Poesias de Natal - Lessa Medeiros

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Natal

CHARLOTTE MASON

A Poesia do Natal

Lessa Medeiros
O Primeiro Natal
Noite calma e feliz! Nos céus da Terra
Santa, Astros, em multidões, rutilam sem
cessar; Os lírios dos vergéis trescalam
pelo ar Fragrância que inebria e
perfume que encanta... E a vetusta
Belém, cheia de glória tanta, Cidade de
Davi, silente a repousar... Na campina o
zagal cuida em apascentar O rebanho
indefeso, enquanto folga e canta.
“Glória a Deus nas alturas e no mundo
paz Aos homens,” bradam alto os anjos
do Senhor, Entre os clarões da luz divina,
celestial. Pois numa estrebaria, morada
de animais, Nasce o Menino Deus, Jesus,
o Redentor, E surge, em plena História, o
primeiro Natal!

In O Jornal Batista #52 – Dez 1958


A Mensagem do Natal
Bolivar Bandeira

Madrugada, Belém adormecida É toda


envolta em luz resplandecente! E os anjos
do bem alegremente, Cantam hinos de
amor à terra, à vida.

Na campina, os pastores já na lida Do


rebanho, acordados, põem a mente No céu
todo estrelado. De repente, Pelos anjos a
nova é transmitida: “Glória a Deus nas
maiores alturas! Jesus nasceu!

Está na manjedoura! Adorai-o! Servi-o


com ternura!” Mensagem duçorosa e
salvadora, Que aos pastores encheste de
venturas, És para nós feliz, consoladora!

Do livro O Natal de Cristo – Coletânea


(1950)
Um Lugar para Cristo Assis Cabral
Andou o dia inteiro o casal peregrino,
Bateu de porta em porta, procurando
abrigo Onde passar a noite, sob um teto
amigo, E onde iria nascer o seu lindo
menino.

Correu toda Belém, o burgo pequenino, A


terra de Davi, do rei do tempo antigo.
Ninguém era-lhe hostil e nem seu inimigo.
Mas onde esse lugar pra nascer o menino?
O menino era Cristo, o Deus que se
humanou.

Veio salvar o mundo que ele tanto amou,


O Cristo de Belém sem casa onde nascer...
E você tem, amigo, um lugar pra Jesus Na
sua vida? Quer a Salvação, a Luz? Ele quer
um lugar. Por que não o receber?

In O Jornal Batista #51 – Dez 1968


A Mensagem do Natal
Bolivar Bandeira

Madrugada, Belém adormecida É toda


envolta em luz resplandecente! E os anjos
do bem alegremente, Cantam hinos de
amor à terra, à vida.

Na campina, os pastores já na lida Do


rebanho, acordados, põem a mente No
céu todo estrelado.

De repente, Pelos anjos a nova é


transmitida: “Glória a Deus nas maiores
alturas! Jesus nasceu! Está na
manjedoura! Adorai-o! Servi-o com
ternura!” Mensagem duçorosa e
salvadora, Que aos pastores encheste de
venturas, És para nós feliz, consoladora!

Do livro O Natal de Cristo – Coletânea


(1950)
Estrela de Belém
Jonathas Braga
Na toalha divinal do céu da Palestina
fulgura um novo sol de brilho aurifulgente
que enche a noite de luz maravilhosa e
fina, e segue de Belém o rumo,
suavemente. Toda a terra desperta e logo
se ilumina e se enche de alegria estuante
e transcendente.

Os anjos, na amplidão da celeste cortina,


estrugem num clangor mirífico e
fremente! E a estrela prodigiosa a todos
deslumbrando, prossegue lentamente o
recanto buscando onde a humildade é
um poema enfeitado de luz e onde, entre
palhas vis, cumprindo a profecia, sob a
luz maternal dos olhos de Maria, repousa
docemente o divino Jesus!

O Jornal Batista #53 – Dez 1948


Meu Natal
Benjamin Moraes Filho

Jesus, meu bom Jesus, Ó triunfante


vencedor do mal! Venho trazer-te o
humílimo louvor Todo feito de amor, No
teu Natal, Senhor.

Teu leito pobrezinho, Sem uma renda ou


fita, Resume, para mim, toda a infinita
Graça e carinho Com que Deus quis
tratar o pecador, Meu Senhor! O teu
Natal, Jesus, Tem, para mim, a esplêndida
expressão

De um Natal todo feito de luz, Que


ressurge sempre no meu coração, E se
traduz num reflorir de meigas esperanças,
Num céu de anil, a prometer bonanças,
Em suavíssima e calma Primavera de
amor que nunca cessa!... É o que sente
minha alma, Tão só pelo Natal de Cristo,
Em cumprimento de eternal promessa.

