TCC - Gestão de Industria
TCC - Gestão de Industria
TCC - Gestão de Industria
Recife
2023
DANIELLE STEFANE LIMA DE SOUZA
Recife
2023
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do programa de geração automática do SIB/UFPE
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Dr. Pedro André Carvalho Rosas (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco
___________________________________________
Prof. Dr. Jeydson Lopes da Silva (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
__________________________________________
Prof. Dr. José Filho da Costa Castro (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
Este trabalho é dedicado a todos que de alguma forma contribuíram para esta
construção, principalmente aos meus pais, que me incentivaram e apoiaram durante
todo o período da minha graduação.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, Ailton e Maria de Lourdes, que sempre
me apoiaram e me deram suporte, tanto financeiro quanto psicológico, durante esses
anos de graduação.
Agradeço ao meu cunhado, Eduardo, por todas as vezes em que ele "me deu a
mão", e a minha irmã, Débora, por ter cedido o marido dela nos momentos em que
solicitei ajuda.
E por último, mas não menos importante, agradeço às minhas amigas Bruna
Magnata, Camila Fitipaldi, Karina Lima, Priscila Ferreira e Renata Viera por sempre
me escutarem, me compreenderem, me apoiarem e por toda empatia delas por mim.
De acordo com o balanço energético nacional 2022 (MME, 2022) realizado pela
Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a classe industrial é responsável por 37,4%
do consumo de energia elétrica no país, portanto é imprescindível realizar um estudo
de gestão de fatura de energia e propor melhorias viáveis para que se possa reduzir
ao máximo os custos com esse insumo tornando assim o produto final mais
competitivo.
This paper presents a comparative case study carried out between two industries,
one medium and one large, with the objective of analyzing the electricity bill to identify
unnecessary payments and make possible changes in the way electricity is contracted.
Electricity is one of the main inputs in industries and represents an increasingly
significant cost in the budget. Electricity bill control is one of the energy management
processes whose advantages are: obtaining reliable data that can be used in
administrative decisions aimed at energy efficiency in these industries and allowing
real control over this input.
According to the 2022 national energy balance (MME, 2022) carried out by the
Energy Research Company (EPE), the industrial class is responsible for 37.4% of
electricity consumption in the country, therefore it is essential to carry out an energy
management study. energy bill and propose viable improvements so that the costs with
this input can be reduced to the maximum, thus making the final product more
competitive.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 14
1.1.1 Geral ............................................................................................................. 14
1.1.2 Específicos ................................................................................................... 15
1.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO................................................................. 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 16
2.1 GESTÃO DE FATURA ................................................................................. 16
2.2 DEMANDAS ................................................................................................. 16
2.3 GRUPOS E SUBGRUPOS ........................................................................... 17
2.3.1 Grupo A ........................................................................................................ 17
2.3.2 Grupo B ........................................................................................................ 17
2.4 POSTOS TARIFÁRIOS ................................................................................ 18
2.5 MODALIDADE TARIFÁRIA .......................................................................... 19
2.6 CLASSES E SUBCLASSES DE CONSUMO ............................................... 20
2.6.1 Residencial ................................................................................................... 20
2.6.2 Industrial ....................................................................................................... 20
2.6.3 Comercial ..................................................................................................... 21
2.6.4 Rural ............................................................................................................. 21
2.6.5 Poder público ................................................................................................ 23
2.7 ESTRUTURA TARIFÁRIA ............................................................................ 23
2.7.1 Estrutura tarifária consumidores do grupo A ................................................ 24
2.7.2 Estrutura tarifária consumidores do grupo B ................................................ 25
