Cassandra Robbins - 01 The Disc - Cassandra Robbins

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SINOPSE

Blade McCormick não é um cara gentil.

Ele é pura adrenalina e cheira a fumaça e couro – o tipo de cara que você olha e sabe que será uma miscelânea
desagradável e irresistível.

O momento em que me permiti tocar sua pele quente e beijar seus lábios cheios, eu estava... Feita.

Como moeda, me tornei parte de uma transação.

Blade me levou para pagar uma dívida.

Procuro dizer a mim mesma, Eve, você deveria odiá-lo. Ele é um cara mau.

Não sou, contudo, uma boa garota, por outro lado.

Blade é o presidente dos Disciples, o notório clube de motoqueiros. Deveria estar assustada, mas de alguma
forma, ele não me assusta.

A verdade, acho que eu o assusto.

É preciso muito trabalho para se tornar a Rainha do Clube, mas não me deterei por nada para ter o Rei!

UM
Eve

PRESENTE
— Puta merda, eles estão vindo. — Ataque-o, ele está vindo! — Onde diabos está Benny?

A nuvem de poeira está tão espessa que é quase sufocante. Fecho meus olhos contra a sujeira para mantê-los
limpos.

— Esqueça. — A minha voz soa mais alta por causa do barulho e dos estrondos de suas motos. — Fale com meu
pai antes que eles o façam.

O menino de cabelos escuros chamado Santiago acena com a cabeça. Os seus grandes olhos castanhos estão
aterrorizados. Como deveria. O inferno está prestes a nos queimar. Um pequeno toque de culpa envolve o que
resta da minha consciência questionável enquanto olho para o menino sujo de dez anos que por acaso teve o
azar de trabalhar em minha cabine hoje.

— Vá.

Ele foge sob o balcão e sai correndo como se o bicho-papão estivesse atrás dele. E talvez esteja, no mínimo,
atrás de mim. Observo à poeira soprar à medida que ele corre em direção ao meu trailer. Os meus olhos
observam as luzes néon, a roda-gigante e o carrossel. Os brinquedos ainda se movimentam; as pessoas ainda
estão rindo, apesar da chegada de homens maus. Afastando-me do balcão na lateral da minha cabine, ignoro o
casal reclamando dos dardos que deixei cair no chão de madeira.

— Que diabos? Eu paguei dez dólares. Onde pensa que vai? — O cara estúpido resmunga.

A garota tapa o nariz, o pó rodopia e dança ao nosso redor conforme as motos giram e derraparam no
estacionamento.

— Vocês precisam sair daqui. A coisa ficará feia. — Pego minha faca presa sob o balcão de madeira, minha
mochila e quase rio do horror no rosto desses dois idiotas. Verdade seja dita, eles provavelmente têm a minha
idade, mas me sinto velha em comparação a eles.

O cara bate com o punho no balcão fazendo a namorada arfar e pular. — Isto é inacreditável. Ouvi dizer que
vocês são uns canalhas, mas não podem roubar meu dinheiro e fugir. Chamarei a polícia, cadela. — O seu cabelo
castanho claro está penteado para trás e está usando jeans skinny. Esse fato por si só me faria deixar o MC
acabar com ele. Coloco a mochila no ombro e começo a andar pela área barulhenta do parque.

— Ei! Não pode fazer isso, loirinha — o idiota grita comigo.

— Não tenho tempo para isto — grito para ele. — Saiam daqui. Confie em mim, isso vale os dez dólares que me
deu. — As minhas mãos cerram ao meu lado enquanto observo a garota sabiamente puxar o rapaz para longe.
Ele continua reclamando de não poder ganhar um bicho de pelúcia nojento e mofado da China.

— Patético pra caralho. — Corro pelo longo campo conferindo atrás de mim à medida que prossigo. — Benny...
por favor, esteja no trailer, por favor.

O sol está abaixando e a música heavy metal disparando dos alto-falantes. Sei, no meu coração que Benny foi
embora e provavelmente não voltará mais, da mesma forma como sei que esta traição será a gota d'água para
mim. Enquanto exalo, sinto o gosto de pó em minha boca. A minha mente embaralha com todas as minhas
opções, mas com meu pai e sua falta de mobilidade... terei que assumir a responsabilidade pelas ações de
Benny. Eles estão chegando, e a única pessoa que me importo muito neste mundo fodido é meu pai.

Empurrando meus longos cabelos sob os meus ombros, gostaria de estar melhor vestida, mas quem estou
enganando? Os motoqueiros querem dinheiro. Poderia estar usando um vestido de baile, e a menos que
estivesse coberto de diamantes, não me faria nenhum bem. Embora não saiba quanto Benny deve a eles, só
tenho cerca de 500 dólares escondidos, e rezo apenas para que não seja tão ruim quanto penso. Abaixando
minha cabeça, corro para o meu trailer. Nem sequer abro a porta quando uma mão tatuada me agarra e me
empurra para dentro com tanta violência que meus dentes batem.

Piscando, tento ajustar meus olhos diante da atmosfera escura do nosso trailer. O som de chiados vem do canto
e meus olhos se fixam no meu pai. O seu corpo, outrora forte, agora encolhido e fraco, caído com um lastimável
aspecto em sua cadeira de rodas. Está ao seu lado, outro monstro tatuado.

— Jesus Cristo! Ele não consegue respirar sem o oxigênio. — Eu me movo em sua direção, mas aquela mão
tatuada ainda está enrolada no meu braço. Então, me contorço para frente e para trás, e paro quando percebo
que é inútil. O que preciso fazer é pensar e avaliar a situação. A máscara de oxigênio do meu pai continua posta,
mas sua pele está suada e pálida, com um tom quase cinza e ensebado. As minhas lágrimas queimam enquanto
observo meu doce pai respirar levemente.

— Por favor. — Olho em volta pela primeira vez desde que fui empurrada para dentro do trailer e estou chocada.
Foi completamente destruído. Arrancaram armários, jogaram o micro-ondas e a TV no chão e rasgaram todos os
móveis. Isso significa que nosso maldito sofá e cadeiras, junto com os colchões de Benny e os meus no canto,
estão destruídos. As plumas dançam ao redor, me fazendo tremer ao ver como isso é sério.

— Onde está o Benny? — A sua voz é profunda e rouca e procuro instantaneamente pelo líder. Um
estremecimento sobe pela minha coluna. Eu reconheceria essa voz em qualquer lugar. Afinal de contas, me
assombrou por dois anos.

— Ou melhor ainda, onde está o Paul? — Não consigo identificar essa voz.

Olho em volta procurando o pobre Santiago. Não o vejo, mas há muitos motoqueiros grandes no meu pequeno
trailer.

— O meu pai precisa de oxigênio — imploro.

— Onde está seu irmão viciado? Quer oxigênio para o seu velho, é melhor falar rápido.

Procuro aquela voz na sala.

Balanço minha cabeça. — Não sei. — É a verdade, mas nunca acreditarão nisso.

Vejo-o então, como um imortal. Ele é lindo demais para ser real. Dou um passo atrás, inclino minha cabeça para
cima, e percebo que estou ferrada. Não haverá negociação. Não haverá misericórdia. Está tudo bem ali em seus
lindos olhos verdes.

A menos que meu irmão, o viciado, miraculosamente entre por esta porta, não viverei além dos dezoito anos.
Feliz aniversário para mim.

DOIS
Eve

DOIS ANOS ANTES


— Deixe-me só tratar disto, está bem? — Olho para a atual namorada do meu irmão, Marina, e tomo a decisão
necessária. — Espere aqui, na verdade. Só buscarei algumas coisas.

O seu cabelo ruivo como cenoura, que sempre me lembra Pippi Longstocking1, balança de um lado para o outro.
Foi um dos poucos livros que li, então sempre que a vejo, quase procuro o macaco de est imação. Marina é como
a versão adulta de Pippi, o que significa que tem o cabelo laranja brilhante, muitas sardas e seios grandes. Acho
que é por isso que os homens gostam dela. Porque seu rosto e sua personalidade estão em falta. Hei, essa é,
porém, a minha opinião.

Estamos paradas no estacionamento do Walmart. As suas pernas grossas e sardentas estão em exposição em
uma minissaia de jeans surrada. É claro, que ela usa uma regata sem sutiã. Pensei, no início, que fosse um
chamariz, mas suas reclamações incessantes sobre meu irmão e sua vida sexual ou melhor, a falta dela, está me
fazendo querer vomitar e reconsiderar.

Abre a porta da merda da picape Ford do meu pai. — De jeito nenhum. Devo tomar conta de você. — Ela se
contorce enquanto tenta abaixar a saia.

Reviro meus olhos saindo da caminhonete também. — O que você quer aqui? Não há nada de especial. Estamos
atrasadas.

O sol aparece e levanto meu rosto para seu maravilhoso calor reconfortante. Com meus olhos fechados, rogo
mentalmente para ela não dizer nada, em vez disso, ouço — Preciso de rímel e um batom. Vermelho, acho, e
talvez um esmalte para combinar com o batom.

Olho para ela e sorrio. — Certamente. Você sabe o que fazer.

Ela bufa quando entramos na grande loja, uma rajada de ar frio fazendo minha pele arrepiar. Esfrego minhas
mãos para cima e para baixo em minhas coxas bronzeadas, ignorando todos os olhares maliciosos que
recebemos. Os homens são nojentos, simplesmente me lançam olhares lascivos e talvez por acharem que não
valho nada, julgam que podem me desrespeitar com suas bocas nojentas.

Suspiro ao ouvir um assobio e um “Oi, baby, venha aqui vamos conversar”. É por isso que odiei crescer. Era
muito mais fácil roubar sendo uma menina de cabelo loiro sujo do que como uma mulher loira bonita. E por
mais que tente não ser, eu sou. Pareço a minha falecida mãe. Alta, loira e magra. Olhos azuis, pernas compridas,
é um saco.

Marina balança tanto a bunda que chega a esbarrar em mim.

— Jesus Cristo. Controle-se — digo. — Pegarei as minhas coisas. Você apenas... não sei... ande. — Aceno minha
mão na seção de revistas.

— Não se esqueça das minhas coisas. — Ela nem está olhando para mim, os seus olhos grudados em um canalha
sentado em uma mesa enchendo a pança com um sanduíche do Subway.

Saio pelo corredor rapidamente observando as câmeras localizadas dentro da loja. Estou com minha bolsa
grande e não gosto de me gabar, mas meio que sou mestra nessa coisa de furto. Peguei em um segundo, todas
as minhas coisas. Cremes, absorventes internos, um bactericida para o cotovelo do meu pai. Rímel e um batom
vermelho horrível. Se eu fosse legal, lhe diria que nunca usasse batom vermelho, mas não sou e Marina é uma
vagabunda estúpida, então, tanto faz. O meu lindo irmão é bom demais para ela, ou pelo menos, era. Benny se
parece muito comigo, só que mais alto. Embora ultimamente ele esteja perdendo peso e sua linda pele
começando a descamar.

Ao caminhar para a seção de eletrônicos, minha pele volta a se empolgar com entusiasmo. Vejo algumas
crianças, em seguida, discutindo sobre qual é o melhor Xbox ou PlayStation. Virando o pescoço, noto duas
camisas azuis atrás de um balcão branco. E aleluia, têm garotas neles. Ambas estão absortas em seus telefones,
sem se importar com o que as pessoas estão fazendo. A loja é enorme, mas esta seção sempre tem mais
movimento. Dou uma olhada na seção de smartphones e com certeza, um pequeno guarda está olhando para
mim. É por isso que eu queria Marina. Mesmo com seu rosto simples, seus seios poderiam ser úteis. Sorrio para
ele e imediatamente ele olha para o lado.

Rindo, não hesito e pego um telefone do mostruário e depois me viro e vou embora junto com a minha coleção
gigante de absorventes. Eu amo absorventes. Eles fazem até mesmo caras grandes e assustadores olharem para
o lado. Levo o telefone ao meu ouvido – e esta é minha parte favorita – começo a falar com meu falso namorado.
Estamos brigando, então é claro que minha voz está alta. Quanto mais falo, menos as pessoas têm interesse em
qualquer coisa além do que estou dizendo a ele. Fácil demais.

Como se eu fosse a dona do lugar, vou direto para o homenzinho hispânico. Ele sorri gentilmente para mim
enquanto abaixo minha caixa gigante de absorventes internos e começo a fluir lágrimas nos meus olhos fingindo
desligar na cara do meu namorado de mentirinha. Sacudindo meu cabelo comprido, deixo cair o telefone na
minha bolsa e fungo diante de seu olhar preocupado.

Ele pigarreia e diz. — São quinze dólares e quarenta e cinco centavos, você está bem?

— Sim, acho. Problemas com o namorado.

Ele concorda. — Bem, tenho uma filha da sua idade. Você precisa se livrar dele e se concentrar na escola.

Aceno e murmuro — Provavelmente está certo. — Abro minha bolsa e seguro minha carteira, entregando-lhe
uma nota de vinte. Ele me dá meu troco.

— Cuide-se. — O seu sorriso gentil deveria me fazer sentir mal. Não importa. Eu sorrio docemente para ele. É
quase fácil demais. Já nem sinto mais aquele friozinho na barriga. Como isso é possível? Talvez esteja tão
desanimada que aos dezesseis anos, nada mais me entusiasma. Isso é deprimente.

Vou procurar Marina, uma vez que terminei, que está com o esquisito, entregando seu número a ele, a puxo e
juntas nos encaminhamos à saída. Finalmente, sinto um toque de adrenalina porque se o smartphone tiver uma
etiqueta de segurança, o alarme soará ao sair da loja.

Alguns caras saem ao mesmo tempo que nós e é quase como se eu fosse abençoada. O alarme dispara e tenho
que morder o lábio para não sorrir. Porque assim nos aproximamos acelero meus passos, mas o guarda já está
levando os caras achando que são eles.

Marina e eu continuamos conversando e deixamos a loja. O ar quente me atinge ao chegarmos na caminhonete.

— Você pegou minhas coisas? — Os seus olhos dilatados me fazem pensar que ela e o vagabundo podem ter
fumado alguma coisa.

Por outro lado, me pergunto por que meu irmão a mantém por perto. Dou partida na caminhonete. — Sim,
peguei seu batom e um rímel. Temos que nos apressar. Preciso reforçar meus balões. Ontem à noite, dei merda
demais.

Ela acena com a cabeça, mas está claramente em outro mundo. Estendo a mão, abro a janela e ligo o rádio.

Pegamos então, congestionamento no trânsito. Claro, que sim – estamos em Los Anjoes – e um trajeto que
deveria durar quinze minutos leva quarenta e cinco. Assim, estou suada e chateada por não poder substituir
meus balões. Não há tempo suficiente, já que as luzes e a música já estão acesas quando voltamos. O parque de
diversões está praticamente pronto para abrir. Estaciono a caminhonete ao lado do meu trailer e dou uma
bofetada na Marina para acordá-la. O que quer que tenha consumido, definitivamente não era nada bom.

— Aqui. — Jogo o rímel e o batom feio para ela. — Estou atrasada e preciso me trocar. Diria obrigada por ter ido
comigo, mas... — levanto minha sobrancelha para ela.

— O quê? — Interrompe-me, alcançando o visor e se olhando no espelho.

— Okaaay, estou saindo. — Pego minha bolsa e abro a porta do trailer. Uma nuvem de fumaça me atinge.
Sentados, em nosso sofá verde e marrom feio, estão meu irmão e Paul, ou Pauly, o idiota, como gosto de chamá-
lo.

— Jesus. — Aceno minha mão na frente do meu rosto. Uma tosse profunda e sibilante chama minha atenção
para a parte de trás do trailer, onde meu pai está sentado na beira da cama.

— Papai? Você está bem? — Contorno a pilha de roupa suja e fico de pé a sua frente. A sua cabeça cai e está
segurando um cigarro aceso enquanto tosse e exala sua última tragada. — Papai? — A minha voz soa baixa e
assustada porque estou. O meu pai está doente, os seus pulmões estão frágeis e está sufocando lentamente por
causa de um enfisema. Acreditaria no entanto, que deixaria de fumar por um segundo? Não.

Por um momento, ele olha para mim com os olhos injetados de sangue e sorri. — Não me venha com sermão,
Baby Girl. Preciso de um hoje. — Levanta-se em sua altura e lamento profundamente por meu pai alto e bonito,
que ainda nem tem cinquenta anos e já está se preparando para morrer.

— Compreendo. Eles estão... ainda estão vindo?

Sento-me na cama quando ele agarra seu casaco de couro. Está quente, mas aparentemente tem calafrios. Sei
que é porque está com febre, mas hoje precisa parecer forte. Ele preferiria morrer a mostrar qualquer fraqueza
diante do chefe dos Disciples MC, que basicamente governam esta área. Como estamos apenas de passagem,
meu pai e Benny normalmente compram um monte de maconha, metanfetaminas e o que mais for popular pela
região e as vendem para os moradores locais que vêm ao parque. Faz cerca de cinco anos que fazem isso, e tudo
parece funcionar para nós e para o clube. Dinheiro fácil para ambos os lados. Mordo meu lábio inferior.

— Evie. — Enfia a mão embaixo do colchão sujo, pegando seu revólver.

— Quero que fique em sua cabine esta noite. Não ande vagando por aí enquanto estão aqui. Eu sei que Blade é
de confiança, mas os outros não posso garantir. — Ele leva o bastão do câncer aos lábios pálidos e inala como se
fosse sua amante.

Incapaz de vê-lo fazer isso sem chorar, me levanto. — O que quiser, papai. Preciso me preparar.

Volto para a sala principal, onde Marina está montada em Benny. Ele parece estar dedilhando-a com Pauly, o
idiota, observando, com seu olhar estranho e perturbador.

— Deus. — Finjo que não vejo ou ouço, mesmo quando seus gemidos ficam mais altos.

Eu me concentro na tosse seca e no arfar no quarto do meu pai. Agarro um top limpo e minha bolsa e corro para
o banheiro jogando o dedo do meio à Paul ao passar.

A luz do banheiro acende e o brilho fluorescente feio preenche o pequeno ambiente. Vasculho dentro da bolsa,
tiro um desodorante, sabonete líquido e creme facial. Mantenho tudo comigo. Nunca se sabe quem pode nos
roubar. Depois de esfregar meu rosto e hidratá-lo, coloco um pouco de brilho rosa brilhante e uso minha bolsa
como escudo enquanto saio ouvindo os gemidos detestáveis de Marina junto com os grunhidos doentios de Paul.
Acho que vou vomitar.

Essa não pode ser realmente minha vida, pode? Gostaria pela milionésima vez que as coisas fossem diferentes,
começando com minha mãe não morrendo de uma overdose acidental quando eu tinha doze anos. Ela me
mandou comprar leite, e quando voltei, encontrei-a olhando fixamente para a TV.

O meu pai nunca superou isso. Sinceramente, nenhum de nós superou. Quero dizer, como se segue em frente
depois disso? A dor do meu pai era real. E de repente eu estava sozinha. Foi como se eu tivesse perdido todos
naquele dia; até mesmo Benny... em vez de assistir TV comigo ou trabalhar na cabine, estava ocupado atrás de
garotas ou usando drogas.

— Ah, sim, vou gozar, Benny. — A declaração em voz alta de Marina me traz de volta à minha vida.

— Pelo amor de Deus, faça isso e cale a boca — grito para ela. Não estava reclamando de sua vida sexual há
menos de duas horas? Bato a porta, grata por ter um lugar para ir.

O chão treme ligeiramente antes que o barulho estrondoso das motos preenche o ar. E não consigo deixar de
hesitar. Talvez se eu amarrar meu tênis por tempo suficiente, possa ver esses caras. Uma olhada rápida não
faria mal a ninguém. Afinal, estes caras são tratados como deuses nesta região. Nenhum homem, em minha
opinião, é tão bom assim. Porém, as mulheres perdem a cabeça por causa do MC. Então, o presidente dos
Disciples deveria ser gostoso? Tipo muito gostoso. Sem dúvida, seu vice-presidente e outros dois caras que
andam com ele são conhecidos por terem pênis gigantes e aparência de estrelas do rock.

Apertando os olhos para o sol, que parece uma grande bola laranja descendo, torço meu cabelo comprido em
um rabo de cavalo. Isto é bobagem – estou atrasada e meu pai não me quer perto de motoqueiros.

Levanto e me dirijo para minha cabine, esperando não me arrepender de não ter trocado por calças. Meus
shorts curtos estão bem agora, só que mais tarde posso ficar com frio. Eu geralmente faço uma pausa para ir ao
banheiro e me troco quando isso acontece, mas esta noite pode ser diferente por causa dos motoqueiros.
Estou quase pronta para abrir quando Pedro caminha em minha direção carregando um Big Gulp2, seu velho
rosto escurecido coberto em sua maior parte por seu chapéu de caubói preto. Ele abre o balcão e arrasta a
cadeira de alumínio envelhecida, grunhindo ao se afundar nela. Franzo a testa para o gemido da minha cadeira.
A sua grande barriga de cerveja está caída fora de sua camiseta vermelha.

— Sério? Ficará comigo esta noite? — Digo, incapaz de evitar o sorriso. Pedro é simplesmente ridículo.

— Sim. — Ele olha para suas velhas botas de caubói empoeiradas, toma um gole de sua bebida e logo adormece.

— Fantástico. — Suspiro, pegando o Big Gulp antes que caia. Pelo cheiro, diria que é metade rum e metade
Coca-Cola. O seu ronco alto quase se torna uma atração independente. Hoje à noite está movimentada, então
eventualmente dou uma olhada nele e me concentro em minhas coisas. Noventa por cento dos meus clientes
não são bons em dardos. Portanto, ao contrário da noite passada, não dei nada mais do que um punhado de
tralhas, um sapo e um urso. Girando meu pescoço, estou quase tomando a bebida de Pedro, estou com tanta
sede. Isto é estúpido. Estes motoqueiros devem ter ido embora. Já se passaram horas.

Estou prestes a exibir minha placa “VOLTO EM VINTE MINUTOS”. Gosto de colocá-la na barriga do Pedro.

— Seu irmão disse que podemos jogar de graça. — Enrijeço e sinto um arrepio na minha barriga no início e
percorre meu núcleo. Não me viro e encaro a voz rouca, pelo contrário, me abaixo e com minha mão, alcanço
minha faca. Afinal, segurança nunca é demais.

— Doce Jesus, porra, sim, acredito que consigo ver sua boceta se me esforçar.

Viro-me e fico olhando para o porco que ousa me desrespeitar, em vez de um motoqueiro, vejo um menino
mauricinho com as mãos para cima, quase com medo do meu veneno.

— Desculpaaa, não tinha ideia. Pensei que fosse, sabe... — ele olha em volta como se os homens ao seu lado
fossem ajudar. — Quer dizer, ouvi que algumas das garotas aqui gostam de...

Cuspo contra ele.

— Obviamente, não você. — Ele recua, batendo em um homem gigante. Só a sua altura assustaria qualquer um.

— Você tem uma boca suja para um moleque tão pequeno. — O motoqueiro empurra o covarde e quero rir. O
pedaço de merda parece ter mijado nas calças.

— Olha, não quero nenhum problema. — Então ele corre.

Os meus olhos vão instantaneamente para o homem e o gigante ao seu lado. — Obrigada. Eu tinha tudo sob
controle, mas ainda assim, obrigada. — Sorrio para ele.

— Odeio maricas idiotas como ele. — O meu coração está palpitante, meu peito contraído demais para respirar.
Simplesmente fico olhando porque este cara não é maravilhoso – este cara é um maldito deus grego.

— Está fechado. E nunca deixo jogarem de graça. — Olho e sugo o oxigênio tão necessário. Se eu não desmaiar,
terei uma conversa franca com Benny. Ele não pode oferecer coisas grátis no meu estande.

Ele fica ali com os braços cruzados, com nada além de seu colete e seus belos abdominais em exposição. Jesus,
este cara tem o corpo mais perfeito que já vi. E embora tenha dezesseis anos, já vi muitos casais fazendo sexo.
Esse tipo de parque pede por isso, então acrescente meu pai e meu irmão vendendo drogas. Sim, já vi corpos
nus, mas posso dizer honestamente que este cara provoca borboletas em meu estômago e nunca sinto
borboletas.

Ele se estica no bolso de seu jeans e meus olhos o seguem. Agora posso ver seus abdominais flexionados e
aquele V de que todas as garotas sempre falam. Levanta um maço de cigarros e acende. Os seus lábios se
enrolam ao redor da ponta. A adrenalina corre sobre mim e minha pele esquenta. Levantando a cabeça, ele ri, e
vejo seus olhos.

O tempo literalmente para. Os ruídos, os gritos, as risadas, os brinquedos, tudo congela enquanto fico
hipnotizada pelos olhos mais verdes que já vi. Tipo verde, verde. Não avelã, ou verde azulado. Estou falando de
verde com cílios longos e escuros que os fazem realmente estourar. O seu rosto é bronzeado e tem uma barba
por fazer, não uma barba como seus amigos. Ele é loiro. Por alguma razão eu havia idealizado um monstro de
cabelos escuros, ao invés disso, visualizei um monstro de cabelos loiros, olhos verdes, bonito demais para ser
considerado um motoqueiro. Um braço está coberto de tatuagens e em seu peito parece ter asas com uma faca
completando a imagem de uma cruz, imagino. Não consigo ver totalmente sob esta luz.

— Qual é o seu nome, linda? — Isso me tira do assustador festival de olhares cintilantes em que estou diante
dele e de suas tatuagens.

— Eve. — Por que diabos diria a ele meu nome?

Os seus olhos viajam por meu rosto, cabelo e corpo enquanto fuma.

— Sim, combina com você. — A sua voz é como o paraíso, sério. Sedutora e... bem, nunca ouvi uma voz como a
dele. Coloco um pé, calçado em um tênis Converse sujo, sobre o outro pé. Quando encontro seu olhar ardente,
sua presença, o que quer que seja, esse cara exala autoconfiança. E, pela primeira vez em minha vida, fraquejo.
Muito. Este cara conseguiu me fazer sentir certas coisas.

— Quantos anos tem, Anjo3? — Ele apoia seus braços fortes no meu balcão. E outro motoqueiro encosta a bunda
sobre ele e lhe dou um olhar ofuscante.
Ele ri. — Esta é selvagem, Blade. Eu tomaria cuidado se fosse você.

Blade, acho que esse é o seu nome, que segue me olhando fixamente e minhas bochechas queimam.

— Responda. — É suave, mas salto ao comando e dou um passo atrás, e depois me endireito para pegar minha
faca. Não me importa o quanto este homem é lindo. Nunca serei intimidada.

Abaixo minha faca com um baque. — Tenho dezenove. — Se achasse que minha dramatização iria impressioná-
lo e a seu amigo, estou muito decepcionada. Ambos parecem surpresos no início e depois desatam a rir.

— Cristo, Prez, ela tem uma queda por facas. — O amigo bonito de cabelos escuros se levanta. — Terei um
boquete com aquela ruiva.

Blade acena com a cabeça, seus lindos olhos lacrimejando de tanto rir. Empurro minha faca para trás e suspiro
quando meu pulso é dolorosamente agarrado por longos dedos bronzeados. A minha faca cai facilmente em um
estrondo. Freneticamente, olho em volta, mas tudo que vejo são motoqueiros. Deus, quantos caras vieram com
ele? Um ronco alto surge de Pedro. Nem me preocupo em tentar pedir sua ajuda.

— Vamos tentar de novo, Anjo. Quantos. Anos. Você. Tem? — O seu rosto está tão perto do meu que posso sentir
seu cheiro e, Jesus, ele tem um cheiro incrível. Como fumaça e especiarias.

— Dezesseis. — Isso resolve o problema. Ele me libera como se eu tivesse uma praga.

As suas narinas se dilatam por um momento e dá um passo para trás. — Sabe quem eu sou?

— Sim.

Ele acena. — Ótimo. Agora limpe essa paixão colegial desse rosto bonito. Sou um cara mau, Anjo. — Os seus
caras riem e gritam.

Ele os ignora se concentrando em mim e na minha respiração áspera. — Você é jovem, então lhe darei esse
crédito, mas se puxar uma faca para mim novamente, abaixarei as suas calças e deixarei bolhas em sua bunda.
— Ele se vira e vai embora, com seu pelotão o seguindo. Não sei quanto tempo fico parada ali. Poderia ser cinco
ou vinte minutos, mas de repente, uma mão gentil me leva para o assento frio de alumínio. Olho para Pedro,
com os olhos cheios de preocupação.

— Fique longe daquele garoto, Eve. Tudo o que disse é verdade. Ele é um cara mau. Hoje, demonstrou
misericórdia, mas não volte a puxar uma faca. Como acha que ele conseguiu seu nome? Como acha que se
tornou presidente de um dos MCs mais poderosos da Costa Oeste? — Ele pega seu Big Gulp e toma um longo
gole.

Quando ele tira o chapéu, revela um rosto velho e desgastado, estampado de terror. — Por que não fechamos
mais cedo esta noite? Estaremos em breve, longe deste lugar e dos Disciples.

Levanto e esfrego meus braços, de repente com muito frio. — Sim, em breve iremos embora. — Deveria estar
feliz com isso. Pelo contrário, não posso deixar de me sentir enganada. Como se tivesse sido provocada por um
pedaço de doce realmente bom apenas para tê-lo tirado de mim.

Os meus olhos se estreitam em Pedro. — Pensei que estivesse dormindo? — Torci novamente meu cabelo,
prendi-o com um lápis, pois meu elástico parece ter sumido. — E nem é dez da noite. Não fecharei. — Guardo a
placa.

Pedro suspira e os sons altos das motos ligando abafam todos os outros sons. Mantenho meu queixo erguido, me
perguntando por que estou triste que um monstro está indo embora.

TRÊS
Blade/Jason

PRESENTE
Dizer que não tenho paciência neste momento seria um eufemismo. Estou irritado e chateado, e aqui neste
buraco de merda, olhando para um homem que precisa ser libertado de seu sofrimento. Sim, estou a dois
segundos de fazer um favor a James Smith e estourar sua cabeça. O cara merece mais do que morrer em uma
cadeira de rodas sabendo que seu filho é um ladrão e um viciado. E a filha será minha puta para pagar a suas
dívidas.

— James? Por consideração a você cara, te darei um pouco de ar. — Aceno ao Ryder, meu executor e irmão, não
de sangue, mas por respeito. Ele me resguarda e eu o respeito. Ele se abaixa. O cara mede um metro e noventa,
então essa caixinha de metal que chamam de lar, mal o sustenta. O lugar cheira a cigarro velho, sem falar que
metade de nós andou de moto a maior parte do dia. Nós cheiramos a boceta, suor e bebida.

Quando ouvimos o pequeno chiado de liberação do oxigênio, a garota loira segurada por Axel, meu VP, se
encolhe de alívio. Eu quase rio. Ela não pode ser tão ingênua por não saber o que está por vir.

James Smith se senta, sibilando e sufocando com o oxigênio, suas mãos tremendo como se tentasse se levantar,
mas a vida não é justa e seu corpo está muito fraco para sequer tentar.

— Descanse, homem. Vou lhe perguntar apenas uma vez, desde que já perguntei à sua filhinha. Onde está
Benny? Onde está aquele pedaço de merda, do Paul? E onde diabos está meu dinheiro e minhas drogas?

A garota sibila e se debate, mais uma vez, sem sentido. Axel é uns trinta centímetros mais alto. Tudo o que está
fazendo é se desgastando, esta aqui tem um fogo. Eu a avisei que era ruim anos atrás. Acho que algumas
pessoas acertaram na loteria dos merdas.

— Não sabemos. Ele não sabe. Por favor, não o machuque. — A sua voz soa trêmula. Sei porque o trailer está
silencioso, exceto pelo suspiro de James e o pequeno ruído da máquina de oxigênio. Todos os meus caras
provavelmente estão esperando que eu perca a cabeça. Afinal, sou o presidente dos Disciples. Não gostamos de
vadias boca grande.

É uma boa ideia, mas na verdade, não abuso de mulheres e também não tolero que meus irmãos o façam.
Viemos, porém, de uma longa linhagem sexista. Conheço muitos caras que se associam para que possam pegar
bocetas. É a merda de uma luta contínua, e garantir que meus homens estejam nisso pelos motivos certos é
outra dor de cabeça. Era muito mais fácil quando éramos cinquenta, em vez de mais de trezentos agora.
Tornamo-nos o maior 1%4 da região por causa de nossas drogas, ou deixe-me reformular, a minha droga que
Doc e eu aperfeiçoamos anos atrás, tornando o clube poderoso e rico, mas com tudo isso vem a bagunça para
nos organizarmos. Portanto, hoje não preciso de merdas assim. Não preciso especialmente de vagabundos
idiotas como Paul e Benny me roubando e achando que podem se safar disso.

Eu me viro e encaro sua beleza. Ela é ainda mais impressionante do que há dois anos, e mesmo assim, naquela
época já me impactou. O seu cabelo loiro está mais comprido, selvagem, quase me acenando para emaranhar
minhas mãos nele. Ela é dourada e bronzeada, com pernas longas e torneadas, mas é a porra do azul de seus
olhos que puxa a minha alma para a dela. Está tudo lá, tudo o que anseio naquele azul oceano. A sua inocência.
Quase como um afrodisíaco fazendo meu pau endurecer enquanto deixo cair meu olhar para seus lábios
vermelhos e inchados. Ela está definitivamente ferrada, a menos que seu velho homem a salve.

— Eve — murmura, me fazendo relutantemente virar em sua direção. — Deixe-a ir. E lhe darei as escrituras de
todas as atrações que possuo — ele resmunga.

Olho ao redor desta merda muito pequena para todos nós.

— James, não quero o seu último suspiro. Diabos, você só tem dois brinquedos sobreviventes. O seu filho e seu
companheiro me devem dez mil. — Agacho-me para ficar no seu nível. Preciso que ele veja que estou falando
sério. — Tem esse dinheiro?

Ele ofega por ar, em seguida, balança a cabeça negativamente. O seu rosto outrora bonito está enrugado. Acho
que não tem mais de cinquenta anos. Lágrimas caem de seus olhos enquanto ele chora em sua cadeira de rodas.

— James... não me faça levar sua garotinha. Sabe o que fazemos com nossas cadelas. Preciso que me diga onde
seu filho está, para o bem dela.

A garota está soluçando e gritando que sou um monstro.

— Cale-a — resmungo para Axel, que a puxa contra seu peito, com a mão tatuada apertando seu pescoço até
que seus olhos se arregalam, mas os gritos insanos e apelos pararam. Os meus olhos se voltam para James, seu
corpo inteiro enrijecido.

Inclino para frente. — Você não sabe onde ele está, não é mesmo?

A sua mão amarelada agarra meu antebraço. É fraco, mas o admiro de qualquer forma.

— E não tem meu dinheiro, tem?

Os seus olhos estão vermelhos e vazam água, mas seu "não" rouco me faz acreditar. Infelizmente, também não é
bom para sua filha.

— Ryder? — Os meus olhos permanecem em James. — Marque-a. Ela é minha agora. A sua dívida está paga, se
seu filho drogado mostrar a cara, certifique-se de lhe dizer que a sua irmã pagou sua dívida.

A sua respiração ofegante é brutal e, novamente, sinto que deveria fazer um favor ao homem e matá-lo. Quer
dizer, isso é o que eu gostaria em sua situação. Ele provavelmente tem vivido para Eve de qualquer maneira.

— Que porra pensa que está fazendo? — Os seus gritos agudos trazem um sorriso ao meu rosto. Tão durona. As
suas longas pernas chutam e ouço Ox xingar enquanto se dobra segurando suas bolas.

— Dê ela para mim, Axel. — E como o Rei que sou, não posso deixar de sentir uma possessividade assim que seu
corpo escultural preenche os meus braços. O meu nariz a inspira e ela enrijece. Ela cheira a coco. Tiro minha
língua e lambo sua bochecha até o pescoço.

Os meus rapazes riem e James ofega.

Cristo, se o homem não tiver um ataque cardíaco, lhe farei um favor e deixarei uma arma. Pelo menos, pode se
matar. Morrer com um pouco de dignidade.

Ryder agarra seu pulso direito enquanto ela luta, fazendo meu pau inchar com sua respiração ofegante no meu
queixo.
Edge pegou seu isqueiro. Aquecendo o logotipo dos Disciples. A cruz com asas de anjo correndo paralelamente
a ela. Esta marca em particular tem o tamanho aproximado de uma moeda. Algumas de nossas marcas antigas
são enormes, mas a maioria de nós prefere tatuagem em vez disso. Por um lado, dói pra caralho. Observo
quando o ferro da marca reluz em um laranja brilhante no trailer escuro e poeirento.

— Eu... por favor... não... não pode fazer isso. — Ela choraminga e se contorce.

Eu a puxo com mais força, com meus lábios em sua orelha. — Pare de lutar, Anjo. Se lutar contra isso, vai
queimar todo o seu pulso.

Está apavorada e seu corpo começa a tremer. Ela acena e lambe os lábios inchados. — Vou me comportar.
Prometo. Você... não tem que fazer isso.

— Porra, Anjo, imaginar a minha marca em você provoca algo em mim — rosno em seu ouvido. A sua respiração
é tão superficial quanto a do pobre James.

Ela grita de terror quando Ryder agarra seu pulso novamente e o vira.

— Pare. — Ordeno e a sinto cair contra mim. Os olhos curiosos de Ryder se fixam nos meus.

— Não no pulso. Aqui. — Seguro seu queixo e seu pescoço longo e gracioso está em exibição. — Eu a quero. Ela
é minha.

Se todos os meus irmãos estão chocados, fazem um trabalho decente em não demonstrar isso.

— Blade, você a está reivindicando?

Porra, o que estou fazendo? Nem conheço essa vadia. E aqui estou eu a reivindicando, coisa que nunca fiz antes.

— Faça. — Envolvo minha mão com força em seu cabelo longo e sedoso. É como fios de ouro em volta dos meus
dedos bronzeados.

Os seus lindos olhos estão fechados enquanto chora silenciosamente.

— Seja corajosa, baby. Confie em mim, ficará feliz em receber minha marca. — Os meus olhos encontram os de
Ryder, seus olhos escuros questionadores. Deve estar satisfeito porque a marcamos bem embaixo da orelha. O
cheiro de carne queimada preenche o pequeno espaço.

Ela sibila, mas fica parada. Uma onda de admiração por essa mulher fluí por mim. Já vi a maioria dos
motoqueiros precisarem de uma garrafa de tequila antes de receberem sua marca. Mesmo assim, costumam
uivar como a porra de uma menina.

Esta garota, não. Eu a viro. O seu corpo flácido se encaixa em meus braços. Tudo que quero fazer é segurá-la. O
que diabos há de errado comigo? As suas mãos agarram meu colete enquanto embalo sua cabeça em meu peito.
Palavras e murmúrios de aprovação vêm de meus homens.

Encaro os olhos de James. Ele parece mais calmo, sabe que dei a minha marca especial à sua filha. A marca da
minha mulher. Ela não será puta do clube.

Levantando-a em meus braços, franzo a testa em como é leve e quanta emoção esta mulher desperta em mim. A
queimadura já está franzindo e irritada precisando ser cuidada. Mandarei alguém dar uma olhada quando
voltarmos ao clube. Foi um dia longo de merda. Saio segurando-a no colo. Está escuro e o ar da noite está mais
fresco. Os seus olhos se abrem e ela se agarra ao meu pescoço.

— Não — ordeno. Ela obedece e abaixa a mão.

— Não posso deixar meu pai — começa a lutar. — Por favor, ele morrerá sem mim. — Pego minha moto e deixo
seu corpo esguio deslizar pelo meu.

— Não, alguém cuidará dele, ou talvez, agora que foi embora, ele possa partir em paz. Aquilo... — aceno na
direção de seu trailer — ...não era vida. — Tiro minha jaqueta e coloco sobre ela. Deve estar com frio, porque
não diz nada. A sua mente está a mil por hora. Posso ouvir sua cabeça dissecar minhas palavras, sabendo que
estou certo.

— Eve? — Os seus olhos se fixam nos meus. — Onde é o trailer de Paul?

— O segundo à direita.

Aceno para Axel e Ox. Os seus olhos disparam atrás deles ao se aproximarem do trailer de Paul. — Ele foi
embora porém, já faz alguns dias. — O ódio que exala de sua voz me detém.

— Ele a machucou? — Estava me preparando para esquecer toda essa merda. Tenho a garota e muitas outras
coisas para lidar, mas algo em seu tom me faz querer caçá-lo e matá-lo. — Machucou? — Levanto seu queixo
com meus dedos. Preciso ver seus olhos.

— Não. Ninguém me machuca. Já disse, sei cuidar de mim mesma. Ele, contudo, machucou outras e não
estava... não está certo. Sem mencionar que ele...

— Jesus. — A porta do trailer de Paul se abre com tanta força que a pequena janela de vidro da porta se rompe.

— Santo Cristo. — Axel e Ox tropeçam para fora do trailer, o cheiro da morte viajando como o próprio ceifador.
O meu braço gira em torno de Eve enquanto me movo a sua frente. — Fique aqui. — Ela não se move, os seus
olhos estão arregalados. Pelo canto do olho, vejo Edge se mover à minha direita.

— O filho da puta está morto. E pela aparência e seu cheiro diria que faz alguns dias. — Ox cospe na terra. Eve
engasga. Os meus olhos analisam o seu rosto pálido.

— Ox, feche este lugar. — Olho em volta para o parque que está em pleno funcionamento. Felizmente, a
Funhouse5 fica na frente do trailer de Paul, tocando Sweet Child O 'Mine, do Guns N' Roses.

— Com esse fedor, as pessoas chamarão a polícia. — Entro no trailer pútrido com Axel.

— Edge, fique com Eve. — Olho por cima do ombro para ela. Os seus longos cabelos dourados balançam com o
vento.

Sacudindo a cabeça, ela se afasta como se estivesse se preparando para fugir.

— Eu... eu não posso partir. Espere... Paul está morto? Preciso falar com a polícia. Você não pode me levar – isso
se chama sequestro. — Parecendo frágil, com os braços enrolados à sua volta enquanto estreme na noite. A
minha cabeça está começando a latejar. Ela está certa, embora precisemos sair daqui, mas primeiro, quero ter
certeza de que este pedaço de merda é na verdade Paul.

— Edge, segura-a, porra. — Ela dispara correndo, mas ele a agarra e abafa seus gritos com a mão.

— Vamos acabar com isso. — Ao entrar no trailer, percebo que a luz fluorescente está acesa. Não sei o que
estava esperando, mas não era Paul sentado no sofá, sua cabeça esmagada com o que parece ter sido um taco
de beisebol.

— Presumo que não haja drogas ou dinheiro? — Olho para Axel.

Ele sacode cabeça. — Aposto que Benny fez isso. Ele ambicionava as drogas e o dinheiro e não queria dividir —
conclui. — Porra, isso fede, hein? Não sinto esse fedor desde o Afeganistão.

Os meus olhos examinam o trailer. Tudo está em ordem. Quem matou Paul o conhecia. Axel provavelmente está
certo sobre Benny.

Concordo. — Coloque James em algum lugar onde possa ser cuidado. Pagarei por isso.

Salto os degraus da escada, batendo a porta atrás de Axel. Com a janela quebrada, ele será encontrado em
breve. Precisamos sair daqui. Ele sorri para mim, balançando a cabeça, com um grande sorriso estúpido em seu
rosto.

— O quê? — Pergunto.

— Nada. Está cheio de surpresas esta noite. Primeiro reivindicando Eve. Agora os cuidados de James Smith.
Tem certeza de que não provou aquela boceta alguns anos atrás?

— Vá se foder. — Sem me incomodar em dizer mais alguma coisa, puxo uma Eve gritando para os meus braços e
dou-lhe uma sacudida forte. A sua cabeça recua e nossos olhos travam.

— Você é um maníaco... louco. Farei um escândalo e depois entregarei todo o seu bando. O seu... seu bandido. —
Ofega e seus olhos brilham com um fogo azul. Mais uma vez, meu pau endurece, e se não precisássemos dar o
fora daqui a faria se ajoelhar e enfiaria meu pau na sua garganta. Com todos os meus irmãos assistindo. Por
mais que admire seu fogo, ela precisa aprender seu lugar.

— Ouça-me, Anjo. — Aperto seu bíceps com força e ela grita de dor. — Se você me desrespeitar ou me ameaçar
novamente, levarei o seu pai para o deserto e atirarei em sua cabeça.

Os seus olhos grandes e inocentes se arregalam. — O que há de errado com você?

— Não há nada de errado comigo. Estou no controle e você me agradará ou lhe entregarei ao meu clube. Por
isso, em vez de me odiar, começaria a me adorar. A menos que goste de dez a quinze caras fodendo com você
por noite.

— Isso... você realmente não permitiria, não é?

— Desrespeite-me novamente em público e descobrirá. — O seu rosto pálido fica ainda mais pálido.

— Blade... eu não... isto é, não... oh, Deus. — Ela se inclina na outra direção e vomita na terra. Salpicando por
toda parte uma vez que a terra está seca.

— Droga. — Reviro os olhos e seguro seu cabelo, me perguntando por que reivindiquei esta cigana desbocada.
Claro, é a mulher mais bonita que já vi, mas grande coisa. Às vezes, uma boca quente e um buraco quente são
tudo o que um homem precisa. Esta mulher é um problema. Ainda assim, me vejo esfregando suas costas.

O cansaço e a dor, ao levantar sua cabeça, estão estampados em todo o seu belo rosto. De repente, estou tão
exausto quanto ela. Estive na estrada a maior parte do dia, e as duas semanas em que passei em Orange County
desfazendo um MC que afirmava ser os Disciples foi uma confusão do caralho. Sem mencionar que tinham cerca
de vinte homens bons que realmente pensavam que faziam parte do grupo. Tive que inspecioná-los e marcá-los.
Tudo o que quero é um banho quente, uma cerveja e a boca quente da Crystal no meu pau. Não essa gata
selvagem cuspindo veneno e vingança. Cristo, provavelmente tentaria morder meu pau se o enfiasse em sua
garganta. Eu me ajustei porque o visual dos lábios de Eve no meu pau é escaldante.
— Basta calar a boca e obedecer. Você não tem que se preocupar com seu pai. Mandarei colocá-lo em um lugar
onde possam tomar conta dele. Talvez, se for uma boa garota, eu a leve para visitá-lo. — Balanço a cenoura
diante da égua brava sabendo que ganhei. O seu rosto inteiro se ilumina. E durante um breve segundo ela olha
para mim como se eu fosse seu herói, não um canalha

— Eu... você conseguiria tratamento médico para ele? — Os seus lábios estremecem e quase me inclino para
capturá-los. — Porque é disso que ele precisa. — As suas mãos se estendem para mim. — Com os devidos
cuidados, poderia viver por muito mais tempo. — A sua voz é esperançosa e tão ingênua. James está morrendo,
mas se isso faz Eve relaxar pensando que estou ajudando-o, eu aceito.

— Ótimo. Então, vem de boa vontade?

Ela hesita. — Não, quero dizer, estou fazendo isso pelo meu pai. Caso contrário, ser sua puta seria a última
coisa que eu faria.

Rindo um pouco, digo. — Relaxe. Pode gostar e não forço as mulheres. Terei muito mais prazer em tomá-la por
sua vontade. A última coisa que quero é uma puta frígida.

Ela engasga. — Então, se eu disser não, não terei que foder com você? — O seu olhar é cauteloso.

Bufo enquanto sento em minha moto.

— E ninguém além de você pode me tocar? — Está mordendo o lábio inferior inchado de novo e eu quase sorrio
ouvindo os seus pensamentos correndo em sua cabeça.

— Não. Você é minha. Sou o único que pode tocá-la. É por isso que a marquei. Agora vá para a parte de trás da
minha moto.

Desta vez, ela não hesita e envolve suas longas pernas em volta das minhas. Os seus braços envolvem meu
abdômen com força. Pergunto-me se não cometi um grande erro ao trazê-la.

QUATRO
Eve
Segurei-me firme. O meu corpo segue cada movimento que Blade faz. Ele se inclina para frente; me inclino com
ele.

Esta não é a primeira vez que estou em uma moto. O meu pai e Benny tinham uma, e adorava andar de moto
com eles. Há algo selvagem e livre em uma moto – uma adrenalina que alguém como eu necessita. E esse cara
sabe pilotar. As suas pernas fortes a agarram como se fosse sua amante, e meu corpo se arrepia
desconfortavelmente.

Não me considero uma garota normal, ou seja, não sou uma vadia. Todas as garotas e mulheres com quem
convivi eram vadias. Eu costumava corar ao ouvi-las conversar sobre o quanto ficavam molhadas ou todas as
coisas sujas que gostavam de fazer. Nunca me atraiu. Além disso, Benny e meu pai deixaram claro que eu tinha
que ficar na minha. Apenas um homem tentou fazer alguma coisa comigo. E foi Paul.

Ele me encurralou uma vez e enfiou sua língua rançosa na minha boca, em seguida, suas mãos foram dirigidas
para a minha virilha, mas eu cuidei dele. Gemi como se gostasse, então dei uma joelhada em suas bolas.
Enquanto ele chorava como uma cadela, peguei minha faca e lhe disse que se ousasse me tocar novamente,
cortaria seu pênis.

Abraço Blade com mais força, esfregando meu rosto nas costas de seu traje de couro macio, o colete com as
insígnias do clube. Uma mão grande e quente envolve as minhas mãos frias e fechadas. Não me importo em sair
do parque. Já era tempo. Estou feliz que Paul esteja morto. Pode me fazer parecer louca, mas algumas pessoas
precisam ser eliminadas e Paul era uma delas. Respiro o cheiro de Blade e fecho meus olhos. O vento beija meu
rosto e seguro este homem. Embora ele aja como se não me quisesse, acho que sim, todos os homens querem.
Ele pode bancar o Rei, mas ainda é um homem. Blade prometeu dar ao meu pai ajuda médica de verdade, como
colocá-lo em um lugar com enfermeiras, e talvez ele melhore. Sempre me sinto culpada pensando em meu
maravilhoso pai sofrendo por sermos tão pobres. É por isso que eu estava tentando salvá-lo. É por isso que
deixei Benny me convencer a voltar a esta região por causa das drogas. O plano era vender as drogas, dar aos
Disciples sua parte e usar o restante do dinheiro com o papai.

Quando olho para a escuridão da estrada, não está frio, mas estremeço. Frígida! Foi assim que ele me chamou.
A minha mente gira. Acho que deveria estar chateada, mas ele está certo: eu sou. Estou completamente
satisfeita por não fazer sexo. O meu dedo funciona bem. E morar com meu pai e meu irmão torna isso difícil de
qualquer maneira.

Esse cara é gostoso. Como uma estrela de cinema. Aposto que é também desagradável, aparenta ser. A moto
reduz a velocidade para um ronco baixo quando paramos em um sinal vermelho.

— Você está bem? — Ele me olha de lado.

— Humm, sim. Eu amo andar de moto. — Grito a última parte enquanto todo o seu bando se aproxima dele. A
estrada treme. As motos parecem aquecer o chão, as vibrações indo direto para o meu núcleo sensível. — Deus
— sussurro, apertando meus joelhos com mais força em sua bunda e coxas.

A sua mão grande e quente chega para trás e esfrega minha coxa. — Anjo, a menos que abra o zíper da minha
calça e me masturbe, terá que levantar as mãos.

O calor inunda minhas bochechas. Levanto minhas mãos até seu peito.

— Desculpe.

Ele agarra uma e a leva de volta à dureza entre suas pernas, usando minha mão para fazer algumas fricções
ásperas, depois a coloca de volta com a outra enquanto se move e decolamos.

Ele me quer, e por algum motivo isso me deixa ofegante. Mais uma volta e tudo o que vejo é escuridão. O cheiro
cítrico me envolve. Lá em cima está uma casa grande e extensa com um monte de motos estacionadas à frente.
Ainda está muito escuro, mas a música alta pulsa para fora e clama junto com gargalhadas no interior.

Fico quieta. Mais uma vez, preciso que ele mantenha sua palavra. Assim que desliga a moto, a grande porta se
abre e todo o quintal se ilumina. Deve ter um detector de movimento. Alguns motoqueiros saem enquanto
outros abordam. Olhares curiosos são lançados em minha direção, mas ninguém se aproxima. Percebo que
ainda estou segurando Blade e relutantemente o solto. Ele dá um tapa na minha coxa e me tira da moto. Quase
caio no chão, o que seria uma droga, porque é tudo cascalho. Enquanto tento me equilibrar, ele me segura e
entrelaça seus dedos com os meus, rindo ao caminharmos em direção à casa e à música desagradável.

Todos na grande sala param quando entramos. Blade não parece perturbado, mas não posso deixar de me
encolher e olhar para suas costas. O seu colete tem o grande logotipo da cruz e asas, juntamente com vários
remendos. Subimos as escadas e arrisco um olhar rápido para baixo e desejei não tê-lo feito. O que eu estava
pensando? Essas pessoas são um bando, uma família. Sou um rato de parque, uma cigana, e não pertenço a este
grupo. Nunca pertenci. As mulheres parecem sentir isso.

Bem, não é como se eu tivesse escolha, então até que possa de alguma forma sustentar meu pai e pagar a dívida
do meu irmão, estou meio presa aqui. Quando chegamos ao topo da escada, as conversas fluem novamente. A
minha garganta está pegando fogo onde ele me marcou e engulo. Espere um minuto, porra. Esse filho da puta
me marcou como se eu fosse gado, ou um pedaço de carne, como se ele fosse meu dono. O que diabos estou
pensando?

— O que foi, baby? — A sua voz parece cansada quando abre a última porta neste andar, é preta e cerrada.

— Você me marcou! — Quase gaguejo. Aceno minha mão no meu pescoço, com certeza é tão ruim quanto
parece. — Dói pra caralho.

Ele me puxa, acende a luz e agarra meu queixo. Tento me afastar, mas seu aperto é como o de um pit bull.

Estou ofegante porquê... bem, não sei por quê. Esse cara me provoca isso. Ele me deixa sem fôlego, me dá
falsas esperanças, me engana com sua aparência incrível. Quero dizer, como pode alguém que tem essa
aparência ser mau, certo?

Gosto do seu cheiro, além disso. Limpo, embora esteja coberto de poeira e fuligem. Picante, esfumaçado. Deus,
estou perdendo o controle. O meu rosto está queimando, ou estou com febre. Tenho que me impedir de
irromper em lágrimas. E eu nunca choro. Bem, quase nunca.

Ele suspira, como se eu o cansasse. — Vá tomar um banho.

Lambo meus lábios secos e ressecados nervosamente enquanto olho ao redor deste cômodo. É o maior quarto
que já vi em toda a minha vida. Enorme, na verdade, provavelmente do tamanho de dois trailers. As paredes são
claras e enormes janelas de vidro espesso voltadas para o que presumo ser o quintal.

A sua cama é gigantesca, com algum tipo de edredom que me dá vontade de roubá-la. E caramba, bufo
fascinada com a arte hedionda ou como quer que isto se chame.

Há em cima de sua cama uma enorme pintura de madeira em veludo de uma ruiva nua sentada sobre uma velha
Harley Davidson, seus cabelos vermelhos selvagens e seus grandes seios em exposição. A sua parte privada está
felizmente escondida pelo assento.

Giro ao redor para encará-lo, mas ele está enviando mensagens de texto em seu telefone. Continuo a olhar para
suas paredes. Voltando-me para a mais próxima de mim, noto que tem um monte de fotos antigas em preto e
branco de Harleys e um pôster de outra ruiva. Esta está de calcinha e o que parece ser o colete de Blade nela.
Os seus seios falsos estão escapando. Está assinado,

PARA BLADE,

EU TE AMO HOJE, EU TE AMO AMANHÃ,

EU TE AMO PARA SEMPRE


CRYSTAL
Os meus olhos se fixam nos dele. — Você é casado?

— Vá tomar um banho. Última vez que digo isso. — Ele levanta uma sobrancelha para mim.
— Tudo bem, preciso me afastar de tudo isso de qualquer maneira. — Aponto para a foto. Não posso deixar de
dar uma olhada rápida no restante do seu quarto. Ele tem uma mesa de bilhar. Uma mesa de bilhar. E um
imenso sofá preto que parece tão confortável que quero me enrolar como um gato e nunca mais sair.

Não tenho tempo para ver mais nada, enquanto me tranco em seu banheiro, acendo a luz, e bufo. É grande,
claro, mas tem uma jacuzzi de tamanho suficiente para comportar pelo menos três pessoas. — Típico —
murmuro. É provável que faça trios aqui dentro.

Oh, meu Deus, é para isso que ele me quer? Para me compartilhar com sua esposa, a ruiva? Ele não disse que
tem alguém que cuida dele? Deve ser a ruiva.

Ligando seu chuveiro envidraçado, olho com inveja para a banheira. A verdade, nunca tomei banho em uma.
Vivendo em um trailer, tomava banho no que consistia em uma pequena caixa com água morna.

Mal tiro minha roupa suja quando percebo que não tenho calcinha limpa. Não suporto a sensação de vestir
qualquer coisa suja depois de poder tomar o que me parece ser o mais incrível dos banhos, mas também não
posso ficar sem calcinha. Agarrando a calcinha preta, eu a trago comigo para o chuveiro. Vou lavá-la à mão. A
tanga é um pedacinho de pano e secará rápido. Não uso fio dental para ser sexy, uso-as porque são a coisa mais
fácil de roubar, na maioria das vezes, simplesmente as enfio em minha mão e saio da loja. O vapor sai do
chuveiro. Estou tão acostumada a ter que esperar pela água quente que quase me queimo testando-a.
Obviamente tem uma boa canalização. Tanto faz, ele é um criminoso, um traficante de drogas. Mesmo assim,
este é o lugar mais agradável em que já estive. Não significa que esteja impressionada nem nada.

A felicidade absoluta toma conta de meu corpo e suspiro. A água quente escorre em cima de mim, e mesmo
minha ferida latejante não consegue evitar o prazer disso. A deliciosa água acaricia minha pele, parece tão
limpa. Talvez este lugar tenha uma fonte de água diferente. A ducha é um gigantesco cilindro de água que se
parece com chuva. Tocando as paredes de pedra que revestem seu chuveiro, me viro para deixar a água quente
roçar minhas costas. Não há outra maneira de descrevê-lo. Os azulejos são cinza-azulados, como rochas em uma
caverna ou algo assim. Fecho os olhos e aproveito este momento porque tudo isso pode desaparecer muito
rápido.

Pegando um pouco de xampu, vejo que ele só tem shampoo AXE para homens no grande espaço oco da parede
de rocha. Este local poderia conter todos os tipos de coisas: gel de banho, bons shampoos, condicionadores de
alta qualidade. Eu amo tudo isso. É minha prioridade de furto em lojas.

Pego um sabonete verde e sinto o cheiro: Irish Spring6. Isso é estranho. Ele não pode ser casado. Não há nada
que indique que uma mulher mora em seu quarto. Exceto que é extremamente limpo. O trabalho doméstico
nunca foi meu forte, e como meu pai e Benny eram porcos, me cansei de ser empregada deles.

Benny. O meu coração dá um baque doloroso quando penso em meu irmão. Culpo aquele maluco do Paul por
tudo. Benny nunca teria virado um viciado em drogas se Paul não tivesse entrado em cena.

Desligo o chuveiro, relutantemente saio e me envolvo em uma toalha preta macia. Sim, ele não pode ser casado.
Que mulher permitiria toalhas pretas? A menos que compartilhe outro quarto com ela? Talvez uma casa? Quem
se importa. Estremeço ao secar gentilmente minha ferida. Parece ruim. E isso me faz lembrar que o odeio. Ele é
o inimigo; me roubou. Embora ao olhar ao meu redor, sinto que ele me salvou e isso não é uma opção.

CINCO
Blade/Jason
Ela espreita a cabeça fora da porta do banheiro, seu cabelo foi escovado para longe do seu rosto, o vapor a
rodeia como uma névoa.

— Hum... você tem uma camiseta que possa me emprestar? As minhas roupas estão sujas.

Ela é realmente linda. Já vi muitas mulheres na minha vida e nenhuma se compara a ela.

— Aqui. — Abro uma gaveta e lhe jogo uma camiseta de algodão branca. Cai a poucos metros de seus pés.

Os seus olhos se voltam para a camiseta como se estivesse tentando ser um cavaleiro Jedi7 e ter a força de pegá-
la.

Jesus, ela tem dezoito anos e tem sido um rato de parque desde o dia em que nasceu. O seu ato tímido e
inocente está me enervando. Estou acostumado a mulheres passeando nuas. Então, seu aperto mortal sobre a
toalha como se fosse um cobertor protetor é um pouco ridículo.

Quase lhe digo que pode ficar olhando para a camiseta a noite toda sem pegá-la, mas ela endireita os ombros,
sai e, de uma vez só, pega a camiseta. Observo abismado como os movimentos de seu corpo são belos. Quanto
mais a vejo se mover, mais se torna uma fascinação para mim. A toalha preta fica pendurada contra a pele suave
de suas costas. Não há nenhuma tatuagem neste corpo. Praticamente me sinto culpado por ter colocado minha
marca nela. Quase.

A minha mão coça para estender a mão e puxar aquela toalha. Não consigo me lembrar da última vez que estive
com uma mulher sem tatuagens. Decido agora mesmo que ela nunca fará uma. Quero ver as minhas mãos
tatuadas contra sua pele de porcelana.

O barulho da porta me afasta dali. A culpa de todas essas decisões impulsivas, é a falta de sono.
A porta se abre e ela sai vestindo minha camiseta. Os seus longos cabelos molhados caem em suas costas e
tenho que cerrar os dentes. Seios fartos, com mamilos firmes, fazem meu pau começar a acordar. Por pouco
nã o a atiro para a cama.

Limpando a garganta, pego um maço de cigarros. — Amanhã mandarei uma das garotas levá-la às compras.
Pegue algumas roupas e qualquer outra coisa feminina de que precisar. — Acendo o cigarro, vendo seus olhos
arregalarem.

— O quê? — Puxo uma longa tragada de nicotina em meus pulmões.

— Eu... hum, bem, se confia em mim, eu...

— Não. Mandarei uma Old Lady levá-la.

Os seus olhos se arregalam, novamente, e olha ao redor do quarto. Eu a admiro enquanto fumo. Ela se desloca
para a grande área do meu aposento. Mandei erguer uma meia parede em meu quarto, portanto, se eu quiser
ver TV, é possível.

Ela olha para o teto e para todos os lados. O seu olhar se detém no meu refrigerador.

— Eve? — Ela salta e olha para mim. — Está com fome? Posso pedir a Amy para fazer comida para você, ou se
quiser, há comida na geladeira. Vou tomar um banho.

Ela acena com a cabeça, mas seu foco está no conteúdo da minha geladeira. Quando se inclina para ela, a luz
ilumina toda a sua silhueta e dou um suspiro. O que diabos está acontecendo comigo? Estou agindo como um
maldito adolescente. Ela pega um iogurte, verifica a data no topo e depois pega duas garrafas de água.

Acho que ela está bem e vou ao banheiro para tomar meu próprio banho, pensando se deveria pedir a Crystal
para me chupar, mas minha cabeça está cheia de uma loira comendo iogurte, não Crystal. Amanhã estarei
ocupado e, pela manhã, mandarei uma das garotas cuidar de mim.

Abrindo a porta, espero ver Eve dormindo na minha cama. Trouxe pomada e um analgésico para ajudá-la a
dormir.

— Eve? — Uma onda de pânico me invade. Onde diabos ela está? Mesmo com a minha marca, pode estar
vulnerável. Muitos caras são novos e podem não saber que ela é minha.

— Eve? — Paro quando a vejo enrolada como um gatinho embalando uma garrafa de água no meu sofá de couro
preto, a primeira garrafa de água vazia no chão ao seu lado.

— Cristo. — Corro minhas mãos por meu cabelo e me inclino para pegá-la. Ela geme e não posso evitar enfiar
meu nariz em seu cabelo e inalar o frescor dessa garota.

Colocando-a na minha cama, espremo uma grande quantidade de pomada e coloco em seu pescoço com um
toque suave. A queimadura irritada já está cicatrizando. Os seus olhos lentamente, quase tristemente se abrem
e lhe entrego o analgésico e sua água. Gosto muito mais dela, em seu estado de sono. Está quente, cheira bem,
parece muito sexy e me escuta.

Encolhendo-se ela se aconchega no meu travesseiro. A camiseta que veste subiu um pouco e suas longas
pernas, bunda e calcinha preta estão em exposição para que meus olhos se banqueteiem. Permito-me um
momento para relaxar deste dia. Quando ela se arrepia, puxo o lençol e baixo o edredom sobre ela.

Pergunto-me, mais uma vez, se devo chamar Crystal ou cuidar disso com as minhas mãos. Deslizo, em vez disso,
para a minha grande cama e alcanço Eve. Ela murmura algo sobre travesseiros agradáveis, e suspira. O seu
hálito suave e mentolado faz com que eu adormeça.

Quente, baunilha ou coco? Estou numa praia e tenho o mais belo par de olhos azuis piscando para mim. Os seus
lábios de rubi se movem quando ela sorri e os alcanço. — Eu amo você. — Ela sorri para mim. Os meus olhos
piscam e abrem. Que diabos? Estou acariciando Eve e a ereção que tinha no sonho está com força total. O meu
nariz vai para seu pescoço e minhas mãos acariciam seus seios. Por que estou sonhando com essa garota? E por
que estou sonhando que ela me ama? Por um momento, paro de acariciá-la. O meu cérebro ainda está
acordando, mas sei que preciso ter cuidado com ela. Sinto uma necessidade estranha, uma ligação com ela, mas
não planejo me apaixonar. Já tenho muita merda em minha vida. Uma mulher não está no meu horizonte.

Admito que adorei dormir com essa mulher e não durmo tão bem há anos. Não deixo as mulheres entrarem no
meu quarto. Deixei no começo, Crystal ficar algumas vezes. Assim que me tornei presidente, passei a dormir
sozinho. Dessa forma, nenhuma garota se confunde, mas como Eve não tem ideia do que acontece no meu MC,
não saberá como ao reivindicá-la ontem à noite, basicamente decidi que será minha Old Lady, mais ou menos.
Isso significa que eu posso foder e estar com quem eu quiser, mas agora ela tem uma função da qual não sabe
nada. Esfrego minhas mãos para cima e para baixo. Por que fiz isso? A visão de seu corpo iluminado, de forma
gloriosa e o som de sua respiração tranquila me compele a virá-la de costas.

Isto. Foi por isso que fiz. Ela é a mulher mais impressionante que já vi. E eu a quero.

A minha mão acaricia sua barriga. Ela é muito magra, sua cintura fina lhe dá curvas, mas alguns quilos
ajudariam. De repente, quero dar comida, roupas, tudo o que ela quiser. Os seus olhos piscam e as pestanas
longas e acetinadas revelam olhos azuis cristalinos. Estica-se, um pequeno sorriso nos lábios, e se levanta
puxando o lençol com ela.

— O que está fazendo? — Pergunta me olhando como se eu estivesse louco.


— Estava me preparando para prová-la. — Puxo o lençol.

— Mas... quero dizer, talvez pudéssemos. — Os seus olhos percorrem o quarto pousando no pôster de Crystal. —
Não acho que sua esposa gostaria que eu dormisse com o marido dela. — As suas bochechas ficam rosadas.

— Bem, então é uma coisa boa eu não ser casado. — Alcanço-a e ela se encolhe. — O que diabos há de errado
com você? Não vou machucá-la — Qual é o problema com ela?

— Você disse que odeia... bem, garotas frígidas. — Sussurra a palavra, “frígida”. Afasto-me e observo seu olhar,
realmente olho para ela. Está apavorada. O seu queixo está erguido, mas seu lábio está tremendo. Cristo,
provavelmente já foi usada e descartada. Preciso me levantar. Tenho uma tonelada de coisas para resolver hoje.