Do livro Meu Natal (1937)


Estrela de Belém
Lourival Garcia Terra

Estrela de Belém, graciosa, refulgente,


Que entre os astros surgiste à ordem
divinal, Bendita, singular, nívea,
monumental Nos céus, nos amplos céus,
dos climas do Oriente.

Estrela de Belém, o teu porte imponente


Encheu de brilho o imenso espaço sideral,
Guiou de longas plagas, qual místico
fanal, À terra de Davi, os magos do
Oriente.

Estrela de Belém, a tua maior glória,


Com registro na Bíblia arquivada na
História Que mais fez projetar no mundo
a tua luz,

Foi que cumpriste bem a missão soberana


De trazer nova era para a raça humana E
assinalar bem claro o Natal de Jesus!

In O Jornal Batista #52 – Dez 1961


Se Cristo não nascera
Thiago Rocha

Se Cristo não tivera algum dia nascido,


que seria de nós sem sua inspiração? Se
não descera à terra o Mestre tão querido,
quem nos traria gozo e paz ao coração?

Se Cristo não viera, como do perdido a


culpa poderia ter expiação? Se não
houvera Cristo entre homens convivido,
onde estaria toda a nossa animação?

Se Jesus não tivera vindo realmente, não


seria o Natal a festa mais pungente, que
mais calor e gratidão traz à lembrança.
Se Cristo não nascera no presépio tosco,
se ele não fora o Deus presente, o Deus
conosco, jamais nos brilharia a tocha da
esperança.

Do livro Águas de Descanso (1969)


Emanuel
Thiago Rocha

São bonitos os nomes de Jesus: Cristo,


Messias, Mestre, Salvador... Qualquer
deles a amá-lo nos induz, cada qual nos
aponta o seu amor.

Há, contudo, um nome que reluz, e que


transmite ao coração calor. Desde os
profetas brilha a sua luz, desde o Natal
nos fala o seu favor.

Emanuel – é Deus conosco, é Deus


vivendo junto a nós, no ingrato mundo.
Emanuel – é Deus por nosso amigo.

É Deus deixando a glória lá dos céus,


para descer ao vale mais profundo.
Emanuel – é Deus sempre comigo.

Do livro Águas de Descanso (1969)


O Lugar no Natal
Thiago Rocha

Os magos quando saíram a buscar o


Infante Deus, no palácio não o viram, nem
no templo dos judeus.

E da cidade sumiram, vendo a estrela lá


nos céus. Em Belém o descobriram, numa
casa, junto aos seus.

Ainda hoje, no Natal, não acharemos


Jesus quer no palácio real ou nos festejos
de luz. Nós o vamos encontrar no são
convívio do lar.

Do livro Águas de Descanso (1969)


Relíquias do Natal
José Britto Barros

Desse evento sem par que o mundo


contemplara Em êxtase de amor, de sonhos e
esperanças, Iriam perdurar, em beleza mui rara
Relíquias de valor, memoráveis lembranças.

Aos magos ficaria a luz tão pura e clara Da


estrela que fulgira em noite de bonança; Aos
humildes zagais, a música tão cara Que os
fizera fruir as bem-aventuranças!

E José guardaria em sua alma, entre gozo, A


visão sem igual do Todo-poderoso Dizendo ser
Jesus milagre divinal!

E Maria, tão bela em sua pulcritude, Qual


tesouro de amor, de encantos e virtude, Iria
conservar relíquias do Natal!

Do livro Natal, a dádiva divina para o seu


coração
O Natal da Menina Pobre
Josué Ebenezér

Ela não tinha sorriso, seu jeito era sem graça.


O vestido roto e velho não emprestava beleza.
Mas estava todo dia, perambulando na praça
Tentando driblar o destino, afastar toda a
tristeza.

A família era simples, morava em simples


casebre. O seu pai desempregado,
inconformado em ser pobre. E pra somar a
desgraça, sua mãe ardia em febre Enquanto
ela na praça se esforçava em ser nobre.

Mas era difícil a sina, dessa tão simples


menina: Vencer todo o preconceito e amealhar
uns trocados; Extrair da vida canções em alma
que desafina.

Mas o Natal da menina, não teria bons-


bocados, Enfeites, bolas, presentes, nem
sequer pequena luz. Não fosse o grande
achado: Ter encontrado JESUS!
Feliz Natal
Antônio Costta

Feliz natal! –nos diz a humanidade Lembrando


de Jesus Seu nascimento, Expressando os mais
belos sentimentos De união, paz, amor,
felicidade!...