2.8 COMPOSIÇÃO DAS TARIFAS..................................................................... 25
2.8.1 TUSD ............................................................................................................ 25
2.8.2 TE ................................................................................................................. 27
2.9 SISTEMA DE BANDEIRAS TARIFÁRIAS .................................................... 28
2.10 MERCADO LIVRE ........................................................................................ 29
3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ...................................................... 31
3.1 TARIFAS DE ENERGIA ............................................................................... 31
3.1.1 Cálculo das tarifas de energia com impostos federais e estaduais .............. 34
3.1.2 Cálculo dos descontos de energia 50% incentivada..................................... 37
3.1.1 Cálculo dos valores reais das tarifas com desconto de energia 50%
incentivada e impostos inclusos ................................................................................ 39
3.2 DEMANDAS ................................................................................................. 43
3.2.1 Análise das demandas contratadas .............................................................. 43
3.2.2 Análise das demandas registradas ............................................................... 46
3.2.3 Cálculo da demanda ótima ........................................................................... 48
3.2.4 Análise das demandas contratadas após ajuste de demandas ótimas ........ 56
3.3 ANÁLISE DA MODALIDADE TARIFÁRIA .................................................... 60
3.3.1 Análise comparativa modalidade tarifária verde e azul para a Indústria A ... 60
3.4 FATOR DE POTÊNCIA ................................................................................ 62
3.4.1 Definição....................................................................................................... 62
3.4.2 Causas e consequências de um baixo fator de potência.............................. 64
3.4.3 Análise da energia reativa excedente faturada ............................................. 65
3.4.4 Soluções técnicas para correção de fator de potência ................................. 66
4 CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE CONTINUIDADE ............................... 68
5 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 69
14
1 INTRODUÇÃO
Uma boa gestão da fatura de energia pode gerar a economia e tornar o produto
final mais competitivo.
1.1 Objetivos
1.1.1 Geral
1.1.2 Específicos
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.2 Demandas
2.3.1 Grupo A
• Subgrupo AS: tensão de conexão menor que 2,3 kV, a partir de sistema
subterrâneo de distribuição.
2.3.2 Grupo B
• posto tarifário fora de ponta: período composto pelo conjunto das horas diárias
consecutivas e complementares àquelas definidas nos postos ponta e, para o
grupo B, intermediário.
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2.6.1 Residencial
• residencial;
• residencial baixa renda;
• residencial baixa renda indígena;
• residencial baixa renda quilombola;
• residencial baixa renda benefício de prestação continuada da assistência
social; e
• residencial baixa renda multifamiliar.
2.6.2 Industrial
• industrial; e
2.6.3 Comercial
• comercial;
• serviços de transporte, exceto tração elétrica;
• serviços de comunicações e telecomunicações;
• associações e entidades filantrópicas;
• templos religiosos;
• administração condominial: instalações de uso coletivo de prédio ou conjunto
de edificações, incluindo a iluminação das vias internas;
• iluminação em vias: solicitada por quem detenha concessão ou autorização
para administração de vias de titularidade da União ou dos Estados;
• semáforos, radares e câmeras de monitoramento de trânsito, solicitados por
quem detenha concessão ou autorização para controle de trânsito; e
• outros serviços e atividades.
2.6.4 Rural
Deve ser classificada na classe rural, com fundamento na Lei nº 10.438, de 2002,
no Decreto nº 62.724, de 17 de maio de 1968 e no Decreto nº 7.891, de 23 de janeiro
de 2013, a unidade consumidora em que se desenvolvam as atividades dispostas nas
seguintes subclasses:
22
• residencial rural: localizada na área rural, com fim de moradia, utilizada por
trabalhador rural ou aposentado nesta condição;
A fatura de energia é composta por duas tarifas: TUSD (Tarifa de Uso do Sistema
de Distribuição) e TE (Tarifa de Energia).
2.8.1 TUSD
• TUSD transporte;
• TUSD encargos; e
• TUSD perdas.
• TUSD DISTRIBUIÇÃO; e
• TUSD GERAÇÃO.
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2.8.2 TE
• TE ENERGIA;
• TE ENCARGOS;
• TE TRANSPORTE; e
• TE PERDAS.
A TE classifica-se em:
• TE convencional, e;
• TE suprimento.
O sistema de bandeiras tarifária não é uma tarifa extra e sim uma forma de deixar
a conta de energia mais transparente fazendo assim com que o consumidor tenha a
opção de ajustar seu consumo de energia de acordo coma bandeira vigente no mês.
