Currículo Bahia
Currículo Bahia
Currículo Bahia
BAHIA 2018
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
Superintendência da Educação Profissional e Tecnológica - SUPROT
Governador
RUI COSTA
Vice-Governador
JOÃO LEÃO
Secretário da Educação
WALTER FREITAS PINHEIRO
Subsecretário
NILDON CARLOS SANTOS PITOMBO
Superintendente da Educação Profissional e Tecnológica
DURVAL LIBÂNIO NETTO MELLO
Diretora de Planejamento e Gestão da Educação Profissional
MARIA DA GLÓRIA VIEIRA LIMA FRANCO E PASSOS
Diretora de Organização Curricular e Pedagógica da Educação Profissional
HANAYANA BRANDÃO GUIMARÃES FONTES LIMA
Diretora de Empreendedorismo, Inovação e Institucionalização da Educação Profissional
DANILE DE CARVALHO SANCHES
Assessor de Comunicação
GABRIEL CARVALHO
Revisão
ANDRÉIA VITÓRIO E MILENA DEL RIO DO VALLE
Fotografia
CLAUDIONOR JÚNIOR, ALBERTO COUTINHO, ELÓI CORRÊA, CAMILA BAHIA, DURVAL LIBÂNIO E BRUNO BARRETO
Projeto Gráfico e Diagramação
ANDREA SOARES
FICHA TÉCNICA
Coordenação
DURVAL LIBÂNIO NETTO MELLO
HANAYANA BRANDÃO GUIMARÃES FONTES LIMA
NILDON CARLOS SANTOS PITOMBO
Organização Técnica
ACÁCIA MARIA DO NASCIMENTO
JAQUELINE PEREIRA VIEIRA
JOSEVONNE DIAS SERAFIM MOREIRA
ROSEMARY LOPES SOARES DA SILVA
Colaboradores
DANILE DE CARVALHO SANCHES
LÍGIA SILVA DE OLIVEIRA
MARIA DA GLÓRIA VIEIRA LIMA FRANCO E PASSOS
PATRÍCIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
WENDELL PENHA SIMÕES MACHADO
Ficha Catalográfica
ISBN: XXXXX
Educação promovendo
a transformação da sociedade
A Educação no século XXI e sua interface com a inclusão, a diversidade, o meio ambiente,
a territorialidade, a inovação e a tecnologia, estão entre as prioridades da Secretaria da
Educação do Estado da Bahia.
Uma das características pedagógicas do trabalho, que tem gerado bons resultados
na rede, é o das metodologias aplicadas e interativas, que têm contribuído para a forma-
ção dos estudantes, numa perspectiva de uma escola inovadora, com base na aprendi-
zagem por projetos e no auto-desenvolvimento do conhecimento pelo aluno com uso de
tecnologias, em um ambiente colaborativo.
É motivador perceber a rede interagindo escola com escola, com gestores mais
autônomos, professores mais motivados e estudantes mais entusiasmados, construindo
suas histórias. Esta é mais uma ação do Programa Escolas Transformadoras, que está
sendo implementado na rede estadual de Educação Profissional e Tecnológica (EPTEC).
Esse é o movimento que nos instiga e desafia a alçar mais voos, a desbravar cami-
nhos em prol de uma Educação que seja integral e transformadora na vida de jovens e
adultos de todos os cantos da nossa Bahia.
Paulo Freire.
In: Pedagogia da Autonomia, 1996. p. 85.
Bob Dylan
SUMÁRIO
Em 2004, com o Decreto Federal nº. 5.1541 – de 23 de julho de 2004, foram revalidadas ações
no intuito de se reafirmarem as diretrizes da educação profissional e, além disso, complemen-
tar as orientações aos sistemas de educação e às instituições de Educação Profissional, bem
como aos demais estabelecimentos de ensino. Nesse documento, dentre outras disposições,
foi feita a normatização para a oferta de cursos e programas de educação profissional técnica
de nível médio em articulação com o Ensino Médio.
No mês de dezembro de 2007, foi criado o programa Brasil Profissionalizado2, cujo ob-
jetivo era o fortalecimento das redes estaduais de educação profissional e tecnológica. Esse
programa apresentava como foco o repasse de recursos do governo federal para os estados
investirem nas suas escolas técnicas e a configuração de um novo plano para a educação pro-
fissional. Assim, o programa Brasil Profissionalizado viabiliza a modernização e a expansão das
redes públicas de ensino médio integradas à educação profissional.
Sublinha-se que esta ação norteou as metas do Plano de Desenvolvimento da Edu-
cação (PDE), que foi lançado em 24 de abril de 2007, por meio do Decreto Federal nº. 6.0943
(publicado no Diário Oficial da União de 25 de abril de 2007), por meio do qual se assinala-
va a integração entre conhecimento do ensino médio com a educação profissional. Desse
modo, o Plano de Desenvolvimento da Educação influenciou na conciliação de interesses
federativos e, dentre outros fatores, inspirou a elaboração do Plano Plurianual Participativo
(PPA Participativo).
O Decreto associado ao PDE dispunha acerca da implementação do Plano de Metas 11
Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Mu-
nicípios, Estados e Distrito Federal. Refere-se, sobremaneira, à participação das famílias e da
comunidade em consonância com programas e ações de assistência técnica e financeira em
prol da mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica.
De modo similar a este movimento do Governo Federal, em 2007, o Governo do Estado
da Bahia reimplementou a oferta da Educação Profissional, a partir da Lei Estadual nº. 10.955,
de 21 de dezembro de 20074, criando a Superintendência da Educação Profissional com a fi-
nalidade de planejar, coordenar, promover, executar, acompanhar, supervisionar e avaliar, no
âmbito do Estado, políticas, programas, projetos e ações de educação profissional, incluindo
orientação e certificação profissional.
Iniciou-se o processo de reestruturação da rede para oferta dos cursos técnicos de
nível médio e, com a publicação do Decreto Estadual nº. 11.355, de 4 de dezembro de 20085,
passam a ter existência os Centros Estaduais e os Centros Territoriais de Educação Profissio-
nal, no âmbito do Sistema Público Estadual de Ensino, com atribuição de responder pelo pla-
nejamento, manutenção de oferta e funcionamento da educação profissional, incluindo ação
nas diversas modalidades.
1 Este Decreto revogou o seu oposto, aquele de 1997, conhecido como o instrumento da desarticulação entre o ensino médio e a educação profissional. Posto isso, sublinha-se
que se trata do Decreto Federal nº. 2.208 de 17 de abril de 1997 que, na sua internalidade, reforçou o paradigma da dualidade presente na história da educação brasileira desde
os tempos Capanema, da “era” de Getúlio Vargas.
2 Criado pelo Decreto Federal nº. 6.302 de 12 de dezembro de 2007. Institui o Programa Brasil Profissionalizado com vistas a estimular a integração entre o ensino médio e a educa-
ção profissional. Também, a Resolução nº. 9/2008 do FNDE, para orientar os sistemas dos estados e dos municípios sobre os procedimentos para o financiamento.
3 Reitera-se, aqui, que esse instrumento legal formalizou os seguintes parâmetros: o IDEB, o Plano de Metas denominado Compromisso Todos pela Educação e o PAR (Plano de
Ações Articuladas). O Presidente da República à época era Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro da Educação, Fernando Haddad.
4 Publicada no Diário Oficial do Estado, em 22 de dezembro de 2007, Caderno 1 – Poder Executivo, p. 1. O art. 58, Inciso II, contém a explícita determinação que cria a referida
Superintendência da Educação Profissional.
5 Publicada no Diário Oficial do Estado, em 22 de dezembro de 2007, Caderno 1 – Poder Executivo, p. 1. O art. 58, Inciso II, contém a explícita determinação que cria a referida
Superintendência de Educação Profissional.
Nesta perspectiva, a Rede Estadual da Bahia, que já ofertava cursos técnicos de modo
contingente, desde o ano de 1996, quando houve a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB), passou, também, por uma transformação na estrutura e fundamentação
dos cursos técnicos, acatando as determinações legais e, em 2007, oficializou a reestruturação
da política de oferta de cursos técnicos na rede estadual de educação da Bahia.
Uma das primeiras mudanças foi a transformação de Unidades Escolares em Centros
de Educação Profissional do Estado da Bahia para a qual foram realizados estudos de deman-
da levando em consideração as características do Território de Identidade (TI) e as demandas
sociais da região.
Desde então, a Rede Estadual da Educação Profissional e Tecnológica vem sendo con-
solidada continuamente e tem a perspectiva de fortalecer, diversificar e ampliar a oferta da
educação profissional e tecnológica nos territórios baianos, contribuindo para o fomento à
competitividade sistêmica dos mesmos, a partir de seus ativos endógenos, identidade e per-
tencimento, conexos à cultura, economia, sociedade e ao ambiente. Dentre os seus principais
objetivos, destacam-se:
FOTO: JOSENILDO JR
6 Denominação dada à ação/programa de Governo que convoca um pacto entre estado, municípios, instituições e sociedade para se debruçarem sobre a busca de alternativas
para solucionar as questões que, recursivamente, desafiam os sistemas de educação – o estadual e os municipais. O Programa Educar para Transformar foi lançado no dia 30 de
março de 2015, com a presença de 309 prefeitos baianos. Este Programa é baseado em cinco eixos básicos: colaboração entre Estado e Municípios, fortalecimento da educação
básica, educação profissional, parcerias com as escolas e a integração entre as famílias e as escolas
3
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DA BAHIA
A estrutura administrativa dos Centros foi assinalada pela mesma portaria citada, atribuindo
as seguintes competências aos vices diretores dos Centros de Educação Profissional da Bahia:
O Vice-Diretor Técnico-Pedagógico
_Articular a relação entre o Centro e os atores sociais dos respectivos Territórios de Identidade;
_Participação no colegiado da unidade escolar e, com destaque, na prestação de contas dos ní-
veis interno e externos.
7 As compras nos Centros de Educação Profissional envolvem não somente aquelas relativas a fardamento, alimentação escolar, limpeza e utensílios, mas também todos os insu-
mos e equipamentos específicos para as aulas práticas dos cursos oferecidos sejam eles técnicos, tecnológicos ou FIC, incluindo as aquisições para manutenção de equipamentos
e armazenamento de insumos.
É nesta forma descritiva das atribuições que se constatam a distribuição e complemen-
tação (necessária) das atividades da equipe gestora. Aí, localiza-se a identificação de elementos
que expressam as dificuldades na execução do trabalho compartilhado, bem como a articulação
entre os pares, fato este que vem gerando divergências para o pleno desenvolvimento de uma
gestão democrática. E os desafios são enfrentados a partir da clareza do que se quer da escola,
ou de sua missão institucional, para “aonde ir” de modo explícito, bem como a respeito do papel
da escola perante a comunidade e, de modo implícito, as capacidades e vocações de cada um no
seu fazer pedagógico.
Com isso e por meio da sua visão de futuro é que se pode pensar na gestão como diferen-
cial no processo de diagnóstico, planejamento, monitoria e avaliação de uma gestão participativa
numa perspectiva socioeducacional, passando pelo conjunto da estrutura pedagógica, adminis-
trativa e político-institucional da escola e, assim, chegando a outros elementos que norteiam e
influenciam a construção de processos de desenvolvimento que envolvam o estudante da edu-
cação profissional como principal protagonista.
Têm surgido, nos últimos anos, diferentes concepções que dão ênfase a diferentes pro-
cessos da gestão. Entre elas, a teoria da aprendizagem organizacional tem afirmado que é mais
importante para uma organização gerar um senso compartilhado em torno da sua missão, dos
valores e da visão de futuro, do que dar ênfase à estruturação e detalhamento de planos e
programas.
Partindo do princípio que um dos maiores desafios na atualidade é o exercício da demo-
cracia, é preciso entender como os elementos que contribuem para uma educação de qualidade
podem apoiar efetivamente uma gestão democrática. Considerando que a gestão democrática
requer uma relação muito próxima entre a escola e a sociedade, há que se examinar a perspec-
19
tiva pela qual se consigna: “... o êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta
de seus componentes pelo trabalho associado, mediante reciprocidade q ue cria um “todo” orien-
9
tado por uma vontade coletiva”. (LUCK, 1998 p.15).
Sob esse olhar para a gestão democrática, o agente da direção escolar envolve-se na
assunção plena da sua autonomia de gestor, buscando o encaminhamento adequado para as
questões e os problemas do cotidiano, tornando-os pretexto de desenvolvimento e aprendiza-
gem profissional.
