Trabalho de Asma

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1.

INTRODUÇÃO
A asma, uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo, é uma
síndrome complexa, com diferentes fenótipos clínicos em adultos e em crianças. A
grande variedade de apresentações clínicas e de evolução é um obstáculo para uma
classificação única, passo importante para definições diagnósticas e terapêuticas. A
asma costuma ser classificada segundo os fatores desencadeadores de sintomas, a
gravidade e freqüência dos sintomas, ou mesmo de acordo com a resposta aos
tratamentos disponíveis.

No entanto, seria ideal se pudesse ser classificada segundo os mecanismos


moleculares envolvidos na sua gênese e evolução, o que apontaria diretamente para os
alvos diagnósticos e terapêuticos. Dessa forma, fica a dúvida se há diferentes tipos de
asma ou se há apenas um mecanismo central com variações na gravidade e nas
interações com outros fatores, determinando diferentes fenótipos.

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1.2.Problema de Pesquisa

Como a exposição a poluentes do ar impacta a prevalência e a gravidade da asma


em diferentes faixas etárias e grupos socioeconômicos?

1.3.Objetivos

1.3.1.Geral

Compreender a relação entre a exposição a poluentes do ar e a asma, buscando


compreender como essa interação influencia na ocorrência e na intensidade da condição
respiratória.

1.3.2.Específicos:

 Entender a relação entre a exposição a diferentes tipos de poluentes do ar e a


incidência de casos de asma em comunidades urbanas e rurais.
 Conhecer como fatores socioeconômicos, como nível de renda e acesso a
serviços de saúde, impactam na relação entre poluentes do ar e a asma,
identificando possíveis disparidades.
 Entender o efeito da exposição prolongada a poluentes durante a infância na
gravidade e persistência da asma ao longo do tempo, com ênfase nos
mecanismos fisiopatológicos envolvidos.

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2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.A asma como uma doença inflamatória

A inflamação é o aspecto central de muitas doenças crônicas pulmonares,


incluindo a asma. O processo inflamatório característico da asma é complexo e envolve
múltiplas células e mediadores. Todas as células do aparelho respiratório, mesmo as
constitutivas, tradicionalmente consideradas como não tendo potencial inflamatório
(célula epitelial e célula endotelial vascular) participam das alterações típicas da asma.
Os produtos dessas células envolvidos na inflamação típica de asma incluem citocinas,
como as interleucinas (IL) 1, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-12, IL-13; fator
estimulador de colônias de granulócitos-macrófagos (GM-CSF); fator de necrose
tumoral (TNF-α); fator transformador do crescimentobeta (TGF-β);

As evidências iniciais de que a inflamação era um componente importante da


asma foram derivadas de autópsias em doentes com asma fatal. Nessas situações, o
estudo das vias aéreas revelava infiltração de neutrófilos e de eosinófilos, mastócitos
degranulados, perda da integridade do epitélio brônquico, espessamento da membrana
basal, oclusão da luz brônquica por muco, hiperplasia das células caliciformes e
hipertrofia/hiperplasia da musculatura lisa peribrônquica.

2.2.A origem da Asma

Há indícios de que a asma comece a ser definida ainda na fase intra-uterina.


Segundo estudos de coorte, a credibilidades para a asma é, em grande parte,
determinada durante o desenvolvimento fetal e nos primeiros três a cinco anos de vida.
Fatores genéticos e ambientais operam num momento de desenvolvimento/crescimento
pulmonar, definindo a estrutura e a função das vias aéreas. Alterações durante esse
período crítico tornam as vias aéreas mais susceptíveis a poluentes ambientais e as
predispõem à sensibilização com aeroalérgenos

Aparentemente, os genes relacionados à atopia e à asma não são ativados na


ausência de fatores ambientais e de exposições específicas a determinados alérgenos.
Foi demonstrado que o processo de sensiblização do linfócito T, com conseqüente
regulação das respostas proliferativas específicas para antígenos e geração de citocinas,
ocorre no útero e que as células T antígeno-específicas circulantes desaparecem nos
órgãos que irão manifestar o fenótipo alérgico entre os seis meses e um ano de idade.
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2.3.Causas

