TCC Ii Larissa F B Martins Versao Final

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

LARISSA FERNANDES BARROS MARTINS

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE USO DE MATERIAIS


GEOPOLIMÉRICOS PARA A ADSORÇÃO NO TRATAMENTO
DE EFLUENTES

São José dos Campos


2022
LARISSA FERNANDES BARROS MARTINS

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE USO DE MATERIAIS


GEOPOLIMÉRICOS PARA A ADSORÇÃO NO TRATAMENTO
DE EFLUENTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal de São Paulo como
requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Engenharia de Materiais.

Orientador: Profª. Drª Ana Paula F. Albers

São José dos Campos


2022
LARISSA FERNANDES BARROS MARTINS

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE USO DE MATERIAIS


GEOPOLIMÉRICOS PARA A ADSORÇÃO NO TRATAMENTO
DE EFLUENTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal de São Paulo como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia de Materiais.

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra. Ana Paula F. Albers

Universidade Federal de São Paulo

Orientador

Profa. Dra. Maraísa Gonçalves

Universidade Federal de São Paulo


Na qualidade de titular dos direitos autorais, em consonância com a Lei de direitos autorais nº
9610/98, autorizo a publicação livre e gratuita desse trabalho no Repositório Institucional da
UNIFESP ou em outro meio eletrônico da instituição, sem qualquer ressarcimento dos direitos
autorais para leitura, impressão e/ou download em meio eletrônico para fins de divulgação
intelectual, desde que citada a fonte.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIFESP São José dos Campos com os dados
fornecidos pelo(a) autor(a)

Martins, Larissa Fernandes Barros


Avaliação do potencial de uso de materiais geopoliméricos para a
adsorção no tratamento de efluentes/ Larissa Fernandes Barros Martins -
2022.
34f

Trabalho de conclusão de curso Engenharia de Materiais – Universidade


Federal de São Paulo, Instituto de Ciência e Tecnologia, 2022.
Orientador: Prof. Dra. Ana Paula Fonseca Albers
Título em outro idioma: Evaluation of the potencial use of geopolymers
for adsorption in effluent treatment.

1. Geopolímeros 2. Adsorção. 3 Materiais adsorventes. 4. Alcalinização.


I. Albers, Ana Paula Fonseca II. Trabalho de conclusão de curso Engenharia
de Materiais – Universidade Federal de São Paulo, Instituto de Ciência e
Tecnologia. III. Avaliação do potencial de uso de materiais geopoliméricos
para adsorção no tratamento de efluentes.
Agradecimentos
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por ter chegado até aqui, realmente eu
não seria nada sem a presença de Jesus.
Aos meus pais, Viviane Fernandes e Washington Barros, que desde os primeiros
anos de escola não mediram esforços para que tivesse uma boa educação e para que
conquistasse meus sonhos, a vocês eu devo tudo.
As minhas irmãs, Fabiana e Tainara, vocês são uma inspiração para mim de garra
e de persistência, obrigada por cada palavra.
Aos meus familiares e amigos que durante esses longos anos participaram de
cada choro e de cada alegria, obrigada por me ouvirem e por fazerem esse tempo ficar
mais leve.
A minha igreja, meus pastores e líderes, que intercederam por mim e não me dei-
xaram desistir, vocês são a voz e a mão de Deus em minha vida.
Aos colegas de universidade que desde os meus primeiros dias me ajudaram a
chegar até aqui, obrigada pela ajuda, pelos desabafos e por contribuírem com conheci-
mento e paixão para a minha profissão.
Aos meus professores, que me deram direcionamento, me ouviram e me fizeram
persistir na engenharia, minha maior admiração por ter cada um de vocês e por ter apren-
dido tanto com a experiência e conhecimento que partilham.
Agradeço a ENACTUS UNIFESP SJC e ao projeto Revalorize que nesse último
ano me ajudou a construir um caráter profissional e pessoal, e que me fizeram amar
pessoas e me desenvolver como em nenhum outro ano. Fazer parte da família amarela
sempre terá sido um privilégio
Em especial a professora Ana Paula Albers, pela paciência e cuidado nesses anos, e
pelo incentivo para que esse trabalho fosse realizado.
A UNIFESP por todos esses anos, por ter me proporcionado realizar o sonho de
me formar em uma faculdade renomada e por me dar a oportunidade de completar essa
fase tão importante para um estudante.
Agradeço imensamente a cada um que contribuiu para a minha formação pessoal
e profissional, e termino dizendo EBENEZER, até aqui nos ajudou o Senhor
RESUMO
Nos últimos 50 anos, o crescimento econômico global aumentou acentuadamente,
sendo em grande parte devido a triplicação da extração de recursos naturais e energia
que impulsionam a produção e consumo. Esse crescimento impacta no meio ambiente,
principalmente na qualidade da água e efluentes, já que um tratamento inadequado dos
descartes industriais traz grande perigo, visto que resíduos que contém metais pesados
e/ou substâncias tóxicas podem prejudicar não somente o ambiente aquático, mas
também a saúde humana. O processo de adsorção é um dos métodos mais populares e
eficientes para o tratamento de efluentes, sendo utilizado principalmente na área
industrial a fim de reduzir a toxicidade dos mesmos. Os principais materiais utilizados
atualmente como adsorventes compreendem materiais inorgânicos e orgânicos, sendo
as zeólitas e o carvão ativado os temas mais pesquisados. Recentemente, tem-se
estudado a aplicação de geopolímeros como adsorventes; geopolímeros são compostos
inorgânicos de base polimérica que possuem propriedades cimentícias e alta
estabilidade, produzidos a partir de aluminossilicatos a baixas temperaturas de forma a
se obter um material que possua rigidez, resistência mecânica e inercia química. A
grande vantagem na utilização desse tipo de material é que além de matérias-primas
virgens como o caulim, podem ser utilizados em sua produção resíduos industriais, como
escorias e cinzas volantes o que diminui o custo final do produto, e permite uma produção
em larga escala. Diante dessas afirmações, o presente trabalho buscou compreender a
evolução do uso dos materiais geopoliméricos como adsorventes nos últimos 20 anos,
destacando o crescente número de estudos entre 2012 a 2021, além de elucidar de forma
integrativa as variáveis que envolvem a geopolimerização. A partir da literatura pode-se
constatar que os precursores utilizados (escórias de alto forno, metacaulim e cinzas
volantes), ativador, razão Si/Al, pH, tempo e temperatura de cura, tempo de contato, e
também o tipo de íon a ser adsorvido devem ser levados em consideração para a escolha
do melhor adsorvente.

Palavras-chave: Geopolímeros. Adsorção. Ativação alcalina


ABSTRACT

Over the past 50 years, global economic growth has increased sharply, largely
due to the tripling of natural resource and energy extraction that drive production and
consumption. This growth has an impact on the environment, mainly on the quality of
water and effluents, since an inadequate treatment of industrial waste poses great danger,
due to the presence of heavy metals and/or toxic substances that can harm not only the
aquatic environment, but also the human health. The adsorption process is one of the
most popular and efficient methods for the treatment of effluents, being used mainly in the
industrial area in order to reduce their toxicity. The main materials currently used as ad-
sorbents comprise inorganic and organic materials, with zeolites and activated carbon
being the most researched topics. Recently, the application of geopolymers as adsorbents
has been studied; Geopolymers are inorganic polymer-based compounds that have ce-
mentitious properties and high stability, produced from aluminosilicates at low tempera-
tures in order to obtain a material that has rigidity, mechanical resistance and chemical
inertia. The great advantage in using this type of material is that, in addition to virgin raw
materials such as kaolin, industrial waste such as slag and fly ash can be used in its
production, which reduces the final cost of the product, and allows for large-scale produc-
tion. scale. In view of these statements, the present work sought to understand the evo-
lution of the use of geopolymer materials as adsorbents in the last 20 years, highlighting
the growing number of studies between 2012 and 2021, in addition to elucidating in an
integrative way the variables that involve geopolymerization. From the literature it can be
seen that precursors such as slag exhibit better results at room temperature, while me-
takaolin and fly ash at higher temperatures (60 to 85°C). Factors such as pH, contact time,
and also the type of ion to be adsorbed must be taken into account when choosing the
best adsorbent.

Keyworks: Geopolymer. Adsorption.Alkali Activated Materials.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Fluxograma com etapas do tratamento de efluentes industriais .....................16


Figura 2 – Variação na remoção de íons cádmio(II), cromo(III), manganês(II) e níquel(II)
de acordo com o pH........................................................................................................18
Figura 3 – Tipos de isotermas características de adsorção..............................................19
Figura 4 – Etapas envolvidas na cinética de adsorção.....................................................21
Figura 5 – Estrutura tridimensional geopolimérica...........................................................23
Figura 6 – Modelo teórico de ativação alcalina para escorias de alto-forno......................26
Figura 7 - Processo de ativação alcalina tendo metacaulim como matéria
prima................................................................................................................................27
Figura 8 – Aplicações de materiais geopoliméricos em função da
microestrutura..................................................................................................................30
Figura 9 – Gráfico com a relação Tipo de Material x Quantidade de publicações nacionais
para adsorção..................................................................................................................32
Figura 10 - Quantidade de publicações encontradas em função do tipo de material para
adsorção ao longo dos últimos 20 anos...........................................................................35
Figura 11 - Evolução do estudo de materiais geopoliméricos ao longo dos anos de acordo
com número de publicações encontradas........................................................................37
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação de cinzas volantes segundo a norma ASTM


C618............................................................................................................................... 28
Tabela 2 – Adsorção de diferentes íons e resultados encontrados por diferentes auto-
res....................................................................................................................................39
Tabela 3 – Parâmetros de adsorção e eficiência encontrada por diferentes autores para
diferentes materiais geopoliméricos................................................................................40
Tabela 4 - Precursores versus íon removido versus faixa de pH....................................43
Tabela A – Artigos nacionais selecionados no portal da CAPES com os materiais
adsorventes mais utilizados.............................................................................................50
Tabela B – Evolução temporal do número de publicações disponíveis no portal de
periódicos da CAPES para cada tipo de adsorvente........................................................53
Tabela C – Artigos e autores selecionados para estudo comparativo da utilização de
geopolímeros como adsorventes.....................................................................................54
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Z Zeólitas