3.2 Estrutura de Gestão dos Cursos Técnicos das Unidades Escolares de Educação
Profissional
_Elaborar, juntamente com os Professores, o Coordenador Pedagógico e/ou, nos casos dos Cen-
tros Territoriais e Estaduais de Educação Profissional, o Vice-Diretor Técnico-Pedagógico, os ins-
trumentos de acompanhamento e avaliação referentes aos conhecimentos, habilidades e atitu-
des desenvolvidas na formação profissional;
_Criar e desenvolver estratégias de divulgação do curso, juntamente com o Diretor e/ou, nos ca-
9 Confira, doravante, as referências aqui postas, na listagem global das mesmas, ao fim deste documento.
sos dos Centros Territoriais e Estaduais de Educação Profissional, o Vice-Diretor de Articulação
com o Mundo do Trabalho, quanto às suas características e estrutura, junto à comunidade e aos
alunos egressos do 9º ano do Ensino Fundamental;
_Participar das atividades promovidas por órgãos colegiados e outras que contribuam para o
desenvolvimento sociocultural e profissional dos alunos;
_Promover, juntamente com o Diretor e/ou, nos casos dos Centros Territoriais e Estaduais de
Educação Profissional, o Vice-Diretor de Articulação com o Mundo do Trabalho, a articulação
das unidades escolares com o mundo do trabalho;
Considerando a Lei Federal nº. 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o
estágio para estudantes e a Portaria do Gabinete do Secretário nº. 8.347, de 14 de novembro de
2017, publicada no DOE de 15 de novembro de 2017, p. 16 – Caderno Executivo, que regulamen-
ta o Estágio Curricular obrigatório, estabelecido em Plano de Curso com a definição de um Pro-
fessor Orientador, para acompanhamento do Estágio dos alunos das unidades da Rede Pública
20 Estadual ofertantes de Cursos Técnicos de Nível Médio.
Considerando, ainda, a Portaria do Gabinete do Secretário nº. 3.704, de 24 de maio de
2017, publicada no DOE de 30 de maio de 2017, p. 18 – Caderno Executivo, que dispõe sobre a
regulação do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, na estrutura curricular dos cursos técnicos
de nível médio como um dos requisitos obrigatórios para a conclusão de curso, opcional ao es-
tágio curricular, implicando na necessidade de se providenciar um Professor Orientador de TCC.
_Orientar o(s) aluno(s) na elaboração do TCC em todas as suas fases do trabalho: desde o plane-
jamento da pesquisa até a defesa e entrega da versão final e apresentação do trabalho;
_Realizar reuniões periódicas de orientação com os alunos, com registro e acompanhamento das
reuniões realizadas;
_Receber, depois da defesa, os trabalhos dos alunos e conferir se as sugestões dadas pela Banca
Avaliadora foram ou não atendidas;
_Adotar todas as providências que envolvam permissões e autorizações de caráter ético ou legal
conforme a natureza do TCC desenvolvido.
__Lei Federal nº. 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem.
Decreto Federal nº. 94.406 de 8 de junho de 1987 (publicado no Diário Oficial da União em 9 de
junho de 1987). Regulamenta a citada Lei nº 7.498/86, que orienta sobre o exercício da Enferma-
gem, e dá outras providências.
__Lei Federal nº. 11.788, de 25 de setembro de 2008, que normatiza a oferta do estágio para
estudantes.
_Entrar em contato com a Instituição que irá supervisionar o estágio para apresentação e conhe-
cimento das regras e normas estabelecidas pela mesma antes do início do estágio;
_Realizar o feedback, junto aos alunos e coordenador do curso, das atividades e/ou procedimen-
tos desenvolvidos com os alunos no campo de estágio;
_Avaliar as atividades desenvolvidas pelos alunos, de forma contínua, orientando-os quando
necessário e exigindo as habilidades requeridas para a prática de Técnico em Enfermagem;
_Incentivar o bom desempenho dos estagiários, bem como contribuir com a qualificação dos
futuros profissionais;
_Colaborar para manter um ambiente agradável e ético, com equipes multiprofissionais e de-
mais funcionários dos locais de estágios de cada instituição;
_Zelar pela integridade física dos estagiários, prevenindo-os de situações que possam oferecer
risco aos mesmos;
_Dar ciência, de imediato, ao Coordenador de Estágio das intercorrências ocorridas, bem como
22 relatar qualquer ocorrência à coordenação da unidade de saúde;
27
30
12 Refere-se, especificamente, à articulação entre educação profissional técnica de nível médio e educação básica, notadamente o ensino médio. Objetivamente, essas categorias
de articulação estão previamente definidas pelo Decreto Federal nº. 5.154, de 23 de julho de 2004, publicada no DOU de 26 de julho de 2004. (Seção 1, p. 21). Veja-se, particular-
mente, o Art. 3º, § 2º e o Art. 4º, § 1º.
4.2 Educação para as Competências Socioemocionais
Na atualidade, em todos os continentes, há um envolvimento com a centralidade das compe-
tências socioemocionais como uma capacidade humana de fundamental importância a ser
trabalhada pela educação formal.
Portanto, considera-se que a habilidade de estabelecer meta e alcançar objetivos, de
controlar emoções, de demonstrar empatia, de manter relações sociais positivas e de tomar
decisões de maneira responsável, entre outras, são competências socioemocionais que se
correlacionam diretamente com a atuação dos sistemas de educação. Elas fazem parte do
repertório linguístico das discussões e debates nos ambientes educacionais no mundo con-
temporâneo, incluindo-se nos contextos de órgãos públicos ou privados, responsáveis pelo
ordenamento formal de currículos, produção de material didático, estratégias pedagógicas e
preparo de aulas e atividades educativas para salas de aula.
Dessa forma, no ano de 2016, a Superintendência da Educação Profissional e Tecnológi-
ca – SUPROT firmou parceria com o Instituto Aliança, adaptando o modelo aplicado ao estado
do Ceará, por meio da inclusão das disciplinas “Projeto de Vida” e “Mundo do Trabalho, Empre-
endedorismo e Intervenção Social” nos cursos técnicos de nível médio, na categoria do Ensino
Médio Integrado, como prevê o citado Decreto Federal nº. 5.154/2004. A escolha do Instituto
Aliança (IA) se deu por sua experiência, mas, também, pela afinidade metodológica com o que
propõe a Secretaria da Educação do Estado da Bahia na atualidade.
Esta iniciativa levou em consideração o fato de que, além das motivações relacionadas à
pertinência e contextualização da educação em relação ao lócus vivendi (leia-se Territórios de
Identidade baianos), se observasse também o fato da convivência com as novas tecnologias da 31
informação e seu impacto nas transformações culturais da atualidade. Estão imersos no foco
das novas tecnologias da informação o acúmulo de informação, a velocidade na transmissão,
a superação das limitações espaciais, a utilização de multimídias, levando à modificação de
conceitos básicos de tempo e espaço em que até a noção de realidade começa a ser repensa-
da, por meio das tecnologias digitais que fazem uso da Realidade Virtual (RV) e da Realidade
Aumentada (RA) que tornam o ensino mais motivador13.
Portanto, além das competências cognitivas relacionadas às capacidades de interpre-
tar, refletir, pensar abstratamente, generalizar e fazer aplicações, constituídas no âmbito de
processos escolares, torna-se cada vez mais necessária a formação de indivíduos capazes de
realizar escolhas e de tornar suas competências pessoais em potencial de realização. Assim,
os processos escolares se orientam para o rumo que capacita os indivíduos a buscarem o que
pretendem, a saberem planejar, a tomarem decisões apropriadas, a persistirem no alcance
de objetivos e a fazerem escolhas responsáveis em situações complexas. Efetivamente, esse
conjunto recai em aspectos socioemocionais que ajudam a direcionar a escolarização para o
sucesso pessoal dos indivíduos. A literatura especializada trata esse assunto como um pressu-
posto da dinâmica escolar na atualidade, como marca do desenvolvimento das competências
socioemocionais, assim delimitadas14 :
13 As expressões realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA) referem-se a dois campos de interface digital que potencializam as interações perceptivas do usuário com as
aplicações computacionais, resultando efeitos impactantes nas aprendizagens e grande alcance pedagógico em ambientes com modelagens tridimensionais, regidos por equipes
colaborativas e de composição multidisciplinar. Consulte-se, por exemplo, as obras: CARDOSO, Alexandre e outros. Tecnologias e ferramentas para o desenvolvimento de sistemas
de realidade virtual e aumentada. Recife: UFPE Editora Universitária, 2007; TORI, Romero, KIRNER, Claudio e SISCOUTO, Robson. Fundamentos e Tecnologia de Realidade Virtual e
Aumentada. Belém, Pará: Editora da Sociedade Brasileira de Computação, 2006.
14 Consultar o artigo “Currículos socioemocionais, habilidades do século XXI e o investimento econômico na educação: as novas políticas curriculares em exame”. Aqui se constata
a dimensão da política curricular destinada à formação que envolve os aspetos socioemocionais, como uma decorrência das necessidades educativas da atualidade, dentre outras
situações. Ver a referência bibliográfica completa, ao final desse documento.
FOTO: CLAUDIONOR JR.
No contexto da disciplina Projeto de Vida, essas competências são tratadas no seu con-
junto, de maneira que, cada estudante seja estimulado a registrar em planilhas o conhecimen-
to dos seus modos de agir, suas expectativas e perspectivas para ser e estar no mundo (como
indivíduo e como partícipe de grupos sociais diversos), de organizar as ideias, de refletir sobre
si, de estimar e conceber planos, projetos e esboços de ações, bem como colocá-los em prática,
incluindo as tomadas de decisão e as interfaces com alterações de rota, as estimativas opera-
cionais que abrangem temporalidade, controle de variáveis intervenientes ao fluxo do anda-
mento das atividades, formas de atingir metas, gerenciamento orçamentário, dentre outros
ofícios.
Isso corresponde ao envolvimento com a aprendizagem acerca do planejamento e da
execução de metas, com controle dos seus passos e operações, interveniências e redireciona-
mentos, condições favoráveis à estabilidade do fluxo das ações e gerenciamento de rumos,
relações de conformidade e objetivos, e, sobretudo, atenção aos sentimentos e percepções e,
mais que isso, apreço pela experiência afetiva de dirigir seu projeto de vida, a compreensão
acerca do papel da intuição e da sensibilidade na avaliação dos resultados.
De per si, esta forma de encarar o planejamento do seu projeto de vida deixa marcas
que assinalam o quão importante é a inteligência emocional para conviver e atuar num mundo
cada vez mais complexo, que passa a exigir de todos o discernimento sobre a melhor e a mais
pertinente estratégia colaborativa para agir em grupo, como foco da boa experiência socioe-
mocional e para a convivência saudável com o manejo das expectativas, bem como do reco-
nhecimento das influências sociais que estão subjacentes às escolhas e como isso se relaciona
com suas próprias características, demandas, necessidades e desejos.
15 Ver, por exemplo, a Lei Estadual nº. 13.572 de 30 de agosto de 2016, que institui a Política Estadual de Convivência com o Semiárido e o Sistema Estadual de Convivência com o
Semiárido e dá outras providências.
4.3.1 Escritórios Territoriais Criativos
4.3.2 Fábricas-Escolas
O contexto histórico que originou as discussões sobre a proposta pedagógica das unidades
escolares na educação brasileira tem marco temporal no ano de 1996, quando foi promulgada
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)16.
Esta lei institui, por meio dos artigos 12, 13 e 14, a diretriz da autonomia para a escola,
no sentido de que a mesma usufrui da tarefa de elaborar e executar sua proposta pedagógica.
Contudo, deve contar com a participação dos profissionais da educação e dos conselhos (ou
equivalentes) na sua elaboração, determinando que todas as instituições de ensino precisam
ter um PPP17.
Assinalam as circunstâncias da década de 1980, marcadas por um movimento de de-
mocratização no Brasil, inclusive na escola. Foi ainda nesse momento que houve a transição
do regime militar, no qual era princípio normativo básico a centralização e verticalização das
decisões tomadas em todas as instituições. Nesse mesmo tempo, especificamente no ano de
1988, o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública começou a perspectivar o caminho para
que fosse instituída uma gestão democrática do ensino público. E assim, decorrente das rela-
ções de contexto, nacional e internacional, foi instituído pela Constituição Federal de 1988, no
Art. 206, inciso VI, a gestão democrática do ensino público, com seus desdobramentos na LDB,
marco jurídico consagrado na realidade nacional.
O PPP define a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com qualidade a
36 partir da realidade colocada. Por esse argumento, toda escola organiza os objetivos que deseja
alcançar, metas a cumprir e, em destaque, os sonhos a realizar no percurso de formação dos
indivíduos.
