Wrapped Up in You
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Wrapped Up in You
Nota da Autora
Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Epílogo
Um
@DoURe1dMe:
@AbbieGrl: Bem-vindo ao lar
O problema com Will, Abbie refletiu três dias depois, era que ele vivia
em duas realidades ao mesmo tempo.
O Will de Hollywood só existia nas telas. Ele vivia em filmes
americanos de sucesso como o Capitão X, chutando alienígenas nas
bolas sem rasgar seu spandex. Ele vivia em vídeos virais no
YouTube, onde respondia a perguntas rápidas sobre sua carreira de
ator de 12 anos, enquanto uma quantidade enorme de cachorrinhos
subia em seu colo. Ele vivia no telefone dela, nas redes sociais,
apesar da mesma ter silenciado todas as menções de seu nome.
Alguém tweetaria Jesus Cristo, eu pagaria para ele cuspir em mim e,
vejam só, haveria uma foto de Will fodendo alguma mulher americana
glamourosa com os olhos ao lado de uma palmeira.
Sério. Eles tinham alguma coisa além de palmeiras por lá? Talvez
uma boa cerca viva ou duas?
O Will de Hollywood era inevitável e distante, e poderia ser
seguro babar nele ao lado do resto do mundo, se não fosse pelo fato
de que o Will de casa também existia.
O Will de casa havia morado ao lado de Abbie desde que eles
tinham dez anos.
O Will de casa enviava memes adoráveis e arte indie para ela por
meio de sua conta secreta no Instagram.
O Will de casa era o melhor amigo de uma vida inteira que ela
compartilhava com seu irmão gêmeo, e essa amizade era preciosa.
— Abs — retrucou o irmão gêmeo em questão. — Você está me
ouvindo ou o quê?
— Bem, me perdoe por me concentrar na estrada ao invés de
sua boca incessante — disse Abbie, embora ela tivesse realmente se
concentrando em complicações emocionais. Ela mudou de marcha e
mudou para a pista rápida da rodovia para adicionar um toque de
verdade à sua mentira inocente.
A respiração bufada de Jason encheu o carro, estalando em seu
viva-voz.
— Eu ligo para verificar o seu bem-estar, e é isso que eu ganho?
Certo então. Entendido. Você está por sua conta e risco.
— Estou revirando os olhos agora. Estou revirando eles com
força. — E essa era a verdade.
— Cuidado para que eles não caiam da sua cabeça — Jase
cantarolou. — A propósito, eu disse, já que sei que você não estava
ouvindo: está chegando uma nevasca. Uma das grandes. Dirija com
cuidado.
Ah, as alegrias da época festiva.
— Monstro do Leste?
— Só Cristo sabe de onde vem, mas vai parar aqui, então eu
digo novamente: dirija com cuidado.
— Não se preocupe. — Abbie olhou para o sol poente, depois
para uma placa de estrada próxima. — Estou a trinta minutos da casa
da vovó, no máximo, e não está nevando aqui ainda.
— Bem, não. Não deve chegar à Escócia hoje nem amanhã.
Mas...
— Então você está me ligando por quê?
— Mas — Jase repetiu com firmeza, — nunca se sabe, é melhor
prevenir do que remediar. De qualquer forma, falo com você mais
tarde, sua porca ingrata. Tenho que voltar ao trabalho.
— Espere — disse Abbie, antes que seu irmão pudesse desligar
e retornar ao turbilhão de seu ateliê. — Quando você vem?
Nos últimos cinco anos, a família Farrell desenvolveu o hábito de
dirigir até a Escócia para o Natal. Não porque eles fossem realmente
escoceses, mas porque a avó maluca de Abbie decidiu que viver em
uma fazenda no meio do nada na Escócia era seu destino manifesto,
e os três irmãos mais velhos malucos de Abbie juntaram o dinheiro
para ajudá-la a fazer isso.
Will Reid também ajudou a juntar o dinheiro, mas Abbie tentava
não pensar nisso. Na verdade, ela tentava nunca pensar em Will, a
menos que ele estivesse bem na frente dela.
Ou enviando lagartixas fofinhas por mensagem, obviamente.
— Eu não sei — Jase se esquivou, não porque ele não pudesse
sair para o Natal quando quisesse – ele podia – mas porque ele era
um workaholic em série que não sabia a hora de parar. — Dia vinte e
três, talvez?