Mas será que o natal é apenas isto Ou será


muito mais do que pensamos?... Abraçar
somente quem nós amamos Ou será amar
como amou Jesus Cristo?

O natal significa o nascimento De um novo


pacto, de um novo tempo, Entre Deus e todo
homem pecador...

O natal significa a esperança De reatarmos


com Deus a aliança Através de Jesus, o
Salvador!

Do livro Poesia Cristã (2011)


Belém
Assis Cabral

Casa de pão. O nome é belo e sugestivo,


Lembra o ilustre Davi, cantor, rei, general.
Erguida em meio ao campo verde onde o zagal
Apascenta o rebanho, vigilante e ativo.

Antiga Efrata, ali, outrora, o povo altivo De


Judá recebeu a nova sem igual, A promessa de
um guia seguro, ideal, Que o conduzisse aos
pés do Deus Eterno e Vivo.

A fama de Cartago e o esplendor de Roma


Não excedem, nem mesmo formam qualquer
soma, Que valha a glória imensa da feliz
Belém.

A Vila que serviu de berço natalino Do Deus


que se fez carne e se tornou menino Para
trazer à terra o Céu, a Paz, o Bem.

In O Jornal Batista #51 – Dez 1968


Natal
Stela Câmara Dubois

A manjedoura, a estrela, alguns pastores, O


coro de anjos, rubra madrugada, Era a glória
há milênios desejada Que faria um deserto
abrir-se em flores.

De celestiais alentos e favores, Rejubilam-se


as almas na jornada. E a certeza não pode ser
negada De que são fortaleza os dissabores.

Nada faz perecer tanta alegria! Mesmo entre


névoas sua primazia Traz o vigor de dúlcida
lembrança.

É que os céus estão perto, muito mais, Pois o


Natal acorda outros natais De paz, de fé, de
amor e de esperança!

In O Jornal Batista #52 – Dez 1959


Natal
Mário Barreto França

Quando Jesus nasceu, a natureza Fez-se


humilde e pequena para o ver Na sua doce e
lírica pobreza, Mostrando-lhe um sorriso de
prazer.

A aleluia dos cânticos, acesa, Fulgia e


palpitava em cada ser; No olhar dos pobres
via-se a certeza De uma nova esperança
resplender...

E o pequenino Deus, na manjedoura, Era do


amor a benção salvadora Feita, em noite de
trevas, doce luz...

Quando Jesus nasceu, piedoso e lindo, Aos


olhos do universo abriu sorrindo Os pequeninos
braços numa cruz.

Do livro Primícias da Minha Seara (1984)


Prece de Natal
Mário Barreto França

Que suave e dulcíssima alegria, Que vontade


de amar em teu louvor Sentem todas as almas
neste dia Que rememora teu Natal, Senhor!

O desprezo dos homens, a amargura, O


cansaço da vida, a inveja, o mal, Tudo parece
que se transfigura Ante a paz e o esplendor do
teu Natal.

As promessas de amor, as esperanças, A


vontade de crer e ser feliz, Trazem de novo os
sonhos das crianças A todo coração que te
bendiz...

Há nos lindos pinheiros enfeitados A mais pura


e sublime adoração De todos os que choram
seus pecados E te garantem mais
consagração.

Que o teu convite ao Bem, de todo ano, E a tua


oferta de perdão, Jesus, Encham de fé o
coração humano Para que o mundo se
converta em luz!

Do livro O Louvor dos Humildes (1953)


A História do natal
Thiago Rocha

De nossa infância as ilusões fenecem: passam-


se, como o tempo que as invade. Como o
sonho infantil, desaparecem os ideais de nossa
mocidade.

E, como sombra do passado, descem, para as


páginas tristes da saudade, as cantigas e os
contos que se esquecem, à medida que passa
a nossa idade.

Mas ficará gravada na memória, dos tempos


infantis a bela história que, repetida sempre,
jamais cansa: “Era uma vez uma gentil criança,
que, vindo ao mundo pra fazer o bem, nasceu
na manjedoura de Belém.”

Do livro Águas de Descanso (1969)


Natal Antigo
Thiago R. Rocha

Eu me recordo do Natal de outrora, só da


família e só também da Igreja, muito mais terno
que o Natal de agora, por mais alegre e cheio
que este seja.

Muita criança neste dia chora, porque não tem


o brinquedo que deseja. O Natal hoje só se
comemora com coisas onde o vil metal esteja.