BC Biocarvão

CA Carvão Ativado

BM Biomassa

AM Argilominerais

ASTM American Society for Testing and Materials

HDTMABr Brometo de hexadeciltrimetilamônio


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS ....................................................................... 13
3. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 14
3.1 Tratamento de Efluentes ............................................................................. 15
3.2 Adsorção ...................................................................................................... 17
3.2.1 Materiais Adsorventes ................................................................... 21
3.2.2 Materiais Alcalinamente Ativados ................................................ 22
3.2.2.1 Materiais Geopoliméricos ................................................ 25
3.2.2.2 Aplicações ......................................................................... 29
4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 30
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 31
5.1 Análise quantitativa para os principais materiais utilizados como filtros e
adsorventes ao longo dos anos ............................................................... 31
5.2 Estudo quantitativo da evolução do uso de materiais adsorventes ao longo
do tempo .................................................................................................. 32
5.3 Estudo quantitativo do uso de geopolímeros como adsorventes ao longo
do tempo ................................................................................................... 35
5.4 Estudo comparativo das técnicas utilizadas para produção de
geopolímeros como adsorventes .............................................................. 37
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 44
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 45
APÊNDICE A ............................................................................................................ 50
APÊNDICE B ............................................................................................................ 53
APÊNDICE C ............................................................................................................ 54
12

1. INTRODUÇÃO
A preocupação com os impactos ambientais gerados pelas atividades industriais,
transporte e energia, bem como a preservação dos recursos naturais, fizeram com que
ao longo da história, especificamente no ano de 1970, fosse oficializado pelas Nações
Unidas o Ano do Meio Ambiente e desde então, surgiram conferências mundiais para
discussões sobre o tema [1].
Nos últimos 50 anos, o crescimento econômico global cresceu quase cinco vezes,
sendo em grande parte devido a triplicação da extração de recursos naturais e energia
que impulsionam a produção e consumo. O bem-estar humano está intimamente ligado
à capacidade e manutenção dos sistemas naturais da Terra, os quais são limitados e
vem se esgotando de forma exponencial nas últimas décadas [2].
Atualmente, a poluição ambiental devido a contaminação da água tem sido um
tema muito discutido, devido a gravidade do problema. O tratamento inadequado de água
e efluentes industriais traz grande perigo, devido a presença de metais pesados e/ou
substâncias tóxicas que podem prejudicar não somente o ambiente aquático, mas tam-
bém a saúde humana [3].
De acordo com a norma ABNT 10004, resíduo sólido pode ser definido como todo
resíduo no estado sólido ou semissólido, além de lodos e alguns líquidos, que tenham
em sua composição componentes que tornem inviável o seu lançamento na rede pública
de esgotos ou corpos de água. Além disso, de acordo com as propriedades físicas, quí-
micas e infecto-contagiosas, os resíduos podem ser divididos basicamente em duas clas-
ses: classe I - perigosos e classe II - não perigosos, sendo o último subdividido em dois
tipos, A - inertes e B - não inertes [4].
Para o controle do lançamento de efluentes em corpos hídricos, o tratamento de
efluentes é de grande importância, e pode ser considerado como fundamental para o
gerenciamento de resíduos. Apesar de possuir uma legislação complexa que varia de
acordo com a região e localização da indústria, o tratamento de efluentes realizado de
forma eficaz é capaz de separar poluentes que estejam em solução ou suspensão de
forma a imobiliza-los para que então possam ser separados [5].
Os métodos utilizados no tratamento de efluentes estão diretamente ligados ao
tipo de resíduo tratado, podendo ser destacados como mais utilizados os métodos físicos,
13

em que há a separação de fases, como sedimentação, centrifugação e filtração. E tam-


bém métodos por troca iônica, adsorção ou coagulação [6].
O processo de adsorção é um dos métodos mais populares e eficientes para o
tratamento de efluentes, sendo utilizado principalmente na área industrial a fim de reduzir
a toxicidade dos mesmos. É um método de transferência de massa em que são utilizados
sólidos com capacidade de concentrar em sua superfície substâncias líquidas ou gaso-
sas, possibilitando que ocorra a separação de fases de um fluido. Existem basicamente
dois tipos de processo, a adsorção física ou adsorção química. A primeira, ocorre por
forças de atração (Van der Waals) que fazem com que as substâncias fiquem aderidas
ao sólido e a segunda ocorre a partir de interações químicas que se assemelham a rea-
ções, em que ocorre o rearranjo e mudança de forma de orbitais [7,8].
Os principais materiais utilizados atualmente como adsorventes compreendem
tanto a materiais inorgânicos como orgânicos, sendo as zeólitas e carvão ativado os te-
mas mais pesquisados [9].
Materiais geopoliméricos vem sendo amplamente estudados nos últimos anos
como alternativa aos materiais convencionais, visto que os mesmos se mostram promis-
sores na produção de adsorventes, tendo em alguns casos o empenho comparável aos
materiais já utilizados [10].

2. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS
O uso dos materiais geopoliméricos como adsorventes no tratamento de efluentes
vem se mostrando como um campo amplo de estudo, de maneira que a caracterização
dos materiais e seu processamento tem sido analisados de forma individual, não ocor-
rendo uma comparação com relação ao desempenho entre os diferentes materiais, o que
justifica o objetivo do presente trabalho, para verificar a eficiência e conclusões já expos-
tas na literatura sobre o tema.
O objetivo deste trabalho é realizar um estudo comparativo sobre a viabilidade do
uso de materiais geopoliméricos no desenvolvimento de adsorventes para o tratamento
de resíduos, visando comparar os resultados obtidos por diferentes autores e destacar a
14

eficiência ou não encontrada. Para a construção desse trabalho, tem-se como objetivos
específicos:
• Analisar os principais materiais comumente utilizados na indústria e a evolução
temporal em função da quantidade de publicações encontradas de 2000 a 2021.
• Analisar a evolução temporal de materiais geopoliméricos como adsorventes em
função da quantidade de publicações encontradas a partir dos anos 2000.
• Elencar os métodos de produção de adsorventes geopoliméricos de forma com-
parativa e relacionar com o potencial de adsorção.

3. REVISÃO DA LITERATURA
O descarte de efluentes é um processo presente em muitos setores industriais, e
o seu tratamento pode ser considerado como uma etapa indispensável para preservação
ambiental, além de ser uma obrigação legal, já que quando feito de forma inadequada
pode influenciar negativamente a qualidade dos recursos hídricos, impactando
diretamente na conservação do solo, na preservação da vida marinha, nos recursos
naturais e na vida humana [11].
Para que se possa determinar a classificação de um determinado resíduo sólido
deve-se levar em consideração o processo que o deu origem, qual a sua composição e
características e a realização de uma comparação com uma listagem de substâncias
consideradas prejudiciais à saúde humana e do meio ambiente [4].
A gestão eficiente de resíduos constitui um procedimento que visa usar recursos
naturais de forma que, através de práticas sustentáveis, o meio ambiente seja impactado
não só no momento atual, mas também a longo prazo, para futuras gerações. Segundo
a ISO 14.0001/15, a gestão de resíduos deve se basear na metodologia PDCA (Plan, Do,
Check, Act), estabelecendo o planejamento para o gerenciamento de resíduos, reali-
zando todas as etapas de tratamento estabelecidas, verificando a eficiência do processo
e se o tratamento está de acordo com as leis municipais e federais, e tomar ações que
visam a melhoria do processo [11].
15

Legalmente, o gerenciamento de resíduos sólidos e suas diretrizes estão dispostos


na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10), que direciona a responsabili-
dade quanto ao tratamento e descarte de resíduos e torna obrigatório que toda pessoa
jurídica elabore e siga um PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos), le-
vando em consideração a classificação de resíduos dispostas na instrução normativa
n°13, de 18 de dezembro de 2012. Além disso, a resolução CONAMA 357 e 430 deter-
mina os principais parâmetros e padrões para que o efluente industrial possa ser lançado
em corpos de água receptores [11,12].

3.1 Tratamento de Efluentes


Um sólido pode ter sua composição orgânica ou inorgânica e ainda conter partícu-
las dissolvidas ou em suspensão. A definição de sólidos dissolvidos ou em suspensão
pode ser realizada a partir do diâmetro de partícula. Para valores menores que 1,2µm
teremos um sólido dissolvido, e para maiores, em suspensão. [13].
O tratamento de efluentes pode ser definido como uma série de processos físicos,
químicos ou biológicos que visam a remoção de poluentes e assim atender a legislação.
Os processos físicos incluem gradeamento, peneiramento, sedimentação e flotação e
visam a separação de sólidos em suspensão sedimentáveis e/ou flutuantes, além da re-
moção de matéria orgânica e inorgânica por filtração em areia ou por membranas (micro
e ultrafiltração); os processos químicos constituem aqueles que necessitam da utilização
de agentes químicos para remoção de matérias orgânicas ou inorgânicas, como os agen-
tes de coagulação, neutralização de pH, agentes oxidantes ou floculantes; os processos
biológicos realizam a remoção de matéria orgânica dissolvida ou em suspensão, através
da formação de flocos biológicos [13].
A definição das etapas de um tratamento de efluentes deve levar em consideração
as características e composição dos mesmos, para que se possa estabelecer operações
pertinentes e eficientes. O fluxograma do processo e suas possíveis etapas estão resu-
midos na figura 1.
16

Figura 1 - Fluxograma com etapas do tratamento de efluentes industriais

Fonte: Adaptado de [14]

As etapas destacadas em amarelo na figura 1, correspondem às operações de


tratamento primário que visam a remoção de poluentes grosseiros e de fácil retirada, em
verde operações de tratamento secundário, correspondendo a etapas para remoção de
nutrientes e/ou microrganismos, e em roxo, o tratamento terciário, que corresponde a
parte mais importante na tratativa deste trabalho. A linha tracejada para o tratamento
secundário indica que essa etapa pode ou não ocorrer, dependendo do efluente a ser
tratamento na ETE (estação de tratamento de efluentes).
O tratamento terciário visa a remoção de poluentes específicos que não são re-
movidos pelos tratamentos anteriores, e que podem incluir nitrogênio, fósforo, metais pe-
sados, compostos não biodegradáveis e outros [14]. As principais técnicas utilizadas para
a remoção desses compostos são os processos oxidativos avançados (POAs), separa-
ção por membrana e adsorção.
No intuito de baratear custos a adsorção se mostra um processo eficiente e vem
sendo amplamente estudada para o uso de diferentes tipos de adsorventes [15].
17