De acordo com a Portaria nº 465 (MME, 2019), consumidores com carga igual
ou superior a 500 kW, atendidos em qualquer tensão, poderão optar pela compra de
30
Há também uma grande expectativa para que haja a abertura desse mercado
para todos os consumidores a partir de janeiro de 2026.
31
3 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Este trabalho consiste em fazer uma análise dos parâmetros de energia dos
consumidores para identificar os pontos de melhoria na forma de contratação de
energia elétrica e sugerir soluções técnicas para a redução de gastos com uma melhor
gestão da fatura de energia elétrica desses consumidores.
• Encargos e impostos.
Os valores das tarifas são definidos através de revisões tarifárias que variam em
média de 4 anos podendo haver reajustes anuais até a próxima revisão e divulgados
através das resoluções homologatórias. (CONTEUDISTA, 2021)
• TE: é a Tarifa de Energia que diz respeito ao valor da energia elétrica em si.
Nesse trabalho não abordaremos a TE pois ambas as indústrias adquirem energia
elétrica no mercado livre de energia e por isso os valores da TE são especificados
de acordo com o contrato feito com a comercializadora de energia escolhida.
Para o cálculo do valor real das tarifas é necessário incluir o valor dos impostos
federais e estaduais.
Onde:
De acordo com a Equação (1) podemos calcular os valores das tarifas de energia
incluindo os impostos.
Onde:
Onde:
A partir dos dados da Tabela 1 e Equações (2), (3), (4) e (5), pode-se calcular o
valor dos descontos nas tarifas para o consumidor do subgrupo A4. A Tabela 5 mostra
os valores desses descontos para as modalidades tarifárias verde e azul.
A partir dos dados da Tabela 2, e Equações (4) e (5), pode-se calcular o valor
dos descontos nas tarifas para o consumidor do subgrupo A3. A Tabela 6 mostra os
valores desses descontos para a modalidade tarifária azul.
3.1.1 Cálculo dos valores reais das tarifas com desconto de energia 50%
incentivada e impostos inclusos
De posse dos valores das tarifas, dos descontos e dos impostos, pode-se
calcular os valores das tarifas reais que serão realmente os valores utilizados na fatura
de energia.
𝑇𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 − 𝐷𝑒𝑠𝑐.𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙,𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 =
(1 − 𝑃𝐼𝑆 − 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆 − 𝐼𝐶𝑀𝑆) (6)
Onde:
𝑇𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜.𝑃 − 𝐷𝑒𝑠𝑐.𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜.𝑃
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙,𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜.𝑃 =
(1 − 𝑃𝐼𝑆 − 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆) 𝑥 (1 − 𝐼𝐶𝑀𝑆) (7)
Onde:
𝑇𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎.𝑃 − 𝐷𝑒𝑠𝑐.𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎.𝑃
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙,𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎.𝑃 =
(1 − 𝑃𝐼𝑆 − 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆) 𝑥 (1 − 𝐼𝐶𝑀𝑆) (8)
Onde:
O valor real da tarifa da demanda fora ponta para consumidores com modalidade
tarifária azul é calculado de acordo com a Equação (9).
𝑇𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎.𝐹𝑃 − 𝐷𝑒𝑠𝑐.𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎.𝐹𝑃
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙,𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎.𝐹𝑃 =
(1 − 𝑃𝐼𝑆 − 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆) 𝑥 (1 − 𝐼𝐶𝑀𝑆) (9)
Onde:
Tabela 7 - Valores das tarifas subgrupo A4, com descontos e impostos inclusos
Tabela 8 - Valores das tarifas subgrupo A3, com descontos e impostos inclusos
3.2 DEMANDAS
Nesse período de testes, o valor faturado será o valor medido vezes o valor da
tarifa de demanda. Após o período de testes, o consumidor poderá solicitar a redução
dessa demanda para a distribuidora, porém a mesma terá um prazo de até 90 dias
para efetivar essa solicitação para consumidores do subgrupo A4 e 180 dias para os
demais consumidores. Para o caso de acréscimo no valor da demanda contratada é
possível atender à solicitação de imediato desde que haja disponibilidade na rede de
distribuição da distribuidora. Há também a restrição de que só se pode solicitar a
redução da demanda contratada uma vez a cada 12 meses (BARROS, BORELLI, &
GEDRA, 2020).