O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá for-
ma e vida ao chamado Projeto Político-Pedagógico, sendo que as próprias palavras que com-
põem seu nome dizem muito sobre ele. Vale afirmar que ele, o PPP, é antes de tudo:
16 É a Lei Federal nº. 9.394/96 de 20 de dezembro de 1996, publicada no DOU de 23 de dezembro de 1996. Vale salientar que sofreu muitas alterações, dentre as quais as propor-
cionadas pela Lei Federal nº. 11.274 de 6 de fevereiro de 2006 e pela de nº. 12.796 de 4 de abril de 2013, que incluíram, ambas, as prerrogativas da Emenda Constitucional nº. 9/2009.
Destaca-se também nestas modificações as fixadas pela lei de nº. 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que converteu em norma legal a polêmica Emenda Provisória nº. 76 de 22 de
setembro de 2016. Comenta-se que, enquanto a Emenda Constitucional nº. 9 aqui referida melhora o ordenamento do sistema nacional de educação, a exemplo da ampliação do
tempo para a escolarização obrigatória em nível nacional (4 a 17 anos, abarcando desde a pré-escola ao ensino médio), a mencionada lei da conversão da MP fez alterações com
visíveis marcas de retorno aos pressupostos das reformas Capanema (era getulista) e daquela que se advogava a profissionalização compulsória, dos anos de 1970 (governo militar).
17 A expressão Projeto Político-Pedagógico (PPP) sempre se associa à reorganização – de dentro para fora – da escola. O ponto de partida para a realização dessa tarefa é o em-
penho coletivo na construção de um plano de ação que abranja a ordem pedagógica e sua prática própria implícita nas ações do desenvolvimento do currículo escolar, o cunho
democrático para as tomadas de decisões, a instalação da dinâmica de avaliação de natureza emancipatória e a predisposição para o trabalho coletivo. A expressão foi difundida
pela obra “Projeto Político-Pedagógico da Escola: uma construção possível”, que é uma coletânea de textos, organizados por Ilma Passos Alencastro Veiga, com sua 1ª edição no ano
de 1995, pela Editora Papirus. Continua como marco na organização das propostas pedagógicas das escolas brasileiras, com sucessivas edições ano após ano, já tendo atingido a
29ª edição no ano de 2011.
»» Um mapa de procedimentos para o trabalho coletivo;
»» Um ato político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos
conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na so-
ciedade, transformando a realidade a partir da interação com os próprios atores e
sujeitos e, sobremaneira, daquilo que se espera como resultado qualificado para o
bem estar social.
Portanto, a escola deve promover interação com a comunidade local para que seja pos-
sível atingir as metas e concretizar seu plano de ação, assim como transformar o espaço esco-
lar em um ambiente global, unindo questões pedagógicas, administrativas e políticas. Dessa
perspectiva, o PPP se expressa como uma totalidade (presente-futuro), englobando todas as
dimensões da vida escolar, não se reduzindo a uma somatória de planos ou de sugestões de
atuações aqui, ali e acolá; não é transposição ou cópia de projetos elaborados em outras reali-
dades escolares e, tampouco, não é documento “esquecido em gavetas”.
É por intermédio desse compromisso do PPP com os interesses reais e coletivos da
escola que se materializa seu caráter político e pedagógico, posto que essas duas dimensões
sejam indissociáveis, como destaca Saviani (1983, p. 93), ao afirmar que “a dimensão política se
cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática especificamente pedagógica”. Nes-
sa obra, Saviani se preocupa em apontar as qualidades distintivas fundamentais da educação
formal feita pelas escolas e as múltiplas relações que caracterizam a disposição/arrumação
dos aspectos organizacionais do trabalho pedagógico, determinantes para se ter a feição final
da escola e seus ambientes. É essa visão que faz todos verem a escola como uma instituição
específica, única, na sua excepcional finalidade de preparar espaços de aprendizagem para os
indivíduos e de construir/formatar percursos e itinerários formativos para inúmeros sujeitos.
Assim, é na ação pedagógica da escola que se torna possível a efetivação de práticas
sociais emancipatórias, bem como da formação de um sujeito social crítico, solidário, com-
38
prometido, criativo, participativo. É nessa ação que se cumpre e se realiza a intencionalidade
orientadora do projeto construído. Compreender essa dialética entre o político e o pedagógico
torna-se imprescindível para que o PPP não se torne um documento pleno de intenções e vazio
de ações; de pouco adianta declarar que a finalidade da escola é “formar um sujeito crítico, cria-
tivo, participativo”, ou anunciar sua vinculação às teorias críticas se, nas suas práticas pedagógi-
cas cotidianas, perduram estruturas de poder autoritárias, currículos engessados, experiências
culturais empobrecidas. Ao contrário, é desvelando essas condições, afirmando seu caráter
político, que a escola, por meio de seu Projeto Político-Pedagógico, pode mobilizar forças para
mudanças qualitativas.
Discutindo essa relação do PPP com a inovação, Veiga (2003), apoiando-se nas contribuições
de Boaventura Santos faz uma interessante distinção entre “inovação regulatória” e “inovação
emancipatória”. Segundo essa autora, tanto a inovação regulatória como a emancipatória pro-
vocam mudanças na escola; contudo, há diferenças substanciais que acompanham cada uma
delas.
Enquanto as inovações do tipo emancipatório têm sua origem e destino nas necessida-
des do coletivo da escola, as inovações regulatórias decorrem de prescrições, de recomenda-
ções externas à escola e tendem a ser burocratizadas, não sendo resultado de processos par-
ticipativos e partilhados pela comunidade escolar. Predominam, nas inovações regulatórias,
aspectos técnicos, ao passo que na primeira prevalecem preocupações de cunho político-cul-
tural e do emolduramento da realidade onde a escola se situa. Assim, adotar a perspectiva da
inovação regulatória significa, ainda segundo a autora, compreender o PPP como um conjunto
de atividades que resultarão em um produto: um documento programático, pronto e acabado,
no qual aparecem sistematizadas as principais concepções, os fundamentos e as orientações
curriculares e organizacionais de uma instituição educativa.
Abandona-se, nesse caso, a concepção de PPP como construção coletiva, disponibili-
zando-se para a escola um documento a ser executado, cuja principal preocupação é inovar
para produzir melhores resultados. Sob essa ótica, a inovação regulatória significa assumir o
Projeto Político-Pedagógico como um conjunto de atividades que vão gerar um produto e, ao
fim e ao cabo, um documento pronto e acabado. Nesse caso, deixa-se de lado o processo de
produção coletiva, perde-se a concepção integral de um projeto e este se converte em uma
relação insumo/processo/produto. Pode-se inovar para melhorar resultados parciais do ensi-
no, da aprendizagem, da pesquisa, dos laboratórios e da biblioteca, mas o processo não está
articulado integralmente com o produto e sim com a qualificação social dele e das destinações
que se deseja com isso (VEIGA, 2003, p. 271).
Aqui, nesta perspectiva, a inovação não rompe com o que já está instituído, pelo contrá-
rio, trata-se de uma rearticulação com o estabelecido, visando tão somente a melhoria do seu
efeito e não, apenas, uma introdução acrítica do novo no velho. O traço regulatório torna o PPP
um instrumento de controle, burocratizado, voltado apenas para o cumprimento de normas
técnicas, de aplicação de estatísticas, de cumprimento de metas, sem que se atente para o ca-
ráter processual e para a qualidade das mudanças projetadas.
Ao contrário, na perspectiva emancipatória, a inovação e o PPP estão organicamente
articulados, integrando-se finalidades e meios, propósitos e princípios, expedientes e ofícios,
39
tarefas e obrigações inspirados por processos de ruptura com o já instituído; aqui não se trata
apenas de introdução de novas regras, de novas ferramentas ou formulários de controle, de
novos encargos. A inovação metodológica advinda com a perspectiva emancipatória vincula-se
às transformações nas concepções metodológicas, com orientações claras e assumidas com
relação a um projeto coletivo, com uma missão associada à formação escolar para o desenvol-
vimento da autonomia e para a solução de problemas, para a autodeterminação e para a sensí-
vel “leitura do mundo” e, também, para a articulação pedagógica que potencialize a integração
entre o ser, o saber e o agir, entre o planejamento e a execução.
18 Ver a Portaria nº. 397, de 9 de outubro de 2002, do Ministério do Trabalho e Emprego, que aprova a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO/2002, para uso em todo
território nacional.
6.1 Organização Curricular Técnica de Nível Médio
A Organização Curricular dos Cursos da Educação Profissional Técnica de Nível Médio da Secre-
taria da Educação do Estado da Bahia está orientada pela Resolução CNE/CEB nº. 6, de 20 de
setembro de 2012, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissio-
nal Técnica de Nível Médio (DCNEPT), divulgada pelo Diário Oficial da União de 21 de setembro
de 2012, Seção 1, p. 22.
Vale dizer que os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio são organi-
zados por Eixos Tecnológicos de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos – CNCT,
instituído e organizado pelo Ministério da Educação – MEC, a partir da Resolução CNE/CEB nº.
1/ 2014, com base no Parecer CNE/CEB nº 08/2014.
Pauta-se, também, pela normatização adstrita à Classificação Brasileira de Ocupações –
CBO, claramente explicitada pelo Art. 12 da supramencionada Resolução CNE/CEB
nº. 6/2012.
Implica, ademais, considerar as premissas contidas no Art. 13 desta mesma norma:
19 Destaca-se que a referência aos fundamentos estéticos é devida à expressão “Estética da Sensibilidade” presente na Resolução CNE/CEB nº. 3 de 26 de junho de 1998, hoje
revogada pela Resolução CNE/CEB nº. 2 de 30 de janeiro de 2012. Naquela, a expressão “Estética da Sensibilidade” é um dos três pilares que edificaram a construção daquela
diretriz curricular, à época. Sobretudo, pretendeu-se que este pilar correspondesse à ação consentânea com a possibilidade de substituir o consenso pedagógico da repetição
e padronização. Uma vez instalada a “Estética da Sensibilidade”, abria campo pedagógico para estimular a criatividade, o espírito inventivo, a curiosidade pelo inusitado, e a
afetividade, bem como facilitaria a constituição de identidades capazes de suportar a inquietação, para se conviver com o incerto e o imprevisível, para acolher e conviver com a
diversidade, valorizar a qualidade, a delicadeza, a sutileza, as formas lúdicas e alegóricas de conhecer o mundo e fazer do lazer, da sexualidade e da imaginação um exercício de
liberdade responsável, nos termos da redação da mesma. Contudo, a despeito da revogação da mencionada Resolução CNE/CEB nº. 3/1998, a referência aos fundamentos esté-
ticos permanece nos textos normativos nacionais, como é este o caso do Art. 13 da norma que rege o ordenamento curricular para a educação profissional, dentre outros. (vide:
Resolução CNE/CEB nº. 6/2012, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio).
2. Adequação à vocação dos Territórios de Identidade e os avanços dos setores produ-
tivos pertinentes, considerando os Planos de Desenvolvimento Territorial Sustentá-
vel (PTDS) como documento norteador;
3. Definição do perfil profissional de conclusão do curso, projetado na identificação
do itinerário formativo planejado pela unidade escolar, com base nos itinerários
de profissionalização claramente identificados no mundo do trabalho, indicando as
efetivas possibilidades de contínuo e articulado aproveitamento de estudos;
4. Identificação de conhecimentos, saberes e competências pessoais e profissionais
definidoras do perfil profissional de conclusão proposto para o curso;
5. Definição de critérios e procedimentos de avaliação da aprendizagem;
6. Identificação das reais condições técnicas, tecnológicas, físicas, financeiras e de pes-
soal habilitado para implantar o curso proposto;
7. Organização curricular flexível, por componentes curriculares, projetos, núcleos te-
máticos, desde que compatíveis com os princípios da pertinência, da interdiscipli-
naridade, da intergeracionalidade, da interexperencialidade, da interculturalidade
e da interterritorialidade na contextualização e na integração entre teoria e prática,
no processo de ensino e aprendizagem;
8. Inserção dos dados do plano de curso aprovado pela SEC/SUPROT, no cadastro do
Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica - SISTEC,
mantido pelo MEC, para fins de validade nacional dos diplomas emitidos, sendo
obrigatório o registro do número do cadastro do SISTEC nos diplomas dos concluin-
tes de curso técnico de nível médio, para que os mesmos tenham validade nacional
para fins de exercício profissional.