3.2 Adsorção
A técnica de adsorção se baseia na transferência de massa, através da capaci-
dade de alguns sólidos de concentrar em sua superfície substâncias específicas a fim
realizar sua separação de um líquido ou efluente. O componente que é adsorvido é de-
nominado de adsorvato e a superfície em que fica retido recebe o nome de adsorvente.
A classificação da adsorção pode ser realizada levando-se em consideração o tipo
de força envolvida, podendo ser química (quimiossorção) ou física (fisissorção). No pri-
meiro caso há uma troca ou partilha de elétrons gerando uma reação química, enquanto
no segundo caso há apenas uma interação entre partículas, atribuídas às forças de Van
der Waals. A quimiossorção ocorre de forma específica para apenas alguns compostos
que conseguem se ligar aos sítios ativos enquanto que a fisissorção é inespecífica.
A caracterização de um bom processo de adsorção deve levar em consideração
fatores que abranjam o adsorvato, o adsorvente e o meio. Isso porque as interações entre
as partículas irão depender diretamente desses fatores, que incluem, para o adsorvente:
a área superficial, tamanho de poro, densidade, grupos funcionais presentes; para o ad-
sorvato: tamanho da molécula, solubilidade, acidez ou basicidade; e para o meio incluem:
pH, temperatura e natureza do solvente.
O pH é um dos fatores mais importantes a se considerar no processo de adsorção
já que determina as cargas superficiais do adsorvente e influencia no tipo de interação
adsorvato/adsorvente. A referência para a medida do pH é realizada a partir do chamado
ponto de carga zero (pHPZC), onde as cargas superficiais positivas e negativas estão em
equilíbrio. Para valores em que o pH<pHPZC teremos uma superfície carregada positiva-
mente e a adsorção de ânions será favorecida; para valores de pH>pHPZC teremos uma
superfície carregada negativamente e então a adsorção de cátions será favorecida. A
importância deste conceito se dá pelo fato de que as cargas de adsorvato e adsorvente
devem ser opostas para que haja uma maior interação entre elas, o que pode ser preju-
dicado por uma repulsão eletrostática, quando as cargas forem iguais.
A figura 2 apresenta um exemplo de como a variação do pH pode afetar a remoção
de metais pesados. O valor de referência do estudo é de 50mg de metal para 1g de
zeólita.
18

Figura 2 - Variação na remoção de íons cádmio(II), cromo(III), manganês(II) e níquel(II)


de acordo com o pH.

cádmio(II)
cromo(III)
manganês(II)
níquel(II).

Fonte: [35]

Quando um adsorvente entra em contato com uma solução contendo solutos


dissolvidos, a adsorção ocorrerá até que o equilíbrio seja alcançado. O estudo do
equilíbrio avalia o ponto em que a concentração de soluto na solução permanece
constante, que corresponde ao momento em que os fenômenos de adsorção e dessorção
ocorrem simultaneamente; através do ponto de equilíbrio pode-se determinar a
capacidade de adsorção para cada material.
A partir da capacidade de adsorção (q) e da concentração de soluto na fase líquida
(Ce) pode-se traçar curvas características do processo de adsorção chamadas de
isotermas. Os diferentes tipos de isotermas podem trazer informações valiosas a respeito
do processo de adsorção, como mostrado na figura 3.
19

Figura 3 – Tipos de isotermas características de adsorção

Fonte: [16]

Para as isotermas lineares, a quantidade de íons adsorvidos é proporcional a


quantidade de íons presente na solução, não indicando uma capacidade de adsorção
máxima. Para as isotermas favoráveis a quantidade de adsorvato será superior a quanti-
dade de íons presente na solução até mesmo em baixas concentrações e as isotermas
desfavoráveis indicam que o adsorvente não apresenta boa capacidade de adsorção
mesmo em altas concentrações de adsorvato no líquido.
Para ajustar dados experimentais obtidos pela técnica de adsorção diversas equa-
ções foram propostas para explicar a relação qXC. Como principais e mais comumente
utilizadas pode-se citar os modelos de Langmuir e Freundlich.
O modelo de Langmuir parte do pressuposto de que no equilíbrio os fenômenos
de adsorção e dessorção ocorrem a uma mesma velocidade e de que a velocidade de
adsorção é proporcional à concentração de adsorvato no líquido. Para este modelo as-
sume-se que todos os sítios ativos possuem a mesma energia, ou seja, são homogêneos,
de que a adsorção ocorre em uma única camada (monocamada) e que existe um número
definido de sítios que só podem ser ocupados por uma única molécula [16].
O modelo de Freundlich foi um dos primeiros a serem equacionados e considera
o sólido adsorvente como heterogêneo, composto por diferentes sítios de adsorção com
diferentes energias. Este modelo considera ainda que o processo de adsorção ocorre em
20

multicamadas e que não há a necessidade de um completo preenchimento da superfície


(para a formação de uma única camada) [16].
Apesar de serem muito utilizados na interpretação de dados experimentais, os mo-
delos citados consideram a capacidade de adsorção para apenas um íon em solução.
Para soluções reais, entretanto, tem-se a presença simultânea de diversos adsorvatos
que competem pelos sítios de adsorção. Infelizmente poucas equações foram desenvol-
vidas para tratar desse quesito, sendo a maioria empíricas e outras baseadas no modelo
de Langmuir.
Este fato deve ser considerado já que para íons metálicos por exemplo a capaci-
dade de adsorção será proporcional a capacidade do mesmo na presença de outros íons
e sua capacidade de adsorção quando sozinho. Essa razão pode contribuir para o enten-
dimento do mecanismo de adsorção que pode ser promovido ou suprimido pela presença
de outros íons [16].
Além do equilíbrio de adsorção é necessário levar em consideração a cinética de
adsorção. Ela pode ser definida como a taxa de adsorvato removida da fase líquida em
função do tempo, envolvendo a transferência de massa dos componentes do líquido para
o interior das partículas de adsorvente. Esse processo pode acontecer por diferentes
mecanismos, sendo eles: transferência de moléculas para a superfície externa do adsor-
vente através do filme líquido, difusão no poro e difusão na superfície.
A figura 4 apresenta de forma ilustrativa os processos envolvidos na cinética de
adsorção.
21

Figura 4 – Etapas envolvidas na cinética de adsorção

Fonte: Adaptado de [16]

A velocidade de adsorção pode ser afetada pela concentração inicial de adsorvato,


pela temperatura, pelo grau de agitação, tamanho de partícula e distribuição do tamanho
de poro. Para os adsorventes comumente usados nesse tratamento, observa-se uma
larga distribuição no tamanho de poros, o que influencia diretamente nos mecanismos
em que a difusão ocorre.
De acordo com a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), os
poros podem ser classificados em três categorias:
- Para poros com largura menor que 50nm, são chamados macroporos
- Para poros com largura entre 2 e 50nm, são chamados mesoporos
- Para poros com largura maior que 2nm, são chamados microporos
O termo nanoporo tem sido utilizado para englobar as três categorias definidas,
utilizando um limite superior de 100nm [41].

3.2.1 Materiais adsorventes


Dentre os materiais utilizados para a adsorção, o mais citado na literatura é o
carvão ativado. São materiais carbonáceos que possuem distribuição de tamanho de
poros e atividade química dependente da fonte da matéria-prima. Apresentam estrutura
microcristalina, não grafítica, e podem conter características ácido/base, dependendo das
condições de seu processamento e da temperatura de oxidação.
22

O principal fator encontrado no carvão ativado e que o torna tão versátil para di-
versas aplicações é a sua superfície interna, que varia de 500 a 2000m²/g e a sua alta
porosidade, que permite com que esse material consiga adsorver uma ampla gama de
moléculas e íons, como metais, corantes, fenóis, etc. [17].
Um segundo material a ganhar destaque nos estudos de adsorção são as zeólitas.
Formadas a partir da precipitação de fluido contidos nos poros das rochas sedimentares,
através de processos hidrotérmicos ou até mesmo de atividades vulcânicas, as zeólitas
apresentam estrutura tridimensional cristalina com tetraedros do tipo TO4 em que T nor-
malmente corresponde a um átomo de Si e Al e podem ter sua origem natural como
mencionada ou sintética [18].
A distribuição de tamanho de poro para as zeólitas depende da quantidade de
ligações do tipo T-O-T existentes, variando de acordo com o número de oxigênios pre-
sentes e que formam as aberturas dos anéis. São consideradas materiais microporosos
que podem ter o tamanho de poro menor que 0,4nm até 2nm.
Apesar da ampla utilização desses materiais como adsorventes, custos de fabri-
cação e operação fazem com que alternativas economicamente mais viáveis sejam su-
geridas em pesquisas, o que torna comum a utilização de materiais como casca de arroz,
bagaço de cana de açúcar, serragem, cinzas volantes e outros para o desenvolvimento
de novos adsorventes, tais como os materiais alcalinamente ativados [19].

3.2.2. Materiais Alcalinamente Ativados


Os materiais alcalinamente ativados (MAA´s) são obtidos a partir do ataque
alcalino de matérias-primas ricas em aluminossilicatos amorfos, dependendo da
composição química das matérias-primas precursoras, os MAA´s podem ser
classificados em duas categorias: a primeira com materiais com alto teor de cálcio e uma
segunda com baixo teor de cálcio, a qual os geopolímeros se incluem, sendo o padrão
de ativação a maior diferença entre as categorias.
De acordo com o Handbook of Alkali-activated Cements, Mortars and Concretes
[21], pode-se dividir os MAA’s em três categorias:
23

• “Sistema (Na,K)2O – CaO – Al2O3 – SiO2 – H2O, Modelo 1: neste modelo, materiais
ricos em cálcio e silício, como a escória de alto forno (SiO2 + CaO > 70%), são
ativados em condições alcalinas relativamente moderadas. Nesse caso, o principal
produto da reação é um gel C-A-S-H (silicoaluminato de cálcio hidratado),
semelhante ao gel obtido durante a hidratação do cimento Portland, que absorve
o Al em sua estrutura.”
A ativação das escórias ocorre basicamente em três fases, primeiramente há a
dissolução do sólido, onde quebram-se as ligações covalentes, e forma-se um
silicato hidratado do tipo C-S-H, em seguida ocorre a formação de uma estrutura
de coagulação, onde aumenta-se a concentração de íons Ca²+ e SiO44- e ocorre a
saturação do sistema, o que faz com que núcleos se precipitem e formem então o
geosilicato.
A figura 5, apresenta um modelo teórico de mecanismo de ativação alcalina
ocorrida nas escórias de alto forno.

Figura 5 – Modelo teórico de ativação alcalina para escórias de alto-forno

Fonte: [21]

Glukhovsky and Krivenko (Glukhovsky, 1967, 1994; Krivenko, 1994) resumem a


ativação alcalina com uma série de reações, conforme mostrado abaixo:
= 𝑆𝑖 − 𝑂− + 𝑅 + → = 𝑆𝑖 − 𝑂 − 𝑅
= 𝑆𝑖 − 𝑂 − 𝑅 + 𝑂𝐻 − → = 𝑆𝑖 − 𝑂 − 𝑅 − 𝑂𝐻 −
= 𝑆𝑖 − 𝑂 − 𝑅 + 𝑂𝐻 − + 𝐶𝑎2+ → = 𝑆𝑖 − 𝑂 − 𝐶𝑎 − 𝑂𝐻 + 𝐶𝑎2+
24

Esses autores propõem que os cátions R+, no início da hidratação, funcionam


apenas como catalisadores na troca iônica com o cátion Ca2+ e que ao longo da reação,
os mesmos são absorvidos pela estrutura formada [21].