— Vin...? Falta uma semana, Jason!
— Bem, ninguém mandou você arrastar sua bunda para a
Escócia assim que as aulas acabassem, Abigail.
— Alguém vai estar na casa da vovó esta semana, ou seremos
só eu e os gatos? Eu... eu estava esperando ver você, você sabe. —
Na verdade, Abbie esperava passar o máximo de tempo possível com
sua família inteira, o que era um desejo que antigamente ela levaria
para o túmulo. Mas nos últimos dois anos – desde o divórcio e a
terapia que Chitra a forçou a suportar – ela vinha tentando,
gradativamente, expressar seus sentimentos com mais frequência.
Era nojento, mas ocasionalmente valia a pena.
Houve uma pausa de Jase antes dele voltar a dizer, parecendo
silenciosamente satisfeito:
— Oh. Bem. Então eu irei um pouco mais cedo. E acho que Will
está a caminho.
Abbie congelou.
— Ele está?
— Não tenho certeza, não estava prestando atenção quando
conversamos sobre isso. Ligue para ele e pergunte.
Um grito soou ao fundo, um que parecia muito com um “Jason,
se você não vier aqui e tirar esses alfinetes dos meus peitos…”
— Ah, pelo amor de Deus. Sim, estou indo. Ouça, nos falamos
mais tarde — disse Jase. — Não morra em um deslizamento de neve,
não deixe a vovó morrer em um deslizamento de neve, não deixe Will
morrer em um deslizamento de neve enquanto persegue um
passarinho gordinho, adeus. — A chamada foi finalizada.
— Por que — Abbie perguntou ao interior de seu Volvo, — sou
eu a única responsável por salvar as pessoas dos deslizamentos de
neve?
Havia uma piada sobre princesa do gelo em algum lugar, mas ela
não se incomodou em descobrir.
Dois
Quando criança, Abbie acreditava que sua avó sabia quase tudo, e
sua mãe sabia o resto. Quando adulta, ela percebeu que isso não
poderia ser verdade. Porque se a vovó realmente conhecesse os
pensamentos profanos que corriam pela mente de Abbie agora, ela
teria golpeado sua neta mais nova com uma panela.
Em vez disso, quando Abbie entrou na cozinha bagunçada com
cheiro de especiarias, a vovó se afastou do fogão de braços abertos.
Bem, meio aberto; havia um gato grudado à sua pessoa, mas isso era
de se esperar.
— Abigail! Venha aqui, garota.
Abbie foi. Ela tirou as botas na porta, mas ela ainda era mais alta
que a vovó, aqueles cachos prateados pressionados contra o seu
peito enquanto se abraçavam. Antigamente, era o contrário. Mas a
vovó ainda tinha o mesmo cheiro, como lírio do vale, biscoitos de gato
e lar, e o coração de Abbie ainda estava firme em torno dela.
— Você está bem, querida? — Vovó perguntou baixinho.
— Estou bem — respondeu Abbie, sua voz igualmente suave.
Quando ela era criança, eles tinham essa mesma conversa,
conduzida em sussurros, para que ninguém ouvisse se a resposta
fosse Não. Abbie sempre achou a fraqueza bastante desconfortável.
A vovó era da mesma forma.
— E como você está? — Abbie perguntou, deixando o aqui longe
de tudo sozinha na sua idade passar batido. Ainda havia tempo para
a vovó bater nela com aquela panela.
— Estou bem, querida. Esta é Gravy, olhe... eu mostrei ela para
você na ligação de vídeo.
— Sim, vovó, eu me lembro. Oi, Gravy. Oi. — Abbie estendeu a
mão para acariciar a coisinha ruiva e conseguiu um silvo cruel por
incomodar. — Hm. — Afastando-se, Abbie foi até a cama de Haddock
no canto e se ajoelhou para dizer olá. Ela sempre foi uma pessoa
mais canina. Ao vê-la, sua língua se curvou em um sorriso e ele rolou
de barriga para cima.
Ela ainda estava acariciando o pequeno terrier quando ouviu Will
entrar na sala. Ela estava de costas para a porta então ela não podia
vê-lo, o que era adequado para Abbie. Ela não tinha ideia de por que
ele decidiu ser cavalheiro com ela lá fora, com as carícias, fodendo-a
com os olhos, carregando bagagem e tudo o mais, mas ela estava se
sentindo um pouco como uma garrafa de champanhe virada de
cabeça para baixo, o que era constrangedor e também irritante. Ele
não sabia que era indelicado ligar o sex appeal de Hollywood perto de
pessoas comuns? A amizade não significava mais nada para
ninguém? Ele tinha progredido de transar com outras celebridades do
outro lado do oceano para deslumbrar meras mortais com seus
dentes brancos americanos? Desgraçado.
