Tecnicas e Metodos Cientificos-1-19

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Metodologia Científica

Lição 02

Técnicas e Métodos
Científicos

Índice
1.Introdução
2. Consideração Sobre o Método Científico
3. Tipos de Métodos Científicos
3.1. Método Indutivo
3.2. Método Dedutivo
3.3. Método Hipotético-dedutivo
3.4. Método Dialético
3.5. Método Fenomenológico
4. Métodos Auxiliares
4.1. Método Experimental
4.2. Método Estatístico
4.3. Método Histórico
4.4. Método Comparativo
4.5. Método Clínico
4.6. Método Observacional
5. Diferença entre Método e Técnica
6. Texto Complementar
7. Conclusão
8. Notas complementares

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9.Referências

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1. Introdução
O método se constitui no caminho de construção do discurso científico. Ele é a
trajetória que o pesquisador percorre para conhecer o objeto (fenômeno/fato
investigado) em busca de construir um conhecimento racional e sistemático, conforme
visto na aula anterior. O método enquanto construção, resultante de um processo por
meio do qual o homem procura conhecer a natureza e a sociedade, deve ser
compreendido e explicado como resultado de relações entre homens em contextos
históricos particulares e singulares. Diante disso, ele se altera refletindo o
desenvolvimento e as rupturas nos diferentes momentos da história.

Nesta lição, você vai conhecer os tipos de métodos criados no processo de


desenvolvimento do homem em busca do conhecimento, partindo-se da relação que se
estabelece entre sujeito e objeto do conhecimento. E a diferença entre o método e a
técnica, onde você entenderá melhor essa relação com a ciência.

Percebendo o mundo, o homem constrói trajetórias para conhecer e explicar os


fenômenos...

Pense nisto!!!

O homem cria diversos caminhos para apreender, compreender e


explicar o que o cerca. Esses caminhos podem ser percorridos por
pontos diferentes, ora pela razão, ora pela percepção, ou então, pela
convergência entre esses pontos.

No nosso dia a dia associamos método com ordem e organização. Pois bem, na esfera
do conhecimento, da investigação (pesquisa) ou de qualquer atividade intelectual, o
vocábulo método está associado ao termo metodologia, que é o estudo dos
métodos utilizados no processo de conhecimento.

Mas, afinal, qual a importância do método para uma investigação científica?


Será que o método é determinante para um trabalho científico?
Quais são as características do método?
Quais são os tipos de métodos de que dispomos para realizar uma
investigação científica?
Veremos isso tudo a seguir...

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2. Consideração Sobre o
Método Científico
Você já viu que, como conhecimento metódico, sistemático, programado, a Ciência tem
como principal objetivo a busca da verdade sobre as coisas, os fatos, as ideias. Este,
no entanto, também é o objetivo das demais formas de conhecimento.

Pergunta: O que distingue, então, o conhecimento científico dos outros


conhecimentos?
Resposta: A possibilidade da verificação de seus resultados.

O conhecimento científico tem uma característica especial: os raciocínios e as técnicas


que utiliza podem ser claramente identificados. Quando sabemos exatamente qual foi o
caminho seguido, poderemos proceder com exatidão à verificação dos passos
percorridos até o resultado final. Esse caminho seguido, o roteiro seguro que guia o
cientista em suas investigações, é o método por ele utilizado.

Vamos então definir de forma provisória e geral o método como o caminho que
adotamos para alcançar determinado fim. Então, fica fácil para você deduzir que o
método científico é o caminho seguido pelo cientista na persecução de seus
resultados investigativos almejados.

Veja bem, é necessário que você compreenda com clareza que

...sem método científico,


não se faz ciência!!!

Mario Bunge (1987), com muita precisão, destaca que o método científico é a teoria da
investigação. Assim, para que a investigação alcance os seus objetivos de forma
científica, é necessário que ela cumpra ou se proponha a cumprir algumas etapas
básicas, tais como:

ETAPA 1: Descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de


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conhecimentos. A partir de então, caso o problema não esteja
enunciado com clareza e precisão, passa-se à etapa 2; se estiver, passa-
se à etapa 3;

ETAPA 2: Colocação precisa do problema. Nesta etapa o problema


deve ser recolocado à luz dos novos conhecimentos já articulados ou em
processo de articulação;

ETAPA 3: Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao


problema. Neste momento o pesquisador deverá levar em consideração
às teorias, os dados empíricos, as tecnologias existentes, para, a partir
do conhecimento, tentar resolver o problema;

ETAPA 4: Tentativa de solução do problema com o auxílio dos


meios identificados. Se a tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa
5; do contrário passa-se à etapa 6.