Por isso eu lembro o meu Natal antigo, com


saudade e repleto de emoção: Era a festa do
lar, onde Jesus, me parecia procurar abrigo,
trazendo de Belém a sua luz, pra fazer seu
Natal no coração.

In Revista Vida Cristã (Out/Dez 1967)


Estrela Guia
José Britto Barros

Uma estrela brilhou lá no Oriente Mostrando


aos Magos o caminho certo. Então eles
partiram prontamente Enfrentando as agruras
do deserto.

Uma estrela divina, aurifulgente! Que


importava o lugar não lhes ser perto? Para o
fiel e verdadeiro crente Se Deus mostrou, já
não há mais o incerto!

As estrelas de Deus estão brilhando, Pois Ele


ainda opera no comando E aos servos seus vai
sempre orientar.

Sigamos do Natal a Estrela Guia E assim


teremos paz e alegria Por nosso tudo ao Mestre
consagrar!

Do livro Natal, a dádiva divina para o seu


coração
A Estrela do Menino Pobre
Gióia Júnior

Uma estrela pequenina, cintilante, de brocal,


anuncia, na vitrina: hoje é dia de Natal.

O menino da favela, sem camisa, pés no chão,


acha a estrela muito bela e quer tê-la em sua
mão.

Por amá-la e por querê-la fica tempo a


meditar: Como é bela a minha estrela! E
depois, põe-se a chorar.

Um milagre enquanto chora, Deus acaba de


operar: e o menino vai-se embora c’o uma
estrela em cada olhar!

Do livro 25 Anos de Gióia Júnior (1976)


As Estrelas
Gióia Júnior

As estrelas tem nomes de poemas; elas se


espalham pelo céu como sementes,
vibrando até que surjam novos mundos...
As estrelas são crianças inquietas e tem
nomes musicais, são notas musicais
cantando no céu: Sirius, Canópus, Alfa do
Centauro, Vega Capela, Arcturus, Rigel,
Prócion, Aquernás, Altair, Aldebarã, Pólux,
Antares, Betelgeuse, Deneb, Espiga...

Mas nenhuma é mais bela e mais pura e


mais santa, e brilho como o seu nenhuma
estrela tem que aquela estrela mística e
divina que, surgindo no céu da Palestina,
brilhou na manjedoura de Belém!

Do livro Orações do Cotidiano (1995)


Natal Antinatal
Joanyr de Oliveira

Fartas mesas abrem na noite vozes como


águas. O vinho cultua o seu deus.
Confraternizam-se os ventres com as
bocas vorazes.

As ruas conduzem os homens à triste


acolhida dos ídolos oclusos para os rituais
velhíssimos de cinza e areia.

O Senhor do Natal acaricia o silêncio dos


deserdados da Terra. Tudo o mais
deságua nas sombras de dezembro.

Do livro Antologia da Nova Poesia


Evangélica (1978)
No próximo Natal em Belém
J. T. Pereira

Que criança regressa agora a Belém


para nascer? Hoje, há um avião que
bate nos arcanos do tempo, um
carro de combate que regula a
pontaria onde começa o homem,
uma casa fechada atrás de sulcos
na parede, há novelos farpados de
arame para enredar os pés, e as
estrelas procuram-se com olhos
cabisbaixos.

Hoje que criança transgride o


recolher obrigatório? E vem nascer
em Belém num leito onde deitam a
boca os animais e o silêncio das
línguas?
O Não Ter Senhor
Começado uma Rua

J. T. Pereira

O não ter havido Senhor para ti lugar na


cidade, nas mãos que deveriam ungir-te,
até lugar na voz que prometera do fundo
dos dias cantar-te

O não ter havido Senhor uma porta uma


casa cheia para receber-te um espaço
entre os peitos de todas as mães, um
olhar onde morasses com ternura

O não ter Senhor começado uma rua à


espera do teu Nome nem ainda hoje
quando passas Senhor no rosto de um
homem ou uma mulher feliz por te
acolher.
De Passagem

J. T. Pereira

Traziam os olhos postos Nos astros, no


rosto Do céu antigo. Vinham com a
certeza Das crianças na noite de Natal

Para encontrar um brilho Nos olhos da


mãe, um corpo Masculino, adormecido.
Traziam a ilustração da viagem E dos
países onde começa o dia, A língua, uma
estrela no ouvido.

Chegaram e foram Abrindo entre o frio e


a palha Do estábulo, os imponderáveis
Presentes para a glória Do Menino.

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