44
Além disso, currículos dos cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio da
Secretaria da Educação do Estado da Bahia devem proporcionar aos estudantes meios pelos
quais sejam reforçados os princípios da emancipação, da autonomia, do empoderamento, do
empreendedorismo e da formação de redes e, para a equipe gestora e pedagógica, preocupar-
-se com os seguintes aspectos, sinalizados pelo Art. 14 da Resolução CNE/CEB nº. 6/2012:
Os cursos e programas da Educação Profissional Técnica de Nível Médio são organizados por
Eixos Tecnológicos, uma caracterização definida objetivamente pelo MEC que, por sua vez, é
resultante do agrupamento conforme traços e distintivos científicos e tecnológicos que os reú-
nem e os caracterizam. Esses cursos devem apresentar-se com itinerários formativos flexíveis,
diversificados e atualizados, à luz dos §3º e §4º do Art. 3º da Resolução CNE/CEB nº. 6 de 20 de
setembro de 2012.
Os itinerários formativos podem ser compreendidos como um roteiro de estudos para
formação, ou seja, a descrição de percursos formativos que um estudante poderá desenvolver,
possibilitando sua qualificação para fins de prosseguimento de estudos ou inserção no mundo
46 do trabalho e exercício profissional. Devem ser organizados de forma intencional e sistemática,
estruturando ofertas educacionais que possibilitem ao estudante uma trajetória de formação
coesa e contínua.
Para tanto, a unidade escolar precisa compartilhar essa decisão de escolha com as re-
presentações da sociedade civil, possibilitando a execução dos cursos que expressem o desejo
e a necessidade do território de identidade, bem como dos municípios nos quais se encontram
as unidades de educação profissional.
Temos, atualmente, 11 (onze) Eixos Tecnológicos sendo ofertados pela SUPROT,
a saber:
»» Ambiente e Saúde
»» Controle e Processos Industriais
»» Gestão e Negócios
»» Informação e Comunicação
»» Infraestrutura
»» Produção Alimentícia
»» Produção Cultural e Design
»» Produção Industrial
»» Recursos Naturais
»» Turismo, Hospitalidade e Lazer
»» Segurança
Compreende-se, ademais, o itinerário formativo como o conjunto das etapas que com-
põem a organização da oferta da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, no âmbito
de um determinado Eixo Tecnológico, possibilitando contínuo e articulado aproveitamento de
estudos e de experiências profissionais devidamente certificadas por instituições educacionais
legalizadas.
Assim, o itinerário formativo contempla a seqüência das possibilidades articuláveis da
oferta de cursos de Educação Profissional, programada a partir de estudos de ajustes quanto
aos “caminhos” da profissionalização, ao mundo do trabalho, à estrutura sócio-ocupacional e
aos fundamentos científico-tecnológicos e tácitos-comunitários, sempre associados aos pro-
cessos produtivos de bens ou serviços locais.
Neste sentido, a programação das atividades educacionais deve garantir ao estudante
o avanço no seu processo de aprendizagem e escolarização, evitando-se interrupções e repeti-
ções de conteúdos e de experiências. É nesta direção que a organização curricular deve seguir,
reafirmando esse princípio e anunciando com clareza as formas de preservação do direito de
permanência, continuidade de estudos e conclusão do curso técnico de sua opção.
Assim, nesses marcos, os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio têm
por finalidade proporcionar ao estudante conhecimentos, saberes e competências profissio-
nais necessários ao exercício profissional e da cidadania, com base nos fundamentos científi-
co-tecnológicos, tácitos-comunitários, históricos e culturais.
As formas de articulação do Curso Técnico de Nível Médio com o Ensino Médio são inte-
grada, concomitante e subsequente. Cada uma das formas de articulação recebe uma nomen- 47
clatura na Rede Estadual de Educação. São elas:
A carga horária mínima de cada curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio
é indicada no CNCT, segundo cada habilitação profissional, podendo variar entre 800, 1.000
ou 1.200 horas, de acordo com a respectiva habilitação profissional. Nos cursos integrados,
deverá ser acrescida a carga horária da Base Comum, que compreende a formação na íntegra
do Ensino Médio, sendo 2.400 para a forma de articulação EPI e 1.200 horas para a forma de
articulação PROEJA Médio.
Segue-se uma breve caracterização dos padrões dos cursos com suas cargas horárias e traços
próprios:
6.3.1 Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio – EPI
Matrícula única, com duração de 03 anos, ofertada no turno diurno e tem como público o estudante
adolescente que concluiu o Ensino Fundamental.
Tempo de Duração: 03 anos.
Carga Horária Máxima: 3.920 horas, sendo 2.400 horas de Base Comum e 1.200 horas de Formação Profissional.
Turno de Oferta: Diurno.
Possibilidade de realização: Opção 01 Turno: 06 horas dia/30 horas semanais/120 horas mensais/1.200 horas
por ano / Opção 02 Turnos: 04, 05, 07 ou 08 horas dia/30 horas semanais/120 horas mensais/1.200 horas por ano.
Observação: A unidade fará a programação das aulas, com base na disponibilidade de recursos humanos
e materiais.
NOTA: Importante ressaltar, que a conclusão do Ensino Médio é condição necessária para a obten-
ção do diploma de Técnico, para todas as formas de articulação.
6.4 Plano de Curso da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
O Plano de Curso é um instrumento de trabalho que possui o objetivo de referenciar os con-
teúdos, as metodologias, os procedimentos e as técnicas a serem utilizadas no processo de
ensino-aprendizagem concernentes às Unidades Escolares.
Nesse documento, devem-se apresentar as razões que levam a Unidade Escolar a pro-
por o curso, contextualizando o cenário local e territorial; indicar os dados estatísticos e infor-
mações que justificam a necessidade da oferta do curso na região, a demanda do Território e
dos Arranjos Produtivos Territoriais/Locais (APL), bem como a contextualização da proposta
coerente com o município e o entorno de modo a ressaltar a coerência e o porquê da necessi-
dade do curso.
O Plano de Curso elaborado pela Unidade escolar deverá explicitar os princípios legais
que embasam a estruturação dos Cursos Técnicos de Nível Médio, de acordo a Resolução CNE/
CEB nº. 6 de 20 de setembro de 2012 (Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Profissio-
nal Técnica de Nível Médio).
É importante considerar, também, os projetos pedagógicos, os dados do Território, as
atividades e as ações pedagógicas desenvolvidas, as aulas práticas e visitas técnicas, e as dife-
rentes formas de articulação teórico/práticas que estão contidas nos Projetos que são propos-
tos pela SUPROT, a exemplo do trabalho interdisciplinar, do Empreendedorismo e Inovação, do
desenvolvimento de competências técnicas, e das ações próprias da SEC/SUPROT como Escri-
tórios Criativos, Fábricas-Escolas, Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC), Programa Ciência
na Escola (PCE), dentre outras.
Cabe à Unidade Escolar a escrita e a divulgação do Plano de Curso, com a responsa- 49
bilidade de dar prosseguimento ao fluxo do seu preparo e entrega, o acompanhamento do
parecer pedagógico junto à SUPROT no sentido de aperfeiçoar o documento quando for o caso
e, ainda, atender as orientações institucionais até a finalização da sua análise, aprovação e pu-
blicação do documento legal de autorização do Curso Técnico ofertado pela escola.
Reitera-se que o Plano de Curso é o registro que corporifica o currículo, como dispõe
o Art. 15 da citada Resolução CNE/CEB nº. 6/2012, feito com base no princípio do pluralismo
de ideias e de concepções pedagógicas, reafirmado o preceito implícito aos Arts. 12, 13, 14 e
15 da LDB.
Os Planos de Curso, coerentes com os respectivos projetos político pedagógicos, são
submetidos à aprovação da SUPROT, conforme fluxo a seguir:
»» A Unidade Escolar envia o Plano de Curso para a Diretoria de Organização Curricu-
lar e Pedagógica – DIROPE;
»» A DIROPE analisa de acordo com as legislações federal e estadual, especificamente
as Diretrizes Curriculares da Educação Profissional e Tecnológica;
»» Caso sejam necessários ajustes, a DIROPE encaminha o Plano de Curso com obser-
vações para a Unidade;
»» Com o Plano de Curso estando de acordo, a DIROPE encaminha à Diretoria de Em-
preendedorismo, Inovação e Institucionalização da Educação Profissional - DIREPI
para os procedimentos institucionais e publicação.
6.4.1 Referencial para elaboração do Plano de Curso
De acordo com a legislação atual, os Planos de Curso da Educação Profissional Técnica
de Nível Médio devem conter, obrigatoriamente, as seguintes Informações:
»» Identificação do curso;
»» Justificativa e objetivos;
»» Requisitos e formas de acesso;
»» Perfil profissional de conclusão;
»» Organização curricular;
»» Itinerário Formativo (Referenciar a ênfase do Percurso Formativo);
»» Matriz Curricular;
»» Orientação Metodológica;
»» Plano de Estágio Supervisionado ou Trabalho de Conclusão de Curso – TCC;
»» Possibilidade de Certificação parcial em Cursos FIC;
»» Critérios de aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores;
»» Critérios e procedimentos de Avaliação;
»» Biblioteca, Instalações e Equipamentos;
»» Perfil do pessoal Docente e Técnico;
»» Certificados e diplomas a serem emitidos.
A Matriz dessa modalidade de curso contempla Base Comum - BC e Formação Profissional - FP.
São estes os componentes incluídos:
»» Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho;
»» Metodologia do Trabalho Científico;
»» Projeto Experimental;
»» Projeto de Vida;
»» Mundo do Trabalho, Empreendedorismo e Intervenção Social.
Ressalta-se que os cursos iniciados antes de 2018, e que ainda estão em andamento,
não terão quaisquer mudanças e darão continuidade com às matrizes iniciadas até a conclusão
das turmas.
Igualmente, enfatizamos que a Matriz Curricular de Curso Técnico de Nível Médio, ini-
ciada em 2018, com estrutura diferente das que foram encaminhadas pela DIROPE, não será
validada por esta Superintendência, por motivo de registro em Sistemas (SISTEMA DE GESTÃO
ESCOLAR - SGE e Programação de Docentes). As Unidades poderão fazer sugestões de inclusão
e/ou alteração de currículo que serão analisadas e validadas pela SUPROT.
Desde o final de 2016, a SUPROT vem realizando Encontros e envolvendo todos os 27 (vinte
e sete) Territórios de Identidade na perspectiva de realizar discussões a respeito da reorgani-
zação do currículo da Educação Profissional com o corpo de gestores/as e representantes de
professores/as, além das representações das comunidades locais.
Em 2018, a SUPROT (em parceria com os Núcleos Territoriais de Educação – NTE) pros-
segue, nos 27 (vinte e sete) Territórios de Identidade, a discussão sobre a Reforma do Ensino
Médio, por meio da realização de Seminários Territoriais com a comunidade escolar e a socie-
dade civil organizada.
Em 2019, esta tarefa será assumida pela ação adstrita ao perfil dos Territórios Educacio-
20.
nais
Na discussão do “Novo Ensino Médio”, decorrente da alteração do Art. 36 da LDB, levado
a cabo pela Lei Federal nº. 13.415 de 16 de fevereiro de 2017, a SUPROT se torna pioneira na
implementação de mudanças no Currículo do Ensino Médio que permitem a articulação dos
conteúdos curriculares para a formação de cidadãos e profissionais no intuito de aproximar,
»» Projeto de Vida;
»» Mundo do Trabalho, Empreendedorismo e Intervenção Social;
»» Metodologia do Trabalho Científico;
»» Trabalho de Conclusão de Curso – TCC;
»» Estágio.
Ressalta-se que os cursos iniciados antes de 2018, e que ainda estão em andamento,
não terão quaisquer mudanças e darão continuidade com às matrizes iniciadas até a conclusão
das turmas.
Igualmente, enfatizamos que a Matriz Curricular de Curso Técnico de Nível Médio, ini-
ciada em 2018, com estrutura diferente das que foram encaminhadas pela DIROPE, não será
validada por esta Superintendência, por motivo de registro em Sistemas (SISTEMA DE GESTÃO
ESCOLAR - SGE e Programação de Docentes). As Unidades poderão fazer sugestões de inclusão
e/ou alteração de currículo que serão analisadas e validadas pela SUPROT.
No processo de formação do estudante dos cursos, o estágio é um ato educativo escolar super-
visionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho pro-
dutivo de estudantes que estejam frequentando o ensino regular em instituições da educação
profissional. Desse modo, a prática profissional supervisionada em situação real de trabalho
configura-se como atividade de estágio profissional, assumido como ato educativo da institui-
ção educacional.