• “Sistema (Na,K)2O – Al2O3 – SiO2 – H2O, Modelo 2: nesse modelo, precursores


como o metacaulim e as cinzas volantes tipo F (provenientes de usinas de
termoelétricas a carvão) são ativados devido à presença principal de alumínio e
silício, com baixos teores de óxido de cálcio (CaO). Nesse caso, são necessárias
condições de trabalho mais agressivas para iniciar as reações (meios altamente
alcalinos e temperaturas de cura de 60 – 200°C). O principal produto da reação
formado neste caso é um polímero alcalino inorgânico tridimensional, um gel N,K-
A-S-H (aluminossilicato alcalino hidratado) que pode ser considerado um
precursor da zeólita. Este gel também atende aos nomes de geopolímero ou
polímero inorgânicos.

• O terceiro modelo consiste em uma combinação dos dois anteriores, onde o


produto seria um novo tipo de ligante conhecido como material alcalino misturado
ou híbrido, formado como resultado da ativação de materiais com conteúdo de
CaO + SiO2 + Al2O3 > 20% [37]. Essas misturas podem ser divididas em dois
grupos, o primeiro inclui materiais com baixo teor de clínquer de cimento Portland
e alta proporção (>70%) de adições minerais (exemplos: cimento + escória de alto
forno, cimento + cinza volante, cimento + escória de alto forno + cinza volante). O
segundo grupo contempla misturas sem cimento Portland: escória de alto forno +
cinzas volantes, escória de fósforo + escória de alto forno + cinzas volantes e
outros parecidos [38].
25

3.2.2.1. Materiais Geopoliméricos


Os geopolímeros são compostos inorgânicos de base polimérica que possuem
propriedades cimentícias e alta estabilidade química, produzidos a partir de
aluminossilicatos a baixas temperaturas de forma a se obter um material que possua
rigidez, resistência mecânica e inercia química.
Também chamados de polissialatos, os geopolímeros possuem estrutura
tetraédrica de SiO4 e AlO4, que se ligam alternadamente e compartilham todos os
oxigênios do vértice. Os cátions alcalinos e alcalino-terrosos balanceiam as cargas
negativas do Al3+, tornando assim o sistema eletricamente neutro.
De forma geral, a fórmula empírica é

Mn [(SiO2)z. AlO2]n . wH2O [20]


onde,
M – é um cátion (Na+, K+, ou Ca2+)
n – é o grau de polimerização
z - é igual a 1, 2 ou 3
w – é o grau de hidratação

A estrutura tridimensional dos geopolímeros leva em consideração o arranjo


espacial do silício e do alumínio, e formam unidades de repetição que se policondensam,
mudam de forma e endurecem rapidamente a baixas temperaturas. A Figura 6 apresenta
a estrutura dos sialatos.
26

Figura 6 – Estrutura tridimensional geopolimérica

Fonte: [20].

Os geopolímeros são obtidos pelo processo de ativação alcalina de aluminossilicatos,


por meio da hidratação destes com substancias dos grupos alcalino e alcalino-terrosos,
como hidróxidos, sais de ácidos fracos ou fortes, ou ainda sais silicatados. Para que o
processo ocorra de forma eficaz, primeiramente os aluminossilicatos devem sofrer um
tratamento térmico para perda de água e para mudança na coordenação do íon alumínio
com oxigênio, de forma que a estrutura chegue a um estado praticamente amorfo, com
entropia elevada, e então possa se combinar quimicamente com outras substancias. É
devido a esse motivo que, cinzas volantes (queima do carvão), cinzas vulcânicas e pó de
telha ou tijolo, podem ser matérias-primas em potencial para esse tipo de ativação.
Vale ressaltar que, os mecanismos que envolvem o processo de ativação alcalina
ainda estão sendo discutidos devido a diversos fatores que podem interferir no processo,
como o tipo de substancia ativadora, as substancias envolvidas, bem como o grau de
polimerização, taxa de cristalização, entre outros.
O metacaulim é uma matéria-prima muito estudada na obtenção dos
geopolímeros. Sua formação ocorre a partir do tratamento térmico do caulim, entre 500
a 950ºC aproximadamente, o que permite que haja a perda de grupos hidroxilas no
material e que o alumínio mude sua coordenação de octaédrica para tetraédrica,
permitindo assim a formação de uma estrutura amorfa com grande poder reativo [20]. A
figura 7 mostra simplificadamente, o método de reação alcalina realizado para essa
27

matéria-prima.

Figura 7 - Processo de ativação alcalina tendo metacaulim como matéria prima

Fonte: Adaptado de [23]

A obtenção de geopolímeros pode ainda ocorrer através do uso de cinzas volantes


provenientes das usinas de carvão. A combustão ocorre com temperaturas entre 1200 a
1600°C, e podem ser geradas cinzas tipo volante ou pesadas.
Após a fusão das partículas minerais, as cinzas são transportadas por gases de
combustão até precipitadores, onde ocorre a coleta e armazenamento nas jazidas.
A composição das cinzas volantes consiste basicamente por óxidos de silício
(SiO2), de alumínio (Al2O3), de ferro (Fe2O3) e de cálcio (CaO), e quantidades minoritárias
28

de óxidos de magnésio, potássio, de sódio, titânio e sulfatos; características e


propriedades como finura, teor de óxidos, morfologia irão depender da fonte de carvão
mineral, das condições de combustão e do sistema de coleta [24].
Segundo a ASTM C618, as cinzas volantes podem ser classificadas em três tipos,
C, F e N, segundo a sua composição majoritária. A tabela 1 apresenta as composições
para os diferentes tipos de cinzas volantes existentes.

Tabela 1 – Classificação de cinzas volantes segundo a norma ASTM C618

Fonte: [24]

As partículas de cinzas volantes são normalmente esféricas podendo ser ocas ou


em formatos menores. Apresentam heterogeneidade de partículas e incluem fases
vítreas e cristalina (mulita, quartzo e óxidos de ferro) que conferem a cinza volante uma
superfície densa e estável que recobrem os constituintes internos porosos e amorfos
fazendo com que o material apresente baixa reatividade [24].
A ativação alcalina das cinzas volantes permite que o material se torne mais reativo
e que tenha a capacidade de se policondensar para formar um geopolímero. De um modo
geral a performance das cinzas volantes é inferior quando comparadas ao metacaulim,
sendo necessário a utilização de temperatura para a cura do material e ganho de
resistência mecânica [24].
29

3.2.2.2 Aplicações
Ao longo dos anos, pesquisadores evidenciaram que o controle da ativação alcalina
permite criar diferentes estruturas para diferentes aplicações. Purdon [20] demonstrou
que as fases presentes no geopolímero final dependem do pH do meio, tipo de
aluminossilicato utilizado e condições de síntese [20].
Os materiais geopoliméricos encontram um campo de aplicação praticamente em
todos os setores industriais e tecnológicos, justamente por essa capacidade de se ajustar
como citado acima. As propriedades incluem alta resistência mecânica, resistência ao
fogo, elevada inércia química, além de possuir uma estrutura atômica que permite
intercambio iônico, que permite sua utilização para imobilizar resíduos tóxicos, metais
pesados e materiais radioativos [20].
A grande vantagem na utilização desse tipo de material é que além de matérias-
primas virgens como o caulim, podem ser utilizados em sua produção resíduos
industriais, como cinzas volantes, palha de arroz e restos da construção civil, o que
diminui o custo final do produto, e permite uma produção em larga escala.
A nível atômico, Davidovits [25] resume os campos de aplicação conforme a razão
Si/Al presente no material, sendo que razões mais baixas, produzem materiais com alta
resistência mecânica, aplicados a construção civil e à medida que essa razão aumenta,
obtém-se produtos mais tecnológicos, como compósitos ou resistência ao fogo [25].
A figura 8 apresenta as aplicações encontradas para os materiais geopoliméricos
em função do aumento da razão Si/Al.
30

Figura 8 – Aplicações de materiais geopoliméricos em função da microestrutura

Fonte: Adaptado de [26]

4. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho utilizou-se como principal metodologia de estudo
a análise integrativa de publicações científicas a partir da plataforma eletrônica de
periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior),
que consiste em um acervo de publicações nacionais e internacionais oriundos de
diferentes revistas científicas. Foram considerados na pesquisa artigos, teses e
dissertações a fim de avaliar a evolução e publicações existentes sobre o tema.
A construção dos resultados foi realizada em duas etapas: a primeira consistiu em
analisar quantitativamente as principais matérias-primas utilizadas nos processos de ad-
sorção através da leitura e seleção de artigos, considerando os últimos 20 anos de pes-
quisas realizadas (de 2000 a 2021). Foram critérios de exclusão: publicações que não
continham o tema abordado e publicações apenas com citações sobre o tema.
A busca no portal da CAPES se deu pela utilização das palavras-chave em in-
glês:“adsorption”, “water treatment”, “effluent”, “adsorbent”, “activated carbon”, “zeolite”,
31

“biochar”, “geopolymer”, que foram combinadas da seguinte forma: “(efluent treatment


AND adsorption)”, (water treatment AND adsorption)”, “(carbon activated AND adsor-
ption)”, “(zeolite AND adsorption)”, “(biochar AND adsorption)”, “(geopolymer AND adsor-
ption)”,”(geopolymer AND adsorbent)”, e das palavras-chave em português: “efluentes”,
e “adsorção”.
Os operadores booleanos “AND”, e “()” foram utilizados a fim de restringir os resul-
tados encontrados e facilitar a análise de dados. O sistema de busca avançada permitiu
a restrição de título e assuntos que continham os termos em questão.
A segunda parte deste estudo se deu a partir da leitura e seleção de publicações
que continham os principais métodos de preparação de geopolímeros para o tratamento
de efluentes, a fim de elencar as principais características de cada método e os fatores
que contribuem para a eficiência ou não do processo, para que ao final se pudesse de-
terminar uma linha de pesquisa vantajosa a ser seguida posteriormente.
Para organizar os artigos encontrados de acordo com cada tema e para que pu-
dessem ser excluídos artigos duplicados utilizou-se do software Zotero, que consiste em
um programa de gerenciamento e compartilhamento de referências bibliográficas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O levantamento bibliográfico para este trabalho foi realizado com base no método
de revisão bibliográfica integrativa para que o leitor, se assim desejar, possa reproduzir
e verificar o método.