ETAPA 5: Invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas)


ou produção de novos dados empíricos que possibilitem uma solução
razoável ao problema;

ETAPA 6: Obtenção de uma solução próxima ou exata para o


problema a partir dos instrumentos conceituais ou empíricos disponíveis;

ETAPA 7: Investigação das consequências da solução obtida. No


caso de uma teoria devem-se procurar os prognósticos que possam ser
feitos com o seu auxílio. No caso de novos dados, devem-se examinar as
consequências que possam ter para as teorias existentes e relevantes;

ETAPA 8: Prova (comprovação) da solução. A solução encontrada


deve ser confrontada com a totalidade das teorias e das informações
empíricas pertinentes. Caso o resultado seja satisfatório, a pesquisa
pode ser dada por concluída até que novos problemas surjam. Caso
contrário, deve-se passar para a etapa 9.

ETAPA 9: Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados


empregados na obtenção da solução incorreta. Caso isto venha a
ocorrer, estaremos diante do começo de um novo ciclo de investigação,
caminho natural de qualquer indivíduo que queira buscar novos
conhecimentos.

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As etapas assim se apresentam, de forma esquemática:

Das etapas mencionadas acima podemos verificar que nenhuma é suficientemente


específica e precisa para nos permitir, por si só, executar o passo correspondente na
pesquisa, por exemplo: para que posamos levar adiante qualquer investigação, é
necessário que entremos no assunto. É preciso adquirir determinados conhecimentos,
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atentar para tudo aquilo que ignoramos, escolher o tema que se quer averiguar, planejar
a melhor maneira de fazê-lo, além de outros aspectos que devem ser observados.

Você já pode entender que a ciência é constituída de um conhecimento racional [1] ,


metódico [2] e sistemático [3] , capaz de ser submetido à verificação [4] , buscado
através de métodos e técnicas diversas, ou seja, por passos nos quais se descobrem
novas relações entre fenômenos que interessam a um determinado ramo científico ou
aspectos ainda não revelados de um determinado fenômeno (GALLIANO, 1986, p. 28).

Agora que você leu as considerações sobre o método científico, apresentaremos uma
situação interessante, descrita por Galliano (1986, p.4-5).

O autor afirma que qualquer pessoa vive diariamente cercada por métodos, ainda que
não os perceba. Ao limpar a casa, você não passa, primeiro, o pano molhado, para,
depois, varrer o chão; ao fazer um churrasco, você não assa a carne antes de colocar o
sal e os temperos; ao comer uma laranja, você não a corta em pedaços para depois
tirar a casca; tem de usar o método adequado para atingir um objetivo tão simples.

Galliano cita um exemplo, o de estar calçado com meia e sapato, que deixa ainda mais
clara a explicação. Se não seguir a ordem correta das ações, primeiro você calçará o
sapato, depois verificará que não é possível pôr a meia, já calçado com o sapato,
assim, terá de descalçá-lo, para então colocar a meia e novamente calçá-lo.

O que o autor quis demonstrar com o exemplo?

Que, ao deixar de seguir a ordem correta das ações no emprego do método, o


resultado não é alcançado na primeira tentativa. Para chegar ao resultado esperado,
você deve voltar ao início da sequência e fazê-la de forma correta, ou seja, observar o
método, já que quando o método não é observado, você gasta tempo e energia
inutilmente.

O autor complementa: o método nada mais é do que o caminho para


chegarmos a um fim.

Reflita um pouco!!!

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Você consegue lembrar de outros métodos que estão presentes na sua vida
cotidiana? Analise o que existe de comum entre eles, assim, poderá fazer sua
própria definição sobre método.

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3. Tipos de Métodos Científicos
Afirmamos que a observação dos métodos científicos é estritamente necessária para
que sua pesquisa seja considerada científica. Agora, veja bem, ainda que esses
métodos sejam chamados científicos, isso não significa que sejam utilizados apenas
para fazer Ciência. Muito pelo contrário, se você é um pensador da área da Filosofia,
deverá aplicar em suas investigações um método de sua escolha ou desenvolvimento
que lhe possibilite o tratamento rigoroso e o resultado eficiente de seu trabalho.