— Eve? Precisa conversar comigo. Eu basicamente te comprei. Entendeu? Não vou forçá-la, mas você é minha e
nós iremos foder. Então, se tem algum segredo obscuro que queira me contar, tudo bem. Caso contrário, esteja
preparada hoje à noite.

A porta do meu quarto bate enquanto passo as pernas por cima e agarro meus cigarros. Acendendo um. — Já
vou — grito, e ela se assusta na cama.

Levantando-me, vejo seus olhos percorrerem meu corpo e se fechando quando chegam ao meu pau duro. Por
alguma razão, isso me irrita. Não há mulher que não queira meu pau. É grosso pra caralho.

— Abra os olhos, Anjo. — Envolvo a mão em torno dele puxando-o para ela. Os seus olhos não piscam enquanto
observa minha mão subir e descer. Quase como se ela nunca tivesse visto um homem fazer isso antes.

A sua respiração ofegante e suas mãos estão agarrando os lençóis brancos.

Dou uma tragada e permito que a fumaça encha meus pulmões, minha mão ainda me masturbando.

— Dê-me sua mão, baby. — É um comando e atraio seus olhos para os meus. Ela molha os lábios e lentamente
fica de joelhos, movendo-se em minha direção. O meu pau empurra de excitação por ela me obedecer. Até pode
ser durona, mas vou treiná-la para ser a minha durona.

— Blade. — A sua voz está rouca e seus olhos mostram confusão. É como uma virgem assustada e não tenho
tempo para isso. Dando mais uma tragada, me inclino e jogo fora o cigarro, em seguida, pego sua mão e coloco
sobre ele. Ela salta ao primeiro contato, sua respiração se tornando rápida e curta. Suavemente guio sua mão
para cima e para baixo em meu pau grosso, que fica ainda mais comprido e grosso conforme ela assume e faz
isso sozinha.

— Sim, é isso, baby. Vê como está me deixando? — Os seus olhos azuis saltam para os meus como se não
estivesse acostumada a elogios. Pego sua outra mão e levo seu dedo indicador à minha boca. — Continue
acariciando meu pau e eu vou chupar isso.

Quando seus olhos caem na sua mão me masturbando, ela abaixa a cabeça e sua cachoeira dourada cai sobre
seu ombro. Então a ouço gemer ao sugar seu dedo.

— Olhe para mim, Anjo. — Os seus olhos piscam para os meus. Ela obedece perfeitamente e por um momento,
vejo meu futuro. Ela deve ver ou sentir também porque sibila e puxa o dedo e a mão.

— Quem a machucou? — A minha voz é áspera enquanto respiro pelo nariz tentando não jogá-la na cama e
transar com ela. — Preciso saber isso antes de começar.

Ela balança a cabeça lentamente. — Todos. Ninguém. Pelo menos não o que está pensando.

As batidas a minha porta continuam. — Prez... sei que está ocupado, mas está vinte minutos atrasado — a voz
de Ryder dispara.

— Estou indo. — Os meus olhos nunca deixam seu rosto. Percebo o alívio de que não irei tocá-la. Todo seu corpo
despenca para trás. Não preciso desta merda. É óbvio que ela tem problemas sexuais.

Visto minha calça jeans e uma camiseta preta.

— Mandarei uma das Old Ladies passar por aqui e levá-la às compras. Arrume o cabelo, faça as unhas, compre
um monte de roupas. Você não vai embora, então pegue uma variedade de coisas.

Ela acena com a cabeça enquanto coloco minhas botas pretas de motoqueiro.

— E Eve? — Olha para mim.

— Hoje à noite, vou transar com você. Prepare-se para isso.

Pego a minha carteira e conto uns dois mil dólares. — Aqui. Isto vai ajudar a começar. — Ela pega. Mais uma
vez, seus olhos estão enormes como se nunca tivesse visto ou segurado tanto dinheiro. Não sei, mas estou muito
atrasado, então terei que fazer uma psicanálise mais tarde. Passando a mão pelo cabelo, escovo os dentes e mijo
antes de abrir a porta para um Ryder sorridente.

— Cristo. — Passando por ele, bato a porta e desço os degraus de dois em dois. O grande corpo de Ryder está
bem atrás de mim.

— Eu tive um sonho, Prez.


Marcho em direção à sala distante onde realizamos nossas reuniões.

— Que bom para você, cara. — Eu sei de que tipo de sonho está falando. Ryder sonha coisas que estranhamente
parece se tornar realidade. Durante anos, o incomodamos com isso. Até que ele realmente sonhou que a esposa
de um de nossos irmãos tinha câncer de mama. Acontece que ela teve, e ele salvou sua vida. Depois disso, ainda
o provocamos, mas quando diz que teve um de seus sonhos, todos ouvimos.

Suspiro. — Cara, estamos muito atrasados. Pode esperar?

Ele sorri e bate no meu ombro. — Fez a escolha certa. Você e Eve estão destinados.

A minha mão está na maçaneta. — Sabe que parece maluco, certo? A menos que você sonhe com algo ruim, ou
algo importante, não falaremos sobre isso, ok?

— Tinha que dizer a você. Eu não queria que estragasse isso. — Ele sorri como se fosse um gênio.

— Se estivermos destinados, não importa o que eu faça. — Abro a porta e todos os meus irmãos se levantam.

Levantando minhas mãos, digo: — Desculpe, longa noite. Axel me deixe a par do que está acontecendo. Será
que posso tomar um café da manhã? — Sento-me à cabeceira da longa mesa de madeira. Edge pede meu café
da manhã e volto minha atenção para ouvir todas as merdas que aconteceram desde que saí.

— Uns garotos idiotas pegaram a nossa droga e tentaram copiá-la. Eles falharam e dois tiveram uma overdose.

Olho para Axel. — Morreram?

— Um, sim. A DEA8 decidiu aparecer. Eles sabem que não é nosso, mas se puderem nos pegar, virão. — Ele se
inclina para trás e acende um cigarro.

— Quanto queriam desta vez?

— Dez mil, e um lembrete amigável de que estão de olho na gente.

— Onde está o Doc?

— Está lidando novamente com as merdas da Sandy. Disse que estará aqui esta noite — Ox interrompe enquanto
toma um gole de cerveja. Ergo minha sobrancelha para ele.

— Você não foi o único que teve uma longa noite — ele murmura.

Sacudindo a minha cabeça, olho para os meus irmãos. E digo isto literalmente. Todos servimos juntos ou
crescemos juntos. Todos dávamos as nossas vidas uns pelos outros. — Estamos crescendo demais. Quero
retomar nosso fornecimento agora mesmo.

— Iremos perder muito dinheiro — diz Axel.

— Melhor isso do que a prisão. O que fez sobre esses cretinos nos roubando?

— Cuidei pessoalmente disso. Não ouviremos mais falar sobre eles. — Ryder toma seu café e fuma um cigarro.
Nenhum de nós precisa do dinheiro. Todos investimos muito em negócios e casas legítimas. Dou uma olhada à
minha volta. Todos parecem cansados. Isto tudo é muito exaustivo. O único que parece descansado é Ryder.

— Ótimo. — Uma batida leve alerta-nos que meu café da manhã chegou. Amy entra carregando o meu e vários
donuts para os rapazes.

— Obrigado, Amy. — Ela acena com a cabeça e com eficiência coloca meu prato a minha frente. O seu pai está
com os Disciples desde o começo. Ele serviu com meu avô no Vietnã. Nós lhe pagamos muito dinheiro. Não
porque ela exigiu, mas porque trabalha duro e o clube não sobreviveria sem ela. Aos cinquenta anos, nunca se
ausentou ou se envolveu com algum dos caras. Parece feliz por estar sozinha. Ela governa o Clube com punho
de ferro. A nossa comida é incrível e meu quarto é tão limpo que se poderia comer no chão.

— Então, Eve precisa de roupas. Qual de vocês quer oferecer sua mulher para ajudá-la? — Colocando a boca
cheia de ovos mexidos, olho ao redor da mesa.

— Liguei para Dolly — Edge me informa.

Levanto uma sobrancelha. — Sério?

— O quê, você não quer que ela faça isso?

— Não, acho que ela é perfeita. Só achei que vocês não estavam mais se falando .

— Bem, não estou. Fiz isso por você. — Ele olha para o telefone.

Pego uma torrada. — Então, ela está aqui agora? — Balança a cabeça sem tirar os olhos de seu telefone e
balanço minha cabeça em sua estupidez. Se ele a amava tanto, deveria ter mantido o pau dentro das calças. Isso
é tudo que Dolly sempre exigiu, mas somos quem somos e não é como se qualquer um de nós fosse santo.

— Já volto. — Entro na sala principal, onde o bar e algumas mesas de sinuca estão organizados. Vários dos meus
rapazes estão bebendo e jogando pôquer. Eles se levantam quando entro.

Dolly está no canto ao telefone. Nós a chamamos assim porque ela literalmente se parece com uma boneca de
porcelana. O seu pai era o vice-presidente do meu pai, então meio que crescemos juntos.

— Ei, você.

Os seus grandes olhos castanhos piscam para mim. — Oi, ouvi dizer que arranjou uma Old Lady?

Rio. — Não sei o que eu tenho. Ouça, dei a ela algum dinheiro. Se precisar de mais, me avise, ok?

Ela se levanta e não posso evitar um sorriso. Dolly tem um metro e setenta e cinco e talvez uns cinquenta
quilos. O seu pai comprou um salão de beleza para ela quando se formou na escola de Cosmetologia. Era no
início, um lugar para lavarmos dinheiro, mas ela é uma excelente estilista e o salão decolou.

— Oh, não se preocupe. Cuidarei bem dela. Quando voltarmos esta noite, você não a reconhecerá. — Ela joga o
telefone na bolsa. — Como Crystal está reagindo? — Olha em volta incapaz de esconder seu sorriso.

— Não contei a ela ainda. — Esfregando minha nuca, acrescento — Ficará chateada. O que não é novidade.

Dolly me encara. Era a Crystal que esteve com a boca envolta do pau do Edge. Portanto, não há amor entre elas.

— Devo ir buscá-la? — Olha em volta, franzindo o nariz em desgosto.

— Sim, ela está no meu quarto.

— Excelente. — Acenando para mim, inclina a cabeça. — Você está bem? Está agindo de forma estranha.

Passei as mãos por meu cabelo. Ela está certa; estou desligado. Não tenho ideia no que estou me metendo com
esta garota.

— Fique de olho nela, Dolly. Como se não fosse uma de nós, não tenho a menor noção do que ela fará. A
verdade, quanto mais você descobrir, melhor.

Ela joga a bolsa por cima do ombro, dirigindo-se para as escadas. — Perfeito, então quer que eu a espione, seja
sua babá, e sua estilista. Uau... ficará me devendo.

— Quero um relatório completo — peço.

— Sim, chefe. — Ela desaparece e meu telefone começa a tocar. Os seios grandes de Crystal saltam. Pressiono
desligar. Ela é a última coisa com a qual quero lidar agora. A minha mente fica à deriva com Dolly passando o
dia com Eve. Elas são como noite e dia. Eve alta e dourada, Dolly pequena e de cabelos escuros, mas se alguém
puder entrar na cabeça de Eve, será Dolly.

— Prez? — Viro-me para Edge, que está segurando um telefone celular para mim. — É Devin.

Suspiro, caminhando de volta para a sala de conferências, pensamentos sobre meu Anjo em espera, enquanto
tento conter o que parece ser um milhão de incêndios.

SEIS
Eve
Alguém está batendo a porta. Suponho que seja a Old Lady para me levar às compras. Agarro o dinheiro que
Blade me entregou esta manhã em meu peito. Esta é a maior quantidade de dinheiro que segurei em toda a
minha vida. E fico um pouco ressentida por ter que desperdiçá-lo em coisas triviais, como roupas. Se eu
conseguir distrair essa mulher, talvez consiga roubar a maior parte das coisas e ficar com o dinheiro.

Depois que Blade saiu, tomei outro longo e quente banho. A sua pequena mostra esta manhã me fez perceber
que estou totalmente ferrada e poderia muito bem envolver minha cabeça em torno disso: eu sou basicamente
sua puta. Odeio meu irmão viciado. Ele deixou meu pai e a mim sabendo que eu teria que pagar sua dívida. Isso
é algo que nunca perdoarei. Estou sozinha e sobreviverei. Com isso em mente, saio para o quarto de Blade.
Infelizmente, além de alguns preservativos, algumas armas e uma faca, seu quarto é enfadonho e extremamente
limpo. Nem mesmo encontrei um diário ou qualquer coisa que possa me ajudar a descobrir mais sobre ele. Acho
que ele gosta de motos e ruivas com peitos grandes e falsos. Não sou nenhuma das duas coisas, então meus dias
aqui provavelmente estão contados, a menos que eu consiga realizar um milagre e fazer este homem me
manter. Se ele está me dizendo a verdade e colocou meu pai em um lugar que o amparará, ficarei feliz em
trocar minha virgindade por isso.

Alguém bate à porta novamente e rapidamente me movo para abri-la. Uma pequena mulher de cabelos escuros
está a minha frente segurando seu telefone celular.

— Oh... entendo agora. — Ela acena com a mão para mim e sorri. — Tudo faz sentido. — Sorri enquanto me dá
uma olhada. — Então, sou Dolly, sua nova melhor amiga estilista. — Ela empurra a mão para me cumprimentar.

Pisco para ela. — Uau, quando Blade disse Old Lady, pensei que ele se referia a uma verdadeira... Old Lady.

Merda, isso não vai funcionar. Está pronta para a ação. Como furtarei com ela por perto?

Ela ri. — Vamos, linda. Vamos pegar algumas roupas, corte de cabelo, depilação, unhas e tudo o mais que
tivermos tempo para fazer.

— Hum, está bem. — Ela acena com a cabeça como se tudo isso fosse completamente normal. Empurro meu
cabelo sobre meu ombro. Por algum motivo, não quero que ela veja minha marca. Ainda dói, mas encontrei
Advil e Neosporin no banheiro. Então, a dor está quase passando.

Descemos as escadas e ela para pôr um momento, em seguida, bufa para cara ruivo da noite anterior. Acho que
ouvi que o seu nome é Edge? Flame? Tanto faz. Todos esses caras têm nomes fodidos.

— Dolly? Pode me dar um minuto? — O seu braço musculoso estende a mão para ela, sua voz parecendo
desesperada.

Ela gira sobre ele. — Tire suas mãos imundas de mim. Não sou uma dessas vadias que fazem o que diz. Vá se
foder, Edge. — Agarra meu braço, me puxando para fora da porta e em seu pequeno carro esporte preto. Olho
para trás e ele fica na varanda, olhando para ela.

— É o seu namorado? — Quero dizer, é aparente que algo está acontecendo.

Ela liga o carro e buzina, em seguida, mostra o dedo do meio para ele ao pisar no acelerador. À luz da manhã,
este lugar parece enorme. Toneladas de motos e caminhonetes estão estacionadas em todos os lugares. O
cascalho leva até a casa principal, mas pode haver um gramado na parte de trás.

— Não é mais. — Ela dirige pela longa entrada, onde muitas árvores sombreiam e protegem a área.

— Quem é o dono deste lugar? — Olho para ela. Ela tem uma carranca enorme no rosto e seu dedo indicador
está batendo com raiva no volante.

— Jason. O seu avô comprou nos anos sessenta, deu para seu filho Bobby, e então Bobby morreu, e agora é de
Jason e do clube idiota. — Ela enfia a mão na bolsa para pegar um cigarro. Acho que literalmente posso ser a
única não fumante neste complexo.

— Quem é Jason? — Continuo olhando ao redor, tentando localizar pontos de referência caso precise.

— Oh, certo... desculpe. — Suspira, balançando a cabeça. — Jason é Blade. Esqueci que você é nova.

— Oh. — É tudo o que digo porque, por algum motivo estranho, ouvir Jason em vez de Blade o humaniza. E não
quero pensar nele de outra forma como um provedor da saúde para meu pai. Dolly salta para a estrada e
estamos acelerando em direção à cidade.

— Acho... — Ela olha para mim. — Sim, primeiro vamos ao meu salão. Depois disso, almoçaremos e faremos
compras. — Não respondo – não está me fazendo uma pergunta. Quando entra em um beco, estaciona seu carro.
Uma grande placa rosa e turquesa que diz "Dolly's Doll Shop" nos cumprimenta. A porta é rosa e o próprio
edifício é turquesa e dourado.

Destrancando a porta, diz. — Não abrimos antes das onze da manhã. — Olho em volta e é fabuloso. Os meus
olhos avidamente observam seus sofás turquesa e dourados e paredes brancas. Há até um lustre no meio da
loja, com cristais lançando arco-íris por toda parte. — Aqui, sente-se. Deixe-me dar uma olhada em você. — Caio
em uma cadeira e estremeço com a minha aparência. O meu cabelo está uma loucura e com a camiseta de Blade
e meus shorts jeans, não poderia me parecer mais com lixo se tentasse.

Ela olha para mim no espelho e abaixo. O seu corpo atraente e seu cabelo sofisticado me dão vontade de correr
para fora da porta, mas não correrei; jogarei esse jogo.

— Eve? — Sua voz é gentil.

— Sim?

— Você já teve seu cabelo cuidado? — Seus lindos olhos castanhos não julgam. A verdade, estão cheios de
compaixão e isso é pior.

— Hum, sim, no outro dia. É por isso que é tão sedoso. — Esfrego meus dedos nas pontas secas.

— Sabe, Eve, não sou a inimiga. Gosto de você, na verdade. É linda e tem coragem. Infelizmente, essa é uma
combinação mortal no clube. — Ela puxa meu cabelo do rosto e a marca mostra sua vermelhidão feia.

— Puta merda. — Sua pequena cabeça está tão perto que sinto sua respiração. — Ouvi dizer que ele a marcou.
Só não tinha ideia de que faria isso aqui. Cadela sortuda. Tive que pegar a minha aqui. — Ela me mostra seu
pulso.

— Sim, tenho muita sorte. O meu pai está morrendo, meu irmão é um ladrão e viciado, e estou vivendo com um
dos MCs mais letais. Diria que estou totalmente encantada.

Ela encolhe os ombros.

— Bem, pelo menos ele a reivindicou. É por isso que precisamos de você à altura. Já ouviu falar sobre a Crystal?
— Ela cospe o nome enquanto tira sua minúscula jaqueta camuflada revelando os braços cobertos de tatuagens.

— Ela é a ruiva nua na parede de Blade?

— Sim. — Coloca um avental sobre mim. — Vamos começar com seu cabelo, depois vou depilá-la.

Os meus olhos se fixam nos dela. — Espere, o quê? Sem depilação. — Franzo a testa enquanto olho para a
abertura da porta. Um garoto e uma garota estão entrando carregando café e pãezinhos.
— Ei, pessoal. — Dolly abraça o cara que carrega o café. — Doug e Jenny, esta é Eve.

Estão ambos vestidos de preto e, claro, cobertos de tatuagens. Jenny tem o cabelo roxo até a cintura, e Doug
tem cabelo preto cortado rente nas laterais e longo na parte superior. Jeans justos e botas de motoqueiro
completam seu visual. Ele é como uma mistura de motoqueiro e rockabilly9.

— Bem, o que temos aqui? — Doug chega perto, sua colônia é tão espessa que tenho que me inclinar para trás.

— Relaxe, Dougie, ela pertence a Blade. — Dolly dá um tapinha em sua bochecha.

Ele faz beicinho. — Maldito Blade. Ele pega todo mundo. Já é ruim que seja gostoso, mas sempre consegue
tudo?

— É uma das vantagens de ser Rei. — Jenny se joga na cadeira à minha esquerda, se virando para olhar para
mim.

— Quantos anos você tem?

— Dezoito — respondo, sem me preocupar em olhar para seus rostos. Posso ouvir Doug assobiando.

— Blade não costuma gostar delas jovens. Geralmente prefere as experientes. Você deve ser especial. —
Levanta-se e caminha em direção à parte de trás. Uma música explode, de repente, e me faz saltar. O meu
cérebro está girando, tentando descobrir se essas pessoas são amigáveis ou não.

— Venha, linda, vamos lavar seu cabelo. — Dolly me leva até a seção de lavagem. Alguns motoqueiros param,
mas vão direto para os fundos. Fechando os meus olhos, sento e a deixo massagear meu couro cabeludo.

— Oh, meu Deus — gemo. — Acho que nunca senti algo tão bom.

Ela sorri. — Aproveite, Eve. — Então aproveito. Dou-lhe carta branca comigo. A única vez que corto o cabelo é
quando não aguento mais. E sempre vou ao Supercuts10. Dolly bate um papo animado com Doug e Jenny,
tentando me incluir, mas estou quase dormindo, e não consigo acompanhar. Quando ela liga o secador, pulo.

— Você está bem? — Ela sopra o ar quente no meu rosto se livrando de todos os pequenos fios de cabelo presos
ali.

— Acho que sim. Não estou acostumada com isso, embora adore. — Olhando para o meu reflexo, sorrio. Mesmo
com o cabelo molhado, o corte ficou incrível.

— Espere até fazermos compras e nos maquiarmos. — Ela se vira para Doug e grita — Quantos agendamentos
tem hoje? O que acha de me ajudar na maquiagem e nas compras? — Balança as sobrancelhas para ele.

— A minha cliente das onze cancelou, então desde que voltemos às duas da tarde, adoraria. — Examina meu
rosto. — Quanto dinheiro temos para gastar? — Esfrega as mãos com alegria e noto um brinco de diamante em
seu nariz.

— Blade disse tudo o que ela precisasse. — Ambos começam a rir. Esgueiro-me na cadeira. Agora tenho de lidar
com dois deles. Já era ruim o suficiente apenas quando Dolly estava de olho em mim. Doug parece dez vezes
pior.

— Se não está com Edge, com quem você está? — Pergunto, tentando distraí-los.

— Eeee por falar nisso, venha me chamar quando estiverem prontas. — Doug se vira em direção à recepção.

Dolly suspira. — O meu pai era o VP do pai de Blade, por isso estou no clube desde que nasci, mas não estou
com nenhum dos caras. — Bufa e empurra os ombros para trás. — Estou farta desses tipos de homens.
Acreditam que são seus donos, mas Deus os livre serem fiéis a você. — A sua secagem se torna agressiva.

— Desculpe, não é da minha conta.

Parece que vai chorar. Ótimo, simplesmente ótimo.

— Sinto muito, Dolly. Homens são porcos.

— Você é um pouco jovem para acreditar nisso. Eu era na sua idade, louca por garotos.

Encolho os ombros. — Eu não. Não me interessa muito. A verdade, se eu pudesse ajudar meu pai, acho que
nunca estaria com alguém.

Ela para o secador de cabelo. — Hum... Blade sabe que você odeia homens? Digo, gosta de mulheres?

O meu rosto todo aquece. Olho ao redor apenas para ver um Doug curioso olhando para mim.

— Não gosto de garotas — digo. — Não preciso contudo de um homem para me fazer sentir completa.

Doug desliza até Dolly e os dois olham para mim.

— Ok, chega. — Vou me levantar. Ambos me empurram de volta para baixo.

— Por que está corando, Eve? Se eu não soubesse, pensaria que é virgem. — Doug se debruça sobre meu rosto.
Eu o empurro. — Não é da sua conta. Preciso de um pouco de ar. Toda essa conversa não é o meu forte. — Tento
me levantar outra vez, só que Doug me cerca.

— Puta merda! Ela é. Oh, meu Deus, estou apaixonado por você. — Ele se inclina para frente me prendendo.

— O que há de errado com você? — Eu o empurro novamente. Odeio pessoas se metendo no meu espaço.

A minha manhã relaxante, de alguma forma, acabou. E estou começando a não gostar da Dolly e a desprezar o
Doug.

— Doug. — Dolly bate em seu peito. — Deixe Eve respirar. Querida, você é virgem? — Os seus grandes olhos
castanhos quase brilham de excitação. Vira-se e agarra o braço de Doug. — Ela é. Percebe? Quer dizer, Blade
vai pirar. Oh. Meu. Deus. Quase gostaria de poder contar a ele. — Ela bate palmas.

— Olha, não preciso disso. — O meu rosto está literalmente em chamas. A última coisa que quero é que Dolly
diga a Blade que sou virgem. Quer dizer, vai descobrir, mas não por ela.

Ela se estica e me abraça. Se eu estava mortificada antes, parece que esta manhã pode continuar piorando.

— Estou deslumbrada com você. Não se preocupe. Tem o meu apoio. — Pega o secador de cabelo novamente.

Não digo nada porque tenho quase certeza de que se dissesse, explodiria em lágrimas. Eu sou propriedade de
Blade, uma dívida, e todos sabem disso. Pense em papai, entoo em meu cérebro, mas e se ele for um mentiroso?
E se me usar como sua prostituta e se cansar de mim? Vai parar de pagar pelos cuidados do meu pai. Não, não
penso assim. Sento-me ereta. Se eu sei de uma coisa, é que os homens são governados por seus paus. Tudo o
que tenho que fazer é conquistar Blade/Jason, seja lá quem for, fazê-lo se apaixonar por mim e ficarei bem. É
por isso que preciso ficar alerta. Sempre que posso, preciso guardar dinheiro. Nunca estarei à mercê de
nenhum homem ou mulher.

— Ouça, esta noite — Dolly me puxa de volta para ela — os Disciples terão uma grande festa de boas-vindas,
todos estarão lá. Isso significa todas as vadias do clube, então preciso que confie em mim e faça o que eu digo.
Eu sei exatamente do que Blade gosta.

Cautelosamente, olho para ela.

— O que isso significa?

— Oh. — Balança o secador de cabelo. — Não transei com Blade. Ele é como meu irmão... Eca. — Ela estremece
dramaticamente.

— Não importa. — Levanto minha mão para impedi-la de dizer mais. — Tanto faz. Não conheço ninguém a não
ser você... claro, porque não confiar em você. — Olho para ela no espelho.

— Bom, agora vamos depilar você e depois terminarei o seu cabelo, e em seguida, abordaremos as compras.

— O que vai depilar? Porque gosto das minhas sobrancelhas.

Doug engasga. — Morda a língua, nunca depilaríamos isso. — Esfrega a mão nas minhas sobrancelhas.

Olho para eles e balanço a cabeça porque não sou idiota – estão falando sobre depilar minhas partes de garota,
mas quero ver seus rostos quando digo não.

— Não.

Ela me puxa e me inclino para frente. O meu cabelo é como o de uma garota diferente. Ela cortou alguns
centímetros. Ainda está no meio das minhas costas, mas agora tenho camadas, então cai em volta do meu rosto.
É tão limpo e de aparência brilhante que quase sorrio. Quase, porque ela está puxando minha mão.

Eu me afasto. — Olha, não tenho intenção de permitir que você depile minha vagina — sussurro, olhando ao
redor para ter certeza de que ninguém está por perto. Uma Old Lady se senta na cadeira de Jenny. Ela não tira
os olhos da revista, mas por sua boca apertada posso dizer que me ouviu.

— Pare com isso. Pare de ser um bebê. Você tem que fazê-lo. — Dolly me puxa para trás. Vejo uma pequena
cozinha com uma mesa e adoráveis cadeiras de bistrô. O café bate no meu nariz e gostaria de ter um.

— Aqui. Vai demorar um minuto. — Ela me arrasta pela cozinha e pelo aroma incrível de café e entra em uma
pequena sala escura. Depois que acende a luz, pisco para as paredes rosa Pepto-Bismol11 que quase me cegam.
Um enorme espelho está pendurado na parede e uma mesa fica no canto. E isso além de um pequeno carrinho
que contém a cera.

— Por quê? Sério, ele não vai transar comigo se eu tiver pelo? — Isso é loucura. Ela está agindo como se
estivesse cometendo um pecado por não saltar aqui.

Marina costumava tentar me persuadir a ser depilada. Eu sempre disse não. Quer dizer, deve doer. Colocar cera
quente em qualquer lugar perto da minha vagina não parece divertido.

— É parte do negócio dos Disciples. Todas as mulheres têm que estar depiladas.

— Espere. O quê?

Ela revira o pescoço. — Eu sei. Tudo começou há anos. Como antes de ser moda a depilação. Os veteranos
raspavam as bocetas de suas mulheres. Agora é tradição, mas pelo menos pode ser depilada em vez de Blade
raspá-la, ou é isso que você quer?

Tropeço para trás, batendo na porta fechada. — Que porra é essa? Isso é verdade?

Ela acena com a cabeça. — Sim.

Observo enquanto ela mexe o que parece lodo verde escuro.

— Uso a cera da melhor qualidade. Não se preocupe, nem vai sentir. — Ela dá uma risadinha.

— Odeio todos vocês. Isto é muito estranho. Eles são como homens das cavernas. — Estou divagando, mas
nervosa.

Puxo meu short junto com a minha calcinha, subo na mesa e fecho meus olhos. Quando espalha a cera quente
em mim, pulo um pouco. Não dói, embora pareça quente. Então ela arranca, e quero dizer arranca, um pedaço
da minha pele. Pelo menos é o que parece.

Quase pulo da mesa. — Você está louca? Disse que não dói! Isso dói. — Estou olhando para ela e está sorrindo.
— Deus, você é como um elfo malvado.

Ela ri. — Vamos lá, você é durona. — Espalha a cera e passa novamente. — E é loira. Deveria ver quando tenho
que fazer o Doug me depilar. Portanto, não é justo ser morena e peluda.

— Ok, por favor, pare. — Cubro meus olhos enquanto ela continua a arrancar. Depois do que parece uma hora,
mas provavelmente são dez minutos, para e borrifa algum tipo de coisa q ue diz acalmar a vermelhidão, e estou
de volta em sua cadeira, onde está terminando meu cabelo.

— Perfeito. Vamos pegar tudo que você precisa. — Ela passa batom vermelho e pega a bolsa.

— Você está pronto, Doug?

— Eu nasci pronto. — Ele sai cambaleando da cozinha carregando a melhor bolsa que já vi.

— Então, já é quase meio-dia. Já que ela literalmente precisa de tudo, precisamos ir ao shopping. — Dolly está
verificando se tem tudo o que precisa para nossa excursão.

O Shopping. Eu me encolho. Nunca me senti confortável indo ao shopping. A única vez que fui com Marina,
parecia que todos estavam olhando para nós.

— Deus, se tivéssemos tempo, poderíamos levá-la para Fred Segal — Doug resmunga.

— Jesus Cristo, vocês dois. Levem-na ao shopping. Farei sua cliente às duas da tarde, mas pelo amor de Deus...
vão. — Jenny abre a porta, balançando o braço como um guarda de trânsito.

Dolly e Doug olham para ela e começam a rir enquanto tentam me agarrar. — Tchau, azedinha, volto mais tarde.
— Doug dá um beijo nela.

Todos nós nos amontoamos no carro esporte preto de Dolly. Ofereço-me para sentar atrás porque Doug é mais
alto. Eles discutem e riem o tempo todo. Eu quase gostaria que a garota azeda Jenny tivesse se oferecido para
me levar. Algo me diz que ela não se importaria que eu roubasse o shopping inteiro.

— Com manobrista. — Doug acena para os caras.

— Hum... então amei sua bolsa. — Olho sua bolsa. — Acho que é a primeira coisa que preciso: uma bolsa, uma
carteira. — Tento parecer casual, uma bolsa enorme é necessária.

— É uma Bloomingdales12. — Ele sai do carro, puxando o assento para que eu possa sair. Está ensolarado lá
fora. Amo LA. Passamos muitos invernos brutais no meio-oeste nos últimos dois anos. Era muito mais barato,
então quando Benny disse que era hora de voltarmos para o oeste. Fiquei emocionada. Odeio o frio.

Dolly e Doug passam pelas portas de vidro, e fico para trás já constrangida. Pelo menos meu cabelo parece
incrível, mesmo usando uma camiseta e shorts. A seção de bolsas e sapatos fica bem no local por onde
entramos.

Os meus olhos percorrem todas as lindas bolsas. Tantas bolsas, todas de cores diferentes. Pela primeira vez em
minha vida, quero poder entrar em uma loja como esta e não me preocupar com dinheiro. Entrar e comprar o
que eu quiser. Claro, eu roubaria algo. Quer dizer, tem que ficar atenta. Ando até uma enorme bolsa de couro
preto e quase babo. É fabulosa. Verifico a etiqueta de preço e quase pulo. — Puta merda — murmuro.

Doug a tira da minha mão. — Eu sei, mas é uma bolsa Marc Jacobs, então é cara. Quanto Blade deu a você?

— Não muito — quase grito.

Dolly pega a bolsa de Doug. — Você amou essa? — Ela arqueia uma sobrancelha finamente depilada para mim.

— Quem não gostaria, mas essa é uma quantia absurda para se cobrar por uma bolsa. — Penso em minha
enorme bolsa de dez dólares no meu trailer. Comprei na Target e pode conter uma carga de merda.

— Vamos pegar para ela. Farei Blade me dar o dinheiro. Afinal, ele é o rei e ela agora é sua rainha.

Enrijeço. — Não, não, não, tenho uma certa quantia que posso gastar e esta bolsa custa mais do que o que
tenho.

E de jeito nenhum gastarei a maior parte, quero acrescentar. — Quero algo como de Doug — digo, olhando sua
bolsa.

— Desculpe meu amor. Comprei em West Hollywood. Além disso, amou esta. Acho que Dolly está certa, nada
além do melhor para nossa rainha. Agora, que tipo de carteira quer? Podemos ficar com Marc Jacobs ou talvez…
oh sim, olhe para esta, é adequada. — Sorri ao apontar para uma grande carteira preta com uma caveira
dourada.

Levanto minhas mãos. — Gente, são incríveis, mas não tenho dinheiro para isso. — Eu me afasto apenas para
ter Doug me puxando de volta. Ele e Dolly me olham nos olhos. Não sei em quem me concentrar, então olho de
um lado para o outro.

— Primeiro, Blade nunca reivindicou uma mulher. — Dolly levanta um dedo. — Segundo, você é virgem. —
Inclina-se com olhos grandes. — Então, não se venda por pouco. Ele tem muito dinheiro. Nós levaremos essa
bolsa. Pegue uma carteira e vamos para os sapatos.

Fico olhando para ela, então Doug. — Quem são vocês?

— Amigos — ambos dizem, e começam a rir. Reviro meus olhos e aponto para uma carteira preta que tem o
mesmo logotipo da minha bolsa. A minha bolsa. Santo Deus, não consigo nem compreender ter algo tão bom. Se
alguém tentar roubá-la de mim, com certeza se arrependerá. Preciso pegar outra faca. Fico assustada quando
Dolly me entrega a bolsa e a carteira. Lentamente coloco a bolsa de couro preta em volta do meu ombro. A
minha mão acaricia o couro. — Uau, é tão macio.

— Couro italiano. — Doug bufa.

Enfio a mão no bolso e retiro discretamente meu precioso maço de dinheiro que Blade me deu e abro o zíper da
minha nova carteira. Tem o cheiro mais maravilhoso de todos os tempos. A verdade, Blade meio que cheira um
pouco como este couro. Olhando em volta, noto que a loja está bastante vazia, o que me faz respirar mais
facilmente enquanto coloco as centenas em minha nova carteira e coloco em minha bolsa.

— Ok, vamos fazer isso. — Estou pronta. Tenho uma bolsa assassina e estou pronta para atacar o shopping.

Compramos sapatos, maquiagem, sutiãs, calcinhas. Roupas, tantas roupas. Consigo roubar uma tonelada de
batons e calcinhas e um pouco de creme para o rosto. Estou me culpando, no final da nossa ida às compras, por
não ter ido ao shopping antes disso. É muito mais fácil roubar, ninguém realmente observa, e contanto que
pegue coisas que não tenham alarmes, pode sair com qualquer coisa. Entramos no carro de Dolly com todas as
minhas sacolas da Bloomingdales, Victoria's Secret, Topshop, Kiehl's e assim por diante. Tive que gastar a maior
parte do dinheiro, mas acho que ainda tenho quatrocentos ou quinhentos. Encontrarei esconderijo e começarei
a economizar. O que significa que preciso sair do complexo.

— Ei, acha que Blade me deixaria ter um emprego? — Inclino-me no meio dos bancos para poder falar.

Doug e Dolly estão fumando.

— Acho. Discuta isso com Blade. — Ela passa por uma luz amarela questionável.

— Bem, ele é confiável? Tipo se diz que fará alguma coisa, faz? — Olho minhas unhas.

— Você está de brincadeira? Se Blade disser que fará, ele fará. Ele não mente, não precisa.

Ela me olha pelo espelho. Jogo-me para trás contra o assento de couro quente e fecho os olhos. Tudo está indo
rápido demais. Ontem eu estava em meu trailer de merda me preocupando com tudo. Hoje estou sentada em um
carro esporte com roupas demais e uma bolsa de três mil dólares.

Esfrego minha têmpora e tento desligar a conversa incessante de Dolly e Doug. Se ao menos ligassem alguma
música. Quem não ouve música enquanto dirige?

Pensamentos sombrios tomam conta. Visões de meu pai e como parecia desesperadamente frágil. Um homem
quebrado. Ele era bom, amoroso, gentil, merecia mais. E talvez eu possa lhe dar isso. Pela primeira vez, ele
pode ficar confortável, ter lençóis limpos. Jesus, oxigênio que não faz o nariz sangrar seria um alívio. Dolly disse
que Blade não mente, então tenho que confiar nisso. Posso fazer isso, ser o que Blade quiser que eu seja,
contanto que meu pai não sofra. Ele é tudo que me resta.

Sou arrancada dos meus pensamentos mórbidos pela maldição de Dolly enquanto entra no beco perto do salão.
Ela salta para fora. — Vejo vocês lá dentro. Vou fazer xixi nas calças.

Doug ri enquanto me deixa sair e pega minha bolsa.

— Ei. — Empurro-o. — O que está fazendo? — Os meus olhos percorrem o estacionamento.

— Só vendo quão boa você realmente é. Entendo. Costumava ter o mesmo problema, mas cedo ou tarde, todo
mundo é pego. — Os seus olhos castanhos encontram os meus, em seguida, mergulham em minha bolsa.
Alcançando sua bolsa, ele me entrega um iPhone novo.

— Eu era como você, mas precisa ser inteligente. Não tente ferrar Blade porque você não pode. Ele é algum tipo
de gênio ou algo assim. Ele descobrirá todas as suas coisas e estará ferrada.

— Hum... — não sei como responder a esse cara. Os seus olhos castanhos parecem muito inteligentes para sua
idade.

— E este é um presente meu e de Dolly. Já programamos nossos números. Se precisar de mim a qualquer hora,
quero que saiba que responderei.

Pego a caixa e franzo a testa. — Obrigada, mas não posso... — Devolvo o telefone.

— Eu lhe disse, Eve. Era como você. Pegue o telefone. — Inclino a minha cabeça para dar uma boa olhada nele e
está realmente me deixando vê-lo: suas inseguranças, sua dor.

Balanço minha cabeça. — Por que fariam isso? — A emoção me atinge, quer eu goste ou não, e meus olhos
lacrimejam. Já perdi a conta de quantos iPhones roubei, mas este é meu primeiro presente em anos.

— Porque você precisa de um telefone. E às vezes dar a alguém um presente totalmente inesperado e
indesejado os faz se sentir bem. — Ele pega minha mão e coloca o telefone nela.

— Eu me importo. — Aponta em direção à porta. Dolly está quase pulando em direção ao carro. — Dolly se
importa e, neste mundo, ter algumas pessoas que se importam faz toda a diferença.

— Sinto que deveria pagar algo a vocês — digo, pegando minha carteira.

Ele me impede. — Algum dia, quando eu precisar. Um daqueles dias em que você olha para mim e vê que
preciso de um presente. Faça-o então. — Olha por cima da minha cabeça para Dolly. — Desculpe, já dei a ela. —
Ele pisca para nós e entra pela porta dos fundos do salão, suas botas esmagando o cascalho. Olho para o meu
novo telefone e para Dolly.

— Eu... não estou acostumada com isso.

Ela ri. — Vamos. Demorará um pouco para voltarmos com o tráfego. — Acomodo-me no banco da frente
recentemente desocupado, que ainda está quente pela presença de Doug.

Incapaz de olhar para ela, fico olhando para o logotipo da maçã branca na caixa. Abrindo, deslizo meus dedos
sobre a prata.

— Obrigada. — Sai áspero com um nó na garganta.

— Ele disse que já inserimos nossos números, certo? — Sorri enquanto olha para a estrada.

— Disse. — Seguro a alça de segurança em cima da porta enquanto ela corta alguém para entrar na rodovia.
Fico olhando para ela, mas nem parece perturbada com todas as buzinas. Respirando, cruzo as minhas pernas e
solto o aperto mortal enquanto o dia inteiro começa a cobrar seu preço. Esfregando minha testa, lembro a mim
mesma que serei a prostituta de Blade, então não há nenhuma maneira de eu ter qualquer culpa por gastar seu
dinheiro, mas agora não tenho tanta certeza. Dolly e Doug são realmente legais. Nunca tive amigos, tive meu
pai e Benny... até que não tinha mais. Nunca fui à escola porque viajamos por todos os Estados Unidos. A pouca
educação que recebi foi com a minha mãe antes de ela morrer e com meu pai quando teve tempo.

— Toda garota precisa de um telefone. E não se preocupe. Garantirei que Jason pague pelo serviço. — Acende
um cigarro e fecha nossas janelas. O ar quente acaricia minhas bochechas.

Ela ainda não está com o rádio ligado e odeio o silêncio, então preencho o espaço vazio com minha voz. — Qual
é o problema com Doug?

Ela inala e sopra pela janela. — Você sabe, família de merda, drogas e ser pobre. Conheci-o na escola de
Cosmetologia e nos aproximamos. Ele age como um louco, mas no fundo, Doug é um dos caras mais tristes e
leais que conheço.

Olho para ela. — Ele esconde bem.

Ela acena com a cabeça. — Esconde, e está melhorando, mas às vezes pode... bem, ficar bem sombrio. —
Balança a cabeça como se estivesse tentando apagar qualquer imagem que tenha passado por ela. — Então,
novamente, quem não tem momentos sombrios? Ele também foi meu maior apoiador quando estava com Edge e
me ajudou a superar o rompimento sem tomar um frasco de pílulas.

— Uau, isso é horrível. — Olho para a minha bolsa e, em seguida, para fora da janela, para o tráfego.

— Sim, o maldito amor dói. E estar apaixonado por um dos Disciples é como estar em um relacionamento com
uma estrela do rock ou atleta.

Admirando minhas unhas, que estão pintadas de um lindo rosa, me pergunto se a minha vida será assim em
breve.

— Está gostosa, a propósito. — Ela joga fora o cigarro na estrada.

— Obrigada. Foi tudo vocês, amigos. — Olhando para a minha camiseta rosa claro transparente e jeans skinny
preto, dou-lhe um pequeno sorriso.

— Isso não é verdade. Ajudamos, mas você definitivamente tem seu próprio estilo. — Ela me olha, fecha as
janelas e liga o ar.

— Estou obcecada por essas botas. Comprarei um par para mim amanhã.
Sorrio. — Sim, são fabulosas. E estavam em promoção. — Nós duas rimos. Estavam por quinhentos dólares, mas
são o que sempre sonhei em ter. Botas pretas de salto alto com cadarços. Impressionante.

— Então, Eve, não ficarei esta noite. Quero lhe dar um aviso sobre o que esperar e como lidar com a vadia da
Crystal. — Ela desce a rampa de saída e para em um semáforo. — Crystal existe há anos. É uma puta e uma
vadia. Dito isso, ela pensa que é a Old Lady de Blade, então vai pirar com você. — Os seus pequenos lábios em
forma de arco não podem deixar de sorrir.

— Você é tudo que ela não é e é por isso que é perfeita para Blade, mas se ela ficar desagradável, não tenha
medo de contar a Blade ou a um de seus rapazes. São todos leais e irão protegê-la. — Suspira. — Odeio dizer
isso porque o odeio, mas vá para Edge se Blade não estiver disponível. Ele vai protegê-la. Ele me deve, pelo
menos.

Bufo. — Por que me odiaria? Ele tem o seu pôster estúpido pendurado em seu quarto. Nós aceleramos por uma
rua campestre. Vejo um casal cavalgando. Olhando para trás, digo — Você viu isso?

Ela olha no espelho retrovisor. — O que, cavalos? Garota, estamos na área equestre. Verá cavalos o tempo todo.

Balanço minha cabeça. — Não entendo. Onde estamos? — Olhando em volta para o parque gramado pelo qual
estamos passando, as crianças brincam no campo e, com certeza, outro cara a cavalo se aproxima.

Ela ri. — Eu sei que é uma loucura, hein? O avô de Blade comprou suas terras quando saiu do Vietnã e foram
passadas de pai para filho. Esta área de Burbank tem lotes enormes, então há muitos cavalos.

— E não ficam chateados com os Disciples estarem aqui?

— Não, como eu disse, temos a terra há mais de sessenta anos e os caras são bons por aqui. Agora, em Hemet, é
uma história diferente. — Ela faz uma curva fechada na estrada de cascalho em direção ao complexo.

— Oh, ótimo, já posso sentir o cheiro da fumaça. Estão começando cedo.

— Então o que eu faço? Quer dizer, é uma festa, certo? — Olho em volta para as árvores altas e o gramado
exuberante, mordendo meu lábio.

Ela bufa. — Oh, é uma festa, certo.

Ficamos em silêncio enquanto me inclino para frente para apreciar a vista. Existem centenas de motos. Vejo
uma enorme fogueira e a música está tão alta que posso ouvir a batida em meu peito e ainda não abri a porta de
Dolly, mas o que é mais alarmante são as centenas de pessoas. Garotas vestindo saias, calças e coletes de couro,
outras em vestidos que uma stripper usaria. E o lugar está cheio de tantas barbas e tatuagens.

— Jesus — sussurro, olhando para minha nova roupa. Eu acho que deveria ter escolhido mais preto. Muitas
dessas garotas estão vestindo preto. Um grito alto vem da varanda. Um motoqueiro está carregando uma garota
com nada além de uma tanga. Ele grita como Tarzan.

— Cristo, nada muda — murmura Dolly enquanto estaciona o carro. — Vamos. — Relutantemente, abro a porta,
pegando todas as minhas sacolas. Tiro meu cabelo do rosto apenas para olhar para quase todos olhando para
mim.

— Ombros para trás, cabeça erguida — Dolly diz baixinho. Não tenho certeza se está dizendo isso para mim ou
para si mesma. Não importa, ambas fazemos isso. Axel, pelo menos acho que é Axel, pega as minhas sacolas.

— Obrigada.

Ele acena com a cabeça, me olhando de cima a baixo, depois abre um sorriso para Dolly que faria qualquer
mulher cair de joelhos.

— Você fez bem, Doll. Blade ficará satisfeito. — Olha-me de novo. Axel é quem me segurou ontem à noite. Só
agora posso dar uma boa olhada nele. O que significa que deve ser um dos rapazes de quem todas as garotas do
parque fofocavam. Com seu cabelo escuro e olhos azuis, ele é definitivamente gostoso do jeito de um menino
bonito, bem, além de suas tatuagens.

— Você está bem? — Ele me encara.

— Sim, estou bem. — Pega olhando para ele, estou irritada.

Ele guia-nos pela grande casa em estilo de fazenda. Tento olhar em volta, mas está cheio de motoqueiros, então
tudo que vejo são barbas e seios. Ele para em uma porta dupla, bate e nos deixa entrar. Pegando o resto das
sacolas de Dolly, nos deixa em uma grande sala com toneladas de arte ruim e mapas, junto com uma longa mesa
retangular de madeira e um monte de cadeiras. As paredes são marrons com o logotipo dos Disciples em todos
os lugares. Dolly se joga em uma das cadeiras cruzando as pernas. Fico de lado levemente em estado de
choque. Eu não tinha ideia de que esse MC era tão grande.

— Quantos homens estão no Disciples? — Sussurro.

— Não sei. Muitos. Por que estamos sussurrando?

Nervosa de repente, lanço a ela um olhar de lado. Ele está vindo. Posso senti-lo. É estranho, mas meu corpo
parece sempre formigar quando ele está perto. Com certeza, a porta se abre e lá está ele – uma garrafa de Jack
Daniels em uma mão e um braço em volta da ruiva do pôster com a outra. Cambaleando, quase desabo na
cadeira, mas de alguma forma consigo ficar de pé. Atrás dele estão Edge e Axel.
Dolly pula de pé e agarra minha mão. Quase rio porque com meus saltos e todos os caras gigantes na sala, sua
forma pequena não é tão ameaçadora, é cômica, mas estou grata por tê-la, então aperto sua mão.

Blade para e lentamente, seus olhos verdes me perseguem do topo da minha cabeça aos meus sapatos, se
demorando na minha boca e seios.

Crystal se aninha em seu peito. O seu cabelo tingido de vermelho é horrível e poderia dar muito trabalho à
Marina. Com toda a maquiagem pancake13 que está usando, poderia tomar um banho e adoraria lhe dizer isso. E
então ele sorri, e paro de respirar por um segundo porque Blade tem os dentes mais brancos e retos que já vi. É
quase injusto. Ninguém deveria ter esse tipo de sorriso.

— Dolly, você é incrível. — Os seus olhos não deixam os meus. — Anjo, por que não vai para o nosso quarto.
Estarei lá mais tarde. — Estou congelada. De todas as coisas que pensei que ele diria, essa não era uma delas.

— Humm. — Luto para respirar e me mover.

Ele solta a ruiva e coloca a bebida na mesa.

— Você pode soltá-la, Dolly. — Ele tira minha mão e levanta meu queixo. Como uma brisa suave, roça meus
lábios nos dele.

— Vá lá para cima. — É uma ordem e me tira do meu torpor. As minhas pernas tremem e estou confusa com os
sentimentos que esse homem desperta em mim.

Viro-me para Dolly e aceno com a cabeça, em seguida, consigo me mover.

SETE
Blade/Jason
Eu a vejo sair. Há algo sobre a maneira como Eve se move que gosto. Com um suspiro, removo as garras de
Crystal do meu braço.

— Preciso falar com Dolly.

Os seus olhos castanhos piscam para mim como se quisesse discutir, em vez disso, ela cola um sorriso de
plástico e balança para fora. O andar de Crystal não faz nada por mim. Enquanto ela bufa e fecha a porta, viro
para Dolly.

— O que aconteceu hoje? Você comprou tudo para ela?

Ela olha por cima do meu ombro para Edge e depois para Axel. Olho para eles.

— O quê? Existe algum grande segredo?

— Na verdade, sim. Sim, existe e gostaria de falar com você em particular. — Ela planta as mãos nos pequenos
quadris e inclina sua linda cabeça de duende para mim.

Os meus homens bufam. — Ok, ouviram nossa princesa. Ela precisa de uma palavra em particular. — Axel
empurra a parede e sai, enquanto Edge arrasta seus pés, ainda resmungando enquanto fecha a porta.

Eu caio na minha cadeira e coloco minhas botas sobre a mesa, entrelaçando meus dedos sobre meu abdômen.

— Desembuche e me dê o Jack. Eu mal tomei um gole.

Ela se joga em uma cadeira ao meu lado e bate a garrafa com força na mesa.

Levanto uma sobrancelha. — Fale. Estou perdendo a paciência.

— Por que a trouxe aqui? Comprar todas essas coisas para ela, marcá-la? — Os seus braços estão animados e
seu rosto está ficando vermelho. Dolly sempre me lembra da Smurfette ruim quando fica excitada. — Só para
continuar transando com a Crystal? — Cospe.

Pego a garrafa de Jack, desatarraxo a tampa e tomo um longo e profundo gole. Essa primeira queimadura me
deixa quente e feliz por um momento.

— Dolly, nem conheço aquela garota. Ela é linda pra caralho e seu pai é um bom homem que está morrendo.
Então, ao invés de ter que colocar uma bala na sua cabeça na frente dela, a reivindiquei. — Dou outra tragada
na garrafa. Disse essas mesmas palavras há menos de uma hora para uma Crystal chorando. Quanto mais digo-
as, mais fácil é acreditar nelas. Não que eu deva à Crystal uma explicação. Fui honesto com ela desde o
primeiro dia, mas as mulheres são muito loucas. Só ouvem o que querem.

Dolly pula e começa a andar. A placa da Bud Light pisca atrás dela. — É tão mentiroso, Jason. Eu o conheço há
muito tempo. Se pensasse que Eve era apenas bonita, a teria dado a outra pessoa. Você a reivindicou! E ela é
boa demais para você. — Bate uma das minhas botas para fora da mesa.
— Cristo. — Inclino minha cabeça para trás e olho para o teto amarelado. — Juro por Deus, não preciso disto
esta noite. O que aconteceu para fazê-la se apaixonar por ela? — Estalo.

— Muitas coisas. Ela é inteligente, embora mal saiba ler.

Estremeço deixando cair minha outra bota no chão com um baque. — O quê? — Não sei por que meu coração
está batendo rápido. Mal conheço essa garota, mas a escola foi fácil para mim. Ler é um dos meus prazeres
culpados que ainda me permito. Isso me mantém humano quando esta vida quer tirá-lo de mim. Se não sabe ler,
preciso ensiná-la.

Dolly levanta as mãos. — Ela consegue ler, mas acho que nunca foi à escola. Nunca teve amigos e é virgem,
Blade! — Ela não deveria querer ter dito isso porque suas bochechas vermelhas empalidecem
instantaneamente.

O silêncio na sala é quebrado apenas pelo zumbido das placas de cerveja suja que cobrem as paredes.

Esfrego o rosto com as mãos e começo a rir. — Ela é uma merda de rato de parque, uma cigana. Se acredita que
ela é virgem, então você foi enganada.

Ela se joga de volta na cadeira e cruza as pernas.

— Aqui. — Balançando minha cabeça, entrego a ela a garrafa de Jack Daniels.

Ela toma um gole e estremece. — Deus, odeio essa merda. — Ele respira fundo porém. — Tudo bem, tanto faz,
vai descobrir de qualquer maneira. Isso ainda não isenta você de tirar sua chance de nos ter como uma família.
Precisa chutar aquela vadia feia da Crystal para a sarjeta. — Ela cruza os braços.

— Eu sei quão louca Crystal pode ser e sei que Edge estragou tudo, mas ela merece mais do que levar um chute
para a sarjeta.

— Não, não merece. — O seu rosto está completamente inexpressivo.

Não posso deixar de sorrir. — Tanto faz, Dolly, você não é minha mãe e se quero transar com várias mulheres e
manter Eve na minha cama todas as noites, não é da sua conta.

— Mas…

— Já acabei. O que mais?

— Ela é uma clepto.

— Uma o quê? — Mais uma vez, silêncio além do zumbido.

— Uma cleptomaníaca. Sabe, alguém que tem que roubar. Mesmo se tiverem... — Eu a cortei.

— Eu sei o que é uma maldita clepto, Dolly. — Inclino-me para trás. Que porra é essa? — Como sabe? Quero
dizer, acabou de conhecê-la, pelo amor de Deus.

— Oh, pare. Está me insultando — responde e toma outro gole. Desta vez, seu estremecimento é quase
inexistente.

É difícil, de repente, não rir. — Então, está me dizendo que nas cinco horas que passou com Eve, ela confessou
ser uma virgem de dezoito anos que mal sabe ler e que é cleptomaníaca? — Rio desta vez. — Bem, vejo por que
você queria Edge fora da sala.

— Tanto faz, Blade. Você se arrependerá.

— Eu já me arrependi! Acordei arrependido. — Esconde-se na cadeira e me sinto culpado por gritar com ela. É
como gritar com sua irmã.

— Ei, Prez, temos um problema. — Ox enfia a cabeça para dentro. Deve ser ruim se ele não bateu.

— O quê? — Estalo, uma sensação de desconforto subindo pela minha espinha. A minha mão vai para minha
lâmina na minha bota.

— É sua... é a Eve. — Estou fora da porta em segundos, Dolly nos seguindo.

— O que aconteceu? — O meu coração bate em minhas têmporas, a adrenalina como uma droga enchendo
minhas veias.

— Bem, isso. — Empurra a porta da cozinha. Eve está de pé no meio da sala, seu cabelo cor de mel caindo em
cascata sobre os ombros. O seu rosto nunca esteve mais bonito. Infelizmente, segura uma faca de açougueiro
gigante para Edge, Axel e um Dewey sangrando.

Durona soa em minha cabeça. O meu desejo primitivo de acasalar com ela quase me distrai da cena a minha
frente.

— O que diabos está acontecendo aqui?

Ela se vira para mim, com a mão firme enquanto sibila — Esse porco tentou me beijar — e aponta para Dewey.
O seu pai, Gunner, é um dos veteranos. Dewey é um novato, claramente bêbado e precisando de pontos se seu
abdômen sangrando está tão ruim quanto parece.
— Ela me apunhalou — lamenta, apertando o estômago.

— Uau, Eve, não tinha ideia de que era tão boa com uma faca — Dolly fala atrás de mim.

— Anjo. — Levanto as minhas mãos. — Abaixe a faca, querida. Ninguém vai machucá-la.

— Sério? Não consigo nem andar pelo corredor sem seus rapazes dizendo coisas nojentas. E esse cara tentou
me beijar e esfregou seu pau nojento em mim. — Aponta a faca afiada para Dewey, que volta para Edge.

— Ei, Eve? — Dolly entra na conversa por cima do meu ombro. — Pode ir em frente e cortar o pênis de Edge?
Ele já usou o suficiente.

Viro-me e olho para ela. Ela encolhe os ombros.

— Apenas dizendo.

— Porra, Dolly. — Edge joga as mãos para cima e sai pisando duro.

— Não vai acontecer, nunca mais — ela canta depois dele.

Suspiro e esfrego a nuca olhando para Axel, que está de pé com os braços cruzados, o rosto contorcido de
preocupação.

— Bem... tenho que acordar cedo, e parece estar ocupado. Então, vou cair fora. — O rosto sorridente de Dolly
me faz cerrar os dentes. — E Eve? Bem-vinda à família. — Ela bate à porta ao sair.

— Dewey? — Ele olha para cima, seu rosto cheio de dor e remorso.

— Você tocou no que é meu? — Eu amo Dewey... tenho uma grande queda por ele, mas não pode tocar minha
mulher. Não me importo se está um pouco aborrecido que o normal.

— Eu não sabia. Tem que acreditar em mim. Pensei que estava com Crystal — lamenta novamente e ergue uma
mão ensanguentada para Eve. — E ela é tão linda, cheira bem e...

— Ela é minha, Dewey. Você estragou tudo, mas está sangrando por toda a cozinha de Amy. Acho que devemos
encontrar alguém para costurá-lo. Doc já está aqui? — O meu olhar se move para Axel, que encara Eve quase
perplexo.

— Não sei. Tenho me assegurado de que Dewey não seja mais fatiado por sua gata selvagem.

Viro-me para Eve.

— Pelo amor de Deus, abaixe a faca. Prometo que está segura, e cuidarei disso agora. — Agarro seu pulso e
torço levemente observando a grande faca tilintar no chão. Puxo sua cabeça com força contra o meu peito,
mantendo-a parada.

— Parece que me lembro de tê-la avisado o que faria se puxasse uma faca para mim novamente. — Ela tenta se
mover, mas aperto com força sentindo seus seios no meu peito.

— Não puxei uma faca para você, puxei para ele. — Nós dois olhamos para um Dewey angustiado e sangrando.

— Cristo, ele é lento, Eve. — Os seus olhos ficam enormes e antes que ela possa falar, acrescento — Ele deveria
saber melhor. Concordo.

Olho para Axel, que levanta uma sobrancelha escura para mim. — Dewey, quero ver você amanhã de manhã.

— Claro, Prez. E sinto muito. Só queria uma garota bonita.

Concordo.

— Vá com Axel, e veja se Doc está aqui. Ele vai costurá-lo.

— É isso? Pensei que você disse que ninguém me tocaria além de você? — Provoca, seus olhos lançando punhais
azuis para mim.

— Acho que esfaqueá-lo no abdômen é o suficiente, já que ele não a machucou. — Pego seu braço e a arrasto
para a porta da frente, ignorando os rostos atordoados enquanto todos nós passamos. AC/DC está explodindo e
ainda não está totalmente escuro. A grande fogueira, a bebedeira e a devassidão começaram. Balanço minha
cabeça para Crystal, que começa a se aproximar. Ela para, mas me encara. O que há com as mulheres na minha
vida esta noite?

— Posso ter a atenção de todos? — Grito acima da música e risos. A multidão se vira. Gritos altos e risos de
Dewey continuam. Levanto minha mão.

— Eu sei que acabei de voltar e muitos de vocês podem não ter ouvido, mas essa — arrasto uma Eve se
contorcendo a minha frente — é minha! — A música foi abaixada, e o barulho alto cuspindo fogo e pés se
arrastando são tudo que ouço enquanto meus rapazes e as mulheres acenam com a cabeça.

— Bom, continue.

Uma grande ovação sobe e todos começam a se mover para encontrá-la.


— Que porra é essa? — Quando se inclina para trás contra meu peito, envolvo minhas mãos em volta de sua
cintura pequena. Não consigo evitar, então enterro meu nariz em seu pescoço.

— Feliz? Acabei de fazer você, minha rainha. — Ela suga um pouco de ar e seus lindos olhos azuis são do
tamanho de pratos. Ryder está ao nosso lado, as suas mãos se certificando de que ninguém chegue muito perto
enquanto Eve franze a testa para todos.

— Você está bem? Eu deveria estar lá. Sinto muito. — Ryder olha para mim.

— Por favor. — Ela revira os olhos. — Posso cuidar de mim mesma — murmura.

Rio. — Você pode mudar de ideia esta noite. — Ela me encara.

Vejo Doc perto de um limoeiro, olhando para Dewey. Ele acena para mim.

— Vamos, Anjo. — Ela suspira como se fosse um inconveniente.

Os meus lábios se contraem. — Um pouco durona — digo, apertando sua mão. — Sou o único, porém que tem
permissão para brincar com facas, garotinha. — Entrelaço nossos dedos, pego uma garrafa de Jameson e a
arrasto para o nosso quarto.

Nosso quarto.

Jesus, se meu pai e meu irmão pudessem me ver agora, tenho certeza que estariam revirando em seus túmulos.

Abro a porta e ela vai direto para o banheiro. Ouço o chuveiro ligar.

Abro a garrafa de uísque irlandês, acendo o cigarro e olho para o meu quintal, que está iluminado por luzes
estúpidas que algumas das esposas achavam que pareceriam festivas. Outra fogueira e um bando de
motoqueiros bebendo e rindo. Olho para a piscina e com certeza, cerca de quinze casais estão nela. Dou uma
tragada e faço uma anotação mental para limpá-la amanhã.

O chuveiro desliga e ouço a porta se abrir. Sem me virar, ainda sinto sua ansiedade. Cristo, talvez Dolly esteja
certa e ela seja virgem. Não que faça diferença. Vou transar com ela de qualquer maneira, mas torna as coisas
confusas. A última coisa que quero é ser o seu primeiro. Sinceramente, gosto de mulheres mais velhas e
experientes que não têm nenhuma expectativa em relação a mim, além de gozar e ir embora. Uma virgem
complica as coisas. Dou outra longa tragada e me viro para olhar para ela enquanto apago meu cigarro. Está de
pé em uma das minhas camisetas, suas longas pernas bronzeadas brilhando como se colocasse loção nelas.

O seu rosto está rosado com o calor do chuveiro e literalmente brilha. Inalando, sorrio enquanto seu cheiro de
coco enche minhas narinas. Ela olha para seus pés, então diretamente para mim. Uma carga passa por mim
quando olho em seus olhos azuis do oceano.

— Venha aqui.

Ela engole em seco e avança alguns passos, em seguida, respira fundo. Isto empurra seus seios para fora e
meus olhos não podem evitar, mas caem para seus mamilos. De repente, quero essa mulher mais do que alguma
vez quis qualquer coisa. Para a cerca de um braço de distância e pisca para mim.

— Mais perto.

Mais um passo e sinto sua temperatura corporal se infiltrar em mim. Alcançando seu pescoço e cabelo, puxo-a
em meus braços. A sua respiração suave é ligeiramente irregular.

— Está com medo, Anjo? — Ela balança a cabeça negativamente.

— Não?

— Não — sussurra.

— Você é virgem, querida? — Os seus olhos estão enormes enquanto balança a cabeça lentamente, negando.
Corro meu nariz contra sua bochecha. Respirando, estou tão duro que minhas calças doem.

— Desabotoe para mim. — Ela pisca, mas seus olhos permanecem focados na minha boca. Quase digo isso de
novo, mas graciosamente pega o botão e o abre.

— Zíper.

Ela morde o lábio inferior e inclino minha cabeça para trás para não agarrar sua cabeça e forçá-la a ficar de
joelhos. Não consigo me lembrar de uma vez em que tenha me sentido tão possessivo, quase primitivo em
relação a uma garota. É como se eu mal pudesse me conter. O meu zíper desliza e empurra meu jeans para
baixo sem que eu diga a ela.

Mais uma vez, ela engole seu nervosismo, me fazendo desejá-la ainda mais. Pego a barra da minha camiseta e a
levanto pela cabeça. O seu cabelo cai sobre os ombros e seios como uma cachoeira de mel dourado.

— Vou comer você. Chupar e fodê-la.

Ela prende a respiração como se estivesse se preparando para pular em uma piscina. Eu tiro minhas botas, em
seguida, tiro minha calça jeans.

— Expire, Anjo. Eu ainda transarei com você, mesmo se desmaiar.


Isso a faz respirar. Ela aperta os olhos como se estivesse pensando em fugir. Os seus olhos vagam pelo meu
corpo e não posso deixar de rir. Dolly pode estar certa. Eve está com medo. Pode realmente ser virgem, mas
mentiu para mim, então vou tratá-la como uma mulher. Eu a pego e suas pernas envolvem-se ao meu redor,
enquanto ando até a cama, ambos caindo na maciez felpuda. Fixando as mãos no topo da cabeça, mordo seu
lábio inferior inchado. Enquanto ela ofega, lambo e chupo aquele lábio suculento e deixo com um pop. A minha
mão segura seu seio farto, meu polegar áspero esfrega seu incrível mamilo rosa opaco.

— Jesus Cristo, vi muitos peitos, mas estes são de longe os melhores. Olhe para esses mamilos de merda. —
Gemo enquanto agarro o outro e chupo com força. Um gemido sai dela, e agarra o edredom enquanto seus
olhos se fecham. A sua respiração vem em assobios curtos.

— São sensíveis? — Mordo um levemente.

— Muito sensíveis.

Espalho minha mão grande, bronzeada e tatuada em sua barriga lisa. A sua pele dourada é cremosa e sedosa.
Esfrego minha mão para cima e para baixo em seu seio e em sua barriga até que ela choramingue.

— Você é perfeita — rosno e tomo sua boca. A minha língua procurando a dela, mal a deixo respirar. A
necessidade de quase roubar seu próprio fôlego me tenta.

— Abra suas pernas, Anjo.

Ela está ofegante, mas eu também. Não sou de me negar o prazer e essa garota me dá um prazer diferente de
qualquer outra pessoa.

A sua cabeça se vira no travesseiro enquanto obedece. O meu sangue está batendo forte e quase levanto mais
suas pernas e afundo meu pau vazando em sua boceta rosa bonita. Belisco os seus mamilos, em vez disso, e faço
o meu caminho entre suas pernas. Levanto-me e a agarro como se não pesasse nada, então me ajoelho no meu
tapete inalando sua boceta.

— Cristo, você cheira bem. Alguém já comeu sua boceta antes?

Jogando a mão sobre os olhos, balança a cabeça negativamente.

Sorrio. — Isso são vários “não” de sua parte. Veremos se não consigo ouvir algum sim. — Eu quero beijar
suavemente essa maldita boceta, mas seu pequeno clitóris é rosa brilhante e suas dobras me tentam. Abro-a
mais e ataco. Eu a fodo como se não tivesse uma boceta há anos. Lambo seu caroço doce com tanta força que
está torcendo e empurrando meu edredom marrom, que já está ficando bastante molhado.