5.1 Análise quantitativa para os principais materiais utilizados como fil-


tros e adsorventes ao longo dos anos.
A primeira busca realizada para iniciar a revisão integrativa se deu através do uso
das palavras chave em português: efluente “(filtração OR adsorção)”, para as quais a
plataforma da CAPES retornou 486 artigos. A busca utilizando artigos nacionais teve
como objetivo encontrar os principais termos envolvidos no tema, de forma a facilitar as
pesquisas posteriores.
32

Foram utilizados como critérios de inclusão artigos que continham no título as pa-
lavras-chaves em questão e se o resumo continha informações relevantes e como crité-
rios de exclusão artigos que estavam fora do tema ou em duplicidade. Foram seleciona-
dos a partir dos resumos 52 artigos, os quais diziam respeito a técnica de adsorção.
Pode-se observar que os temas mais estudados estão relacionados a utilização
do carvão ativado granular comercial, representando 32,7% dos artigos, as zeólitas com
13,5%, o biocarvão com 30,8% e os argilominerais com 23,1%.
A figura 9 apresenta o gráfico que representa a quantidade de artigos em relação
aos materiais utilizados como adsorventes, em que Z são as zeólitas, BC o biocarvão,
CA o carvão ativado e AM os argilominerais.
Os dados utilizados para a produção do gráfico estão dispostos no Apêndice A.

Figura 9 – Gráfico com a relação tipo de material x quantidade de publicações nacionais


para adsorção

Fonte: Elaboração própria

A partir do gráfico pode-se observar que o carvão ativado granular, o biocarvão e


os argilominerais foram os materiais mais utilizados na produção de adsorventes, porém
os artigos que representam a parcela de argilominerais não diziam respeito a apenas um
33

tipo de argila, o que dificultaria a consistência de resultados para comparação, por essa
razão optou-se pela utilização dos dados das zeólitas.

5.2 Estudo quantitativo da evolução do uso de materiais adsor-


ventes ao longo do tempo
Essa etapa consistiu em determinar a quantidade de artigos encontrados para
cada tipo de material selecionado: carvão ativado granular, zeólita e biocarvão. A utiliza-
ção da plataforma online se deu de forma conjunta com o aplicativo Zotero, para que de
forma ordenada se pudesse contabilizar os artigos e para que se pudesse eliminar as
duplicatas presentes. O aplicativo funciona através da importação de dados da CAPES,
através do download dos arquivos no formato “RIS”, que foi feito diretamente da plata-
forma. Vale ressaltar também que a busca foi restringida através de uma busca avançada
considerando títulos e assuntos que continham as palavras-chave.
O carvão ativado é um dos materiais mais antigos e utilizados para o processo de
adsorção. Registros históricos de 2000 a.C mostram que os egípcios já utilizavam esse
material para purificação da água, porém foi após a segunda guerra mundial, com a ne-
cessidade de purificar o ar que seu uso se tornou popular, através da máscara de gás
[17]. Para a busca realizada, considerando os últimos 20 anos, utilizando-se o termo tra-
duzido para o inglês “activated carbon”, foram encontrados 4836 artigos, dos quais pu-
deram ser selecionados 3456 artigos que correspondiam ao tema. Como citado anterior-
mente, o carvão ativado já era um material muito utilizado, o que se confirmou durante
as pesquisas que, retornaram em média 100 artigos por ano, com um crescimento gra-
dativo, como mostrado no gráfico na figura 10.
A primeira zeólita descoberta, a Estibilta, data de 1756 por um mineralogista su-
eco, Barão Axel Cronstedt [18]. O primeiro estudo teórico em que aparecem como pos-
síveis trocadores iônicos em soluções aquosas ocorreu em 1941 e posteriormente com
o avanço da ciência, novas aplicações para essa classe de material foram surgindo, como
em 1962 com o uso como catalisadores [18]. Para a pesquisa com os termos em inglês
“zeolite AND adsorption” foram encontrados 2456 artigos, para os quais foram utilizados
os mesmos critérios e restrições estabelecidos. A partir do aplicativo Zotero, 1863 artigos
34

puderam ser utilizados, e pode-se observar, como exposto na figura 10, que primeira-
mente houve um aumento nos estudos sobre o tema até 2014, quando começa a haver
um decréscimo de artigos, o que se sustenta até o ano de 2021.
Observando o comportamento da curva das zeólitas talvez fosse intuitivo pensar
que a variação observada tivesse apenas relação com o valor do produto ou com a sua
disponibilidade na natureza, entretanto pode-se observar que no mesmo período em que
há um decréscimo de artigos referente às zeólitas, há um aumento nos estudos de ma-
teriais alternativos, o que mostra que há um fator ainda mais importante a considerar e
que vem ganhando muita visibilidade nos últimos anos: a questão ambiental.
Métodos que possuem a capacidade de remover poluentes em efluentes industri-
ais, como a adsorção, tem ganhado grande destaque em pesquisas já que, apesar da
alta tecnologia utilizada atualmente em tratamentos, alguns micropoluentes como metais
pesados ou compostos farmacêuticos ainda apresentam grande resistência de remoção
e acabam despejados no meio aquático. Em paralelo a esse problema, temos também a
geração de resíduos de muitos setores agrícolas como o bagaço de cana de açúcar,
cascas e caules que no Brasil, segundo a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas
Agropecuárias), alcançam cerca de 130 milhões de toneladas por ano [27].
A busca na plataforma da CAPES utilizando os termos em inglês “biomass AND
adsorption” retornou 4285 artigos, os quais foram selecionados pelo critério de inclusão
982 artigos, que cronologicamente nos mostram que de 2000 a 2010, o tema ainda era
pouco explorado, contabilizando-se apenas 37 artigos. A partir de 2011 os números co-
meçam a crescer expressivamente, chegando a ultrapassar as zeólitas e equiparando-
se ao carvão ativado. Apesar da utilização do termo “biomass” ser generalista e não se
referir apenas ao biocarvão, foram escolhidos apenas artigos em que materiais alternati-
vos eram utilizados para obtenção de carvão ativado.
Os dados utilizados para a produção do gráfico estão disponíveis no Apêndice B.
35

Figura 10 - Quantidade de publicações encontradas em função do tipo de material


para adsorção ao longo dos últimos 20 anos.

Fonte: Elaborado pelo autor

5.3 Estudo quantitativo do uso de geopolímeros como adsorventes ao


longo do tempo
Para determinar a evolução do uso de materiais geopoliméricos como adsorven-
tes, primeiramente foram listados todos os termos relacionados ao tema para uma busca
na plataforma online da CAPES. Foram utilizados os termos em inglês “adsorption”, “ad-
sorbent”, “wastewater”, “effluent treatment”, “water treatment” e “geopolymer”, dispostos
nas seguintes combinações: “geopolymer AND water treatment”, “geopolymer AND efflu-
ent treatment”, “geopolymer AND adsorbent”, “geopolymer AND adsorption” e “geopoly-
mer AND wastewater”.
Para a pesquisa com o termo mais generalista, tratamento de água, foram encon-
trados 2958 artigos. O primeiro estudo encontrado na plataforma data de 2004 e diz res-
peito a um estudo sobre a imobilização de metais pesados utilizando um geopolímero a
base de cinzas volantes “A comparative study of kaolinite versus metakaolinite in fly ash
36

based geopolymers containing immobilized metals”. Em seguida foram encontrados ape-


nas 3 artigos em 2005 e 2006 a respeito do mesmo tema e somente em 2007 o primeiro
artigo referente a técnica de adsorção aparece na plataforma com o artigo “Solid state
conversion if fly ash to effective adsorbents for Cu removal from wastewater”.
Apesar do número expressivo de estudos encontrados na pesquisa, por se tratar
de um termo geral, a busca retornou estudos que levavam em consideração qualquer
tipo de tratamento realizado em água e efluentes sendo contabilizados artigos referentes
a imobilização, adsorção, coagulação e outros tipos de tratamento, além de artigos que
não se referiam ao tema abordado neste trabalho.
Para a busca com os termos “geopolymer AND adsorption” o portal de periódicos
da CAPES retornou 1528 artigos, sendo a primeira publicação do ano de 2006 com o
tema “Geopolymeric adsorbents from fly ash for dye removal from aqueous solution”, em
que os autores validam a utilização de geopolímeros a base de cinza volante para remo-
ção do corante azul de metileno e violeta cristal, conseguindo uma eficiência maior que
as zeólitas naturais. Através do software Zotero, pode-se listar os artigos em potencial
para estudo e utilizando-se dos critérios de exclusão (não estar relacionado ao tema ou
ser apenas estudos de caracterização) e de inclusão, analisando-se os resumos e títulos
encontrados foi possível selecionar apenas 127 artigos que continham informações per-
tinentes; mesmo com uma quantidade reduzida de artigos, pode-se analisar, como mos-
trado na Figura 11, que a evolução do estudo é comprovada, já que para os 10 primeiros
anos foram encontrados apenas 5 publicações e a partir de 2015 o número passa a cres-
cer significativamente, se duplicando em 2016 e tornando-se 4 vezes maior para os últi-
mos 3 anos.
Para a busca com os termos “geopolymer AND adsorbent” a plataforma retornou
634 artigos, porém não acrescentou nenhum dado a pesquisa já que os artigos para essa
combinação já estavam inseridos na busca anterior.
Os dados do gráfico da Figura 11 estão disponibilizados no apêndice B.
37

Figura 11 - Evolução do estudo de materiais geopoliméricos ao longo dos anos de


acordo com número de publicações encontradas.

Fonte: Elaborado pelo autor

5.4 Estudo comparativo dos métodos de produção de geopolíme-


ros como adsorventes
O estudo comparativo das técnicas (matérias-primas precursoras, ativador e pro-
cesso de cura) relacionadas à produção de adsorventes geopoliméricos se deu a partir
dos resultados obtidos no item 5.3, onde verificou-se o aumento dos estudos relaciona-
dos ao tema. Para que a comparação fosse efetiva, tomando como base a quantidade
de publicações encontradas, foram considerados para essa etapa os últimos 5 anos de
pesquisa, de 2016 a 2021.
Visto que número de artigos publicados não é muito extenso, procurou-se utilizar
como critério de inclusão para o estudo artigos que contemplavam diferentes tipos de
íons removidos para uma comparação mais ampla. Além disso, foram excluídos artigos
que não continham muitas informações ou que apresentavam somente revisões e con-
ceitos.
38

Os parâmetros mais importantes a serem considerados no estudo da adsorção


incluem o pH da solução, temperatura em que o processo ocorre, dosagem do adsor-
vente, a área superficial do adsorvente em relação à concentração inicial de adsorvato e
tempo de contato entre eles [16].
A tabela 2 e 3 apresentam os dados encontrados pelos autores em cada artigo
selecionado. Os artigos de referência estão disponíveis no Apêndice C deste trabalho.
39

Tabela 2 – Adsorção de diferentes íons e resultados encontrados por diferentes


autores.
Temperatura e Área Qdte
Precursor Ativador
tempo de cura Superficial Adsorvente
solução* m²/g g/L