O estágio profissional supervisionado, quando necessário em função da natureza do iti-
nerário formativo ou exigido pela natureza da ocupação, pode ser realizado em organizações
públicas ou privadas, à luz da Lei Federal nº. 11.788, de 25 setembro de 2008, que se constitui no
preceito normativo que define o regramento para estágios de estudantes. Também se pautará
em conformidade com diretrizes específicas editadas pelo Conselho Nacional de Educação.
Os estudantes dos cursos técnicos de nível médio com matrícula ativa no SGE poderão
optar pelo Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em opção ao estágio curricular, conforme a
Portaria SEC nº. 3.704/2017, publicada no DOE em 15 de novembro de 2017 – exceto os estu-
54 dantes do Curso Técnico em Enfermagem, que têm por obrigatoriedade realizar o estágio.
A proposta do TCC é pautada na interação entre teoria e prática e, sobremodo, entre es-
cola e mundo do trabalho, sendo a culminância de projetos de empreendedorismo e interven-
ção social desenvolvida a partir das Disciplinas Articuladoras, além de considerar as demandas
comunitárias e outras identificadas pelos Escritórios Criativos.
No desenvolvimento do TCC, o saber reflexivo deve privilegiar o aprender por meio do
fazer, possibilitando que a aprendizagem escolar extrapole o ambiente físico da escola, pro-
mova a aproximação da comunidade escolar com os diferentes segmentos da comunidade
externa, incentive a liberdade de aprender e de fazer articulações entre saberes, sejam eles
formais, tácitos ou da experiência e estimule o estágio social nas Fábricas-Escolas – que visem
o desenvolvimento em soluções tecnológicas, o aperfeiçoamento da qualificação profissional,
fomente compreensões por meio de suplementos à dinâmica de vivenciar práticas e experi-
mentos e incremente parcerias com empresas e comunidades.
O TCC deve ser realizado no intuito de favorecer o acesso a novas tecnologias e novos
conhecimentos e metodologias voltados ao desenvolvimento de competências atitudinais, cog-
nitivas e laborais. Com isso, encorajar o estudante a buscar o estudo sistematizado com foco
pertinente à profissão, desenvolvido mediante controle, orientação e avaliação docente.
Todas essas considerações, certamente, possibilitarão aos estudantes a ampliação do co-
nhecimento no campo de atuação profissional, com suas particularidades, demandas e desafios.
Respalda-nos, também, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei Federal nº.
9.394/96), Art. 23, que orienta quanto à organização da educação básica.
57
A Avaliação é um dispositivo pedagógico do processo
de ensino e de aprendizagem, de caráter investigati-
vo, processual, contínuo, cumulativo e emancipató-
rio contemplando as dimensões qualitativa e quanti-
tativa... (BAHIA, 2016, Art. 2º).
A recuperação paralela deve ser planejada pelo(a) professor(a), utilizando a autonomia que lhe compete,
após as atividades avaliativas previstas nas unidades letivas, sendo realizada durante todo o processo,
garantindo a recuperação dos conhecimentos não consolidados.
A recuperação das aprendizagens pelos estudantes deve ser registrada por meio de notas e deve ocorrer
em todas as unidades letivas, em observância à concepção e às finalidades descritas no Art. 2° da Portaria
SEC nº. 6.562/2016. A nota alcançada no processo da recuperação paralela deve ser registrada no diário de
classe e considerada para garantir a regularização da vida escolar dos(as) estudantes no registro final da
unidade letiva, no sistema eletrônico de registro da rede estadual de ensino da Bahia.
Como afirma o Art. 5° da Portaria 6.562/2016, a avaliação da aprendizagem, bem como os estudos
da recuperação paralela, deve ser desenvolvida em todos os componentes curriculares da Base Nacional
Comum e Formação Profissional, considerando o currículo, as etapas e as modalidades da Educação Básica.
Quando o aproveitamento for insuficiente, ou seja, caso a média fique abaixo de 5,0, o estudante deve
ser encaminhado para Recuperação, realizada ao término de cada período letivo (semestre/Unidade),
independentemente do número de componentes curriculares.
21 Portaria conexa ao estatuto do Regimento Escolar da rede pública estadual. Publicada no DOE de 16 de julho de 2011. (Caderno 1 – Poder Executivo, p.16).
6.8 Progressão Parcial
A progressão parcial constitui-se em direito de todos os estudantes matriculados nos Cursos Técnicos
de Nível Médio integrados ao Ensino Médio, a partir do primeiro semestre, exceto o de terminalidade.
Entende-se por Progressão Parcial, a promoção do aluno para o semestre posterior, com defa-
sagem em alguns componentes curriculares, necessitando, por isso, de novas oportunidades de apren-
dizagem, viabilizadas em procedimentos pedagógicos e administrativos, oferecidas pelas Unidades, de-
vidamente previstas e regulamentadas no Projeto Político-Pedagógico e no Regimento Escolar da Rede.
A Portaria SEC nº. 6.562/2016 destaca que os estudantes que não conseguirem aprovação, em até 03 (três)
componentes curriculares, poderão ser matriculados no semestre/série seguinte, dando continuidade à sua
escolarização em Regime de Progressão Parcial - RPP.
Quando desenvolvida ao longo do curso, para Progressão Parcial, o estudante deve ser matriculado
na série subsequente no turno oposto, independente do curso e da forma de articulação. Para avaliação serão
desenvolvidas atividades, cuja nota máxima a ser atribuída deve ser, no máximo, 10 (dez) pontos para cada
componente curricular por ano, no caso dos Cursos Técnicos de Nível Médio integrados.
O estudante deve ser matriculado no SGE, em outro turno, em qualquer curso/semestre/série que
oferte o componente curricular em dependência, desde que seja observada a equivalência de aprendizagem
do mesmo. Quanto ao registro do aproveitamento, a Unidade Escolar deverá seguir as orientações da
Secretaria da Educação para lançamento no SGE.
Nos Componentes Curriculares da Formação Profissional - FP, a recuperação deve ser paralela e ao final do
semestre/série, conforme prevê a LDB e os demais documentos legais da Rede Estadual de Educação.
A reprovação em um Componente Curricular não impede a progressão do estudante. O estudante
retido no Componente Curricular deverá cursá-lo novamente em turno diferente do que está matriculado,
ou ao final do Curso, independentemente da forma de articulação (EPI, PROSUB ou PROEJA), desde que haja
oferta do Componente Curricular.
»» Poderá ser admitida a Progressão Parcial do estudante para a série/semestre/módulo seguinte, caso
este seja reprovado em até 03 (três) componentes curriculares.
»» A unidade escolar poderá antecipar a avaliação para antes da conclusão do período letivo, das
disciplinas cursadas em regime de dependência, desde que o estudante a solicite formalmente através
de requerimento, conforme previsto no Regimento Escolar – SEC/2011.
»» O estudante não poderá concluir a última série/módulo com pendência em quaisquer disciplinas. Caso
aconteça, o mesmo não será certificado/diplomado. Todas as pendências de progressão parcial devem
ser resolvidas durante o processo formativo, com matrícula ativa no período letivo.
6.8.4 Progressão Parcial para os estudantes da EPI (possibilidades)
»» Durante o curso, o estudante pode frequentar, no contra turno, qualquer curso ou módulo que oferte o
componente curricular em dependência, desde que seja observado a equivalência de aprendizagem do
referido componente curricular, conforme LDB – Capítulo II, Art. 24.
»» Deve-se garantir, que os estudantes sigam regularmente suas vidas escolares, retomando (sem
necessidade de frequência a atividades letivas) conteúdos que já foram cobrados em período letivo
anterior. Significa dizer que o estudante, tendo cumprido o mínimo de 75% de frequência exigida por
Lei, das aulas previstas para determinada série em período regular, sejam submetidos a estudos de
"dependência”, em ações programadas especialmente para ele, tendo em vista a sua recuperação,
conforme Parecer CEB 24/2003.
»» A Progressão Parcial poderá ser realizada, ainda, ao final do curso. Para isso, o estudante deve cursar
a disciplina em qualquer curso /série ou módulo que oferte o componente curricular em dependência,
desde que seja observado a equivalência de aprendizagem do referido componente curricular, conforme
LDB, Art. 24 – Capítulo II.
6.9 Aprovação
»» O estudante será progredido quando obtiver em cada componente curricular nota
igual ou superior a 5,0 ( cinco) p
ontos.
»» O estudante que, após Estudos de Recuperação, não lograr aprovação será subme-
tido ao Conselho de Classe, observadas as especificidades de cada caso.
»» Nas disciplinas que utilizam conceitos equivalentes à Aprovação e Reprovação, será
60 considerado progredido para série/semestre/módulo, o estudante que obtiver o
conceito: Realizado no componente curricular em questão. Ao passo que será con-
siderado reprovado ou com componente curricular pendente, o estudante que ob-
tiver os conceitos: Parcialmente Realizado ou Não Realizado.
6.10 Reprovação
Será considerado reprovado o estudante que não lograr aprovação, após as etapas de Recupe-
ração Final e Conselho de Classe, em mais de 03 (três) componente curriculares ou não obtiver
frequência mínima obrigatória, conforme atos regulatórios da educação.
7
CERTIFICAÇÃO DO CURSO
TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO
Para emitir certificado ou diploma de curso técnico, a unidade escolar deve ter autoriza-
ção para funcionamento da oferta de curso técnico. É necessário, também, que o curso técnico
seja autorizado por meio de portaria específica, após análise pedagógica e institucional da Su-
perintendência da Educação Profissional e Tecnológica - SUPROT.
Em 2009 foi instituído, por meio da Resolução CNE/CEB n.º 3/2009, o Sistema Nacional
de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC), um sistema de registro, divul-
gação de dados e validação de diplomas de cursos de nível médio da educação profissional e
tecnológica. Por meio desse sistema, as instituições de ensino ofertantes de educação profis-
sional e tecnológica inserem as informações sobre os cursos técnicos de nível médio e
os cursos de qualificação profissional.
A inserção dos dados no SISTEC é obrigatória a todas as unidades de ensino credencia-
das para oferta de cursos de Educação Profissional Tecnológica, independentemente da sua
dependência administrativa (pública ou privada), sistema de ensino (federal, estaduais e muni-
cipais) e nível de autonomia.
Com a finalidade de orientar as unidades escolares no âmbito da rede estadual quanto
aos procedimentos de emissão, registro e expedição de diplomas, a Secretaria da Educação,
por meio da SUPROT, publicou a Portaria nº 6.550/2017.
A portaria supracitada orienta, também, quanto aos critérios para emissão de diplomas,
atos solenes de formatura e colação de grau, reitera a responsabilidade da unidade escolar no
que se refere aos registros de dados dos cursos e alunos disponibilizados no SISTEC, além de
prazos para entrega dos documentos.
A unidade escolar irá realizar a solenidade de colação de grau, considerando que os alu-
nos participantes deverão receber o diploma com o respectivo número de registro do SISTEC
63
durante a solenidade, e deverá seguir o seguinte roteiro e todas as prerrogativas previstas nas
Portarias nº 3781/2017 e 6550/2017:
1. A Cerimônia de Formatura é um ato oficial que deverá ser realizada em caráter sole-
ne, mediante ato público, quando será conferida ao formando a titulação de técnico
de nível médio.
2. Os atos solenes de Formatura e Colação de Grau são de participação exclusiva de
quem concluiu todas as disciplinas da matriz curricular, incluindo Estágio Obriga-
tório e/ou Trabalho de Conclusão de Curso com número do código do Sistema Na-
cional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (SISTEC) no diploma.
3. A Colação de Grau e a solenidade de Formatura deverão ser autorizadas pela SU-
PROT mediante solicitação da Unidade Escolar, via Ofício, contendo os nomes dos
estudantes com seus respectivos números do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e
cópia dos Diplomas emitidos com número de código emitido pelo SISTEC.
Dessa forma, precedem a realização dos atos solenes de formatura e colação de grau:
I. a publicação dos concluintes no Diário Oficial;
II. a emissão de diplomas;
III. Ofício encaminhado pela Unidade Escolar à SUPROT a fim de validação dos dados
descritos no item 03 deste comunicado;
IV. Deliberação favorável da SUPROT.
A impressão, o preenchimento e a emissão do histórico escolar e de diplomas é compe-
tência exclusiva da unidade escolar formadora, que deve seguir as seguintes instruções:
Para emissão de diplomas e históricos escolares dos cursos técnicos de nível médio,
além do Código de Segurança estabelecido pela Portaria SEC n.º 10.2012/1999, a unidade esco-
lar deverá gerar um código de validação no Sistema de Gestão de Estágio (SGEST) que deverá
ser informado no campo de observações.
64
8
ANEXOS
Art. 1º Os arts. 37, 39, 41 e 42 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passam a vigorar
com a seguinte redação: “Art. 37. ................................................................................