— Oh meu Deus... acho...

— Deixe-me ouvir, querida. Quando transo com você, fodo você, pode falar tão alto quanto quiser quando gozar.
— Adiciono meu dedo médio dentro dela. Ela levanta os quadris para o meu rosto enquanto seu corpo começa a
tremer. Levanto e me aprofundo sentindo aquele ponto áspero que a manda até o limite. O seu clitóris pulsa e
sua boceta aperta meu dedo como um torno que não quer se soltar. Quando bombeio um pouco mais e meu dedo
vai fundo, ela grita.

Aí está, sinto. Ela mentiu. É uma maldita virgem. Quero ficar chateado, mas em vez disso, estou possuído. Além
de me importar, preciso do meu pau latejante dentro dela. Mesmo se for devagar, doerá. — Enrole suas pernas
ao meu redor, Anjo e se quiser gritar, eu aguento.

Os seus olhos estão pesados e não paro. Coloco meu pau grosso em sua umidade escorregadia. Apenas a ponta,
esfrego seu clitóris inchado com meu pré-gozo e sua umidade e ambos gememos.

— Merda. — As minhas costas e pescoço estão cobertos de suor. Tenho um pau grosso. O meu tamanho está
acima da média, mas é com a espessura que precisa se acostumar. Empurro um pouco mais longe e ela é tão
apertada e pequena que gemo de puro prazer. As minhas bolas apertam e mal posso esperar.

Ela é minha. É toda minha.

Conforme mergulho nela, congela, aperta, e aquela barreira se desfaz. Nunca sentirei nada assim novamente.
Rasgou e algo dentro de mim também. Cubro seu grito com meus lábios. Beijando-a, acalmando-a enquanto a
seguro, deixando-a se ajustar. Limpo o cabelo de sua testa com a minha mão.

— Achou que eu não saberia? — Olho para seus olhos cheios de lágrimas, mas não derramam.

— Isso realmente doeu. Apresse-se e termine, por favor.

Agarro seu queixo. — A primeira vez é uma droga, e sou grosso, mas vai se ajustar. Eu sinto que já está me
levando.

Puxando, deslizo lentamente para dentro dela novamente, observando-a enquanto morde o lábio inferior.

— Eu só gosto da sua boca. Isso queima — sibila.

— Beije-me, vai adorar esse pau em breve. — Levanto sua bunda para que possa entrar o mais fundo que puder.
Cristo, quero rastejar dentro dela. Começo a empurrar ainda me segurando para não machucá-la mais do que já
fiz.

— Jesus Cristo, é apertada e intocada. — Balanço dentro dela. — Está me sentindo? Estou dentro de você. Você
é minha, querida — gemo em seu ouvido.

O meu corpo está tão vivo. A sua boceta molhada me permite ir mais fundo e o aumento de sua respiração me
diz que o pior já passou para ela. Enquanto ela cava suas unhas nas minhas costas, me inclino e chupo seu
pescoço. Com a cabeça girando, a solto, sabendo que deve estar dolorida. A minha liberação derrama para fora
de mim como a porra de um vulcão explodindo em êxtase. As vibrações vão até os dedos dos pés. O meu corpo
estremece e desmorono ainda pulsando dentro dela.

— Porra. — Rolo para a minha direita para que ela possa respirar e eu possa recuperar o fôlego. Jogo meu braço
sobre sua barriga enquanto tento me concentrar.

Talvez fosse porque ela era tão apertada e quente por ser virgem, mas nunca tive um sexo tão intenso assim.
Precisando dela, a puxo para cima de mim. Ela deita a cabeça no meu peito e suspira.

— Vamos nos limpar — sussurro enquanto acaricio suas costas sedosas.

— Hmmm? — A sua mão alcança meu pescoço enquanto se aconchega mais em mim. E aperto meu braço ao seu
redor. O meu corpo está vivo, querendo voltar para dentro dela. O meu pau endurece precisando de sua boceta
como se fosse uma droga tentadora. Ela terminou, então respiro seu perfume.

— Em um minuto, Ok? — A sua respiração regular e seu corpo flácido são muito bons. Como se fosse feita para
mim, seu corpo se encaixa no meu. Preciso me levantar, então a rolo, observando enquanto se enrola no
edredom. Pegando meu telefone, me certifico de que não há mensagens urgentes. Nada além de mensagens de
ódio bêbada de Crystal. Dolly está certa, preciso lidar com ela.

Eu quero Eve. Instintivamente, soube assim que entrei no trailer de merda de seu pai, dois dias atrás. Ligo meu
telefone no carregador da minha mesa de cabeceira, tranco a porta, apago as luzes e deslizo de volta para a
minha cama ao lado da minha garota quente. Puxo-a de volta em meus braços e fecho meus olhos, o sono vindo
facilmente.

OITO
Eve
— Eve. — A voz rouca e grossa vem de algum lugar acima de mim. Com um baque, algo pousa em minhas
pernas enquanto pisco para acordar. Há uma caixa no meu colo. Grogue, me sento.

— Deus. — Esfrego meus olhos. — Dormi. Deve ser esta cama. — Sério, dormi melhor nos últimos dois dias do
que nunca. Coloco minhas mãos na cabeceira e me estico e tudo volta rugindo como uma onda gigante batendo
em mim. Há uma boa chance de meu rosto estar vermelho como uma beterraba. Pegando o edredom, puxo-o
contra o peito. Sinto nosso cheiro e sexo.

Gemendo, mordo meu lábio de vergonha. Imagens da noite passada me inundam e quero puxar o edredom
sobre a minha cabeça, mas sou uma adulta, então preciso olhar para ele. Jesus, ele é literalmente um deus
grego com um pau gigante, infelizmente.

E está olhando para mim, sua carranca fazendo meu coração bater forte por causa do bad boy gostoso que é.
Preciso me recompor. A próxima coisa que sei é que gostarei dele ou algo assim. Ele aperta um cigarro apagado
entre os lábios carnudos.

— Preciso que se levante e pegue isso imediatamente. Suponho que não está fazendo controle de natalidade?

Afasto-me até minhas costas atingirem a estrutura da cama e olho para a caixa que ele jogou para mim. Uma
pílula do dia seguinte, perfeito.

Não posso deixar de rir. — Sentindo-se culpado? Desculpe desapontá-lo, mas sou religiosa e se Deus quer que
tenhamos um bebê bem... acho que é à vontade Dele. — Sorrio docemente para ele. A sua mandíbula começa a
se contorcer enquanto inclino minha cabeça observando o jogo de emoções em seu rosto bonito. Talvez seus
dentes rasguem a ponta do cigarro como um leão preso a sua vítima. Lentamente traz seu isqueiro e o
movimento rápido preenche o silêncio. É impossível não sorrir para ele. Que idiota arrogante. Quase tenho
vontade de dizer, “Quando se joga, paga-se”, mas pode me estrangular. Por que arriscar? Eu não o conheço
muito bem.

Ele passa a mão pelo cabelo cor de trigo. — Eu nunca deixei de usar camisinha. A noite passada foi...
inesperada. Tome a pílula ou enfiarei em sua garganta.

Jogando o lençol de cima de mim, me levanto. Os seus olhos percorrem todo o meu corpo e seus punhos cerram.
Sorrio de novo enquanto o sol enche a sala, e me pergunto que horas são.

— Acho que deveria ter pensado nisso antes de me rasgar. Não tenho ideia de porque todas as garotas estão
ofegantes atrás de você como cadelas no cio. Isso é horrível. — Aceno minha mão em sua virilha. Os seus olhos
se estreitam, e acho que ouço seus dentes rangerem, mas não posso ter certeza, já que estou quase no
banheiro. A sua bota preta me impede de bater à porta e empurra a caixa do Plano B em sua grande pia.

Ele acena com a cabeça. — Pegue ou então vou fazê-la tomar contraceptivos — rosna.

Mais uma vez, meus lábios se contraem. Depois da noite passada e da dor de seu pau gigante, isso é quase uma
vingança. Quase!
— Não. Não precisamos me dar controle de natalidade. Não tenho intenção de fazer sexo com você nunca mais.
Uma vez foi o suficiente. — Bufo e aponto para seu pênis. — Problema resolvido. — Lanço para ele um grande
sorriso.

Ok, tornei isso pior do que era. Sim, ele tem um pênis absurdo, mas gozei com mais força do que jamais
imaginei com sua boca e dedos. Tremo com a sensação de sua língua lambendo meu clitóris.

— Não pode ser tão ignorante. Tem qu e saber que a primeira vez dói. Rasguei o seu hímen. — Ele me olha
como se eu fosse burra. E por alguma razão, odeio isso. Mantendo minha cabeça erguida, ligo o chuveiro e
entro, nem me importando se está frio como gelo. Felizmente está morno e depois quente e tento fingir que ele
saiu. Apreciando meu novo gel de banho e xampu, levo meu tempo. Estou surpresa por não estar tão dolorida.
Quer dizer, estou dolorida, mas ainda assim, se quisesse fazer aquela coisa com a língua no meu clitóris, não
diria não. Não tenho a chance de pensar sobre isso porque Blade desliga a água e me arrasta para fora.

— Está louco? — Empurro meu cabelo molhado para trás tentando torcer. — Preciso de uma toalha. — Ele me
bloqueia e quero bater o pé.

Ele agarra a caixa, rasga-a e empurra a pílula para mim.

— Pare com isso. — Viro-me e percebo que ele não está brincando e forçará aquele comprimido em minha
garganta se eu não tomá-la.

— Não preciso da pílula — grito para ele enquanto dou um tapa em sua mão. — Não posso engravidar, seu
idiota. Embora possa me levar a uma clínica para que eu possa ver se estou cheia de gonorreia do seu pau sujo.
— Ele dá um passo para trás, obviamente não esperando por isso.

— Que porra está divagando? É jovem e saudável. Pode engravidar. — Ele me entrega a pílula.

Devolvo então. — Pegue isto. Eu não posso. Quando tinha doze anos, tive apendicite. Quando a minha mãe
drogada me levou ao hospital, havia estourado. A bactéria entrou em minhas trompas de falópio. — Estou
gritando, mas finalmente está ouvindo. — O médico que fez a cirurgia disse que sou estéril. Então, veja, você
precisa daquela pílula mais do que eu. — Passo por ele, lágrimas quentes ameaçando cair. Nunca penso sobre
isso porque é algo que foi tirado de mim e, assim como em toda a minha vida, odeio me sentir como uma vítima,
mas de vez em quando...

Mãos fortes e quentes me puxam para dentro de sua camiseta com um cheiro delicioso. Fofo, temperado e com
um toque de fumaça. É Blade e está começando a se tornar familiar.

— Sinto muito. Sou um idiota. — Acaricia meu cabelo.

Balanço minha cabeça. — Não é grande coisa. — A minha voz traiçoeira falha.

Ele suspira. — Tão durona. — É tudo o que diz e é perfeito. Não está tentando dizer que está tudo bem ou que é
uma merda, está me segurando forte e deixando minha verdade vir à tona. As lágrimas que estive segurando
por anos, dias, minha vida inteira, finalmente transbordam. E choro, suspiros gigantes de tristeza. Tristeza com
meu pai, minha mãe, Benny e a verdade de que nunca serei mãe.

Ele me levanta e me leva para a bagunça da cama. Olhos embaçados, pisco enquanto ele tira a camiseta. As
suas mãos quentes acariciam minhas bochechas. Os seus lábios beijam minhas lágrimas que não param. É como
se uma vez que a barragem rompesse, estivesse destruída.

— Beije-me. Apenas fique comigo. — A sua língua quente gira em torno da minha. As suas mãos seguram meu
queixo, seus olhos vagam pelo meu rosto. Agarro seus ombros enquanto procuro sua boca, meu núcleo
instantaneamente se tornando molhado e escorregadio. O meu corpo estremece enquanto tremo e a
necessidade pura assume o controle.

Eu o quero. Estou um tanto chocada com isso. Ele lambe minhas lágrimas e gemo quando sua grande mão se
move para o meu seio, seguindo seus lábios. Enquanto meus mamilos se esticam em sua direção, ele agarra
meu seio e o massageia. A sua boca está na minha enquanto abro para sua língua. Puxo seu cabelo e ele morde
meu lábio.

— Vou ensiná-la tudo que gosto. — A sua língua lambe minha orelha até meu pescoço enquanto me chupa.

— Blade. — Largo minhas mãos no lençol enquanto empurro minha cabeça para trás, dando a ele acesso total
ao meu pescoço.

— Porra, querida, você gosta, não é?

Não há necessidade de responder porque seu polegar está mergulhando dentro de mim e esfregando meu
clitóris. Os meus olhos se abrem enquanto olho para as minhas pernas abertas e seu braço tatuado e dedos me
fodendo.

— Oh, meu Deus. — Estou me esfregando em sua mão. Ele pega dois dedos e os enfia dentro de mim enquanto
me ouço dizendo — Sim.

Arrastando-os para fora, ele os esfrega rudemente no meu clitóris e tenho que soltar o lençol enquanto agarro
seus bíceps musculosos. Estou choramingando. O meu núcleo pulsa quando minha mão agarra seu pulso forte, e
não sei se estou tentando impedi-lo ou encorajá-lo.

— É isso, Anjo. Abra esses olhos azuis e me deixe vê-la gozar. — Os meus olhos voam para os seus verdes
escuros enquanto meu corpo estremece e pisco enquanto pontos escuros dançam na frente dos meus olhos, o
prazer é tão intenso que posso gritar.

— Porra, sim... olhe para mim. — O seu olhar pousa em mim enquanto estremeço e aperto, seus dedos imóveis
no meu clitóris inchado.

— Olhos em mim. Quero te olhar quando fodê-la. — Pisco de novo quando tira a mão e desabotoa as calças. Ele
não está usando cueca e seu pau grosso se estica em minha direção. Quero recuar, mas está se acariciando.
Lambo meu lábio na inchada cabeça de cogumelo rosa. Quase alcanço para tocá-lo, mas balança a cabeça
negativamente. As suas mãos me puxam para a borda e ele se posiciona na minha boceta.

— Olhos em mim — grunhe enquanto lentamente empurra para dentro de mim. Aperto e ele geme.

— Tão apertada. Anjo, relaxe e juro que farei você ver estrelas. — Olho em seus olhos e relaxo enquanto ele
empurra em mim. Arde um pouco, mas então puxa e empurra novamente e alcanço seus ombros, qualquer
coisa, porque me faz sentir completa, inteira. Só posso segurar enquanto ele me abre mais.

— É isso. Porra, você será a minha ruína. — Ele geme enquanto seus olhos ficam focados nos meus.

— Fale comigo. Posso senti-la vazando em minhas bolas. Você ama meu pau, não é? — Estou escalando,
tentando alcançar o que parece ser minha própria ruína. O meu estômago se aperta quando atinge aquele ponto
perfeito que me faz ver os pontos novamente.

— Diga-me. — Ele agarra sob meus joelhos e levanta minha bunda para que fique ainda mais profundo.

— Sim — ofego e me aproximo enquanto onda após onda de prazer pulsa através de mim.

— Essa é minha garota. Ordenhe meu gozo. — Ele é áspero enquanto bate em mim e choramingo.

— Blade, acho que vou gozar. — Desta vez, me inclino e envolvo meus braços ao seu redor enquanto empurro e
gozo em seu pau grosso, mal registrando sua liberação. Tudo o que ouço é meu nome e seu belo corpo se
sacudindo e me enchendo.

— Jesus Cristo. — Empurra dentro de mim mais uma vez e puxa para fora. Parece que ambos corremos uma
maratona.

— Tenho coisas que precisam ser feitas. — Ele me agarra e beija meus lábios inchados. Puxando as calças em
um puxão rápido, só agora percebo que nem mesmo se despiu completamente. Ele joga sua camiseta no cesto e
enfia a mão na gaveta para pegar uma limpa.

— Volto mais tarde e sairemos com todos. — Os seus me percorrem.

Eu me sento — Mas... o que devo fazer o dia todo? — Ele pega seu telefone e cigarros, chegando à porta em três
passadas.

— Não sei. Vá se deitar na piscina. Só não nade nela. Preciso ter certeza de que foi limpa.

— Hum, está bem. Acho que comprei um biquíni. Não sei nadar, então não me preocupo em entrar. —
Afundando na cama, me movo um pouco e noto que o lençol de baixo está manchado com sangue seco.

— Espere, não sabe nadar? — Ele dá um passo em minha direção.

— Não. — Olho pela janela, então de volta para seu rosto carrancudo. — Pare de me olhar assim, eu me mudei a
vida toda. Não é como se tivéssemos uma piscina no quintal. — Levantando-me, puxo o lençol comigo.

— Eve, não quero você na piscina se não sabe nadar.

Reviro meus olhos. — Tem lençóis limpos? Estes estão sujos. — Olho para o sangue. Blade olha para eles.

— Deixe. Amy cuidará disso.

— Não. — Endireito meus ombros para trás. — Eu prefiro fazer isso — digo, enfiando a ponta do lençol sob
minha axila.

Alguém bate à porta. — Prez, estamos prontos quando você estiver. — Acho que é a voz de Ryder.

— Um minuto. — Examina meu rosto e não deve ver o que quer, porque começa a esfregar o rosto com as mãos.
— Preciso de um banho. Como me concentrarei com o cheiro da sua boceta em mim?

— O quê? — Sussurro, horrorizada. Não sei como consegue me fazer corar, mas parece constante com ele.

Ele ri e fico olhando hipnotizada para seu rosto bronzeado e cabelo loiro. Os seus olhos são de um verde tão
lindo que é quase injusto. Olhando para baixo, estudo o esmalte rosa em minhas unhas dos pés.

— Só não esfaqueie ninguém e cuide-se. — Alcança minha nuca me trazendo para ele.

— Os lençóis estão no armário ao lado da mesa de sinuca, junto com as toalhas extras. E vou ensiná-la a nadar, é
fácil. — Ele se vira e me deixa. Afundo na beirada da cama e olho para a bagunça no lençol. Graças a Deus não
sangrei no edredom, gosto de como é macio. Puxando minhas pernas para cima, olho em volta. Está tão quieto
agora. Com a saída de Blade, parece ter sugado toda a energia e levado com ele. Não consigo decidir se devo ir
para o seu lado limpo e tentar voltar a dormir ou me levantar. Parece um lindo dia, se o sol forte no quarto for
qualquer indicação. Não posso deixar de olhar para a ruiva pendurada a menos de três metros de distância.
Ficaria bravo se eu a tirasse? Quero dizer, pelo amor de Deus, se devo morar aqui com ele, seus seios falsos e
seu cabelo vermelho estúpido são a última coisa que quero olhar.

— Sabe o quê? Vou tomar sol. — Aceno, pulando e procurando pelas inúmeras sacolas de ontem. Estou quase
pronta para desistir quando sufoco um grito. Uma mulher de meia-idade de cabelos escuros está parada a
minha frente, olhando para minhas roupas.

— Puta merda, você me assustou. — Olho para a porta. Ela não sente necessidade de bater?

— Sou Amy. Vamos tirar todas as etiquetas e lavarei e passarei tudo. — A sua atitude natural me confunde por
um segundo. Ela se vira e olha para a cama.

Pulo para cima. — Cuidarei disso. — O meu rosto esquenta.

— Não seja ridícula. E não tenha vergonha. — Ela começa a tirar os lençóis com tanta autoridade que recuo e a
deixo se mover. Ela é alta e magra e parece estar no comando.

— Eu... bem, obrigada. — Limpando a garganta, percebo que estou envolta em um lençol. — Vou pular no
chuveiro. — Ela me ignora enquanto continua a limpar o seu quarto, limpando os cinzeiros e borrifando a cama
com Lysol. Correndo para o banheiro, coloco o lençol em um cesto e ligo a água. Depois de um enxágue rápido,
espreito para fora da porta. O quarto está impecável. A cama está arrumada com lençóis azul-marinho e um
edredom azul-marinho. Grandes almofadas brancas estão sobre ele, junto com meu biquíni. Ainda sinto o cheiro
de limão do Lysol, quando avistei o frasco mais cedo, disse que é fresco e mata os germes. Faço uma nota
mental para me lembrar disso. Pego meu biquíni vermelho cereja, coloco-o e coloco um vestido de verão que
encontramos na Forever 21.

Antes de me aventurar, preciso encontrar um local perfeito para esconder meu dinheiro. Giro ao redor. O seu
quarto seria o melhor lugar, mas com Amy limpando-o todos os dias, colocá-lo debaixo do colchão não
funcionaria. Olho para a pintura de veludo horrível. De pé na cama, levanto-a. É assustadoramente enorme, mas
é perfeita. Guardo meu dinheiro enrolado atrás dela e salto para baixo, arrumo a cama e procuro por Amy.
Encontro-a na grande cozinha bebendo café. Há alguns motoqueiros tomando café da manhã, mas nem mesmo
olham para mim.

— Oi, sou Eve. — Estendo minha mão para ela. Ela levanta uma sobrancelha inexistente para mim.

— Querida, vamos resolver isso imediatamente. Estou feliz que seja a única. Não precisa ser tímida. Agora
sente-se e me deixe pegar o café da manhã. — Ela indica para usar uma das banquetas de aço inoxidável. Sento-
me na banqueta e olho ao redor. Esta é a primeira vez que venho aqui à luz do dia. As alegres paredes amarelas
são uma mudança bem-vinda, considerando que o resto da casa tem muito marrom e preto. Tem uma fileira de
janelas bonitas, juntamente com eletrodomésticos brilhantes.

— Acho que este é o meu lugar favorito nesta casa. — Apoiando meu queixo na mão, olho para ela.

— Isso é porque este é o meu domínio. — Ela acena com a mão em direção ao resto da casa.

— Pintei, desenhei e encomendei tudo nesta cozinha, então da próxima vez que quiser esfaquear alguém, faça
em outra área da casa. — Ela quebra alguns ovos em uma frigideira. A manteiga chiando junto com o cheiro de
café faz meu estômago roncar.

— Então, o que eu devo fazer? Estou acostumada a trabalhar. — Giro na banqueta.

— Bem, hoje eu relaxaria na piscina. Ouvi dizer que ele vai levá-la esta noite. — Sua voz cheia de desaprovação.

Paro de girar. — Isso é ruim?

Ela me entrega um garfo e um guardanapo, depois coloca uma omelete na minha frente. Inclino-me para olhar
para ela. — Isso é brócolis?

Ela lava as mãos e se vira. — Sim, Jason gosta de comer alimentos saudáveis, então você também gostará.

Quero discutir, mas como nunca comi nada assim antes, dou uma pequena mordida. Uma explosão de manteiga
e ovo macio derrete na minha boca e me faz olhar para ela.

— Isso é delicioso. — Engulo. — Se isso é saudável, então quero todos os dias. — Pego um grande pedaço de
brócolis e o mordo. — Esta... — aponto para o meu prato para não falar com comida na boca — esta omelete é
muito diferente das que comi no IHOP14. — Sorrio para ela.

Ela inclina a cabeça. — Estou indo às compras. Existe alguma coisa que precise ou goste?

Tomo um gole do café e gemo com o sabor amargo fresco.

— Eve? — Abro os olhos e vejo Amy sorrindo para mim. — Alguma coisa?

— Não, este é o melhor café da manhã que já tomei. Confio completamente em você. — Ela parece gostar dessa
resposta.

— Ligarei um pouco de música na piscina. Jason quer que a lembre de não entrar na água. — Ela pega sua bolsa
e lista e sai pela porta antes que possa dizer algo de que possa me arrepender.

Acha que sou estúpida? Deus, ele acha. Insinuou isso antes, quando estava com medo de seu pênis. Pegando
meu prato, o lavo. Os meus olhos observam a cozinha de Amy. Ela não estava brincando quando disse que tudo é
perfeito. Literalmente brilha aqui. Até mesmo a grande janela de vidro está impecável, não há uma partícula de
sujeira nela. Posso ver todo o caminho até o final do gramado e onde o cascalho começa na frente. Olhando para
minhas mãos, uso a esponja rosa para lavar meu prato. Nunca tive vergonha de mim mesma ou de onde vim.
Talvez porque todo mundo que estava perto viesse do mesmo lugar, mas com Blade, ele tem essa maneira de me
fazer sentir inferior ou burra. Quer dizer, sei que é mais velho e obviamente inteligente, mas eu também sou
inteligente. Só porque não fui à escola não significa que não tenho o que é preciso para sobreviver.

Desligando a água, giro tentando encontrar algo para secar minhas mãos. Os meus olhos pousam em dois panos
de prato florais perfeitamente dobrados. Mordendo meu lábio, seco minhas mãos no meu vestido barato ao
invés de bagunçar alguma coisa. Abro as portas de vidro deslizantes e saio para o lindo dia ensolarado.
Enquanto olho para o céu azul por um segundo, deixei todas os meus problemas para lá e vou em direção à
piscina. Respirando fundo, sinto o cheiro de flores e cloro. Estranhamente, adoro isso. Estou tão absorta às
minhas coisas que quase grito. Um casal está desmaiado em duas espreguiçadeiras à minha direita. O sol forte
parece que os está queimando, mas ei, não é da minha conta. Pego uma espreguiçadeira com um travesseiro
vermelho listrado e arrasto para o outro lado. Desejando ter pensado em trazer uma toalha, olho para a água
azul claro da piscina e espero que Blade siga em frente e me ensine a nadar. A água parece refrescante. Tiro o
vestido, recosto nas almofadas e tento relaxar, ouvindo a música pop que Amy ligou para mim.

— Deus. — As minhas mãos batem nas almofadas enquanto lanço um olhar feio para o casal. Eu não consigo
relaxar com eles lá. Preciso pensar no que aconteceu comigo, criar um novo plano. Além disso, vão passar por
um mundo de dor se ficarem aqui por muito mais tempo.

Eu me levanto e vou até eles. A mulher parece inteligente o suficiente para virar o rosto na almofada de forma
que apenas as pernas e os braços fiquem vermelhos. O homem, por outro lado...

— Com licença. — Eu lhe dou um pontapé. É gordo e sua barba é enorme. Deitado de costas, ronca alto, me
lembrando Pedro. A sua camiseta preta e corte de couro parecem estar convidando o sol a assá-lo. Balançando a
cabeça, reconheço que preciso pegar outra faca. Esses caras não são confiáveis.

— Ei. — Chuto a espreguiçadeira novamente. Nada além de outro ronco alto. Olho para a mulher. Muito
parecida com o cara, é pesada e seu vestido não cobre muito.

— Olá? — Dou uma pequena sacudida nela. Ela geme e cai de barriga para baixo, quase rolando para fora da
espreguiçadeira. O sol a faz piscar e praguejar enquanto se senta.

— Quem diabos é você? — Rosna enquanto cobre os olhos.

Não respondo a ela, mas aponto para seu homem ou o que quer que seja para ela. — Ele se queimará até ficar
crocante. — Voltando para a minha espreguiçadeira. Eu a ouço gritar com o homem. Ele se levanta, manda ela
se foder e se joga totalmente vestido na piscina.

Muita água espirra em mim enquanto ofego com o frio. Ele sobe para respirar e olha para a mulher. — Vadia, se
gritar comigo de novo, será seu último suspiro. — Fico olhando, minha boca aberta.

— Ela só o acordou porque estava ficando queimado do sol. — Não tenho ideia de por que estou me envolvendo,
exceto que parece o homem mais cruel do mundo e sinto pena da mulher.

— Está falando comigo? — Sai da piscina, seu rosto feio e vermelho pingando água. Ele se parece com um dos
caras do ZZ Top, exceto que é gordo.

— Veja isso? — Aponta para um remendo. — Vou colocar ambas em seu túmulo.

— Dozer? Essa é a garota de Blade. — A mulher que acabei de defender acaricia seu braço molhado. Ele olha
para ela e depois para mim, os seus olhos redondos observando meu corpo. A sua leitura nojenta me faz sentir
violada e suja.

— Ele precisa colocar uma coleira e focinheira em você. Conversarei com ele. Uma mulher precisa saber seu
lugar. — Ele agarra a mulher que olha para ele como se fosse um deus, em vez do assassino em série gordo que
parece. — Abaixe-se e me chupe. — Ela cai instantaneamente, seus joelhos estalam quando atingem o concreto.

— Está brincando comigo? — Pulo e me afasto. Ela me ignora e abre o zíper dele, tirando seu pênis mole e
nojento.

— Vocês são loucos. — Estou correndo, em um instante, de volta para a casa. A sua risada segue atrás de mim.
Nem mesmo paro quando Edge me pergunta se estou bem e continuo correndo até que estou no meu quarto,
trancando a porta. O meu coração dispara, corro para o banheiro e tranco a porta também. Engolindo o ar,
engasgo. Tenho que me controlar, não posso deixar esses homens me assustarem, mas assustam, eles não são
legais. E minha fantasia de que estou tendo uma vida melhor me deu um tapa na cara.

Há uma batida na porta e agarro a pia, minha respiração mais rápida.

— Eve? Você está bem? — Olho em volta do banheiro. Esconda-se. Abro a porta do chuveiro e me enrolo no
canto. Memórias de minha mãe me dizendo para me esconder quando criança, ameaçam voltar. Fechando meus
olhos, afasto-as, não quero que voltem.

— Vá para debaixo da pia Evie. A mamãe precisa conversar um pouco com esse cara.
— Mas por quê, mamãe? Eu odeio aquele cara. Ele cheira mal.

— Vá e não diga ao papai. — Ela me empurra para o pequeno armário com cheiro de mofo enquanto espero que
ela faça o que tem que fazer para pegar aquele saco de pó branco. Odeio esse pó branco. Espero, chorando,
cercada pelos frascos de material de limpeza que nunca usamos.

— Eve? Que porra é essa, Anjo? — Abro meus olhos para ver o rosto bonito de Blade com Edge atrás dele.
Ambos franzem a testa enquanto me agacho ainda mais na sensação de caverna escura do chuveiro.

— O que aconteceu? — Ele olha para Edge, sua voz dura.

— Não sei. Ela subiu as escadas correndo como se alguém a estivesse perseguindo. — Edge me olha com pena,
e isso não vou permitir. Pego a cadeira de pedra embutida enquanto fico de pé.

— Estou bem. — Ambas as cabeças balançam de volta para mim.

Blade passa a mão pelo cabelo. — Vá ver se consegue descobrir isso. Preciso falar com Eve. — Deveria estar
com medo. Os seus olhos parecem ferozes, em vez disso, meu coração começa a bater normalmente novamente.
Edge sai do banheiro e olho nos olhos verdes de Blade. Estende a mão. Não pego e tento me moldar na pedra.

— Muito bem. — Entra no chuveiro e me agarra. — O que aconteceu?

Deveria lhe contar. O que digo? Um homem muito malvado, um dos seus, fez a namorada dar um boquete nele
porque ela tentou tirá-lo do sol?

— Eu... — Lambo meus lábios. — Eu não me encaixo aqui.

Os seus olhos se estreitam. — Você não tem escolha.

Encolho-me. — Talvez possamos fazer um acordo. Sabe, se me deixasse ir embora em um ano. — É estúpido e
não posso acreditar que disse isso.

Recua e cruza os braços. Com suas botas e roupas, parece enorme aqui.

— Então... como está planejando pagar mais de dez mil?

— Eu lhe dei minha virgindade – isso não deveria valer alguma coisa?

Parece que dei um tapa nele. — Quer ser uma prostituta? Tudo bem, vou tratá-la como minha puta.

Uma tosse atrás de nós nos faz virar. — Hum, Prez. Dozer quer falar com você. — Edge parece quase com pena
de mim. Deus, minha vida pode ser mais ferrada? Blade me encara. Eu me movo desconfortavelmente sob seu
olhar penetrante. Ele zomba como se me achasse carente, então empurra a pesada porta de vidro do chuveiro,
me deixando agarrada à parede de pedra fria.

NOVE
Blade/Jason
— Talvez Eve devesse ficar quieta esta noite. — Axel sinaliza para outra cerveja.

Inclino minha cabeça para trás na cabine de couro vermelho, me perguntando se ele está certo. A conversa que
tivemos anteriormente ainda é muito recente. Não deveria estar discutindo, me envolvendo com essa garota.
Não somos um casal, mas quanto mais estou perto dela, mais os limites ficam borrados. O idiota dentro de mim
sente-se tentado a fazê-la aparecer para que possa transar com ela no canto, já que ela está disposta a ser uma
prostituta, mas não vou. Esfrego meu rosto e olho para a stripper a nossa frente. A música está batendo forte
enquanto Deedee desliza em divisões. Ela sorri e lentamente puxa seu fio dental de prata para o lado, nos
permitindo uma visão privilegiada de sua boceta depilada.

— Porra. — Bato meu uísque, ignorando Deedee.

Esfrego a minha testa. — Vejamos, nas últimas quarenta e oito horas... Assinalo suas transgressões começando
com meu polegar. — Ela esfaqueou Dewey, causando-lhe dor e humilhação. — Então o meu indicador. — Entrou
em uma briga com Dozer tentando defender sua Old Lady. — Erguendo meu dedo seguinte, acrescento — e é
uma clepto, de acordo com Dolly. — Pego meu uísque. — Por que não a quero comigo esta noite?

— Legal, uma clepto. — Concorda. — Não se esqueça que ela gosta de brincar com facas. — Seu sarcasmo é
espesso.

Olho além das pernas abertas de Deedee para a porta. Estamos na Pussycat, assumindo a seção VIP como se
fôssemos da realeza. Os meus olhos são como um radar, observando a multidão noturna que está entrando. É
sábado e este clube é um dos meus favoritos. Faz muito dinheiro e é elegante para um clube de strip. As garotas
são lindas e a clientela rica. Axel e eu somos os proprietários e nosso empresário, Derrick, também é um
parceiro. Fizemos uma reforma nele há um ano e valeu muito a pena. A espelunca que era se transformou no
lugar da moda para a geração do milênio trazer seus patrões, esposas, namoradas. Os Disciples geralmente não
ficam por aqui, isso assusta os engravatados, mas precisava ficar bem longe de tudo, ou seja, da loira no meu
quarto. Então aqui estou eu, bebendo uísque com Axel. Todo o andar de cima está fechado esta noite para nós.
Um grupo de cerca de cinco garotas está fazendo beicinho e piscando para o segurança. Cricket, um dos meus
rapazes, dá o ok para o segurança e as meninas sobem as escadas. Todas estão com vestidos que mal cobrem
nada e com muita maquiagem e spray de cabelo.

— Envie uma mensagem de texto para o Edge para mantê-la no meu quarto esta noite. Diga-lhe para fazer
Dewey ficar de guarda como parte de sua punição.

Axel levanta uma sobrancelha, mas pega o telefone. As meninas sobem as escadas e fico de pé.

— Preciso dar uma volta. Onde está Derrick? As luzes estão muito fortes no palco.

Ele olha por cima de seu telefone no palco, em seguida, de volta para seu telefone. Eu sei que está se
preparando para me dar um sermão sobre por que homens como nós não têm namoradas. Não quero ouvir isso,
especialmente porque não consigo tirar Eve da minha mente.

— Você quer um baile particular mais tarde? — Deedee gira a minha frente. — Por favor, Blade, farei valer a
pena.

Ela empurra seus grandes seios falsos para fora. O seu longo cabelo loiro passa por sua bunda. É tingido de azul
nas pontas. Envolve uma perna bronzeada ao redor do pole. Eu transei com ela algumas vezes, mas começou a
ficar pegajosa e a evito desde então.

— Não esta noite, querida. — Dou um tapa na sua bunda, enquanto desço as escadas correndo e atravesso a
porta do escritório. Apenas para ser saudado pela bunda branca de Ox empurrando em Lindsey. Ela está
inclinada sobre a mesa do gerente, gemendo como uma estrela pornô.

— Cristo. Onde diabos está Derrick?

Lindsey sorri para mim. Ox nem mesmo perde o passo e continua transando com ela. — Bar — grunhe.

— Termine isso. — Balançando minha cabeça, caminho até o longo bar preto com luzes fluorescentes rosa
iluminando-o. Estamos totalmente nus, então não podemos vender álcool, mas vendemos. Você tem que ter as
conexões certas e dinheiro.

Derrick, meu empresário e parceiro, está instruindo uma garota sobre como usar o computador. Ele está na
casa dos quarenta e era um lutador profissional. Você nunca saberia olhando para ele agora, usa apenas ternos
Tom Ford e sapatos de grife, mas dirige este lugar sem tolerância para qualquer besteira; também traz uma
tonelada de negócios, fazendo muito mais do que jamais fez como lutador. Além disso, é alguém de fora do clube
em quem podemos confiar.

— As luzes estão muito fortes — digo. Ele olha para mim e revira os olhos.

— Não brinca. O meu escritório está ocupado. — Observo a sala e não posso deixar de sorrir. As paredes
vermelhas junto com o grande número de luzes e lasers fazem o palco escuro parecer mais um show do que um
clube de strip. Os estandes e mesas junto com as cadeiras ao redor do palco permitem que todos tenham um
visual ideal das garotas.

— Ele terminou. — Vejo quando Ox sai do escritório, seu rosto corado. Lindsey lhe diz algo enquanto caminha
em direção aos provadores.

Derrick me olha. — Você está bem?

— Muita merda acontecendo ultimamente — grito.

Ele pega uma garrafa de Macallan Fine Oak e me serve um copo cheio. — É difícil ser rei.

Sorrio. — É isso. — Pegando o copo, volto para a área VIP, que agora está lotada de motoqueiros. Os três poles
sendo usados por diferentes strippers. O meu telefone vibra.

Edge: Ela não está feliz

Eu: Não me importo

Enfio meu telefone de volta no bolso enquanto olho para baixo, caindo de volta na cabine com Axel. Ryder está
sentado ao seu lado, uma dose na mão.

— Tudo certo? — Os olhos castanhos de Ryder observam meu rosto.

— Sim — estalo.

— Ouvi sobre o que aconteceu com Dozer. Ele está ficando velho e mau na velhice. — Ryder sorri para Roxy, que
se aproxima de nós.

— Quem será o meu sortudo esta noite? — Ela lambe os lábios vermelhos brilhantes para causar efeito.

— Bem, isso depende de como está se sentindo, querida. — Ryder sorri enquanto tira seu corpo de um metro e
noventa da cabine.

Axel dá um gole em sua cerveja. A sua desaprovação silenciosa passivo-agressiva está me dando nos nervos.

— O quê?
Ele suspira. — Blade, quando se tornou presidente, sabia que ter uma esposa ou filhos não estava nas cartas.
Olhe para seu pai e sua mãe. Olhe para todo mundo que tem uma esposa. Você sabe que usarão isso contra
você.

Rio. — Acho que você está se precipitando.

— Estou?

— Não vou me casar com Eve e ela não pode ter filhos, então é perfeito — rosno e balanço a cabeça. — Ryder
contou a você seu sonho?

— Não. Não sou cego, cara. Esta é diferente. Você olha para ela de forma diferente. — Ele pega no rótulo de sua
cerveja.

— Seja cuidadoso. Você está colocando um grande X nela e ela não conhece o jogo.

Fecho meus olhos. Ele tem razão. Sei que ele está certo. Tomo um grande gole do Macallan. — Deus, esse
uísque é bom. Preciso andar de moto, sair da cidade. Planeje Hemet amanhã. — As mulheres estão por toda
parte. Muitas vezes me pergunto o que as atrai para nós. A maioria dos rapazes as trata como merda.

— Estou inquieto. Deveria levar Daisy ao escritório.

Ele sorri. — Apenas certifique-se de acertar o seu nome quando gozar.

— Está fazendo um grande negócio com a Eve. Ela tem uma boceta apertada e é isso. Não se confunda. —
Sorrio para o meu copo. Os efeitos entorpecentes da bebida me tornam agressivo.

— Ei, Ryder. — Movimento com meus dedos. — Diga à Daisy para me encontrar no escritório.

Ele olha, com a sobrancelha levantada, em seguida, finge que não pode me ouvir. Então, de volta para acariciar
Roxy.

— Idiota — grito.

Ele me dá um sinal de positivo. — Fazendo isso pelo seu futuro, Prez.

— O que seja. Estou satisfeito com meu uísque. — Os meus olhos descem para o palco a tempo de ver Crystal
dançar. Enquanto a vejo se despir, não sinto nada. O seu corpo brilhante se move graciosamente, mas tudo que
vejo é Eve mergulhando em minha toalha preta e pegando minha camiseta. As suas pernas longas e sedosas
brilham com pequenas gotas d'água. Nunca fui alguém que notou movimentos em uma mulher. Talvez seja
porque quando era criança, meu pai arrastava a mim e a meu irmão Chuck para clubes de strip, mas com Eve,
ela dá um passeio, um jeito de se mover que me lembra uma bailarina.

— Prez. Ei cara, você está bem? — Sou sacudido de volta para a voz sensual de Lana Del Rey. Crystal contorna o
pole para a “Costa Oeste” e tenho que piscar para me livrar das minhas visões de longos cabelos loiros cor de
mel em vez de prostitutas ruivas.

Axel balança a cabeça para mim. — Talvez deva diminuir a velocidade se quiser estar em condições de andar de
moto amanhã. — Olho para os lasers e holofotes em movimento vermelho escuro e sorrio para ele.

— Estou ferrado, Axel.

Ele franze a testa e acena com a cabeça, levando a cerveja aos lábios. A música e a bebida tomam conta da
minha mente e inclino minha cabeça para trás. Desta vez não luto contra isso. Deixando meus olhos fecharem,
vejo-a balançando a minha frente, sua cabeça jogada para trás enquanto ela ri e dança apenas para mim.

♥♥♥

— Blade, irmão? Quer ir embora? Você quer dormir para se livrar da ressaca com sua mulher? — Abro meus
olhos para Axel e Ryder parados em cima de mim. Sento-me e esfrego meu cabelo e couro cabeludo antes de me
concentrar onde estamos.

— Derrick me disse para mandar você se foder e dar uma gorjeta à equipe de limpeza. — Axel sorri enquanto
torce a tampa de uma cerveja.

Inclinando-me para trás no sofá de couro de Derrick, olho para meus rapazes. Os dois parecem muito melhores
do que eu. Talvez devesse voltar para o complexo e rastejar para a cama com Eve. O meu pau gosta da ideia.

— Jesus, que horas eu desmaiei? — Olho ao redor do escritório escuro. O ar-condicionado liga, soprando ar
fresco na sala.

— Cerveja, Prez? — Nunca bebo enquanto estou de moto, mas esta manhã talvez tenha que abrir uma exceção.

Olho em volta para o grande cofre cinza à minha esquerda. — Abra o cofre. Preciso de uma fileira se vou andar.
— Ambos sorriem. Ryder digita o código e olhamos para todas as guloseimas que Derrick mantém lá.

— Porra, é por isso que esse cara é nosso parceiro. — Axel exala.

Resmungo, apreciando o dinheiro, as armas e qualquer tipo de droga que quiser. Junto com garrafas de Dom,
Cristal e outras coisas caras. Vários passaportes e carteiras de motorista empilhados em um canto.

— Jogue-me um pouco de coca. — Aponto para Axel, que está com o nariz enfiado no cofre como se fosse uma
geladeira e mal pode esperar para preparar algo para comer. Ele me joga um saco e pego o abridor de
envelopes de Derrick e levo o pó branco até meu nariz.

— Sim. — Os meus olhos ardem enquanto a coca entra no meu sistema. — Tudo bem, vamos fazer isso. Vou
mijar e daremos o fora daqui. — Abro a porta preta e o cheiro de álcool me atinge enquanto caminho para usar
o banheiro.

— Tomas — grito por cima da música que está tocando enquanto esfrega os tapetes do bar. Ele olha para mim e
abaixa a música.

— Certifique-se de usar alvejante. Se um policial parasse agora, seria um suborno caro.

Ele olha ao redor do grande clube escuro, a única luz da porta traseira aberta. — Sí.

Aceno, batendo a porta aberta. Mijo, jogo um pouco de água no rosto e subo as escadas de dois em dois para
ver os danos na seção VIP. Numerosos motoqueiros nus com garotas caídas sobre eles. Cricket e Dillon estão no
canto fodendo uma garota, suas exclamações de “foda-se, sim” ecoando na sala. Balanço minha cabeça, grato
por desmaiar. A ideia de acordar ao lado de uma garota nua que não conheço é completamente desagradável.

— Estou indo para Hemet. Cricket, quando terminar, tire os rapazes e as mulheres daqui. Dê uma gorjeta aos
pobres idiotas que limpam este lugar e me ligue mais tarde.

Ele não para de empurrar, mas responde — Pode deixar, Prez.

Pego meu telefone e procuro minhas mensagens antes de subir as escadas. São apenas sete horas, então Eve
provavelmente não acordará, mas ligo para seu celular usando o número que Dolly me deu de qualquer
maneira. Toca e vai para o correio de voz, o que me irrita. Tenho tendência a ficar agressivo com a coca e, à
medida que envelheço, raramente a uso. O sangue bombeia em minhas têmporas enquanto corro a mão pelo
cabelo e ligo novamente. Vai direto para o correio de voz. Respiro fundo e ligo para Dewey. No quarto toque —
Yellow.

— Demorou bastante — digo.

— Prez?

Suspiro. — Sim, Dewey, sou eu. Está cuidando do meu Anjo? — Quando percebo o que disse, quase mordo a
língua.

— Estou observando-a, Prez. Não se preocupe com nada. Tenho tudo sob controle.

— Onde está? Você soa como se estivesse em um túnel. — Saio para o sol, onde está quente o suficiente para
não me preocupar com um casaco. Acendo um cigarro tentando tirar o cheiro de lixo do meu nariz. O beco está
cheio de caixas de papelão destruídas. Apertando os olhos para as pessoas passando com o café, cerro os
dentes. Talvez não devesse ter usado droga. Estou irritado com todos.

— Do lado de fora da sua porta.

— Ouça. — Inalo, a nicotina me dando um momento de calma. — Preciso que acorde Eve. Preciso dela.

Eu o ouço arrastando os pés, em seguida, um grito alto. — Dê o fora, seu pervertido. Juro por Deus, desta vez
vou cortar seu pênis. — Seguro o telefone longe. Axel ri atrás de mim e me viro.

— Acho que deveria ter dito a ele para bater.

Mais gritos. O pobre Dewey está tentando se desculpar e dizer que sou eu. — Diga a ele para se foder — grita.
Levanto uma sobrancelha enquanto Axel ri.

— Gata selvagem. — Ele balança a cabeça, espreguiça-se e quebra a garrafa de cerveja na parede. Franzo a
testa e me pergunto se cheirou a mesma coca. Ele está parecendo um pouco louco.

As minhas botas rangem enquanto caminho através do vidro quebrado até a área da rua. — Dewey?

— Prez. — Está ofegante. — Estou com medo dela. Ela... não está feliz, e me disse para lhe dizer para f...

— Eu sei, ouvi. Quando ela se acalmar, lhe diga que voltarei em alguns dias e que ligue seu telefone. Quero ser
capaz de falar com ela a qualquer hora. Entendeu, Dewey?

— Sim, eu entendi. Espero que me perdoe. Ela é tão boa. — Suspira e quase posso ver seu rosto triste.

—Só não entre no meu quarto sem a sua permissão. Conto com você para cuidar da minha garota.

Axel bufa, e o viro. — Não se esqueça, Dewey, quero o telefone dela sempre ligado. — Empurro e jogo meu
cigarro na lixeira.

—Vamos fazer isso.

DEZ
Eve
Ele não voltou para casa ontem à noite. Eu não deveria me importar, mas me importo. — Idiota.

Dewey me acordou quinze minutos atrás e agora estou andando de um lado para o outro. Nada como abrir os
olhos para um rosto desconhecido e ter um telefone empurrado para você.

Uma pequena batida puxa meus olhos para a porta. — Inacreditável.

— Hum... Eve? Blade queria que eu...

Abro a porta e Dewey pula para trás, sua mão protegendo instintivamente o ferimento. — Por que está aqui?
Achei que tivesse cuidado de você.

Os seus olhos estão saltando para fora de sua cabeça. O seu cabelo escuro está bagunçado e parece jovem, da
minha idade. Blade disse que ele era lento. Isso pode funcionar a meu favor.

— Humm... — olha para suas botas enquanto reviro meus olhos. — Blade, isto é Prez, saiu. — Ele lambe os
lábios.

— Não me diga.

Ele estremece e sinto uma pontada de culpa. É como se eu tivesse chutado um cachorrinho. Respiro e torço meu
cabelo comprido no topo da minha cabeça, prendendo-o com um elástico.

— Ele me disse para mandá-la ligar o telefone.

Bufo em desgosto. — Estou fechando a porta. Diga ao seu Prez, se quiser falar comigo, pode voltar para casa.
Caso contrário, estou ocupada.

— Espere. — Estende a mão. — Tenho outra coisa para lhe dizer e está me fazendo esquecer. Você fala muito
rápido. — Ele olha para seus pés novamente.

— Deus. — olho para o teto. — Sou uma vadia — murmuro, em seguida, estendo minhas mãos em um gesto
calmante. — Não tenha pressa, Dewey. O que mais Blade queria que eu soubesse? — Esse pobre rapaz é um
pouco lento.

— Oh. — Seu rosto se ilumina. — Disse que estará de volta em alguns dias e que devo cuidar de você. — Ele está
tão orgulhoso que quase sorrio.

— Não entendo. — Encosto-me a porta e os olhos de Dewey seguem cada movimento meu. — Por que preciso
que você me observe?

— Porque é a garota do Prez e ele deve pensar que sou o mais confiável.

Desta vez, rio. — Uau, me sinto tão especial. — Ele inclina a cabeça confuso novamente.

— Deixa para lá. Você tem um carro, Dewey?

— Não.

Merda, esperava conseguir mais suprimentos. Talvez passar pelo parque para ver o que está acontecendo e se
meu pai está bem cuidado.

— Tenho uma Harley. — Sorri. Ele não é feio se não notar o olhar distante em seus olhos.

— Melhor ainda. Ouça, vou me aprontar e preciso que me ajude a fazer algumas tarefas.

Eu fecho a porta em seu rosto surpreso. Entro e saio do chuveiro, maquiada e com um novo par de jeans preto e
uma camiseta apertada cor de carvão em menos de quinze minutos.

Abro a porta com meu sorriso mais brilhante e paro quando sou saudada por Edge, não por Dewey. A minha
bolsa desliza para o chão.

— Onde está Dewey?

— O que está fazendo? — Seus penetrantes olhos azuis me fazem sentir culpada.

— Estou indo às compras. — Arqueio minhas sobrancelhas para ele.

— Não, não vai. — Ele cruza os braços e de repente vejo porque Dolly estava com esse cara. Com seu cabelo
ruivo e seus enormes braços tatuados, o cara é gostoso.

— Por quê? O que eu deveria fazer?

Ele suspira. — Espere. — Vejo quando pega seu telefone. Viro-me para a janela observando dois caras limpando
a piscina.

— Ela quer ir às compras de novo. Quer que Dewey a leve em sua moto.

Olho para ele e lanço um olhar feroz.

— Uhun... direi a ela. — Ele desliga.


— Ligue o telefone se quiser sair deste quarto. — Ele aponta para o meu telefone na cômoda e sai.

— Jesus, todo mundo é um idiota? — Murmuro enquanto ligo meu novo telefone. Ele começa a tocar
imediatamente. Quase não atendo, mas a única pe ssoa que estou machucando sou eu mesma.

— Olá.

— Anjo. — Tremo quando sua voz grave penetra a minha pele. E assim ele me faz esquecer que não voltou para
casa ontem à noite. Que nunca pensei que iria querer sexo e, no entanto, tudo o que tenho pensado é em como
ele me faz sentir bem.

— Sim — expiro.

— Você não tem permissão para andar na moto de ninguém, exceto a minha — diz, sua voz um estrondo baixo.
— Se não pode seguir as regras simples Eve, eu a trancarei e ficará aí até eu voltar para casa.

Isso me tira de sua sensualidade. — Bem, o que exatamente quer que eu faça? Não estou acostumada a não
trabalhar. Além disso, preciso ter certeza de que meu pai está bem. — Eu o ouço inalar um cigarro.

— Bem, acho que ambos precisamos trabalhar na confiança. Confio em você para se comportar enquanto
trabalho, e você confia em mim para cuidar de seu pai.

— Por que não voltou para casa ontem à noite? — Pareço louca, especialmente porque realmente não gosto
dele.

— Por que?

— O que quer dizer? — Começo a andar. Não posso ficar trancada neste quarto por dias, vou enlouquecer.

— Que diferença isso faz para você? Você é minha. É tudo o que precisa saber. — Sua voz profunda me excita.
Deus, se não tomar cuidado, começarei a pensar que ele é um cara bom, em vez do homem cruel que fez Ryder
desligar o oxigênio do meu pai.

— Por favor, me diga que não sou uma prisioneira. Prometo me comportar. — Paro e fico olhando para a imagem
horrível de Crystal e mostro minha língua para ela.

— Pode ir às compras com Edge em um carro. E Eve?

— Sim?

— Quero o seu telefone sempre ligado.

Reviro meus olhos. — Parece perfeito. Devo chamá-lo de Prez? Mestre?

— Não, quero que me chame de Jason.

Silêncio. O meu coração está batendo forte enquanto a excitação desce pela minha barriga.

— E quando eu voltar, vou levá-la para ver seu pai. Seja boazinha, querida. — Ouço a linha ficar muda antes que
possa responder.

— Merda. — Fecho meus olhos respirando fundo. Olho para cima para ver Edge me observando.

— Você está bem? — Seus lábios se contraem quando meu rosto começa a queimar. Tenho certeza que estou
corada.

— Estou bem — estalo. — Vocês vão e fogem o tempo todo?

Ele olha ao redor da sala entediado. — Quer que eu a leve a algum lugar?

— Não, pensei que Dewey fosse o meu cara? — Espero não parecer óbvia.

— Desculpe, Wildcat15, se quiser sair, vai comigo. Você quer ficar aqui, Dewey está bem. — Ele se vira para sair.

— Tudo bem, acho que vou para a piscina. — Fecho a porta e penso por um segundo. Não posso furtar com
Edge me espionando. Dewey era perfeito, mas isso parece não estar acontecendo. Bato minha nova bota no
chão. Porra, pelo menos terei um bronzeado matador se tudo que fizer for sentar à beira da piscina e nadar até
que Jason volte.

— Jason. — Digo seu nome em voz alta e gosto disso. Pego meu biquíni e me troco. Com toda a franqueza, se
tomarei sol todos os dias, vou precisar de outro biquíni. Jogo um pouco de protetor solar na minha bolsa e abro
minha porta, meio que esperando ver Edge. Estou sozinha. Apertando minha bolsa com força, desço as escadas.
Eu mal saio de casa quando Edge se juntou a mim.

— O que agora? Achei que tivesse dito que esse é o território de Dewey? — Olho em volta, mas somos apenas
nós. Reviro meus olhos e vou direto para o meu lado da piscina e me jogo na espreguiçadeira acolchoada. Uma
enorme grade de aço inoxidável, que não estava lá ontem, apareceu no canto.

— Dewey está ocupado hoje. Decidi me juntar a você. — Edge passeia vestido com jeans rasgados, colete e
botas.

Protejo meus olhos. — Mesmo? Belo traje de banho. — Não consigo evitar, Edge está sendo absurdo. Ele se
deita na espreguiçadeira ao meu lado e joga um de seus braços tatuados sobre os olhos.

— Finja que não estou aqui — grunhe.

Recuo e fecho meus olhos. — Isso não deve ser difícil — reclamo. O dia está lindo: ensolarado, mas não
escaldante. O calor penetra a minha pele e me sento para passar um pouco de protetor solar.

Observo Edge, de pé, e ele é definitivamente gostoso, sem dúvida. Cabelo castanho-avermelhado, sardas, mas
ainda bronzeado. Alto, não tão alto quanto Jason ou Ryder, mas alto.

— Quantos anos você tem?

Ele deixa cair o braço e abre um olho. — Por que?

Encolho os ombros. — Curiosidade.

— Vinte e oito. — Fecha os olhos novamente, mas coloca um braço musculoso atrás da cabeça.

— Então, você estragou tudo com Dolly, hein? — Sorrio enquanto ele imediatamente se senta.

— O que ela disse a você? — Ele parece torturado, quase triste com a menção dela.

— Só que amar um Disciple era como amar uma estrela do rock.

Mais uma vez, seus olhos mudam e parece quase atordoado na piscina. — Ela não foi feita para este tipo de
vida. — Enfia a mão no bolso de trás para pegar o maço de cigarros e o acende. — Muito poucas são. — Olha
para mim enquanto passo o protetor solar sobre meus ombros e braços.

— Acho. — Coloco os meus óculos de sol novamente. — Quero dizer, ela é doce e bonita. Se eu fosse um cara,
iria querê-la. — Levantando as armações, pisco para ele.

Ele bufa. — Querê-la não é o problema.

— Então o que é? — Inclino-me para trás para poder ver seu rosto.

A culpa está comendo esse cara. Ele inspira profundamente e solta o ar lentamente. — Você precisa ser capaz
de suportar muita coisa, ser capaz de suportar esse tipo de vida... — balança a cabeça. — Poucas mulheres
podem viver assim — gesticula para todos os lados, o cigarro pendurado na boca — e ser feliz.

— Porque não podem manter seus pênis nas calças?

Ele se deita. — Sim, talvez. Eu era jovem e estava bêbado. Acredite em mim, se pudesse voltar atrás, o faria. É...
para ser um parceiro, tem que olhar para o outro lado ou participar.

Isso me para e abaixo meu frasco de protetor solar. — Bem, acho que se realmente ama alguém, você protege a
pessoa de qualquer maneira.

Jogando o cigarro no concreto, olha para mim. — Você pode ser uma das poucas. Acho que veremos. — Olha
para o céu. — Dolly não era. — Ele fecha os olhos.

— Então...

— Parei de falar.

Não posso deixar de sorrir. Esses caras agem tão duramente, mas a mulher certa pode colocá-los de joelhos.
Isso é novo para mim, visto que nunca pensei muito nisso. Nunca pensei que iria querer alguém. Não que eu
queira Jason... mas como seria ser dele? Hoje, quando ele disse que eu era dele... meu corpo todo esquentou.
Qual seria a sensação de tê-lo olhando para mim como Edge olha para Dolly?

Deus, estou perdendo o controle. Tenho que me manter atenta. Nenhum homem será tudo isso. Tudo o que
fazem é mentir e decepcionar você. Preciso parar de sonhar acordada e começar a planejar. O meu pai precisa
de mim, não Jason.

ONZE
Blade/Jason
É bom andar de moto. Assim que saímos do trânsito, pudemos esticar as pernas. Não há nada como a vibração
entorpecida de uma moto a trabalhar no seu melhor no meio do nada.

Não posso deixar de sorrir. A boceta apertada de Eve pode ser melhor, mas fora isso, não consigo pensar em
nada que me agrade mais. Enquanto entramos na cidade, noto uma nova loja de donuts abrindo e me pergunto
se Eve gosta de doces. Sacudindo a cabeça, praticamente me dou uma bofetada. Preciso parar com isso. Não
posso acreditar o quanto meus pensamentos já balançaram por ela hoje. Está me incomodando porque não faço
isso, nunca. Eu fodo e vou embora. É assim que sou. Respirando fundo, me asseguro que é apenas porque ela é
nova e inocente. Não é como se eu fosse me apaixonar por esta. Não me apaixono e nem tenho certeza se sou
capaz disso. Com a necessidade de cavalgar e clarear minha cabeça satisfeita, agora quero tomar um banho
quente. Cheiro a bebida rançosa, sujeira e suor. Ficou quente andando no asfalto preto. Estacionando nossas
motos, vamos direto para a casa principal. Três mulheres bêbadas olham para cima e sorriem para mim e para
meu bando.
— Onde está o Doc? — Pergunto a quem pelo menos é capaz de ficar em pé.

— Umm... acho que está cozinhando. — Os seus olhos vidrados me dizem que estão provando minha droga.
Rangendo os dentes, subo as escadas latindo uma ordem para encontrar Doc e Sandy. Entro no meu quarto e
olho em volta. Está enraizado em mim. Aprendi muito rápido quando estava nos SEALs16 a nunca confiar em
ninguém além de meus irmãos. E nunca entre numa sala sem saber. Tirando minha jaqueta de couro, colete e
camiseta, pego meu telefone e puxo meu rastreador no telefone de Eve. Mesmo enquanto faço isso, sei que não
deveria, mas é quase como se estivesse possuído e não pudesse me conter. O pequeno ponto vermelho mostra
sua localização no complexo e tenho que me forçar a não enviar uma mensagem de texto para Edge para
confirmar. Jogando o telefone na cama, tiro a roupa e entro no chuveiro ignorando minhas bolas apertadas e a
ereção dura como pedra. Preciso lidar com Doc e nosso “produto” e voltar para LA para que possa foder Eve
para extravasar, ou não. Quer dizer, ela é minha, comprei-a. Por que não ficar com ela, e não terei que me
preocupar com nenhuma garota maluca. Alguém bate à porta enquanto coloco uma calça jeans limpa.

— Entre — berro, irritado com meus pensamentos.

Sandy abre a porta e quase reviro os olhos. Ela está consumindo novamente, o que explicaria a ausência de Doc.

— Blade, Axel disse que queria me ver? — Ela desvia os olhos.

— Sim... como vão as coisas aqui?

Ela encolhe os ombros, seu cabelo comprido e oleoso parecendo mais escuro do que realmente é. — Oh... você
sabe, tenho ajudado Doc a cuidar dos negócios.

Bufo. — Sandy, pare com isso. Você está consumindo. Onde está Doc? — Seus olhos castanhos assombrados
olham para mim, e uma onda de compaixão me preenche.

— Eu... tudo que estava fazendo era experimentar uma nova droga na qual está trabalhando. Não usei até hoje.
— E lá se vai a minha compaixão. Nada como tentar falar com um viciado. Eles vão jurar que estão limpos,
mesmo que os pegue com uma agulha no braço.

— Onde está o Doc? — Digo, vestindo uma camiseta cinza desbotada do Van Halen.

— Acho que está no laboratório. — Ela se encosta na parede. Jesus, está tão chapada, que está literalmente
caindo no sono em pé. Quando agarro seu braço, seus olhos se abrem enquanto a empurro escada abaixo
comigo e a coloco no sofá com as outras viciadas.

— Blade — ela murmura enquanto se encolhe com uma garota que olha para mim, apavorada. Cristo, o que elas
acham? Que vou bater nelas?

— Não tenho tempo para essa merda. — Caminhando pelo corredor, bato a porta de Axel.

— Vamos lá, cara. É hora de ir.

Axel abre a porta, puxando as calças. Candy se levanta da cama. Ela se inclina sobre os cotovelos, seus seios
grandes falsos ainda molhados onde a porra de Axel está pingando em sua barriga.

— Precisa de uma liberação, Blade? — Suas unhas pontiagudas e vermelhas descem pela barriga enquanto abre
as pernas.

— Não — estalo, e eles me encaram com os olhos arregalados. Eu me viro e saio deixando a porta aberta para
pegar um pouco de ar fresco na casa estagnada. Acendo um cigarro e respiro a nicotina profundamente.
Rolando meu pescoço, ouço um estalo.

— Você está bem, cara? — Axel sai colocando seus óculos de sol.

Ignorando a pergunta, digo — Onde diabos estão todos?

Ele fica parado, olhando para mim.

— Jesus, Axel, estou cansado e de ressaca. — Esfrego minha nuca, lamentando completamente minha decisão de
cavalgar até aqui.

— Veja, isso — aponta para mim — é disso que eu estava falando na noite passada.

Acendendo meu cigarro, monto minha moto. — Axel, só porque não tenho desejo de foder Candy com sua porra
escorrendo pelos seios dela, não tem nada a ver com Eve.

— Desde quando você não quer foder Candy com ou sem porra nela? — Ox diz atrás de mim.

Sentado em minha moto, estou pronto para atacar os dois.

Axel interrompe meu discurso com — Acho que é o aniversário de Ginger. A maioria dos caras está no clube
comemorando — um sorriso conhecedor de merda em seu rosto. Balanço minha cabeça e ligo minha moto e
saio. Suas motos rugem atrás de mim enquanto contornamos a curva e sobre uma estrada de terra para o nosso
laboratório. O cheiro de produtos químicos se espalha pelo ar cerca de oitocentos metros antes mesmo de eu
estacionar.

— Que porra é essa? — Ox tosse em seu colete.


— Cristo, Axel ligue para Ryder e traga-o aqui. — Bato a porta. — Doc? — Silêncio e garrafas plásticas estão
espalhadas pelo chão junto com um monte de lixo de fast food.

— Porra, está muito quente aqui. — Dou um passo para trás e abro a porta, balançando a cabeça em como isso
foi fácil.

— Que diabos? — Axel entra e chuta alguns Disciples que estão desmaiados no chão.

— Estão mortos? — Vasculho o lixo em busca de Doc. A cozinha é onde fica o laboratório. Doc tem três fogões
acesos e várias coisas cozinhando em panelas. O fedor químico é tão forte que faz meu coração bater forte e
minha garganta em carne viva simplesmente por estar na sala. Desligo os queimadores e abro algumas j anelas
enquanto me viro ao som da porta dos fundos se abrindo. Doc entra e congela.

— Axel? Fale comigo. — Meus olhos nunca deixam Doc. Ele parece uma merda. A outra noite na festa, eu o vi
por um minuto enquanto remendava o pobre Dewey. Agora que está parado ao meu lado, sua pele amarelada e
seu corpo já magro dão a impressão de que está prestes a desmaiar.

— Eles estão vivos. Ryder vem com um caminhão para levá-los ao pronto-socorro.

— Precisamos dar o fora daqui. Alguém mais?

Doc o encara, então começa a chorar e cai de joelhos.

— Cristo. — Eu o alcanço e o arrasto para fora da cozinha, jogando-o no chão enquanto volto para verificar os
quartos.

Axel me encontra no corredor enquanto verificamos os quartos. — O que diabos aconteceu? — Os seus olhos
estão vidrados, como tenho certeza que os meus também estão.

— Ponha fogo neste lugar. Estou farto dessa merda.

Ele concorda. — Tentarei economizar o máximo que puder. Isso definitivamente vai causar um grande problema.

Olho em volta para a casa que ninguém deveria nunca colocar os pés e estou farto, porra.

— Prez? Doc não está bem — grita Ox ao virar o corredor.

— Fique com Axel — resmungo, cuspindo todos os produtos químicos de merda da minha boca.

Ryder chegou e se levantou com Doc, que está vomitando, e os outros dois Disciples, ambos novatos. Eles
parecem ter morte cerebral quando convulsionam e olham.

— Tire-os da minha vista. — Olho para Ryder.

— Nós os levamos ao hospital, haverá um monte de perguntas — anuncia a verdade.

Olho em volta. O sol ainda está forte e quente. Talvez eu não esteja com vontade de lidar com corpos ou talvez
não queira matar meu amigo de infância.

Agarrando Doc pela cabeça, pergunto — Quer morrer? Eu preciso saber, irmão. Vou matá-lo, ou posso deixar
seu traseiro de merda no hospital. O que será?

Os seus olhos castanhos parecem selvagens e sua pele está coberta de suor frio. — Hospital, seu idiota. Sabe
que não falarei. — Empurro-o para longe. — Carregue-o. Você ligou para quem para nos ajudar a limpar essa
merda?

Ryder encara Doc, então o agarra e o joga na caçamba com os outros dois. Eles gemem como se seus ossos
doessem, mas essa é a primeira resposta que ouço dos dois prospectos, então isso é positivo para eles.

— George e Mickey estão a caminho — diz Ryder. — Se fosse qualquer outro que não Doc... — deixa por isso
mesmo. Aceno enquanto sobe na caminhonete e sai em direção à cidade. Axel e Ox saem carregando sacolas
plásticas cheias do que suponho serem drogas. Isso é sério e custará uma fortuna em subornos. Junto com o fato
muito real de que os dois novatos podem falar. Quase envio uma mensagem de texto para Ryder lhe dizendo
para se livrar deles, mas neste ponto, todo o laboratório está sendo destruído. Enquanto não houver evidências,
acho que é a palavra deles contra a nossa. E tenho homens que podem eliminá-los se necessário.