A asma é uma condição complexa e multifatorial, e suas causas não podem ser
atribuídas a um único fator. No entanto, alguns elementos desempenham papéis
significativos no desenvolvimento e na exacerbação da asma. Aqui estão algumas das
principais causas:

 Genética: A predisposição genética desempenha um papel importante. Se há


histórico familiar de asma, a probabilidade de desenvolver a condição aumenta.
 Fatores Ambientais: Exposição a substâncias irritantes e alérgenos no ambiente
pode desencadear a asma. Isso inclui poluentes do ar, mofo, pólen, pelos de
animais e ácaros.
 Infecções Respiratórias: Infecções virais ou bacterianas, especialmente em
idade precoce, podem aumentar o risco de desenvolver asma.
 Fatores Profissionais: Algumas profissões e ambientes de trabalho podem
envolver exposição a substâncias irritantes ou alérgenos, contribuindo para o
desenvolvimento da asma ocupacional.
 História de Alergias: Indivíduos com histórico de alergias, como rinite
alérgica, têm maior probabilidade de desenvolver asma.
 Fatores Psicológicos: O estresse e a ansiedade podem desencadear ou agravar
os sintomas da asma em algumas pessoas.
 Tabagismo Passivo: A exposição ao tabagismo passivo, especialmente durante
a infância, está associada a um aumento no risco de desenvolver asma.

Entender esses fatores é crucial para o diagnóstico precoce e o manejo eficaz da


asma. Cada pessoa pode ter uma combinação única de elementos desencadeantes,
tornando importante uma abordagem personalizada no tratamento da condição.

2.4.Diagnóstico

O diagnóstico da asma envolve uma avaliação abrangente que considera a


história clínica do paciente, exames físicos e testes específicos. Inicialmente, os
profissionais de saúde buscam entender os sintomas relatados pelo paciente, como
episódios recorrentes de falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito. Uma
análise detalhada da história clínica também inclui a identificação de fatores
desencadeantes, histórico familiar de asma, exposição ambiental e presença de alergias.

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O exame físico é crucial para identificar sinais característicos da asma, como
chiado ao respirar, aumento da frequência respiratória e uso de músculos acessórios
durante a respiração. Além disso, os profissionais podem utilizar testes de função
pulmonar, como a espirometria, para avaliar o fluxo de ar nas vias respiratórias e
confirmar a presença de obstrução característica da asma. Testes alérgicos também
podem ser realizados para identificar alérgenos específicos que desencadeiam os
sintomas.

O acompanhamento regular e a monitorização dos sintomas ao longo do tempo


são essenciais para um diagnóstico preciso e o ajuste adequado do plano de tratamento.
Diante da complexidade da asma, uma abordagem holística e personalizada é crucial
para garantir o controle eficaz da condição e melhorar a qualidade de vida do paciente.

2.4.1.Diagnóstico clínico

São indicativos de asma: um ou mais dos sintomas dispnéia, tosse crônica,


sibilância, aperto no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas
primeiras horas da manhã; sintomas episódicos; melhora espontânea ou pelo uso de
medicações específicas para asma (broncodilatadores, antiinflamatórios esteróides); três
ou mais episódios de sibilância no último ano; variabilidade sazonal dos sintomas e
história familiar positiva para asma ou atopia; e diagnósticos alternativos excluídos.
Muitos estudos mostram que 50% a 80% das crianças asmáticas desenvolvem sintomas
antes do quinto ano de vida. O diagnóstico pode ser difícil nessa faixa etária e tem
importantes implicações

2.4.2.Diagnóstico funcional

O diagnóstico de asma é fundamentado pela presença de sintomas


característicos, sendo confirmada pela demonstração de limitação variável ao fluxo de
ar. As medidas da função pulmonar fornecem uma avaliação da gravidade da limitação
ao fluxo aéreo, sua reversibilidade e variabilidade, além de fornecer confirmação do
diagnóstico de asma. Os termos variabilidade e reversibilidade estão relacionados a
alterações dos sintomas acompanhadas por alterações do fluxo aéreo que ocorrem
espontaneamente ou após intervenção farmacológica.