Esses métodos científicos de que vamos tratar agora pressupõem ao menos um


das formas de organização do raciocínio que poderá ser empregado na pesquisa. A
partir delas o pesquisador poderá optar pelo alcance de sua investigação, pelas
premissas que explicarão os fatos, as coisas, os objetos, e pela validade de suas
generalizações. Portanto, quando falamos em raciocínio, estamos nos referindo a um
modo de pensar ordenado, coerente e lógico.

Considerando as formas de organizaçãodo raciocínio, podemos classificar os métodos


científicos em: indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico.

Além desses métodos científicos considerados como primordiais e reciprocamente


excludentes na atividade investigativa, temos outros métodos que podem ser igualmente
empregados de forma concomitante com os primeiros, de acordo com as condições e
os objetivos finais a serem alcançados. Esses métodos auxiliares cumprem, por
conseguinte, uma função técnica estratégica.

3.1. Método Indutivo


O método indutivo permite que possamos analisar nosso objeto para tirarmos
conclusões gerais ou universais. Assim, a partir, por exemplo, da observação de um ou
de alguns fenômenos particulares, uma proposição mais geral é estabelecida para, por
sua vez, ser aplicada a outros fenômenos. É, portanto, um procedimento
generalizador.

EXEMPLOS:

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O método indutivo realiza-se em três etapas:

a) Observação dos fenômenos: nessa etapa observamos os fatos ou fenômenos e os


analisamos, com a finalidade de descobrir as causas de sua manifestação;

b) Descoberta da relação entre eles: na segunda etapa procuramos, por intermédio


da comparação, aproximar os fatos ou fenômenos, com a finalidade de descobrir a
relação constante existente entre eles;

c)Generalização da relação: nesta última etapa generalizamos a relação encontrada


na precedente, entre os fenômenos e fatos semelhantes, muitos dos quais ainda não
observamos (e muitos inclusive inobserváveis).

Exemplo: Observo que Pedro, José, João, etc. são mortais; verifico a
relação entre ser homem e ser mortal; generalizo dizendo que todos os
homens são mortais.

EXEMPLOS:

A utilização de indução leva à formulação de duas perguntas:

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Qual a justificativa para as inferências indutivas?
A resposta é: temos expectativas e acreditamos que exista certa regularidade
nas coisas, e, por este motivo, o futuro será como o passado.

Qual a justificativa para a crença de que o futuro será como o passado?

São, principalmente, as observações feitas no passado.

Exemplo: se o sol vem “nascendo” há milhões de anos, pressupõe-se que “nascerá”


amanhã. Portanto, as observações repetidas, feitas no passado, geram em nós a
expectativa de certa regularidade no mundo, no que se refere a fatos e fenômenos. Por
este motivo, analisando-se vários casos singulares do mesmo gênero, entendem-se a
todos (do mesmo gênero) as conclusões baseadas nas observações do primeiro,
através da “constância das leis da natureza” ou do “princípio do determinismo”.

Principal crítica ao Método Indutivo:

A indução não pode transmitir a certeza e a evidência.


O salto de um para todos exigiria uma observação infinita.

Podemos concluir que o método indutivo é uma forma de organizar o


raciocínio da pesquisa, que é o pressuposto básico para a existência de
qualquer tipo de Ciência experimental, pois sem a existência do método
indutivo a concepção de Ciência estaria limitada a um conhecimento
sem possibilidade de comprovação ou de verificação.

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3.2. Método Dedutivo
O método dedutivo parte de argumentos gerais para argumentos particulares.
Primeiramente, são apresentados os argumentos que se consideram verdadeiros e
inquestionáveis para, em seguida, chegar a conclusões formais, já que essas
conclusões ficam restritas única e exclusivamente à lógica das premissas
estabelecidas.

A questão fundamental da dedução está na relação lógica que deve ser estabelecida
entre as proposições apresentadas, a fim de não comprometer a validade da
conclusão.

Se, por um lado, o método dedutivo possibilita levar o investigador do conhecido


para o desconhecido com uma margem pequena de erro, por outro, esse mesmo
método tem seu alcance bastante limitado, já que sua conclusão não pode em hipótese
alguma ultrapassar o conteúdo enunciado nas premissas.