Olho em volta para as nuvens de sujeira se aproximando. Mickey e George são os melhores em limpeza, é por
isso que os mantenho aqui.

— Pegaram tudo? Precisamos de tudo. Não deixarei Doc nos derrubar mais do que já fez.

— Conseguimos o máximo que pudemos encontrar. Parece que ele está morando aqui.

Acendo um cigarro e entrego a Axel. Ele pega-o e seus olhos procuram o laboratório de merda. — Jesus Cristo,
se não tivéssemos vindo hoje...

— Queime-o, se certifique de que não sobre nada. — O trovão alto de motos explode quando impeço Ox de
entrar novamente, seus olhos selvagens e respiração ofegante. — Pegue um pouco de ar, cara. Deixe Mickey e
George dar uma olhada.

— Prez. — George desce da moto. — Jesus, o que diabos Doc está cozinhando? — Puxa a camiseta para cobrir a
boca e o nariz.
— Você me diz. Por que eu apareço e ninguém além de vadias e drogados está em casa? Então encontro dois
prospectos em potencial com overdose e Doc pronto para se explodir.

George larga a camiseta e o medo invade seus olhos. Está no clube há cinco anos e também serviu no exército,
mas esta é uma grande merda. Engole em seco e olha para Ox, que está arfando como um cachorro com raiva, e
para Axel. A sua calma sempre enerva as pessoas.

— Estive aqui há quatro dias. Doc estava aqui com os prospectos em potencial e Sandy.

Mickey se aproxima. — Estive aqui há dois dias. Tudo estava normal.

Olho para Mickey, um urso de mais de um metro e oitenta de altura. — Vá cuidar do corpo de bombeiros e da
polícia. Dê a eles o que querem até que este lugar acabe. — Esfrega a cabeça. Porra, o que quer que estivesse
cozinhando é forte. — Onde está Sandy? Isto deve ter acabado de acontecer.

— Não brinca, simplesmente aconteceu. Caso contrário, estariam mortos.

Cuspo a fumaça.

Mickey sobe em sua moto. — Cuidarei disso.

Viro-me para George. — Entre e faça uma varredura final e acenda essa vadia.

— Entendi, Prez.

Ox anda de um lado para outro, seu punho cerrado enquanto a terra o segue.

— Calma, Ox. — A força da minha voz faz sua cabeça virar em minha direção.

— Nós queimamos este lugar, estamos ferrados. — Ele cospe e uma pequena quantidade fica em seu queixo. —
Você sabe quanto dinheiro perderemos?

— Eu sei. Lidaremos com isso mais tarde. — O meu telefone vibra. É uma mensagem de Ryder com um polegar
para cima: código para ele os deixou e está voltando. É assim que todos permanecemos vivos. Somos uma
equipe. Não é a primeira vez que odeio que somos muito grandes. Isso nos torna negligentes.

George sai correndo. — Está limpo. Porra, aquela cozinha não era assim dias atrás. — Seus olhos lacrimejam.

— Queime tudo. — Vejo Axel, George e um Ox gritando jogando camisetas acesas pela casa e na varanda. O lixo
se acende como uma fogueira e as chamas continuam subindo pelas colunas e pela porta de madeira seca.

Quase hipnotizados, todos montamos em nossas motos e ligamos nossos cavalos de ferro. Vou primeiro e meus
homens seguem. Não estamos tão longe quando a explosão envia o calor que passa por nós. Refletido no
espelho da minha moto, chamas e faíscas cobrem a paisagem, me fazendo sentir como se estivesse em um filme
de Mad Max. O fim do mundo está chegando.

Um grito horripilante explode ao nosso redor e sei que é Ox deixando seus demônios saírem. Cores e calor: é o
que sinto. Isso e meus ouvidos estão zumbindo e, por um momento, estou confuso sobre onde estou.

— Jesus Cristo. — Viro-me para ver a fumaça negra ondulante encher o céu. A enorme quantidade de cinzas me
faz avançar e meu peito dói de verdade.

— Acho que veremos quão bom é o nosso dinheiro do suborno. É muita fumaça. — Axel passa a mão pelo cabelo
suado.

— Ficaremos até termos certeza de que tudo acabou.

— Ou até ouvirmos sirenes. — Axel me encara sem expressão. A sua confiança em sairmos ilesos disso parece
muito negativa.

Sorrio. — Ou isso. — Quanto mais queima, mais leve fica meu peito, e já estou me sentindo melhor.

— Devemos fazer algo sobre Ox? — George interrompe Axel e eu.

— Não, deixe ele se enfurecer — digo, mal olhando para a fera que é Ox. Está fazendo donuts na terra com sua
Harley, o que é impressionante por si só. A quantidade de poeira que se levanta a nossa volta é bem-vinda.
Melhor poeira do que fumaça química. Olho para o meu telefone e calculo que, se tivermos sorte, o laboratório
explodirá novamente e podemos dar o fora da cidade.

— Voltamos para LA à noite. Esperançosamente ninguém nos viu quando chegamos esta manhã. Além dos
drogados, devemos estar bem. — Axel acena com a cabeça.

— Estamos fodidos. Não tenho ideia se Doc está em condições de recomeçar tão cedo. — Minha cabeça já está
latejando. — Reúna os caras e traga-os para a sede do clube.

George balança a cabeça e inspira mais uma vez, apagando-o, mas colocando-o no bolso de trás. — Eu os terei
lá.

Eu não o vejo sair. Fico olhando para o maldito buraco que nos fez ricos queimar até o chão. — Ligue, cara, e
vamos para a sede do clube. Quero estar de volta em LA hoje à noite. — Ligo minha moto e ouço meus irmãos
seguirem.
DOZE
Blade/Jason
Eu não sei se já quis tomar um banho tanto quanto agora. Acabamos de chegar em LA e são duas da manhã. As
luzes estão acesas e a porta da frente se abre. Pete e Edge se levantam e esperam que entremos. Axel não diz
nada e vai direto para cima. Não que eu o culpe. Depois de acender o fogo, não passou de uma merda atrás da
outra.

— Estou indo para a cama. Quero todos os meus oficiais aqui às dez da manhã — digo rispidamente para Edge,
que me entrega uma garrafa de Jack. Grato, pego e engulo de uma vez. Por uma fração de segundos, o calor
picante e ardido realmente elimina de fato o gosto químico que nenhuma quantidade de água parece remover. O
fedor parece grudar em minha garganta e quero beber a garrafa inteira, em vez disso, tomo mais um gole e
decido ir para o meu quarto e deixar o banho e Eve me livrar das últimas doze horas de inferno.

— Precisa de mais alguma coisa, Prez? — Edge está em alerta. Tenho certeza que ele ouviu tudo.

— Não, vou para a cama. Não me perturbe, a menos que alguém esteja morto.

Ryder entra junto com Ox, que prontamente exige uma mulher e bebida. Subo as escadas de dois em dois,
virando no topo.

— Edge?

— Sim, Blade?

— Foi tudo bem hoje?

Ele concorda. — Sim, ela passou algumas horas na piscina e depois ajudou Amy na cozinha. — Franzo a testa.
Por alguma razão, não gosto que ela trabalhe. Deixando de lado meus pensamentos de homem das cavernas,
aceno para ele e fico a minha porta. Ela saberia trancá-la, certo? Pego a chave no bolso. Abre-se e minhas mãos
se fecham. Discutirei isso com ela pela manhã. Novamente, não confio em ninguém além de meus irmãos.
Mesmo com eles, eu esperava que trancasse a porta. Entrando, observo a escuridão, embora ela pareça gostar
das cortinas abertas e o luar se espalhando por dentro. Que porra é essa? A primeira coisa que faço é fechá-las,
não suporto que se abram, e me forço a passar por ela. Estou fedendo e se chegar muito perto, vou querer tocá-
la.

Ligo o chuveiro e, além do meu corte, jogo todas as peças de roupa fora. Quando entro em minha ducha de
pedra azul, viro a água tão quente que queima minhas costas e permite que meus músculos tensos relaxem. A
minha mente repassa o dia, não consigo desligar. Fechando meus olhos, vejo os rostos dos meus membros
preocupados com o que exatamente significa a perda do nosso laboratório. Abaixo minha cabeça e deixo a água
massagear meu pescoço enquanto percorro a noite. Metade dos rapazes estava bêbado e chapado ou ambos e
tenho certeza que alguns rapazes aparecerão no complexo de Los Anjoes amanhã. A maioria deles tem emprego
e família em Hemet, então vão ficar, mas os mais jovens mal podiam esperar para fazer as malas.

Talvez eu leve Eve para minha casa particular, mantenha-a longe de toda essa porcaria se preparando para cair.
Os meus olhos se abrem – nunca deixei nenhuma mulher além da minha mãe entrar naquela casa. Essa é a casa
que uso quando quero esquecer, me sentir normal, ser normal. Alcançando meu sabonete, hesito. A abertura
que contém meu xampu e sabonete agora está preenchido com diferentes frascos do que parecem ser xampus,
condicionadores, gel de banho, creme de barbear para garotas e uma lâmina de barbear rosa. Pego um tubo que
diz máscara de limpeza. O meu xampu AX está na parte de trás e não tenho ideia para onde foi meu sabonete
Irish Spring. Há em vez disso, um sabonete verde que diz Dove nele.

— Cristo. — Pego o sabonete e sinto o cheiro. Tem um cheiro meio frutado. Tanto faz, preciso de sabonete, então
o uso para ensaboar meu corpo imundo. Faço isso duas vezes e lavo meu cabelo. Tudo que quero é Eve e minha
cama. Saindo, enrolo uma toalha em volta da minha cintura e pego minha escova de dente. Depois do que
parecem dez minutos, não posso fazer mais nada para livrar minha boca dos produtos químicos e da fumaça.
Apago a luz e jogo minha toalha no chão. Estou cansado, exausto pra caralho, e em vez de subir em minha cama
confortável, fico olhando para o cabelo dourado selvagem em um travesseiro escuro. Claro e escuro... seus
lábios carnudos e maduros estão ligeiramente separados enquanto seu peito se levanta suavemente. Ela é tão
deslumbrante que é quase surpreendente. Dorme com uma das minhas camisetas e todo o meu corpo se contrai.
A necessidade de afundar nesta mulher e reivindicá-la é esmagadora. Sento-me e lhe arranco o lençol e ela rola
em direção ao meu pau já duro. Eu a alcanço, e ela pisca abrindo os olhos. Cílios longos tremulam enquanto
sorri sonolentamente. A minha mão áspera acaricia sua bochecha macia.

— Anjo. — Ela olha para mim e me inclino e pego seus lábios. É suave e lento, quase sensual de uma forma que
nunca experimentei. A minha língua encontra a dela enquanto ambos gememos. Abaixo meu corpo sobre o dela
e o dia se foi: o fogo, as drogas, tudo some. Afasto-me quase assustado. Os meus olhos procuram seu rosto na
escuridão. O luar espreita por uma fenda nas cortinas, e a beijo novamente porque não consigo parar de beber
em sua doçura. A sua língua toca a minha enquanto ambos a aprofundamos.

— Eve. — Trilho minha língua para seu pescoço longo e puxo sua camiseta. — Levante-se, querida. — Sai como
um rosnado. Ela estremece enquanto levanta os quadris e tiro sua calcinha. O seu corpo brilha no minúsculo
fluxo de luz restante, o que revela um toque de sua linha bronzeada. — Você é linda. — Exala e lambe os lábios
inchados. — Tenho que comer sua boceta. — Inclino-me enquanto abro suas pernas e mergulho em sua boceta
de mel. Está escorregadia, molhada e seu clitóris fica carnudo enquanto o chupo. O meu abdômen aperta
quando seu corpo arqueia em minha boca e adiciono um dedo dentro dela. O seu corpo começa a sacudir e
coloco minha mão em sua barriga para mantê-la imóvel enquanto ela geme de prazer no quarto escuro.
Mais uma chupada e esfregada com meu dedo e seu sexo agarra meu dedo e o puxa, pulsando e apertando.
Uma onda de glória se apodera de mim, o que é estúpido porque estou agindo como se esta fosse a primeira
mulher que fiz gozar. Longe disso, mas esta é a primeira mulher que quero fazer sempre. Está gritando meu
nome e minhas bolas apertam. O meu nome, nem Blade, nem Prez, está gritando Jason e isso me faz voar como
um maldito otário. Subo de volta sobre ela, minhas mãos tocando seus seios fartos. Gostaria de poder chupar
seus mamilos, mas se não enterrar meu pau dentro dela agora, posso ficar louco. O meu cérebro frenético
canalizou tudo em como ela se sente bem. Pego meu pau e esfrego seu clitóris inchado e escorregadio com a
ponta e ela geme alto. Não posso esperar mais... não me lembro de uma vez em que quis mais uma mulher.
Enquanto empurro dentro dela, aquelas paredes de seda ainda estão tão firmes que me agarram. Cada vez que
me enterro mais fundo, ela se move comigo até que o quarto se enche de nossos corpos estalando e meus
músculos contraindo.

— Porra, estou perto. Toque-se, Anjo.

— O quê? — A sua voz está ofegante e não tenho tempo para explicar, ensinar, isso tudo pode vir depois. Abaixo-
me e esfrego seu clitóris com força enquanto meu pau grosso empurra dentro dela e sua boceta pulsa em seu
caminho para o clímax.

— Oh, meu Deus... Jason... estou gozando. — As suas unhas cavam em minhas costas enquanto aranha as unhas
em direção à minha bunda. A picada queima e amo isso, porra. Deixo meu corpo ser preenchido de uma forma
que nunca fiz antes. E quando gozo, chamo o seu nome e não consigo parar. Ela estende a mão para me beijar
enquanto meu orgasmo me embala até os dedos dos pés. Não digo nada, nem mesmo me retiro, mas a puxo
para mim e deixo minha respiração se acalmar e minha mente ficar em branco.

TREZE
Eve
Sinto cheiro de fumaça, couro e algo novo e limpo. Seja o que for, amo e preciso mergulhar mais fundo nisso.
Abro os olhos e o cheiro com que estava sonhando é, na verdade, o pescoço e o peito de Jason. Sem me mover,
estou congelada. O que diabos está acontecendo comigo? As minhas bochechas queimam e minha boca se abre
para que possa deixar entrar um pouco de ar tão necessário em meus pulmões. O quarto está escuro, exceto
pela fenda na cortina que permite uma linha brilhante de luz do sol na beira da cama. Sei que sou inocente
quando se trata de sexo, mas que diabos? Quero gemer e enterrar minha cabeça em seu pescoço, mas estou
mortificada. O que estou fazendo com Jason é muito intenso, muito conectado e não posso ter isso. Eu
lentamente me movo para trás, mas seu braço aperta ao meu redor, quase como se não quisesse que eu me
movesse.

Os sinos de alerta estão tocando alto e claro. Preciso colocar distância entre nós ou começarei a me apaixonar
por esse homem, Deus... seja lá o que for, está fora do meu alcance. Sentando, olho para ele. Deve ter o sono
pesado ou está exausto. Os meus movimentos suaves o fazem se mexer e é isso. Quando me sento rapidamente,
tudo o que faz é mover o braço sob a cabeça, me permitindo admirar seus bíceps e tatuagens. São lindos. A
maior parte é preta, mas então há um toque de cor como minha rosa vermelha favorita, que parece estar
sangrando sangue e lágrimas, fazem algo comigo. Tentada a estender a mão e traçá-las com meus dedos e
língua, avidamente deixei meus olhos tomarem seu peito bronzeado. Tão quente. Ele é perfeito. O poder irradia
dele, e não é de se admirar por que todas as mulheres o desejam. Eu me levanto para usar o banheiro, minha
mente fazendo uma mudança. Quero dizer, por que não? Ele me quer, isso é óbvio, raciocino. Se pudesse
realmente fazer o inalcançável e fazer esse homem cair aos meus pés, estaria segura.

A chave para este plano é fazer com que ele me ame enquanto eu só gosto dele. Pressionando a descarga,
estendo a mão para lavar as mãos e me olho no espelho grande. Nunca me importei com minha aparência, de
certa forma, era um grande problema à medida que fui crescendo; mas enquanto olho para meu reflexo, me
ouço sussurrando — obrigada mamãe — porque, pela primeira vez, estou grata por ter herdado seus grandes
olhos azuis, maçãs do rosto salientes e lábios inchados. Lembro-me de chorar quando meus seios começaram a
crescer. Meu pobre pai parecia quase desamparado, então me disse para ser grata por ter herdado o corpo de
minha mãe. Foi tudo o que disse e parei de chorar. Viro-me e avalio meu reflexo por trás. Pernas longas e finas,
isso é bom. A minha bunda parece um pouco pequena, mas hey, ninguém é perfeito. Sorrio para as minhas
linhas de bronzeamento. A verdade, tomar banho de sol por dois dias já iluminou meu cabelo. Se continuar
assim, ficará um loiro claro. Pegando a minha nova escova de dente rosa cintilante, rapidamente escovo os
dentes, minha mente planejando como fazer com que o deus sexy no outro quarto me mantenha. Não pode ser
tão difícil, certo? Estou tão absorta em meus pensamentos que quase grito quando grandes mãos bronzeadas
serpenteiam ao redor da minha cintura, me puxando de volta contra seu peito duro. Ele enterra a cabeça no
meu pescoço e meu coração começa a bater como um tambor.

— Você cheira bem — diz, e quase engasgo com a pasta de dente na boca. Inclino-me para cuspir e seu pau
grande e duro se alinha na minha bunda. Rapidamente, me endireito. Ele olha para o espelho e por um
momento de parar o coração, o mundo desaparece. Tudo o que vejo são seus olhos verdes me olhando como se
eu fosse especial.

— Jason. — Minha voz soa rouca ou talvez grossa. Os seus olhos se estreitam e mudam como se uma cortina se
fechasse sobre eles. Olho para longe então, querendo que tudo o que compartilhamos volte, mas sumiu, o feitiço
foi quebrado. Os seus lábios quentes estão no meu pescoço, sugando e lambendo, e me encontro olhando para
nós no espelho. Suas mãos massageiam meus seios fartos.

— Cristo, olhe para você. Olhe para esses seios magníficos. — Ele os aperta e não posso deixar de gemer
quando aperta meus mamilos tensos e duros.
— Deus. — A minha voz parece a de outra pessoa quando uma mão me puxa com força de volta para seus
braços quentes. Observo sua mão tatuada deslizar pela minha barriga lisa até o meu sexo e sinto tudo: seu
peito, sua respiração, seus lábios.

— Abra — comanda, e olho para ele no espelho. Esses seus lindos olhos são hipnotizantes. As minhas pernas se
abrem e seus dedos deslizam para dentro. Pergunto-me, no fundo da minha mente, se deveria ficar com
vergonha de como fico molhada, mas ele geme e diz — Deus, adoro que esteja gotejando por mim. Observe-me,
Anjo. Observe o quão rápido faço você gozar. — E observo. A sua única mão que estava brincando com meu seio
desapareceu e está segurando minha perna para que eu tenha uma visão direta da minha boceta rosa e
molhada. A sua outra mão esfrega meu clitóris com força.

— Oh Deus — assobio ao ver seus dedos, cobertos pela minha umidade escorregadia, esfregando meu clitóris.
Agarro e seguro em seus braços.

— Por favor... não consigo. — Minhas bochechas e lábios estão vermelhos.

— Você está fazendo isso, querida.

Enquanto meu corpo convulsiona, uma explosão de luz branca me cega por um segundo. Agarro seus braços. —
Jesus — ofego.

Ele me gira e a mão que usou para esfregar meu clitóris está no meu pescoço, me trazendo para mais perto. É
agressivo, ao passo que, na noite passada, foi gentil. Levantando-me, me joga na pia e me empala com seu pau
grosso antes que possa me recuperar.

— Nunca me diga que não consegue gozar — rosna em minha boca e me pergunto o que diabos está
acontecendo conosco enquanto ataco sua boca com a minha. O desejo está lá, e o quero mais do que gostaria de
admitir.

— Jesus, Anjo... Não me canso dessa maldita boceta. — As suas palavras desagradáveis, de alguma forma,
combinam com ele e abro as minhas pernas me sentindo tão completa, segura, desejada.

— Sim, é isso. — Ele me inclina de volta para o espelho fixo e agarra minhas pernas para que ambos possamos
ver seu pau longo e grosso entrar e sair de mim.

— Pegue seu dedo, querida, e esfregue esse clitóris inchado. Esfregue com força e goze no meu pau antes de
enchê-la com a minha porra. — Hesito.

— Pegue seu dedo e toque em si mesma. Preciso vê-la, senti-la. — Os seus olhos encontram os meus e está lá de
novo, apenas nós e ele dentro de mim e quero agradá-lo como nunca quis agradar a ninguém em minha vida.

Alcanço meu clitóris. — Use dois dedos — comanda e faço. — Anjo... fale comigo. Diga-me o quanto ama meu
pau e seus dedos a deixando excitada.

— Eu... eu amo. — Esfrego com força. O seu pau grosso ganha velocidade e gozo, orbitando em êxtase.

— Porra, sim, Anjo. — O seu corpo empurra profundamente em mim. Não sei quanto tempo ficamos juntos,
nossos olhos fixos um no outro enquanto tentamos firmar nossa respiração. Jason puxa lentamente para fora e
meu sexo agarra nele enquanto vai.

Sorrimos um para o outro e é como se estivesse flutuando enquanto o observo me abaixar suavemente e ligar o
chuveiro. Afundo no assento do vaso, me perguntando como ainda estou viva.

— O que está pensando?

Olho para ele, seu corpo lindo me fazendo lamber meus lábios. — Estava pensando que não tinha ideia de que
seria assim. — Instantaneamente, arrependo-me do que disse.

Ele inclina a cabeça e faz um gesto para que eu entre no chuveiro com ele. A água cai sobre nós e ele inclina
minha cabeça. — Gosto que você seja minha, e gosto que esteja intocada. Já transei com centenas de mulheres e
nunca tive isso com ninguém. — Pisco para tirar a água dos meus olhos. Estou feliz, quente e confusa, um
sentimento muito estranho para mim. E sem dúvida, estou sorrindo de novo.

Então ele agarra meu queixo com força. — Se pegar você transando com outra pessoa, vou matá-la.

Acho que o entendi mal, no começo, mas os seus olhos verdes não estão piscando e um arrepio de excitação me
preenche. Puta merda, está dizendo a verdade. Ele me mataria. E todos os sentimentos calorosos que eu estava
tendo dobram. Porque se me matasse por tocar outro homem. Uau ... isso definitivamente parece promissor. Ele
me solta, pega o sabonete e engulo enquanto não faço nada além de vê-lo ensaboar seu corpo perfeito. Quando
ele vira as costas para mim para enxaguar, finalmente me movo. Pegando um dos meus novos géis de banho,
esguicho um pouco em minhas mãos e me ensaboo. A energia está carregada e posso senti-lo começar a se
afastar.

— Tenho um dia agitado. O que está planejando fazer? — Os seus ombros largos bloqueiam a água e seu olhar
permanece no meu rosto, em vez de em minhas mãos ensaboadas que começaram a lavar meu corpo com
bolhas de baunilha.

— Hum... meio que preciso de outro biquíni ou talvez ajude Amy na cozinha.

Ele balança a cabeça. — Não. Sem ajudar mais Amy. Pedirei para Dewey levá-la ao shopping. Preciso de um
novo par de óculos de sol de qualquer maneira. Deixarei algum dinheiro na cômoda. — Ele toca minha boca
aberta porque apenas me deixou sair... com Dewey?

— Seja boazinha, Eve, e veremos onde isso dará. — Ele roça meus lábios com os dele. E fico na ponta dos pés
para aprofundar.

— Tenho que ir, querida. Estou com uma merda acontecendo. — Ele se afasta e sai e imediatamente sinto sua
falta. Termino de me lavar rapidamente. O meu corpo parece muito diferente. Os meus músculos estão
doloridos e minha vagina está dolorida e sensível. Sorrio e começo a cantarolar, em seguida, paro e desligo o
chuveiro.

O que há de errado comigo? Não cantarolo e não sorrio. Puxo uma de suas toalhas pretas feias da prateleira e
me seco. Eu gostaria de poder comprar algumas toalhas bonitas, talvez até uma prateleira para guardar
algumas das minhas coisas. Este banheiro é tão limpo, mas completamente vazio. Ele nem mesmo tem um cesto
aqui. Preciso me recompor, ainda não somos um casal. Jogando meu cabelo molhado em um coque bagunçado,
hidrato meu rosto e coloco um brilho labial rosa cintilante. Estou bronzeada e depois de horas de sexo incrível,
minhas bochechas estão bonitas e rosadas. Coloco um vestido rosa de verão com alças cruzadas e botões que
vão até embaixo. Quase pulo para a cômoda, e com toda a certeza, ele me deixou, puta merda, ele me deixou
quinhentos dólares.

Olho em volta como se alguém pudesse estar me observando. Tudo o que vejo é a imagem feia de Crystal com
seus seios feios. Enquanto pego um par de tênis Converse brancos, alguém bate à porta. Desta vez, é Dewey
com um olhar de determinação em seu rosto doce. Ele veste uma camiseta branca e seu distintivo de prospecto
está orgulhosamente exibido na frente de seu colete. Estou começando a perceber que esses remendos
significam coisas. Terei que perguntar a Jason porque alguns são feios. Sorrio para Dewey, que imediatamente
sorri de volta.

— Está pronta? — Pergunta.

— Nasci pronta. — Rio de mim mesma e ele parece confuso. — Tanto faz... vamos lá. Talvez possamos passar
pelo drive-thru do McDonald's e comprar um sanduíche e batatas fritas, hein?

— Disseram-me para levá-la ao shopping e de volta para Blade. — Ele segue em frente, com as chaves na mão,
enquanto descemos as escadas. Está lotado, muitos rostos novos se aglomeram no andar de baixo. Por instinto,
me aproximo de Dewey enquanto um bando de homens barbudos param e começam a brincadeira degradante
de sempre. Desta vez, acho que alguém disse que quer reivindicar minha bunda. E em seguida, silêncio, como
se tudo o que ouço fossem cadeiras e pés no chão de madeira. E sei que ele está atrás de mim. Posso senti-lo.

— Essa — Blade estende a mão para mim quando vejo Edge e Axel com o canto dos olhos — é minha. — Vira
meu pescoço e murmúrios de “merda” e “não sabíamos” enchem a sala. — Ela usa minha marca e o único que
reivindica sua bunda ou qualquer outra coisa sobre ela sou eu. — Rosna quando olho para seu rosto bonito,
exceto que seus olhos estão sérios e, assim como no chuveiro, sinto seu poder. É o verdadeiro chefe. Se alguém
me tocar, morrerá e não sei se seria rápido. Ele entrelaça meus dedos frios com os seus fortes e quentes e me
acompanha até a varanda da frente. Olha meu vestido com uma varredura e volta para o meu rosto.

— Você está bem? — Esfrega as mãos para cima e para baixo em meus braços.

— Sim. — Expiro, me inclinando mais perto dele e engolindo enquanto ouço a música e o barulho de motos e
risos. — O que está acontecendo? É feriado? — Olho em volta lá fora. Algo aconteceu e não pode ser bom.

— Dewey?

— Estou aqui, Blade. — Apesar de seu rosto gentil, tenta parecer mau.

— Você cuida do meu Anjo. — Ele olha para os meus lábios e, como se não pudesse evitar, me puxa para um
beijo ardente. Fecho meus olhos e sinto o sol bater em nós enquanto o beijo de volta.

— Prez. — A voz de Axel nos separa. — Os rapazes estão prontos.

— Observe-a. — Encara Dewey, depois se vira e entra. Encaro os motoqueiros do lado de fora e quase sorrio
para seus rostos atordoados. A maioria são homens, mas algumas mulheres estão falando, fumando e olhando
para mim.

Dewey pega meu braço e abre a porta de um Chevy Tahoe preto. Uma mulher de aparência mais velha se
aproxima de mim usando um colete que diz Propriedade de Titan. — Sou Bella. — Estende a mão.

Sorrio e cumprimento. — Sou Eve.

Ela me olha de cima a baixo. — Coisinha bonita, não é? Ouvi todos os rumores. Estou neste clube há vinte e
cinco anos. Avise-me se precisar de ajuda.

Os seus suaves olhos castanhos parecem sinceros e quase digo que ficarei bem, em vez disso, digo — Sim, e
tenho muitas perguntas. Se tiver tempo, adoraria conversar.

Ela me encara e sorri. — Você se sairá bem. — Ela me dá um tapinha no ombro e caminha de volta para o grupo
de motoqueiros. Um homem mais velho e baixo com uma barriga protuberante passa um braço ao seu redor.

— Acho que esse é Titan? — Digo, pulando no assento de couro macio. Inalo o cheiro de carro novo, é quase
erótico. Nunca senti o cheiro antes e, agora que o fiz, nunca mais quero sair.

Dewey olha para mim e depois para o grupo fumando. — Não, esse é o melhor amigo dele, Bobby. Titan é um
oficial. Costumava estar no alto, mas bateu com a moto há dez anos, então está em uma cadeira de rodas desde
então. — Os meus olhos disparam para fora da janela quando saímos. Bella se levanta e fuma, rindo de algo que
Bobby disse.

— O colete dela contudo dizia propriedade de Titan. Estou confusa.

Dewey começa a ficar inquieto, esfregando uma das mãos na calça jeans escura e depois a outra. — Hum... bem,
Titan não pode mais, sabe... — Os seus olhos ficam grandes.

— Então? — Estalo.

— Então, ele deixa Bobby cuidar de Bella. — Olho para ele. As suas bochechas estão rosadas.

— Espere, Titan, deixa seu melhor amigo transar com sua esposa?

— Sim, quero dizer, ele está sempre lá observando.

— O quê?

— Eve. — Agarra o volante com força. — Não é incomum compartilhar sua mulher com... sabe, rapazes.

Abro minha boca, em seguida, fecho. Beliscando meu nariz, digo — Então é por isso que pensou que poderia me
tocar? Porque todo mundo tem o quê? Uma orgia? — A minha voz está ficando aguda.

Ele olha para mim e se mexe desconfortavelmente em sua cadeira. — Não se empolgue. Blade não vai
compartilhá-la. — Olha para trás, para a estrada.

Cruzo os braços e sinto aquele aperto estranho, irritação, algo que nunca senti antes. — Então ele compartilhou
suas outras namoradas?

Dewey sorri e liga o rádio. KROQ17 explode nos alto-falantes.

Estendo a mão e tento descobrir qual é o botão de desligar. — Eu lhe fiz uma pergunta.

Ele suspira. — Blade nunca teve uma garota fixa antes.

Viro-me para ele, mas o cinto de segurança trava. — Achei que Crystal fosse a sua namorada.

— Hum... bem, você deve perguntar a Blade sobre...

— Dewey — grito, fazendo-o estremecer.

— Não... ela pensa que é, mas ele nunca foi exclusivo com ela ou com ninguém. Bem, além de você. — Inclino-
me para trás, horrorizada e feliz. Estou horrorizada por estar feliz. Jesus!

— Crystal dorme com todo mundo. Acho que ela pensou que isso deixaria Blade com ciúmes. — Encolhe os
ombros.

Olho pela janela e vejo os arcos dourados. Agarrando o braço de Dewey, digo — Oh, meu Deus... Graças a Deus.
Estou morrendo de fome. Entre no Mickey D's18.

— Blade disse...

— Estou morrendo de fome. Você não quer que eu lhe diga que não cuidou de mim, quer? — Golpeio meus cílios
para ele. Ele franze a testa, parecendo confuso.

— Entre, Dewey.

A verdade, tenho que fazer Dewey entrar. Nossa, pensaria que eu estava lhe pedindo para roubar um banco ou
algo assim com a maneira como seus olhos escuros se movem rapidamente. Quando estou comendo meu
segundo sanduíche, noto Dewey me encarando. Suspirando, coloco meu sanduíche e dobro as mãos no colo. —
O quê?

— Nunca vi uma garota comer tanto. — Ele diz isso como se eu fosse uma aberração.

— Oh. — Encolho os ombros e mergulho de volta no meu café da manhã. — O meu metabolismo é incrivelmente
rápido. Posso comer qualquer coisa. — Sorrio e ele franze a testa. Pobre Dewey. Acho que estou arruinando
todas as suas fantasias sobre mim.

— Então, como está sua barriga? Está curando bem? — Estou falando com a boca cheia, então desacelero um
pouco.

Ele se enrijece e olha ao redor do McDonald's com ar condicionado. — Bom. Doc me costurou. Está pronta para
ir? — Ele se levanta, ombros caídos.

— Sim. — Enfio a última mordida na boca e amasso o papel amarelo para jogá-lo fora. Amo o McDonald's. Esse
cheiro gorduroso conforta uma pessoa. Os ladrilhos vermelhos acastanhados no chão sempre me lembram dos
tempos felizes com minha mãe.

Afastando qualquer memória que possa me distrair, pisco enquanto meus olhos se ajustam ao dia ensolarado. —
Agora, Dewey, quando chegarmos ao shopping, preciso que siga as minhas instruções. — Aceno minha mão na
frente de seu rosto enquanto abre a caminhonete. — Olá... está ouvindo? Eu tenho um jeito de fazer compras...
— Você fala muito e muito rápido para mim — murmura, e novamente há um pequeno puxão na minha
consciência.

Respirando fundo, pulo e me sento. — Não se preocupe com nada. — Sorrio para ele. — Será super-rápido,
entrar, sair e voltar para o complexo. — Sem mentira, eu sabia que Dewey seria perfeito para mim, ou seja, ele é
alto e tem uma aparência doce, mesmo com seu corte. Finjo que precisa de óculos escuros. Experimentamos
tantos que confundo o cara atrás do balcão. Ele nem percebe quando deslizo os óculos Ray-Ban Aviators
espelhado preto em minha bolsa de couro enquanto Dewey continua a assediar o cara por mim. A verdade, pago
pelo meu, então não me sinto uma pessoa completamente má. Corro para dentro da Macy's, estão em
liquidação, e pego cerca de quinze biquínis diferentes para experimentar. Inevitavelmente, se experimentar o
suficiente, sempre poderá encontrar um que tenha um alarme quebrado. Algumas batidas fortes em uma
cadeira de plástico e a etiqueta de plástico volumosa geralmente cairá. Hoje deve ser meu dia de sorte. Quando
pego um biquíni dourado metálico, a etiqueta cai na minha primeira tentativa. Respiro fundo e espero para ver
se alguém comenta sobre o barulho. Tudo o que ouço são outras pessoas conversando e experimentando roupas.
Então, tento mais cerca de cinco, mas minha sorte acabou e nenhum sai. Seja como for, o dourado ficará
fantástico com o meu cabelo e bronzeado. Pego um preto com cerejas rosa e sorrio. Jason vai adorar.

— Isso vai custar oitenta e nove dólares e noventa centavos — diz a mulher mais velha na caixa registradora,
seus olhos disparando para Dewey.

— Achei que estava em promoção.

— E está. — Ela nos encara. — Você quer?

Sorrio. — Claro que quero. — E empurrando de lado o biquíni dourado de duzentos e cinquenta dólares no
fundo da minha bolsa, pego minha carteira e pago. Este pode ser o meu melhor dia de todos!

QUATORZE
Blade/Jason
Estou olhando para o relógio. O enferrujado relógio da Coca-Cola ainda marca o tempo tão perfeitamente que
tenho vontade de pegar minha arma e atirar nele.

— Prez? Isso soa bem? — Axel tem falado sem parar sobre diferentes locais para o novo laboratório e estou
cansado. Eu trabalhei, na semana passada, em média cerca de duas a três horas por noite. Não se chega onde
estou por não ser um workaholic, mas esta é uma tempestade de merda que não para de chegar. Todos os dias
estou lidando com diferentes membros de gangues, outros motoqueiros, policiais. Você escolhe e na semana
passada, lidei com isso. Quando subo os degraus e vou para a minha cama grande, não posso deixar de puxar
Eve para mim e transar com ela, em seguida, desmaio e repito. Ela está comigo há duas semanas e não perdi o
interesse como pensei que perderia. A verdade, ela se tornou uma necessidade, um motivo para eu me levantar
e ir para a cama, porque estará lá. Como agora, prefiro estar com ela do que aqui na sala principal, com música
tocando e metade dos meus rapazes já prestes a ficar bêbados.

— Axel, se conseguirmos comprar um terreno barato e fora do caminho, a polícia olhará para o outro lado.
Chatsworth é perfeito. Está mais perto e podemos fazer mais corridas. Dito isso, va mos nos estabelecer em
Hemet, e se algum dia conseguirmos que a polícia seja paga, acho que devemos tentar reconstruir. Muitos dos
nossos rapazes têm famílias lá. — As minhas botas estão sobre a mesa e empurro para trás, me equilibrando nas
pernas traseiras da minha cadeira.

Axel esfrega a nuca. — Não sei ... acho estranho não termos ouvido falar dos federais ainda.

Bufo e deixo cair minhas pernas no chão de madeira. A cadeira de metal faz barulho. — Dê-lhes tempo. Tenho
certeza de que ainda estão tentando encontrar algo que nos ligue ao incêndio.

Ele acena com a cabeça e se alonga. Eu me levanto e dispenso todo mundo até amanhã, quando tudo começa de
novo.

— Ei, Prez. Amy quer saber se quer jantar com Eve. — Ryder lê uma mensagem de seu telefone. Axel e Edge
olham para mim.

— Você não vai se juntar a nós esta noite? — Ele arqueia uma sobrancelha escura para mim.

O triste é que eu adoraria que o jantar fosse levado para o meu quarto com Eve, o que me faz franzir a testa e
balançar a cabeça. — Diga à Amy que tenho alguns telefonemas para fazer. Vou atender aqui. — Olho para
R yder, que parece desapontado. Então me viro para Edge e Axel. — E sim, pretendo foder com vocês esta noite.

Edge sorri como se estivesse aliviado e sai silenciosamente com Ryder, que está reclamando sobre ter que ficar
de olho em mim.

— Está com fome? — Olho para Axel que está acendendo um baseado.

— Não, acho que me juntarei aos rapazes. Deveria pensar em misturar tudo esta noite, cara. Talvez ter seu pau
sugado por alguém além de Eve esta noite.

Concordo. Ele tem razão. O fato de que eu preferiria passar um tempo no andar de cima do que com meus
irmãos me faz perceber que estou me metendo demais. E para quê? Uma boca é uma boca, se fechar os olhos,
pode pertencer a quem você quiser. O meu telefone vibra como se estivéssemos tão sintonizados que ela me
sente puxando para trás e tem que me puxar de volta para dentro. As minhas bolas apertam e me movo
desconfortavelmente com o conhecimento de que fico duro com o som do meu telefone tocando. Está lá em
cima, poderia ir até lá e transar com ela antes que a noite comece.

— Anjo.

Axel inala e seus olhos estreitam enquanto me olha como se eu fosse algo que não consegue entender.

— Jason... esperava que estivesse quase terminando. — A sua voz faz alguma coisa comigo, é rouca... sexy.

Viro-me e olho pela janela. Está escuro e desejo... porra, não sei o que desejo. — Vá para a cama e estarei aí em
breve.

Silêncio. Posso sentir que quer que diga outra coisa. É uma merda porque nunca me importei o suficiente para
me perguntar o que alguém pensava além de mim e meus irmãos. Então, quando Eve fica em silêncio, fico
louco. Quero saber o que a incomoda, o que precisa, gosta.

— Desembuche, Eve — digo, ficando mais bravo a cada segundo.

Ela bufa e sua voz muda, e quase sorrio. — Por que eu nunca posso descer quando há festas acontecendo?

— Porque eu disse. A menos que queira ver algo de que não goste, obedeceria ao meu comando e ficaria no
andar de cima. — Desligo e olho para um Axel carrancudo. Levantando um dedo, resmungo — Não diga uma
palavra.

Ele ri. — Jesus, cara... estou feliz por não ser você. — Quando abre a porta para sair, Amy chega com meu
jantar.

— Aqui. — Ela me entrega meu prato cheio de salmão grelhado, uma grande salada de couve, junto com batata-
doce e espinafre cremoso.

— Obrigado, Amy. — Esfrego minha cabeça, precisando dormir e a cigana lá de cima não é uma festa, mas sou o
presidente, então não tenho exatamente escolha.

Ela funga e posso dizer que está chateada por eu não estar com Eve.

— Amy? — Olha para mim quando chega à porta. — Não se apegue muito a ela, é temporária. Homens como eu
não tem relacionamentos. Tenho uma casa cheia de homens e mulheres que tem que vir primeiro. — Não sei se
estou lembrando Amy ou a mim mesmo.

Ela fica rígida. — Continue mentindo para si mesmo, Jason. Você é louco por ela e ela é o seu futuro. — Abre a
porta e sai.

— Porra. — Quase atiro uma garrafa de cerveja, mas em vez disso, pego o garfo para comer. O pequeno zumbido
dos cartazes de cerveja e a batida da música vinda de fora da porta me deixam mais cansado. Termino meu
jantar, me inclino para trás e fecho os olhos por um segundo. Mãos quentes massageiam o meu pescoço
acariciando meu peito. Por uma fração de segundo, acho que é Eve, mas o cheiro dessa mulher está totalmente
errado, então pego a mão que começa a se arrastar para lugares que não deveria.

— Crystal, não esta noite — resmungo e me sento. Ela se inclina para frente, empurrando seus seios no meu
rosto.

— Já faz muito tempo. Sinto sua falta — murmura. Olho para a porta e me pergunto como não a ouvi entrar.

Eu me levanto e pego uma garrafa de Wild Turkey. Abrindo, tomo um longo gole. O uísque picante queima todo
o caminho até meu estômago.

— Sente-se. — Movo minha cabeça. Ela o faz e sua saia preta sobe enquanto cruza as pernas bronzeadas. Sento-
me ao seu lado.

— Nós nos conhecemos há muito tempo. Era a garota de Chuck e provavelmente é assim que deveria ter ficado.
— Os seus olhos lacrimejam com a menção do meu irmão. Ela parece ter passado da sua idade: o sol, o fumo e
muitos homens e o álcool não foram gentis com ela. Estou, de repente, comparando meu Anjo com ela. A pele
fresca e úmida de Eve que brilha enquanto Crystal parece precisar de um banho e uma mangueira para tirar a
maquiagem, revelando todos os poros e grandes rugas. Ela tem apenas trinta e dois anos, mas já frequenta o
consultório do cirurgião plástico para fazer botox e preenchimentos. O seu cabelo está muito ruivo e danificado,
seus seios muito grandes e seu cheiro está errado. Acordo todas as manhãs com mechas douradas beijadas pelo
sol que cheiram a coco e parecem seda quando as envolvo nas mãos ou no pescoço.

— Blade, por que sempre me magoa? — É uma pergunta honesta, então lhe dou uma resposta honesta.

— Você nunca foi minha. Eu era jovem e de luto, mas vamos lá, Crystal, nunca menti para você.

Ela olha para mim e para suas pernas. — Então está assim tão apegado a essa garota? — Ela zomba de “garota”
e minha paciência começa a diminuir.

— Não é da sua conta. Seja inteligente, Crystal. Fique longe dela.

Ela se levanta e pega a garrafa de Wild Turkey e toma um gole. Como a profissional que é, nem estremece. —
Você sempre volta. Investi muito tempo e energia em você, Blade. Sim, Chuck foi meu primeiro, mas você será
meu último.

Fico olhando para ela, então começo a rir. — Perfeito. — Pegando a garrafa dela, bebo.

— Fique, contudo longe de Eve. Vou avisá-la se precisar de você. — Os seus olhos se estreitam e estende a mão
para mim, mas estou cansado. Já faz um tempo. Crystal era fácil e na maioria das vezes conhecia seu lugar. Não
estou programado para ser monogâmico. Não é minha vida ou futuro estar com uma mulher. Não consigo
imaginar nada mais hipócrita sendo quem sou. É por isso que nunca quero filhos. Axel está certo, assim que fui
rei, desisti de minha vida pessoal. Assisti meu pai trotar prostituta atrás de prostituta na frente da minha mãe.
Inferno, quando Chuck e eu éramos pequenos, tínhamos que chamar algumas delas de Titia quem quer que
fosse. Então, deveria apenas abrir o zíper da minha calça jeans e deixá-la me chupar, mas em vez disso, pego
sua mão e a guio para fora da minha sala de conferências e para a festa barulhenta.

♥♥♥

A porta do meu quarto está trancada. A minha bunda bêbada, no início, não consegue descobrir por que não
consigo entrar. O meu corpo inteiro está empurrando a forte porta de madeira. Eve está lá dentro, é meu
objetivo. Dou um passo para trás, por fim, e percebo que ela me trancou do lado de fora. Sei que fui atrás dela
por ter deixado a porta destrancada, mas agora que não consigo entrar, gostaria de não ter feito isso.

— Você está bem, Prez? — Edge está atrás de mim. Ele balança, não em melhor forma do que eu, mas disposto a
ajudar.

— Estou bem — digo, me perguntando se ela mudou magicamente as fechaduras porque minha chave não serve.
Pisco, como fiz esta merda? A sereia loira de olhos azuis dormindo em minha cama é o motivo. Precisava provar
a mim mesmo que ainda era eu, que poderia beber todo mundo debaixo da mesa, que poderia foder duas
garotas sem piscar. A única coisa é que não consegui. Tentei, mas meu pau não cooperou. Vi seus olhos azuis em
todos os lugares, então no final rosnei para qualquer um que ousasse se aproximar de mim.

— Porra. — Bato a porta e não tenho certeza, mas acho que ouço — Vá se ferrar.

Olho para Edge, que está sorrindo e balançando enquanto digita em seu telefone. — Wildcat, é isso que tem,
cara. Você é inteligente, Blade. — Ele dá um tapinha nas minhas costas e franzo a testa enquanto vejo três dele
caminhando pelo corredor.

Tento abrir a porta novamente. Nada. Então bato. Dois novatos em potencial põem a cabeça para fora para ver o
que está acontecendo.

— Saiam daqui — comando e tento minha chave novamente. Desta vez consigo e tropeço na escuridão. Tiro
minhas botas, tiro a camisa e caio direto na cama. Ela não se move. A verdade, não a ouço respirar até chegar
até ela e puxá-la em meus braços. O seu hálito doce faz cócegas no meu peito e sorrio porque nada neste dia
inteiro foi tão bom. Então desmaio.

Rolo e tudo o que sinto é vazio, nada. Piscando, sento-me. O quarto está escuro porque as cortinas ainda estão
fechadas, mas a luz do sol se derrama por baixo delas.

— Anjo? — Olho em direção ao banheiro e vejo que a porta está aberta e escura. A inquietação me preenche,
começando em minha cabeça e terminando na parte inferior do meu estômago. Pulo e abro as cortinas para
olhar para a piscina; está vazia. A água limpa e turquesa pisca e brilha para mim. Olho para mim mesmo, estou
descalço, sem camisa e ainda usando o jeans de ontem. Pego meu telefone e cigarros no bolso de trás e sento na
beira da cama, acendo o cigarro e ligo o rastreador para localizar Eve. A luz vermelha pisca e diz que ela está
aqui. Inalo meu cigarro e olho em volta. Lampejos das más decisões da noite passada me fazem apertar os olhos
e olhar para o ponto vermelho novamente. Algo está errado, posso sentir. Empurro o nome de Eve e
imediatamente viro minha cabeça para o telefone que está a menos de um metro de mim, vibrando.

— Puta que pariu. — Pego uma camiseta preta antes de explodir para fora do meu quarto.

— Ryder, Edge — grito enquanto entro na cozinha, onde vários Disciples estão sentados, bebendo café
respeitosamente. Amy levanta os olhos de sua cozinha e, por um segundo, vejo seus lábios se torcerem em um
sorriso. Então desaparece, me fazendo questionar se ainda estou bêbado. Pego uma caneca.

— Onde ela está? — Não estou brincando. O mal-estar se transformou num comportamento irracional.

— Não tenho ideia do que está se referindo. De qual vagabunda está falando? — Ela limpa as mãos no avental e
me olha direto nos olhos. Dou um passo para trás. Amy sempre esteve ao meu lado, uma confidente, mas esta
manhã me olha como se eu fosse uma decepção e jogo a caneca do outro lado da sala. Café e cerâmica quebram
nos armários de cerejeira e alguns rapazes pulam e parecem incertos sobre meu próximo movimento. Amy não
vacila, desliga o fogão e sai pela porta.

— Porra — grito e desta vez os rapazes vão embora enquanto Ryder e Axel entram correndo. Axel usa apenas
calças e Ryder está com sua Glock.

— O quê? — Brada. Devo parecer louco porque ambos observam a sala vazia e a xícara quebrada. Ryder enfia a
arma nas calças. — Prez, o que está acontecendo? — As suas mãos estão levantadas como se estivesse tentando
acalmar um animal selvagem.

— Onde está Eve? — Cuspo as palavras. Ambos parecem confusos. — Ela desapareceu. — Corro minhas mãos
pelo meu cabelo tentando parar a dor em minha cabeça enquanto tento pensar.
— Pegue Edge. — Ryder acena com a cabeça, seu rosto cheio de preocupação, então o ignoro e me viro para
Axel.

— Consiga-me as gravações de todo o complexo, começando com a noite passada. — Alcanço o armário e pego
outra caneca. — Diga à Amy para voltar — rosno enquanto me sirvo um pouco de café preto.

— Blade? — Axel olha ao redor da sala e depois para mim. — O que aconteceu?

Tomo um gole e engulo. O gosto espesso, escuro e amargo não melhora meu humor, então tomo outro. —
Acordei e ela desapareceu. Se alguém a tocou... machucou... — Não consigo terminar a frase porque, no fundo,
sei que se ela sumiu foi por minha causa e ontem à noite.

— Eu a quero de volta. Não me importo com quantos homens sejam necessários, você a trará de volta — Grito
na sua cara. Ele me encara como se precisasse ser internado.

— Vou encontrá-la — ele diz.

Edge entra, seu cabelo claramente sinalizando que também acabou de se levantar. — Os federais estão aqui.

Literalmente tenho que me firmar porque, está brincando comigo? Hoje? Eles escolhem hoje, quando
provavelmente preciso de um sedativo? Respiro fundo em vez disso.

— Diga-lhes que já estarei lá e traga Amy de volta. Diga-lhe que sinto muito... e farei com que valha a pena. —
Vou ter que comer merda. Não importa se sou o presidente. Não devo me meter com Amy ou com sua cozinha.

— Você ouviu sobre Eve? — Assobio enquanto subo as escadas de dois em dois.

— Sim. — Ele olha para mim. — E estou nisso.

Não tenho tempo para um banho, então coloco um pouco de desodorante e escovo os dentes, então, no último
momento, pego um pouco de Visine.

Quando abro a porta da sala de conferências, dois ternos escuros estão conversando. Um é um cara negro alto e
o outro é um cara hispânico de tamanho normal. Quase rio porque isto é literalmente uma piada. Não posso
levá-los a sério. Todos os meus pensamentos estão consumidos por Eve.

— Posso oferecer alguma coisa para vocês? Sou Jason McCormick. — Estendo minha mão. Olham para minha
mão estendida, apertam-na, sorriem e se sentam.

— A verdade, se tiver um café, adoraria — responde o hispânico.

— Eu pedirei. Como você gosta? — Pego meu telefone e envio uma mensagem para Amy, olhando para cima
para ver sua resposta.

— Apenas preto.

— Perfeito. Presumo que não preciso do meu advogado? — Sento-me no trono e cruzo as mãos no colo.

— Jason, sou o agente Raul Diaz e este é o agente Devon Deckard.

Levanto uma sobrancelha. Devon Deckard realmente? Fico quieto, mordendo minha língua para não fazer uma
referência a Blade Runner19.

— Estamos aqui apenas para conversar. Tenho certeza que ouviu dizer que uma casa que você possui em Hemet
queimou?

Fico olhando para eles, ambos estão usando ternos pretos baratos. — Mais uma vez, enviei uma mensagem para
o meu advogado que está a caminho, mas se formos apenas tomar café...

— Estamos apenas tomando café, Jason. — Deckard sorri com as mãos estendidas.

Amy entra com duas xícaras de café e um copo d'água.

— Obrigado. — Ela revira os olhos e sai. Os agentes olham ao redor da sala de conferências.

— Placa legal. — Raul aponta para a placa vintage da Bud Light.

— Então. — Inclino-me para frente e bebo. — Por que estamos tomando café juntos? Normalmente tomo café
com o Agente Stevens.

Raul bebe seu café. — Bem, o Agente Stevens está tirando uma folga. Aparentemente, ele pode pagar.

Levanto minha sobrancelha para ele. — Legal. Bom para ele.

O agente Deckard limpa a voz e abre uma pasta espalhando um monte de fotos oito por dez do complexo em
Hemet: o laboratório incendiado e Doc e Sandy, juntamente com vários Disciples.

Olho para as fotos. — Agora, veja imediatamente, parece que meu advogado deveria estar presente. — Olho
para a abertura da porta. Ryder e Axel entram, banhados e vestidos apropriadamente.

— Agentes, estes são meus parceiros de negócios, Axel e Ryder. Estes são o Agente Deckard e o Agente Diaz.
Estamos tomando café.
— Legal. — Axel puxa uma cadeira e cruza os braços.

— Sim, de qualquer maneira, se quiséssemos que isso fosse oficial, você já estaria em nosso escritório, mas
como somos novos, queríamos ver se o que temos está correto.

Travo os olhos com Deckard. — Ok.

— Então você cresceu aqui?

Bufo e olho para o relógio da Coca-Cola. — Sim.

— E seu pai, irmão Chuck e um primo David McCormick, sua namorada e sua filha de um ano estavam todos em
outra explosão, uma que matou todo mundo, menos David?

Silêncio. O tique-taque do relógio é tudo que ouço.

— Foi uma época triste para a minha família. Está acontecendo alguma coisa com David?

— Não sabemos. Apenas me perguntando por que as coisas parecem explodir tanto a sua volta.

Enfio a mão no bolso da calça e retiro o cigarro. Acendendo um, digo — Má sorte.

— Vemos que era militar naquela época. SEAL da Marinha. — Inalo profundamente e a nicotina sobe até meus
pulmões. — Sim, todos nós éramos. — Eles olham para Axel e Ryder.

— Por que voltou? Por que não se alistou novamente?

Os meus olhos se estreitam e encolho os ombros. — Minha mãe precisava de mim. Mais uma vez, sinto muito,
mas parece que estamos fugindo do café.

— Ok, Jason, vamos acabar com essa merda. — Deckard sorri. — Sabemos quem você é, sabemos quanto
dinheiro tem. Quantos homens o seguem. E sabemos que foi o seu laboratório de drogas que queimou
completamente. — Ele para e olha para nós.

— Conversamos com Doc e Sandy, ambos estão na reabilitação, então pensamos que poderíamos lhe dar um
conselho amigável. — Ele se levanta e joga seu cartão na mesa. — Não somos o Agente Stevens, não podemos
ser comprados. Mais cedo ou mais tarde, acabaremos com você. Crianças estão morrendo. Essa merda com a
qual ficaram ricos passa pela minha comunidade e, francamente, estou farto disso. — Ambos se viram para sair
e nenhum de nós se levanta. — Você pode ter escapado desta vez, mas todos, cedo ou tarde, são pegos.

O meu telefone apita e vejo que é uma mensagem de Edge: Eu a encontrei. Está na casa da Dolly. Você
quer que eu vá buscá-la?

Não posso deixar de respirar um pouco de ar que estou segurando desde que me levantei e descobri que ela não
estava. Olho para os agentes, estão na porta, olhando para mim.

— Desculpe, tenho que atender. Foi bom tomar café com vocês dois.

Deckard dá um passo em minha direção enquanto Raul agarra seu braço. A porta se abre e meu advogado,
Rodney, entra usando um terno de três peças.

— O que está acontecendo? Quero nomes. Isso é inacreditável — fala enquanto envio uma mensagem para
Edge.

Eu: Não, eu mesmo vou buscá-la.

A porta se fecha quando vejo meu advogado, que parece quase cômico por ser tão perfeitamente organizado,
discutindo com os agentes. Olho para Axel.

— Edge a encontrou.

Ele me encara, olha para as próprias mãos e volta para cima. — Bem, acho que são boas notícias, já que não
temos merda suficiente acontecendo.

— Vou tomar banho e buscá-la. Você está no comando.

— Você percebe que está à beira do vício com essa garota, certo?

Simplesmente olho para ele. Ele suspira e pega o telefone. — Jesus, Blade, vá buscá-la.

QUINZE
Eve
Cometi um grande erro. Fico olhando para Dolly, que está andando de um lado para o outro com suas adoráveis
sandálias de salto alto. Quando o telefone tocou e começou a repreender Jason, me senti validada, segura de
que o que estava sentindo era certo e justo. Em segundos, fui despojada disso. O seu rosto passou de um
vermelho de raiva para pálido e quase assustadoramente quieto. Percebo agora que posso estar condenada. A
minha única esperança é não ter causado problemas para ela. Olho para baixo, para minhas pernas bronzeadas
e minhas unhas dos pés roxa escura. Dolly e eu voltamos do salão há pouco. Não fui dormir ontem à noite. A
traição de Jason era muito recente, cedo demais. O que estava pensando?
Obviamente, não sou nada para ele, e toda essa história de brincar de namorado e namorada foi invenção da
minha cabeça estúpida. Fiquei tão apegada que estava começando a esquecer meu plano. Tento engolir
enquanto olho ao redor do apartamento de Dolly. É bem... Dolly. As par edes são rosas e amarelas. Não deve ter
muito espaço no armário, ou seu amor por estilo e compras é seu principal passatempo porque, no canto, tem
três prateleiras com roupas. Dúzias de vestidos de todas as cores estão pendurados neles.

— Oh meu Deus, o que fiz? — Quando liguei para ela às 5h da manhã, sussurrando sobre o porco nojento que
Jason era e como precisava fugir, nunca pensei que poderia estar assinando não apenas minha sentença de
morte, mas também a dela. Afundo de volta em seu sofá de couro branco, levantando uma perna e depois a
outra, vendo que estou presa a ela. A percepção de que me sujeitei completamente à morte me faz suar. Ele não
me mataria seriamente. Não faria isso, certo? Fico dizendo a mim mesma que não faria isso, mas a maneira
como Dolly ficou muda ao telefone e seu rosto pálido e amarelado me dão vontade de vomitar.

— Ok, Blade. — Os meus olhos se fixam nos dela quando joga o telefone na mesa.

— Dolly? — A minha voz soa quase como a de uma criança: muito patética. Dane-se isso. Se ele me matará,
recuso-me a sair chorando. Ela cobre o rosto com as mãos, quase como se isso fosse protegê-la.

— Bem, foda-se — grita, e me encolho.

— O que ele disse? — Estou gritando porque ela está gritando cada palavrão imaginável.

O pequeno apartamento, de repente fica em silêncio e ambas nos encaramos.

— Ok. — Parece estar tentando se acalmar com as mãos, quase como se estivesse dedilhando um violão. —
Então... estamos ferradas, mas... — me interrompe com o dedo — Jason está vindo buscá-la, então acho que isso
é bom. — Ela se joga ao meu lado no sofá.

— Você não parece convencida.

— Ele está aborrecido, extremamente aborrecido. Muito bravo, nunca o ouvi falando assim. — Aponta para o
telefone e ambas olhamos para ele como se fosse uma cobra venenosa.

— Sinto muito. Nunca deveria ter ligado para você e a obrigado a vir me buscar. Ele não está bravo com você,
está? — Estou tentando parecer calma, já que ela é tudo menos isso. A sua risada louca está me fazendo pensar
que talvez eu tenha que sacudi-la.

— A única coisa que tem a seu favor é que se ele não se importasse, não viria te buscar. Ele teria enviado um de
seus rapazes... então isso é bom. — Ela está gaguejando e percebo que está apavorada.

Pego suas mãos frias na minha mão fria. — Não se preocupe. Direi a ele que chamei você, que precisava de um
pouco de ar. Sabe, jogo como se estivéssemos indo às compras. — Sorrio.

Ela grita e começa a andar novamente. — Eve. — Respira fundo. — Não minta! Por favor, para o seu bem. Diga-
lhe que não o aprecia brincando com você. — Ela se vira e quase cospe na minha cara. — Implore a ele para não
ser muito duro com você. Lembre-o de que tem apenas dezoito anos! Porra... diga-lhe que o ama! Mas não
minta. — Está respirando pesadamente e, antes que possa lhe dizer que não há nenhuma maneira de eu dizer
qualquer uma dessas coisas, a campainha toca e ambas gritamos.

— Oh, Deus — sussurro. Ele vai me matar, não é um cara bom. Como deixei o sexo incrível nublar meu
julgamento? Como, Eve, como?

Dolly se levanta, congela, então empurra os ombros para trás, caminha até a porta e a abre.

O meu coração pula e minha pressão arterial bate em meus ouvidos quando ele entra. É lindo, majestoso e um
monstro. Maior que a vida. Os seus olhos encontram os meus e sei que tudo que eu estava com medo não é tão
ruim quanto imaginava. É dez vezes pior, talvez até cem. A raiva, se é que isso descreve adequadamente o que
está irradiando dele, tomou conta do pequeno apartamento. Como um saco plástico Ziploc, sufoca todo o ar em
segundos. Posso desmaiar, exceto que seria muito fácil, pois ele me puxa contra seu corpo rígido. Um pequeno
ruído sai da minha boca enquanto me arrasta em direção à porta. Não fala nem olha para Dolly, que fica olhando
horrorizada, seus lindos olhos castanhos do tamanho de pires. Os seus olhos voam de Blade para Edge, que está
com os braços cruzados. O que ele está fazendo aqui? Está aqui para matar Dolly?

— Jason... é minha culpa. Dolly não fez nada — Imploro. Ele me sacode com tanta força que minha cabeça cai
para trás.

— Nenhuma maldita palavra, juro por Deus, Eve. Diga mais uma palavra e não me importo se Dolly e Edge estão
aqui. Calarei a sua boca com meu pau e, em seguida, jogá-la na beira da estrada com uma bala entre esses
olhos azuis.

Dolly coloca a mão sobre a boca enquanto as lágrimas escorrem pelo rosto. E essa é a última vez que a vejo
enquanto Edge a agarra e fecha a porta.

Sou inteligente o suficiente para ficar quieta enquanto ele me puxa para sua moto. Pega seu capacete e joga em
minha cabeça. Acho que devo ter entrado em um clima de sobrevivência, ou talvez seja porque estou resignada
porque não posso evitar de pensar que ele não se importaria com um capacete se fosse me matar.

Observo suas longas e musculosas pernas agarrarem sua Harley e não o faço esperar enquanto pulo na parte de
trás. As minhas mãos agarram seu abdômen duro.

Ele liga a moto e, felizmente, estou pronta porque ele decola. As minhas pernas apertam ao redor das suas
coxas quentes e as lágrimas ardem em meus olhos. Recuso-me a chorar. O meu peito queima enquanto o seguro.
Não vamos muito longe quando leva a moto para uma garagem de concreto escuro, exceto por algumas luzes de
néon piscando. A sua grande Harley ronca quase como se estivesse viva, fazendo com que o fundo da garagem
vibre com sua raiva. Para na frente e me arrasta para fora da moto. Enquanto arranca o capacete, tento piscar
para afastar as lágrimas e começo a tremer. Ele pega meu braço enquanto digita um código em uma porta de
metal. Uma onda de puro terror percorre minha espinha e tenho um mau pressentimento sobre isso. — Jason…

Ele não me ouve ou não se importa enquanto me puxa para uma grande boate escura. A música pulsante e os
lasers rosa e azul neon disparam por todo o chão. Fumaça, o cheiro de álcool e corpos suados atingem meu
rosto manchado de lágrimas e quase tento falar de novo, em vez disso, fico quieta. Algo em sua presença me diz
que preciso ficar em silêncio. Ele rudemente manobra-nos através da multidão de pessoas dançando e para um
canto.

— Blade... meu parceiro. — Um homem negro enorme com uma cabeça calva e um diamante no dente da frente
sorri para ele quando sai por uma porta que nunca teria visto se não tivesse saído dela.

— Jordan. — Jason acena com a cabeça. — Preciso de um quarto. — Aproximo-me de Jason, sem me importar
que possa me matar. A necessidade e o sentimento de que deveria estar perto dele supera essa preocupação.

Sinto o homem olhando para mim e olho para cima.

— Hmm bom, muito bom. Vamos compartilhar esta noite? — Jason se vira e olha para mim. O seu silêncio faz
meus olhos saltarem. Deve ver o medo em meus olhos porque seus lábios carnudos sorriem e ele ri. — Ficaria
desapontado com esta.

— Se está infeliz com ela, deixe-a comigo. Garanto que posso treiná-la para você. — A sua voz quase ronrona.

— Quanto me daria por ela? — Ele me puxa para sua frente e de frente para o homem. Choramingo enquanto
tira meu cabelo do rosto. — Ela é jovem e bonita, mas a comprei por muito dinheiro... então preciso que me dê
mais. — Percebo vagamente que não estou respirando, mas o ar ainda está enchendo meus pulmões. A sala está
embaçada e o medo é tão doloroso que se Jason não estivesse me segurando, estaria no chão. O homem grande
estende a mão para tocar minha bochecha e acho que ouço Jason assobiar, mas permite que o homem me toque
completamente. Quando a sua grande mão escura vai em direção à minha boceta, Jason rosna — Chega.
Quanto?

— Sinto muito — suspiro. A sua mão, de repente, está em volta do meu pescoço, me silenciando.

— Quanto?

O homem olha para Jason e depois para mim. — Quinhentos mil. Posso vê-la ganhando talvez um milhão. — Faz
um gesto para que Jason entre em seu escritório.

Soluçando, me agarro a ele, sua voz rouca está no meu ouvido. — Meio milhão de dólares é muito dinheiro,
Anjo. Vou lhe dar uma escolha: pode ir com Jordan e ser vendida, estuprada e quebrada ou pode saber quem é o
seu dono. — Solta meu pescoço e grito enquanto tenta me separar dele. Ele me vira, de alguma forma, para
encará-lo. As minhas unhas ainda cravam em seus antebraços e agarra meu rosto com as duas mãos.

— Quem. É. Seu. Dono? — Os seus olhos verdes são ferozes e se não tivesse visto em primeira mão o quanto ele
é um monstro, acho que veria remorso.

— Você, você é meu dono, Jason. — Traz meus lábios aos dele.

— Se fizer uma manobra como essa de novo, vai desejar... — Ele para quando seus olhos se fixam nos meus. E
não consigo parar de chorar, nem soltar seus pulsos.

— Nunca mais me faça de idiota — rosna.

A batida forte vibra pelo meu corpo abalado. Soluço e aceno com a cabeça. Ele me levanta, em vez me arrastar,
e enterro meu rosto em seu pescoço e respiro em sua pele picante e cheia de fumaça.

— Blade? — A voz de Jordan parece divertida.

— Vou dispensar. Acho que ficarei com ela. — Jason sai pela porta. A garagem escura me faz envolver meus
braços mais apertados ao redor de seu pescoço. Não fala comigo enquanto me coloca em sua moto, gentilmente
coloca seu capacete em mim e abre o visor porque, com todo o meu choro, acho que o estou embaçando. Sobe,
mas não liga a moto quando desabo em suas costas, minhas mãos segurando com força. Ele se senta comigo
agarrada a ele. A sua mão quente alcança a minha e começo a chorar ainda mais.

— Abaixe a viseira, querida e segure-se. — Sua voz me faz estremecer e, depois de tudo o que fez há alguns
minutos, acho que posso estar enlouquecendo. Eu não quero estar em nenhum lugar a não ser com ele.