Metacaulim NaOH 80°C por 2 dias 39.24 2

Metacaulim NaOH 80°C por 2 dias 39.24 3,2

temperatura ambi-
Escória de Alto forno NaOH 64,5 2
ente por 3 dias
temperatura ambi-
Escória de Alto forno NaOH 64,5 10
ente por 3 dias
temperatura ambi-
Escória de Alto forno NaOH 64,5 10
ente por 3 dias
Metacaulim e Cinza de
KOH 60°c por 24h 62 1,5
casca de arroz

Cinza Volante NaOH 85°C por 24h 21,9 1,5

Metacaulim NaOH 80°C por 2 dias 39,24 0,8

Metacaulim NaOH 80°C por 2 dias 39,24 0,8

Cinza Volante NaOH 60°C por 24h 2,508 1

Cinza Volante NaOH e Na2SiO3 75°C por 24h - 10

Escória conversor LD NaOH e Na2SiO3 25°C por 3 dias 30,84 2

Metacaulim e
NaOH e Na2SiO3 60°C por 24h - 1
12,5%HDTMA

Cinza Volante NaOH e Na2SiO3 85°C por 24h 29 1,5

Cinza Volante NaOH e Na2SiO3 85°C por 24h 29 1,5

Cinza Volante NaOH e Na2SiO3 25°C por 7 dias 1,869 0,6

Metacaulim NaOH e Na2SiO3 22°C por 3 dias 22,4 10

Fonte: Elaborado pelo autor


*todas as soluções ativadoras possuem concentrações parecidas.
40

Tabela 3 – Parâmetros de adsorção e eficiência encontrada por diferentes autores


para diferentes materiais geopoliméricos.
Íon Razão Tempo de Capacidade
Precursor Eficiência pH
adsorvido Si/Al Contato adsortiva
% Até equilíbrio mg/g

Metacaulim Zn(II) 98,27 3,2 6,39 40min 74,53

Metacaulim Ni(II) 97,19 3,2 7,25 50min 42,61

Escória de
Ni(II) 94 - 6a8 6h 4,418
Alto forno
Escória de
As(III) 70 - 8 a 10 6h 0,52
Alto forno
Escória de
Sb(III) 88 - 8 6h 0,34
Alto forno
Metacaulim e
Cinza de Corante Me-
70,80 - 4,5 2h 276,9
casca de ar- til Violeta
roz

Cinza Volante Cu(II) 83 - 4 1h 30,21

Metacaulim Mn(II) 99,70 3,2 3 25min 72,3

Metacaulim Co(II) 99,15 3,2 3 15min 69,2

Corante
Cinza Volante Azul de Me- - - 6 2h 39,55
tileno
Terras Ra-
Cinza Volante ras (Gd, La, 99 - - 2h -
and Tm)
Escória
Zn(II) - - 8 2h 86
conversor LD
Metacaulim e
I- ~70 - 7 12h 36,1
12,5%HDTMA

Cinza Volante Cu(II) 97 - 4 1h 54,05

Cinza Volante Zn(II) 87 - 4 1h 47,17

Cinza Volante Cs 80 1:1 8 24h 89,32

Metacaulim NH4+ 80 - 4a8 24h 21,07

Fonte: Elaborado pelo autor


41

Segundo Davidovits [28] a geopolimerização é uma reação que ocorre na pre-


sença de reagente alcalino e um precursor de aluminossilicato, que quando em contato
polimerizam e endurecem; as principais características do geopolímero dependem do
precursor utilizado e das condições de processamento (tempo de cura, temperatura, umi-
dade). De acordo com os artigos e como visto anteriormente, os principais precursores
estudados são as cinzas volantes, o metacaulim e a escória de alto forno e os principais
reagentes alcalinos são o NaOH e o silicato de sódio.
Nos artigos selecionados [32,39], a escória de alto forno apresentou a melhor área
superficial, 64,5m²/g, sendo curada por 3 dias a temperatura ambiente e o metacaulim
quando curado em uma temperatura maior, 60°C, apresentou a mesma faixa de área
superficial com 62m²/g.
No que diz respeito à temperatura de cura, pode-se verificar que para a utilização
da temperatura ambiente as escórias produziram uma maior área superficial, e para tem-
peraturas mais elevadas (entre 60°C a 85°C) o metacaulim se mostrou mais promissor
do que as cinzas volantes. [Tabela 2]
O fato dos geopolímeros a base de escórias serem preferencialmente curados à
temperatura ambiente pode ser explicado pela sua estrutura. A composição química
desse material consiste em uma fase vítrea chamada melilita, uma solução sólida com-
posta por gehlenita (Ca-silico-aluminate) e akermanita (Mg-silicate), que quando subme-
tidos a alcalinaçao depolimerizam em função da ação do álcali. A reação produz molécu-
las de menor peso molecular e que liberam Al(OH)3 e Mg(OH)3, respectivamente. Por não
conter um teor de sílica e alumina muito grande, a escória por si só não é capaz de reagir
e formar uma rede tridimensional com o reagente alcalino; a reação produz uma com-
plexa estrutura em que os cátions K+ e Na+ não estão ligados a estrutura mas podem ser
lixiviados com facilidade em contato com a água, produzindo propriedades ruins e que
não caracterizam um geopolímero. Por essa razão um maior tempo de cura e fonte de
sílica auxiliar devem ser utilizados a fim de aumentar a reatividade das escórias e permitir
a geopolimerização [28].
Com relação ao metacaulim e as cinzas volantes, estudos demonstraram que o
aumento da temperatura de cura faz com que a resistência à compressão seja maior que
a utilização da temperatura ambiente e que a reação de geopolimerização ocorra muito
42

mais rápido [40]. Além disso verificou-se que para temperaturas até 90°C o tempo de
cura não precisa ultrapassar 24h, já que o aumento da resistência mecânica ocorre nes-
sas primeiras horas, sendo residual para outros tempos [29].
Davitovits [25] aponta que a relação Si/Al é um importante parâmetro para deter-
minar a aplicação de geopolímeros, influenciando em características como a resistência
mecânica e ao fogo. Para relações Si/Al = 1 estudos demonstraram a presença de gran-
des poros interconectados, e para relações Si/Al>1,65 observou-se uma porosidade mais
uniforme, com pequenos poros distribuídos [30]. Nos artigos selecionados para este es-
tudo verificou-se que as maiores razões Si/Al (=3,2) produziram materiais com grande
área superficial, e que a menor área superficial encontrada foi de 1,869m²/g em que o
autor utilizou uma razão Si/Al = 1, entretanto não pode-se chegar a uma relação direta
com a capacidade de adsorção, já que a mesma também é influenciada pela quantidade
de adsorvente e adsorvato na solução.
Para os valores de pH, segundo Zhang et al [31], quanto mais altos forem, maior
será a taxa de remoção de íons já que o mesmo afeta a carga superficial do adsorvente,
o grau de ionização e a morfologia dos íons metálicos e os locais de ligação do metal na
superfície [31]. Vale ressaltar que esse aumento varia de acordo com o pH pozolânico da
solução, que é definido como o valor em que as cargas positivas e negativas se balan-
ceiam e a superfície se torna neutra. Para valores em que o pH>pHpzc há mais cargas
negativas do que positivas e o processo se torna favorável para remoção de cátions (há
maiores interações e a taxa de adsorção aumenta).
De acordo com os resultados demonstrados nos artigos pode-se verificar que os
diferentes tipos de íons possuem valores específicos de pH para o processo de adsorção,
dentre os quais o metacaulim e as cinzas volantes apresentaram menor valor e as escó-
rias de alto forno e conversor LD maiores valores. Pode-se constatar também que os íons
possuem faixas específicas de pH ao qual são removidos por adsorção.
A tabela 4 apresenta os valores médios de pH obtidos nos estudos selecionados
para os respectivos íons e precursores.
43

Tabela 4 - Precursores versus íon removido versus faixa de pH


Precursor Íon faixa de pH
Mn(II) 3
Co(II) 3
Ni(II) 6a8
Metacaulim
Corante metil violeta 4
NH4+ 4a8
I- 7
Ni(II) 6a8
Zn(II) 8
Escória de alto forno
As(III) 8 a 10
Sb(III) 8
Zn(II) 4
Cu(II) 4
Cinza Volante
Cs 8
Corante azul de metileno 6
Fonte: Elaborado pelo autor

Com relação aos precursores e como já exposto anteriormente, as escórias de alto


forno adsorvem íons em uma faixa de pH mais alta, e apresentam em sua estrutura a
hidrotalcita, um hidróxido duplo lamelar, que garantem a escória propriedades de troca
aniônica. Sendo assim, espécies como a As(III) tem sua remoção favorecida em pH
acima de 10, já que nessas condições se apresentam como ânions H 2AsO3-, e podem
ser mais facilmente adsorvidos. Esse fato não pode ser observado no metacaulim e nas
cinzas volantes que são essencialmente trocadores catiônicos e na presença de ânions
sofrem repulsão, o que diminui a adsorção do mesmo [32]. Para o ânion I- adsorvido pelo
metacaulim, os autores Chen et al [39], utilizaram o HDTMABr (brometo de hexadeciltri-
metilamônio) como modificador do geopolímero, para que se pudesse realizar o pro-
cesso. Em ambos os casos, a eficiência de adsorção foi de 70%, sendo o valor mais
baixo em relação aos cátions e corantes adsorvidos.
No que se refere ao adsorvente, tem-se que para um aumento de dosagem até
um limite definido, há o aumento dos sítios ativos e a remoção de íons é aumentada. E
44

para a concentração inicial de adsorvato tem-se que o aumento da concentração diminui


a porcentagem de remoção, porém aumenta a capacidade adsortiva do material devido
a força motriz de transferência de massa. Com o aumento da concentração de íons au-
menta-se a força para transferência de massa, o que aumenta o gradiente de concentra-
ção entre adsorvato/adsorvente [33].
O tempo de contato é um parâmetro importante para descrever a cinética de ad-
sorção presente nos materiais geopoliméricos. Nos artigos selecionados pode-se verificar
que a máxima adsorção ocorre nos primeiros minutos de contato e que o valor cresce
suavemente quando está próxima ao equilíbrio, além disso para a maioria dos íons a
adsorção ocorre obedecendo o modelo de Langmuir, em que se considera que o pro-
cesso ocorre em monocamada e que não há interações entre as espécies adsorvidas.
Essas informações são importantes pois determinam o valor da capacidade máxima de
adsorção e explicam as interações entre adsorvente e adsorvato [34].
Define-se como raio iônico a distância entre o centro de um átomo até o elétron
mais distante do núcleo, sendo os cátions por perderem elétrons menores e ânions por
ganharem elétrons, maiores. Diante dessa afirmação, e analisando as eficiências de ad-
sorção encontradas pelos autores fica evidente a preferência dos geopolímeros em ad-
sorver partículas positivas, que tiveram remoção de até 99%, enquanto para espécies
negativas como o I- e antimônio, tiveram a remoção de 70% a 88%. [Tabela 3]

