valor de y, porque isto nos era conveniente. Se for mais fácil primeiro encontrarmos o valor
da segunda incógnita, é assim que devemos proceder.
Quando um sistema admite uma única solução dizemos que ele é um sistema possível e determinado.
Note que somando todos os termos da primeira equação ao da segunda, não conseguiremos eliminar
quaisquer variáveis, então vamos multiplicar os termos da primeira por -2 e então realizarmos a soma:
Veja que eliminamos não uma das variáveis, mas as duas. O fato de termos obtido 0 = 0 indica que o
sistema admite uma infinidade de soluções.
Quando um sistema admite uma infinidade de soluções dizemos que ele é um sistema possível e inde-
terminado.
Note que se somarmos os termos da primeira equação com os da segunda, também não conseguire-
mos eliminar nenhuma das variáveis, mas agora veja o que acontece se multiplicarmos por 2 todos os
termos da primeira equação e realizarmos a soma das equações:
Obtivemos 0 = -3 que é inválido, este é o indicativo de que o sistema não admite soluções.
Quando um sistema não admite soluções dizemos que ele é um sistema impossível.
Método da Substituição
Este método consiste em elegermos uma das equações e desta isolarmos uma das variáveis. Feito isto
substituímos na outra equação, a variável isolada pela expressão obtida no segundo membro da equa-
ção obtida quando isolamos a variável.
Este procedimento também resultará em uma equação com uma única variável.
O procedimento é menos confuso do que parece. A seguir veremos em detalhes algumas situações
que exemplificam tais conceitos, assim como fizemos no caso do método da adição.
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Para nos permitir a comparação entre os dois métodos, vamos utilizar o mesmo sistema utilizado no
método anterior:
Este sistema já foi resolvido pelo método da adição, agora vamos resolvê-lo pelo método da substitui-
ção.
Por ser mais fácil e gerar em um resultado mais simples, vamos isolar a incógnita y da primeira equa-
ção:
Observe que é mais viável isolarmos a variável x da primeira equação, pois o seu coeficiente 2 é divisor
de ambos coeficientes do primeiro membro da segunda equação, o que irá ajudar nos cálculos:
Conforme explicado anteriormente, o resultado 0 = -3 indica que este sistema não admite soluções.
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