Mas isso não era justo. Isso não era nem um pouco justo. Will
não era do tipo conivente; ele provavelmente apenas se esqueceu de
mudar de marcha. Ela exalou seu aborrecimento, deu uma última
palmadinha em Haddock e se levantou.
— Vó. Você sabia que Will foi lá fora me receber sem sapatos?
— Com a sua provocação enviada, ela se virou.
Will estava encostado no balcão da cozinha, um minúsculo
gatinho preto e branco enfiado em seu pescoço. Porra. Os gatinhos
deixavam todo mundo mil vezes mais adorável – isso era física básica
– e Will já era fofo demais para suportar em seu suéter de Natal
monstruoso vermelho e verde. Ele acariciou a pequena bola de pelos
como se ele não tivesse uma porra de alergia a gatos, o idiota, e
então ele olhou para cima com olhos sorridentes que atingiram ela
como a primeira onda de calor do verão.
Abbie foi até a pia para pegar um copo d'água. Esta cozinha
estava sempre muito quente.
— Sem sapatos? — Vovó riu. — Alguém estava animado para
ver você.
Abbie bufou.
— Mais provável que ele tenha pensado que eu era Jase.
Vovó riu ainda mais.
— Tudo bem, sim, esqueci meus sapatos — disse Will sobre o
barulho, mas embora essas palavras tivessem sido defensivas se
fosse Abbie, nele, eram descontraídas e bem-humoradas. Will era um
indivíduo doentiamente franco que nunca teve um momento de
insegurança. O que fazia sentido; devem ser necessários níveis
gigantescos de confiança para fingir matar alienígenas feitos por
computação gráfica na frente de um estúdio inteiro.
— Eu esqueci meus sapatos — Will repetiu, — mas Abbie
esqueceu metade de suas roupas, então estamos quites.
Abbie respirou fundo com indignação fingida e olhou para sua
roupa. Era verdade que seu vestido de malha preto mal chegava ao
meio da coxa, mas não era culpa dela que as roupas femininas não
eram feitas para mulheres com um metro e setenta. Também era
verdade que suas meias pretas eram incrivelmente transparentes,
mas era o que acontecia quando suas coxas esticavam o nylon ao
máximo.
— Vá se foder, Will Reid, estou linda.
— Nunca disse que não, Abigail — ele respondeu, e então –
pelas costas da avó dela – ele piscou.
Com um gatinho no peito.
Isso tinha que ser algum tipo de crime de guerra.
— Chega, chega, crianças — vovó interrompeu. — O jantar está
pronto. Portanto, sejam úteis e ponham a mesa, preguiçosos.
— Ela está falando com você — Abbie murmurou enquanto ela e
Will se aproximavam do armário.
— Ela está falando com você — ele disparou de volta,
embalando o gatinho em uma mão e agarrando uma pilha de pratos
com a outra. Por um momento, foi quase como nos velhos tempos.
Antes que as coisas ficassem... complicadas.
Então ele se aproximou, tão perto que seu rosto deve ter roçado
a denso auréola de seu cabelo, e acrescentou:
— Sua avó estava certa, você sabe. Fiquei animado em ver você,
Abbie. Sempre fico.
Ela quase deixou cair os talheres.
Tres
de fofoca
@AbbieGrl: -digitando-
@AbbieGrl: -digitando-
@DoURe1dMe: Você não pode me defender de todos os
boatos de merda.
@AbbieGrl: Imprecisões factuais irritam minha alma e não
há nada de interessante passando na TV.
Uma vozinha sóbria no fundo da cabeça de Will disse a ele que ficar
tão perto de Abbie, querendo-a tão obviamente, não era certo. Mas
aquela voz estava muito, muito baixa sob o rugido do álcool e da
adoração.
Ela ficava tão bonita no frio, com as bochechas e o nariz
brilhando, e os óculos manchados de umidade. E ela parecia tão
perfeita, dizendo a ele que o beijo não foi um erro, que ela quis dizer
isso, que ela teve um motivo...