..............................................................................................
“Art. 42. As instituições de educação profissional e tecnológica, além dos seus cur-
sos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a
matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de es-
colaridade.” (NR)
“Seção IV-A
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino médio,
atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de pro-
fissões técnicas.
Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida nas se-
guintes formas:
I. articulada com o ensino médio;
II. subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino
67
médio.
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível médio, nas for-
mas articulada concomitante e subseqüente, quando estruturados e organizados
em etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados de qualifi-
cação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que
caracterize uma qualificação para o trabalho.”
68
CAPÍTULO I
DA DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E RELAÇÕES DE ESTÁGIO
Art. 2º O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das dire-
trizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.
§ 1º Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga
horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma.
Art. 4º A realização de estágios, nos termos desta Lei, aplica-se aos estudantes estrangeiros
regularmente matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou reconhecidos, obser-
vado o prazo do visto temporário de estudante, na forma da legislação aplicável.
70
Art. 5º As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer
a serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em
instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos
públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação.
Art. 6º O local de estágio pode ser selecionado a partir de cadastro de partes cedentes, organi-
zado pelas instituições de ensino ou pelos agentes de integração.
CAPÍTULO II
DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
Art. 7º São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos:
I. celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante
ou assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a
parte concedente, indicando as condições de adequação do estágio à proposta
pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e
ao horário e calendário escolar;
II. avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à forma-
ção cultural e profissional do educando;
III. indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como res-
ponsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;
IV. exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis)
meses, de relatório das atividades;
V. zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário
para outro local em caso de descumprimento de suas normas;
VI. elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de
seus educandos;
VII. comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de
realização de avaliações escolares ou acadêmicas.
Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo das 3 (três) partes
71
a que se refere o inciso II do caput do art. 3º desta Lei, será incorporado ao termo de compro-
misso por meio de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do
estudante.
Art. 8º É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de
concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas ativida-
des programadas para seus educandos e as condições de que tratam os arts. 6º a 14 desta Lei.
Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensi-
no e a parte concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o
inciso II do caput do art. 3º desta Lei.
CAPÍTULO III
DA PARTE CONCEDENTE
Art. 9º As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, au-
tárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em
seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as
seguintes obrigações:
I. celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, ze-
lando por seu cumprimento;
II. ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando ativida-
des de aprendizagem social, profissional e cultural;
III. indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência pro-
fissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para
orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;
IV. contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice
seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo
de compromisso;
V. por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do es-
tágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da
avaliação de desempenho;
VI. manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de
estágio;
VII. enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, rela-
tório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário.
CAPÍTULO IV
DO ESTAGIÁRIO
Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição
de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar
72
do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar:
§ 1º O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que
não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta)
horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da
instituição de ensino.
Art. 11. A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos,
exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência.
Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser
acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese
de estágio não obrigatório.
Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1
(um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas
férias escolares.
§ 1º O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado quando o estagiário
receber bolsa ou outra forma de contraprestação.
Art. 14. Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo
sua implementação de responsabilidade da parte concedente do estágio.
CAPÍTULO V
73
DA FISCALIZAÇÃO
Art. 15. A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo
de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação
trabalhista e previdenciária.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 16. O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representan-
te ou assistente legal e pelos representantes legais da parte concedente e da instituição de
ensino, vedada a atuação dos agentes de integração a que se refere o art. 5º desta Lei como
representante de qualquer das partes.
Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades con-
cedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções:
I. de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário;
II. de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários;
III. de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários;
IV. acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% (vinte por cento) de estagiá-
rios.
§ 4º Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e
de nível médio profissional.
74
Art. 18. A prorrogação dos estágios contratados antes do início da vigência desta Lei apenas
poderá ocorrer se ajustada às suas disposições.
Art. 19. O art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:
§ 7º Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento
do disposto no § 1º deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a
freqüência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.” (NR)
Art. 20. O art. 82 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a
seguinte redação:
Art. 22. Revogam-se as Leis nºs 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de
1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6º da
Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001.
75
LEI Nº 13.415, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2017.
Art. 1º O art. 24 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
a carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino fundamental
76
e para o ensino médio, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo tra-
balho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;
.................................................................................
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do caput deverá ser amplia-
da de forma progressiva, no ensino médio, para mil e quatrocentas horas, devendo
os sistemas de ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, pelo menos mil
horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de 2017.
Art. 2º O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art. 3º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida do seguinte art.
35-A:
“Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de apren-
dizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação,
nas seguintes áreas do conhecimento:
§ 1º A parte diversificada dos currículos de que trata o caput do art. 26, definida em
77
cada sistema de ensino, deverá estar harmonizada à Base Nacional Comum Curri-
cular e ser articulada a partir do contexto histórico, econômico, social, ambiental e
cultural.
Art. 4º O art. 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum
Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da
oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto
local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber:
I. linguagens e suas tecnologias;
II. matemática e suas tecnologias;
III. ciências da natureza e suas tecnologias;
IV. ciências humanas e sociais aplicadas; formação técnica e pro-
fissional.
78
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências
e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de
ensino.
I. (revogado);
II. (revogado);
.................................................................................
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser composto itinerário formativo in-
tegrado, que se traduz na composição de componentes curriculares da Base Nacio-
nal Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos, considerando os incisos
I a V do caput.
..................................................................................
§ 10. Além das formas de organização previstas no art. 23, o ensino médio poderá
ser organizado em módulos e adotar o sistema de créditos com terminalidade es-
pecífica.
79
Art. 5º O art. 44 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do se-
guinte § 3º:
“Art. 44. ...........................................................
..................................................................................
Art. 6º O art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
........................................................................” (NR)
Art. 7º O art. 62 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível
superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino
80
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
..................................................................................
Art. 8º O art. 318 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 9º O caput do art. 10 da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, passa a vigorar acrescido
do seguinte inciso XVIII:
“Art. 10. ...........................................................
.................................................................................
Art. 11. O disposto no § 8º do art. 62 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, deverá ser
implementado no prazo de dois anos, contado da publicação da Base Nacional Comum Curri-
cular.
81
Art. 12. Os sistemas de ensino deverão estabelecer cronograma de implementação das alte-
rações na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conforme os arts. 2º, 3º e 4º desta Lei, no
primeiro ano letivo subsequente à data de publicação da Base Nacional Comum Curricular, e
iniciar o processo de implementação, conforme o referido cronograma, a partir do segundo
ano letivo subsequente à data de homologação da Base Nacional Comum Curricular.
Art. 13. Fica instituída, no âmbito do Ministério da Educação, a Política de Fomento à Implemen-
tação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.
Parágrafo único. A Política de Fomento de que trata o caput prevê o repasse de recursos do
Ministério da Educação para os Estados e para o Distrito Federal pelo prazo de dez anos por
escola, contado da data de início da implementação do ensino médio integral na respectiva
escola, de acordo com termo de compromisso a ser formalizado entre as partes, que deverá
conter, no mínimo:
§ 3º Os recursos transferidos nos termos do caput poderão ser aplicados nas despe-
82
sas de manutenção e desenvolvimento previstas nos incisos I, II, III, V e VIII do caput
do art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, das escolas públicas
Art. 15. Os recursos de que trata o parágrafo único do art. 13 serão transferidos pelo Ministério
da Educação ao Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação - FNDE, independentemente
da celebração de termo específico.
Art. 16. Ato do Ministro de Estado da Educação disporá sobre o acompanhamento da imple-
mentação do apoio financeiro suplementar de que trata o parágrafo único do art. 13.
Art. 17. A transferência de recursos financeiros prevista no parágrafo único do art. 13 será efe-
tivada automaticamente pelo FNDE, dispensada a celebração de convênio, acordo, contrato ou
instrumento congênere, mediante depósitos em conta-corrente específica.
Parágrafo único. O Conselho Deliberativo do FNDE disporá, em ato próprio, sobre condições,
critérios operacionais de distribuição, repasse, execução e prestação de contas simplificada do
apoio financeiro.
Art. 18. Os Estados e o Distrito Federal deverão fornecer, sempre que solicitados, a documenta-
ção relativa à execução dos recursos recebidos com base no parágrafo único do art. 13 ao Tri-
bunal de Contas da União, ao FNDE, aos órgãos de controle interno do Poder Executivo federal
e aos conselhos de acompanhamento e controle social.
Art. 19. O acompanhamento e o controle social sobre a transferência e a aplicação dos recursos
repassados com base no parágrafo único do art. 13 serão exercidos no âmbito dos Estados e
do Distrito Federal pelos respectivos conselhos previstos no art. 24 da Lei nº 11.494, de 20 de
junho de 2007.
Parágrafo único. Os conselhos a que se refere o caput analisarão as prestações de contas dos
recursos repassados no âmbito desta Lei, formularão parecer conclusivo acerca da aplicação
desses recursos e o encaminharão ao FNDE.
Art. 20. Os recursos financeiros correspondentes ao apoio financeiro de que trata o parágrafo
único do art. 13 correrão à conta de dotação consignada nos orçamentos do FNDE e do Minis-
tério da Educação, observados os limites de movimentação, de empenho e de pagamento da
programação orçamentária e financeira anual.
83
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
MICHEL TEMER
José Mendonça Bezerra Filho
LEI Nº 13.572 DE 30 DE AGOSTO DE 2016
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - Fica instituída a Política Estadual de Convivência com o Semiárido, que observará prin-
cípios, objetivos, diretrizes, mecanismos de financiamento, de gestão, de monitoramento e de
avaliação, constantes desta Lei.
SEÇÃO I
Dos Princípios
SEÇÃO II
Dos Objetivos
SEÇÃO III
Das Diretrizes
CAPÍTULO III
DO SISTEMA ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO
Art. 7º - Fica instituído o Sistema Estadual de Convivência com o Semiárido, composto por ins-
tituições públicas, entidades privadas sem fins lucrativos e outras organizações da sociedade,
com o objetivo de integrar seus esforços, bem como de formular, implantar e monitorar a Polí-
89
tica Estadual de Convivência com o Semiárido, com seus programas, projetos e ações.
Art. 8º - O Sistema Estadual de Convivência com o Semiárido é composto pelas seguintes ins-
tâncias:
SEÇÃO I
Fórum Estadual de Convivência com o Semiárido
Art. 9º - Fica criado o Fórum Estadual de Convivência com o Semiárido, com funções proposi-
tiva, consultiva e de acompanhamento da Política Estadual de Convivência com o Semiárido,
vinculado à Casa Civil.
Art. 10 - O Fórum Estadual de Convivência com o Semiárido será integrado por representantes:
90
I. estabelecer interação e diálogo permanentes com os colegiados que o
compõem e seus demais representantes, com o objetivo de ampliar a arti-
culação e garantir a transversalidade;
II. promover a articulação entre as instituições que compõem o Sistema Esta-
dual de Convivência com o Semiárido;
III. contribuir para a definição das prioridades do Plano Estadual de Convi-
vência com o Semiárido e suas revisões, considerando as proposições das
conferências estaduais setoriais que tratem das questões relativas ao Se-
miárido;
IV. acompanhar e avaliar a execução da Política Estadual de Convivência com
o Semiárido e do Plano Estadual de Convivência com o Semiárido, formu-
lando recomendações para aprimorar sua intersetorialidade e transversa-
lidade;
V. receber as recomendações e demandas provenientes dos entes que o
compõem e dos demais entes do Sistema Estadual de Convivência com o
Semiárido;
VI. elaborar e aprovar seu Regimento Interno;
VII. criar e extinguir câmaras técnicas;
VIII. exercer outras atividades correlatas.
Art. 12 - Os membros do Fórum Estadual de Convivência com o Semiárido não farão jus a qual-
quer remuneração, sendo suas funções consideradas de relevante interesse público.
Art. 13 - O funcionamento, a representação dos membros do Fórum Estadual de Convivência
com o Semiárido, dentre outras definições, serão estabelecidas em Regulamento, bem como
no seu Regimento Interno.
SEÇÃO II
Do Comitê Governamental de Convivência com o Semiárido
Art. 16 - O Comitê Governamental de Convivência com o Semiárido será integrado pelos Secre-
tários de Estado e pelos Dirigentes Máximos dos órgãos da Administração Pública, direta e
indireta, das áreas vinculadas à Política Estadual de Convivência com o Semiárido, ou por
estes indicados.