Ele puxa, não devagar, mas também não rápido. Estável. Fecho os meus olhos cansados e ardentes, sem
precisar ver nada. O cheiro de flores de laranjeira me diz que estamos perto. Não consigo me lembrar de uma
vez em que chorei tanto e não consigo parar. Estaciona sua moto e finalmente abro meus olhos apenas para ser
saudada por rostos curiosos. Não hostis, quase como se estivessem esperando para ver o que Blade fez.
Levanta-me da moto e tiro o capacete e enterro meu rosto em seu pescoço novamente. Enquanto ele me levanta
em seus braços fortes, vejo Axel de pé com a porta aberta.

— Bem-vinda ao lar, Eve. — A sua voz não é simpática, é quase misturada com humor. E seguro o colete de
Blade.
Ele sobe as escadas de dois em dois, como se eu nem estivesse em seus braços. Mais uma vez, a realidade de
que ele é maior e mais forte me atinge. Depois que chuta a porta do nosso quarto, nos senta em uma das
cadeiras e me segura enquanto choro. A sua mão acaricia meu cabelo e beija minha têmpora e testa. Quando
não consigo mais chorar, olho para ele. Ele me encara, os seus olhos verdes cheios de admiração e algo mais.
Fome, talvez desejo. Não confio em mim mesma para dissecá-lo, mas ele geme enquanto me puxa para cima e
monto nele. O beijo é forte, e seguro seus ombros. O meu corpo responde a ele, queimando como se estivesse
com febre. Ele força o beijo mais profundo. Ainda sentindo sua raiva, chego mais perto. Talvez se fizer isso,
nunca me deixará ir.

Ele se afasta e me manda tirar a roupa. Enquanto ele abaixa as calças, seu pau grosso fica em pé quase
esperando por mim. Fico nua em um momento, minha camiseta frágil e shorts fáceis de se livrar.

— Venha aqui. — Observa cada movimento que faço. Paro e fico entre suas pernas. Alcançando meus quadris,
me puxa para cima dele. Enquanto coloca minhas pernas em cada lado dele, agarro o topo da cadeira para me
equilibrar. Ele nos alinha e me abaixa sobre ele em um golpe áspero.

Não posso deixar de gemer com o quão profundo vai. Envolve sua mão com força no meu cabelo e traz meu
rosto ao lado do dele para que esteja roubando meu fôlego e devolvendo.

— Foda-me, Anjo. — Segura meu cabelo enquanto subo e desço sobre ele. Eu o fodo com tanta força que suas
narinas dilatam. Para cima e para baixo bato nele liberando tudo até que vejo estrelas. O meu corpo estremece,
minha boceta se contrai e a umidade escorre.

— Porra, sim... porra, Eve. — Empurra-me cima, gozando em um gemido alto e gutural. Estou desmaiada sobre
ele, ainda conectada, e tento firmar minha respiração. Ele não me afasta e me puxa para sua boca.

— Tenho trabalho a fazer. Vá se limpar. — Roça seus lábios nos meus. Vou levantar, mas me segura em cima
dele.

— Você está bem, querida?

Inclino minha cabeça para sua pergunta. — Não. — Não tenho nada a perder sendo honesta.

— Você ficará. — Ele me puxa de seu pau semiduro. Tento me levantar, mas tudo parece estar tremendo. Puxa
as calças antes de me abraçar novamente.

— Por que? — Sussurro.

— Você não é estúpida. Esta é a nossa vida. Não é um maldito conto de fadas. Estou lidando com todos os tipos
de coisas ruins. Você é minha e eu pretendo ter certeza de que aja como tal.

Quero perguntar a ele o que isso significa, porque meu coração deu um salto, mas estou muito ferida e cansada
para fazer justiça a esta conversa. Ele liga o chuveiro para mim e assisto da porta enquanto muda sua camiseta.
Então ele sai e fico com as consequências de minhas ações. Entro na ducha de pedra azul escura, deixando a
água quente me acalmar. Sobrevivi e se pude fazer isso hoje, posso prosperar pelo resto dos meus dias. Decido
então, agora, que não pararei por nada para fazer Jason me amar. Levanto meu rosto para a água quente e
sorrio. Serei sua rainha.

DEZESSEIS
Blade/Jason
— Estou lhe dizendo, estou bem. Precisamos colocar outro laboratório em funcionamento. Sandy ficará na
reabilitação por mais três semanas. A hora é agora. — Estou parado no maldito Hemet olhando para o buraco
negro que era meu laboratório e ouvindo meu amigo de infância agir como se o que ele nos fez passar no mês
passado não fosse grande coisa.

— Precisamos tentar vender esta terra. — Axel o interrompe. O solo ainda fede a fumaça e produtos químicos.

— Quem comprará? — Ilumino e protejo meus olhos enquanto olho em volta.

— Eu não me importo, Blade. Esta área está morta para nós. — Axel tira o colete e arranca sua camiseta. Aceno
enquanto assisto Doc com o canto do olho. Está andando e resmungando para si mesmo.

Ele para e olha para nós. — Digo que me consigam um trailer e trabalharei nisso por um tempo. Estou lhe
dizendo, estou no caminho certo. — Empurra os óculos no nariz.

Olho em volta. Está quente com nada além de sujeira, lixo e cinzas queimadas. Já estou farto deste dia.
Francamente, estou farto de Hemet e Doc. Estou de mau humor desde que ele ligou e disse que terminou a
reabilitação e tinha saído.

— Estou bem. Tive um dia ruim. — Ele fica de mau humor como um adolescente, e me pergunto se o que quer
que esteja fazendo estragou sua mente, porque este não é o Doc com quem cresci. Este cara parece superficial,
culpado, e não pela primeira vez que me pergunto se os federais o pegaram.

— Doc? — Preciso de sua atenção. — A única razão pela qual não está deitado em uma cova não identificada é
porque nos conhecemos há muito tempo. — Olho para o meu telefone, está vibrando.

Edge: Dolly dará uma festa de aniversário neste fim de semana. Ela quer que você traga Eve.
Colocando meu telefone no bolso, dou uma longa tragada e jogo meu cigarro no buraco negro.

— Você tem coragem, Jason. Tornei todos nós ricos — Doc divaga. Pega seus cigarros. Os seus braços grossos
parecem que não vê o sol há anos.

— Está brincando, certo? — Ando até ele. Ele para de andar e olha para cima. — Você nos custou centenas de
milhares de dólares. Os federais estão atrás de mim e os dois novatos que teve para ajudá-lo a cozinhar suas
merdas estão em uma casa porque seus cérebros estão fodidos. — Eu me afasto não querendo estar perto dele.
Ele deixou Sandy e as drogas governar sua vida.

— Onde você vai? Preciso de um trailer — lamenta.

Bufo. — Essa droga foi tanto minha criação quanto sua. Não pense que não me lembro como fazer. — A ameaça
é real, mas ele nem para de andar.

— Ligarei para Gina e lhe direi para colocar o terreno à venda. Pedirei a Jimmy e sua equipe para limpar isso —
Axel me informa enquanto pega seu telefone. Ele mantém os olhos em Doc enquanto caminha.

— Diga-lhe para insistir bastante. Quero sair daqui. — Eu me movo em direção à minha moto.

Mal vi Eve esta semana. Estou aqui há alguns dias e em um clube que estou assumindo, então fiquei no
escritório por algumas noites no sofá. Ela está no meu sangue e, como um homem sedento precisa de água,
pareço precisar dessa garota. Então, fiz um grande esforço para me distanciar dela, mas não hoje. Estou farto
de fugir dela e do que faz comigo.

Ryder brincou outra manhã que eu estava com medo dela. Ignorei seu golpe, mas conforme o dia passava, me
perguntei se não estava certo. Estou com medo de como me sinto perto de Eve?

Não me sinto culpado por assustá-la quando ameacei vendê-la. Era necessário. Se ela estará em minha vida,
para sua segurança e minha sanidade, precisa estar onde eu possa encontrá-la o tempo todo. É jovem e bonita,
mas também é dura na queda. Não posso tolerar seus dramas. Os meus rapazes perderão todo o respeito e não
posso culpá-los. Ameaçar vendê-la não só a assustou, como nos levou a um lugar onde devemos estar.

Eu sei que sou um idiota, mas vê-la chorar e saber que precisa do meu conforto para se sentir inteira me excita.
Ela nunca teve esse tipo de atenção, então toda a sua psique absorve isso como uma esponja absorve água. Ela
conhece as regras e se comprometeu a ser minha. Não me sinto culpado por mantê-la. Cada dia que acordo com
sua pele cheirosa, descubro um pouco mais sobre ela, mesmo quando tento não fazê-lo. Como quando sorri
muito, ela tem uma pequena covinha na bochecha direita. Como seus olhos azuis mudam de cor com suas
emoções. Como é grata todos os dias, porque opta por confiar que estou cuidando de seu pai. Todas essas coisas
são a razão pela qual tive que me dar algum espaço. Jesus, outra noite quase a levei para jantar e ir ao cinema.
Tive que me forçar a deixá-la e ir ao nosso bar local, onde os Disciples passam tempo. Não namoro e não
consigo me lembrar da última vez que fui ao cinema, talvez quando tinha dezesseis anos. A questão é que,
quanto mais descubro sobre essa cigana deslumbrante, mais a quero. É mais do que provável que ela nunca
tenha ido ao cinema. E se o fez, foi há muito tempo. Então quase fiz isso, quase peguei sua mão e pulei do
penhasco, em vez disso, a tranquei no meu quarto e fugi como um maldito maricas.

Subo em minha moto e a ligo. Doc parece chocado. — Que diabos, Blade? O que decidiu? Eu terei meu trailer?

Não respondo e o deixo com Axel. Cansei de fugir, de repente. Jesus Cristo, ela é apenas uma garota, mas vou
ensiná-la a nadar hoje. Então talvez a gente vá buscar uma pizza e uma cerveja. Porra, quero levá-la ao cinema
e ver seu rosto se iluminar de admiração. Quero beijar seus lábios carnudos e assistir ao pôr do sol com ela. É
por isso que devo seguir na outra direção, em vez disso, viro na autoestrada em direção a LA e Eve.

Encontro-a sentada com Amy e Dewey rindo na cozinha. Está de costas para mim e, por um momento, paro e a
ouço rir de sua conversa ridícula. Amy está tentando convencer Dewey de que, se quer uma namorada, precisa
ser um cavalheiro. Por cavalheiro ela quer dizer que precisa tirar o colete e usar roupas de mauricinho. Se Eve
não estivesse rindo tanto que estivesse batendo no balcão, invadiria e diria a Dewey que nenhuma mulher vale a
pena tirar seu colete, mas não quero. Vejo suas mãos balançarem enquanto bufa uma risada sobre imaginar
Dewey em jeans skinny e uma camisa rosa de colarinho. Isto até faz Amy abrir um sorriso e meu coração aperta
como se alguém o estivesse esmagando. Empurro a porta e entro na cozinha, onde todos se viram para olhar
para mim. Eve pula do banquinho e Dewey para de sorrir.

Edge está sentado no canto em seu telefone. A sua cabeça de cobre balança com a minha entrada. Está agindo
de maneira impassível desde aquele dia em que recebi Eve de volta. Quando perguntei a ele como as coisas
estavam acontecendo com Dolly, respondeu — Eu cuidei disso. — E não falou sobre isso desde então.

Preciso falar com ele amanhã sobre o que está acontecendo com ele. E acho que os detalhes sobre a festa de
aniversário. Não perdoei Dolly por ficar do lado de Eve ou por me trair, mas Eve é jovem e gosta de Dolly, então
talvez considere levá-la.

— Jason... está de volta. — Eve exala e seus lindos dedos agarram o balcão.

— Estou. — Caminhando até ela, sinto todos os olhos na cozinha me observando. Estranhamente, não me
importo.

— Vá se trocar, Anjo. Finalmente vou ensiná-la a nadar.

Ela pisca seus longos cílios para mim e sorrio enquanto salta para cima e para baixo e se joga em meus braços.

— Volto já. — Grita enquanto sobe as escadas correndo.


— Uau, isso com certeza é legal da sua parte, Prez. Ela quer aprender há muito tempo. — Dewey sorri para mim
como se estivesse me parabenizando por ter ficado noivo ou algo assim.

Encolho os ombros. — Ela precisa aprender se continuará a... ficar lá fora.

Ouço Edge rir e vou pegar um copo d'água. Amy agarra meu braço e sorri para mim.

— Jesus. — Balanço minha cabeça para todos os rostos felizes. Até Edge parece satisfeito.

— Vou me certificar de que ela está pronta. Amy, na verdade, pode nos preparar um lote de suas famosas
margaritas?

— Eu adoraria. — Seus olhos castanhos brilham. Balançando minha cabeça, passo por Edge.

— Você vem?

— Talvez mais tarde. Deixarei vocês dois aprenderem o básico. — Então está de volta ao telefone, um sorriso de
merda no rosto.

— Feche a área da piscina. Só vocês três têm permissão para entrar — informo-os por cima do ombro enquanto
subo as escadas e abro a porta. Eve está aplicando protetor solar em seus membros longos e finos e
imediatamente fico duro.

— Venha e me beije. Senti a sua falta. — Sai muito mais áspero do que pretendia, mas novamente, estou lutando
com por que essa mulher em particular me faz querer jogá-la na cama e acasalar, reivindicar, conquistar. Ela
não hesita e se deixa cair em nossa cama perfeitamente feita, envolvendo os braços em minha volta. Olho para
ela, está corando e seu peito já está vermelho de excitação. Ela me quer e quase perco de vista que preciso
ensiná-la a nadar. Eu me afasto para poder olhar seu biquíni. É dourado e com sua pele dourada e longos
cabelos loiros presos no topo de sua cabeça, parece quase bonita demais para ser real.

— Gosta disso? — Ela coloca as mãos nos quadris e cerro os dentes.

— Sim, gosto. Vou pegar meu calção. Precisamos sair deste quarto se você quiser aprender a nadar.

Quando ela inclina a cabeça, minha marca é visível sob sua orelha e gemo, ela parece estar focada no que
prefere fazer.

— Podemos transar mais tarde. Prometi ensiná-la a nadar semanas atrás. Hoje é o dia.

— Estou muito animada. — Ela bate palmas e pega o spray e sua grande bolsa de couro. Desisti de tentar
argumentar com ela sobre sua bolsa, carteira, capa de chuva. É a única coisa que sempre mantém por perto e
nunca sai de qualquer lugar sem. Por mais louco que pareça, alguns dias fico com ciúmes daquela bolsa. O jeito
que ela adora e precisa me faz querer que ela se sinta assim por mim. Tirando meu jeans, puxo meu short preto
e tiro meu colete e camiseta. Os seus olhos estão enormes enquanto olha para o meu peito e braços. Eu sei que
ela tem uma queda pelas minhas tatuagens. Está constantemente as tocando, fazendo perguntas sobre elas.
Alcançando-a antes de enfiar meu pau latejante nela, eu a giro e dou um tapa em sua bunda.

— Vamos. Lição um: precisa confiar em mim. — Isso a impede e envolvo meus braços em volta de sua cintura
fina para não derrubá-la. Quando já senti essa luz? Desabafar vem à mente, mesmo que seja apenas para esta
tarde.

— Hum... não estou... não pensei sobre isso. — Ela gagueja, sua carranca me fazendo querer beijar aquela
pequena ruga entre suas sobrancelhas.

— Deixe-me ver se entendi, você não confia em mim? — De alguma forma, isso me incomoda. É irracional e
desnecessário, mas em algum lugar bem no fundo, nunca pensei que ela não confiasse em mim.

Ela me encara. A sua linda cabeça provavelmente está girando. — Tenho problemas com isso, mas se confio em
alguém, é você.

Levanto seu queixo para que possa me ver. — Ótimo. Quero sua confiança.

Os seus olhos percorrem o quarto. Observo um tanto fascinado que estive dentro dela quase todas as noites,
tirei sua virgindade, e ainda assim ela hesita em confiar em mim. Terei que trabalhar nisso. Porque, assim como
todas as coisas com ela, preciso de sua confiança. Deixo para lá por um momento e pego sua mão, descendo as
escadas como um casal normal, ignorando todos os irmãos barbudos, atordoados e tatuados que estão jogando
sinuca.

Quando saímos, Amy ligou o sistema de som e a voz suave de Frank Sinatra canta My Way. Amy tem uma queda
por Sinatra. Pessoalmente, gosto da versão Sid Vicious, mas me curvo diante de Amy e de suas escolhas quando
se trata de administrar a casa. Tive que me desculpar três vezes e jurar que, por mais frustrado que fique,
nunca mais jogarei nada em sua cozinha. Também pedi a Ryder que lhe comprasse um vale-presente para um
dia de spa no Burke Williams.

— Ok, Anjo, começaremos aprendendo a flutuar. Se pode flutuar, pode... — Seus grandes olhos azuis fixam-se na
água turquesa.

É impossível não sorrir. Ela é adorável em sua carência enquanto segura minha mão com mais força. — Você já
viu aquele filme, Tubarão?

— É claro.
Ela acena com a cabeça e lambe os lábios. — Sempre passava na TV a cabo quando eu era criança.

Começo a rir. — Está preocupada que o Tubarão sairá do ralo?

Os seus grandes olhos se fixam nos meus. — Isso é loucura, certo?

E não posso deixar de puxá-la em meus braços e beijar seus lábios e nariz. — Eu a protegerei. Agora vamos
fazer isso. — Enquanto mergulho na piscina, jogando água nela, ela solta um grito agudo. Desce os degraus
graciosamente como uma maldita modelo de maiô, em seguida, para quando chega ao último degrau. Levanto-
me e vou até ela, meu pau completamente pronto para foder, não para ensinar. Esfrego minhas mãos para cima
e para baixo no meu rosto e estendo minha mão para ela. Ela pega e lentamente a trago para mim. A água fria
cai ao nosso redor como uma carícia. As suas pernas me envolvem enquanto encaixa sua boceta em cima do
meu pau.

Sorrio. — Querida, tem que me deixar respirar.

A sua respiração está em meu ouvido e é aguda e doce. As minhas mãos viajam de sua bunda para seu cabelo e
a puxo para trás. — Olhe para mim, Eve. — Os seus olhos azuis se fixam nos meus. — Não deixarei nada
acontecer com você. — Os seus olhos procuram meu rosto e exala, todo o seu corpo relaxando contra o meu.

— Está pronta para aprender a flutuar? Porque se você pode flutuar, pode se salvar.

— Estou. — Ela sorri, me mostrando aquela covinha, e puxo seus lábios nos meus.

— Quero desamarrar essas tiras e fodê-la nesta água. — Tiros as suas mãos, em vez disso, e as coloco sob ela.
Erguendo-a, digo — Agora relaxe e respire, e suavemente torne-se uma com a água.

— Certo, você não vai me soltar, né? — Ela levanta a cabeça e começa a afundar.

— Eve, pare com isso. Nunca vou soltá-la — estalo.

Os seus olhos encontram os meus e lentamente relaxa de volta na água, sua cabeça erguida e minhas mãos
levemente na parte inferior de suas costas. — Feche seus olhos. — Fecha e sorrio quando ela começa a flutuar.

— Isso é bom, Anjo. Está fazendo isso. — O meu elogio faz seus lábios se contorcerem. — Relaxe. Esqueça que
estou aqui.

Ela exala. — Não posso esquecer que está aqui. — Abaixo minhas mãos e vejo seu corpo abraçar a água como se
tivesse nascido para isso. E meu peito quase dói. Estou conectado a ela e nem mesmo estou dentro dela. Não é
assim que eu deveria estar me sentindo e franzo a testa com meus pensamentos.

Alguém tosse, fazendo com que Eve arregale os olhos e afunde imediatamente. Eu a alcanço e ela envolve seus
braços em volta do meu pescoço. Nós dois olhamos para Edge, que está com uma jarra de margaritas e três
copos.

— Estão prontos? Amy disse para aproveitar agora. — Ele coloca os copos na mesa e se serve de um da jarra.
Suspiro e relutantemente nos levo até as escadas, embora deva estar grato por ele estar aqui. Caso contrário,
só Deus sabe o que teria dito ou feito. Aceno para Edge me entregar o meu. Não preciso que ele veja minha
ereção. Eve está ocupada certificando-se de que seu biquíni está no lugar, garota inteligente, e sobe os degraus.
Quando emerge como uma sereia, sua pele brilhando enquanto a água escorre por seus membros tonificados,
fico olhando. Infelizmente, Edge também.

Ele desvia os olhos enquanto lhe serve uma bebida e a entrega. — Então, já sabe nadar?

— Hum... bem, ainda não. Estou aprendendo a flutuar. — Ela pega uma toalha e se joga em um assento
almofadado sob o guarda-chuva vermelho. — Consegui, certo Jason?

— Sim, conseguiu. — Saio da piscina sem me importar se vê minha ereção. Ele precisa ver, na verdade. Puxo a
cadeira de Eve para mais perto e em vez de rosnar “minha” para meu irmão, encho meu copo.

Edge balança a cabeça. — Deixarei ambos continuarem com as aulas. — Ele ri enquanto se levanta, pega sua
bebida e volta para a casa.

Os seus olhos o seguem, e quando vira o corredor, ela move seu olhar para mim. — Jason, você o fez se sentir
como uma vela. Ele é sensível, sabe. — Ela protege os olhos para que possa me ver.

Quase engasgo com minha bebida. — Mesmo?

— Sim. Está apaixonado por Dolly e se sente uma merda por tê-la traído. É torturado porque não pode lhe dar o
que ela quer. — Ela diz tudo isso com os pés enfiados debaixo dela enquanto toma um gole de sua margarita e
me encara como se fosse minha culpa que Edge não conseguiu manter o pau dentro das calças.

— Sinto muito, como sabe disso? — Puxo as pernas de sua cadeira para mais perto para me encarar.

— Está brincando né? — Ela me olha como se eu fosse um ignorante. Quase me faz rir, mas está falando sério,
então vejo quando ela pega o dedo e mexe a bebida gelada, em seguida, coloca na boca para chupar. O meu pau
estremece. — Nós conversamos. Quer dizer, além de Dewey e Amy, ele é meu único amigo por aqui.

— Ele não é seu amigo, querida. — Rangendo os dentes, tento controlar meu temperamento. — O que ele e
Dolly tiveram foi um caso de adolescente. Então, foram basicamente companheiros de foda durante anos.
Ela encolhe os ombros e olha ao redor da área da piscina, em seguida, de volta para mim. — Se você diz.

— Eve — digo, sem saber por que estou tão irritado de repente. Os seus olhos se estreitam nos meus, mas ela
está ouvindo. — Homens como nós não podem ficar sérios com uma mulher. Não somos programados para ser
monogâmicos.

Ela olha para sua bebida e depois para mim. — Talvez você não possa ficar com apenas uma mulher, mas vejo
como ele é com ela. Ele a ama, e garanto que se pudesse voltar naquela noite, nunca teria permitido que sua
namorada safada envolvesse seus lábios nojentos em torno de seu pau.

— Que porra é essa? Quem diabos é você para julgar? — Levanto-me e a puxo para fora de sua cadeira. — Não
tem ideia do que diabos está falando. Não quero ouvir a palavra pau sair desta boca. — Pego seu queixo e
esfrego seus lábios carnudos com o polegar. — A menos que seja para dizer obrigado por deixar você ficar com
o meu.

Aumento meu aperto. Ela sacode a cabeça, se vira e dispara em direção à casa. Estou tão atordoado que quase
não consigo acreditar que essa mulher está fugindo de mim. É rápida quando me arremesso contra ela. As
cadeiras do pátio caem para o lado e jogo uma na piscina tentando agarrá-la.

— Filha da puta... juro por Deus, Eve. — Cai em ouvidos surdos, ela já está abrindo as portas de vidro
deslizantes.

Deveria parar e pensar em vez de correr atrás dela. Ela tem coragem de pensar que pode fugir de mim. O meu
pau endurece, quase ao ponto de doer, enquanto pensamentos de jogá-la na cama e lhe mostrar quem manda
passam pela minha cabeça. Possuo esta cigana selvagem, precisa aprender isso. Correndo pela porta de vidro
do pátio, noto Edge e alguns outros Disciples que estavam jogando sinuca agora estão olhando para mim. Led
Zeppelin está gritando e a sala já fede a maconha.

— Não me perturbe — rosno, não me importando com o que pensam.

Subo as escadas de dois em dois, rangendo os dentes quando vejo um lampejo de cabelo loiro e ouço nossa
porta batendo. Ryder está fumando e encostado em sua porta, seus olhos castanhos cheios de interesse
enquanto arqueia uma sobrancelha escura.

— Você está bem aí, Prez? Avise-me se precisar de ajuda. — A sua risada é quase minha ruína enquanto ele bate
à porta. Paro em frente à nossa porta e respiro por um segundo. Ela deve ter trancado, então já tirei a chave.
Para minha surpresa, abre na hora e como sempre, fico em alerta. Ela não é estúpida e não pode pensar que
ganhará, certo? Tem que saber que não posso e nunca permitirei esse tipo de comportamento. Entro lentamente
e deixo meus olhos se ajustarem à escuridão. As cortinas estão fechadas dando ao quarto uma sensação muito
menor. Talvez seja nossa química maluca ricocheteando nas paredes, mas é espesso e ajusto meu pau para que
não lateje contra o velcro do meu short. Os meus olhos varrem a sala apenas para pousar na porta do banheiro:
está fechada. Respirando pesadamente, me movo em direção a ela como um cachorro cheira uma cadela no cio.
Tento abrir a porta e, de novo, fico surpreso quando se abre. Olho em volta e não a vejo. Acendendo a luz, abro
a porta do chuveiro e lá está ela no canto. Congelo, não porque ela esteja com medo, na verdade, seus olhos não
sustentam nada além de desafio. Está com raiva e se eu fosse um homem melhor, a puxaria para cima e beijaria
sua raiva. Como um tornado, ela está fervendo com isso. A sua respiração áspera faz seus peitos espetaculares
subirem e descerem em seu biquíni dourado.

— Levante-se — cuspo.

Os seus olhos se estreitam enquanto se levanta graciosamente. — Agora venha aqui. — Novamente a observo,
esperando ver algum tipo de fraqueza, mas não me mostra nada enquanto mantém os ombros para trás e a
cabeça erguida, parando bem a minha frente.

Pego seu cabelo sedoso e a puxo para cima e para dentro do meu peito. Os nossos corpos queimam com nosso
calor e novamente me pergunto por que tenho essa atração louca por ela.

— Está brincando comigo? Você fugiu de mim? — Os nossos olhos se chocam e nossa respiração é difícil.

— Anjo, não sou bom. Sou um cara mau. Eu lhe disse isso anos atrás. Não permitirei isso. Saberá quem é o seu
dono e obedecerá. — Os seus olhos azuis estão cheios de lágrimas, mas não se encolhe, o que quase me faz ver
vermelho. Que diabos? Por que ela me provoca? — Não tem o direito de sentir nada, exceto o que eu deixar.

— Você não pode controlar minha mente, Blade — zomba. Os meus olhos varrem seu rosto, observando suas
bochechas rosadas e lábios inchados e vermelhos, deslizando para seu pescoço e seu coração batendo
rapidamente. Pressiono-a de repente.

— Então, está dizendo que acabou de pagar a dívida de seu pai e irmão? — O seu rosto empalidece
instantaneamente e sei que a tenho novamente. — Confie em mim, Eve. O lugar onde estou com seu pai é uma
fortuna. Se terminar comigo, direi a eles para jogá-lo na rua e pode buscá-lo. — Agarro seu braço e a puxo para
o quarto. Choramingando, ela ainda mantém a cabeça erguida.

— Observe. — Pego meu telefone. Ela agarra meu braço.

— Espere... pare. O que quer de mim? — Grita. Abaixo o telefone e olho para ela. Se ela se curvasse para mim,
não teria que fazer isso. Cristo, tudo que eu queria fazer hoje era ensiná-la a nadar e sair para comer.

— Quero tudo, e se você fugir de mim de novo, vou me certificar de que seja a última vez. — Afasto-me incapaz
de olhar para ela ou enfrentar todas as coisas horríveis que lhe disse. Arranco meu short, não me importando
que ela possa ver o quanto a quero. Preciso dar o fora daqui, ou farei algo de que me arrependa. Alcançando
minha calça e camiseta, pego meu telefone e botas comigo e grito por cima do ombro — Tudo o que precisa
fazer é calar a boca e ter uma boa aparência. Até mesmo alguém com sua educação limitada pode descobrir
isso.

Ela engasga. É um tiro barato, mas seu pai e sua falta de educação são as únicas coisas que deixam meu Anjo
insegura. Empurro de volta e bloqueio a necessidade persistente de ir até ela e confessar que não quis dizer
isso, mas quis. Ela precisa me deixar controlá-la ou se machucará. Tentar derrubá-la não é necessário, mas
como ela ainda tem fogo nos olhos, não consegui. Ela já tem muito poder sobre mim. Batendo nossa porta, bato
na porta de Ryder para me preparar para andar.

DEZESSETE
Eve
Estou olhando para um minivestido, frente única preto cintilante. Mini é a palavra-chave. Literalmente, quando
o levanto, fico me perguntando se cobrirá tudo. Edge me entregou a caixa esta manhã com um bilhete. Não
pude evitar, no início, o friozinho no estômago com a ideia de que Jason tinha me dado um presente de “sinto
muito”. Que pensamento idiota e ingênuo foi esse. Acontece que era de Dolly com um bilhete:

De nada. Era tudo o que dizia.

Olho para o vestido frente única e as botas de salto alto e não posso deixar de sorrir. Largando minha toalha,
meu corpo ainda quente do banho, começo a espalhar meu creme de manteiga de cacau e enfio uma calcinha de
renda preta para que possa começar a minha maquiagem e cabelo. Claro, minha mente vagueia para Jason e
nós. Ele saiu há dois dias, é um padrão que aparentemente temos. Qualquer coisa fica intensa e Jason foge.
Desta vez, saiu há dois dias. Reviro meus olhos para o meu reflexo, agravada por não conseguir parar de pensar
nele.

Ele é um merda e um verdadeiro manipulador. O que não consegue entender é que não sou estúpida. E ninguém
pode obrigar as pessoas a fazerem o que querem melhor do que eu. Jason pode se enfurecer e me ameaçar, mas
vejo a maneira como me olha, e isso me dá uma vantagem, por mais leve que seja. Ele está lutando contra sua
necessidade por mim. Tenho toda a confiança de que ainda posso colocá-lo de joelhos. Mesmo que fale sobre
outras mulheres, ou não seja capaz de ter um relacionamento duradouro, não sou estúpida. Este homem me
quer tanto quanto eu o quero. Não tenho ideia de onde está. Ele ligou, acho que para me verificar. No entanto,
sempre que pergunto quando está voltando para casa ou o que está fazendo, ele fica quieto e diz que está
trabalhando.

Não esta noite porém. Sorrio para o meu reflexo e mordo meu lábio inferior. Pego meu perfume de baunilha e
coco, borrifo um pouco no pulso e nos seios e pego o pedaço de vestido. Um sentimento de excitação sobe pela
minha espinha enquanto fico arrepiada. Jason realmente me levará para sair. Bem, Edge vai me levar, mas Jason
aparecerá posteriormente. É o vigésimo oitavo aniversário de Dolly e ela está dando uma festa em um clube em
West Hollywood. Não é um clube que um dos Disciples possui. Quando perguntei a Edge por que, disse que ela
preferia morrer do que dar mais dinheiro aos Disciples. Quanto mais fico aqui, mais descubro que Jason e os
principais rapazes parecem ter as mãos em todos os tipos de coisas. Não sou estúpida o suficiente para pensar
que todos são clubes. Sei que Jason tem alguns clubes de strip e tenho certeza que lava dinheiro por meio deles.
Prendo o cordão em volta do pescoço, me viro e olho as costas do vestido pelo espelho. É muito curto, tipo
quase dá para ver minha bunda.

— Jesus, Dolly. — Rio enquanto me sento e calço as botas de salto alto.

Endireito meus ombros, de pé, e dou uma boa olhada em mim mesma. Nunca estive melhor. Incrível o que um
pouco de maquiagem, um corte de cabelo e roupas novas fazem.

Esta noite quero fazer Jason me notar. Eu o quero e não me contentarei com mais ninguém. Olho para a foto de
Crystal que ainda está pendurada em nosso quarto e me pergunto o que fará se eu tirá-la. O que ele viu nela?
Ela ultimamente tem andado por aí. Os seus olhares feios e comentários sarcásticos de que meus dias estão
contados me deixam ainda mais determinada. Caminhando em direção ao pôster, levanto-o e o tiro da parede,
procurando um lugar para colocá-lo. Coloco-o de lado e vou procurar Dewey, em vez disso, vejo Edge enquanto
espreito para fora da porta. Excelente.

Suspirando, sorrio para ele e seus olhos viajam para cima e para baixo em mim. — Você não está realmente
pensando em usar isso, está? — Às vezes Edge me lembra muito Jason, e não de um jeito bom.

— Sim, estou. — Fico olhando para ele e aceno para ele entrar. — Pode me ajudar, por favor?

Ele entra e olha em volta. — Eve. — Esfrega a nuca. — Dolly mandou este vestido para você?

— Sim. — Aponto para o pôster de Cristal no chão. Os seus olhos olham para ele e depois para mim.

— Preciso disso — bato minha bota de salto alto nele — fora daqui. Estou aqui mais do que Jason e estou
cansada de olhar para seu rosto feio e seios flácidos. — Os seus seios não são realmente flácidos porque são
falsos, mas estou começando a detestá-la e dizer de qualquer maneira.

Edge ignora-o e volta para a minha roupa. — Olha... Eve, Dolly é... Dolly, fica bem vestindo coisas assim. — Os
seus olhos focalizam minhas pernas.

Agito meus cílios longos e rímel para ele. — E daí? Está dizendo que eu não?
— Jason não vai querer você assim. — Ele parece além de irritado.

Limpo minha garganta. — Discordo. — Afagando meu cabelo, o olho diretamente nos olhos. — Jason está
ausente o tempo todo. Além disso, não posso lhe dizer quantas vezes me disse que não sou nada para ele.

— Cristo. — Edge olha para o teto.

— Sim... Cristo. Isso é o que digo toda vez que ele me lembra que você e basicamente todos os Disciples não
podem ser monogâmicos. — Aceno minhas mãos. — Então, duvido que se importe com o que uma de suas
muitas mulheres use.

— Eve, não faça isso esta noite. — Ele balança a cabeça. — Sério, tivemos uma semana horrível. Por favor, use
outra coisa.

— Hum, não. — Ando até o meu telefone, que está carregando, jogo-o na minha bolsa preta e giro para encará-
lo. — Espere.

Os seus olhos se estreitam em mim enquanto estalo meu dedo.

— Eu sei, talvez encontre um cara muito rico e Jason possa me vender para ele. — Sorrio e lhe faço mãos de
jazz20.

Ele sopra um pouco de ar. — Se é assim que quer jogar, não diga que não avisei. — Pega o pôster com uma das
mãos e sai, me deixando sentindo que talvez fosse um pouco dramática.

E apenas agi como se realmente me importasse com Jason? —Excelente. — Coloco minhas mãos em meus
quadris, mortificada com a ardência de lágrimas em meus olhos.

Balançando a cabeça, fungo e pego um lenço de papel. — O que há de errado com você? Mantenha o rumo —
pergunto a mim mesma enquanto caminho para o banheiro para dar os toques finais no meu cabelo e
maquiagem. Odeio ter me tornado... não sei, emocional recentemente. Quer dizer, toda a minha vida zombei das
garotas que choravam por causa dos namorados. Suspirando, fecho meus olhos e os abro. Deus, por que Jason
não é como todos os outros caras: estúpido e fácil de manipular?

— Você não iria querê-lo se fosse normal. — Falo para meu reflexo. — Merda. — Agarro a borda da pia. O que
está acontecendo comigo? Não só o quero, mas acho que essa sensação que rasga meu coração toda vez que ele
sorri para mim ou me ignora pode ser...?

Balanço minha cabeça. — Não pode, Eve. Não pode se apaixonar por Jason. — Ele deveria se apaixonar por
mim, não o contrário. Olhando para mim mesma, tento negar a verdade: que eu, Eve Smith, posso ter fortes
sentimentos pelo presidente de um dos MCs mais perigosos da Costa Oeste.

Expiro e inspiro. Não consigo. Ele basicamente me sequestrou e pode me descartar a qualquer momento, mas
isso não impede o fato real de que fico excitada com sua ferocidade, seu poder. Isso é amor? O triste é que esse
homem me incendeia, me desafia de uma forma que me faz querer agradá-lo. Quando está perto de mim, me faz
sentir segura e desejada como nunca pensei que existisse. Estou conectada a ele de uma forma que nunca
imaginei. Abro o brilho labial rosa cintilante e aplico em meus lábios. Depois de uma última olhada, apago a luz
do banheiro.

— Vamos ver se você pode me ignorar esta noite, Jason. — Nem me importo se estou falando comigo mesma.
Isso me dá coragem. Com minha bolsa na mão, tranco a porta atrás de mim.

A viagem para o clube é preenchida com desaprovação silenciosa, mas óbvia de Edge e uma conversa agradável
e ininterrupta de Dewey. O manobrista sai para abrir minha porta e estacionar o Tahoe. Já posso ouvir a música
bombeando e pulsando por dentro. Luzes estroboscópicas dançam enquanto olho para um pátio cheio de
pessoas. Risos e fumaça permeiam o ar enquanto Edge alcança meu braço. Ele não para de andar quando acena
para o grande segurança todo vestido de preto. Entramos como se fôssemos donos do lugar. Está escuro aqui
com luzes cintilantes ao redor, juntamente com a luz estroboscópica e lasers ricocheteando nas paredes e no
teto. O lugar está lotado, gente de ponta a ponta, a maioria na fila do bar.

— Onde está Dolly? — Grito.

Edge não responde e me impele para frente e para algumas escadas escuras. Uma luz fluorescente roxa brilha
sobre nós. Conforme a música muda, a luz também muda. Outro segurança acena para nós no topo e abre o
cordão de veludo vermelho para nos deixar entrar.

— Acho que eles o conhecem aqui. — Eu me viro para ele.

— Eve, até que Blade apareça, preciso que fique comigo.

Concordo. Os seus olhos estão observando o local e é claro que está em alerta. Acho que é assim que eles
vivem. Esta é a minha primeira vez em um clube, então talvez seja normal estar atento a todos. Jason faz a
mesma coisa, mesmo entrando em nosso quarto, sempre vai primeiro, seus olhos procurando.

Ele me guia através da multidão de pessoas, a maioria delas usando coletes de Disciples, mas algumas
obviamente amigas de Dolly. Muitas têm cabelos roxos ou azuis. Ele me solta para alcançar uma mulher vestida
com um vestido vermelho colante e sapatos pretos com um impressionante fundo vermelho. Ela se vira e sorri
para ele. O meu coração bate forte quando vejo seus olhos se travarem. Há em sua cabeça uma tiara com luzes
piscando que dizem “Aniversariante”.

— Oh, meu Deus, ele realmente deixou você usar? — Dolly se separa de Edge e me agarra para um abraço.
— Dolly... você está linda. — Olhar para ela feliz e saudável me faz sentir drasticamente menos culpada pelo
mês passado.

— Não, você está impressionante. Vire-se. — Rio sentindo como se um peso que não percebi que estava
segurando fosse tirado do meu peito. Giro e ela alcança Edge.

— Sem olhar — responde e ele arqueia uma sobrancelha.

— Só tenho olhos para uma mulher. Gostaria que ela confiasse em mim nisso — ele resmunga.

— Eve, quer algo para beber?

Olho para os dois e tudo faz sentido. Quase suspiro, pois estou torcendo por eles.

— Oh, sim. — Dolly mexe seu corpo contra o dele. — Shots, por favor. Doug e eu estamos bebendo
Cosmopolitans, então três. — Ela sorri para ele e olho para longe. A fome em seus olhares é muito deprimente,
já que não vi Jason e parece determinado a mantê-lo assim. Estou cansada, de repente, o que é uma loucura,
pois ainda não são dez horas.

Braços me envolvem por trás, me viro para um Doug sorridente que está vestindo um terno escuro e uma tiara
piscando.

— Olá, bonita. — Ele mergulha o nariz no meu pescoço.

— Doug... pare com isso. — Os olhos de Edge estão sérios.

Doug ri e diz — Oh, Edge, é sempre um prazer, e uma vez que Blade é estúpido o suficiente para deixar sua
rainha sozinha, vou me oferecer para tomar conta dela. — Ele pisca para Edge.

— Cristo, Doug. — Ele revira os olhos, mantendo a mão firme em Dolly. — Blade está a caminho, então
mantenha suas mãos longe. Vou buscar bebidas.

Doug faz beicinho, mas deixa cair as mãos. — Tudo bem, contanto que consiga bebidas. — Ele se abana.

— Vamos dançar. — Ele agarra minha mão me impulsionando para o centro da sala assim que Edge está no bar.

— Não irrite Edge, por favor, Doug. Ele vai me levar para casa e esta é a primeira vez que vou a um clube. —
Não posso deixar de sentir um pouco de empolgação ao observar as pessoas na pista de dança. A exaustão de
antes desaparece quando ele me puxa para o chão iluminado. A música está alta e batendo forte pelo chão.
Doug me agarra e começa a me esfregar e imediatamente me viro.

— Comporte-se.

— Você precisa de álcool, querida. Vamos, solte-se, Eve. Deixe seu corpo se mover no ritmo.

Olho em volta e vejo pessoas de todas as formas e cores dançando e se movendo. Fechando meus olhos por um
momento, me permiti sentir a batida e comecei a me mover.

— É isso. Sabia que você seria natural. — Um sorriso puxa meus lábios. Dançamos alguns momentos até que
balanço nos braços enormes de Ryder. Quase grito, mas sua carranca me diz que eu deveria sorrir em vez disso.

— Sua bebida está na mesa. — Ele pega meu braço e me arrasta do chão. Ouço Doug gritando com Ryder que
não é divertido.

— Eve, querida. — Ryder me leva a uma cabine no meio, onde Edge está carrancudo para mim e Dolly está
pendurada nele. — Aqui. — Ele me entrega uma bebida que é rosa.

— Jason é particular com você... então, até ele chegar aqui, chega de dançar, certo? — Os seus amáveis olhos
castanhos procuram meu rosto.

— Não tenho visto você muito por aí. — Tomo um gole da bebida. — A propósito, isso é delicioso.

— Vá devagar, Eve. — Ele olha para o telefone enquanto o álcool já me aquece. Doug empurra a pista de dança e
ri de si mesmo.

— Oh sim, está de volta. — Dolly se joga em mim. — Aqui. — Ela me dá uma dose.

— Sim... acho que você precisa de um pouco de água, querida. — Edge olha para ela.

— Viva... a nós! — Ela bate no meu copo. Não tenho escolha a não ser seguir e beber. A picada é tão forte que
visualizo fogo saindo da minha boca.

— O que é isso? — Digo, abanando a boca com a mão.

— Mescal, o que mais? — Como se eu soubesse o que é Mescal.

— Humm... Edge, precisa manter o controle. Não quero lidar com um Blade irritado — Ryder estala para ele.

— Vamos dançar. — Pego a mão de Dolly.


— Ótimo pra caralho. — Ryder sibila atrás de nós enquanto nos movemos para um Doug feliz e suado. A música
começa e, desta vez, quando Doug me agarra por trás, inclino minha cabeça para trás e balanço com ele. A
música muda e giro de seus braços para Dolly, que estende a mão para mim para esmagá-la. Olho para dois
rostos infelizes. As mãos de Edge estão cerradas e Ryder parece estar olhando para baixo.

— Ei, posso dançar com vocês duas? — Um cara alto com cabelo feio e roupas hipster de aparência estúpida
tenta dançar com a gente.

— Porra, a menos que tenha um desejo de morte — Dolly grita na cara dele. Ele se afasta, balançando a cabeça.

Nós duas começamos a rir. — Preciso urinar. Volto já.

— Estarei esperando. — Ela agarra Doug, que estava dançando com outra garota, e ambos começam a fazer um
show. Não posso deixar de rir do rosto do pobre Edge. Sigo para a porta escura que está marcada como
mulheres quando uma mão tatuada se estende para mim e me gira.

O homem é alto e totalmente tatuado até o pescoço. Puxo o meu braço, instantaneamente, e decido então que
tenho que pegar outra faca. Jason me mantém trancada em seu complexo, e me recuso a ser tocada por
qualquer pessoa além dele.

— Você é a prostituta de Blade? — O seu hálito fede a maconha e álcool e dou um passo para trás. Odiando isso,
olho por cima do ombro em busca de ajuda. Veja, é por isso que preciso de uma faca. Viro-me, mas ele me
agarra novamente.

— Você está louco? — Assobio.

— Responda-me... você é dele, não é? — Franzo o nariz para seu rosto feio. Ele é careca e seus olhos estão
mortos. Eles me lembram os olhos de Pauly, o idiota. E de repente estremeço porque não está sozinho. Três
outros caras tatuados estão bem atrás dele.

— Vou te dar uma mensagem. Diga-lhe que quero as minhas coisas. Veja, ele e eu somos amigos há muito
tempo, mas negócios são negócios. — Ele se aproxima.

— Se é um negócio, deve dizer a ele você mesmo. — Eu me viro novamente e ele me toca.

— Puta merda, é estúpido. Ele vai matá-lo. Cai fora — grito. Eles riem.

— Muito cheia de si, hein? Ouça, princesa, pode ser deslumbrante, mas Blade não dá a mínima para nenhuma
mulher. A verdade, como temos negócios juntos, ele sempre compartilha suas prostitutas comigo. — Ele passa
as unhas sujas pela minha garganta em direção ao meu peito. Então sinto. Calor, força, um puxão. É ele. Sei que
é, tal como sei que este porco à minha frente, pode morrer esta noite.

Blade.

Ele permanece como o deus de uma besta. Magnífico e indomado. A minha respiração ofega na minha garganta
e o desejo palpita em meu núcleo. O que há de errado comigo?

— Darrel. — Sua voz irradia das paredes e todos os olhos se voltam para ele. Fogo verde jorra deles quando olha
para mim. Ele não tem que me dizer para ir até ele. Eu vou, como uma mariposa vai para a chama, vou para o
meu rei.

— Você tocou nela? — Sua voz está estranhamente calma e vejo o medo piscar por um segundo nos olhos do
outro homem.

Ele ri e estende as mãos olhando para seus amigos em busca de apoio. — Você sempre compartilha, Blade. Esta
pode ser a mais bonita, mas boceta é boc... — Jason me puxa para trás, e em um piscar de olhos, segura a
garganta do careca.

Mãos me puxam de volta para a multidão e vejo Ryder, Edge e quatro outros Disciples cercando Blade. Puxo
meu braço me preparando para dar uma joelhada em quem está me levando para longe de Jason nas bolas.

— Experimente, wildcat — rosna, e olho para os olhos azuis tão escuros que quase parecem pretos. Axel me tem
e está furioso. — Se eu fosse você, me sentaria e calaria, Eve. Já causou problemas suficientes. — Ele me leva
para a cabine.

— Axel... — tento me afastar. — Jason precisa de mim. Axel, que diabos? — Ele se vira em minha direção.

— Acha que nossas vidas são uma maldita piada? Estes somos nós. Não somos bons homens, e agora você tem
Blade todo ferrado na cabeça. Ele está mudando e isso o torna perigoso. Significa que não está pensando com
clareza porque tem você em seu cérebro. — Aponta para sua cabeça. — Não posso fazer com que ele não a
queira, você está no sangue dele, mas posso mantê-la segura para que ele possa fazer o que precisa.

— Não foi minha culpa. Estava indo ao banheiro e aquele pedaço de merda me agarrou. Oh, como a prostituta
de Blade, devo lhe dizer que aquele canalha quer suas coisas. — De repente, não estou tentando fugir.

— Axel... não me sinto bem. — Ele olha para mim.

— Cristo. — Ele me leva até o banheiro e entra, como se não fosse grande coisa que um motoqueiro gostoso
estivesse no banheiro feminino.

— Ei, Axel — ouço enquanto entro na cabine e mal chego ao banheiro. Não comi nada, então tudo o que vem é
meu coquetel e minha dose. Inclino minha cabeça contra a parede fria de metal, nem mesmo me importando
que provavelmente esteja cheia de germes. A minha boca para de salivar conforme meu estômago se acalma até
ouvir — Ela está bem?

— Muita bebida. Ela está bem, Nicole — Axel se encaixa.

— Ela não está grávida, está? — E meu estômago que estava começando a se acalmar começa a dar um nó
novamente quando me inclino e vomito novamente.

— Porra, não, e se ouvir algum boato de que ela está, saberei que foi você.

Eu me preparo e empurro meu cabelo para trás. — Definitivamente não estou grávida — grito com os dois
enquanto tento enxaguar a boca.

—Ufa ... Isso — aponta para a cabine que desocupei — me lembrou dos primeiros dias da minha gravidez. — Ela
sorri para mim, afofa o cabelo no espelho e sai cambaleando. Fecho meus olhos. Pesadelo. Quando os abro, dois
olhos safira me encaram como se pudesse ler minha mente.

—Você não está, certo? —Ele exige.

Olho para ele através do espelho, em seguida, de volta para o meu rosto pálido.

— Não há nenhuma maneira de eu estar grávida. — Reviro os olhos e quase digo que não posso, mas por que
tentar convencer alguém que desconfia de todo mundo? — Não estou acostumada a beber e a agitação, isso é
tudo.

— Isso é bom, para o seu bem. — Ele balança a cabeça lentamente e abre a porta do banheiro. Duas garotas
riem quando saímos.

— Estou cansada — estalo. A sua ameaça não apenas me incomoda, mas não é da sua conta. — Gostaria de ir
para casa, ou devo esperar por Jason?

— Oh, não se preocupe. Vou mandá-la para casa. — Ele me impulsiona com a música estridente e as luzes de
néon. Mal consigo pegar minha bolsa antes de ele me incitar a descer as escadas. Eu nem consigo dizer adeus a
ninguém. Estão todos na pista de dança. As luzes de laser lá embaixo estão enlouquecendo com a batida da
música, mas agora está me deixando nauseada. Axel me guia para fora e o ar fresco atinge meu rosto como um
amigo bem-vindo. Tomo um grande gole e fecho os olhos enquanto Axel ladra uma ordem. Aparentemente, um
cara chamado Tim vai me levar para casa. Duas garotas gritam e riem ao meu lado esperando o manobrista,
suas vozes altas e animadas anunciando para onde vão em seguida. Eu me sinto velha e tenho que ser mais
jovem do que elas. Não posso acreditar que foi minha primeira experiência em uma boate. Se não estivesse me
sentindo tonta, ficaria chateada. A maneira como está, fico um tanto grata quando a porta se fecha atrás de
mim. Enquanto estendo a mão e abro as aberturas, me pergunto se tenho um vírus ou algo assim. Os últimos
dias, me senti péssima. Fechando meus olhos, deixo Tim, o prospecto, me levar para casa.

DEZOITO
Blade/Jason
O sol está nascendo quando Axel, Ryder, Edge e eu chegamos à casa. É quase surpreendente como tudo está
quieto e calmo às 5h da manhã. Toda a porcaria que está espalhada pelo jardim da frente fica em segundo plano
ao nascer do sol. Laranja, amarelo, roxo, até mesmo azul enfeitam o céu e parece surreal que menos de três
horas atrás, eu estava cortando os dedos da mão direita de Darrel. Deveria ter feito mais, mas não queria que
fosse completamente óbvio que Eve se tornou minha obsessão completa. Só cortei as pontas para lembrá-lo de
nunca mais tocar no que me pertence. Isso é o que acontece quando fica grande demais. As piores pessoas que
andam pela terra começam a farejar. Infelizmente, ganham poder e dinheiro porque não têm nada a perder.
Quando se é criado sem absolutamente nada, aprende bem rápido como sobreviver.

Como o laboratório está desativado, todos estão saindo da toca. Dou uma tragada no cigarro e continuo a
assistir ao nascer do sol. A bola amarela clara sobe lentamente sobre as árvores. Tenho vergonha de já ter
passado anos desde que realmente apreciei o nascer do sol.

— Vou para a cama — Ryder resmunga ao passar, as botas esmagando o cascalho.

Edge olha para nós, suspira e vai em direção ao Tahoe. — Tenho algo que precisa da minha atenção. Estarei de
volta em algumas horas.

— Mande um beijo para Dolly por nós. — Axel ri quando Edge bate à porta do Tahoe e dá ré para manobrar ao
nosso redor.

Inalo e fecho meus olhos. A adrenalina está passando e estou exausto.

— Prez? Como deseja proceder? Essa merda que aconteceu esta noite vai continuar.

Piscando, largo meu cigarro e o apago com a minha bota. — Eu sei. Estou farto disso, Axel. Toda essa merda
que vem com as drogas está durando muito tempo, cara.

Os olhos azuis de Axel estão alertas. — Precisamos sair do negócio. Todos nós perdemos o tesão por isso.

Cheiro o ar fresco da manhã. — Não é tão simples e você sabe disso.


Ele enfia a mão no bolso da calça e tira um baseado. Acendendo, inala e diz — Você acha que os federais
pegaram Doc?

Pego o baseado de sua mão e inalo profundamente. — Provavelmente, ou isso, ou pegaram a Sandy.

Ele suspira e pega o baseado de volta, levantando as mãos como se estivesse se alongando. — Estamos ficando
muito ricos e velhos para ir para a cadeia.

Resmungo e deixo a suavidade dominar meus músculos tensos. — Preciso falar com Dimitri. Se ele quiser
continuar recebendo algo de nós, precisa colocar sua equipe sob controle.

À medida que o sol espalha suas sombras matinais, os olhos de Axel parecem quase pretos. Concorda. —
Blade... mais uma coisa. — Respira fundo, aperta os olhos para mim e solta a fumaça. — Eu não adoço as coisas,
não sei como.

Os cabelos da minha nuca se arrepiam. — O quê? — Digo, minha garganta apertada.

— Eve passou mal esta noite. — Ele não olha para mim, mas olha para o horizonte.

— E daí?

— Ela vomitou no clube, foi isso. — Diz isso tão meloso que quase rio.

— Quanto ela bebeu?

Os seus lábios se contraem e olha para mim. — Não muito. — Ele deixa tudo pairando no ar. Quase consigo ver
o balão de pensamento no topo de sua cabeça como um desenho animado dizendo todo tipo de coisa que não
quero saber. Balanço minha cabeça e me pergunto que tipo de merda estamos fumando.

— Vou para a cama por algumas horas. — Ele começa a passar por mim e então para, olhando para suas botas.
— Espero que ela valha a pena.

Mais uma vez, vejo as palavras sumirem com ele com um pop de desenho animado. Porra! Deixe para Axel ter
alguma coisa maluca para fumar. Esfrego minha nuca. Estou sujo e não lidarei com nenhuma das insinuações de
Axel. Eve vomitou, mas isso não significa nada, exceto que ela é fraca quando se trata de beber.

Depois daquilo que fumei, preciso tomar um banho e tomar um café para fazer minha mente funcionar. Embora
tenha um zumbido agradável de êxtase por todo o meu corpo. Abro a porta da frente do clube e quase engasgo.
Cristo. Tem cheiro de pés sujos. Bob está deitado no sofá, os pés pendurados na beirada enquanto ronca tão alto
que é incrível que ninguém o tenha jogado para fora. Sinto muito por ele. Quando Amy descobrir seu cheiro, vai
desejar que alguém o tivesse colocado para fora. Em momentos como este, o clube ainda é um lugar onde posso
sentir uma sensação de orgulho. Por ter sido construído nos anos cinquenta, tem se mantido incrivelmente bem.
O encanamento sempre precisa de conserto, mas vamos lá, com a quantidade de irmãos entrando e saindo por
esta porta, a velha casa de fazenda está em bom estado. Enquanto subo as escadas, quase ouço a risada de meu
pai perto do bar e o som dele gritando com meu irmão Chuck. Forçando minha mente a entender que é a
maconha falando, movo minhas pernas mais rápido como se fugir pudesse ajudar. A merda precisa ser cuidada.
Em certos momentos, preciso estar disponível para falar com alguns traficantes e alguns de nossos traficantes
de armas.

Paro em minha porta e me deixo acalmar por um segundo. O meu coração dispara. Não consigo me livrar das
palavras de Axel.

Mal. Eve passou mal. Destranco nossa porta, piscando para deixar meus olhos se ajustarem à escuridão. Cerro
meus dentes. O seu cheiro está em todo o nosso quarto. O meu pau quer afundar em suas paredes de seda,
fodê-la até que minha mente esteja entorpecida de satisfação exausta. Ignorando meu vício, ligo o chuveiro, tiro
minhas roupas sujas de sangue e me lavo rapidamente.

Jogo a toalha no canto e noto um cesto de vime perto da pia. Todos os seus cremes e perfumes estão bem
colocados do seu lado da pia. Balanço minha cabeça molhada maravilhado que de alguma forma nos tornamos
um casal.

— Que porra é essa? — Olho em volta para o meu banheiro e é como um comercial do Claritin. Sabe onde o
desfoque é removido e pode ver tudo claramente? A sua escova de cabelo, maquiagem e secador de cabelo
estão em uma cesta de vime. Ambas as nossas escovas de dentes tocam no suporte de latão. Esfregando a mão
pelo cabelo, apago a luz e saio. Um pequeno gemido e um suspiro me forçam a olhar para ela enquanto se vira
para o outro lado. Rangendo os dentes, posso dizer que estou perdendo a pouca motivação que tenho.
Especialmente quando permito que meus olhos se deleitem em sua bunda perfeita, quase implorando para ser
tocada. Droga. Os meus olhos vão para o teto enquanto respiro pelo nariz. Por que não me masturbei no
chuveiro? Sou como um alcoólatra que andou lutando contra isso e o corpo na cama é meu veneno. Esta cigana
selvagem, de alguma forma, virou todo o meu mundo de cabeça para baixo. Visto minha calça jeans e fico ao seu
lado, observando-a dormir. Tão quente e deliciosa. Eu me viro para pegar uma camiseta quando ela chuta as
cobertas e me mostra uma longa perna bronzeada. O meu pau está duro como uma rocha e ficando dolorido, e
estou perdendo essa batalha. Talvez devesse acordá-la e transar com ela, ela é minha, afinal. Além disso, cortei
as pontas dos dedos de um canalha porque se atreveu a tocá-la. Quase como se soubesse que estou sendo
torturado, ela se vira de costas e abre os longos cílios fulminantes.

— Ei. — Sua voz está rouca e sexy com o sono.

— Ei você. — Sento-me e acaricio sua pele macia. — Porra — gemo enquanto me curvo e reivindico seus lábios
macios. Ela geme e se abre para mim. As nossas línguas se torcem e bebemos um ao outro. Fogo queima minhas
veias com ela, e isso está se tornando um vício sério.

A minha mão vai até um seio cheio, seu mamilo já está duro, e tenho que prová-la.

— Tenho coisas para fazer, mas não posso fazer nada até cuidar disso. — Tiro minha camiseta dela e olho para
sua perfeição. — Olhe para esses mamilos. — Ela geme e se estica como um gato. Alcanço e agarro seus lados
enquanto levanto aquele peito maduro em minha boca e chupo.

— Jason — rosna e lambo seu mamilo. Tudo o que preciso fazer pode esperar. Perdi a guerra, estou preso em
sua adormecida teia de sedução. Levanto-me, tirando minha camiseta e jogando meu jeans no chão. Alcançando-
a, rolo-a em sua barriga e acaricio sua pele lisa e perfeita. Nada além de perfeição cremosa. Levanto-a para que
sua bunda fique no ar e ela geme no colchão.

— Abra suas pernas. — Minha voz soa tão áspera quanto minhas mãos são gentis. Ela as abre.

— Cristo. — Acaricio sua bunda, em seguida, me alinho em sua boceta molhada, esfregando meu sêmen em seu
creme e empurro. — Jesus — resmungo. — A boceta mais apertada de todos os tempos, e é minha. —
Empurrando meu pau grosso em suas paredes lisas, estou quase enlouquecido com seu cheiro e choramingo de
“Oh Deus”. Estou perto, porra, estava perto no segundo em que me enterrei dentro dela. Cavo meus dedos em
seus quadris finos e a fodo forte e profundamente.

As suas mãos estão segurando o lençol enquanto descansa a cabeça em seus antebraços, choramingando —
Jason... estou perto... Oh. Meu. Deus, amo isso...

Mais uma vez, empurrei com força e estendi minha mão para esfregar sua protuberância inchada.

— Sim, é isso. Tão molhada. Vai gozar para mim?

— Uh-huh — grita enquanto sua boceta se contrai. Está tão molhada que torna mais fácil esfregá-la com força e
rapidez.

— Porra, sim — resmungo minha aprovação enquanto sua boceta aperta e pulsa em meu pau. Fecho meus olhos
por um segundo, minha liberação é tão grande que vejo manchas. Acho que chamo seu nome. Tudo que sei é
que meu pau está empurrando em seu núcleo quente e estou sem peso, em paz.

Ela desaba. Os seus lábios estão abertos enquanto recupera o fôlego, mas sua boca está sorrindo. Quero cair na
cama, puxá-la em meus braços e dormir com ela, mas isso terá que vir mais tarde. Relutantemente, me retiro e
ela geme em desaprovação.

— Tenho que cuidar das coisas. Acredite em mim, tudo o que quero fazer é passar o dia na cama com você. —
Bato em sua bunda. Ela grita e se vira. Nós dois sorrimos lentamente.

— Jason. — Ela lambe os lábios, os olhos arregalados. — Acho que estou... — Inclinando minha cabeça, me forço
a desviar o olhar. O que quer que ela queira me dizer não é algo que deva ser dito agora. Afasto-me e esfrego
minhas mãos pelo meu cabelo enquanto entro no banheiro. Abro a água quente e jogo um pouco no meu rosto
enquanto olho meu reflexo e congelo. O rosto que me encara de volta é diferente e está nos meus olhos.
Parecem vivos, o olhar assombrado desapareceu. Baixando a cabeça, tento me concentrar no que preciso fazer,
em vez de na cigana em minha cama. Pegando uma toalha, aqueço-a. Encontro-a deitada em nossa cama,
apoiada em dois travesseiros, as pernas cruzadas, um pé balançando para cima e para baixo. O meu coração
aperta com seu olhar completo de felicidade. Cristo!

— Abra suas pernas. — Ela não hesita. Descendo, limpo suavemente nosso sexo. Inala e nossos olhos se fixam
enquanto olhamos um para o outro. Ela é quem interrompe a conexão fugindo para trás.

— Obrigada. — Pega o lençol. — Jason?

Abro a gaveta da cômoda e coloco outra camiseta preta. — O quê?

— Preciso de uma faca.

Paro de pegar minha calça para olhar para ela. Está séria enquanto me encara diretamente nos olhos e não
posso deixar de rir e levantar minhas mãos. — Estou bem aqui. — Ela revira os olhos, mas seus lábios se
contraem em um sorriso.

— Sério.

— Sério. — Visto minha calça jeans. — Por que precisa de uma faca? Eu sempre vou protegê-la.

Ela encolhe os ombros e puxa a ponta de cetim do nosso lençol. — Sempre tive uma. Não mais desde que estou
com você e vivo... assim.

Pego meu pacote de bastões de câncer e o acendo. Enquanto inalo, meus olhos a varrem. O meu pau endurece.
— Está infeliz, Anjo?

Ela larga o lençol e rasteja até o final da cama. Quando envolve seus braços em volta do meu pescoço, me forço
a respirar. Os seus seios cheios e mamilos duros esfregam contra mim.

— Verdade? — A sua voz é suave como veludo. Deveria dizer não, em vez disso, como um idiota, aceno.

— Você me faz feliz. Acho... acho que posso estar me apaixonando por você — ela sussurra a última parte, seus
doces lábios quase tocando os meus. Estou tentando fazer meu cérebro entorpecido funcionar. As suas palavras
param o tempo, e minha mente vai para aquele sonho que tive na primeira noite em que a levei. Eu te amo, ela
disse naquele sonho, de repente, me sinto enjaulado, com calor, como se tivesse ficado muito tempo ao sol.
Afasto-me e seus braços caem para os lados. O nosso quarto precisa de ar, o nosso cheiro me deixando confuso.
As linhas estão sendo cruzadas. Eu me viro em direção à porta. — Providenciarei para você uma das minhas
facas.

— Jason, espere... — Olho para trás e ela me alcança como uma deusa dourada querendo o impensável. Deve
ver nos meus olhos porque dá de ombros, diz — Nada — e desliza de volta para debaixo das cobertas.

Sou um idiota. Esfregando minhas mãos no rosto, olho para o teto. — Olha, Eve... talvez se não estiver
completamente exausta esta noite, podemos visitar seu pai.

Assim que as palavras saem, me arrependo porque ela está em meus braços em um segundo, seus lábios doces
por todo o meu rosto.

— Eve. — Puxando-a de cima de mim, acrescento — Eu disse talvez. — Não posso evitar o sorriso que surge. Ela
pula de volta em meus braços. O fato de estar gostando disso alerta meu cérebro confuso de que estou
definitivamente envolvido demais com ela.

— Tenho que ir, querida. — Ela esfrega o nariz no meu e meu coração acelera. Incapaz de me conter, tomo seus
lábios para um beijo lento e me forço a sair.

♥♥♥

O dia se arrasta e quando minha mente clareia por volta do meio-dia, não consigo parar de pensar nela. A
maneira como pode ser tímida e feroz ao mesmo tempo. Ela é de longe a mulher mais independente que já
conheci. Há no entanto, uma necessidade real de nutri-la e se fosse um homem melhor, eu a deixaria ir. Ela está
se apegando e eu sou ... sou o presidente de um clube de motociclismo de um por cento. Essa coisa que temos
acontecendo é para pessoas normais, não almas fodidas que não têm ideia do que são esses sentimentos.

— Porra, Ryder. O que acha, Prez? — Os meus olhos observam a mesa e todos os meus oficiais olhando para
mim. E não tenho ideia do que diabos estão dizendo. Ficamos presos aqui o dia todo. Tem cheiro de cigarro e
bebida velha. Uma das placas de cerveja no canto está apagando. A cachoeira fluorescente de cerveja está
piscando como uma luz estroboscópica irritante me fazendo querer pegar minha arma e atirar nela.

— Fluxo de caixa. Como lidaremos com isso? — Axel entra na conversa enquanto Edge e Ryder olham um para o
outro e para baixo em suas cervejas, ambos nem mesmo tentando esconder seus sorrisos.

Eu me sento e pego minha garrafa de Budweiser. — A droga deve ser colocada em repouso. Não tenho interesse
em trazê-la de volta à vida. — Silêncio é tudo que ouço, seguido por Axel dizendo a todos como precisamos ficar
quietos até o final.

Olho para o relógio, são quase cinco horas, e termino a conversa sobre vender maconha enquanto decidimos o
que é melhor.

— Quero lidar com armas e é isso. — Levantando-me, meu corpo exausto começa a rejeitar a falta de sono. Jogo
a garrafa de cerveja na lata de lixo, ouvindo-a quebrar enquanto movo o velho arquivo marrom para abrir o
cofre. A sala fica em silêncio novamente, sem o zumbido irritante do sinal. Não me importo. Estou muito
cansado para me importar. Movendo o dinheiro de lado e um monte de Glocks, pego minha primeira faca. Foi do
meu avô, trouxe de volta com ele do Vietnã. Não é nada especial, apenas uma faca de caça padrão, mas a velha
alça de madeira tem o logotipo dos Disciples marcado em ambos os lados. A marca é a mesma que Eve tem no
pescoço. Pego-a e fecho o cofre, movendo o arquivo de volta para a frente.

Ninguém fala enquanto caminho em direção à porta e chuto uma garrafa vazia de Jack Daniels para o canto
enquanto paro ao lado de Ryder.

— Terminamos. Preciso dormir.

Axel limpa sua voz. — Ok, então você decidiu?