O raciocínio dedutivo fundamenta-se em um silogismo, uma operação típica da Lógica


em que, a partir de uma premissa maior e mais genérica e uma menor e mais
específica pode-se chegar a um resultado necessário que é a conclusão.

Exemplo de raciocínio dedutivo:


Premissa maior: o ser humano é mortal.
Premissa menor: “X” é um ser humano.
Conclusão: Logo, “X” é mortal.

Cabe esclarecer, por fim, que muitas vezes o método dedutivo e o indutivo não se
apresentam de forma muito clara, isto porque ambos estão fundamentados no processo
observacional. Ressalta-se, no entanto, que, se por um lado, o método dedutivo pode
nos levar à construção de novas teorias e novas leis, por outro, o método indutivo só
nos possibilita chegar a generalizações empíricas de observações.

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Para que você possa compreender melhor, veja os seguintes exemplos:

Dedutivo:

Todo mamífero tem um coração.

Ora, todos os cães são mamíferos.

Logo, todos os cães têm um coração.

Indutivo:

Todos os cães que foram observados tinham um coração.

Logo, todos os cães têm um coração.

Segundo Salmon (1978), as duas características básicas que distinguem os argumentos


dedutivos dos indutivos são:

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DEDUTIVOS INDUTIVOS

I.Se todas as premissas são verdadeiras, a


I.Se todas as premissas são verdadeiras, conclusão é provavelmente verdadeira, mas
a conclusão deve ser verdadeira. não necessariamente verdadeira.

II.Toda a informação ou conteúdo fatual II. A conclusão encerra informação que não
da conclusão já estava, pelo menos estava, nem implicitamente, nas premissas.
implicitamente, nas premissas.

Característica I. No argumento dedutivo, para que a conclusão


“todos os cães têm um coração” fosse falsa, uma das ou as duas
premissas teriam de ser falsas: ou nem todos os cães são
mamíferos ou nem todos os mamíferos têm um coração. Por outro
lado, no argumento indutivo é possível que a premissa seja
verdadeira e a conclusão falsa: o fato de não se ter, até o presente,
encontrado um cão sem coração, não é garantia de que todos os
cães têm um coração.

Característica II. Quando a conclusão do argumento dedutivo


afirma que todos os cães têm um coração, está dizendo alguma
coisa que, na verdade, já tinha sido dita nas premissas; portanto,
como todo argumento dedutivo, reformula ou enuncia de modo
explícito a informação já contida nas premissas. Dessa forma, se a
conclusão, a rigor, não diz mais que as premissas, ela tem de ser
verdadeira se as premissas o forem. Por sua vez, no argumento
indutivo, a premissa refere-se apenas aos cães já observados, ao
passo que a conclusão diz respeito a cães ainda não observados;
portanto, a conclusão enuncia algo não contigo na premissa. É por
este motivo que a conclusão pode ser falsa – pois pode ser falso o
conteúdo adicional que encerra -, mesmo que a premissa seja
verdadeira.

Conclui Fachin (2003, p. 31) que os métodos indutivo e dedutivo não se opõem e
constituem uma única cadeia de raciocínio. Cita, ainda, como exemplo: a varíola
é curável com a vacina X; ora, um paciente tal é portador de varíola, logo, é
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curado com a vacina X. Houve uma intuição para estabelecer a ordem geral do
conhecimento quanto ao medicamento, por meio do raciocínio dedutivo, com o
aproveitamento de uma experiência conhecida e induzida anteriormente. O
método indutivo é uma fase meramente científica, é o espírito experimental da
ciência, que oferece probabilidades, enquanto o dedutivo é a fase da realização
da atividade, oferecendo certezas.

Oliveira (2002, p. 63) complementa, sobre os métodos indutivo e dedutivo,


quando observa que:

A dedução e a indução, tal como a síntese e análise,


generalizações e abstrações, não são métodos isolados de
raciocínio de pesquisa. Eles se completam [...]; a conclusão
estabelecida pela indução pode servir de princípio – premissa
maior - para a dedução, mas a conclusão da dedução pode
também servir de princípio da indução seguinte – premissa
menor –, e assim sucessivamente.