CAPÍTULO IV
DO PLANEJAMENTO E GESTÃO
Art. 18 - A implantação da Política Estadual de Convivência com o Semiárido terá como instru-
mentos de planejamento e gestão:
I. o Plano Estadual de Convivência com o Semiárido;
II. o Sistema de Informações, Monitoramento e Avaliação.
Parágrafo único - O Plano Plurianual - PPA deverá incorporar os princípios, diretrizes e objeti-
vos previstos nesta Lei e no Plano Estadual de Convivência com o Semiárido.
CAPÍTULO V
DOS MECANISMOS DE FINANCIAMENTO E INCENTIVO
93
Art. 23 - As ações de convivência com o semiárido deverão integrar programas do anexo de
prioridades da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e serão financiadas com recursos do or-
çamento do Estado, alocados diretamente nos planos de trabalho dos órgãos e entidades da
Administração Pública Estadual.
Art. 24 - A aplicação dos recursos financeiros de orçamento próprio e outros, tais como: trans-
ferências diretas de fundos federais e estaduais, contratos, convênios, deverão priorizar a re-
gião do semiárido, considerando a sua proporcionalidade territorial, populacional e os índices
socioeconômicos.
Art. 25 - Para a ampliação das ações de convivência com o semiárido, o poder público poderá
ainda valer-se de equalização de taxas de juros de financiamentos, renúncias fiscais e isenção
de impostos.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 26 - São ações de convivência com o semiárido aquelas abrigadas em programas e ações
previstos no Plano Plurianual - PPA, contínuas, tais como universalização do acesso à agua para
consumo humano, dessedentação animal e uso produtivo da agricultura familiar, assistência
técnica e extensão rural, inclusão produtiva e combate à pobreza, aquisição e distribuição de
sementes e insumos necessários para produção, matrizes e mudas.
Art. 27 - O Plano Estadual de Convivência com o Semiárido terá como referência o Plano Pluria-
nual - PPA e os planos setoriais.
Art. 28 - Para fins de liberação dos imóveis destinados à implantação de infraestrutura hídrica,
necessárias à convivência com o semiárido, serão inicialmente aceitos Decretos de utilidade
pública para fins de constituição de servidão ou desapropriação e concessão de imissão na
posse pelos respectivos proprietários ou posseiros de forma irretratável.
Parágrafo único - A apresentação da documentação referida no caput deste artigo não dispen-
sa a regularização fundiária do respectivo imóvel nos termos da legislação vigente.
Art. 29 - Ficam inseridos o inciso III e o parágrafo único ao art. 3º da Lei 3.442, de 12 de dezem-
bro de 1975, com as seguintes redações:
"Art. 3º -
................................................................................................
................................................................................................................"
III - de áreas não contínuas, mas próximas, cuja soma não ultrapasse cem hectares,
ao ocupante de terras devolutas, que as tenha tornado produtivas com seu trabalho
e o de seu conjunto familiar, desde que comprove posse mansa e pacífica, morada
ou cultura efetivas, por mais de cinco anos, e capacidade para desenvolver a área
ocupada.
94
Parágrafo único - Na hipótese do inciso I deste artigo, admitir-se-á a alienação gratuita ao agri-
cultor familiar que for proprietário de imóvel rural de origem privada, desde que se enquadre
esta propriedade anterior no conceito de pequena propriedade, seja ela contínua ou próxima
à área pública pretendida, e somadas as áreas, não se ultrapasse o limite de cem hectares."
Art. 30 - Os Municípios, consórcios públicos e entidades privadas, com ou sem fins lucrativos,
poderão celebrar parcerias com o Estado, a fim de realizarem ações complementares aos
processos de regularização fundiária em terras públicas estaduais, rurais e devolutas ocupadas
por agricultores familiares no semiárido.
Art. 31 - Para fins de manejo de Reserva Legal em áreas ocupadas por povos e comunidades
tradicionais, reconhecidos por ato da União ou do Estado, o órgão ambiental estadual de-
verá estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e aprovação dos planos
de manejo.
Art. 33 - A Administração promoverá seleção pública de entidades privadas, com ou sem fins
lucrativos, para execução de ações, projetos ou programas da Política Estadual de Convivência
com o Semiárido, com observância das exigências do art. 170 e seguintes da Lei nº 9.433, de 01
de março de 2005, podendo-se prever no edital:
§ 1º - As entidades privadas com fins lucrativos não poderão incluir, no plano de trabalho, as
95
despesas indicadas neste artigo.
§ 2º - A inadimplência da entidade, com ou sem fins lucrativos, em relação aos encargos tra-
balhistas, fiscais e comerciais não se transfere para a responsabilidade do Poder Público, nem
poderá onerar o valor do convênio.
Art. 34 - Consideram-se, para os fins a que se dispõe essa Lei, municípios e territórios integran-
tes do semiárido os constantes do Regulamento desta Lei, definidos com base nos critérios
técnicos estabelecidos pela União Federal, através do Ministério da Integração Nacional.
Art. 35 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei nº que couber. Art. 36 - Esta Lei entra em
vigor na data da sua publicação.
RUI COSTA
Governador
Bruno Dauster
Secretário da Casa Civil
Eugênio Spengler
Secretário do Meio Ambiente
João Leão
Secretário do Planejamento
96
José Geraldo dos Reis Santos
Secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social
RESOLVE
CAPÍTULO I
Da Natureza e Objetivos
Art.1º- Fica instituído o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos cursos técnicos de nível mé-
dio no âmbito da rede de Educação Profissional do Estado da Bahia como requisito obrigatório
para conclusão dos cursos, opcional ao estágio curricular.
97
Parágrafo Único - Os estudantes de cursos que possuem a obrigatoriedade do estágio curricu-
lar não poderão optar pelo TCC.
Art.2° - O TCC tem como finalidade estabelecer a articulação entre o ensino, a pesquisa e a
extensão na elaboração de um trabalho técnico-científico, cuja temática esteja contextualizada
e em estreita relação com a realidade local, territorial ou de relevante interesse para o Estado
da Bahia.
§1° - O TCC será realizado pelo aluno concluinte, acerca de uma realidade proble-
matizada de estudo, relacionado à sua formação técnico-científico, cujos temas
deverão estar atrelados ao curso, seu eixo tecnológico, suas áreas afins, ou áreas
relacionadas às suas aplicações e de caráter interdisciplinar. As áreas de pesquisa e
extensão serão definidas pelos professores orientadores em conjunto com os estu-
dantes orientandos, a partir de sugestões dos Conselhos e Colegiados Escolares dos
Centros e Unidades Escolares que ofertam Educação Profissional na Bahia.
§2.º - A realização do TCC é obrigatório para a conclusão de cursos cujo estágio pro-
fissional supervisionado não se estabelece como exigência legal, devido a função da
natureza do itinerário formativo ou pela natureza da ocupação.
Art. 5º - Poderão compor o TCC os produtos abaixo relacionados, desde que associados a uma
das modalidades dispostas nas alíneas de I a IX do Artigo 3.º:
CAPÍTULO II
Das Atribuições
Art. 6º - A coordenação do TCC será realizada por uma comissão própria formada pelo Vice-Di-
retor do Mundo do Trabalho (no caso dos Centros de Educação Profissional), Professor Articu-
lador de Cursos e Professores das disciplinas técnicas.
Art. 7º - A orientação dos alunos no TCC será efetuada por um professor orientador, observan-
do-se sempre a vinculação entre a área de conhecimento na qual será desenvolvido o projeto
e a área de atuação do professor orientador.
100 Art. 9º - É admitida a orientação em regime de coorientação, desde que formalmente acordada
entre os envolvidos (alunos e orientadores) e com a Coordenação do Curso, devendo o nome
do co-orientador constar em todos os documentos, inclusive no trabalho final.
Parágrafo único - O co-orientador auxiliará no desenvolvimento do trabalho, podendo ser qual-
quer profissional com conhecimento no tema desenvolvido no TCC ou em áreas afins no caso
de trabalhos interdisciplinares.
CAPÍTULO III
Da Avaliação
Art. 10 - A elaboração do TCC deve ser realizada ao longo do processo formativo do estudante,
intensificando o processo de produção textual ao final do último módulo/série do curso, culmi-
nando com a apresentação à banca examinadora.
Parágrafo único - Ao final da apresentação oral e das arguições, a banca se reunirá e, a partir da
deliberação dos membros, definirá o conceito final do TCC, conforme os critérios institucionais.
Art. 12 - O aluno que não entregar o Trabalho de Conclusão de Curso nos prazos determinados
pela Coordenação ou pelo professor do componente curricular, ou não estiver presente para
a apresentação oral sem justificativa na forma da legislação em vigor, estará automaticamente
reprovado no TCC.
Art. 13 - Será considerado aprovado o aluno que obtiver média igual ou superior a 5,0 (cinco)
pontos.
Parágrafo único-. A aprovação do aluno estará condicionada à entrega da versão final de seu
TCC.
Art. 14 - Havendo aprovação do TCC com ressalvas, o aluno tem o prazo máximo de 30 (trinta)
dias para entregar o trabalho corrigido, conforme solicitado pelo professor orientador e/ou
pelos avaliadores.
CAPÍTULO IV
Da Banca de Avaliação
Art. 16 - A Banca de Avaliação será composta por 03 (três) avaliadores: pelo professor orienta-
dor (presidente da mesa), co-orientador (caso haja) e por dois outros professores, sendo um
obrigatoriamente lotado na unidade escolar, facultando-se a possibilidade do segundo profes-
sor ser de outro órgão, desde que tenha afinidade com o tema desenvolvido e sem ônus para
o Estado.
Parágrafo único- A critério da comissão do TCC, poderá integrar a Banca de Avaliação professo-
res de outras instituições que ofertam educação profissional ou profissional do setor produtivo
considerando o conhecimento tácito no tema do TCC a ser apreciado.
101
Art. 17 - O TCC será apresentado para a Banca de Avaliação que avaliará o trabalho escrito e a
apresentação oral do trabalho.
a. Revisão Bibliográfica;
b. Objetivos (Geral e Específico);
c. Metodologia;
d. Abordagem Teórica;
e. Solução implementada;
f. Conclusões e Perspectivas de Trabalhos Futuros;
g. Atendimento às instruções específicas e correlatas da Associação
Brasileira de Normas técnicas (ABNT) para apresentação de traba-
lhos acadêmicos.
a. Apresentação/postura do aluno;
b. Encerramento dentro do tempo previsto, sendo o tempo máximo
para apresentação de 30 minutos;
c. Adequação da apresentação em relação aos objetivos propostos;
d. Domínio do assunto;
e. Desenvolvimento do tema em sequência lógica e continuidade na-
tural;
f. Adequação do vocabulário utilizado.
CAPÍTULO V
Da Guarda e Disponibilização
Art.19 - Os TCC’s devem ficar armazenados na Biblioteca da unidade pelo período de 5 (cinco)
anos. Após esse período serão retirados da biblioteca ficarão indisponíveis para a consulta.
Parágrafo único - A disponibilização dos TCC’s está condicionada à autorização escrita do/s
autor/es.
CAPÍTULO VI
Disposições Finais
Art. 20 - A apresentação do TCC é restrita ao estudante que não tiver dependências em quais-
quer disciplinas em períodos letivos anteriores ao da realização da banca.
Parágrafo único - Cabe à secretaria escolar, no início do período letivo alusivo à defesa do TCC,
102 fornecer aos Coordenadores de TCC as informações atualizadas quanto à situação escolar de
cada estudante concluinte de curso.
§1º - Conforme determina a Resolução CNE/CEB N.º 01/2004, será observado o pra-
zo-limite de cinco anos para a conclusão do curso de educação profissional de nível
técnico e, em caráter excepcional, se comprovada à necessidade de concluir o TCC
em etapa posterior aos demais componentes curriculares do curso, o aluno deverá
estar devidamente matriculado no SGE.
§2º - Somente apresentará seu trabalho perante a banca avaliadora o aluno com
matrícula ativa no SGE.
§3º - Os estudantes dos cursos técnicos de nível médio com matrícula ativa no SGE,
no ano de 2017, poderão optar pelo TCC em opção ao estágio curricular conforme
Art. 1º, devendo a Coordenação pedagógica inserir nos planos de cursos o TCC e
implementar a Comissão do TCC conforme Art. 5º.
§4º - Cabe à unidade escolar o controle e registro da opção do estudante, nos casos
em que possa decidir entre estágio e TCC.
Art. 22 - O acompanhamento pedagógico dos trabalhos, no decorrer do curso, será feito por
meio de aulas, oficinas, visitas técnicas, elaboração de relatórios, preenchimento de fichas,
reuniões, conforme estabelecer a matriz curricular de cada curso.