— Sim, decidi que quero transar e dormir. Todo o resto pode esperar até amanhã. Ryder?

Ergue os olhos do laptop que está olhando o dia todo. — Sim, Prez?

— Diga à Amy para mandar o jantar para mim e Eve. — Ele pega seu telefone e começa a digitar enquanto olho
ao redor da sala desafiando alguém a dizer qualquer coisa.

O seu telefone apita. — Ela diz que já tem tudo pronto, Prez. Vai descansar um pouco. Saberei mais amanhã. —
Ele pousa o telefone e volta para o computador.

Encontramos alguns motoqueiros estúpidos andando pelo local do laboratório Hemet em uma das câmeras de
segurança que plantamos em uma árvore na propriedade. Não eram Disciples e eram burros o suficiente para
não saber que temos equipamentos de vigilância sérios em todos os nossos negócios. É apenas uma questão de
tempo até que Ryder descubra quem são os dois idiotas. Eles basicamente sorriam para as câmeras, suas
tatuagens visíveis. Obviamente, parece que Doc tem feito negócios paralelamente, outra dor de cabeça.

— Obrigado, cara. — Todos os meus rapazes se levantam e se não estivesse tão cansado, poderia sorrir para
Axel, que parece que seus olhos pularão para fora da cabeça.

— Reunião adiada para amanhã. Que horas, Prez?


— Mais tarde. Tenho algo que preciso cuidar pela manhã. — Não os esclareço que estou muito cansado para
levar Eve esta noite para ver seu velho. Quando estou fechando a porta da sala de conferências, vejo Amy
carregando uma enorme bandeja de comida. O meu estômago ronca. — Amy, por que não pede a um dos
rapazes para ajudá-la? — Estalo enquanto a faço me dar a grande bandeja.

— Estão todos bêbados ou drogados. Além disso, não confio neles perto de Eve. — Ela sobe as escadas comigo.

Arqueio uma sobrancelha. — O que isso significa? — O meu corpo, instantaneamente, em alerta. A minha
pulsação começa a bater forte na minha têmpora. — Alguém a incomodou?

— Apenas Crystal. — Ela sorri.

Chego ao topo da escada e dou toda a atenção a Amy. — Desembuche.

Ela sorri para mim e quase deixo cair a bandeja. — Ótimo. Você esteve fora tempo demais. — Antes que eu
possa responder, ela inclina a cabeça e aceno para continuar. — Crystal está andando por aí e a ouvi dizendo à
Eve que seu tempo está quase acabando. — Ela põe as mãos no peito. — Agora eu sei que Eve é a única, mas
talvez seja hora de contar aos outros. — Ela ajeita a camisa.

— Confie em mim, a notícia está se espalhando — resmungo enquanto caminho em direção à minha porta.

— Ótimo — diz por cima do ombro e desce as escadas como se não se importasse com o mundo.

Que diabos? A minha pequena cigana durona, de alguma forma, sem nem tentar, faz todo mundo comer na
palma da sua mão. Bem, todos menos Axel, mas ele não confia nas mulheres.

Ajusto a bandeja e abro a porta e instantaneamente respiro seu cheiro de coco. O seu cheiro me lembra de um
raio de sol e felicidade. Cristo, preciso dormir. Não estou nem fazendo sentido para mim mesmo. Eve está
sentada na beira da mesa de sinuca, vestida para matar e uma pontada de culpa enche minha cabeça.

Ela ergue os olhos e deixa cair o telefone na mesa de sinuca. Absorvo sua própria essência enquanto ela se
move em minha direção.

Suspiro. — Querida, estou acabado. Posso levá-la amanhã para ver seu pai?

Colocando a bandeja na mesa, observo as diferentes emoções em seu rosto. Os seus cílios escuros fuliginosos
piscam de volta sua decepção. Ela tira a jaqueta curta verde militar e a pendura nas costas da cadeira.

— A verdade, amanhã é melhor. Ele terá mais energia. — Ela sorri e a adrenalina inunda meu corpo.
Suavemente, se move para a área do bar. Se pensei que se sentiria desconfortável com esta manhã, estou
errado. Nós dois parecemos nos encaixar e gosto disso.

— Quer uma cerveja? — A sua voz rouca me cobre como caramelo em uma maçã, e largo meu corpo cansado em
uma cadeira, esticando minhas pernas. — Ou uísque? — Ela pega a garrafa de Jack Daniels e a balança
suavemente. Os seus olhos varrem minha forma. Rio enquanto suas bochechas ficam rosa em segundos.

— Senti sua falta hoje. Traga a garrafa e venha me beijar.

Inclina a cabeça, um sorriso atrevido em seu rosto. — Jack, então. — Agarra dois copos, ao passar.

— Oi. — Ela se inclina sobre mim, seu cabelo com mechas mel caindo no meu peito enquanto alcanço e trago
seus doces lábios nos meus. Tem gosto de pasta de dente de mentol e aprofundo o beijo porque posso.

Quando finalmente a deixo respirar, ela acaricia minha bochecha, mas há uma pequena carranca entre suas
sobrancelhas. — Você parece muito cansado.

Eu me inclino para trás em minha cadeira e pego a garrafa. Abrindo a tampa, deixo o sabor quente e picante
queimar e me aquecer. — É difícil ser rei.

Ela para um segundo e inclina a cabeça para olhar para mim. É realmente como uma carícia, seus olhos suaves
enquanto lentamente sorri e olha para a bandeja. Mordi o lábio como se estivesse pensando em algo e tudo que
faço é olhar enquanto desenrola graciosamente o papel alumínio que cobre nosso jantar. A sala se enche
instantaneamente com o aroma de bife, cenoura e couve-flor salteada.

— Oh meu Deus... isto cheira muito bem. Espero que pague muito dinheiro à Amy. A sua comida é incrível. —
Ela desembrulha o pão, com os olhos arregalados enquanto balança a baguete para mim. — Ainda está quente.

É fisicamente impossível não tocá-la. Estendo a mão e a puxo para a cadeira ao meu lado.

— Venha aqui, linda. Sente-se.

Ela pega os guardanapos e talheres e arqueia uma sobrancelha para mim. — Você está bem?

Rio. — Provavelmente não, beba comigo. — Sirvo duas doses generosas.

Eve se inclina, os cotovelos sobre a mesa. Os seus dedos longos e finos envolvem o vidro e me movo à medida
que meu pau fica duro. Jesus Cristo, poderia transar com ela dez vezes por dia e não seria o suficiente.

— O que está errado? — A sua voz me traz de volta para ela.

Encolho os ombros. Inclinando-me para frente, coloco minha mão em sua perna. — Estou tentando imaginar
meu próximo movimento. Seria bom se não tivesse que matar ninguém.
Ela nem pisca. Se a assustei, fez um ótimo trabalho em esconder.

— É com isso que lida todos os dias? Sempre olhando por cima do ombro?

Os nossos olhos se encontram enquanto ela se aproxima e seu hálito quente é meu para roubar. Lentamente,
respondo — Sim, esta é a minha vida.

Ela engole, seus olhos enormes enquanto acaricio sua bochecha e olho para seus lábios entreabertos.

— Sempre digo que sou um cara mau, Anjo. — Os nossos rostos estão a centímetros de distância, mas preciso
que acredite nisso. Soltando minha mão, me inclino para trás e pego meu copo. — Não se confunda e pense que
sou algum tipo de herói.

Um sorriso lento e sexy enfeita seus lábios e me atinge bem no peito. É como se ela fosse uma bruxa ou fada
que lançou um feitiço em mim. E foda-se se me importo. Não consigo evitar quando me inclino para frente
novamente.

— Você não parece chateada com isso?

— Porque não estou. — Sorri. — A que devemos brindar? — A sua voz ronrona em meus lábios.

Não posso deixar de sorrir. — Que tal bandidos?

Fazendo beicinho por um momento, ela sorri. — Que tal... para os bandidos e meninas más. — Esse olhar
atrevido vai direto para o meu pau.

Bato com o seu copo no meu. — Adoro — digo, e viro o copo de uma vez. Desta vez, o uísque envia um calor
calmante pela minha garganta.

Ela me observa. Os seus olhos se estreitam e toma um gole delicado. Começo a rir, agarro seu rosto e beijo
aqueles lábios carnudos e vermelhos, que têm gosto de Bourbon e céu, e eu sei que, neste momento, ela pode
muito bem ser minha ruína. Preciso de toda a minha força de vontade para parar de beijá-la antes que não
possa me olhar no espelho amanhã.

Eu me sento e olho em volta do meu quarto. Assim como ela fez com o banheiro, Eve lentamente se tornou uma
parte do meu quarto. As suas revistas de fofoca estão espalhadas pela mesa de centro, seus sapatos estão
embaixo de uma cadeira. Tentando não pensar sobre por que isso não me incomoda, digo — Estou com fome.
Vamos comer.

Ela baixa os olhos para o prato. As suas longas tranças douradas caem sobre um ombro. Mais uma vez, não
consigo evitar essa necessidade de tocá-la enquanto ela corta o bife.

— E se você terminar toda a sua comida, tenho uma surpresa para você — provoco, acariciando a maciez com
meus dedos. Ela para de comer por um momento e inclina a cabeça. Pisco e coloco uma cenoura refogada na
boca. Os seus olhos caem para a minha boca enquanto mastigo.

Rio e mexo no meu jantar. Ela me dá um daqueles sorrisos que vão direto para o meu peito, em seguida, desce
para o meu pau. Sinto sua excitação e coloco a mão na minha bota para puxar a faca, colocando-a na sua frente.
Ela pousa o pão e desliza os dedos sobre a faca, acariciando o cabo de madeira que ostenta a marca exata que
está em seu pescoço.

— Foi do meu avô. — Inclino-me para trás. — Ele trouxe de volta do Vietnã.

Os seus grandes olhos azuis focam em mim. — Isso tem valor sentimental. Por que daria para mim?

Inclino-me e começo a comer novamente.

— Jason?

— Confie em mim... ele adoraria que você a tivesse. Tinha uma queda por loiras com pernas longas.

Ela balança a cabeça e começa a comer novamente. — Você me confunde.

Pego o último pedaço do bife e empurro o prato para trás. — Foi ele quem deu início aos Disciples, bem, ele e
alguns outros amigos. Tudo o que queriam fazer era andar de moto e usar drogas. Foi só quando meu pai
apareceu que ele descobriu quanto dinheiro poderia ganhar vendendo maconha. — Girando meu copo a minha
frente, tomo um gole profundo. — Então, um dia, meu amigo e eu estávamos brincando no porão do meu pai,
ambos pensávamos que éramos uma porcaria e criamos uma droga.

— E…?

— Mudou tudo. Não era como metanfetamina e não era ectasy, embora o efeito que pudesse conseguir fosse
melhor. — Assim que meu pai nos encontrou e a droga... nos levou a um patamar diferente. Os demônios que
mantenho sob controle estão lá querendo sair esta noite, ou talvez eu queira que ela me conheça de verdade.

— Jason? Estou aqui por você. Pode confiar em mim.

Os meus olhos examinam seu rosto. A turbulência que é minha vida se funde com a merda que é a vida dela.
Tomo outro gole de uísque, meus olhos fixos nos dela. Vejo aquele dia tão claramente. Foi há anos, mas se eu
fechar os olhos, posso sentir a ferroada da chuva me atingindo no rosto, conforme me informou um policial
militar. A sua mão toca a minha bochecha me fazendo piscar e desviar o olhar.
— Por favor, não me exclua — sussurra, me fazendo olhar para ela.

— O meu irmão e meu velho morreram naquela explosão. Eu não me culpei. Eles sabiam o que estavam fazendo.
— Pego sua mão. — Tenho um primo, David. Éramos próximos, temos a mesma idade. Porra, querida, você não
quer essa merda. — Os meus olhos vão para a janela. A escuridão lá fora me faz afastar.

— Ei. — Ambas suas mãos estão no meu rosto. Os seus olhos azuis estão cheios de lágrimas, mas sua voz é
forte. — Quero ouvir e saber tudo sobre você.

Jesus Cristo, não deveria ter vindo aqui. Estou quebrando meu código, deixando-a entrar. Os meus demônios se
espalham como uma criança com um segredo. — David tinha uma namorada e uma filha. A maldita garotinha
com cachos dourados e estava com eles quando a explosão aconteceu.

A verdade enche a sala. Oito anos de agonia acabam de ser transmitidos, desta vez, não consigo ficar parado.
Não quero ver o seu rosto, então encosto a testa na janela fria. Como o grim reaper21, meu passado está vindo
para me derrubar.

— Perdi todos eles, em um dia, até mesmo a menina. — A minha voz está rouca. Sinto sua mão nas minhas
costas e não dou a mínima. Agora, ela é tudo que preciso. Eu me viro e a puxo em meus braços e enterro meu
rosto em seus cabelos e respiro.

— Não é sua culpa. Acidentes acontecem. Você não é o culpado. — Ela beija minha testa, minhas bochechas,
suas lágrimas quentes caem sobre mim enquanto provo a tristeza.

Erguendo a cabeça, digo — É aí que você está errada. O dia em que aquela menina morreu foi o dia em que
mudei.

Ela balança a cabeça, as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Você nem estava lá.

Eu me afasto, de repente enojado com minha fraqueza por deixar isso sair. — Você não entendeu? — A minha
voz me faz parecer um idiota. — Fui eu quem criou a droga. O laboratório explodiu e ninguém sabe como ou por
quê, mas com certeza tinha a ver com a minha droga. Disso posso garantir a você. — Estou cansado. Preciso
sair, dormir em um dos sofás do andar de baixo.

— Você não é responsável. — Ela agarra meus braços, suas unhas presas, me fazendo parar. — Não sei por que
coisas horríveis acontecem conosco. Não sei por que algumas pessoas parecem passar pela vida sem tragédias.
— Ela me solta e envolve seus braços em volta do meu pescoço, me forçando a me conectar com ela. — Você não
é mau nem bom, Jason. É humano.

Rosno minha dor enquanto puxo seu corpo disposto mais apertado contra o meu. As suas mãos prendem meu
cabelo. Pisco de volta todas as memórias horríveis, pesadelos que tive sobre o que aconteceu naquele dia, mas
ela está certa. Eu não estava lá e não tenho ideia de quem os explodiu. E desde que David foi embora, a última
vez que tive notícias dele, era um viciado em New York, claramente, não está em condições de descobrir.

— Você tem que deixar os mortos descansarem em paz. — A sua voz falha e meu pescoço está encharcado de
lágrimas. A exaustão mental e física está me deixando para baixo. Afasto-me e começo a despi-la
freneticamente, em seguida, tiro minha camisa e calças. Alcançando as luzes, apago-as e a guio para a nossa
cama. Fecho meus olhos e deixo seu corpo quente se fundir no meu corpo frio. Eu nem quero transar com ela
agora... apenas segurá-la assim para sempre. Talvez por uma noite, possa ser humano.

DEZENOVE
Eve
Sinto cheiro de café, mas estou cansada demais para abrir os olhos. As minhas mãos procuram por ele, mas a
cama está fria. Gemo e rolo tentando abrir meus olhos. Parece que pequenos pesos foram colocados sobre eles.
Uma caneca de café está na mesa de cabeceira junto com a faca que pertenceu ao avô de Jason. Estendo a mão
e toco a base de madeira, a marca Disciples ainda clara. Uma pequena vibração de excitação percorre meu
peito. Jason me deu a faca de seu avô. Parece loucura, mas este é o presente mais atencioso que alguém já me
deu e o acaricio com amor. Ouvindo o chuveiro, minha mente viaja de volta para a noite passada. Jason me
contou coisas. Confiou em mim, ele...

— Merda. — Eu dou um pulo. Ele deveria estar me levando para ver meu pai. Porra... ele me levará para ver
meu pai. Tiro as cobertas e imediatamente me estabilizo quando uma onda de tontura toma conta.

— Que diabos? — Gemo enquanto me firmo na cama. O meu estômago não está nada bem. Fomos para a cama
sem terminar o jantar, então os restos da comida da noite passada enchem meu nariz agora. Fecho meus olhos e
respiro da náusea. Relaxe, Eve. Você precisa de comida, entoo em minha cabeça sem parar. A última coisa que
preciso fazer é vomitar. Jason nunca me levará para ver meu pai se achar que estou doente.

— Eve? — Pulo e olho para o homem mais lindo de todos os tempos. O meu coração palpita e tenho que me
lembrar de não ser muito óbvia. Ele está acima de mim em jeans e uma camiseta cinza, bebendo café e
franzindo a testa para mim.

— Estou de pé. — É ridículo, e me encolho com quão estúpida pareço.

Jason inclina a cabeça, seus malditos olhos verdes escaneando meu rosto. Perfeito. Hoje me sinto tímida, não
quero olhar para ele, porque se ele se calar como de costume, acho que não aguentarei depois de ontem à noite.
Uma mão quente e gentil toca meu queixo me forçando a olhar para ele.
— Está cansada, querida? Quer descansar e ir amanhã? — É carinhoso e íntimo e estou tão aliviada por não se
afastar que quase me sinto constrangida.

A minha mão sobe para o meu cabelo rebelde e me levanto sorrindo. — Não, eu estou bem. — Engulo de volta a
saliva.

Ele não parece convencido, mas sou salva pela tecnologia moderna quando seu telefone toca, embora seus olhos
se estreitem para mim.

— O que foi, Axel? — Caminha em direção à janela, suas costas musculosas ondulando na camiseta cinza.

Ele não colocou o colete ainda e meus olhos o observam antes de entrar no banheiro. Segurando o balcão frio
da pia, inspiro e expiro e me sinto uma merda absoluta. Talvez não devesse ver meu pai. Deus, e se eu estiver
com gripe? Odiaria passar para ele. Ligando o chuveiro, entro e suspiro quando a água quente calmante ajuda.
Viu? Estou bem. Um milhão de vezes melhor.

Rapidamente coloco um pouco de maquiagem leve e me olho. Estou apresentável, mas estou fabulosa? Não, e
não tenho tempo para enlouquecer tentando me maquiar. Apago a luz e grito enquanto quase bato direto em
Jason, que está franzindo a testa para mim novamente.

— O quê? — Odeio quando posso dizer que ele sabe, como tudo. — Por que está me olhando carrancudo? — Eu o
contorno e abro minha gaveta de calcinhas e pego um fio dental preto e sutiã combinando. Os seus olhos são
como lasers observando cada movimento que faço até que eu suspiro e desisto. — O quê, Jason?

O seu olhar começa no topo da minha cabeça e segue todo o caminho até meus pés descalços e me olha direto
nos olhos. — Nada... estarei lá embaixo esperando.

Reviro meus olhos enquanto termino de me vestir, em seguida, alcanço meus UGGs pretos, soprando meu
cabelo para longe do meu rosto. Pegando minha bolsa, sorrio enquanto envolvo minha nova faca Disciples em
uma das camisetas de Jason. Enquanto rolo meu pescoço, visto minha jaqueta três quartos tentando me livrar
dessa sensação ruim.

Nem preciso entrar na cozinha para saber que meu estômago não gostará nada disso. Sinto o cheiro, em vez de
ver, a enorme frigideira em que Amy está cozinhando bacon e salsichas.

— Merda. — Paro e tento engolir a bile que sobe.

— Eve! Você está bem? — As mãos frias de Amy tocam minhas bochechas febris. Infelizmente ela cheira a bacon
e tenho que me virar enquanto me sento em uma banqueta e pego um guardanapo para cobrir meu nariz, ou
talvez para ajudar a me acalmar enquanto olho para a frigideira ofensiva fervendo e estourando com óleo.

— Meu estômago não está feliz hoje — digo, olhando em volta da sala porque não quero lidar com os olhos
perspicazes de Amy. Há cerca de seis ou sete motoqueiros, na verdade, esperando pela comida de Amy. Um está
olhando para mim e levanto uma sobrancelha para ele. Ele sorri e se vira para um amigo para falar merda,
tenho certeza. Idiota. Muitos desses caras são horríveis.

Bloqueando-os da minha mente junto com a enorme quantidade de carne de porco na frigideira, murmuro — Viu
Jason?

Ela não diz nada e tenho que olhar para ela. Mais uma vez, dizem que essa mulher tem cinquenta anos e parece
trinta. Ela me olha, então vai até a geladeira e pega uma água mineral e uma garrafa de C Monster. — Hidrate-
se. — Ela me entrega uma banana também, e quero abraçá-la.

— Obrigada.

Acenando com a cabeça, ela se volta para o bacon nojento.

— E Jason está lá fora, Eve. — Parece que tenho doze anos e estou indo para a escola enquanto saio
sorrateiramente da banqueta do bar, jogando todas as bebidas na minha bolsa. Saio em direção à varanda
ensolarada, onde um grupo de rapazes está conversando com Jason. Todos ficam quietos assim que me
aproximo. Endireito meus ombros e descasco minha banana.

Parece que Axel quer me estrangular, então lanço um grande sorriso para ele. Os seus olhos azuis se estreitam.
Jason nem para de falar e passa seu braço musculoso em volta do meu ombro enquanto grita ordens.
Suspirando, mordo minha banana e olho em volta. O quintal pode muito bem ser uma loja de motos. Há peças
espalhadas por todo o cascalho, e o cheiro de gasolina me faz ofegar. Viro meu nariz para o cheiro limpo e
picante de Jason. Parece me acalmar.

— Está pronta, Anjo? — A sua voz grave me assusta.

— Sim. — Limpo minha voz e jogo a casca de banana em uma velha mesa de piquenique cheia de lixo, limpando
minhas mãos em meu jeans. Puta merda! Vou ver meu pai. As borboletas assumem o controle. Jason junta as
nossas mãos enquanto me guia em direção à sua moto. Crystal me lança um olhar horrível ao passar por nós,
seu perfume horrível me dando vontade de vomitar. E pela primeira vez desde que ouvi falar daquela mulher,
não me sinto ameaçada. Jason não a quer, ele me quer e eu pretendo pegá-lo.

Sorrio enquanto ele a ignora completamente. Não sou tão legal. Ela está me importunando desde o primeiro
dia. Então aceno e tenho que morder meu lábio para não rir de seu rosto vermelho e da batida forte da porta
atrás dela.

— Pare com isso. — Ele balança a cabeça.


Não posso evitar e começo a rir. — Não é minha culpa que você tenha um gosto horrível para namoradas.

Desta vez, ele ri. — Não fale assim sobre você — diz e me beija na frente de todos. Ouvimos risadas e assobios
atrás de nós.

— Não estava falando sobre mim — falo em sua boca. Sai ofegante em vez de sarcástico. Afasta-se e balança a
cabeça enquanto pega um capacete prateado brilhante pendurado no guidão. Um logotipo vermelho brilhante
dos Disciples está na parte de trás. Ele se move para colocá-lo em minha cabeça e para quando nossos olhos se
conectam. Deus, estou com calor, corada. O que há de errado comigo?

— Quem divide minha cama?

— Eu.

Ele sorri e pisco minhas lágrimas... nem sei por quê. Talvez porque ele é tão gostoso e me quer. E assim me
sinto muito melhor. Movo minha bolsa para trás e subo. Ele coloca o capacete e se acomoda em seu assento.
Excitação percorre minha espinha enquanto sua moto ganha vida. Aproximo-me dele o máximo que posso.
Estica-se para trás e sua mão repousa casualmente na minha coxa enquanto envolvo meus braços em volta de
sua cintura. Decolamos, levantando cascalho e poeira e fazendo os rapazes atrás de nós gritarem. Fecho meus
olhos e coloco meu capacete contra suas costas enquanto ele manobra sua moto. Parece que partimos segundos
atrás quando paramos do nada. Abro os olhos enquanto Jason liga a seta para a direita. Levanto minha cabeça,
tentando ver exatamente onde estamos. É um bairro agradável e a moto passa por algumas casas com grandes
jardins verdes. Paramos em um pequeno estacionamento. Tiro meu capacete e observo um grande prédio
branco com um lindo gramado. Rosas e vasos de flores estão por toda parte. Uma ambulância está estacionada
na frente com um caminhão-tanque de oxigênio atrás dela. Tiro o capacete e olho para a novidade deste lugar.

— É aqui? — Agarro seu braço enquanto desço da moto. Demorou cerca de dez minutos. Dez minutos é a
distância que meu pai está de mim. Lágrimas quentes já ardem em meus olhos. Agarro a mão forte e bronzeada
de Jason enquanto ele me guia através das grandes portas de vidro deslizantes. Uma garota com cabelo
castanho escuro e óculos está na recepção. Os seus olhos se arregalam conforme nos aproximamos.

— Ei, Blade, bem-vindo de volta. — Ela sorri para Jason e aí vem a náusea novamente.

— Não me diga, Ashley, certo? — Jason sorri e minha mão aperta a dele. Ele olha para mim.

— Sim, sou eu. — Esfrega as mãos no vestido. Visões minhas socando-a dançam em minha cabeça. Ela olha para
mim e seu sorriso desaparece prontamente enquanto seu olhar segue até nossas mãos.

Ela limpa a garganta. — Vá em frente e faça o registro.

Jason solta minha mão enquanto rapidamente assina seu nome. É difícil ignorar a maneira como meu coração
está batendo forte. Provavelmente minhas bochechas estão vermelhas.

— Ashley, esta é minha namorada Eve. Ela é filha de James. — Olho para a garota que se senta e empurra os
óculos para trás.

— Oh, ele ficará tão feliz em vê-la. Ele fala sobre você e seu irmão o tempo todo.

— Obrigada — resmungo, me sentindo uma vadia. Essa garota é realmente legal e gosta do meu pai. Deus, o
que há de errado comigo hoje?

Jason coloca a mão na base das minhas costas enquanto me guia em direção a uma porta. Olhando em volta,
sorrio ao ver como este lugar é bonito e tranquilo. São todas paredes creme e verde-aipo, juntamente com pisos
de madeira. Grandes poltronas de couro cor de café ficam ao lado da lareira.

— Obrigado, Ash — diz ele por cima do ombro. Estou em choque com o quão limpo e acolhedor este lugar
parece. Enquanto caminhamos pelo corredor, noto imagens do que suponho serem cajados em uma parede e
flores e paisagens na outra.

Paramos no quarto 104, onde Jason bate e abre a porta. E lá está meu amado pai sentado em uma poltrona nova
e reluzente, tipo scooter, com seus tanques de oxigênio amarrados nas costas. Está vestido com uma calça
escura e um suéter marinho e, por um segundo, tenho que piscar para ter certeza de que é ele. Olho para baixo,
para meus jeans escuros com seus buracos de grife e minha camiseta lilás brilhante que mostra um pouco da
minha barriga lisa e gostaria de ter colocado um vestido ou algo assim. Mesmo com seu tubo de oxigênio,
parece tão limpo e elegante que não posso deixar escapar um soluço enquanto corro para ele. Por um momento,
ele pula em sua cadeira. Os seus ombros magros afundados enquanto se senta curvado. Eu paro e o deixo girar
sua scooter.

— Evie? — A sua voz outrora forte se foi agora e nada além de um assobio.

Concordo. — Sou eu, papai. — Inclino-me para abraçá-lo, vagamente ciente de que estou soluçando em seu
suéter fofo.

Afasto-me para olhá-lo nos olhos. — Estou aqui, sou eu. — Ele respira fundo e começa a tossir, seu corpo magro
tremendo.

— Oh meu Deus, Jason. — Olho para ele em busca de ajuda. Ele fica nos observando, seus olhos alertas.

— James? Precisa de uma enfermeira? — O meu pai se endireita e rejeita a oferta. Ele me observa. Solto minha
mão, e acho que alcanço Jason. Eu me sinto como uma adolescente má que ficou de fora depois do toque de
recolher.
— Papai, acho que você precisa de mais oxigênio. — Pego sua mão fria, o que o faz parecer que está com oitenta
anos quando ainda nem chegou aos cinquenta. Ele puxa um smartphone de uma pequena bolsa à sua direita e
ajusta o oxigênio. Jason fez tudo isso. Os meus olhos estão embaçados de lágrimas e quando olho para ele, é
difícil vê-lo, mas não estava mentindo. O meu pai tem recebido os melhores cuidados e não importa que Jason
seja um cara mau. Eu não me importo que ele possa até matar pessoas. Tudo o que importa é que ele é meu.

— Você me trouxe minha garotinha — sibila.

Esfrego sua mão tentando fazê-lo se concentrar em mim. Está ofegante e seus olhos estão lacrimejando, mas
sua mão aperta a minha. — Oh, papai, senti sua falta. Há... precisa de alguma coisa?

— Preciso cuidar de algumas coisas. Eu voltarei. — Jason estende a mão para mim e hesito. Uma coisa é beijar
na frente de motoqueiros nojentos e outra com meu pai no quarto.

— Eve? — Olho para ele e então para meu pai, que parece confuso.

— Anjo, seu pai não é estúpido. Ele sabe que transo com você. — Congelo. Puta merda, ele não acabou de dizer
isso, não?

— Preciso fazer alguns telefonemas. Deixarei ambos conversarem. — Eu me levanto e aceno.

— Cristo. — Jason estende a mão para mim e seus lábios quentes encontram os meus. É tenro e lágrimas brotam
em meus olhos novamente. Ele foge. — Estarei de volta em breve. — Então olha para o meu pobre pai, cujos
olhos são enormes e os punhos estão cerrados. — Você parece bem, James.

O meu pai sibila o que parece “‘foda-se”. Jason sorri e olha para mim. — Ligue-me se precisar de mim. —
Concordo com a cabeça e afundo em uma cadeira de couro, observando-o sair, depois me viro para sorrir para
meu pai. Ele olha para a porta fechada. Suspirando, me levanto e puxo a cadeira para perto dele para que possa
encará-lo. Tem cheiro de Lysol aqui e lembro para Amy constantemente borrifando o clube. O seu quarto tem
uma grande e linda janela que dá para o quintal desse lugar. As paredes amarelas, o gramado verde e as flores
fazem com que pareça uma imagem.

— Papai, eles estão lhe tratando bem? — Ele ainda está olhando para a porta e vira seus olhos azuis para mim.

— Não me diga que você está com ele.

— Não quero falar sobre Jason. Como eles estão lhe tratando...

— Jason? — Engasga. — Esse é o Blade. Ele tem esse nome porque corta as pessoas. — As suas mãos tremem
enquanto limpa a lateral do nariz, que está escorrendo por causa do oxigênio.

— Ok... Blade. Não vamos nos preocupar. — Tento acalmá-lo.

Ele se senta e olha para mim. — Você acha que está apaixonada?

Instantaneamente, minhas bochechas ficam rosadas. Merda, isso não é bom. O meu pai está chateado. Talvez
deva mentir.

Vou abrir minha boca e ele se afasta. — A ideia de você se prostituir me deixa doente.

Sem palavras, também estou paranoica de que Jason vá entrar. — Papai, você não o conhece — sibilo baixinho.
— Ele é diferente comigo.

Ele enfia a mão no bolso e tira um lenço de papel. — Você não é nada além de um brinquedo para ele, Evie.
Achei que fosse forte.

Inclino-me para frente e pego sua mão úmida. — Eu sou forte. E você não tem nada com que se preocupar. Tudo
o que precisa fazer é melhorar e...

— Não estou melhorando, Evie. Estou morrendo. Não importa quanto dinheiro Blade gaste, não mudará que
estou morrendo e você está dormindo com um homem que nunca colocará você em primeiro lugar ou um anel
nesse dedo.

Ele cai para trás, mas está olhando para mim como se tivesse força para bater na minha bunda. — Ele é um
assassino e a levou — murmura.

— Sim, bem, podemos agradecer a Benny por isso. — Eu me levanto. O quarto é claro e arejado, mas é quente e
preciso de um espaço.

— Ele é seu irmão.

— Ele sacrificou nós dois. — Olho pela sua janela. Esse lugar é inacreditável com toda a grama e flores, sem
falar no paisagismo profissional. É disso que o complexo precisa: algumas flores. Talvez nem sempre cheirasse a
gasolina e óleo. Giro em direção ao meu pai. — Estou trabalhando para cuidar de você. — Ele olha de mim para
a porta.

— Ele está expulsando você?

— Não... e estou trabalhando para ter certeza de que ele vai me manter.

— Você é meu orgulho. Não lhe dê seu coração. Tem muito tempo para encontrar o homem certo.
Olho para o teto me perguntando se devo contar a verdade. Antes que possa dizer qualquer coisa, Jason chega
junto com um médico. Puxo minha camiseta para baixo, esperando não parecer um lixo. O médico de meia-idade
sorri para meu pai e para mim.

— Você deve ser a Evie. — Estende a mão. Eu relutantemente a sacudo. Odeio apertar as mãos, sempre parece
tão falso. — O seu pai fala de você o tempo todo. — Parece inteligente, o que significa que tem cabelo grisalho e
óculos escuros de aro grosso.

— Hum... sim, sou eu. — Olho para Jason que está ao lado do médico, seus olhos ilegíveis. Com os braços
cruzados, não posso deixar de olhar para seus bíceps.

— Bem, estamos felizes por manter seu pai o mais confortável possível.

Fico olhando para o médico. — O que isso significa? — Sai áspero e ouço meu pai respirar com mais força.

— Com licença. — O médico vai até meu pai e olha em seus olhos e depois em Jason. Acho que ele esqueceu que
estou aqui.

— Vou dar a ele algo para ajudar a relaxá-lo. Este foi um dia agitado. — O médico vai até a porta e me movo
para impedi-lo, mas Jason pega meu braço.

— Está tudo bem, Anjo. Deixe-o ajudar seu pai — sussurra em meu ouvido, e caio nele. Lágrimas, malditas
lágrimas miseráveis, estão ameaçando cair novamente.

— James, vamos deixá-lo descansar. Eve estará de volta amanhã para uma visita, se você quiser.

Olho para ele. Olhos verdes rodopiam a minha frente e quase sinto como se pudesse estar com a cabeça leve.

— Mesmo? Eu posso voltar?

Jason parece irritado, mas permanece quieto com um aceno de cabeça.

— Papai, volto amanhã. — Ele balança a cabeça e começa a tosse que me dá pesadelos.

— Papai? — Jason me segura enquanto uma enfermeira entra com uma seringa que injeta em um tubo em seu
pulso.

Vejo os olhos do meu pai revirar para trás e sua cabeça cair para frente como se fosse muito pesada para seu
pescoço, mas a tosse cessa. Devo fazer um som porque Jason me segura com força em seus braços e a
enfermeira parece confusa. — Ele está bem — ela diz. — Acredite em mim, estamos cuidando muito bem dele.

Quero gritar. Ele não está bem, está morrendo, em vez disso, me concentro nas mãos de Jason enquanto ele
assume o controle.

— Obrigado, Harper. Esta é Eve, a sua filha. Ela virá de vez em quando.

Se não estivesse tentando me recompor, reviraria os olhos. Porque Harper, a enfermeira, olha para Jason como
se ele fosse um deus ou algo assim. Ele é, mas ele é meu.

— Vamos deixá-la cuidar dele. — Ele entrelaça os nossos dedos enquanto gentilmente nos leva para fora e acena
para o médico enquanto passamos.

Jason abre a porta lateral e procuro meus óculos de sol na bolsa. Estou excitada, mas cansada. O meu coração
parece que está acelerado e Jason para e se vira para mim. Ele é tão alto que seu corpo bloqueia o sol para mim
enquanto sua mão quente levanta meu queixo, e quase ofego com o quão absolutamente perfeito ele é. De
repente, eu o quero. Como se fosse quase primitivo. Os seus polegares acariciam minhas lágrimas e ele se
inclina e lambe meus lábios e seu cheiro picante e esfumaçado me envolve.

— Sinto muito. — A sua boca está na minha testa.

— Ele está morrendo? — Não acredito que disse isso. Claro que ele está morrendo, já está morrendo há anos. —
Não sei por quê, mas pensei que você poderia salvá-lo.

— Eu não sou Deus, Anjo. E ele não está morto hoje, então pare de chorar. — A sua voz rouca faz minha pele
ficar quente e borboletas de excitação cobrem todo o caminho até o meu sexo. Olho para ele e ele se sente da
mesma maneira ou está no meu rosto porque estou queimando.

— Porra. — Olha ao redor do estacionamento, que está não lotado, mas certamente não está deserto. Ele agarra
meu braço. — Não posso inclinar você sobre minha moto para fodê-la agora, então pare de olhar para mim
assim — diz, sua voz rouca.

— Preciso de você. — É a coisa mais honesta e vulnerável que sai da minha boca. E por um breve momento, me
permiti reconhecer que ele pode tirar essa tristeza e me fazer sentir melhor. Eu me movo, a umidade da minha
necessidade já me fazendo corar. Os seus olhos verdes mudam, suas narinas dilatam como se pudesse sentir o
cheiro do meu desejo. De repente, ele está me incentivando a voltar para a casa de saúde, em vez de entrar, me
puxa para o lado e contra a parede quente. Então sua boca está na minha enquanto um rosnado sobe do fundo
de sua garganta. As nossas línguas se tocam e é como se o mundo, talvez até o universo, tivesse parado de
existir. Pessoas, equipe, natureza desaparecem enquanto me agarro a ele, seus braços fortes me segurando. A
sua mão desabotoa meu jeans e me ouço fazer um som que não sabia que existia dentro de mim, quando
começa a esfregar meu clitóris com dois dedos.
— Vou esfregar esse clitóris roliço até você gritar, e então vou levá-la para casa e foder com você.

Os seus dedos são como magia. — Oh, Deus. — Rolo minha cabeça e olho para ele. Os meus dedos cavam em
seu peito, o algodão é uma barreira leve enquanto minhas unhas se prendem a ele. — Preciso disso... não sei
por que...

— Olhe para mim. — Ele se afasta e meus olhos se fixam nos dele. — É isso... Agora goze, Eve.

— Como você faz isso tão rápido? Puta merda, estou gozando.

Os seus dedos fortes empurram dentro de mim enquanto aperto em torno deles e vejo estrelas, luz branca e ele.
Morte, desespero, tristeza desaparecem quando tenho um orgasmo.

A sua voz ressoa em meu ouvido. — Jesus, é isso. Aperte os meus dedos. — Ele beija minha testa enquanto se
inclina em minha direção. — Tenho negligenciado você, não é? — Beija meus olhos manchados de lágrimas e
estremeço. Lentamente, quase relutantemente, ele puxa os dedos e os enfia na minha boca, seus olhos como
fogo verde.

— Chupe.

A minha língua lambe seus dedos molhados e ele sorri enquanto abaixa a cabeça para saquear minha língua
com a dele enquanto ambos chupamos e nos beijamos. Provo a mim mesma e a ele e quase quero enfiar seus
dedos molhados de volta na minha calça para combinar com ele em malandragem.

Ele beija a ponta do meu nariz. — Sente-se melhor? Menos carente? — Sorri enquanto me beija novamente.

— Não, mas você tira a dor. — O seu rosto é quase bonito demais para pertencer à vida que ele vive.

— Uma pequena durona muito feroz. — Ele gentilmente roça meus lábios, em seguida, fecha o zíper. Pegando
minha mão, nos leva de volta para sua Harley.

— Aqui, querida. — Ele me entrega o capacete.

— Obrigada — Digo, limpando minha voz, que está rouca de tanto chorar. Olho para baixo porque se ele me vir
agora, tenho certeza de que... bem, não tenho certeza do que faria se soubesse que estou apaixonada por ele,
mas não precisa saber disso ainda. Eu tiro meu cabelo loiro dos meus olhos e coloco o capacete, observando
suas pernas musculosas agarrarem a moto enquanto espera por mim. Pulo e envolvo meus braços ao seu redor.
As palavras do meu pai repetem em minha mente, mas tudo o que fazem é me fazer apertar e segurá-lo mais
forte.

VINTE
Blade/Jason
— Isso parece bom? — Eve sai do nosso banheiro. Estou ao telefone com um traficante de armas em Moscou;
caso contrário, a mandaria de volta para se trocar. É por isso que ela gira a minha frente feliz e meu coração
começa a bater. Quando franzo a testa, ela para, coloca as mãos nos quadris e revira os olhos antes de cair em
uma cadeira com seu telefone enquanto espera.

— Sergei, preciso de uma resposta. Estou cansado de negociações — grito ao telefone. Ele tentará fingir que
não entende inglês agora. É o que faz sempre que quer prolongar a negociação, mas estou farto disso.

— Nyet22...

Eu o corto. — Cale a boca, Sergei. Já passamos inúmeras vezes nos embebedando com vodca e caviar. Sei que
me entende. Você quer as armas ou não?

Os meus olhos se voltam para o meu Anjo, cujas pernas longas parecem não ter fim nesse vestido amarelo que
está usando. Ela as cruza e vira a cabeça. Vejo como suas mechas douradas caem sobre seus ombros como
caramelo escorrendo no sorvete. Está ocupada nas últimas duas semanas com seu pai. Designei Dewey como
seu guarda-costas espião. Ele se levanta todos os dias, leva-a com orgulho para a clínica, depois a traz de volta e
me conta tudo. Fico olhando para ela e uma onda de possessividade toma conta de mim. A sua pele está
brilhando, seus olhos azuis brilham como o oceano azul mais claro. Ela parece em paz e feliz, o que deve me
assustar, mas estou me acostumando com isso. Pergunto-me distraidamente, se estou reprogramando meu
cérebro, ou talvez ela esteja fazendo isso. Deveria parar de lhe fazer perguntas. Não preciso saber qual é sua
cor favorita, mas, por algum motivo, eu sei. Assim que descobri que era amarelo, mandei entregar uma dúzia de
rosas amarelas para ela e seu pai em sua casa. Quase esfaqueei Edge quando ele riu ao passar por mim
enquanto fazia o pedido. Ela suspira e abaixa o telefone, fechando os olhos como se estivesse cansada.

— Espere, realmente tentou me dizer que quer que eu lhe dê essas armas por esse preço? — Grito ao telefone,
fazendo com que Eve pule e seus olhos se abram. Não posso deixar de sorrir. Quando exijo coisas dos outros,
isso a excita. E com certeza, sua boca se abre um pouco enquanto ela lambe os lábios. Viro-me em direção à
minha janela, olhando para a piscina, e me pergunto por que essa garota parece ser isso para mim. A desculpa
de que ela é nova, revigorante e minha parece superficial e juvenil. Já faz quase cinco meses desde que entrei
em seu trailer. Esfrego meu pescoço enquanto ouço distraidamente Sergei tentando recuar.

Ignorando sua divagação, penso em duas noites atrás. Fiquei bêbado com Axel e Ryder e confessei que só tive a
boceta de Eve todos esses meses. Pela primeira vez na vida, sou monogâmico. Axel realmente se levantou e saiu
da sala. Ryder colocou a mão no meu ombro como se eu precisasse de apoio. Acenando com a cabeça escura e
gigante, disse que isso acontece com os melhores.

Cristo. Forço-me a voltar à conversa. — Estou farto. Dei a você um preço justo. Sabe que minhas coisas são as
melhores, então decida. Tenho um compromisso e não tenho intenção de me atrasar mais — resmungo ao
telefone. Quando terminar, vou jogá-lo fora. Silêncio é tudo que ouço, isso e um pouco de estática e um longo
suspiro dramático.

— Quero que saiba que estou tendo a pior parte do negócio desta vez, então da próxima vez, por favor, me
compense.

Bufo. — Claro, farei com que meus rapazes entrem em contato — digo, depois desligo e volto para o meu vício,
que se senta e me encara com um pequeno sorriso orgulhoso. Eu me inclino para prendê-la.

— Excita-se em me observar, não é? — Ela balança a cabeça lentamente enquanto sua língua sai para lamber o
lábio inferior.

— Excita-me sabendo disso. — Eu me inclino mais para beijá-la. Já a fodi no chuveiro menos de uma hora atrás,
mas o pensamento de virá-la na cadeira com a bunda para cima quase me faz esquecer que prometi a ela um
encontro esta noite. Jesus, ela vai me matar.

— Faça as malas. Podemos ficar fora por alguns dias. — Estive pensando sobre isso o dia todo e acho que
finalmente tomei minha decisão.

Ela dá um pulo. — Mas... e quanto ao meu pai? Ele pode precisar de mim.

— Não vamos longe — digo por cima do ombro. — Preciso contar a um dos meus rapazes o que está
acontecendo. — Rio com seu olhar atordoado.

Desço as escadas e entro em nosso escritório. Edge está sentado atrás de uma mesa velha e surrada, digitando
em seu laptop. A mesa definitivamente já viu dias melhores. É madeira velha e escura. O meu avô
provavelmente colocava marcas nela toda vez que fodia alguém, então não só é surrada e feia, mas também
para a história da família sozinha, não consigo me livrar dela.

— E aí, cara. — Abro o armário para pegar as chaves de um dos meus carros.

Ele olha para mim, diz — Blade — e volta para o computador.

Fico girando as chaves e observo suas roupas amassadas e olheiras. — O que foi, Edge? Estou farto de todas as
suas merdas sombrias.

Ele se inclina para trás esfregando as mãos no rosto e toma um gole de cerveja. — Não sei o que quer que eu
diga. — Ele toma outro gole. — Dolly. Dolly odeia os Disciples. Então... minha vida é uma merda.

Concordo com a cabeça e olho ao redor desta pequena sala que contém um cofre, alguns arquivos e uma mesa
velha. — Não sabia que estavam juntos novamente.

Ele bufa e deita a cabeça na cadeira. — Não estamos, Jason. Ela quer que eu deixe os Disciples, cara. Como
posso deixar minha família? E por que iria querer que eu fizesse isso? Não é como se ela não tivesse sido criada
nisso também. — Olha para mim.

Eu não sei o que dizer. Ao contrário de muitos caras, Edge e eu compartilhamos algo. O seu pai estava com meu
pai. Morreu de câncer anos atrás e os Disciples são tudo que Edge conheceu. Nunca foi embora, então a
exigência de Dolly para que fosse embora por ela é um erro.

— Estou pensando em levar Eve para minha casa, sair daqui.

— É ela, Jason. Eu diria para não estragar tudo, mas se você a está levando para sua casa, está obviamente
falando sério. — A dor em seus olhos me deixa desconfortável. Ele olha para a garrafa de cerveja, então a bate
na mesa e digita em seu laptop novamente.

— Sabe onde me encontrar. — Eu começo a sair.

— Ei, Prez? — Viro. — Você parece terrivelmente chique, cara. Aonde vai?

Olho para as minhas roupas. Estou de jeans escuro e uma camiseta verde justa de mangas compridas.

— Vou levar Eve para jantar.

Os seus lábios se contraem. — Quero rir, mas já que você é o Prez e tudo, não vou. Divirta-se. É seu primeiro
encontro em anos, certo?

Fico olhando para ele.

— O quê? É uma pergunta honesta.

— Sabe que não tenho um encontro há provavelmente dez anos. — Giro as chaves de novo, desafiando-o a dizer
mais alguma coisa. Ele apenas sorri e toma outro gole de cerveja.

— Vou avisar Axel.

Aceno e, por alguns segundos, me sinto um idiota. O que diabos estou fazendo? Em seguida, um par de pernas
compridas desce as escadas.
— Bom, faça isso — digo, tentando raciocinar que não é grande coisa que estou fazendo tudo isso, mas é um
grande negócio, é algo que nunca fiz.

Pego sua bolsa. — Está pronta? Pegou tudo?

— Acho que sim. — Eu a guio, minha mão em suas costas, incapaz de parar de acariciar sua bunda. Ela se vira e
me deslumbra com um sorriso branco. Abro a porta do meu Dodge Viper preto observando como ela afunda
graciosamente no meu assento de couro. Os seus grandes olhos se iluminam quando olha em volta. — Sabe,
nunca estive em um carro novo antes de chegar com você. Eu amo o cheiro, é novo, certo? — Ela fareja e se
mexe nos assentos de couro preto amanteigado.

— É muito novo. Não dirijo tanto quanto um carro como este merece. — Ligo o motor e ronrona perfeitamente
enquanto decolamos. Alcanço sua perna descansando minha mão sobre ela. Ela está feliz olhando pela janela
enquanto sua mão se abaixa para segurar a minha. Respiro com a intimidade absoluta disso. Simplesmente
segurar as mãos enquanto dirijo me faz sentir aquelas emoções que tenho vergonha de ter. Ela me torna fraco e
odeio isso, mas quanto mais me afasto do complexo, mais posso respirar. Sou eu e Eve, e quero mergulhar nela
esta noite.

— Então... — Abaixo o volume no volante. Ela se vira de lado para me encarar.

— O que você acha? Sushi? Quer tentar? — Pisco para ela, e inclina a cabeça e sorri.

— Não, peixe cru não soa bem agora. — Ela torce o nariz e aperto o volante com mais força.

— Italiano então. — Conheço um restaurante familiar incrível que tem a comida italiana mais fantástica. O meu
telefone começa a tocar e aperto o botão de atender.

— Fale, Axel, e Eve está comigo, então, se não for urgente, quero desfrutar do meu jantar. — A linha fica em
silêncio e ouço ao fundo — Liquide, filho da puta. Eu disse que não estava mentindo. — Assobios altos e
aplausos enchem o fundo.

— Falarei com você quando voltar. Não quero estragar o seu... encontro. — Ele meio que tropeça na parte do
encontro, mas neste caso, entendo. Se fosse o contrário, também não acreditaria.

— Vou levá-la para minha casa, se precisar de mim, estarei lá. — Desligo porque não quero ouvir nada do que
ele dirá. Axel sabe que, além da minha mãe, nenhuma mulher jamais entrou em minha casa. Viro à esquerda no
Ventura Boulevard, paro ao lado do pequeno restaurante italiano vermelho e verde e deixo o manobrista
assumir. Um pequeno grupo de pessoas espera do lado de fora, mas sei que conseguirei uma mesa. Pego meu
telefone e vejo um idiota provavelmente com a idade de Eve abrir a porta para ela. Ele é loiro e parece querer
que eu lhe dê uma surra, já que não consegue parar de olhar para ela. Por fim, ele olha para mim e se afasta.
Pego o bilhete do manobrista e seguro a mão de Eve. Passando direto pelo grupo, nós dois piscamos para a
escuridão quando entramos. Eu a empurro para frente para a recepcionista enquanto nossos olhos se ajustam
ao ambiente. É pintado em um vinho tinto com uma foto de Sophia Loren e seu famoso beicinho, seu decote
pendurado na frente e no centro. Um pôster autografado de O Poderoso Chefão está pendurado nas
proximidades. Os ladrilhos são pintados em cores diferentes, dando ao ambiente uma sensação de diversão. É
uma das razões pelas quais escolhi este lugar. Não só a comida é incrível, mas Eve se sentirá confortável. Frank
Sinatra está cantando e tenho que lutar contra um sorriso ao pensar na última vez que ouvimos Frank. Espero
que esta noite termine melhor do que aquela. Antes mesmo de eu pedir por ele, Gino aparece.

— Blade, meu amigo, bem-vindo. — O seu grande sorriso quase rivaliza com seu enorme estômago.

Conheço Gino há anos. Quando precisou de dinheiro para começar este lugar, emprestei um pouco. Ele me
pagou rapidamente e trouxe um bando de primos da Itália para ajudá-lo. O seu lugar é legítimo. Venho aqui e os
rapazes quando queremos comida excepcional e para fugir da mesmice.

— Meu Deus. — Ele cobre seu coração dramaticamente. — Quem é esta criatura encantadora? — Estende a mão
e observo, divertido quando Eve olha para mim com uma sobrancelha levantada e permite que Gino beije sua
mão.

— Já dei a volta ao mundo e juro que nunca vi tamanha beleza. — Ele continua segurando sua mão enquanto nos
leva a uma mesa no canto. A toalha de mesa branca e a vela fazem com que pareça romântico.

Por um momento vacilo, me perguntando se estou tentando o destino, com todas as coisas de merda que fiz na
minha vida, por que pensaria que poderia fazer isso? E ainda assim, enquanto ela sorri para mim e se senta na
cadeira oferecida, me pergunto, por que não?

— Obrigada. — A sua voz faz isso por mim. Merda, tudo sobre ela faz isso por mim.

— Devo trazer algumas das minhas coisas especiais? — Balança as sobrancelhas para mim, e não posso deixar
de rir.

— Por favor, Gino, adoraríamos. — Ele gira e eu sempre fico surpreso com o quão bem consegue se locomover.
Não é um homem magro. Eu me viro para Eve e pego sua mão, acho que porque não consigo parar de tocá-la.

— O que você vai pedir esta noite?

Ela inala e espia ao redor, então limpa a voz. — Tudo o que achar que é bom. — A sua mão treme um pouco e
franzo a testa. Quero que ela aproveite isso, não fique nervosa.

— Anjo? — Os seus grandes olhos azuis timidamente encontram os meus. — Você está primorosa. Toda mulher
quer ser você e todo homem quer foder o que é meu. Peça o que quiser. — Observo enquanto ela engole, seu
pescoço fino quase chama meu polegar para encontrar minha marca. Alcanço e puxo seu cabelo para trás sobre
seu ombro macio, levemente correndo meu polegar sobre a marca Disciples. Deveria me sentir culpado, mas
foda-se. Isso me excita mais do que jamais vou admitir. Significa que estou ficando com ela.

— Aqui está. — Gino retorna e relutantemente me afasto um pouco para que possa colocar os menus na mesa. A
garçonete coloca as taças cheias com o Prosecco da família de Gino. Ele tem um tio na Itália que o faz. Outro
garçom traz pão.

— Obrigado, Gino.

Ele bate palmas. — Voltarei. Diga-me se tiver alguma dúvida sobre o menu, minha linda.

Rio com o olhar de Eve com os olhos arregalados. — Gino, esta é minha namorada Eve. — A sua boca se abre e
engasga ligeiramente. Tudo o que posso fazer é não estender a mão e beijar seus lábios de rubi.

— Oh, meu... é claro que ela seria abençoada com esse nome. Sou Gino, e se precisar de qualquer coisa, me
avise.

Mais uma vez, rio. — Obrigado, cara. Nós o informaremos. — Ele fica sorrindo para Eve até que tenho que
limpar minha garganta.

— Sim, desculpe, mandarei a Eve alguns dos pratos especiais favoritos da minha mãe. — Ele se vira e marcha
de volta para a área da cozinha.

Entrego-lhe um dos menus vermelhos grossos. Ela pega com relutância, os olhos fixos na foto de Sophia Loren.

— Eve? — Ela não olha para mim, mas pega seu copo de água de cristal. — Eve! — Desta vez, sou exigente e
seus olhos se fixam nos meus.

— O que está errado? — Nunca a vi assim. De certa forma, é adorável, por outra, me irrita vê-la tão insegura.

Ela suspira e se inclina para frente. — Eu... estava tão animada e agora estou nervosa.

Pisco para ela, meus olhos acariciando seu rosto, e vejo a verdade: ela se sente inferior.

— O que quer comer? — É duro, mas quero saber antes de mergulhar nisso.

Ela fecha o menu com um baque. — É exatamente isso. Não tenho ideia do que diz este menu. Então, por que
estou olhando para isso? Nunca comi comida italiana, a menos que conte Pizza Hut e Dominos. — Os seus
grandes olhos se enchem de lágrimas.

Coloco o menu de lado enquanto seguro seu queixo, forçando-a a olhar para mim.

— Você é linda. Não por causa da maneira como olha por fora, mas por causa do que está dentro. Tudo isso é
apenas para diversão. — Indico a nossa volta com meus olhos. Uma pequena lágrima desliza lentamente pelo
seu rosto enquanto ela tenta balançar a cabeça negativamente.

— É verdade. Estou fazendo isso porque quero mimá-la. Durante todo o caminho até aqui pensei: não mereço
me sentir assim, ou que fiz várias coisas ruins, o que significa que não posso tê-la. — Eu me inclino para inalar
seu hálito doce e suave e sugo como se precisasse dele para viver. — Eu quero contudo, Eve. — Os seus olhos se
iluminam de surpresa e eu a beijo. — Agora, consegue ler?

Ela vai se afastar, mas a seguro. — Sim, mas não entendo muitas das palavras. — É um sussurro, mas ouço
claramente. E aquele instinto protetor que tenho com ela duplica, se isso é possível. Quero ser tudo para ela,
seu companheiro, sua alma, sua própria vida. Liberando seu queixo, deixo a compreensão de que estou fodido
afundar. Que de alguma forma me apaixonei por Eve. Graças a Deus já estou sentado porque não tenho certeza
do que aconteceria se descobrisse isso em pé.

— Aqui vamos nós. — Gino aparece com as mãos carregadas de pequenos pratos recheados com massas, queijos
e pequenas almôndegas. Eve se inclina para trás e olha para o teto tentando conter as lágrimas e alcanço a
estúpida taça de Prosecco, bebendo em dois goles.

— Ahh, trarei mais. — Ele sinaliza para uma garçonete reabastecer minha taça. Quero pedir uísque, mas não
quero insultá-lo.

— Estamos prontos, Gino. Meu Anjo comerá um pouco do famoso ziti assado de sua mãe e vou querer o nhoque.

— Maravilhoso, vai adorar o ziti. Trarei mais amostras. — Antes que possa impedi-lo, ele sai. O silêncio se torna
como preliminares, é espesso e sufocante e gostaria que o jantar tivesse acabado enquanto espero para ver o
que ela fará. Ela não decepciona e se senta, endireita os ombros e pega um pedaço de pão.

— Não sou ignorante. Eu sei que você acha que sou, e só porque não consegui ir para a escola, não significa...

— Sei que você não é ignorante. — Eu a vejo mastigar. De novo, aquela sensação de que estou caindo em algo
que nunca poderia me recuperar me bate no peito. — Não vou deixá-la ir embora — estalo para ela. Os seus
olhos se arregalam quando vejo confusão em seu rosto.

— Acho que deve saber que não deixarei você ir embora. — Ela me encara, quase congelada. — Se teve algum
pensamento que eu faria, esqueça-o. — Até para mim, isso parece loucura. Não é sua culpa que eu seja uma
pessoa má. Eu nem sei se um homem como eu pode estar apaixonado, mas se olhar para esta mulher e nunca
querer que ela saia do meu lado é qualquer indicação, talvez eu não esteja tão machucado quanto pensava.

Ela olha em volta do restaurante e noto pela primeira vez como está lotado. As pessoas estão rindo, o que eu
queria fazer. Quero apresentá-la a todas as coisas, em vez disso, estou sendo um idiota.

— Olha, Eve. — Esfrego minha nuca, em seguida, alcanço suas mãos frias. — Estou em território desconhecido
aqui. Só quero levá-la para jantar, depois quero lhe mostrar minha casa. Ninguém, exceto minha mãe e alguns
dos rapazes sabem que ela existe.

Ela engole o pão. — Preciso usar o banheiro. — Levanta-se e joga o guardanapo na mesa.

Eu me inclino para trás. — Fantástico — murmuro enquanto sua forma esguia dispara em direção ao banheiro.
Dois caras de terno sentados na pequena área do bar perto dos banheiros encaram a minha garota enquanto
seu andar sexy e rosto deslumbrante os atraem para ela.

Quero pular e bater no meu peito que ela é minha. Porra, já tenho minha marca no seu pescoço, mas quero que
ela use meu colete, dizendo “Propriedade do Presidente”. Apenas o visual deixa meu pau duro. Pegando um
pouco de pão, espero por ela. Gino traz nosso jantar e, ainda assim, espero. Quando começo a me preocupar, ela
surge. Desliza de volta para a mesa e quase me levanto para que os idiotas no bar possam ver a quem ela
pertence.

— Desculpe, estou cansada. — O seu brilho de antes desapareceu. Está pálida.

— Coma alguma coisa e vamos para casa dormir. — Coloca o guardanapo de volta no colo e dá uma pequena
mordida. Os nossos olhos se encontram. Ela pisca e esfrego sua bochecha macia com minha mão tatuada.

— Coma, Anjo. — Ela olha para baixo e começa a comer.

— Bem? Você gosta disso?

Acena com a cabeça. — Adoro. — Ela toma um gole d'água. — Jason?

— Sim? — Não posso deixar de sorrir por ela e pelo tanto que meu nhoque é bom. Seguro uma mordida nela,
meu pau se contraindo enquanto a vejo envolver sua boca em torno dele. — Derrete na boca, hein?

— Deus — geme. — Sim. — Ela sorri. — Preciso lhe contar uma coisa.

Inclino-me para trás. — Ok.

Ela pega sua água novamente e a vejo engolir antes de colocar o copo na mesa. Os nossos olhos se encontram e
diz as palavras que estive pensando. — Não quero que você me deixe ir embora... — Ela pega a água novamente
e o topo de suas bochechas estão vermelhas.

Expiro e sorrio de volta. — Ótimo, querida. Porque farei um anúncio quando voltarmos para a sede do clube.

Uma grande comoção está acontecendo no bar com os idiotas bêbados que estavam olhando para Eve.

— Termine, querida. Estou pronto para sair daqui. — Ela dá mais algumas mordidas e parece drasticamente
melhor. Obviamente, precisava de comida e talvez quisesse dizer o que nenhum de nós queria admitir.

— Você precisa comer mais. O seu trabalho é me agradar, Eve. Quando somos nós, sozinhos, somos nós, juntos.
Diante dos meus homens, preciso que entenda que se eu fizer de você minha Old Lady, precisará se comportar
de acordo e isso significa ser saudável.

Ela abaixa o copo d'água com um baque. Pequenas gotas de água caem na minha mão. — Quer que eu seja sua
esposa? — A sua voz parece animada.

— Não é um casamento formal, mas usará o meu colete. — Eu a puxo para perto, minha boca ao lado da dela. —
Veremos como você lida com isso. A minha mãe era ótima até meu pai começar a levar suas prostitutas para a
casa do clube.

Ela se afasta. — Oh Deus, isso é horrível. A sua pobre mãe. — Balança a cabeça enquanto seus olhos se
arregalam. — Espere, você não está dizendo isso porque vai fazer isso, certo?

Abaixando meu guardanapo, já sinto o sangue bombeando em meus ouvidos. — Eve, você não tem escolha se for
minha Old Lady. — Zombo. — Precisa saber quem está no comando e apoiar seu homem. — Monogamia não
está em meus genes. Meu pai, avô e irmão foderam seu caminho pela sede do clube e em qualquer outro lugar
que foram. Nunca fui monogâmico e o fato de que Eve manteve meu interesse e satisfez minhas necessidades é
um maldito milagre. Então bato em casa enquanto me inclino para frente. — Se eu quiser que alguém me
chupe, mesmo que seja na sua frente, você calará a boca e assistirá como a boa Old Lady que é.

Parece que lhe dei um tapa e que pode estar passando mal e cobre a boca, a cabeça balançando. Os seus
grandes olhos me encaram como se eu não fosse humano, e quase me arrependo e lhe digo que não tenho
intenção de fazê-lo, mas a verdade é que, como presidente do clube, posso fazer tudo o que quiser. Sou o rei
filho da puta e se ela quer ser minha rainha, precisa calar a boca.

Colocando o guardanapo no prato, se afasta para trás. — Não posso, não vou. — Levanta-se e olha em volta
como se alguém pudesse realmente ajudá-la. Os seus incríveis cachos dourados caem sobre seus ombros nus de
uma forma selvagem e sexy. — Você não pode honestamente pensar que eu toleraria isso. — A sua voz falha e
suas mãos tremem quando ela pega sua bolsa.
Pulo não me importando que minha cadeira tombe. Pegando minha carteira, deixo cair algumas notas e agarro
seu braço enquanto se afasta.

— Foda-se — ela sussurra, puxando a mão livre. Um casal sentado ao nosso lado engasga e quase vejo tudo
vermelho. Em todos os meus anos, nunca uma mulher me disse para me foder. Isto. Nunca. Aconteceu. Nunca.

Ela passa pelas mesas, a cabeça erguida como se estivesse em um maldito concurso de beleza. Empurro o
bilhete do manobrista para o cretino. Deve sentir a vibração de que eu poderia matá-lo se ele sequer olhar para
Eve, porque balança a cabeça e pega as chaves. Eu as pego dele e a agarro.

— Aqui. — Jogo uma nota de cinquenta para ele. Ela tenta se soltar, mas não tem como. Eu a puxo para o meu
Viper e a jogo dentro.

— Ei cara, obrigado — grita o manobrista, olhando para os cinquenta.

Não respondo, fecho a porta e ligo o motor. O clique alto de mim trancando as portas deve alertá-la de que
estou além de chateado. Ela cruza os braços e olha pela janela.

— Eu avisei a você — digo com os dentes cerrados. É tudo que confio em mim mesmo para dizer no momento.
As minhas mãos seguram o volante com tanta força que meus nós dos dedos estalam. A pura raiva que ela ainda
me desafia bombeia através de mim como um coração bombeia sangue. A verdade, me sinto alto e acelero pelo
Ventura Boulevard, viro à esquerda e subo em direção às colinas que levam à minha casa. Comprei esta casa
assim que me tornei presidente. Fica nas colinas de Sherman Oaks, a vista é incrível e é perto o suficiente da
sede do clube para que possa chegar lá em um piscar de olhos. Deixei o Viper seguir seu caminho com as voltas
e curvas colina acima. Eve balança com o movimento, seus braços estão cruzados e isso me irrita mais. Os seus
olhos estão focados na paisagem, mas com o anoitecer, não verá muito até de manhã. Entro em uma rua sem
saída que compartilho com três outras casas e pressiono o controle remoto para a garagem abrir.

Ela se vira de repente. — Quero voltar para a sede do clube. — Quase rio. Não era um apelo, era uma exigência
e se não estivesse com tanta raiva, daria crédito a ela. Infelizmente para ela, traz à tona as emoções mais
intensas em mim. As suas bochechas estão vermelhas e sua respiração está ofegante. Acho que ela percebeu
que, pela primeira vez, estamos completamente sozinhos.

— Não, Anjo. É hora de você aprender qual é o seu futuro.

— O que diabos isso significa? — Grita nas minhas costas quando saio e bato a porta. Ela abre a dela e sai. Os
nossos olhares se encontram e fico olhando quando seu queixo sobe e sua mão aperta em torno de sua bolsa.
Foda flutua em meu cérebro e sinceramente espero que não puxe sua faca contra mim. Estreito meus olhos
quase a desafiando.

— Eu pensaria sobre isso, Anjo. — A minha voz é suave, quase persuasiva. Ela fica parada, congelada, seu peito
vindo em respirações profundas rápidas, os olhos brilhando de frustração e dor.

— Para o seu bem, linda, faria tudo que eu exigisse esta noite.

Ela funga as lágrimas. — Vá se foder, Jason — sibila baixinho.

— Jesus Cristo.

Eu a alcanço e ela grita — Não quero que você transe por aí... não consigo lidar com isso. — Os seus olhos estão
quase selvagens e sua dor alimenta minha necessidade por ela. Ela se submeterá, será tudo o que quero que ela
seja. Cerrando minha mandíbula com tanta força que dói, eu a puxo e a jogo por cima do ombro. Em vez de me
sentir culpado, estou aliviado. Todos os sentimentos suaves se foram. Todas as merdas com as quais tenho
lutado nublando minha verdadeira natureza. Em um piscar de olhos, a confusão é apagada. Agora eu deixo meu
poder bombear meu sangue, meu pau tão duro que é quase doloroso.

Vá se foder. Continuo ouvindo isso se repetindo em meu cérebro. Está lutando e bato forte em sua bunda e ela
grita. Então rosna, é quase animalesco. Reconheço esse som, esse tipo de energia.

É raiva.

Estou tirando seu poder, sugando o último pedaço de sua independência, porque depois desta noite, Eve estará
amarrada a mim de corpo e alma. Atravessando a porta, evito a cozinha e vou direto para o meu quarto, onde a
jogo em minha cama king-size.

Ela tropeça para trás como uma besta enjaulada e lambe os lábios. Os seus olhos percorrem o quarto, que não é
nada além de grandes janelas de vidro e as luzes brilhantes de Los Anjoes à noite.

— Tire a roupa — rosno enquanto tiro meu colete e tiro minha camisa. Ela está ofegante e de joelhos como se
procurasse uma fuga.