3.3. Método Hipotético-dedutivo


Vamos nos ocupar agora de um método científico que possui características
comuns aos dois anteriores: o método hipotético-dedutivo. Ele tem em comum
com o método dedutivo o procedimento racional que transita do geral para o
particular, e com o método indutivo, o procedimento experimental como sua
condição fundante.

Vamos ver como isso funciona?

Tal método, proposto pelo filósofo austríaco Karl Popper, tem uma abordagem
que busca a eliminação dos erros de uma hipótese. Faz isso a partir da ideia de
testar a falsidade de uma proposição, ou seja, a partir de uma hipótese,
estabelece-se que situação ou resultado experimental nega essa hipótese e
tenta-se realizar experimentos para negá-la.

Assim, a abordagem do método hipotético-dedutivo é a de buscar a verdade


eliminando tudo o que é falso.

Para Karl R. Popper, o método científico parte de um problema (P1), ao qual se


oferecesse uma espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa (TT),
passando-se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro (EE) e,
tal como no caso da dialética, esse processo se renovaria a si mesmo, dando

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surgimento a novos problemas (P2).

Posteriormente, diz o autor, “condensei o


exposto no seguinte esquema:

P1__________TT__________EE__________P2

(…) Eu gostaria de resumir este esquema,


dizendo que a ciência começa e termina com
problemas” (1977:140-1). Já tinha escrito em
outro lugar: “eu tenho tentado desenvolver a
tese de que o método científico consiste na
escolha de problemas interessantes e na crítica
de nossas permanentes tentativas experimentais
e provisórias de solucioná-los” (1975: 14).

O esquema apresentado por Popper


anteriormente poderá ser expresso da seguinte
maneira:

Portanto, Popper defende estes momentos no processo investigatório:

1. Problema: formulação de uma ou mais hipóteses a partir das teorias


existentes;

2. Solução: dedução de conseqüências na forma de proposições;

3. Testes de falseamento: tentativas de refutação, entre outros meios, pela


observação e experimentação.

É um método de tentativas e eliminação de erros, que não leva à


certeza, pois o conhecimento absolutamente certo e demonstrável
não é alcançado.

3.4. Método Dialético


O método dialético é uma possibilidade de caminho na construção do saber
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científico no campo das ciências humanas. Ele torna-se a trajetória percorrida
pelo sujeito (pesquisador) na busca de conhecer e perceber-se na construção
desse conhecimento do objeto (fenômeno/fato investigado) que se constrói e
(des) constrói nas interações entre o sujeito e o objeto.

Nesse modo de conhecer o homem se constrói enquanto homem na produção


de sua vida material. Ao estabelecer uma relação com a natureza na qual ele a
humaniza, transformando-a em natureza morta pela negação de sua condição, o
homem a torna um fenômeno social pela significação que ele dá a essa
interação; no entanto, ao modificá-la ele também se transforma, mudando a sua
percepção sobre a natureza e ao retornar sobre si se percebe como sujeito
criado nessa interação.

O exercício dialético nos permite compreender que o homem enquanto ser


histórico na produção de uma vida material estabelece relações de negação com
o mundo e com ele próprio, criando contradições e gerando conflitos nas
relações que se tornam a base da organização de sua vida social.

Pense nisto!!!

Os conflitos sociais criam possibilidades reflexivas sobre a forma


como o homem se organiza para viver em sociedade. Esses
conflitos podem ser pensados pela dialética das contradições de
uma vida organizada, a partir dos conflitos de classe.

Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições se


transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer
solução. É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade.
Considera que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social,
político, econômico, etc. Empregado em pesquisa qualitativa (GIL, 1999;
LAKATOS; MARCONI, 1993).

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Na Dialética, o pensamento passa necessariamente por uma
afirmação ou tese inicial, a construção de sua contradição, ou
antítese dela, para se chegar a uma síntese.

3.5. Método Fenomenológico


Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo nem
indutivo.

Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal como ela é. A realidade é


construída socialmente e entendida como o compreendido, o interpretado, o
comunicado.

Então, a realidade não é única: existem tantas quantas forem as suas


interpretações e comunicações. O sujeito/ator é reconhecidamente importante no
processo de construção do conhecimento (GIL, 1999; TRIVIÑOS, 1992).

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Fases do Método Fenomenológico
Fonte: Disponível em: //www.filosofiaonline.com/filosofia/?p=427

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