6. CONCLUSÕES
• A partir da análise dos artigos relacionados ao uso de materiais geopoliméricos
como adsorventes pode-se verificar que apesar de haver publicações datadas no
início dos anos 2000, foi somente nos últimos cinco anos que as pesquisas com
relação a esse tema ganharam visibilidade, tornando-se 4 vezes maiores.
• No que diz respeito aos principais tipos de íons encontrados nas publicações, a
maioria se refere a adsorção de metais pesados e corantes orgânicos, sendo os
mais citados Zn(II), Ni(II), Cu(II), Pb(II) e os corantes azul de metileno e violeta
cristal.
45

• Com relação a escolha do melhor adsorvente a ser utilizado, deve-se levar em


consideração os parâmetros e íon a ser adsorvido, já que as escórias apresenta-
ram uma melhor capacidade de adsorção para pH com valor entre 8 e 10 e o
metacaulim para valores mais baixos entre 4 a 8. As cinzas volantes apesar de
apresentarem boa capacidade adsortiva, não desenvolveram grandes áreas su-
perficiais como os outros dois precursores.
• Com relação ao tempo e temperatura de cura, a escolha deve levar em conside-
ração o precursor em questão, sendo para a escória a melhor escolha a tempera-
tura ambiente com até 3 dias de cura e para o uso do metacaulim temperaturas
até 85°C com tempo de cura de 24h.
• Apesar dos altos valores para a capacidade adsortiva e eficiência de adsorção,
estudos posteriores devem levar em consideração que efluentes são multicompo-
nentes e que a competição entre íons e uma maior afinidade para adsorção de um
íon em relação a outro podem levar a valores reais bem menores.
• A utilização de fontes adicionais de sílicas e outros componentes modificadores
como o óleo de soja e HDTMA podem melhorar as propriedades dos geopolíme-
ros, porém, devem ser estudados levando-se em consideração outros precursores
e condições para melhor compreensão das suas funções.
• Frente a outros adsorventes, os materiais geopoliméricos se mostram promissores
principalmente por poderem ter como precursor resíduos sólidos e por possuírem
um processamento simples e eficaz com baixa emissão de CO2.

7. REFERÊNCIAS

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[3] MOREIRA, Danna Rodrigues. Desenvolvimento de Adsorventes Naturais para


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[8] NASCIMENTO, Ronaldo Ferreira do. Adsorção: aspectos teóricos e aplicações


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[9] MOREIRA, Danna Rodrigues. Desenvolvimento de Adsorventes Naturais para


Tratamento de Efluentes de Galvanoplastia. Porto Alegre. 2010. Dissertação. Estrutura,
Superfícies e Interfaces. Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de
Materiais, PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL.

[10] KARA, Ilknur & Tunc, Dilek & Tunali Akar, Sibel. (2017). Metakaolin based
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[11] BALDO, Lígia A; JANUZZI, Antonio; TARANTO, Diogo; PLÁCIDO, Walter - Guia de
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[13] GIORDANNO, Ghandi - TRATAMENTO E CONTROLE DE EFLUENTES


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INDUSTRIAIS. Disponível em: http://metalcleanaguas.com.br/pdf/tratamento-controle-


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[14] https://www.flushengenharia.com.br/o-que-e-e-quais-sao-as-etapas-de-uma-
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[15] SANTOS, Leticia de Jesus Castro Morais - USO DE ADSORVENTES COMO


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[16] NASCIMENTO, Ronaldo Ferreira do et al. ADSORÇÃO: aspectos teóricos e


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48

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[38] Ogundiran, M.B., Nugteren, H.W., Witkamp, G.J. (2016). Geopolymerisation of fly
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[40] LIMA, Jofre Silva - EFEITO DA RELAÇÃO MOLAR SiO2/Al2O3 E DAS CONDIÇÕES
DE CURA NAS PROPRIEDADES DE GEOPOLÍMEROS OBTIDOS COM SILICATO DE
CINZA DA CASCA DE ARROZ. Dissertação – Caruaru, 2018.

[41] Thommes, Matthias, Kaneko, Katsumi, Neimark, Alexander V., Olivier, James P.,
Rodriguez-Reinoso, Francisco, Rouquerol, Jean and Sing, Kenneth S.W.. "Physisorption
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(IUPAC Technical Report)" Pure and Applied Chemistry, vol. 87, no. 9-10, 2015, pp. 1051-
1069. https://doi.org/10.1515/pac-2014-1117
50

APÊNDICE A

Tabela A – Artigos nacionais selecionados no portal da CAPES com os materiais


adsorventes mais utilizados.

MATERIAL DE ANO
TÍTULO DO ARTIGO
ADSORÇÃO PUBLICAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE ALUMINA PARA A REMOÇÃO DE FLUORETOS EM ÁGUAS E ALUMINA 2000
EFLUENTES
REMOÇÃO DE METAIS PESADOS DE EFLUENTES AQUOSOS PELA ZEÓLITA ZEÓLITA 2004
NATURAL ESCOLECITA - INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA E DO PH NA AD-
SORÇÃO EM SISTEMAS MONOELEMENTARES
ADSORÇÃO DE ÍNDIGO CARMIM EM BIOMASSAS MORTAS DE ASPER- BIOMASSA 2008
GILLUS NIGER
APLICAÇÃO DE ADSORÇÃO PARA REMOVER AMÔNIA DE EFLUENTES SUI- ZEÓLITA 2008
NÍCOLAS PRÉ-TRATADOS
ADSORÇÃO DE CROMO (VI) POR CARVÃO ATIVADO GRANULAR DE SOLU- CARVÃO ATI- 2009
ÇÕES DILUÍDAS UTILIZANDO UM SISTEMA BATELADA SOB PH CONTRO- VADO
LADO
EFEITO DA TEMPERATURA E DO TAMANHO DE PARTÍCULAS NA ADSOR- CARVÃO ATI- 2009
ÇÃO DO CORANTE REMAZOL AMARELO OURO RNL EM CARVÃO ATIVADO VADO
UTILIZACAO DE ZEOLITAS SINTETIZADAS A PARTIR DE CINZA DE CARVAO ZEÓLITA 2009
PARA REMOCAO DE AZUL DE METILENO EM ÁGUA
UTILIZAÇÃO DE ARGILAS ESMECTÍTICAS DO NORDESTE DO BRASIL PARA ARGILOMINE- 2010
PREPARAÇÃO DE UM ADSORVENTE ORGANOFÍLICO RAIS
ADSORÇÃO DOS CORANTES RO16, RR2 E RR141 UTILIZANDO LODO RESI- RESÍDUOS 2011
DUAL DA INDÚSTRIA TÊXTIL
CADMIUM AND COPPER ADSORPTION ON BENTONITE: EFFECTS OF PH AND ARGILOMINE- 2011
PARTICLE SIZE RAIS
REMOÇÃO DOS CORANTES REACTIVE BLUE 21 E DIRECT RED 80 UTILI- BIOMASSA 2012
ZANDO RESÍDUOS DE SEMENTES DE MABEA FISTULIFERA MART. COMO
BIOSSORVENTE
TRATAMENTO DE ÁGUA DE RESERVATÓRIOS POR DUPLA FILTRAÇÃO, CARVÃO ATI- 2012
OXIDAÇÃO E ADSORÇÃO EM CARVÃO ATIVADO GRANULAR VADO
UTILIZAÇÃO DE SERRAGEM DE EUCALYPTUS SP. NA PREPARAÇÃO DE BIOCARVÃO 2012
CARVÕES ATIVADOS
ADSORÇÃO DE NI2+ E ZN2+ EM ARGILA CALCINADA: ESTUDO DE EQUILÍ- ARGILOMINE- 2013
BRIO EM COLUNA DE LEITO FIXO RAIS
APLICABILIDADE DA TORTA DE MORINGA OLEIFERA LAM. COMO ADSOR- MORINGA 2013
VENTE PARA REMOCAO DE METAIS PESADOS DE AGUAS OLEIFERA
OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE CARVÃO ATIVADO DE CAROÇO DE BIOCARVÃO 2013
BURITI (MAURITIA FLEXUOSA L. F.) PARA A AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE
ADSORÇÃO DE COBRE (II)
PRODUÇÃO DE CARVÃO ATIVADO A PARTIR DE RESÍDUOS VEGETAIS BIOMASSA 2013

TREATMENT OF TEXTILE EFFLUENT CONTAINING INDIGO BLUE DYE BY A CARVÃO ATI- 2013
UASB REACTOR COUPLED WITH POTTERY CLAY ADSORPTION VADO
ADSORCAO DE ZINCO EM ARGILA BENTONITA: INFLUENCIA DO PH, QUAN- ARGILOMINE- 2013
TIDADE DE ADSORVENTE E CONCENTRACAO INICIAL RAIS
DESFLUORETAÇÃO PARCIAL DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR ADSOR- BIOMASSA 2014
ÇÃO/PRECIPITAÇÃO POR CONTATO EM MICROCOLUNAS DE FILTRAÇÃO
51