— Eu disse tire. Então me ajude, Eve, se me obrigar a fazer isso, esta noite será um pesadelo que você nunca
esquecerá. — Os seus olhos se voltam para os meus e deve ver que estou falando sério. Ela hesita como se
realmente fosse me testar, em seguida, alcança a parte inferior do vestido e puxa-o graciosamente sobre suas
curvas. O seu corpo passou de muito magro para inspirador. Agora que Amy a obriga a comer nada além de
alimentos orgânicos pelo menos três vezes ao dia, ela tem curvas. Está brilhando com saúde, sua barriga lisa,
cintura pequena, mas seus peitos magníficos cresceram. Abaixando-me, desabotoo minha calça jeans e a chuto
para fora.

— Venha aqui e se ajoelhe. — Ela hesita, então se move rapidamente, se abaixando sobre os calcanhares até que
seus olhos estejam no nível do meu pau vazando. Estendo a mão beliscando rudemente seus mamilos rosa
empinados e duros como pedra e ela solta um pequeno gemido. Como o viciado que sou, me preencho com meu
remédio. As minhas mãos acariciam seus seios rudemente e quase agarro seus cabelos e a levanto para poder
chupá-los, mas vou chupar mais tarde.

— Abra. — Os seus olhos brilham como fogo azul e alcanço seu cabelo e a empurro para frente com raiva.

— Faça isso bem, Eve, se não quer os lábios de outra pessoa em volta do meu pau — rosno enquanto me enfio
em sua boca. A minha raiva e frustração sem remorso me fazem empurrar mais fundo quando a ouço engasgar.
— Porra, isso é bom — resmungo enquanto solto um pouco meu aperto. Afinal, ela precisa respirar. Ela me
surpreende abrindo mais a boca. — É isso, Anjo, respire pelo nariz. — Irritado, me pergunto se isso pareceu
encorajador em vez de exigente.

Ela estende a mão e segura minhas bolas duras, e assobio quando começa a lamber e chupar com força minha
ponta. O prazer de ver sua cabeça loira e lábios inchados envolverem meu pau me faz respirar ruidosamente. O
prazer percorre todo o meu corpo, sinto-o até nos dedos dos pés. Quando deixo minha cigana me dar prazer,
suas pernas se esfregam e o rubor em seu peito me diz que ela está excitada. Envolvo minha mão com força em
seu cabelo e a puxo de mim com um estalo.

— Vai me afundar na garganta e então vou gozar. — Antes que possa responder empurro meu pau em sua
garganta e ela engasga novamente. — Jesus... sim. — Segurando-a com força, movo sua cabeça para cima e
para baixo enquanto meu corpo fica tenso de prazer. Sem tirar os olhos dela, observo sua boca, paralisado.

— Vou gozar, é melhor nenhuma gota vazar desses lábios. — Resmungo e relaxo um pouco. Os seus olhos estão
escorrendo lágrimas, mas não tenho certeza se está chorando ou se é seu reflexo de vômito. Mais um impulso
profundo e minhas bolas apertam junto com os músculos do meu abdômen enquanto gemo seu nome em
agonizante prazer. Não pisco enquanto vejo seu pescoço se mover e ela engole cada gota. E meu corpo e minha
mente começam a se acalmar. Suavemente, ela se afasta e olha para mim e nunca a vi parecer mais magnífica.
Está corada, seus lábios estão ridiculamente vermelhos e inchados, e seus olhos estão em guerra. Seja comigo
ou com ela mesma, não me importo. Eu a levanto e a carrego para a cama. Ela se deita e meus olhos captam
tudo o que é meu.

— Este corpo — coloco minha mão sobre seu seio farto — é meu. Você vai ouvir, vai se submeter. E se mandar
eu me foder de novo... — Ela salta da cama.

— Jason, não me sinto bem. — As suas bochechas coradas estão repentinamente pálidas. — Jason... — Seus
olhos imploram e literalmente a pego e a levo para o banheiro.

— Cristo, Anjo. — Inclino sua cabeça sobre o vaso sanitário enquanto ela vomita.

— Está brincando comigo. — Rosno, mas seguro suavemente seu cabelo e envolvo meu braço em volta de sua
cintura para firmá-la enquanto se agarra a mim.

— Não sei o que há de errado comigo. — Ela olha para cima e pela primeira vez desde que me disse para ir me
foder, tenho aquela maldita vibração de novo e me pergunto se estou enlouquecendo. Um gemido e “Oh Deus”
me puxam de volta para ela enquanto seu corpo descarrega outra vez. Ela vomita o jantar em suspiros
lamentáveis e ofegantes.

— Estou com você, querida. — Acaricio suas costas, agora suadas com o esforço. Ela finalmente para e sua mão
magra dá a descarga. Meu Anjo afunda de volta em meus braços, e sua cabeça suada repousa no meu peito
enquanto a seguro por trás.

— Melhor? — Beijo sua testa.

Ela acena com a cabeça, então se vira e envolve seus braços ao meu redor e chora. Esta não é a primeira vez
que faço Eve chorar e tenho certeza de que não será a última, mas é a primeira vez que me preocupo com ela.
Eu a seguro com força enquanto começo o banho. — Vamos, querida, tire sua calcinha. — Consigo me soltar o
suficiente para puxá-las para baixo porque Eve é como uma boneca de pano. Gentilmente a trago comigo e a
seguro enquanto ela continua a soluçar e chorar. Seguro seu rosto e a faço olhar para mim, minhas costas
voltadas para a água. Ela pisca e estremece no ar. Ambos estamos presos no vapor e na energia que somos.
Esfrego meus polegares sobre seus lábios e a encosto na parede.

A água quente nos atinge. Pego o sabonete e começo a ensaboá-la enquanto ela se inclina contra o azulejo
xadrez preto e branco perolado e a lavo. Alcançando minha escova de dente e enchendo-a com pasta de dente,
entrego-a a ela, incapaz de desviar meus olhos de seus seios enquanto se movem com sua escovação. O meu
polegar esfrega um mamilo. Os seus seios estão definitivamente mais cheios. Pego sua escova de dente e coloco
de volta no estojo que contém o sabonete e shampoo. Eu me lavo rapidamente e pego uma toalha branca fofa
enquanto fecho a água. Envolvendo-a, a carrego de volta para a minha cama e me sento com ela. Abro a toalha
e olho para ela, realmente olho para ela.

— Você me disse que não pode engravidar, então por que está vomitando?

Ela se senta e franze a testa. — Você enfiou seu pau na minha garganta, para não mencionar, engoli um monte
de gozo e está se perguntando por que vomitei?

O alívio surge através de mim, o que é patético. Se fosse normal, ficaria ofendido por ela ter vomitado a minha
porra, mas a alternativa, estar grávida, não é uma com a qual posso lidar.

— Então, não tem como? Não tenho nada com que me preocupar?
Ela sobe sob meus lençóis com movimentos bruscos e rápidos. — Só se você for Deus e eu for Maria, porque já
disse que não posso engravidar! — A sua voz treme e já tive drama suficiente esta noite.

— Bom. — Estendo o braço, apago a luz e deslizo para a cama, puxando o corpo quente de Eve para perto do
meu.

VINTE E UM
Eve
Acordo com grandes janelas e a vista mais tranquila que já vi. Piscando, observo meu ambiente, minha mente
ainda confusa de sono profundo. O som do chuveiro deve ter me acordado. Vapor e especiarias saem da porta
entreaberta do banheiro. Eu me aconchego no edredom e me pergunto como sobrevivi dormindo no chão com
um colchão infestado de ratos por dezoito anos. Parece quase um sonho. Comecei a bloquear os cheiros ruins e
os anos de sujeira morando naquele trailer surrado. Apenas meu pai se importava comigo. Ele tentou, embora
eu não tivesse nada, a menos que o roubasse. A água fecha e pisco. Isso traz tudo em foco. Pelo que posso ver
todas as paredes são brancas sem nada sobre elas. Eu mal me movo enquanto dou um gole hesitante. A náusea
me deixa com água na boca e fecho os olhos e tento respirar. Não posso vomitar. Jason saberá que estou doente.

Não vomite, não vomite, você está tão perto, entoo em minha cabeça enquanto respiro o perfume picante de
Jason. Por alguma razão estranha, nas últimas semanas isso acalma meu estômago quando nada mais acalma.
Abrindo meus olhos, olho pela janela e expiro. Nada além de árvores verdes e arbustos cobrem a encosta até o
que imagino ser o vale. A casa de Jason tem uma vista que não consigo deixar de pensar que as pessoas
precisam pagar muito para ver.

— Deus — murmuro enquanto me lembro da noite passada. Estou chateada comigo mesma por pensar que ele
me pediria em casamento, em vez disso, quer que eu use seu colete idiota e seja sua prostituta.

Inacreditável, porra. A necessidade de ele me amar, cuidar de mim, se tornou meu objetivo. Chame isso de
nunca ter qualquer estabilidade na minha vida, e Jason fornece isso.

Nada disso é suficiente. Fazê-lo admitir que sou dele e que nunca me deixará ir embora, é barato sem uma
pedra em meu dedo. Suspirando, coloco a mão sobre os olhos enquanto tento raciocinar comigo mesma. Estou
obcecada por ele, mas isso não significa que ele se sinta da mesma maneira. Quer dizer, que diabos? Odeio
como eles chamam suas mulheres de Old Ladies! Esta não sou eu. Agora, se eu pudesse me sentir melhor, seria
capaz de fazer mais para atraí-lo, em vez disso, tudo que quero é que ele saia do chuveiro, me abrace e diga que
me ama.

Gemendo, engulo de volta a bile. Sou muito estúpida! Garota estúpida, estúpida.

— Você está bem, Anjo?

Pega no discurso de pena em minha cabeça, deixo cair minha mão quase gritando. — Sim — sussurro engolindo
e tentando não correr para o banheiro.

Ele se levanta, brilhando molhado com uma toalha branca enrolada na cintura.

— Você é muito gostoso. — Sai rouco e seus olhos movem.

Ele sorri. — Você será uma boa menina hoje? — E suas palavras vão direto ao meu núcleo úmido. Deus, sou
patética, mas foda-se, preciso que ele transe comigo.

— Sim. — Aceno e puxo o lençol para que possa ver meus seios. Não posso deixar de morder meu lábio para
parar de sorrir enquanto seu pau incha e a toalha branca se move junto com ele.

Ele deixa a toalha cair no chão, seus olhos verdes como esmeraldas enquanto permanece em sua glória de deus
grego de mais de um metro e oitenta. Lambo meus lábios. Ele é verdadeiramente magnífico. Eu o quero e
pretendo tê-lo. As minhas pernas se esfregam e estou toda vermelha. Talvez eu esteja morrendo? Ele nem me
tocou e estou com febre.

— Jason... — Estou sem fôlego.

Ele coloca um joelho na cama enquanto me persegue. E tudo o que posso pensar é que amo esse homem, eu o
quero, preciso dele.

— Sim, querida? Diga-me o que precisa. — Ele se inclina sobre mim e o calor do meu corpo é refletido no dele.
Derretemos juntos.

— Você. Eu preciso de você.

Mais uma vez, ele sorri. — Abra suas pernas. Vamos ver o quanto.

Nem mesmo hesito. Ele se inclina para trás e tudo que ouço é minha respiração áspera. As suas narinas dilatam
e ele olha para mim. O tempo congela. Sou capturada, enlaçada pelo desejo feroz, talvez até necessidade em
seu olhar.

— O que temos aqui, Anjo? — O seu polegar roça meu clitóris sensível e gemo alto.

— Porra, olha para você, está escorregadia e molhada. — Ele esfrega suavemente meu botão inchado. — Sim...
Anjo, amo como sua boceta escorre por mim quando nem sequer toquei nela.
— Oh, Deus — gemo quando ele insere dois dedos. Com seu silvo, alcanço-o, nossos lábios procurando um ao
outro enquanto ataca minha boca com sua língua forte. A sua grossa ereção está orgulhosamente perto de seu
abdômen e agarro sua dureza aveludada e bombeio como me ensinou.

— Tão bom, querida. — Ele se agarra ao meu pescoço e chupa, sua mão bombeando e esfregando.

— Puta merda... Jason — grito, “literalmente grito” enquanto gozo com tanta força que a umidade escorre.

— Sim, é isso. — Esfrega tudo sobre meu clitóris inchado. Devo ter soltado seu pau porque estou agarrada a seu
pulso enquanto meu corpo estremece.

— Quem é o dono deste corpo? — Ele me beija quase suavemente enquanto remove seus dedos.

— Você — expiro enquanto sua mão acaricia meu seio. Os seus olhos ficam mais escuros enquanto me observa.
Os seus dedos beliscam meu mamilo, assobio e gemo.

— Estão doloridos, não estão? — Os seus olhos procuram meu rosto, me fazendo tremer enquanto a adrenalina
sobe pela minha cabeça até meu clitóris latejante.

— Estão sensíveis.

Ele se inclina e pega meu lábio inferior para chupar enquanto sua mão massageia meu seio sensível.

— Preciso chupar esses peitos maduros — diz, abaixando a cabeça para que sua língua e dentes possam
provocar um dos meus mamilos duros enquanto sua outra mão esfrega e aperta o outro. Quase grito de novo
quando começa a chupar o mamilo quase como se pensasse que vai ordenhá-lo e a dor cortante de prazer faz
meu núcleo se contrair.

— Estão cheios, vermelhos e suculentos. — Ele alcança o outro para chupar. — Vai me atrapalhar de novo?

— Não — grito enquanto pega seu pau grosso na mão e começa a esfregá-lo para cima e para baixo na minha
fenda. Um grunhido de prazer flui por mim quando largo minhas mãos com um baque forte e agarro o lençol,
arqueando meus quadris.

— Abra suas pernas, Anjo — exige e abro.

— Observe — diz e olho para baixo, para minhas pernas abertas e sua bela cabeça dura em forma de cogumelo
esfregando meu broto.

Os seus olhos são fendas, prazer em todo o seu belo rosto enquanto ele esfrega meu clitóris rechonchudo com a
ponta.

— Jason... vou gozar de novo — choramingo quando meu núcleo começa a pulsar e fecho meus olhos quando o
prazer faz meu coração pular.

— Eve? — Jason está olhando para mim enquanto abro meus olhos para seu lindo rosto.

E em vez de lhe responder com “o quê”, digo — Eu amo você.

Os seus olhos escurecem e um fantasma de um sorriso está em seus lábios enquanto ele levanta minhas pernas
e alinha seu pau duro como pedra. Lentamente, empurra em mim.

— Oh, meu Deus — grito e arqueio minhas costas para fora da cama. Ele é tão grande e amo tudo sobre a
maneira como me faz sentir.

— Diga, eu quero ouvir e ver seu rosto enquanto estou dentro de você. — Ele é tão forte e assustadoramente
poderoso que não hesito.

— Eu amo você, sou sua. — Fico olhando para ele enquanto se move dentro de mim e nossos olhos se
encontram.

— Isso mesmo, Anjo. Vou matar qualquer um que tocar em você —grunhe em minha boca, nossos corpos se
movendo juntos como um compositor com sua música.

— Eu sei.

— É melhor que saiba. — Os seus beijos são tão rudes que tenho certeza de que meus lábios ficarão inchados
por dias. Eu me agarro a ele com força enquanto nossas línguas se enredam e estremeço.

— Toque-se. Quero que goze quando eu atirar minha semente dentro de você.

Eu me abaixo e gemo com o quão inchado meu clitóris está enquanto o circulo.

— É isso, Anjo. Pegue toda essa umidade escorregadia e esfregue seu clitóris enquanto fodo você. — O meu
núcleo aperta em seu pau e juntos gozamos. As minhas unhas esfregam em suas costas quando ouço, “porra” e
ele empurra me enchendo com seu sêmen quente.

Ele abaixa a testa na minha, seu rosto quase de dor enquanto tento recuperar o fôlego. Nunca me sentindo tão
livre, suspiro e envolvo meus braços com mais força em torno dele. O meu enjoo desapareceu. Somos apenas
Jason e eu.

— Anjo, olhe para mim. — Ele beija o lado da minha boca enquanto puxa, mas ainda me mantém enjaulada.
Ainda estou prendendo o fôlego enquanto tranco os olhos com ele.

— Quando foi sua última menstruação?

— O quê? — Sussurro.

— Quando foi? — Esfrega o nariz no meu, e de repente, sei que ele sabe.

Empurro para ele se afastar de mim. Ele pega minhas mãos e as mantém no topo da minha cabeça. — Tome um
banho. Tenho um médico chegando em uma hora. — Ele me solta e se levanta.

— Um mês atrás — minto. Parece desesperado e culpado. Depois de respirar fundo, digo — Tive minha
menstruação há um mês — puxando o lençol ao meu redor.

— Então não temos nada com que nos preocupar. — Ele pega seus cigarros me observando enquanto acende
um. Tenho que virar minha cabeça. A fumaça me deixa enjoada.

— Você vai desperdiçar seu dinheiro — reclamo, quase engasgando com minhas palavras. A minha mente gira,
mas neste segundo, minha principal prioridade é não vomitar de novo. — Não estou grávida, mas... posso estar
doente. — Cubro minha boca lutando contra a reflexo que é ameaçador. Ele inala profundamente e olha para
mim.

— Vamos ver, Anjo. Diga-me como está doente.

Recuo até sentir o metal frio da cabeceira da cama. Alcançando um dos travesseiros como se pudesse me
proteger, ele inala e sopra a fumaça e fecho meus olhos.

— O quê? Não gosta do cheiro, não é? — A sua mão esfumaçada agarra meu queixo. — Fale. Quero ouvir o que
você acha que tem. Quer dizer, isso é justo, certo? Afinal, sou eu quem vai pagar a conta. Diga-me. — Esfrega o
polegar em meus lábios, de um lado para o outro quase como se ele estivesse puxando para fora de mim.

— Eu... acho que posso ter câncer. — Os meus olhos se enchem de lágrimas. Ele solta a mão e passa a outra
pelo cabelo enquanto dá uma tragada profunda e vai até o cinzeiro no parapeito da janela. Assisto quase em
transe enquanto suas pernas longas e musculosas se movem. É tão perfeito que quase não é justo. Deus, ele até
foi abençoado com um pênis gigante e grosso.

— Câncer? — Diz lentamente, fumaça escapando de sua boca enquanto sopra. — Câncer? — É como se estivesse
testando a palavra. — Humm… acho que é uma coisa boa eu ter médicos prontos e dispostos a fazer consultas
domiciliares. Deveria ter me contado antes, Anjo. Câncer não é nada para brincar. — Ele está usando aquele
tom que odeio. É o tom que ele usa com as pessoas que está se preparando para destruir.

Engolindo, olho em volta e tento não entrar em pânico.

— Vá tomar um banho. Quanto mais cedo colocarmos isso em aberto, mais cedo poderemos seguir em frente. —
Ele abre uma gaveta e veste uma calça jeans escura. O seu peito ainda brilha com as gotas de umidade do
chuveiro e fico olhando com os olhos arregalados para sua tatuagem. As asas vão de um ombro ao outro, a
longa faca quase perfurando seu abdômen sólido e rasgado. O meu rosto esquenta quando percebo que ele está
falando e estou completamente desmaiada. Admirar seu corpo e rosto é muito melhor do que a minha realidade.

— Vá, Eve. — Pulo para cima. Os seus olhos me seguem enquanto caminho para o banheiro. O seu quarto é
grande e arejado. Quase de aparência fria, quase não tem móveis, seu único calor é a luz do sol que preenche as
grandes janelas que dão para a vista. Duas grandes portas parecem a abertura para um terraço de madeira.
Este lugar é incrível. Por que ele não a abastece e mora aqui? Fecho a porta do banheiro e olho em volta. É
branco e imaculado. Achei que a sede do clube estava limpa, mas este banheiro dá vergonha. O azulejo é
branco, exceto para o chuveiro, que parece ser um azulejo preto e branco. As toalhas são grandes e tão brancas
que quase não quero bagunçá-las. A toalha usada de Jason está no chão. O cheiro de especiarias frescas paira
no ar.

Timidamente, uso o banheiro e noto que as ferragens são de bronze. Com um giro da torneira, quase pulo para
trás quando o chuveiro libera um jato repentino e água jorra em mim. Entro e fecho meus olhos, apavorada. Se
isso acabar mal, meu pai e eu podemos estar ferrados. Distraidamente, percebo que me tornei completamente
dependente de Jason. Ele fez com que eu fosse. Sem pressa, deixo a água quente me acariciar enquanto tento
pensar.

Se tenho algo horrível, mas curável, espero poder convencê-lo a, pelo menos, me deixar ficar até que eu tenha
mais dinheiro guardado. Se estiver muito ruim, tenho que estar pronta para o pior. Pego o sabonete e
imediatamente o reconheço como Irish Spring, então tenho que usar seu shampoo AX. Fecho a água, saio e
envolvo a toalha ao meu redor. O som da voz de uma mulher me faz congelar.

— Deixe-me ver se entendi. Você engravidou sua namorada? Como isso é possível? Você é sempre tão
cuidadoso. — A voz da mulher é forte e cortada. Ela parece uma vadia.

— Hilary, ela me garantiu que era estéril. O seu apêndice estourou quando era criança e eles disseram que a
bactéria se espalhou para suas trompas, fazendo com que ela não conseguisse engravidar — disse Jason.

Hilary? Não é uma doutora, mas Hilary? Jogando minha toalha de lado, pego um dos vestidos na minha bolsa. É
azul claro e combina com meus olhos. Coloco uma calcinha e fico sem sutiã, já que tem um top. Saio e sigo as
vozes.

— Tudo o que precisa dizer a si mesmo. Eu o conheço desde que era criança. Você nunca confia em ninguém.
Todas as vadias do clube querem uma armadilha para você. — Estremeço com sua abordagem direta e horrível.
Dou uma olhada, na ponta dos pés, em sua casa. É totalmente incrível, como se eu nunca quisesse partir. Olho,
no final do pequeno corredor, para a enorme planta aberta. A casa fica de modo que tenha uma vista do vale e
algumas palmeiras. O tráfego da manhã parece formigas rastejando ao longo da rodovia. Novamente, não há
quase nada na casa além da vista e um terraço de madeira cor de cereja. E um sofá de couro preto em forma de
L com uma grande tela plana. O piso de madeira é tão limpo e brilhante que posso ver meu reflexo.

— Ela não é uma vagabunda do clube. — Suspira. — Apenas descubra com certeza e não diga nada até que eu
decida o que farei.

Eles devem estar na cozinha porque não os vejo enquanto jogo meu cabelo molhado para trás e entro na sala
grande. Uma grande lareira ao lado da sala envia um arrepio de excitação através de mim com a ideia de sentar
ao lado de Jason observando as chamas. Nunca vi uma lareira de verdade, muito menos senti uma, mas é assim
que parece na TV.

Com um suspiro, viro e suspiro, meu estômago revirando enquanto encaro um par de olhos verdes penetrantes.
Os seus braços estão cruzados e ele usa uma de suas camisetas escuras. Os meus olhos viajam por seu corpo
até os pés descalços e tenho que fechar os olhos para que ele não veja o quanto me afeta.

— Hilary? Venha conhecer Eve — berra.

Uma mulher de cabelos escuros na casa dos quarenta anos, acho, embora seja difícil dizer, dada a sua aparência
impressionante, dá um passo à frente. Alta e elegante, usa uma blusa com calça escura e sapatos de salto alto.
O seu cabelo está preso em um coque e usa óculos estilosos de bibliotecária. Tudo sobre ela exala autoconfiança
e riqueza.

Nós duas nos encaramos. Enquanto ela bebe uma xícara de café, seu olhar viaja por mim e volta.

— Bem. — Ela toma outro gole e o pousa. — Sou a Dra. Hilary Gordon e estou aqui para ver por que não está se
sentindo bem.

Levanto minha cabeça e endireito meus ombros enquanto vejo a Dra. Hilary sorrir e balançar a cabeça para
Jason.

— Então, me diga tudo. — Ela se vira em direção à cozinha, seus saltos ecoando no piso de madeira.

Cruzo os braços e respondo — Não estou grávida. — O meu rosto está pegando fogo enquanto giro em direção a
Jason. — Não posso ter filhos. Desculpe desapontá-lo, mas você não será pai. — A mulher volta carregando um
copo e um bastão de aparência plástica, varinha, qualquer coisa.

— Sim, Jason estava me dizendo isso. O seu apêndice estourou com que idade?

— Doze anos. — Reviro meus olhos e caminho até a janela e olho para a cidade.

— Preciso que faça xixi neste copo. — Ela me entrega e vejo seu pulso com a marca Disciples. Os meus olhos se
voltam para os dela. Que porra é essa? Se ela percebe, não demonstra. A verdade, seu lindo rosto é todo
profissional. Pego o copo. O seu perfume cheira a flores e imediatamente recuo.

— Onde é o banheiro? Ou quer que me agache? — Isso faz com que uma sobrancelha finamente depilada se
erga para mim e um bufo de Jason.

— Anjo, o que usou antes, a segunda porta à sua direita, porque não diz à médica o que você acha que é. — Está
atrás de mim e o calor irradia de seu corpo para o meu. Ele varre meu cabelo em meu ombro, seu polegar
acariciando levemente minha marca. Ele faz muito isso. Sempre que sente que eu, ou qualquer outra pessoa,
precisamos ser lembrados.

Eu me inclino para ele e seu cheiro faz meu estômago se acalmar em vez de se agitar.

— Estou preocupada que possa ser câncer — digo, odiando que soasse oco e levemente ecoasse na grande sala
branca vazia.

De repente, seus braços estão ao meu redor, puxando minhas costas contra seu peito. As suas mãos fortes
repousam na minha barriga.

— Sim, ela acha que pode ser algo sério. Então, talvez devesse tirar sangue? — A médica olha de mim para ele e
revira os olhos.

— O teste é bom o suficiente, Jason, mas com certeza, se quiser cem por cento... — Ela gira sobre os
calcanhares e volta para a cozinha.

— Como você está? — A sua boca está no meu ouvido e tremo por vários motivos. Primeiro, ele está me
assustando com sua atitude e comportamento um tanto robótico de rei e, segundo, está sendo condescendente
novamente.

— Vá fazer xixi no copo, querida, então ela tirará seu sangue e saberemos qual médico você precisa consultar. —
Ele beija o topo da minha cabeça e me puxa em direção ao banheiro.

Fecho a porta, sento no assento do vaso sanitário e tenho vontade de chorar, o que odeio, nunca fui uma garota
chorona e na verdade me orgulho de nunca derramar uma lágrima, mas tudo mudou desde que comecei com
Jason, ou Blade porque é quem ele é agora. Jason desapareceu depois que ele gozou dentro de mim esta manhã.
Blade emergiu logo depois. Gostaria de ter minha faca comigo, embora o que eu faria com ela seja uma
incógnita. Uma batida a porta me faz pular.

— Você terminou? — A voz de Blade ecoa. Ele não está gritando, mas não precisa. O poder sai dele.

— Quase. — Levanto o assento do vaso sanitário e rapidamente faço xixi no copo, lavo as mãos e abro a porta
para um Blade que está esperando. Os seus olhos me varrem, e em seguida, seu banheiro. Como se estivesse
escondendo alguém lá para fazer xixi por mim.

— Aqui. — Empurro o copo de urina para ele. Ele não pega e seus lábios carnudos sorriem enquanto se afasta
para que eu possa sair.

— Hilary? Ela está pronta — grita. A Dra. Hilary sai falando em seu telefone e gesticula para que eu entregue o
recipiente a ela. O que faço, um tanto fascinada por ela não perder o ritmo da conversa enquanto rasga o bastão
e o mergulha no meu xixi, em seguida, se vira para pegar sua grande bolsa de grife.

— Espere, George. — Ela me olha. — Sente-se. — Põe o xixi na mesa de café enquanto volta para seu telefone e
George, acho. De repente, suas mãos frias estão envolvendo com eficiência um elástico em volta do meu braço e
nossos olhos se fixam por um momento. A sua escuridão, a minha luz, mas ela parece bastante impressionada
ou talvez eu esteja louca e vendo coisas. A agulha entra na minha veia enquanto continua falando. Blade
acaricia meu cabelo enquanto ela enche dois frascos com meu sangue vermelho escuro. Endireitando-se, os
enfia em um saco plástico e se despede de George antes de pegar o xixi e o bastão.

Acho que devo ter parado de respirar porque ela olha para mim e para Blade.

— Bem? Ela está morrendo? — É uma zombaria e imediatamente me levanto.

— Não, ela está grávida. Tenho que ir. Terei o exame de sangue de volta em algumas horas. — Pega sua bolsa,
as chaves e acena para nós.

— Não precisa me acompanhar. — Os seus saltos altos clicam e ela vai embora antes que eu possa rir na sua
cara. Foi embora antes que eu pudesse gritar: “Isso é impossível”! Ela foi embora e eu fiquei com um homem
que não emitiu nenhum som. E acho, pela segunda vez em minha vida, que Blade pode me matar.

VINTE E DOIS
Blade/Jason
Ela mentiu.

Observo sua aparência pálida e espero para ver como isso acabará. Os seus seios, que já têm o dobro do
tamanho normal, arfam. Ela lambe os lábios como se estivesse com sede.

Gostaria de dizer que estou chocado, mas seria um mentiroso. Suspeitei assim que Axel disse que ela vomitou
no clube. Finalmente aconteceu, eu engravidei alguém. Por algum motivo estranho no qual não vou mergulhar
agora, estou meio que o oposto de chateado e quase sorrio, mas não preciso da minha ratinha cigana sabendo
que seu golpe funcionou. Já ia fazer dela minha rainha, mas agora vou prendê-la para sempre.

— Blade — sussurra, e inclino minha cabeça. Já se passou muito tempo desde que ouvi esse nome de seus lábios
perfeitos. Ela balança a cabeça loira, seus cabelos dourados enchem minha casa de cor.

— Juro que não posso engravidar. Tem que haver um engano. — Ela parece que vai desmaiar, então a alcanço e
a arrasto para a minha cozinha, jogo-a em uma cadeira e sirvo um pouco de suco de laranja. Batendo a sua
frente, recuo quando ela grita e lágrimas se acumulam em seus olhos. — Eu... não pode ser...

— Cale a boca, Eve. Conheço você. — Agarro o lado da mesa, me inclinando para ela. — Pode tentar mentir para
escapar disso, mas é inútil. Engravidei você. Lide com isso. Já estava fazendo de você minha Old Lady. Agora
também será a mãe do meu bebê. — Afastando-me da mesa, tudo que quero que ela faça é reconhecer que me
prendeu. Ela olha pela janela quase perdida e com os olhos arregalados.

— Você está... quer dizer, pensei que não queria filhos. — A sua voz está trêmula. — Porque nunca... juro que
não sei como é possível. Precisa acreditar em mim. — Ela me olha, e seus grandes olhos azuis piscam para mim
com medo e sinceridade.

Uma mentirosa inteligente e conivente. Eu a conheço: o que a faz funcionar, como ela pensa, o que a deixa
assustada e o que ela quer mais do que tudo. E isso é segurança. Ela anseia como um bebê precisa de leite.
Quer que eu cuide de seu pai e ela me quer.

E o que é melhor, sei, sei no meu coração que ela sabia exatamente o que estava fazendo, mas ei, tenho que dar
a ela. Nenhuma outra mulher me deixou tão louco de desejo que perdi de vista o que estava fazendo como
embrulhar meu pau. Aceitei sua palavra e realmente acreditei que ela era perfeita, já que nunca quis filhos e ela
não pode, bem, não poderia tê-los. Eu matei homens por me olharem mal, mas tenho que segurar um sorriso
para ela. Ela fica tão abatida que mal posso esperar para ouvir o que diz a seguir. É quase ridículo, exceto que
ela está certa, não quero filhos. Eles não se encaixam em minha vida.

— Então, quer? — As suas bochechas estão rosadas e suas mãos tremem levemente enquanto leva o suco aos
lábios.

— Não. Não suporto crianças, na verdade. Quer dizer, alguns são legais, mas não sou um pai. Você fez isso,
então o criará. Vou passar e dizer olá em aniversários e outras coisas, mas além disso...
Ela pula e agarra a mesa como se quisesse se equilibrar. — Está me dizendo que vai me deixar com seu filho
para criá-lo sozinha? — A sua voz falha.

Eu me movo diretamente a sua frente e a olho diretamente naqueles olhos azul bebê. — Estou dizendo
exatamente isso. Eu. Não. Quero. Filhos! Sou o presidente de um clube de motos, Eve. Amadureça de uma vez
por todas. Você fez isso. Agora tem que lidar com isso.

A sua respiração é áspera enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto. Ela olha para o teto e de volta para
mim.

— Pensei... eu amo... — Ela engole e pigarreia, todos os sinais de lágrimas sumiram. — Pensei que precisava de
mim, mas tudo o que é, é um bandido assustado e patético que mata e vende drogas.

Porra. Ela me encara, seus olhos marejados de lágrimas, mas quase brilhando com um olhar de “quero matar
você”. Os meus olhos se estreitam e esfrego minha nuca. A minha cabeça está latejando. Ela precisa saber a
verdade. Não posso tê-la como um risco. Vou torná-la minha Old Lady, mudá-la para cá, e é aí que tudo termina.

— Oh, meu Deus. — Ela gira em seu lindo vestido e chinelos e corre de volta para o meu quarto. A porta
batendo faz meu coração apertar e odeio isso. Olho para a sua cadeira onde se sentou segundos atrás e para seu
suco mal tocado. Por um segundo, tenho que me forçar a permanecer forte. — Porra. — Pego meus cigarros e
ligo para Axel.

— Sim? — Grunhe ao telefone. Axel acha que os telefones são maus, então sempre soa como um idiota.

— Eve está grávida.

Silêncio e depois um longo suspiro. — Eu sabia, disse a você...

— Encontre-me no... — de repente paro. A verdade, não deixarei Eve sozinha e grávida. Sou um idiota, mas não
tanto assim. — Preciso ver como ela está.

— Blade?

— Sim? — Olhando ao redor da minha casa vazia, me pergunto como seria uma família.

— Eu sei que não sou seu maior fã, mas acho que ela é boa para você. É apenas uma questão de tempo antes de
encontrarmos nossas outras metades, e ela é a sua, cara. E se você contar a alguém que lhe disse isso, negarei.

Olho para os meus pés descalços e respiro. — Ela mentiu. Eu sei que está mentindo, e por algum motivo fodido
me excita.

Axel ri. — Sim, você está fodido. Faça funcionar, cara. Eu não quero o seu trabalho.

O silêncio me envolve enquanto deixo suas palavras penetrarem. Ele não quer, eu não quero, mas de uma forma
que quero. É meu direito de nascença e meu pai, irmão e avô merecem mais do que um idiota fugindo de sua
merda.

— Volto amanhã. Posso deixar Eve aqui.

— O que você precisar fazer, cara. E ei...

— O quê?

— Parabéns.

Não digo nada e desligo. Axel vai entender. Isso tudo está ferrado e preciso pensar. Escancarando meus
armários de madeira, pego uma garrafa de uísque, abro a tampa e tomo um gole. A falta de comida e o fato de
que ainda não é meio-dia me fazem devolvê-la. Pego o telefone e peço uma pizza e algumas asinhas de frango, e
então digo ao cara para se certificar de que a pizza está bem assada, já que é assim que Eve gosta. Saio e fumo
novamente e tento descobrir o que lhe dizer. Ela disse que me amava. Disse que me ama. Qualquer um de nós
pode amar de verdade? Dou uma longa tragada e seguro. O calor da bebida e deste cigarro ajudaram. O meu
telefone vibra no bolso de trás. Eu o abro. — Então? — Digo a Hilary.

— Ela está grávida. Enviei por e-mail nomes de alguns ginecologistas incríveis. Estou no hospital. Tenho que ir.

— Obrigado, Hilary.

— Seu velho ficaria nas nuvens por ser avô. Parabéns.

— É uma pena que nós, os McCormick, não possamos viver mais do que cinquenta anos, hein? — Digo e desligo.
Hilary ficou com meu pai quando... merda, nem acho que ela tinha dezessete anos. Ele a fez estudar e até pagou
para ela se tornar uma cirurgiã. Ela sempre teve esperança de que um dia ele faria o que lhe prometeu e
deixaria minha mãe. Ela é uma boa médica e costurou a mim e aos meus rapazes mais vezes do que gostaria de
admitir. Pago a ela uma tonelada de dinheiro e faz o que meu pai gastou uma fortuna para treiná-la para fazer.
Fora isso, fico enjoado de só de pensar, porque ela fodeu meu velho por anos, é como uma segunda mãe e tal.
Tenho minha mãe e ela não é perfeita, mas acho que é. Por isso, só costumo usar Hilary quando é
absolutamente necessário. Hoje eu queria uma mulher, uma vez que precisava que Eve se sentisse confortável.

A campainha toca e jogo meu cigarro no cinzeiro, fazendo uma nota mental para pedir mais alguns móveis de
jardim. A grama e a vista são pacíficas. Eve vai gostar.
Pago a pizza e as asinhas e penso seriamente em trazer a garrafa de uísque que estava bebendo, em vez disso,
fico do lado de fora da porta do meu quarto com as mãos cheias de comida, me perguntando a melhor forma de
lidar com a minha vida.

— Foda-se. — Abro a porta. Ela se senta na beira da cama. Mudou do vestido para jeans cinza com buracos nos
joelhos e uma camiseta branca justa que diz Groovy em seus seios. E está digitando em seu telefone
freneticamente. Além de seus dedos deslizando sobre o telefone como uma pianista, parece calma, o que claro,
me deixa em alerta. Olho em volta.

— Preciso de móveis — digo.

Não tenho escolha a não ser colocar a pizza na minha cama, é isso ou o chão. Ela cruza as pernas e me dá as
costas.

Que porra é essa? Meia hora atrás estava chorando e agora age como se eu estivesse abaixo dela, nem mesmo
me reconhecendo. O meu pescoço se aperta e o rolo, ouvindo-o estalar.

— Coma — exijo. Ela ainda digita, mas desta vez me olha. Os seus olhos estão inchados, mas suas bochechas
estão rosadas e seus lábios são vermelho-escuros. É tão linda por um momento, espero que tenhamos uma
menina: uma menina que se pareça com sua mãe.

— Presumo que posso ter uma segunda opinião? — Encaixa-se e se levanta. Os meus olhos caem em seu peito,
seus seios são nada menos que incríveis.

— Não se preocupe. Você verá o melhor amanhã de manhã. — Abro a caixa de pizza. O aroma de linguiça e
pepperoni permeia a sala.

— Você precisa comer. — Pego um pedaço de pizza pegajosa. Ela me encara, depois se vira e olha pela janela. —
Eve, não foi um convite. Você comerá. — Mastigando a linguiça picante de calabresa, uso as calças como
guardanapo. Ela me encara como se eu fosse a decepção em sua vida, com a qual não deveria me importar, em
vez disso, engulo minha boca cheia e digo — Tudo bem. Não coma. Acho que posso ligar para...

— Pare. — Ela tapou os ouvidos com as mãos. — Não posso lidar com você me torturando sobre meu pai, ou que
te prendi — grita na minha cara, sua voz tremendo enquanto segura as lágrimas que querem derramar por suas
bochechas coradas. Jesus Cristo, ela é como um filhote de leão feroz e meu pau fica duro instantaneamente.

— Eve. — Esfrego meu peito quase como se estivesse tentando bloquear meu coração dela. — Preciso que seja
honesta. Está feito. Você venceu, Anjo. Vou apoiá-la e seu pai para sempre, ok?

Ela me encara e morde o lábio inferior enquanto olha para o teto. — Você honestamente acha que eu queria
prendê-lo? — A acusação em seus olhos me faz perder o controle.

— Eu não dou a mínima — grito. — Cristo, estava prestes a acontecer algum dia. — O seu rosto empalidece e é
como se eu não pudesse evitar machucá-la, já que por algum motivo sua falta de alegria, ou não fazer o que
quero, me deixa com raiva. Encolho os ombros. — Tenho certeza que este não será meu último acidente.

Parece que lhe dei um tapa, e acho que sim. Isso foi uma merda de se dizer, já que não quero ninguém além
dela. Jesus, não tenho controle sobre ela. Preciso ficar longe dela. Ela está ereta, com os ombros para trás, mas
a dor que minhas palavras infligiram me faz querer agarrá-la e beijar todos os nossos demônios.

— Coma, Eve. — Eu me viro, deixando-a parada com o rosto pálido e os olhos brilhando de lágrimas. O que
diabos está acontecendo? Abro o armário da cozinha e pego a garrafa.

— Jason? — Não olho para ela e tomo um gole.

— O quê?

— É aqui que ficarei. Dessa forma, pode foder quem quiser na casa do clube! — Cospe, veneno gotejando com
cada palavra. Se ela não tivesse um leve tremor, acreditaria que tinha acabado. Inclino minha cabeça para baixo
enquanto agarro o balcão.

— Perfeito. Você pode decorar... e ir ao médico. — Tomo outro gole olhando pela janela da cozinha, não vendo
nada além do meu Anjo. — Sim, é melhor. — Levanto minha cabeça e me viro para ela. Os nossos olhos se
encontram e o tempo para enquanto meu coração dói. Dou um passo em sua direção.

Os seus grandes olhos estão cheios de uma emoção que não conheço ou entendo, mas é algo que quero, em um
segundo, seus olhos mudam e desaparece. Ela se vira, volta para o quarto e fecha a porta. Pegando a garrafa,
me esgueiro para o meu sofá e ligo a TV distraidamente, pensando que devo pedir outra pizza, porque de jeito
nenhum vou para aquele quarto.

VINTE E TRÊS
Eve
Acordo e olho pela janela. Sozinha, não posso lutar contra as lágrimas se formando em meus olhos. Abatida.
Isso é o que vem à mente enquanto olho para a manhã sombria. Virando de costas, olho para o teto. Como isso é
possível? Eu me tornei tudo que jurei que não faria.

— Oh, Deus — gemo, colocando minha mão sobre minha testa enquanto espero meu estômago rejeitar o pouco
que coloquei em minha boca ontem. Um tanto pasma, toco minha barriga lisa. Desde os doze anos de idade, me
disseram que nunca poderia acontecer isso. Jason saiu cedo esta manhã. Ouvi a porta fechar e trancar atrás
dele, o clique me lembrando que sou uma prisioneira. Por que eu tinha que ser tão fraca e me apaixonar por um
idiota? Eu suspiro alto e dramático. Ele ricocheteia nas paredes brancas. Sentando-me, olho para o quarto
fantástico. Com os móveis certos e talvez um pouco de tinta, poderia ser espetacular. Não vi a casa inteira
ainda, mas se for parecido com os quartos que vi, posso realmente gostar de decorar. A minha mente já está
evocando um verde agradável que ficaria ótimo aqui. Alongando-me, fico de pé e aí vem. — Cristo. — Sento-me
novamente enquanto a tontura e a náusea horrível que surgem a qualquer hora voltam rugindo. É sempre ruim
na primeira hora ou depois de acordar.

— Deus, isso é uma merda — gemo, mas pelo menos não estou morrendo, então é isso. Respiro fundo
novamente e meu telefone apita. Estendo a mão para pegá-lo, vejo três mensagens. Uma é de Dolly, com OMG!
Depois, há um gif de uma mulher grávida e um bambolê envolvendo sua barriga. Enviei uma mensagem para ela
ontem depois que Jason me disse que eu era basicamente sua escrava e que não tinha nenhuma
responsabilidade com seu bebê, em vez de ficar indignada ou mesmo triste por mim, se seu gif for alguma
indicação, parece animada, como se tudo isso fosse arco-íris e unicórnios. A última mensagem é de Jason, o
idiota, dizendo que Dewey me buscará em uma hora para uma consulta médica.

— Tanto faz — murmuro enquanto pressiono o número de Dolly.

Não recebe mais do que um toque quando ela grita — Puta merda! Estamos morrendo aqui. — Música alta
explode pelo telefone.

Claramente ela está no salão e ouço a voz de Doug ao fundo. — É a nossa rainha? Passe para cá.

— Pare com isso, Doug. Eu primeiro. Não aguento... quer dizer, não entendi sua mensagem de ontem. Você o
odeia, o ama. Quer transar com ele. — Ela começa a rir com o último comentário. — Você estava em todo o
lugar. — Ela grita e tenho que afastar o telefone.

— Dolly, pare de gritar. Já estou com náuseas. Não há muito tempo. Tenho que ir ao médico. — O silêncio alto
me faz revirar os olhos novamente.

— Ok, vou colocá-la no viva-voz. Não se preocupe, somos apenas nós. — A sua energia nervosa afunda direto em
meu íntimo, fazendo minha respiração engatar. Eu me levanto e olho pela janela, decidindo finalmente abrir a
adorável porta em estilo fazenda, que tem vidro na parte superior e madeira na parte inferior. Eu a abro e subo
no terraço de sequoia.

— Uau — murmuro olhando para seu quintal. Nada além de grama verde e vista. O terraço foi tão lustrado que
provavelmente poderia patinar nele se usasse meias.

— O quê? Eve vai nos contar tudo. Como fez o inacreditável?

— Está feita, garotinha. Missão cumprida. Você sabe disso, certo? — Doug começa e Dolly passa por cima dele.
Ela e Doug falam sobre como tenho tanta sorte. Jason será um ótimo pai e nosso filho será muito lindo.

— Gente — grito por causa do jorro sobre o sexo do dito herdeiro por nascer. — Ele não está feliz. Acha que
estou o prendendo e está me fazendo ficar em sua casa para que possa ficar na casa do clube para foder outras
mulheres. — A minha voz está ficando mais alta e mais alta até que tenho que parar e respirar fundo.

O silêncio se segue e eles começam a rir. Reviro meus olhos novamente. — Vocês dois são péssimos.

— Tudo bem, vamos analisar isso. — É Doug falando com uma voz calma e suave, muito melhor do que a
energia animada de Dolly.

— Primeiro, Jason diz coisas estúpidas. Ele está completamente obcecado, então não se preocupe com a foda
das vadias. Segundo, ele vai se apaixonar pelo bebê, então ficará muito tempo por perto, e terceiro... ele tem
uma casa? Não sabia que ele tinha uma casa, sabia?

E eles estão de volta continuando sua própria conversa. Volto para o quarto e tranco a porta, colocando-os no
viva-voz enquanto entro no banheiro. Aparentemente, Dolly sabia que ele tinha uma casa, mas nunca esteve
aqui antes. Então lhes digo que precisarei de ajuda para decorar, o que os faz gritar e não posso deixar de
sorrir. De alguma forma, sua empolgação e apoio total me fazem sentir drasticamente melhor. — Ok, vocês dois,
tenho que me preparar. Ligarei em breve.

— Sim, precisamos ir também. Clientes e tudo isso. Parabéns! Amo você! — Dolly grita e o telefone me diz que a
ligação foi encerrada.

Eu ligo o chuveiro e decido que talvez eles estejam certos. Jason fala o que falar, mas não me abandonou. Não
veio dormir comigo ontem à noite, mas também não foi embora. A minha mente repassa todas as minhas opções
enquanto tomo banho rapidamente. De repente, decido jogar isso fora. O telefonema com Dolly e Doug
consumiu muito mais tempo do que pensava. Colocando um vestido tubinho rosa e um pouco de maquiagem
leve, decido que estou muito bem. A minha pele tem um brilho saudável graças a todos os vegetais que Amy
enfia na minha garganta, ou isso ou meu corpo gosta de estar grávida porque, além dos enjoos matinais, estou
fantástica. Saindo do banheiro, olho para a caixa de pizza. Amo pizza fria, então abro e pego uma fatia quando a
campainha toca. O meu coração vai para o meu estômago até que me lembro que não é Jason. Ele não tocaria a
campainha. Colocando sapatilhas, abro a porta e sorrio para o feliz Dewey.

— Está pronta? — Ele está praticamente radiante. Jason não teria contado a todos, não é?

Pego minha bolsa. — Hum, não tenho uma chave, então...


— Não se preocupe. Prez me deu uma. — Ele orgulhosamente a puxa do bolso e sorri quando saio e permito que
feche a porta. Estendo minha mão, mas ele a coloca de volta no bolso.

— Espere, essa não é minha chave? — A minha voz fica mais alta quando vejo a escuridão começando a se
dissipar e o sol quente saindo. Aprecio sua vizinhança. A noite passada estava escura, então não pude ver as
duas casas vizinhas aqui. Elas são além de agradáveis. Quase me sinto como se estivesse em um sonho. Quer
dizer, quem pensaria que eu terminaria neste bairro e grávida há um ano?

Dewey abre a porta Tahoe para mim. — Não, Prez disse que você receberá uma quando ele disser.

Quando ele desliza para o lado do motorista, digo — Sabe, você nem sempre precisa me levar. Posso dirigir se
você estiver cansado ou...

As suas sobrancelhas franzem e franze a testa. — Garotas não dirigem. — Ele liga o carro e sai.

— Dewey, odeio confessar, mas dirijo desde os treze anos.

Mais uma vez, ele franze a testa como se eu estivesse estragando sua fantasia. Seja como for, não é sua culpa
ter sido criado do jeito que foi. O meu bebê não será criado como esses caras ou como eu. O meu bebê terá tudo
que nunca tive. Mal posso esperar para contar ao meu pai. Esta pode ser exatamente a inspiração de que ele
precisa.

VINTE E QUATRO
Blade/Jason
— Ei Prez, quer outro? — Ryder grita de dentro. Estou na piscina tentando decidir neste exato segundo se
enfrentarei este problema por completo esta noite. A piscina brilha como diamantes cintilantes. Pisco com o
brilho apenas para ter grandes seios falsos de Crystal pingando água em mim enquanto ela tenta montar em
mim. Deito e fecho meus olhos enquanto ela desliza pelo meu peito, esfregando seus seios falsos em mim. Tudo
o que vejo é Eve.

Eve!

— Puta que pariu. — Eu me sento e gentilmente, mas com força, afasto-a de mim.

— Que diabos, Blade? — Lamenta, me fazendo levantar. Não estou nem duro. Cristo, posso estar fodido, tipo
fodido, fodido. Como se o carma fosse uma merda. Corro minhas mãos pelo meu cabelo, olhando para o rosto
magoado de Crystal.

— Sim, Ryder, preciso de outro — grito. Ele acena com a cabeça e sai da casa. Balanço minha cabeça, ainda
precisando de um momento para me acostumar com seu novo visual. Ele raspou a barba e a cabeça outro dia.
Agora, toda vez que olho para ele, penso em Drax nos filmes Guardians of the Galaxy.

— É ela, não é? — Crystal traz minha atenção de volta para ela. Os seus ombros caem enquanto se senta na
beirada da almofada. Felizmente, o quintal e a área da piscina estão lotados de irmãos bêbados e prostitutas do
clube. Alguém aumenta a música enquanto Eminem bombeia no meu peito. É tão alto que os seios falsos de
Crystal estão saltando com a batida. Levanto seu queixo e sinto uma pontada de remorso. Eu a conduzi, até
mesmo indo tão longe quanto ter Edge se certificando de que ela estivesse no clube para que pudesse estar
aqui hoje. Ficou tão feliz que perguntei por ela. Bebemos o dia todo e agora estou farto. O sol e a cerveja velha
estão começando a me irritar, junto com o fato de que não tenho mais coragem. Ryder se aproxima com uma
garrafa de Jack. Olha de mim para Crystal e acende um cigarro.

— Ei querida, preciso de um momento com o Prez. — Crystal olha para mim, seu rosto ligeiramente queimado e
rímel preto escorrendo pelo seu rosto.

— Jesus. Ela está uma bagunça. — Ryder olha para ela e depois para mim.

— Crystal, vá se limpar — exijo. Ela tenta se levantar, mas está tão bêbada que afunda nas almofadas,
soluçando.

— Estou cansada. — Os meus olhos encontram os de Ryder.

Ele concorda. — Cuidarei dela. Eu vinha avisá-lo da volta de Dewey. — Ele pega o seu braço. Ela começa a
discutir, em seguida, tropeça com ele enquanto a leva em direção à casa.

Estas são as palavras mágicas. Examino o quintal cheio de irmãos bêbados e meninas nuas e ainda não é noite.
Uma fogueira está sendo acesa a alguns metros de distância, o cheiro de fluido de isqueiro permeando o ar.
Examino o quintal e vejo Dewey imediatamente. É o único vestido com jeans e uma camiseta junto com seu
colete. Está falando com Axel. Os pelos dos meus braços se arrepiam.

— O que aconteceu hoje? — Estalo. Dewey pula e olha para Axel, que imediatamente acende um baseado. Ele
inala e entrega a Dewey.

— O que aconteceu? Antes da festa, me conte tudo.

Ele deixa cair a mão para pegar o baseado. — Foi muito legal. — Todo o seu rosto parece se iluminar como se
estivesse quase esperançoso.

Axel bufa e Dewey balança a cabeça. — Não, Eve foi incrível. E seu novo médico a ama, como se não pudesse
tirar os olhos dela. Até mesmo dizendo que ela era sua nova paciente favorita.

— Que porra está falando sobre ele? — De repente, o cheiro rançoso da erva daninha junto com a enorme
quantidade de corpos suados me faz olhar para longe e para o céu.

— Dewey? — Exijo.

— O seu médico é um homem.

Pisco para ele.

— E está com quase três meses, dá para acreditar? Ela não conseguia. — Ele ri. — Ela ficava dizendo “Tem
certeza?” para o médico.

Ele olha para mim e depois para Axel, um enorme sorriso animado no rosto. — Ouvi os batimentos cardíacos do
bebê! — Empolgado, esfrega as mãos para cima e para baixo nas pernas e, pela primeira vez na vida, quero
acabar com Dewey. Tipo derrubá-lo no chão. Respiro e sinto a mão forte de Axel no meu peito, me empurrando
para trás.

— Pega leve, Prez.

Os olhos de Dewey se arregalam. — Fiz o que você me disse. Estive com ela o tempo todo.

Axel me empurra mais um pouco. — Vamos levar isto para dentro e pode contar a Blade tudo sobre isso onde é
mais silencioso.

Tirando sua mão de cima de mim, entro na sede do clube, ignorando a merda que está acontecendo lá dentro.
As drogas estão por toda parte, mas não dou a mínima. A adrenalina pulsa em mim. É a mesma sensação que
tenho quando uso minha faca ou arma. A minha mente continua repetindo o batimento cardíaco.

Dewey ouviu os batimentos cardíacos do meu bebê. Não sei como não quebrei um dente com a força que estou
apertando minha mandíbula. Abro a porta da sala de reuniões, minha respiração difícil. Cristo, estou a dois
segundos de fazer algo que me arrependerei, mas não consigo parar, então rosno — Agora. Como diabos isso
aconteceu?

Axel limpa a voz enquanto vai até a geladeira no canto. — Alguém quer alguma coisa?

Olho para ele.

— Cristo, Blade, deixe isso pra lá. — Ele tira a tampa da garrafa de cerveja e a joga em uma lata de lixo. — Se
você realmente quisesse ouvir o batimento cardíaco, teria levado sua namorada grávida em vez de transar com
Crystal e humilhá-la e a Eve. — Ele me olha direto nos olhos com essa merda. Tudo o que ouço, de repente, é o
meu batimento cardíaco enquanto me movo para ficar cara a cara com meu melhor amigo.

— Que porra você me disse? — Cuspo.

Os olhos de Axel se estreitam nos meus. — Você me disse esta manhã que ela não era nada especial. Que esse
bebê não iria mudá-lo e que não foi feito para ser a merda de pai.

Assobio pelo meu nariz. — Foda-se.

— Porra. Seja. Homem. Cara. Quer Eve. Fique com ela — grita e Dewey se esquiva de volta. — Você a
engravidou. O seu filho merece um pai. — Fica na minha cara. — Pare de mentir para si mesmo. É uma
vergonha do caralho. Terá sorte se Eve permitir que você chegue perto dela ou de seu filho.

É isso. Literalmente vejo vermelho enquanto o ataco. Ele está pronto e vai direto para o meu estômago, mas a
raiva é uma coisa poderosa. Não sinto o golpe na mandíbula. A verdade, isso me faz sorrir enquanto nós dois
batemos forte um no outro. A sala está silenciosa, mesmo quando caímos nas cadeiras e derrubamos copos.

— Jesus Cristo, que diabos? — Edge grita.

Balanço minha cabeça enquanto digo — Foda-se. — Edge e Ryder me puxam de Axel. Olho para Axel, seu rosto
uma bagunça sangrenta, mas tem um sorriso enorme.

— Você é meu irmão. — Ele se senta e cospe sangue no chão. — Está porém completamente viciado nessa
garota, e se não reconhecer isso, vai destruí-lo. — Dewey tenta ajudá-lo a se levantar, mas ele afasta sua mão.

— Filho da puta. — Vou em sua direção, mas Ryder é mais forte.

— Prez. Ficará tudo bem, cara. Eu contei a você meu sonho. Por que está lutando contra isso?

Empurro para fora de seu alcance e ignoro seu maldito comentário. Os meus olhos se concentram em Dewey.

— Você a levou para casa? — Cuspo enquanto respiro fundo.

Ele balança a cabeça. — Não, ela queria passar a noite com o pai. Estávamos dando uma festa e achei que seria
bom, já que você estaria ocupado.

Ouço Axel bufar e murmurar — Isso é uma piada. O seu pau está possuído.
Eu me endireito e ouço meu pescoço e ombro estalarem. Limpo minha boca enquanto sinto o gosto de sangue.

— Dê-me as chaves do Tahoe — exijo.

— Prez, por que não nos acalmamos. Você está bebendo e está sangrando, tanto você quanto Axel.

— É a minha maldita mãe? — Viro-me para Ox. — Preciso de sua permissão? Não. — Volto para Dewey. — Dê-as
para mim.

— Levo você. — Edge anuncia e estende a mão para as chaves. Dewey relutantemente as entrega. Assentindo,
estou muito cansado e chateado para discutir. Enquanto passo por Axel, paro para inspecionar os danos: seu
olho direito está partido e já inchado e fechado.

— Você se sente melhor? — Ele segura as costelas com uma das mãos e pega uma garrafa de tequila com a
outra.

Aceno sem me preocupar em responder. A minha garganta está dolorida e digo — Estarei de volta pela manhã.

Ninguém diz nada enquanto caminhamos para o Tahoe, ou estão muito ferrados para se importar ou meu rosto
diz tudo quando abro a porta e entro no banco do passageiro.

Edge fica quieto durante a maior parte do caminho até a casa de saúde. Só quando estaciona o Tahoe é que ele
se vira para mim.

— Ficará bem aí? A última coisa que ela precisa é que você enlouqueça, Prez. — Ele esfrega as mãos no rosto.

— Edge, você não tem ideia do que está acontecendo. Dewey ouviu os batimentos cardíacos do meu bebê.

Devo parecer louco porque ele franze a testa e diz — O quê?

— O meu bebê. Ele conseguiu ouvir o batimento cardíaco antes de mim.

— Por que?

Olho para ele e não digo nada porque o que direi? Acho que estou apaixonado por Eve e isso me assusta? Então
fiz Dewey ir com ela?

Ele olha para mim e abre a porta. — É difícil ser rei.

— Bem, eu sou. — Resmungo enquanto movo minha mandíbula dolorida. — Preciso resolver essa merda.

Entro no saguão. A pobre mulher atrás do balcão está tão atordoada que me encara com a boca aberta.

— Estamos aqui para ver James Smith. — Edge suspira enquanto nos registra.

Ela acena com a cabeça. — Hum... ele está, você está bem?

Eu me viro enquanto começamos a caminhar em direção ao quarto de James. — Nunca estive melhor, por quê?
— Ela me encara novamente e abro a porta do quarto de James, sem me importar em bater.

Eve está sentada com seu pai na mesa redonda. Devem ter acabado de jantar porque o quarto cheira a purê de
batata e alho. Ambos olham surpresos, e para um homem que está morrendo, ele não parece pior. A verdade,
ele parece melhor do que da última vez que o vi. Pelo menos seus olhos estão vivos. Sorrio porque ele parece
que quer me matar. Não que eu o culpe.

— Vamos — exijo. O seu nariz sobe e seus olhos olham para o meu rosto e descem para as minhas mãos
machucadas.

Ela joga suas ondas de mel por seu ombro e alcança a mão magra de seu pai com veias azuis e a acaricia. —
Acho que voltarei amanhã. — Ela se levanta e beija sua testa, e mesmo bêbado, ainda desvio o olhar. Ela ficará
uma bagunça quando ele morrer e agora está grávida.

— Vamos, Anjo. — Alcanço uma mão com os nós dos dedos ensanguentados para ela. Ela enrijece e James
começa a sibilar, mas obedece.

— Pensei que estivesse no clube dormindo com prostitutas — ela sussurra enquanto a arrasto para fora da sala.

Edge, que estava esperando na porta, fica para trás enquanto literalmente a puxo comigo. A pobre mulher atrás
da recepção se levanta, mas se senta quando vê meus olhos brilharem.

— Não estou com humor para a sua boca. — Abro a porta do carro e Eve me dá uma olhada. Estou bêbado o
suficiente para rir de como ela está tentando ser realmente feroz.

— Bem, não estou com humor para ser empurrada e a menos que queira que eu vomite em você, eu pararia
qualquer movimento rápido.

Edge tosse enquanto sorri. Desviando o olhar, ele se senta no banco do motorista. Paro e observo essa mulher
que viciou minha mente. Ela é linda, mas é mais do que isso. Por alguma razão, ela é o que anseio.

Travo os olhos com ela e não posso deixar de sorrir. — Vamos, minha pequena durona, no carro... por favor.

Ela bufa e franze a testa, mas entra. Cruzando os braços e as pernas, vira a cabeça. Quase rio da sua coragem.
Se ela fosse um homem, provavelmente estaria morta. Claramente, está delirando se pensa que tolerarei que
ela me ignore. Pego seu braço. Ela me encara, mas ignoro enquanto deslizo seu corpo quente ao meu lado. O
formigamento de tocá-la quase vibra com energia. É estranho, preciso dela, eu a quero, ela é minha, e estou
farto de ficar perturbado por ela.

— Ouvi sobre o batimento cardíaco do nosso bebê — sussurro contra sua testa. Isso chama sua atenção.

Ela olha para mim. — O quê?

— Dewey me contou. — Os seus olhos viajam pelo meu rosto, que provavelmente parece uma bagunça. Não
verifiquei se restou algum sangue de antes. Não senti gosto nenhum, então espero que pareça melhor do que
me sinto.

— Jason... você não o machucou, não é? — Os seus olhos azuis são tão sinceros e cheios de preocupação, que
uma onda de ciúmes se instala seguida de raiva, que ela pensou que eu machucaria Dewey.

— Se acha que eu machucaria Dewey, você não me conhece.

Ela olha para as mãos e depois para mim, os olhos brilhando de lágrimas. Fungando, olha pela janela para nada
além de escuridão e luzes da rua.

— Pensei que estava hospedado na sede do clube. — A sua voz falha no final. Estico minhas pernas para o lado e
a puxo para que ela não tenha escolha a não ser descansar no meu peito.

— Shhh, estou cansado.

— Sim, parece que esteve ocupado hoje. — Permaneço em silêncio. De que outra forma vou me defender. —
Tanto faz — ela murmura, mas permanece quieta enquanto a seguro.

Edge vira na minha estrada e ela se sente tão bem em meus braços que quase lhe digo para continuar dirigindo.
A sua respiração regular me faz apertá-la. Por alguma razão, tudo sobre Eve faz isso por mim. Quero cuidar
dela. Cristo, eu a quero tanto que nem estou chateado por ela estar grávida. O Tahoe para e Edge se vira para
me encarar.

— Quer que eu venha buscá-lo de manhã, Prez? — Os seus olhos estão cheios de compreensão, quase
ansiedade.

— Sim, me pegue de manhã. — Abro a porta e a levanto em meus braços. Como diabos ela se tornou minha
vida? Segurando-a com força, ando até a porta da frente e espero Edge destrancá-la e ligar o alarme.

— Estou feliz por você, cara — diz.

Antes que possa dizer qualquer coisa, ele fecha a porta. Eve se agita. Os seus cílios escuros e fuliginosos piscam
e se abrem enquanto parece confusa por um momento.

— Estou aqui, Anjo. Volte a dormir — murmuro enquanto nos levo para o nosso quarto.

— Adormeci? — Ela parece alarmada.

— Você está grávida. É normal. — Parece estranho para mim. Grávida. Eve e eu teremos um filho. Quero ouvir
tudo dela, de repente. Preciso de um banho, qualquer coisa para apagar o que fiz antes.

Quando começo o banho, vejo-a tirar a roupa no closet. Eu me lavo rapidamente, a necessidade de estar com ela
é tão forte que é como se eu estivesse possuído ou um alienígena assumisse o controle do meu corpo, mas em
vez de um pequeno homem do espaço sideral, é uma mulher com longos cabelos dourados e olhos tão azuis que
me perco neles. Termino e enrolo uma toalha em volta da minha cintura. Eve já está na cama com as cobertas
tão altas que tudo que posso ver são seus braços esguios e o cabelo espalhado no travesseiro. Apagando a luz,
olho pela janela. As luzes da cidade cintilam e brilham. Normalmente fecho as cortinas para que fique escuro
como breu, mas esta noite quero o luar junto com a cidade abaixo. Jogando minha toalha, subo na cama e pego
meu Anjo. Ela vem de boa vontade, e seu cabelo com cheiro de coco envolve em minha volta como fumaça em
uma fogueira. Ela suspira e diz algo sobre batatas fritas. Sorrio enquanto beijo sua testa. Eve fala durante o
sono; até agora, geralmente é sobre comida. Apenas uma vez chamou sua mãe quando teve um pesadelo. Cristo,
ambos estamos tão assustados e ferrados, como é possível que vamos ter um filho?

— Eve, querida? — A minha raiva desapareceu. Ela é tudo que preciso, mesmo que seja apenas esta noite.
Quero ser uma pessoa real, nem o presidente dos Disciples, nem Blade.

Quero ser Jason. Inalando-a, deixo minha mente vagar. Talvez não tive melhor educação. A minha mãe tentou o
melhor que pôde por meu irmão e por mim, mas quando seu marido é o Prez, está ferrada. O meu pai estava nos
levando para a sede do clube quando éramos muito jovens. Lembro-me da primeira vez que realmente segurei
uma arma. Tinha uns seis anos. Um dos oficiais do meu pai desmaiou, eu a peguei e ela disparou. Felizmente,
não matou ninguém. Ele me disse, em vez de me repreender, “grande garoto”. O oficial cuja arma peguei
circulou com tinta vermelha. É como uma foto rara na sede do clube. Então ele me levou para fora e me ensinou
como atirar corretamente com uma arma.

Eve pisca e olha para mim. Os nossos olhares se encontram e abaixo meus lábios em sua doçura. É lento e
quase doloroso quando levanto a cabeça.

— Conte-me sobre o nosso bebê.

Ela sorri e finalmente reconheço. Eu a amo. Porra! Não me importo se fez isso para me prender. Não me
importo se fez isso por segurança. Tudo o que me importa é que ela me faça sentir vivo. Que se me deixasse,
talvez eu não sobrevivesse. Jesus, sou como um homem das cavernas com sua companheira. Quero arrastá-la
pelos cabelos vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.

— Foi incrível, Jason. — A sua voz falha e seus olhos azuis estão cheios de emoção.

— Sim? — Alcanço e meu polegar esfrega seus lábios cor de rosa. — Sinto muito, Anjo. Eu deveria estar lá.

Ela pisca como se não entendesse. Eu a amo assim. É sempre mais fácil de lê-la quando não está totalmente
acordada, quando sua guarda não está levantada e somos apenas nós. Então aproveito para rolar e prendê-la
enquanto olho para seu lindo rosto.