O melhor motivo.
“Eu beijei você porque sabia que não ia doer.”
Ele só ia se machucar, cortejando uma rejeição como essa, mas
ainda assim, ele disse as palavras.
— Abbie. Diga-me para não beijar você agora.
Ela não disse. Ela não disse nada. Em vez disso, ela soltou uma
pequena respiração instável e, em seguida, por Deus, ela fechou os
olhos.
Então ele a beijou, e foi como fogos de artifício em seu âmago.
Não foi a primeira vez que eles fizeram isso, não tecnicamente,
mas, Deus, foi. Porque dois anos atrás, quando eles se tocaram
quase por acidente, ela pareceu imediatamente horrorizada, e Will,
Will ficou furioso pra caralho. Abbie era preto no branco, Abbie era
leal, Abbie mantinha sua palavra e era uma defensora das regras,
então, se ela o beijou enquanto ela era casada, mesmo o menor
toque, isso significava que as coisas estavam piores do que ele
pensou.
E ele já pensava que as coisas estavam muito ruins.
Então sim. Sua memória daquele beijo à meia-noite era de
oitenta por cento de raiva e vinte por cento de frustração mortal, que
era o nome que ele usava para aquele sentimento quando você
queria chutar o marido de alguém nas bolas até que ele vomitasse
seu próprio baço. Mas isso? Isso não poderia estar mais longe da
última vez. Não poderia ser mais diferente. Não poderia ser melhor.
Essa era Abbie, pressionada contra ele como se ela fosse
rastejar para dentro dele se pudesse, seu corpo quente e macio, a
tentação envolta em conforto envolta em pecado. Esta era Abbie, um
de seus polegares acariciando o topo de sua orelha direita, este
minúsculo milímetro para frente e para trás como se ela não pudesse
deixar de tocá-lo, de adorá-lo da mesma forma fortemente contida
que ela fazia quase tudo. Esta era Abbie, sua boca desesperada e
incerta sobre a dele, o cheiro de hibisco de seu cabelo engolindo-o
como uma nuvem celestial, até que de repente ela se afastou e
engasgou
— Oh Deus, desculpe, eu sinto muito...
— Não — disse ele, e puxou-a para perto novamente. — Você
não pode se arrepender. Eu beijei você. Então, seja qual for o
momento de culpa que você está tendo ao beijar alguém de quem
você não gosta, eu adoraria se você pudesse ignorar isso por tempo
suficiente para eu beijá-la mais um pouco...
— Eu gosto de você — ela grunhiu, com mais emoção em sua
voz do que ele se lembrava de ter ouvido em qualquer momento,
nunca.
Infelizmente, ele estava um pouco idiota para examinar esse fato
adequadamente.
— Você sabe o que eu quero dizer. A maneira como gosto de
você. Séculos em evolução, meio esquisito e obsessivo, totalmente
romântico e não apenas porque somos ambos sexy, mas porque
gosto de você. Tipo isso.
— Will — ela disse, sua voz embargada de frustração, e isso
finalmente chamou sua atenção. — Você não está entendendo. Eu
gosto de você dessa forma. Eu realmente gosto, é por isso que esta é
uma ideia terrível.
Ele franziu a testa, repentinamente irritado consigo mesmo por
todo o gin que bebeu, porque, se ele estivesse sóbrio, essas palavras
poderiam fazer sentido em vez de girar na superfície inabsorvente de
seu cérebro.
— Mas você disse...
— Eu disse que não poderia fazer isso. — As palavras foram
rápidas e cruas, o olhar dela deslizando para longe dele, os dedos
enrolados com força no tecido de sua jaqueta. Mantê-lo perto, mesmo
quando parecia que queria estar a mil milhas de distância. — Eu
disse que não podia, e não posso, porque, quando eu realmente sinto
as coisas, tanto que me sobrecarrega, ou eu explodo com isso ou
entro em pânico e fecho a porra da minha boca. Eu não quero ser...
muito, me colocar sozinha em um precipício. Não quero ser honesta,
porque, Deus, Will, você não tem ideia de como pode doer. Quando
você sente tudo no mundo, mas a pessoa com quem você está não
sente nada. Você não sabe. — Ela balançou a cabeça freneticamente
enquanto seu estômago embrulhou com a dor em seus olhos. —
Estou com medo disso. Mas eu sei com certeza que relacionamentos
só funcionam se você puder ser corajoso, e não sei mais como fazer
isso. Eu só sei como ser inteligente e como estar segura, e eu não
quero...