Nesse primeiro caso, o valor faturado é calculado de acordo com a Equação (10).
𝑉𝑓 = 𝐷𝑐 𝑥 𝑇𝑒 (10)
Onde:
Te – Tarifa, em R$/kW.
𝑉𝑓 = 𝐷𝑟 𝑥 𝑇𝑒 (11)
Onde:
Te – Tarifa, em R$/kW.
Neste último caso, o valor faturado é calculado de acordo com a Equação (12).
Onde:
Te – Tarifa, em R$/kW.
46
Em alguns casos, algumas indústrias têm uma variação muito grande nos
valores das demandas registradas ao longo do ano. Nesses casos é necessário
realizar um estudo econômico onde o pagamento de multa em alguns meses do ano
não seja superior ao pagamento de demanda excedente durante todo esse ano.
De acordo com o Gráfico 5, pode-se afirmar que o valor ótimo de demanda ponta
contratada é de 400kW, para a Indústria A.
Para o cálculo do valor ótimo de demanda fora ponta contratada para a Indústria
A foi-se alterando o valor dessa demanda de 400kW para 700kW em um intervalo de
20kW e registrando o valor de demanda faturado durante esses 8 meses de análise.
De acordo com o Gráfico 6, pode-se afirmar que o valor ótimo de demanda fora
ponta contratada é de 560kW, para a Indústria A.
De acordo com o Gráfico 7, pode-se afirmar que o valor ótimo de demanda ponta
contratada é de 5300kW.
Para o cálculo do valor ótimo de demanda fora ponta contratada para a Indústria
B foi-se alterando o valor dessa demanda de 5300kW para 6800kW em um intervalo
de 100kW e registrando o valor de demanda faturado durante esses 8 meses de
análise.
De acordo com o Gráfico 8, pode-se afirmar que o valor ótimo de demanda fora
ponta contratada é de 5900kW.
A partir do Gráfico 9 pode-se ver a variação dos valores faturados antes e após
o ajuste de demanda.
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3.4.1 Definição
𝒏
𝒇𝑹 (13)
𝑬𝑹𝑬 = ∑ [𝑬𝑬𝑨𝑴𝑻 𝒙 ( ) − 𝟏] 𝒙 𝑽𝑹𝑬𝑹𝑬
𝒇𝑻
𝑻=𝟏
𝑛 𝒇𝑹 (14)
𝑫𝑹𝑬 (𝐩) = [ 𝑀𝐴𝑋 (𝑫𝑨𝑴𝑻 𝑥 ) − 𝐷𝐴𝐹(𝑝)] 𝒙 𝑽𝑹𝑫𝑹𝑬
𝑇=1 𝑓𝑻
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Onde:
DRE – valor, por posto tarifário “p”, correspondente à demanda de potência reativa
excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fR” no
período de faturamento, em Reais (R$);
MAX – função que identifica o valor máximo da equação, dentro dos parênteses
correspondentes, em cada posto tarifário “p”;
Analisando os valores das Tabela 21 e Tabela 22, pode-se afirmar que há uma
pequena parcela de energia reativa sendo paga pela Indústria A e uma grande parcela
pela Indústria B.
Uma análise no valor de demanda contratada é essencial para que não haja
pagamentos excedentes por uma demanda contratada maior do que a que realmente
é necessária ou pagamentos de multas por excesso de demanda. Outro ponto
bastante relevante diz respeito ao pagamento de excedentes de energia reativa por
valores de fator de potência inadequados sendo necessário ações técnicas para
corrigir tal deficiência.
5 BIBLIOGRAFIA