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2.4.3.Diagnóstico da alergia

A anamnese cuidadosa é importante para a identificação da exposição a


alérgenos relacionados com a asma. A sensibilização alérgica pode ser confirmada
através de provas in vivo (testes cutâneos) ou in vitro (determinação de concentração
sanguínea de IgE específica).(20) Testes cutâneos devem ser realizados utilizandose
extratos biologicamente padronizados (a técnica mais utilizada é a de puntura). Em
nosso meio predomina a sensibilização a antígenos inaláveis, sendo os mais freqüentes
os ácaros Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoides farinae e Blomia
tropicalis.

2.5.Sinais e Sintomas

Os sinais e sintomas da asma podem variar em intensidade de uma pessoa para


outra, e é importante reconhecê-los para um diagnóstico e manejo adequados. Aqui
estão alguns dos principais sinais e sintomas associados à asma:

 Falta de ar: Uma sensação de dificuldade em respirar ou de não conseguir


encher completamente os pulmões.
 Chiado no peito: Um som agudo ou assobiante durante a respiração, que ocorre
devido ao estreitamento das vias aéreas.
 Tosse: Principalmente à noite ou no início da manhã, a tosse persistente é um
sintoma comum da asma.
 Aperto no peito: Uma sensação de pressão ou aperto no peito, muitas vezes
descrita como se alguém estivesse comprimindo a área.
 Respiração rápida: Aumento da frequência respiratória, especialmente durante
ou após a atividade física.
 Sintomas noturnos: Os sintomas da asma tendem a piorar durante a noite,
impactando o sono e levando a despertares frequentes.
 Tosse persistente após infecções respiratórias: Após um resfriado ou outra
infecção respiratória, a tosse pode persistir ou piorar em pessoas com asma.
 Resposta a desencadeadores: Exacerbações dos sintomas em resposta a
alérgenos, irritantes no ambiente, exercício físico ou mudanças climáticas.

É importante notar que os sintomas podem variar ao longo do tempo e que


algumas pessoas podem ter períodos sem sintomas intercalados com períodos de piora.

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O diagnóstico adequado e a gestão eficaz da asma envolvem a identificação desses
sinais e sintomas, permitindo um tratamento personalizado para melhorar a qualidade de
vida do paciente.

2.6.Tratamento

O tratamento da asma é focado em controlar os sintomas, melhorar a qualidade


de vida do paciente e prevenir crises agudas. Uma abordagem abrangente geralmente
envolve o uso de medicamentos, mudanças no estilo de vida e o monitoramento regular
da função pulmonar.

 Medicamentos de Alívio Rápido: Broncodilatadores, como os beta-agonistas


de curta ação, são usados para aliviar rapidamente os sintomas agudos,
proporcionando expansão das vias aéreas e alívio imediato da falta de ar e do
chiado.
 Medicamentos de Controle a Longo Prazo: Corticosteroides inalados e
broncodilatadores de longa ação são frequentemente prescritos para reduzir a
inflamação crônica e prevenir sintomas recorrentes. Esses medicamentos são
fundamentais para manter a asma sob controle a longo prazo.
 Plano de Ação: Desenvolver um plano de ação em conjunto com o médico é
crucial. Esse plano inclui orientações sobre o uso adequado dos medicamentos,
identificação de fatores desencadeantes e medidas a serem tomadas durante
crises.
 Mudanças no Estilo de Vida: Evitar desencadeadores conhecidos, como
alérgenos e irritantes ambientais, é essencial. Além disso, manter um estilo de
vida saudável, incluindo exercícios físicos adequados e uma dieta balanceada,
pode contribuir para o controle da asma.
 Monitoramento Regular: A avaliação periódica da função pulmonar por meio
de testes como a espirometria é fundamental. Isso permite ajustes no tratamento
conforme necessário e ajuda a prevenir exacerbações.

É importante ressaltar que o tratamento da asma é altamente individualizado, e


as abordagens podem variar de acordo com a gravidade dos sintomas e as necessidades
específicas de cada paciente. Uma parceria sólida entre o paciente e a equipe de saúde é
essencial para otimizar o manejo da asma e garantir uma vida saudável e ativa.