Will olhou, surpreso, lutando para acompanhar, um fogo
acendendo em seu estômago e uma esperança cautelosa queimando
em suas veias.
— O quê, Abbie? Você não quer o quê?
— Eu não quero falhar com você — ela disse.
Deus, ele estava bêbado demais para isso. Mas ele entendeu, ou
pelo menos, ele pensou que entendeu, e ele não gostou do que
estava ouvindo.
— Falhar comigo? Você... você não pode. Você não pode.
Nunca. Você nunca seria demais para mim. — A ideia era tão ridícula
que as palavras pareciam estranhas em sua boca. — E eu nunca te
deixaria sozinha.
— Isto é o que você pensa. — Ela estava sorrindo, mas era um
tipo de sorriso perverso, e ele teve a sensação de que estava
direcionado inteiramente para dentro. — Mas você está bêbado. E
você não me conhece. E você não tem ideia de como me sinto fodida
quando se trata de coisas como esta.
Agora, seu coração era de vidro. Uma batida errada poderia
estilhaçá-lo em pilhas de poeira fina e brilhante a seus pés. Ele
passou os braços em volta dela e pressionou o rosto contra seu
pescoço.
— Abbie — ele respirou, e ele se perguntou se ela poderia ouvir
todo o amor e dor nessa palavra. — Você acha que eu não te
conheço? Você acha... que eu não iria querer você se te
conhecesse?
— Não foi isso que eu disse — ela murmurou com firmeza, o que
foi a confirmação final de que era exatamente o que ela queria dizer.
— Você está errada — ele disse a ela, e nada tinha sido mais
verdadeiro. — Eu conheço você. Você tenta se manter longe de mim,
mas não é muito boa nisso. E posso não saber tudo, mas posso ver
que você está ferida, e posso ver que você está com medo, e não
quero que você… apenas pare. Eu não quero que você seja diferente
para mim. Quero que você me diga quando estiver lutando contra isso
e me deixe abraçá-la assim. Isso é tudo. Eu quero que você confie
em mim.
— Apenas... confiar em você? — Ela estava derretendo
levemente, mas com essas palavras ela se afastou, repentina e
afiada. — Você não está sendo justo.
— O que? — Ele estudou seu rosto, os dentes afundando em
seu lábio inferior e o brilho em seus olhos. — Por quê?
— Porque... porque você não tem ideia do que está me pedindo
— disse ela. — Nenhuma. E eu não tenho ideia do que você quer,
não realmente...
— Tudo — ele deixou escapar. — Tudo.
— Mas eu não posso te dar tudo! Eu já tentei isso e foi... ruim.
Foi perigoso. Aquilo foi...
— Não seria o mesmo — Will disse desesperadamente,
segurando-a com mais força. — Você me disse isso. Você mesma me
disse isso.
— Um beijo é apenas um beijo, Will — ela disse. Havia uma
tristeza em seus olhos que pareciam ter séculos de idade, e el podia
senti-la se afastando dele, como se ela fosse água escorrendo entre
suas palmas.
— Abbie...
Faróis brilhantes cortaram a neve, o ronronar baixo de um motor
aumentando sobre o vento uivante. Ele parou, olhou por cima do
ombro de Abbie enquanto um carro rondava na entrada da Sra. Tricia.
Realmente, ele sabia quem era depois de um segundo semicerrando
os olhos, mas tinha esperança de que estivesse errado e este era um
viajante tardio confuso que logo perceberia seu erro e viraria
novamente e deixaria Will para consertar isso, para consertar a
devastação em seus olhos e aquela desesperança em sua voz que
soava como um coração em ruínas.
Infelizmente, as coisas não saíram do jeito que Will queria. O
carro encontrou uma vaga, estacionou e o motor desligou. Então a
porta se abriu e Jason Farrell saiu do banco do motorista e olhou para
eles à luz escarlate.
— Oi — ele me chamou alegremente. — Você está apalpando
minha irmã no gramado? Isso é um pouco demais, Will.
— Ai meu Deus do caralho — disse Abbie.
Will realmente não poderia concordar mais.
Sete
Marvel
@DoURe1dMe: INTERESSANTE… como você se sente em
relação ao uso de spandex?
UM ANO DEPOIS