Art. 23 - Quando o TCC for realizado em parceria com empresas ou outras organizações, deverá
ser formado termo de compromisso próprio, definindo as atribuições, direitos e deveres das
partes envolvidas, inclusive a autorização da divulgação do nome da empresa na publicação do
trabalho.
Art. 24 - Quando o TCC resultar em patente, a propriedade desta será estabelecida conforme
regulamentação própria.
Art. 25 - Caso haja necessidade, a Comissão de TCC poderá estabelecer normas operacionais
complementares para as atividades de TCC e submetê-los à validação da Superintendência da
Educação Profissional e Tecnológica.
Parágrafo único- A unidade escolar deverá apresentar o plano de curso reformulado, incluindo
a obrigatoriedade do TCC para fins de emissão de certificados e diplomas.
Art. 26 - Ratifica-se que o disposto no Art. 24.º parágrafo único não anula a obrigatoriedade do
estágio curricular supervisionado nos cursos técnicos de nível médio cuja natureza da ocupa-
ção o exija. Neste contexto, a apresentação TCC pode compor a avaliação do estágio.
Art. 28 - Os casos omissos nesta Portaria serão resolvidos pela Superintendência da Educação
Profissional e Tecnológica - SUPROT.
RESOLVE
“Art. 1º . . . . . . . . . . .........................................................................................................
TIPO DE DESCRIÇÃO CH CH CH
ASSISTÊNCIA OBSERVAÇÃO PARTICIPAÇÃO TOTAL
Assistência mínima Pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e 20H 100H 120H
ou autocuidado de Enfermagem e fisicamente autossuficientes
quanto ao atendimento das necessidades huma-
nas básicas
Assistência interme- Pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e 20H 100H 120H
diária de Enfermagem, com parcial dependência das
ações de Enfermagem para o atendimento das
necessidades humanas básicas
Assistência semi-in- Cuidados a pacientes crônicos, estáveis sob o 10H 60H 70H
tensiva ponto de vista clínico e de Enfermagem, porém
com total dependência das ações de Enferma-
gem quanto ao atendimento das necessidades
humanas básicas
Assistência intensiva Cuidados a pacientes graves, com risco iminente 10H 80H 90H
de vida, sujeitos à instabilidade de sinais vitais,
que requeiram assistência de Enfermagem e
médica permanente e especializada
TOTAL 60H 340H 400H
......................................................................................................” (NR)
§ 1º- ..........................................................................................
A redução de carga horária disposta no caput deste artigo aplica-se a todos os
estudantes do curso Técnico em Enfermagem com matrícula ativa no Sistema de
Gestão Escolar - SGE.
§2.º ..............................................................................................
Estará apto à certificação do curso Técnico de Enfermagem o estudante que, das
400 h obrigatórias para Estágio Curricular, tiver cumprido o mínimo de 80h em
ambiente hospitalar.
Art. 2.º - Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.
105
PORTARIA 8347 / 2017
RESOLVE:
Parágrafo Único - Estágio obrigatório é aquele definido como tal no plano de curso, cujo cum-
primento da carga horária, com aproveitamento, é requisito para obtenção de certificado ou
diploma de Técnico de Nível Médio.
Art. 2º - O estágio na Rede Estadual de Educação Profissional da Bahia tem como objetivos:
Art. 4º - O Estágio dos alunos dos cursos técnicos de nível médio da Rede Estadual de Educa-
ção Profissional da Bahia pode ser realizado em:
§2º O Estágio Civil é uma possibilidade legal para a realização do estágio curricular,
podendo ser realizado em comunidades, assentamentos, entidades mantidas por
ONGs, OSCIP, movimentos sociais, entidades filantrópicas sem fins lucrativos, den-
tre outras de igual caráter, observando o previsto no Artigo 3º desta Portaria.
Parágrafo Único - Quando o estágio for realizado em órgão público estadual, e excepcional-
mente, quando for realizado em microempresas, empresas de pequeno porte, entidades
sem fins lucrativos, organizações sociais e sociedades cooperativas, a contratação de seguro
individual de acidentes pessoais poderá ser assumida pela Secretaria da Educação, através de
recursos do Tesouro Estadual.
Art. 6º- As partes concedentes de estágio podem recorrer a serviços de agentes de integração
públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado que
deve observar estritamente o disposto nesta Portaria.
Art. 7º- Os docentes que ministrarão o componente curricular Estágio, nos Cursos Técnicos de
Nível Médio da Rede Estadual de Educação Profissional da Bahia serão considerados Orienta-
dores de Estágio.
I. articular e ampliar com o/a Diretor/a e/ou com o Vice Diretor/a de Articu-
lação com o Mundo do Trabalho (quando houver), parcerias com insti-
tuições públicas e privadas para favorecer as situações de aprendizagem
técnica e a prática profissional do aluno;
II. conhecer e cumprir a legislação pertinente ao estágio, executar esta
Portaria e as diretrizes e normas complementares emanadas pela SEC/
SUPROT;
III. elaborar com os/as professores/as, os instrumentos de acompanha-
mento e avaliação referentes aos conhecimentos, habilidades e atitudes
desenvolvidas na execução do estágio;
109
IV. observar as normas e rotinas dos locais e instituições em que o estágio,
sob sua responsabilidade for desenvolvido e comparecer aos locais de
estágio quando necessário;
V. planejar, orientar, supervisionar, acompanhar e avaliar o desenvolvimen-
to das atividades de estágio e o desempenho dos/as estagiários/as, forne-
cendo ao aluno/a estagiário/a subsídios teórico-práticos e bibliográficos
de modo a favorecer a sua aprendizagem;
VI. realizar com o aluno/a estagiário/a, sistematicamente, reunião sobre o
seu desempenho e orientá-lo/a na elaboração dos planos e programas de
estágio, inclusive o seu Relatório Final de Estágio;
VII. proceder à avaliação processual dos/as alunos/as estagiários/as sob sua
responsabilidade;
VIII. proceder à avaliação do Relatório Final de Estágio.
Art. 9º- Fica estabelecido para os Cursos Técnicos de Nível Médio o cumprimento de, no míni-
mo, 140 horas (cento e quarenta horas) de Estágio Curricular.
Parágrafo Único - A carga horária do curso Técnico em Enfermagem segue as determinações
das portarias n.s 2945/2017 e 5214/2017.
Art. 10 - A unidade de ensino, mediante avaliação, poderá conceder dispensa total do estágio,
ao estudante trabalhador que comprovar exercer funções correspondentes ao perfil profis-
sional de conclusão do curso definido no Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, conforme
requisitos:
I. apresentação da CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social original
e uma cópia ou documentação que comprove o vínculo empregatício ou
de prestação de serviço com a empresa ou empregador/a caso não tenha
registro na CTPS;
II. a empresa ou empregador/a ter setor de atividade compatível com a área
de formação do estudante;
III. apresentação de documento emitido pela empresa ou empregador/a
com a definição da carga horária, o período (dias, meses ou anos) e o
detalhamento das atividades desenvolvidas pelo/a estudante no trabalho.
Parágrafo único - Quando for possível o aproveitamento das horas de trabalho do/a estudan-
te para o cumprimento da carga horária de estágio, seus comprovantes deverão ser arquiva-
dos na pasta e registrado no histórico do/a estudante.
Art. 11 - Os Cursos Técnicos de Nível Médio com atos de autorização vigentes até a data da
publicação desta portaria ficam aditados para atualizar a matriz curricular com a nova carga
horária obrigatória de Estágio, bem como instituir o Trabalho de Conclusão de Curso, confor-
me Portaria Nº 3.704/2017, como um dos requisitos para certificação e diplomação.
110
Art. 12 - Os casos omissos serão resolvidos pela Superintendência de Educação Profissional.
Art. 13 - Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
BAHIA. Secretaria da Educação. Portaria 8.347, de 15 de novembro de 2017. Revoga a Portaria nº.
5.570/2014, de 08 de julho de 2014, que regulamenta o Estágio Curricular dos cursos Técnicos de nível
médio, no âmbito da rede estadual da Bahia e dá outras providências, 15 nov. 2017
BAHIA. Secretaria da Educação. Portaria 5.214, de 25 de julho de 2017. Dispõe sobre distribuição da car-
ga horária do estágio curricular do Curso Técnico de Enfermagem. 25 jul. 2017.
BAHIA. Secretaria da Educação. Portaria 5.872, de 15 de julho de 2011. Aprova o Regimento Escolar das
unidades escolares integrantes do Sistema Público Estadual de Ensino e dá outras providências. 15 jul.
2011.
BAHIA. Secretaria da Educação. Orientações para o projeto político-pedagógico. In: Jornada Pedagógi-
112 ca, Salvador, 2014.
BAHIA. Lei Estadual nº. 13.572 de 30 de agosto de 2016. Institui a Política Estadual de Convivência com o
Semiárido e o Sistema Estadual de Convivência com o Semiárido.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro 1996. Estabelece a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.
________. Lei nº. 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o Estágio de estudantes e da outras
providências. Brasília, 2008.
________. Decreto nº. 5.840, de 13 julho de 2006. Institui no âmbito federal o Programa Nacional de In-
tegração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos –
PROEJA. Brasília, 2006.
____. Ministério da Educação. P ortaria nº. 870, de 16 de julho de 2008. Aprova o Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos. Brasília, 2008.
BORDIGNON, Genuino. Gestão democrática da escola cidadã. In: CEARÁ. Secretaria da Educação. Novos
paradigmas de gestão escolar. Fortaleza: Edições SEDUC, 2005, p. 27-46.
CARDOSO, Alexandre e outros. Tecnologias e ferramentas para o desenvolvimento de sistemas de
realidade virtual e aumentada. Recife: UFPE Editora Universitária, 2007.
CARVALHO, R. S. de; SILVA, R. R. D. da. Currículos socioemocionais, habilidades do século XXI e o inves-
timento econômico na educação: as novas políticas curriculares em exame. Educar em Revista. Curitiba,
nº. 63, p. 173-190, jan./mar. 2017.
CAVALLET, V, J. Educação formal e treinamento: . In: Revista Diálogo Educacional. Curitiba: Revista da
PUC-PR, nº. 2, v.1, p.1-170 - jul./dez. 2000.
FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria (Orgs.). Ensino Médio Integrado: Concepção e contradições.
São Paulo: Cortez, 2010, pp.57-82.
________. Concepções e mudanças no mundo do trabalho e no ensino Médio. In: RAMOS, Marise;
FRANZIN, Raquel; LOVATO, Antonio; YIRULA, Carolina Prestes (Orgs). Protagonismo: A Potência de Ação
da Comunidade Escolar. 1. Ed. São Paulo. Ashoka e Institulo Alana. 2017.
________. O ser e o agir transformador: para mudar a conversa sobre educação. 1. Ed. São Paulo. Ashoka
e Institulo Alana. 2017.
GIMENO SACRISTAN, J. A educação obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: Artmed,
2001.
LUCK, Heloísa. A
escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 2. Ed. Rio de Janeiro: DP&A,1998. 113
_____________. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009
________. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 16. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
PICOLI, E. S. A.; CARVALHO, E. J. G. Projeto político-pedagógico: uma construção “coletiva”? Anais do III
Encontro de Pesquisa em Educação, I Jornada de Gestão Escolar e XV Semana de Pedagogia – Pedagogia
35 anos: História e Memória. UEM, Maringá, 2008.
PORTELA, Adéli Luiza e ATTA, Dilza Maria Andrade. A dimensão pedagógica da gestão da educação.
In: RODRIGUES, Maristela Marques, GIÁCIO, Mônica (Orgs.). PRASEM III. Guia de consulta. Brasília. FUN-
DESCOLA. MEC. 2001, p. 119-158.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1992.
________. Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez, 1983.
SOUSA, Sandra M. Zákia L. Avaliação da aprendizagem na legislação nacional: dos anos 1930 aos dias
atuais. Revista Estudos em Avaliação Educacional. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, v. 20, nº. 40, pp.
453 – 470, 2009.
TEIXEIRA, A. Educação e o mundo moderno. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1977.
TORI, Romero, KIRNER, Claudio e SISCOUTO, Robson. Fundamentos e Tecnologia de Realidade Virtual
e Aumentada. Belém, Pará: Editora da Sociedade Brasileira de Computação, 2006.
VAZQUEZ, Adolfo. Sanches. Filosofia da práxis. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org). Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção possível.
Campinas, SP: Papirus, 1995.
ASSOCIAÇÃO NOVA ESCOLA. Gestão Escolar. O que é o projeto político-pedagógico (PPP). Disponível
em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/560/o-que-e-o-projeto-politico-pedagogico-ppp. Acesso em:
19 de outubro de 2018.