INflUENCE OF THE CHEMICAL COMPOSITION OF SMECTITES ON THE RE- ARGILOMINE- 2014


MOVALOF AMMONIUM IONS FROM AQUACULTURE EFflUENTS RAIS
PÓS-TRATAMENTO DE LIXIVIADO DE ATERRO SANITÁRIO COM CARVÃO CARVÃO ATI- 2014
ATIVADO VADO
ADSORÇÃO DE CU 2+ E CR 3+ EM EFLUENTES LÍQUIDOS UTILIZANDO A BIOMASSA 2015
CINZA DO BAGAÇO DA CANA-DE-AÇÚCAR
ADSORÇÃO DE NITROGÊNIO AMONIACAL DE EFLUENTES INDUSTRIAIS ZEÓLITA 2015
PELA ZEÓLITA NA-P1 SINTETIZADA A PARTIR DA CINZA PESADA DE CAR-
VÃO MINERAL
APLICAÇÃO DA BIOMASSA SACCHAROMYCES CEREVISIAE COMO AGENTE BIOMASSA 2015
ADSORVENTE DO CORANTE DIRECT ORANGE 2GL E OS POSSÍVEIS MECA-
NISMOS DE INTERAÇÕES ADSORBATO/ADSORVENTE
APPLICATION OF CARBON COMPOSITE ADSORBENTS PREPARED FROM BIOCARVÃO 2015
COFFEE WASTE AND CLAY FOR THE REMOVAL OF REACTIVE DYES FROM
AQUEOUS SOLUTIONS
AVALIAÇÃO DA ADSORÇÃO DE FENOL E BISFENOL A EM CARVÕES ATIVA- CARVÃO ATI- 2015
DOS COMERCIAIS DE DIFERENTES MATRIZES CARBONÁCEAS VADO
REMOÇÃO DE MICROCISTINA-LR DE ÁGUAS EUTROFIZADAS POR CLARIFI- CARVÃO ATI- 2015
CAÇÃO E FILTRAÇÃO SEGUIDAS DE ADSORÇÃO EM CARVÃO ATIVADO VADO
GRANULAR
ESTUDO DA ADSORÇÃO DE POLUENTES ORGÂNICOS EM MATERIAIS POLI- QUITOSANA 2016
MÉRICOS.
SISTEMA COMBINADO DE FLOTAÇÃO POR AR DISSOLVIDO E FILTRAÇÃO ZEÓLITA 2016
ADSORTIVA EM ZEÓLITA PARA TRATAMENTO DE EFLUENTE DE REATOR
UASB
ADSORÇÃO DE CD 2+, NI 2+ E ZN 2+ EM SOLUÇÕES AQUOSAS USANDO ANI- ARGILOMINE- 2017
DRITA E LAMA VERMELHA RAIS
ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE CERÂMICA VERMELHA COMO ADSORVENTE ARGILOMINE- 2017
NA REMOÇÃO DO CORANTE TÊXTIL DIRECT BLUE DE UMA SOLUÇÃO RAIS
AQUOSA
HIERARQUIZAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE CIANOTOXINAS POR CARVÃO ATI- 2017
MEIO DE ADSORÇÃO EM CARVÃO ATIVADO GRANULAR VADO
REMOÇÃO DO ÓLEO DA ÁGUA PRODUZIDA UTILIZANDO O CARVÃO ATI- CARVÃO ATI- 2017
VADO COMERCIAL VADO
USO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NA DESCONTAMINAÇÃO AQUÁTICA: ES- BIOCARVÃO 2017
TUDO CINÉTICO DO BIOCARVÃO DA CASCA DE LARANJA
AGREGAÇÃO DE VALOR À RESÍDUO AGROINDUSTRIAL: REMOÇÃO DE FE- BIOMASSA 2018
NOL UTILIZANDO ADSORVENTE PREPARADO A PARTIR DE CASCA DE
AMENDOIM
AVALIAÇÃO DE PROCESSO ADSORTIVO UTILIZANDO MESOCARPO DE BIOMASSA 2018
COCO VERDE PARA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO
EVALUATION OF THE USE OF FLY ASH AS A LOW COST TECHNOLOGY FOR BIOMASSA 2018
PHOSPHORUS REMOVAL IN WASTEWATER TREATMENT
REMOÇÃO DE COR ADMI DE EFLUENTE TÊXTIL APÓS O TRATAMENTO BIO- CARVÃO ATI- 2018
LÓGICO UTILIZANDO CARVÃO ATIVADO EM PÓ VADO
ADSORÇÃO DE ETERAMINA EM CAULINITA NATURAL E TRATADA COM ARGILOMINE- 2019
H2O2: PROPOSIÇÃO DE ALTERNATIVAS PARA O TRATAMENTO DE EFLUEN- RAIS
TES DE MINERAÇÃO
ADSORÇÃODE RODAMINA EM CARVÃO ATIVADO COMERCIAL CARVÃO ATI- 2019
VADO
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FATORES NA REMOÇÃO DE REMAZOL BRIL- BIOMASSA 2019
LIANT BLUE DE SOLUÇÕES AQUOSAS POR ADSORÇÃO EM FIBRAS DE
CANA DE AÇÚCAR E COCO VERDE
BIOCHAR EFFICIENCY IN THE REMOVAL OF HEAVY METALS BIOCARVÃO 2019
52

CARACTERIZAÇÃO, TRATAMENTO E UTILIZAÇÃO DO CARVÃO ATIVADO CARVÃO ATI- 2019


PARA ADEQUAÇÃO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DE EFLUENTES VADO
OLEOSOS ATRAVÉS DA ADSORÇÃO EM BANHO FINITO
ESTUDO COMPARATIVO DOS PROCESSOS DE ADSORÇÃO E FOTO-OXIDA- CARVÃO ATI- 2019
ÇÃO NO TRATAMENTO DO EFLUENTE DE BIODIESEL VADO
WASTEWATER TREATMENT USING ADSORPTION PROCESS IN COLUMN BIOCARVÃO 2019
FOR AGRICULTURAL PURPOSES
ABORDAGENS E DISCUSSÃO DE MÉTODOS EMPREGANDO CARVÃO E ALU- CARVÃO ATI- 2020
MINA ATIVADA PARA REMOÇÃO DE FLUORETO EM ÁGUAS E EFLUENTES VADO
APLICAÇÃO DOS MODELOS DE LANGMUIR E FREUNDLICH NO ESTUDO DA BIOMASSA 2020
CASCA DE BANANA COMO BIOADSORVENTE DE COBRE (II) EM MEIO
AQUOSO
EMPREGO DO PROCESSO DE ADSORÇÃO PARA ATENUAÇÃO O TEOR DE CARVÃO ATI- 2020
ÓLEOS E GRAXAS (TOG) EM EFLUENTES DE POÇOS PRODUTORES DE PE- VADO
TRÓLEO
RESÍDUO DA INDÚSTRIA CERVEJEIRA COMO PRECURSOR DE CARVÃO ATI- BIOCARVÃO 2020
VADO COMPARADO A OUTROS RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS: UMA REVI-
SÃO
ADSORÇÃO DO CORANTE BÁSICO VERDE MALAQUITA VIA CARVÃO ATI- BIOCARVÃO 2021
VADO A PARTIR DO CAROÇO DE AÇAÍ
ANÁLISE FATORIAL DA ADSORÇÃO DE COBRE EM SOLUÇÃO AQUOSA POR ARGILOMINE- 2021
HIDROXIAPATITA RAIS
ESTUDO DE ARGILAS ESMECTÍTICAS NA SEPARAÇÃO ÓLEO/ÁGUA ARGILOMINE- 2021
RAIS
PERFORMANCE OF FILTERS COMPOSED OF BANANA STALK IN SWINE BIOMASSA 2021
WASTEWATER TREATMENT
PRODUÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE CARVÃO ATIVADO DE BIOCARVÃO 2021
CAROÇO DE PÊSSEGO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL
SECAGEM E AVALIAÇÃO DO BAGAÇO DE CANA DE AÇÚCAR COMO AD- BIOMASSA 2021
SORVENTE DE CORANTES TÊXTEIS PRESENTES EM SOLUÇÕES AQUOSAS
SÍNTESE DE COMPÓSITO A BASE DE QUITOSANA E SÍLICA PARA ADSOR- ZEÓLITA 2021
ÇÃO DE CORANTE TÊXTIL
TRATAMENTO NUMÉRICO E ENSAIOS EXPERIMENTAIS DA REMOÇÃO DE CARVÃO ATI- 2021
FENOL EM REATOR BATELADA E COLUNA DE LEITO FIXO UTILIZANDO VADO
CARVÃO ATIVADO
UTILIZAÇÃO DO BIOCARVÃO DE BAGAÇO DE LARANJA NA REMOÇÃO DE BIOCARVÃO 2021
TETRACICLINA EM ÁGUA RESIDUÁRIA
53

APÊNDICE B
Tabela B – Evolução temporal do número de publicações disponíveis no portal de
periódicos da CAPES para cada tipo de adsorvente

CARVÃO
ANO ZEÓLITA BIOMASSA GEOPOLÍMERO
ATIVADO
2001 90 21 6 0
2002 125 39 7 0
2003 113 64 3 0
2004 77 66 1 0
2005 71 76 0 0
2006 143 59 5 1
2007 108 82 5 2
2008 146 69 8 0
2009 134 88 3 2
2010 156 84 5 0
2011 150 56 12 2
2012 152 65 12 1
2013 192 90 16 1
2014 206 106 26 2
2015 182 96 34 6
2016 198 87 55 10
2017 214 123 76 7
2018 235 129 95 23
2019 286 127 167 24
2020 278 162 186 23
2021 256 167 250 23
Fonte: Elaborado pelo autor
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APÊNDICE C

Tabela C – Artigos e autores selecionados para estudo comparativo da utilização de


geopolímeros como adsorventes.

ARTIGO AUTOR
METAKAOLIN BASED GEOPOLYMER AS AN EFFECTIVE ADSORBENT FOR
ADSORPTION OF ZINC(II) AND NICKEL(II) IONS FROM AQUEOUS SOLU- İlknur Kara et al, (2016)
TIONS
SIMULTANEOUS REMOVAL OF NI(II), AS(III), AND SB(III) FROM SPIKED MINE
Tero Luukkonen et al,
EFFLUENT WITH METAKAOLIN AND BLAST-FURNACE-SLAG GEOPOLY-
(2016)
MERS
PREPARATION OF MESOPOROUS GEOPOLYMER USING METAKAOLIN
AND RICE HUSK ASH AS SYNTHESIS PRECURSORS AND ITS USE AS PO-
Barbosa et al, (2018)
TENTIAL ADSORBENT TO REMOVE ORGANIC DYE FROM AQUEOUS SOLU-
TIONS
REMOVAL OF COPPER (II) IONS IN AQUEOUS SOLUTIONS BY SORPTION
Darmayanti et al, (2018)
ONTO ALKALI ACTIVATED FLY ASH

STUDY ON THE PERFORMANCE OF METAKAOLIN BASED GEOPOLYMER


İlknur Kara et al, (2018)
FOR MN(II) AND CO(II) REMOVAL

ADSORPTION OF CATIONIC DYE ONTO FLY ASH-BASED GEOPOLYMER:


El Alouani et al, (2018)
BATCH AND FIXED BED COLUMN STUDIES

ADSORPTION OF RARE EARTH ELEMENTS FROM AQUEOUS SOLUTIONS


Ž Fiket et al, (2018)
USING GEOPOLYMERS

SYNTHESIS OF MESOPOROUS GEOPOLYMERIC POWDER FROM LD SLAG


Sarkar et al, (2018)
AS SUPERIOR ADSORBENT FOR ZINC (II) REMOVAL

EFFICIENT REMOVAL OF RADIOACTIVE IODIDE ANIONS FROM SIMULATED


Chen et al, (2019)
WASTEWATER BY HDTMA-GEOPOLYMER
PREPARATION OF ALKALI-ACTIVATED FLY ASH-BASED GEOPOLYMER
AND THEIR APPLICATION IN THE ADSORPTION OF COPPER (II) AND ZINC Darmayanti et al, (2019)
(II) IONS
REMOVAL OF CESIUM FROM RADIOACTIVE WASTE LIQUIDS USING GEO-
Zhang et al, (2021)
MATERIALS
METAKAOLIN GEOPOLYMER CHARACTERIZATION AND APPLICATION FOR
AMMONIUM REMOVAL FROM MODEL SOLUTIONS AND LANDFILL LEACH- Luukkonen et al, (2016)
ATE
Fonte: Elaborado pelo autor

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