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2.6.1.Medicamentos usados no tratamento da asma

O tratamento da asma é feito basicamente por medicamentos antinflamatórios


(geralmente, esteróides inalatórios) para manutenção e por broncodilatadores
(geralmente, beta-2- adrenérgicos inalatórios de efeito rápido) para as crises. Outros
medicamentos como os antileucotrienos são usados para o tratamento da asma crônica,
buscando prevenir as crises.

A maior vantagem da utilização de medicamentos por via inalatória


(nebulizadores, aerossóis dosimetrados ou sprays - popularmente conhecido como
"bombinhas" e inaladores em pó) no tratamento de asma é a possibilidade de se obter
maior efeito terapêutico associado a menores repercussões sistêmicas, pois o
medicamento atua diretamente sobre a mucosa respiratória, permitindo o uso de doses
relativamente pequenas, além do início de ação mais rápido. Além dos medicamentos,
os pacientes devem procurar descansar, manter-se bem nutridos e participar de
atividades físicas regulares e apropriadas para o seu bem-estar. Todos estes fatores
colaboram para o controle desta doença.

2.7.Os cuidados para evitar a crise de asma

Prevenir crises de asma envolve uma abordagem abrangente que aborda fatores
ambientais, comportamentais e médicos. O primeiro passo é identificar e evitar os
desencadeantes específicos de cada indivíduo. Isso pode incluir evitar a exposição a
alérgenos, como pólen, mofo e pelos de animais, e reduzir a exposição a poluentes do
ar, como fumaça de cigarro.

Além disso, é crucial aderir ao plano de tratamento prescrito pelo médico. Isso
pode envolver o uso regular de medicamentos de controle da asma, como
corticosteroides inalados, para manter a inflamação sob controle. Monitorar os sintomas
e a função pulmonar regularmente é essencial para ajustar o tratamento conforme
necessário. A promoção de um estilo de vida saudável também desempenha um papel
vital na prevenção de crises de asma. Manter um peso saudável, praticar exercícios
regularmente e adotar uma dieta equilibrada podem contribuir para a saúde geral do
sistema respiratório. Evitar o tabagismo e reduzir a exposição ao fumo passivo são
passos cruciais, pois o tabaco pode agravar os sintomas da asma.

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A educação do paciente é fundamental. Compreender os sinais precoces de uma
crise iminente e saber como usar corretamente os medicamentos de alívio são
habilidades essenciais. Além disso, criar um ambiente doméstico saudável, com boa
ventilação e controle de alérgenos, pode reduzir os desencadeantes no dia a dia.

Em resumo, a prevenção de crises de asma requer uma abordagem integrada que


inclua a identificação e evitação de desencadeantes, aderência ao tratamento médico,
promoção de um estilo de vida saudável e educação contínua para o paciente e seus
cuidadores. Com esses cuidados, muitas pessoas com asma conseguem manter a
condição sob controle e evitar crises graves.

3.CONCLUSÃO

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Em conclusão, a asma é uma condição respiratória complexa que demanda uma
abordagem abrangente para prevenção e controle. Ao compreender as diversas causas,
desde fatores genéticos até desencadeantes ambientais, é possível adotar medidas
proativas para evitar crises. A adesão rigorosa ao plano de tratamento, que muitas vezes
envolve o uso regular de medicamentos de controle e a monitorização constante dos
sintomas, desempenha um papel crucial na gestão eficaz da asma.

Além disso, a promoção de um estilo de vida saudável, incluindo hábitos


alimentares equilibrados, atividade física regular e a eliminação do tabagismo, contribui
para a saúde pulmonar global. A educação contínua, tanto para os pacientes quanto para
seus cuidadores, é essencial para o reconhecimento precoce de sinais de alerta e o uso
apropriado de medicamentos de alívio.

A prevenção de crises de asma não é apenas um objetivo médico, mas também


uma busca por melhor qualidade de vida. Ao adotar medidas preventivas, os indivíduos
podem reduzir significativamente o impacto da asma em suas atividades diárias. Em
última análise, o gerenciamento bem-sucedido da asma requer uma parceria sólida entre
pacientes, profissionais de saúde e comunidades, trabalhando juntos para criar
ambientes propícios à saúde respiratória e proporcionar uma vida plena para aqueles que
vivem com essa condição.

4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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