— Eu quero você e nos quero. — Antes que ela pudesse falar, pego seus lábios e gemo quando se separam para
mim. É como se o brilho da lua tivesse lançado algum feitiço sobre nós, enquanto puxo minha camiseta dela. A
sua pele, tão macia e perfeita, me chama e a lambo, os lábios se movendo para baixo em seu pescoço e,
finalmente, em seus peitos de merda. Ela geme quando tranco em um mamilo duro e arqueia para que eu possa
chupar mais forte.

— Jason — sussurra, virando a cabeça no travesseiro.

— Abra os olhos, Anjo. — O meu pau está vazando com a necessidade de entrar em suas paredes de seda. A
minha mente nada enquanto meu corpo assume o controle e ambos rosnamos e ofegamos de prazer quando eu
entro nela.

Está chorando enquanto me apoio nos cotovelos. Preciso ver tudo o que ela sente.

— Porra... é tão bom para nós. — Empurro nela.

Ela alcança meu rosto. As suas mãos estão quentes e inalo seu perfume. Estou dentro dela. Envolveu sua alma
em torno da minha e nunca quero que esse sentimento acabe.

— Anjo. — Eu me inclino em seus lindos lábios. A sua respiração é doce e eu pego dela e respiro a minha de
volta em sua boca. Os nossos olhos se encontram, o luar lançando a quantidade certa de luz para tornar esta
noite toda quase irreal. Então ela me diz com palavras o que meu coração já sabe.

— Eu amo você. — Fortes e confiantes, suas palavras nos acariciam. E por um momento, quase sai da minha
própria boca que também a amo. Em vez disso, mantenho seu olhar enquanto me movo mais fundo dentro dela.
Observo-a e ouço sua respiração ficar difícil. Ela está perto.

— Anjo, meu Anjo. — Os seus olhos se estreitam e suas unhas agarram minhas costas e arranham enquanto seu
núcleo pulsa e se contrai, ordenhando meu pau em êxtase. As minhas bolas apertam, meus músculos do
estômago se contraem, e o prazer escoa de mim serpenteando até os dedos dos pés enquanto atiro minha
semente dentro dela.

— Jesus Cristo — resmungo enquanto o mundo e o quarto giram. Nunca experimentei nada assim. Rolando,
trago-a comigo. A intensidade que compartilho com essa mulher está me consumindo. Está se tornando minha
necessidade, salvação, vida.

— Jason?

Estou acariciando suas costas enquanto recuperamos o fôlego.

— O que, querida?

— Eu realmente amo você. — Ela se apoia no cotovelo, a bochecha apoiada no braço.

— Sim? — Tiro o cabelo de seu ombro.

— Sim — ronrona enquanto escova meus lábios. — E sei como você se sente por mim. — A sua voz é rouca e
cheia de mel e meu pau se contorce.

— Como me sinto por você? — Não posso deixar de sorrir para ela. Ela é uma mistura de deusa e anjo caído.

— Você também me ama. — Ela cai de volta no travesseiro e meu coração aperta. Não digo nada, mas me viro
para ela de lado e a agarro, puxando-a confortavelmente em meus braços.

— Vá dormir, querida.

VINTE E CINCO
Eve
Há um zumbido, uma espécie de abelha irritante em volta da minha cabeça. Estou aquecida e segura. Por que
esse zumbido não vai embora? Pisco meus olhos abertos e estou sendo segurada com força por um braço
musculoso e tatuado. O seu telefone está zumbindo e vibrando no chão.

— Jason. — Eu me movo para que estejamos cara a cara e a noite passada volte feliz para mim. Fizemos amor e
foi incrível. Eu lhe disse que o amo e sei que ele me dirá o mesmo em breve. Ninguém pode sentir o que
sentimos e não amar um ao outro. — Jason, seu telefone.
Ele grunhe e rola de costas, trazendo-me com ele. — Eu ouvi, quero mais alguns minutos com você.

A sua voz grave da manhã é a minha favorita, mas ele insinuou que vai embora de novo? Não, ele não
insinuaria. Fizemos amor ontem à noite. Este é um começo para nós.

— Humm, preciso fazer xixi. — A minha voz parece insegura.

Ele abre seus lindos olhos verdes e não posso deixar de sorrir para ele. Nós nos encaramos e vejo a parede cair
sobre seus olhos. Em segundos, vai de Jason para Blade. Eu me viro e saio da cama, estendendo a mão para
pegar seu telefone e jogando-o para ele. Depois de correr para o banheiro, tranco a porta.

— Merda. — Caio de joelhos enquanto tento silenciosamente vomitar. A minha mente dispara com o fato de que
me expus como um livro aberto. Levantando, gemo e pego minha escova de dente. Ele não disse nada. Eu disse
tudo.

— Eve. — Jason bate à porta me fazendo quase derrubar minha escova de dente.

— Tem merda acontecendo — grita enquanto a maçaneta da porta balança. — Destranque a porta.

Olho para mim mesma e suspiro. Definitivamente já pareci melhor, mas pelo menos estou nua e meus seios
estão espetaculares. Destrancando a porta, sou saudada por Jason olhando para seu telefone, seu braço tatuado
encostado na lateral da porta do banheiro. — Tenho que ir.

— Ok. — A minha voz falha e limpo porque não começarei a chorar de jeito nenhum. De jeito nenhum!

Ele finalmente levanta os olhos do telefone e por uma fração de segundo seus olhos suavizam e quase acariciam
meu rosto, descendo pelo meu corpo. Em seguida, empurra a parede e alcança meu queixo. As suas mãos
quentes cheiram a fumaça. Ele deve ter fumado um cigarro rápido.

— Se precisar de qualquer coisa, me ligue. Se quiser ir a qualquer lugar, ligue para mim. — Os seus olhos estão
tão indiferentes que quase dou um passo para trás em confusão.

— Eu quero ver o meu pai. — Então quero pegar minhas unhas e arranhar seu peito ou, melhor ainda, seu lábio
machucado. Se eu pudesse me inclinar e...

— Pedirei a Dewey para levá-la. — As suas mãos quentes deixam meu rosto enquanto se vira e pega sua arma da
mesa de cabeceira.

— Não há consultas médicas sem mim.

Como se eu fosse um animal de estimação, um objeto. Que porra estava pensando lhe dizendo que o amava?
Fico olhando, quase congelada, enquanto meu estômago vira e sua forma alta se afasta, a batida da porta um
forte lembrete de que sou uma idiota. Ele não me ama. Sou uma garota estúpida que será a sua mamãe bebê23.
Afundando na cama, olho ao redor. O seu quarto é tão branco que quase me deixa nervosa. Como os programas
de TV em que o personagem principal fica preso na ala psiquiátrica e enlouquece.

— Deus. — Cubro meu rosto com as mãos, gemendo ao me lembrar de cada coisa que disse a ele na noite
passada. Por que, Eve?

Deixo cair minhas mãos com um baque alto e dramático. Eu deveria voltar para a cama. Olho para seus lençóis
pretos limpos, seu cheiro picante me envolvendo como a fumaça que exala de um de seus cigarros. Talvez
acorde e tudo que eu lhe disse seja um pesadelo. Bufando com meus pensamentos delirantes e patéticos, me
forço a levantar e ir até o banheiro. Engolindo meu reflexo, quase vomito de novo com o cheiro persistente do
meu vômito. Rapidamente, ligo o chuveiro. A água quente é tão rápida que parece que nunca me acostumo.

Fecho meus olhos e deixo a água quente calmante acariciar minha pele. A minha mente clareia enquanto
formulo um plano. Um, nunca dizer a Jason que o amo novamente. Ele não merece e é meu para cuidar. Dois,
preciso roubar algo. A verdade, não é nem uma necessidade, é um querer, um sentimento em mim mesma que
tenho que trazer de volta à vida. Preciso de algo mais forte, do controle. Preciso controlar minha vida. Desligo o
chuveiro com uma nova força que não sentia há semanas e saio. Enrolando uma toalha ao meu redor, olho para
o espelho embaçado. Não preciso me ver para saber que estou de volta. Endireito meus ombros e me seco. O
balcão da pia limpo está branco e vazio.

— Droga. — É por isso que eu sempre, sempre me certifico de ter todas as minhas coisas na minha bolsa. Loção
para as mãos, maquiagem, sempre tive de tudo, mas ultimamente tenho escorregado. Quer dizer, por que
carregar toda essa merda quando tenho bastante em casa? Casa. Bufo em desgosto. Estou realmente pensando
na casa do clube como um lar? Revirando os olhos, me viro para ver todo o banheiro. É tudo branco e limpo,
juro que poderia comer neste chão de ladrilhos brancos. Que diabos? No canto, há um atraente armário branco
francês.

— Perfeito. — Os meus olhos observam os objetos. — Que porra é essa? — Pego uma barra de um sabonete
chique com cheiro de rosa. — Aquele idiota. — Começo a pegar todo tipo de coisas de mulher. Creme facial Olay,
creme para as mãos de coco Bath & Body Works e contas de banho de espuma douradas e rosa.

Ele mentiu.

Claro, que mentiu. Por que ele me contaria a verdade? Não sou nada para ele. Batendo o armário, jogo minha
toalha no chão e vou me vestir. — Nunca trouxe uma mulher para esta casa, hein? — Tudo o que ele diz eu
acredito. Quase quero pegar toda aquela merda do armário e jogar do seu lado na cama, mas isso deixaria óbvio
que eu me importo e já me humilhei o suficiente lhe dizendo que o amo.
Gemendo com o pensamento, coloco um par de jeans brancos justos e uma camiseta rosa junto com um tênis
Converse branco. Distraidamente, balanço minha cabeça. Estou ficando mimada... mole até. Primeiro sem loção
para as mãos na bolsa e agora tênis limpos. Eu sou uma casca do meu antigo eu. Isso acaba hoje. Tenho um
bebê em que pensar e meu pai. Viro-me quando uma onda de tontura, talvez uma dose séria de realidade, me
atinge e quase me deixa de joelhos. Estou grávida. A verdade estou realmente grávida. Nunca pensei que
ficaria, e mesmo que Blade não queira, eu quero. Estou emocionada, na verdade. Ele ou ela governará o mundo.
Com meu cérebro e a coragem de seu pai, nada será capaz de detê-lo.

Girando, pego minha bolsa, me certificando de que minha faca ainda está lá. Faço isso todos os dias. Mesmo que
eu tenha ficado mole, não sou estúpida. Por uma fração de segundo, me preocupei que Jason pudesse tirar isso
de mim, mas ainda está aqui. Pego meu telefone e envio uma mensagem para Dewey dizendo que estou pronta
para sair daqui. Eu provavelmente deveria comer algo. Não que esteja com fome, mas tenho certeza que meu
bebê está. Sorrindo com esse pensamento, vou até a cozinha. Preciso ir às compras se ficarei aqui. Isso é
loucura. Tudo nesta casa é perfeito. É limpo, branco e cheira a alvejante. Franzindo o nariz, me pergunto, é
Pinho-Sol? Uma grande fruteira de vidro está no meio da ilha de madeira e pego uma banana. Algumas portas
francesas têm vista para o terraço e a vista do vale abaixo. Abrindo-as, saio e fecho os olhos. Por um momento,
deixei o calor do sol da manhã aquecer meu rosto. Por um momento, realmente me permito o luxo de ouvir o
chilrear dos pássaros. Posso sentir o cheiro de grama cortada e um cortador de grama ruge na rua. Pela
primeira vez na vida, gosto de onde estou. A casa de Jason é incrível, mesmo com suas paredes brancas. Suspiro
e abro os olhos para descascar a banana e dar uma mordida.

— Uau, até suas bananas são perfeitas. — Não posso deixar de rir. Sério, é madura e não mole, firme e deliciosa.
Mais ou menos como seu pau duro e grosso. As minhas bochechas queimam enquanto visualizo seu pau, dedos,
lábios e esfrego minhas pernas. Ótimo, agora minha calcinha está molhada e pegajosa.

Um zumbido em minha bolsa me faz sair da terra dos meus sonhos. Procurando nela, coloco o resto da banana
na boca. Distraidamente, me pergunto se devo colocar uma calcinha limpa. Olho para o meu telefone: é uma
mensagem de Dewey. Claro que tudo o que diz é “Fora” e um emoji sorridente.

— Deus, Dewey. — Reviro meus olhos e jogo meu telefone de volta em minha bolsa. Às vezes eu gostaria de ser
Dewey. Está sempre tão... feliz, nunca deixando que as coisas o afetem. A verdade, a única vez que o vi chateado
foi quando o esfaqueei. Essa culpa incômoda começa a me fazer duvidar de mim mesma. Empurrando meu
cabelo para trás, raciocino comigo mesmo. Dewey está bem. Ele não vai se machucar porque Jason não vai
descobrir. Preciso ser inteligente, alerta, e ninguém ficará sabendo. E terei uma bela poupança, só para
garantir. Apenas no caso de... o quê? Caso Blade realmente apareça apenas em aniversários e feriados? Quase
rio de como fui boba por deixar isso me incomodar. Estou apostando na esperança de que ele não consiga ficar
longe. Ele me quer. Pode não me amar, mas me quer.

Colocando meus óculos de sol, estou quase pronta. Graças a Deus não agi como uma criança jogando toda essa
merda de garota na cama.

— Preciso ser calculista se eu o quiser. — E o quero.

— Querer quem?

Giro em direção à porta e suspiro. — Puta merda, você me assustou.

Dewey sorri e fica parado na cozinha, um homem adulto com olhos de criança felizes.

— Dewey! Não pode entrar assim. Você me assustou.

Ele parece confuso. — Enviei uma mensagem e você não veio. — Balança a cabeça. — É meu trabalho cuidar de
você.

Cerro os dentes com a lembrança de que ele está certo. Jason não confia em mim. Não posso culpá-lo. Estou em
todo o lugar agora no departamento de emoções.

— Bem, da próxima vez, bata. — Aceno minha mão na porta.

— Desculpe. Estava preocupado. — Os seus olhos castanhos são sinceros. E, novamente, tenho aquela sensação
que é difícil de expressar, quase como... compaixão ou responsabilidade. Eu não sei, mas odeio isso, então eu a
afasto.

Ele balança a cabeça e segura a porta aberta enquanto saio. Olho para trás e tenho que desviar o olhar antes de
roubar as chaves de Dewey. Terei meu próprio conjunto em breve. Isso se jogar minhas cartas da maneira certa.

— Está com fome? Devo garantir que você coma. — Ele abre a porta Tahoe para mim.

— Estou morrendo de fome, na verdade. Por que não vamos àquela loja de rosquinhas no salão de Dolly e posso
comprá-las para meu pai.

— Hum, essa é a direção errada.

— Eu sei, mas provavelmente deveria parar e ver Dolly de qualquer maneira. Sabe como preciso ficar depilada e
tudo mais.

O rosto de Dewey fica vermelho enquanto ele limpa a voz. — Prez disse para alimentá-la e levá-la para a clínica
do seu pai, mas... acho que uma rosquinha é comida.

Mordo de volta um sorriso. Como absorventes internos, qualquer coisa relacionada à vagina torna os homens
estúpidos. — Desculpe, Dewey. Estou apenas tentando manter Blade feliz.

Ele tosse no ombro e estala o pescoço como Jason faz.

— Ei, sem problemas. — Ele aperta o botão para abrir a janela e liga o rádio. Quase gemo alto com a música
country que ele parece adorar. Em vez disso, olho para a rua estreita e suas casas incríveis. Estou fascinada
com tudo isso. Jason tem uma casa em um bairro que parece rico. As pessoas estão correndo e passeando com
seus cachorros.

— Há quanto tempo Jason tem este lugar?

Ele dá de ombros e mantém os olhos na estrada. Sempre esqueço que Dewey precisa se concentrar muito mais
do que a maioria. Estou começando a reconhecer as lojas e restaurantes da Ventura Boulevard. Passamos por
um enorme CVS24 e quase grito para ele parar, mas vamos, preciso pensar em diamantes, não em loção para as
mãos. Falando em diamantes, há uma loja de penhores do outro lado da rua da casa de Dolly. Não que isso me
faça bem. As lojas de penhores estão cheias de câmeras e tudo está trancado com um vidro supergrosso. Sim, a
maneira de arrancá-los é pegando um martelo e quebrando o vidro. Pegue o que puder, rezando para não levar
um tiro. Não trabalho assim. O cara que dirigia a casa de diversões do parque tinha um filho que fazia isso. Ele
deu uma longa chave inglesa e tentou roubar uma loja de penhores no Arizona, ainda está na prisão, acho. De
qualquer forma, é desesperador, descuidado e estúpido. Eu não sou idiota.

— Então, quer uma rosquinha simples? Pode ser bom para você e para o estômago do seu pai? Você sempre
pega rosquinha de tudo e eu não sei... — Dewey estacionou o carro e está se preparando para sair.

— Oh, hum. — Jesus, há quanto tempo estou na minha cabeça? Não tinha ideia de que ele havia parado.

— Sim, rosquinhas simples. — Pulo para fora e vou para o salão de Dolly, chamando por cima do ombro: — E
algo doce, se tiverem. O meu pai adora qualquer coisa doce.

Ele acena com a cabeça e olha para suas botas enquanto se arrasta para a loja de rosquinhas. É isso. Puta
merda, estou livre. A adrenalina bombeia por mim até a ponta dos dedos e tenho que respirar por um segundo.
Já faz muito tempo. Não sou mais Eve, sou uma loira de cabelos sujos que costumava roubar os bolsos das
pessoas em segundos. Eu me viro e me certifico de que estou sozinha e entro em uma pequena butique.

O incenso me atinge assim que entro e um pequeno sino avisa que estou aqui. Uma mulher de quase quarenta
anos está sentada atrás da mesa ao telefone enquanto aceno e rapidamente examino o lugar em busca de
câmeras. Encontro uma apontando para a loja. Deus, é quase fácil demais. Como roubar doce de um bebê.

Eu descaradamente ando até as prateleiras de vestidos realmente bonitos e começo a pegar vários. Ouço a
mulher dizer que tem um cliente e precisa desligar.

Estou indo para a seção de jaquetas quando a ouço dizer — Posso colocar tudo isso em uma cabine para você?
— Os seus olhos estão afiados e alertas e sorrio meu doce sorriso.

— Sim. — Despejo minha pilha em seus braços estendidos e vejo como se vira e caminha até uma cortina alta de
cor âmbar. Eu acho que é o vestiário? Não importa. Não tenho tempo para refletir. Estendo a mão e pego alguns
anéis no balcão. É um display, na verdade, de aparência legal com areia de cores diferentes. Os anéis são
colocados na areia ou em uma rocha de lava negra.

— Obrigada. — Ando até a cortina e percebo como o piso de madeira tem flores pintadas.

— Se precisar de mais alguma coisa, me avise. Talvez um cinto para combinar com os vestidos?

Ela precisa pintar o cabelo. Agora que estou perto dela, é marrom escuro com um centímetro de raízes cinza.
Quase lhe digo que ela deveria ir ver Dolly ou Doug, mas isso seria terrivelmente rude. Além disso, estou
pressionando meu tempo aqui. Se houver fila na loja de rosquinhas, provavelmente terei mais alguns minutos,
do contrário, Dewey entrará em pânico se eu não estiver no salão de Dolly. Fechando as cortinas com um
assobio rápido, vou ao trabalho, pego meu telefone e para configurações e toques, escolho o tom de abertura e
deixo tocar. E está ligado... — Olá... Espere, o quê? Não consigo ouvi-lo. Excelente. Estou fazendo compras. E
papai? Oh merda, ok, acalme-se. Estarei aí em breve.

O tempo todo em que estou tendo essa conversa falsa, gostaria de ter mais tempo para experimentar essas
coisas. Algumas delas são extremamente fodas, mas não, então coloco um macacão preto que custa
ridiculamente US $ 399 e uma camiseta branca cortada para ir com eles em minha bolsa. Agora é o seguinte.
Não consigo ver nenhum dispositivo neles, o que me leva a acreditar que está contando com os espelhos e a
câmera, ou são costurados e ela os desativa na verificação. Não importa. Não demorarei o suficiente para
descobrir. A verdade, a julgar pelo seu cabelo, o salão de Dolly é o luga r perfeito para me esconder. Sorrio
enquanto coloco os anéis em meus dedos, as roupas seguras na minha bolsa, e saio parecendo cada centímetro
a garota perturbada que eu sou.

— Oh, meu Deus, aqui. — Despejo a pilha de roupas em seu balcão de vidro. Olhando-a nos olhos, digo — Minha
irmã disse que meu pai caiu. Eu voltarei. Amei suas coisas — digo, acenando minha mão com seus anéis em
meus dedos. Ela acena com a cabeça.

— É claro. Espero que esteja tudo bem, querida.

É isso... meu sangue está bombeando. Estou tão carregada que sinto cada pequeno som e cheiro. Está vivo e
formigante e não quero que esse sentimento acabe. Alcançando a porta, saio e o alarme dispara. Eu me viro e
olho para a mulher, revirando os olhos como se fosse culpa dela.
— Escute, desculpe, mas tenho que ir. Jesus, nem comprei nada. Esta coisa está explodindo em mim? — Estou
bancando a idiota.

Os meus olhos começam a se encher de lágrimas. — O quê? Deus, este dia pode ficar pior? — Levanto minhas
mãos e começo a andar. Ela não me segue e me obrigo a não correr. A adrenalina está fluindo pela minha
corrente sanguínea como lava quente desce por um vulcão. Respire, Eve. Paro e espero um grande SUV preto
virar, mas isso não acontece. Em vez disso, ele para a minha frente.

— Cristo! — Quase bato no capô. As portas se abrem e sai um cara hispânico.

— Eve Smith? — Olho para o homem. Está em um terno escuro, e de repente, meu estômago embrulha. O
sangue escorre para o meu rosto e fecho os olhos. Puta merda, estou ferrada.

VINTE E SEIS
Blade/Jason
— Você está bem, cara? — Estou olhando pela janela. A escuridão da manhã se transformou em um dia
ensolarado. A calçada está cheia de Harleys, o cromo captando o sol perfeitamente para me fazer piscar e me
virar. Estou no limite. Não sei se é a briga da noite passada ou Eve dizendo que me ama. O bebê? Eu me viro
para olhar para Axel. Os seus olhos azuis refletem preocupação. Além do preto e roxo, ele não parece mal.

— Estou ferrado, acho. — Os meus olhos observam nossa sala de conferências. Tem a merda de sempre
acontecendo. Beber, usar drogas e discutir e não estou com humor para isso hoje. — Todo mundo fora, menos
meus oficiais — ordeno.

A sala fica em silêncio e não me viro para vê-los murmurar e ir embora.

— Pega leve, Blade. — Axel olha para mim e depois para seu telefone, que está vibrando. — Merda — sibila, olha
para mim, então se vira e responde. O tempo e o ruído param. É a mesma coisa que aconteceu antes de meu pai
e meu irmão morrerem. Tudo para, e sei que a merda da minha vida vai desabar sobre mim. Pisco enquanto vejo
Axel falar animadamente ao telefone, em seguida, olho para Ryder. O meu executor, a rocha do meu clube,
parece que vai explodir em lágrimas.

— Chame nossos advogados. — Digo isto sem nem mesmo ouvir o que está acontecendo, mas não preciso.

— Deixe comigo. — Os seus dedos já estão batendo em sua tela.

— Fique aí. Ox está a caminho — grita Axel ao telefone e espero ouvir o que sei que será o divisor de águas.

Ergue os olhos. — Eve foi pega pelos federais por furto em uma loja. — Esfrega a nuca. — Ela não vai falar,
certo? — O que significa “quer que eu coloque uma maldita bala na sua cabeça”? Porque não permitimos
traidores e certamente não precisamos de mais merda nenhuma.

— Acho que pelo olhar que está me dando é um não — diz.

Inspiro e expiro e olho para meus irmãos. — É minha mulher. É minha responsabilidade. Preciso de vocês para
protegê-la. — Todos acenam com a cabeça, seus olhos treinados em mim.

Ryder levanta os olhos de seu telefone. — Rodney está a caminho de Burbank PD25.

Os telefones vibram à medida que as mensagens chegam. — Estamos bloqueados. Tudo o que acontece não sai
desta sala. Porra. — O meu telefone vibra quando olho para baixo para ver o número de Doc subindo. Rolo o
meu pescoço e me preparo.

— O quê? — Rosno porque ele é a causa de todo esse calor. E agora tenho que proteger Eve, tudo porque sua
esposa é uma maldita drogada e ele não vale nada. A raiva toma conta do meu cérebro e, por alguns momentos,
não compreendo que não seja Doc falando, mas uma mulher. Ela está gritando e chorando na ponta da linha.

— Sandy? — Pego minha lâmina e apunhalo a mesa de madeira. — Você tem que parar de chorar — ordeno.

— Você fez isso, Blade! É tudo culpa sua... se pudesse... se ele pudesse ter feito a droga... isso não teria
acontecido. Ele teria nos deixado em paz. — Os seus soluços e palavras arrastadas são quase difíceis até para eu
entender e sou um maldito profissional lidando com viciados em drogas.

— Sandy, do que diabos está falando? — Olho para o meu antebraço. Está coberto de arrepios quando esfaqueio
a mesa novamente. Desta vez, a força é tão grande que uma garrafa se espatifa no chão.

— Hum... acho que ele precisa de uma ambulância... Doc? — Ela começou a soar como uma criança. — Não
pode ser... você o matou?

O meu pulso bate nas minhas têmporas. — Com quem está falando? — A sua respiração está difícil e
definitivamente ouço um homem ao fundo. — Sandy? É o Doc? — Grito ao telefone que está assustadoramente
silencioso.

— Porra. — Olhando ao redor da sala, vejo que todos os meus rapazes estão prontos, os olhos alertas. Pressiono
o nome de Doc, mas vai direto para o correio de voz. — Cristo! Algo deu errado com Doc e Sandy. — Expiro
antes de olhar para cima.
— Ela o matou, certo? — Edge fala enquanto coloca seu telefone no bolso e verifica sua Glock. Olha para cima,
olhos estranhamente calmos, quietos, mortais. É um de seus pontos fortes. Edge nunca perde isso.

— Ela o matou, certo? — Edge fala enquanto coloca seu telefone no bolso e verifica sua Glock. Ele olha para
cima, olhos estranhamente calmos, quietos, mortais. É um de seus ternos fortes. Edge nunca perde isso.

— Não tenho ideia... Parece que alguém está com ela. Jesus Cristo. — Olho para Axel que está pálido e tudo
menos calmo. — Axel, você vem comigo e com o Ox para pegar Eve.

Olho diretamente para Edge. — Vá cuidar disso. — Concorda. — Ryder vai com... se estiver fora de controle...

— Nós tratamos disso. — Ryder vai para o cofre e entrega a Edge outra Glock junto com várias balas e outros
dois telefones descartáveis.

Olho para o meu telefone e ouço meus dentes rangerem. — Fale para mim, Roddy. Este dia não foi nada além de
uma merda. Diga-me que minha garota está segura. — Faço um gesto para que Axel e Ox se movam.

Um pressentimento inquietante está pulsando em meu sangue como o veneno de uma picada de cobra. Axel
grita ordens para os caras que jogam sinuca quando passamos e Ox emite um sinal sonoro para abrir o Tahoe.

Há estática e então a voz de Rodney. — Fique calmo, Jason. Estou aqui e Eve está comigo. Cheguei aqui a
tempo. Eles não a interrogaram ainda. Tentaram, mas ela não disse nada. — A respiração que estive prendendo
por horas lentamente escapa. — De acordo com um dos policiais, estava muda, exceto para pedir água.

Batendo a porta do Tahoe, aceno para Ox para começar a dirigir.

— Estou a caminho.

— Não entre, Jason. Ligarei para você quando a liberarmos.

— Não sou estúpido, Rodney — estalo, me preparando para explodir com ele, em vez disso preciso dele, então
engulo minhas observações mordazes. — Eu sei que não devo ir. Vamos esperar por ela lá fora.

— Aguarde, por favor. — Se tudo isso não fosse tão mórbido, riria das maneiras educadas do meu advogado. Ele
está resmungando algo para alguém.

— Desculpe, Jason, eles estão sendo difíceis, dizendo que a roupa que acidentalmente tinha na bolsa é razão
suficiente para segurá-la. Informei que a roupa foi plantada e ela não tem antecedentes. Então, por favor, uma
coisa de cada vez. Deixe-me cuidar de Eve. — Desliga. A linha fica muda e olho para os meus punhos, que estão
vermelhos e inchados da noite passada e também porque os estive tão apertado que realmente doem.

— Axel? — Sei que estou rosnando, mas tenho um mau pressentimento de que algo acontecerá e que talvez
nunca me recupere. — Quando foi a última vez que você viu Doc?

Ele não diz nada e olha pela janela.

— Irmão, preciso de você agora. A merda está acontecendo.

Ele se vira e abaixo minha cabeça em minhas mãos. — O quê? O que aconteceu para fazê-lo ficar assim? —
Esfregando meu rosto, me inclino para trás e espero meu melhor amigo falar sobre seus pecados.

— Doc veio ontem à noite. .. tarde depois que você saiu. Estava nervoso e paranoico. — Ele ri enquanto olha
pela janela. — Queria dinheiro, disse que alguém estava atrás de Sandy e que me pagaria assim que começasse
a cozinhar novamente.

Respiro fundo e solto. — Você lhe disse que havíamos votado em não negociar mais?

Axel olha para mim e depois para o meu telefone, que está vibrando em minha mão.

— Fale comigo, Ryder — digo, tentando encaixar todas as peças de merda antes que ele me diga o que já
sabemos.

Altas sirenes estão ao fundo. — Espere um segundo. Deixe-me ir ao fundo deste buraco de merda. Porra, isso
fede. — As sirenes diminuem e a voz de Ryder é alta e clara.

— Sim, ele está morto, Prez. E não há sinal de Sandy.

Os meus olhos viajam para a janela enquanto aceleramos pelas ruas de Burbank e digiro as notícias. Porque
embora eu soubesse que ele diria isso... quero dizer, o telefonema com Sandy era óbvio, mas isto... isso confirma
que meu amigo de infância foi assassinado ou morreu de overdose de drogas. Ele está morto, de qualquer
forma, e sua esposa maluca está vagando pelas ruas, drogada, paranoica e louca.

— Sabe o que aconteceu?

— Ele está morto há horas, muito antes de Sandy ligar. O lugar é um chiqueiro de merda. Estavam metidos em
alguma coisa séria.

— Jesus — Axel geme enquanto inclina sua cabeça escura para trás no assento de couro.

— Acho que os policiais estão lá? — Percebo que paramos, noto que Ox nos estacionou para que possamos ver a
entrada do departamento de polícia. Ele tira os óculos escuros para esfregar os olhos. Doc era um irmão. Pode
ser um delator, mas primeiro era um irmão.
— Sim, está com fita de isolamento, mas o Agente Deckard mandou sua lembrança e me deixou identificar o
corpo.

Libero o ar que estava segurando porque não tenho ideia do que diabos Doc fez naquela merda em que estava
morando.

— Os policiais já haviam passado pelo local, certo?

— Sim, mas não acho que tinha nada além de drogas. Parecia que ele estava tentando comprar coisas para
preparar alguma merda, mas deve ter morrido antes. Porra, Prez, eles eram durões. — A voz de Ryder está
cheia de raiva.

— Dê o fora daí. Eu o encontro de volta na sede do clube.

— É isso aí, Prez.

— E Ryder, tente encontrar Sandy antes que ela faça qualquer coisa maluca. Toda essa merda está conectada.

Ele suspira. — Quem quer que esteja com Sandy o matou, ou os dois estão altos demais para se importar.

— Isso a torna perigosa. Pegue Edge e encontre-a. — Desligo porque Rodney está ligando.

Olho para Axel, que está embalando seu pequeno cachimbo preto cheio de maconha. O acender do isqueiro e
sua inspiração profunda me fazem apertar o botão da janela para abrir e permitir a entrada de um pouco de ar
enquanto a fumaça espessa e pungente se agarra ao banco de trás.

— Roddy, fale comigo? Estamos prontos?

Um suspiro alto vem do telefone. — Sim. Estão liberando-a. Claro que ela precisa ver o juiz, mas... do nada, ela
pode ir.

Posso dizer pelo tom de Rodney que ele não está feliz. — Qual é a sua preocupação? — Pergunto, me inclinando
para frente e olhando ao redor do estacionamento.

— Bem, dez minutos atrás, estavam tentando encontrar uma maneira de fazê-la falar e mantê-la, então do nada
disseram que ela pode ir? Algo que eu preciso saber?

— Eu lhe conto mais tarde. Estou esperando aqui fora. — Pego meus cigarros.

— Dê-nos dez minutos ou mais. — Ele desliga e acendo, soprando a fumaça no ar.

— Axel? Que porra é essa cara? Não pode ser tão chocante que Sandy finalmente matou Doc ou outra pessoa o
matou. Pelo que sabemos, poderia ter tido uma overdose. Ryder disse que o lugar estava infestado de drogas.

Ele suspira e abre a porta do passageiro. — Ele me pediu ajuda, Blade. Pediu-me categoricamente para
conseguir ajuda para ele e Sandy e eu o ignorei porque tinha certeza de que estava armando para mim... para
nós. — Sai e olha para mim, seus olhos azuis marejados de lágrimas. — E agora ele está morto e me sinto um
merda. — Bate à porta e caminha na direção oposta da delegacia.

Ox limpa a garganta e olha para mim. — Deixe-o ir embora, Prez. Ele ficará bem.

Olho para ele enquanto dou uma longa tragada de nicotina em minha garganta. — Doc estava trabalhando com
os federais. Sandy está envolvida e quem quer que estivesse falando matou Doc. — Engulo a fumaça e a sinto
queimar por toda a minha garganta. Preciso pegar Eve e ir para um lugar seguro. Sinto que estou chapado. A
minha cabeça está zumbindo quase como se eu estivesse em um túnel e uma abelha perto da minha orelha. As
portas se abrem e vejo meu advogado Rodney emergir, seu terno escuro fora do lugar neste dia quente. Ele tem
o braço em volta de Eve enquanto a conduz para fora. O meu coração está apertado.

— Fique aqui e mantenha o motor funcionando. — Saio com um rosnado. Todo o meu corpo diz: vá até ela.
Talvez seja todo o treinamento maluco que passei, mas algo está errado. Sinto isso, sei disso.

— Sua vadia! Isto é tudo culpa sua. O seu maldito irmão estragou tudo, então Blade estragou tudo. — Sandy
está a meio metro de Eve, seus olhos correndo ao redor como os de um animal selvagem enjaulado.

Estou me movendo o mais rápido que posso porque isso não pode estar acontecendo. Estamos no meio do
Departamento de Polícia de Burbank. Sandy continua a gritar com Rodney e Eve chocados. O seu cabelo oleoso
e sua pele ferrada quase parecem que ela foi mergulhada em óleo. Posso sentir o seu cheiro quando olha para
mim ou porque estou chamando por Eve ou porque Eve está chamando por mim. Em câmera lenta, vejo sua mão
ir direto para sua mochila suja e sei o que essa vadia louca está pensando.

Tudo o que minha mente está dizendo sem parar é: chegue a ela. É como piscar as luzes de Natal.

Estou tão perto. Por que Rodney não pode levá-la para dentro? Por que não há polícia? Estou gritando, mas
Sandy também. Ninguém além de Eve parece me ouvir. Os meus olhos encontram os dela e tudo em mim está
nela. Ela de alguma forma se tornou minha razão para respirar. E neste exato momento, sei o que preciso fazer.
O que sempre farei se tiver a sorte de poder passar mais tempo com ela.

Eu tive esses momentos em minha vida em que minha mente congela e se concentra nos eventos que estão
acontecendo. Vejo os lindos olhos azuis de Eve arregalados e desafiadores para Sandy. O meu corpo inteiro está
em alerta. Não sei como sei que Sandy fará o imperdoável, mas eu sei. Pela primeira vez em minha vida,
literalmente levo uma bala por alguém. Os ruídos estão silenciados agora. E estou caindo. Tudo o que sinto são
mãos frias em meu rosto quente enquanto caio no concreto. Nunca me importei em morrer. Com todas as
merdas que fiz em minha vida, certamente não posso ficar surpreso. Fecho meus olhos e vejo um garoto loiro
que olha para mim com olhos tão azuis que não podem ser reais. Ele tem que ser mítico, um ser mágico porque
sorri e me chama de papai. Então tudo fica escuro.

VINTE E SETE
Eve
Estou no chão. O corpo quente de Jason amorteceu minha queda. Demoro um momento para me orientar. O
cheiro de cobre ou é metal? Está a minha volta. Pisco enquanto olho para seu lindo rosto. Os seus olhos verdes
estão quase pretos e alcanço para tocar seu rosto. Ouço vagamente os delírios da mulher que atirou em Jason.

Alvejado. Jason.

Eu me contorço quando ele me diz para ficar parada, mas posso sentir a umidade quente que sei que é o seu
sangue fluindo na minha barriga. A mulher grita como uma fera enjaulada, mas tudo que posso fazer é me
concentrar em Jason.

— Eve, Anjo, você está bem? — Ele não se moveu, é como se não pudesse. O medo toma conta de todo o meu
corpo e percebo que estou agarrada a ele e gritando.

Os seus olhos piscam e ele coloca seus lábios carnudos, que sempre são quentes, na minha testa, mas desta vez,
estão frios.

— Jason... não se atreva a fechar os olhos. — Forço-me a olhar em volta para a comoção. Policiais estão por toda
parte, armas são apontadas e aquela vadia louca é contida. Sujeira e fumaça me fazem engasgar ou talvez sejam
apenas minhas próprias lágrimas.

— Eve? Você está machucada? — Resmunga.

— Não. — Agarro seu rosto com ambas as mãos. — Ela atirou em você. — Então olho para Ox, que está lutando
para chegar até nós, e ouço Rodney me dizer que preciso soltar Jason, para que os paramédicos possam chegar
até ele. Aceno e Jason grunhe novamente, mas seus lábios ainda estão na minha pele febril.

— É um menino, Anjo. Eu o vi.

— Jason? Que porra é essa? Alguém me ajude. — Olho para cima quando Axel grita e dois policiais o
eletrocutam. Alguém tira Jason de cima de mim e observo em câmera lenta muda enquanto o colocam no
oxigênio e de repente estou na ambulância com ele junto com Rodney.

— Eve? Quando chegarmos ao hospital, quero que seja examinada. — Não falo enquanto o vejo falar em seu
celular. Fico olhando para o cara de uniforme azul enquanto cuida desse homem que se tornou a minha vida.
Estendo a mão e toco sua mão, aquela com a tatuagem. Está quente e agarro sua força.

— Ele está bem. — A minha voz parece calma e forte. O cara me olha com uma expressão estranha.

— Preciso cortar a camisa dele. Tudo bem? — Ele olha para Rodney, que está falando alto e agitado com quem
está falando.

— Está tudo bem.

O paramédico hesita e então tira a camiseta. Depois de inserir algumas agulhas, se vira para mim. — Ele perdeu
muito sangue. Sabe o tipo sanguíneo dele?

Balanço minha cabeça negativamente enquanto encaro seu lindo peito. Um buraco cheio de sangue perfurou
seu lado.

— Você é a sua esposa, certo? Quero dizer, esse cara, é como o verdadeiro negócio. — Ele diz isso quando
começa a conectá-lo a algum fluido.

Lambo meus lábios secos, em seguida, me sento em linha reta e olho nos seus olhos. — Está bem. Conserte-o.

— Ele está estável.

Inclinando-me para trás, descanso minha cabeça na parte de trás da ambulância, fecho meus olhos e tento
firmar minha respiração e estômago. Jason salvou minha vida. Ele se jogou a minha frente. Os meus ouvidos
ainda estão zumbindo com os gritos terríveis daquela mulher e o tiro.

— Você está bem? — Pulo com a voz do homem. Os seus olhos castanhos estão focados em mim e em minhas
calças brancas, que estão cobertas com o sangue vermelho brilhante de Jason. A minha camisa rosa está
secando, grudada na minha barriga. Levanto minha mão para esfregar minha testa. — Estou bem.

Os seus olhos se estreitam e me lança um olhar breve. — Certifique-se de que alguém a examine.

Balanço um pouco quando a ambulância se vira e desliza para a entrada do pronto-socorro. As portas se abrem
e pisco enquanto a luz do sol entra na ambulância. A equipe do hospital está retirando Jason. Rodney pula e joga
o telefone dentro do paletó ensanguentado.

— Vamos, Eve. Precisamos deixá-la a par da situação — Estende a mão para mim. Praticamente corremos ao
lado de Jason. Os seus olhos continuam tremulando abertos enquanto o levam para longe.

— Espere, ele está acordando. — Eu me movo para contornar a mulher que está cuidando dele.

— Desculpe, podemos continuar a partir daqui. — Ela é alta e seu cabelo está preso em um coque apertado. O
tom pode ser vermelho, mas o coque é tão apertado, pelo que sei é castanho.

— Ele precisa de mim. — Devo parecer louca, porque ela dá um tapinha no meu ombro enquanto me leva
gentilmente em outra direção.

— Você é sua esposa?

— Sim. — Simplesmente sai.

— Ok, enviaremos seu médico para lhe contar tudo assim que tiverem qualquer informação, mas vamos nos
concentrar em você agora. Ok? — Está falando devagar e com tanta calma que quase não gosto dela.

A mulher toca levemente meu braço. — Vamos dar uma olhada. — Ela sorri gentilmente e aceno.

— Espere, onde está Rod... onde está o homem com quem vim aqui?

— Vou encontrá-lo e enviá-lo para sua área. — Ela me guia por algumas portas e para a área de emergência
principal. — Aqui. — Ela me entrega algumas toalhas acinzentadas. — Caso queira se lavar. Um médico virá em
breve para examiná-la. — Ela fecha a cortina e é nesse momento que começo a tremer. O medo e a necessidade
de estar com Jason quase me fazem abrir as cortinas e fugir, mas não tenho ideia de onde ele está e todo o meu
corpo está tremendo tanto que meus dentes estão batendo. Seguro a pia de alumínio e ligo a água enquanto
uma nova enfermeira diz — Toc toc. — A cortina se abre e um cara asiático amigável e em forma, de uniforme
roxo entra.

— Oh, meu... ouvi sobre o que aconteceu com você. Posso pegar alguns cobertores? Está tremendo.

Eu abro a água quente e deixo limpar minhas mãos ensanguentadas. Sangue vermelho, que parece tinta, gira e
escorre pela pia. Ele está no computador me fazendo perguntas, metade das quais não tenho ideia de como
responder. Já tomei todas as minhas vacinas? Os históricos médicos da minha mãe e do meu pai?

Que porra é essa?

— Você está bem? — Ele olha para mim e então para a água, que esqueci completamente que estava correndo.
Estende a mão e a desliga.

— Acho que está em choque. Por favor, sente-se. — Olho para as minhas mãos, estão limpas, mas vermelhas.
Enquanto me desliza para sentar no final de uma cama de hospital, sinto como se alguém estivesse pegando
uma agulha e enfiando-a nos meus dedos e na parte superior das minhas mãos.

Ele olha para mim e sorri. Alcançando um armário, me entrega um par de cobertores tipo lençol branco
acinzentado.

— Obrigada.

Está de volta à tela, olhando por cima do ombro. — Está tomando algum medicamento?

— Não, mas estou grávida. — Os dedos do pobre coitado congelam.

— Você está grávida? Deveria ter nos contado isso logo. Deixe-me chamar um médico.

Olho em volta enquanto ele sai. Estou infeliz e o tremor não melhorou. Estou quase em convulsão. Preciso de
Jason. O medo do desconhecido não é meu amigo. Não posso desmoronar agora, tenho que me controlar.

— Eve? — Ouço a voz cansada de Rodney.

— Aqui. Estou aqui. — Eu me levanto e abro a cortina. Este pronto-socorro está ocupado. Enfermeiras,
bombeiros, paramédicos enchem a área das enfermeiras e aceno para um Rodney de aparência esgotada. Ele
corre e agarra meu braço, fechando a cortina.

— Cristo, estou me preparando para fazer o registro. — Ele passa a mão pelo cabelo castanho claro. A sua
camisa azul escura está manchada de sangue, sua calça de terno preto está enrugada e manchada de sujeira.
Não tenho ideia do que aconteceu com seu paletó. — Está bem? Onde está o médico? Meu Deus, você está
horrível.

Quase comecei a rir porque depois de todo o horror que passamos, eu estava pensando a mesma coisa sobre
ele. — Estou com um pouco de frio.

— Você está em choque, Eve. — Olha para seu telefone zumbindo. — Conversei com um dos médicos que tratam
de Jason. Ele está bem. A bala errou todos os órgãos; limparam e costuraram. Fizeram uma transfusão de
sangue nele. — Sinto meus joelhos literalmente começarem a ceder e me abaixar na cadeira à minha direita.

O seu telefone toca novamente. — Preciso atender. É sobre segurança. Além disso... — aperta o botão em seu
telefone. — Espere um segundo — diz ao interlocutor. — Eu acho que é melhor se você ficar com minha esposa.
— Abro a boca para dizer não, mas ele vira as costas para poder recitar coisas de advogado.

Ouço-me exalar. Jason está bem. Ele está bem... E comecei a chorar.
— Merda, deixe-me ligar de volta. — Rodney desliga e dá um tapinha no meu ombro sem jeito. — Eve, querida,
ficará tudo bem. Infelizmente, essas coisas acontecem e nós lidamos com elas.

Olho para ele e soluço algo entre um soluço e uma risada. Essas coisas acontecem? Quero lhe dizer que essas
coisas raramente acontecem, e que porra é essa?

Antes que eu possa falar, um médico entra. Limpo meus olhos para poder vê-lo. É afro-americano com um
sorriso gentil e olhos que brilham de compaixão. Ele imediatamente começa a me fazer perguntas sobre o
tiroteio e quer saber de quantos meses estou. Afastando-se, ele permite que uma enfermeira conduza uma
máquina. Deito-me, fecho meus olhos e os deixo fazer o que precisam fazer.

Meia hora depois, fui examinada. Fizeram um exame de sangue e um ultrassom antes de o médico permitir que
eu tivesse alta. Felizmente, o bebê parece bem. Parei de tremer e agora estou cansada. Preciso de um banho e
de Jason. Rodney e eu estamos esperando nossos passes estúpidos. Ele está ao telefone novamente, então fico
esperando.

O som de saltos clicando me faz olhar para uma mulher. Está caminhando rápido, algo que sempre me
surpreende. Como as mulheres de salto podem fazer isso? Se eu não estiver usando salto anabela ou bota, tenho
problemas. Ela anda como se tivesse nascido neles. Os seus longos cabelos loiros caem em suas costas, e seus
óculos de sol pretos gigantes cobrem a maior parte de seu rosto. Ela se vira e parece olhar para mim enquanto
pressiona o botão do elevador. Quando olho para longe e para trás novamente, ela parece estar franzindo a
testa para nós. Os óculos escuros estão escondendo metade de seu rosto, então eu poderia estar imaginando.
Olho para as minhas mãos, que ainda estão ligeiramente rosadas, e então para a mulher mais velha atrás do
balcão de informações tentando confirmar meu passe. Ela digita as informações em seu computador em um
ritmo lento.

Tento não suspirar, mas não consigo evitar. Ela me lança um olhar de desaprovação e me entrega os passes.
Rodney pega-os e agarra meu braço para me guiar. Quero dizer a ele que posso andar, mas estou cansada
demais para me importar. Ele aperta o botão e se vira para mim.

— Tenho que lhe perguntar isso porque o FBI estará aqui em breve. — O barulho da chegada do elevador me faz
pular. Olho para meu reflexo no elevador espelhado, um tanto chocada com meu reflexo. Jesus, nem acredito
que posso entrar aqui. Não é de admirar que todos estejam olhando para nós. Estou tão mal que parece que
estou com uma fantasia de Halloween e Freddie Kruger se apossou de mim.

— O quê? — Pego meu elástico do pulso e puxo meu cabelo do rosto em um coque bagunçado.

O elevador se abre e ficamos de lado enquanto um casal e um médico saem. Quando a porta fecha atrás de nós,
Rodney me mostra seu telefone e uma foto do meu irmão me encara.

— É... Benny. — Expiro e procuro o rosto cansado de Rodney.

Ele desliga a tela e coloca o telefone de volta no bolso da calça do terno. — Esse é quem Sandy diz que matou
Doc e a fez enlouquecer.

Pego o corrimão atrás de mim e balanço a cabeça. — O que você está falando? O meu irmão desapareceu há
quase um ano. E quem é Doc? — Devo parecer instável porque ele estende a mão para me firmar.

— Sandy é a esposa de Doc. Ele faz ou fazia parte dos Disciples. — Limpa a garganta. — Hmm, há rumores de
que ele e Jason hipoteticamente criaram uma droga de rua.

Balanço minha cabeça, minha mente girando. — Não sei nada sobre isso.

— Bom, então quando eles a entrevistarem, você diz exatamente isso. — Quase reviro os olhos, mas estou muito
cansada e só consigo olhar para ele.

— Pelo que estou ouvindo de um dos meus rapazes da polícia de Burbank, Sandy está dizendo que Benny matou
Doc. Que ele os estava ameaçando e quando Doc não fez o que queria, o matou. — O elevador abre lentamente e
Rodney pega meu braço novamente. Os meus olhos voam ao redor enquanto minha mente gira como um
hamster girando em torno de sua roda.

— Não entendo. Essa mulher é louca! Ela atirou em Jason! Espero que tenha uma morte dolorosa nas mãos de
alguém da gangue de Jason.

Rodney para e me encara como se eu fosse louca e talvez seja, mas aquela vadia quase tirou minha vida, e isso,
nunca perdoarei. Ele tosse e me acompanha até o posto de enfermagem, onde todos nos encaram.

— Por favor, mantenha essa última parte para você, Eve. Limite-se a não saber de nada e não ter visto ou ouvido
falar de seu irmão por quase um ano.

— Tanto faz — murmuro. — A minha cabeça dói e preciso de algumas roupas. Ficarei com Jason. Com que devo
falar?

Paramos na sala C49 e Rodney se vira para mim. — Eve, honestamente sinto que você estará mais segura
ficando comigo e com Sarah. Ela vai adorar ter você. — Ele sorri e mesmo parecendo querer cair de exaustão,
seus olhos são brilhantes e gentis, mas não preciso de gentileza. Preciso de Jason.

— Obrigada, Rodney. — Ele sorri um pouco mais largo. — Pretendo porém ficar aqui até que Jason tenha alta. —
Dou um tapinha em seu ombro e passo por ele em direção à porta. Uma grande janela me cumprimenta. O sol
está lançando um lindo brilho nas duas cabeças loiras. Paro por um momento, fazendo com que Rodney se
impulsione direto para mim.

— Oh, com licença — Rodney diz para a loira alta de antes. Ela se senta na beira da cama, chorando. Jason está
apoiado em um soro.

Devo fazer barulho porque os dois se viram e estou perdida nos olhos verdes mais incríveis. Estão injetados,
mas ele está acordado e vivo e tudo congela em mim. Eu respiro sua respiração através do espaço. O meu amor
por este homem me consome, me domina. Ele é meu tudo. Não me importo se não estamos sozinhos na sala ou
que esta mulher está olhando para mim. Eu corro para ele e ele sorri enquanto me jogo nele. Ele grunhe, mas
ri.

— Estou bem, Anjo. — Ele acaricia minhas costas, já que pareço ter agarrado seu peito. O cheiro de desinfetante
me deixa um pouco enjoada e enterro meu rosto em seu pescoço. Ele toca minha bochecha. Fico parada e ouço
a batida forte de seu coração e desfruto do calor de sua pele.

— Eve... querida, sente-se. Eu quero que conheça minha mãe.

Sua mãe? Eu pulo para cima para olhar para a mulher loira olhando para nós no que parece ser um choque se
sua boca aberta for alguma indicação.

— Humm... oi. — Fico tímida, de repente. Quer dizer, nunca conheci a mãe de ninguém. Ela fica me olhando
com os mesmos olhos verdes de seu filho, uma daquelas mulheres que pode dizer que era bonita, mas o sol e
tudo o mais que a vida jogou nela a fez envelhecer. Ela é alta e magra, mas sua pele é quase muito bronzeada e
as linhas ao redor de seus lábios vermelhos me dizem que fuma. O seu longo cabelo loiro está quase caindo até
a bunda.

— Jason? — Ela olha para mim e depois para o filho, sua voz tão rouca que me lembra a de Emma Stone.

Ele segura minha mão, provavelmente porque sente minha carência. É óbvio: não consigo parar de tocá-lo.

— Mãe, esta é Eve. Ela é minha namorada. — Ele sabe que odeio ser chamada de Old Lady e sorri. — E a mãe
dos meus filhos. — A sala fica quente de repente e me jogo na cadeira ao seu lado. Ele disse filhos? Agarro os
braços com tanta força que minhas unhas deixam marcas.

— Oh, meu Deus. — A sua mãe cobre a boca e balança a cabeça. — Bem, isso encerra tudo. Você precisa se
afastar. Depois do que aconteceu hoje... pelo amor de Deus, Jason, tem um bebê para cuidar. — Ela pega alguns
Kleenex e quase violentamente puxa um para fora.

— Mãe, esta não é a primeira vez que levo um tiro. — Ele se senta e imediatamente fico de pé, me
assegurando... nem sei o que estou me assegurando. É como se estivéssemos ligados agora. O seu sangue ainda
está em mim e seu bebê cresce em meu útero, mas o que ele fez hoje me tornou sua de uma forma que ainda
não consigo entender totalmente.

— Eu não vou desistir. Eve e o bebê estarão protegidos. Não se preocupe com isso nunca. — A suas palavras
fazem minha barriga vibrar e apertar meu núcleo. — Anjo?

Olho para ele, tão lindo mesmo sentado em uma bata azul de hospital com uma intravenosa em seu braço. O seu
rosto está machucado e sem cor, mas ainda irradia energia, um magnetismo que faz meu coração bater mais
rápido.

Ela funga no lenço de papel e olho para mim mesma. — Preciso de um banho. — Parece loucura, mas neste
ponto, não me importo. Jason gosta de mim e isso é tudo que importa.

— Você não vai embora — retruca. — E mãe, por favor, pare de chorar. A bala me atingiu. Perdi muito sangue,
só isso. — Pega minha mão e surpreendentemente me puxa para o lado de sua cama.

— Vá tomar um banho. Pedirei à mamãe para comprar algo para você na loja. Preciso falar com Rodney de
qualquer maneira.

Rodney se vira com o telefone na mão. — Sim, precisa ser informado. — Aponta para ele, sorrindo. — Também
cobrarei o dobro por hoje. — Sorri enquanto Jason geme. Rodney é um bom homem e um advogado ainda
melhor, se seu tempo ao telefone servir de indicação.

— Vá se limpar, querida. — Observo enquanto ele aperta um botão para pedir mais analgésicos ou uma
enfermeira. Ele quer que eu fique, de qualquer forma, e pretendo. Quando acendo a luz do banheiro, a
adrenalina que me faz continuar e a fome me atingiu como se alguém tivesse jogado uma pedra na minha
barriga. Um rosnado alto e ácido queimam meu estômago até o pescoço. Parcialmente assustada com o que
encontrarei, evito meu reflexo, e em vez disso, tiro as roupas sujas de sangue, agora secas e duras, e abro a
torneira do banho.

Enquanto me ensaboo, faço um balanço dos meus ferimentos. Tenho um joelho esfolado que está superdolorido.
O meu cotovelo está arranhado, mas fora isso estou bem. Jason salvou minha vida. Está sentado naquela cama
de hospital porque se jogou a minha frente. Levantando meu rosto para o jato do chuveiro, me permito digerir a
verdade de que meu irmão é um sociopata completamente louco ou a vadia que atirou em Jason é louca.
Alcançando o minixampu, lavo meu cabelo, tentando decidir se Benny poderia realmente ser um assassino e se
realmente me importo? Ele não era perfeito e mudou com as drogas... mas um assassino a sangue frio? E por
que ele estaria saindo com Doc e Sandy, sabendo que os Disciples estariam observando? Isso é completamente
estúpido.

Desligando a água, queria que todos tivessem ido embora e eu pudesse subir na cama com Jason e dormir por
dias. Enrolo a toalha branca barata ao meu redor e espio. Rodney e Ryder estão conversando com Jason. A sua
mãe está sentada no canto fumando um cigarro eletrônico. Tenho certeza de que não é permitido, mas não cabe
a mim dizer nada. Uma sacola está ao seu lado. Limpo minha garganta e ela e Ryder olham para cima. Os seus
olhos castanhos estão em alerta enquanto ele balança a cabeça e volta para Jason.

— Oh ... aqui, espero que sirva. — Ela me olha da sola dos pés até o cabelo molhado e pingando. — Comprei um
vestido para você.

— Obrigada. — O meu rosto esquenta. A pressão de querer que essa mulher goste de mim é tão importante que
deixo cair a sacola. Olho furtivamente para Jason. O que quer que estejam dizendo a ele deve ser ruim, porque
tem aquela expressão. Tenho certeza de que é sobre Benny e quase quero dizer algo para defendê-lo, mas penso
melhor. Deus, eu me lembro quando fui levada pela primeira vez para pagar sua dívida. Eu odiei Benny. Agora...
acho que ele é um idiota egoísta e viciado em drogas. E vamos ser honestos, se ele matou Paul, bem, o mundo é
um lugar melhor sem pedaços de merda como aquele idiota vagando por aí. Carma é uma vadia. Eu me abaixo e
pego a sacola da loja de presentes e tiro um vestido rosa frente única.

— É tão bonito. Obrigada. — Sorrio e ela fica segurando seu cigarro eletrônico, seus olhos me observando.
Finalmente, ela diz: — Troque de roupa. Gostaria de pagar um jantar a você no refeitório, Eve.

Pisco, em seguida, me movo tão rápido quanto meus pés descalços podem me levar para o banheiro.
Rapidamente largo a toalha e visto o vestido, minhas mãos tremendo. Isso é um absurdo. Por que estou tão
nervosa? Suspirando, me avalio no espelho. O vestido é fofo. A cor me faz parecer fresca, feliz. Depois de toda a
água quente e esfregar minha pele, tenho um brilho rosado saudável.

— Será ótimo. Você terá um filho dele, e ela será legal — digo para a garota no espelho. Apago a luz e abro a
porta indo direto para minha bolsa. Pego uma escova e tento desembaraçar meu cabelo, em seguida, prendo-o
para trás com um elástico no pescoço. Jogando um pouco de brilho labial, olho para baixo e olho com nojo para
meus tênis ensanguentados.

— Aqui. — A mãe de Jason me entrega alguns chinelos rosa brilhante. Olho para ela. Ela levanta a mão para
Ryder parar.

— Você está bem? — A sua voz rouca faz meu rosto ficar mais quente, seus olhos verdes absorvendo cada
detalhe. Devo passar porque seus lábios carnudos sorriem ligeiramente.

E quero morrer ali mesmo. Em vez disso, digo — Sim.

A sua mãe pega sua bolsa. — Vou levá-la para comer um pouco. Cuide dos negócios. — Ela se abaixa para beijar
Jason.

— Bom. — Os seus olhos encontram os meus. — Volte logo.

Concordo. — voltarei.

Ryder sorri e Rodney começa a argumentar que eu deveria ficar com ele e sua esposa.

— Ela fica comigo.

Rodney abre e fecha a boca, passando a mão para cima e para baixo na gravata. — Tudo bem, mas...

— Não. — Uma palavra e sorrio com confiança.

— Eu já volto. Quer que eu traga alguma coisa para você? — Aproximo-me dele e de novo, assim que nossos
olhos se cruzam, tenho essa sensação de calor como a primeira mordida em um sundae de calda quente: aquele
calor delicioso de calda de chocolate seguido da doçura do sorvete que lhe faz feliz. Nós nos encaramos até que
Jason sorri novamente e estende a mão para trazer meus lábios aos dele.

— Nada, Anjo. Vá comer um bom jantar.

Não consigo respirar. Ele roubou a mim mesma e tudo o que ouço saindo da minha boca é a verdade. — Eu amo
você.

Alguém tosse e olho para cima por um momento e de volta para ele, seus olhos verdes tão vivos com o que sei
que tem que ser amor.

— Ryder? — Ele me solta. — Envie alguém com Eve e minha mãe.

Eu a ouço bufar. — Deus, aqui vamos nós. Vamos, Eve. O serviço secreto nos manterá seguras. — Ela revira os
olhos dramaticamente para Jason.

— Não está em discussão, mãe. — Ele se inclina mais para trás nos travesseiros e faz uma careta de dor por um
segundo.

— Jason? Precisa de mais medicação para dor. — Ela amolece instantaneamente e, por um segundo, sinto falta
de minha própria mãe. Pisco as lágrimas.

— Não se preocupe, mãe, cuido disso. — Ela acena com a cabeça e caminhamos até a porta. Ryder segue e
cinco Disciples se levantam quando nos veem.

— Sean, vá com elas. — Acena para ele e isso parece ser tudo que Sean precisa, porque olha para nós e pisco
em estado de choque. Ele é como o clichê do motoqueiro mau. Altura média, cabelos escuros que precisam ser
cortados e pele bronzeada e curtida.

— Vocês mulheres estão prontas?

A mãe de Jason revira os olhos. — Vamos, Eve. Precisamos conversar. — Ela enlaça seu braço com o meu
enquanto meio que me desliza pela sala das enfermeiras e entra no elevador. Sean aperta o botão do saguão.

— Jason não nos apresentou corretamente. Eu sou Leah.

É como se eu estivesse em um estado estranho de não sei o quê. Como se minha cabeça estivesse balançando e
eu estivesse falando, mas tudo estava um pouco abafado e um pouco fora do lugar.

— Prazer em conhecê-la. — Pronto. Pareço normal. O elevador se abre com um ding. Leah mais uma vez enlaça
seu braço com o meu. Estou grata, na verdade, é bom ter alguém guiando você quando se sente perdida.

— Gostaria de poder dizer que esta é a primeira vez que venho a este hospital. — Entramos na grande cafeteria
que está surpreendentemente vazia.

— Ei, você — Leah grita para um cara hispânico servindo comida quente.

— Que diabos? Você simplesmente me ama, não é? — Ele sorri para ela. — O de sempre, Leah?

— Sim, claro. — Leah se vira para mim. — José, esta é a noiva do meu filho, Eve. — Envergonhada de como meu
coração salta uma batida quando diz isso, quase engasgo. Limpo minha garganta e sorrio para ele.

— Bem, ele com certeza é sortudo. — Ele pisca para mim. — O que posso servir para você, Eve?

O meu estômago ronca enquanto olho para tudo.

— Posso comer duas fatias de pizza de queijo?

— Absolutamente. — Vira-se para pegar um prato. — Então, quem é desta vez, Leah?

Ela suspira e envolve o braço em volta da minha cintura como se estivesse me ajudando a levantar, mas acho
que posso estar ajudando-a. — Meu filho. — Respira fundo. — Ele levou um tiro, mas graças a Deus está bem. —
Põe a mão no meu braço.

— José, por favor, nada de pizza para Eve. — Ela acena com a mão dramaticamente. — Faça o seu prato como o
meu, obrigada. — Sorri para ele e parece dez anos mais jovem. Quase digo algo, mas quero que ela goste de
mim, então me detenho. Além disso, José está cumprindo suas ordens. Acho que não importa o que quero.

— Serei franca e espero que você não se importe. — Ela nos leva em direção a um refrigerador cheio de
bebidas. Aceno e engulo enquanto pego uma lata de Coca-Cola. Ela nem para, mas casualmente tira a lata da
minha mão como se eu tivesse três anos e a substitui por uma garrafa de água. Mordo meu lábio porque, vamos,
isso é quase cômico. Se Jason não estivesse em uma cama de hospital se recuperando de um tiro, seria hilário.

José coloca nossas bandejas a nossa frente e olho para o frango desossado e acho que espinafre? Não é bom,
mas é verde escuro com pedaços de alho, então estou apostando nisso.

— Obrigada, José. — Ela sorri de novo e a sigo com minha bandeja como um cachorrinho perdido.

— Vou pegar uma salada e...

— Pão — interrompo antes que ela pague. — Por favor, preciso de pão. — Os seus olhos verdes brilham muito
parecidos com os de Jason.

Ela suspira. — Ótimo. Pegue alguns pãezinhos e manteiga. — Pego rapidamente um prato e coloco quatro
pãezinhos com manteiga antes que ela mude de ideia.

— Ok, estou pronta. — Suspiro como se tivesse acabado de marcar. De novo, um absurdo, considerando que
conheci essa mulher há uma hora.

Ela paga e nós sentamos em uma cabine de plástico rígido. Coloca o guardanapo no colo e eu a imito. Olha para
cima e seus olhos parecem cansados e tristes.

— Então, Eve... me diga, quantos anos você tem?

Pego minha garrafa de água fria e abro a tampa. — Dezenove. — Tomo um gole, a frieza fazendo minha boca e
língua quentes quase ansiarem por engoli-lo. Deveria me sentir mal por mentir, mas tenho quase dezenove anos
e o jeito que ela está me olhando me faz pensar que mentir é o melhor.

— Hmm. — Ela pega a faca e o garfo e começa a cortar o frango. — Eu era ainda mais jovem quando conheci o
pai de Jason. Ele era o homem mais lindo que já vi. — Sorri. — Bem, além do meu filho. O que acontece é que...
pensei que estava apaixonada, mas não estava. — Ela dá uma mordida e respiro. Como posso responder a
qualquer uma dessas perguntas? Desculpe?

— De qualquer forma... — balança o garfo no ar. — Ele era o presidente. Tornou-se óbvio que o clube vinha
primeiro, a sua moto em segundo, os filhos em terceiro, e então talvez uma de suas prostitutas ou eu.

Quase engasgo com meu gole d'água. — Isso é horrível — Suspiro.

— Sim, foi. Esta vida que vivem é como seu próprio mundo e ele era o rei. — Ela olha para seu colo. — Ele
matou Chuckie.

— O quê? Ele matou o próprio filho? — Estou completamente chocada. Seria de esperar que alguém tivesse
mencionado isso.

— Era o seu laboratório. Ele fez Chuckie ir com ele naquela noite. Eu o odiava antes, mas depois do acidente...
— Ela olha para mim, seus olhos verdes nadando em lágrimas. — Depois que a namorada e o bebê de Chuckie e
David morreram naquela explosão bem, foi bom ele ter explodido também porque eu o teria matado. — Abaixa o
garfo e pega a água, deixando suas palavras circularem ao nosso redor.

— Eu não fazia ideia. — Bem, eu tive uma pequena ideia, mas parece certo deixá-la falar. — Jason não fala sobre
seu passado. — Quase alcanço a sua mão do outro lado da mesa, mas não faço.

— Eles eram próximos, Jason e Chuckie, mas Jason estava na Marinha. Ele nunca deveria ser o presidente.
Nunca — sibila enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto. Desta vez, pego sua mão enquanto as lágrimas
começam a cair em cascata pelo meu rosto também.

— Eu sinto muito. — Ela afasta a mão. Sentando-se mais ereta, enfia a mão na bolsa e coloca os óculos escuros,
em seguida, começa a cortar a comida novamente. Olho para a minha comida e lentamente começo a comer.

— Eu desisti de tudo por aquele homem e tudo o que ele fez foi me dar dor de cabeça. Tem certeza de que é isso
que deseja?

Deixo cair meu garfo com um barulho alto e olho nos seus olhos. — Eu amo Jason, e sim, ele é exatamente o que
quero.

Ela me encara por tanto tempo que começo a me contorcer na cadeira de plástico duro. Estou prestes a dizer
algo, mas ela me vence.

— Eu acho... Eve, acho que você será perfeita como sua rainha. — Os cantos de sua boca se transformam em um
pequeno sorriso.

Os meus olhos piscam de volta o que parecem lágrimas enquanto digiro suas palavras e me encontro realmente
sorrindo para ela. Pela primeira vez na vida, tenho uma mulher em minha vida que me olha com respeito e algo
próximo da admiração e gosto disso.

— Você sabia que ambos os filhos têm nomes de filmes de terror? — É completamente fora do assunto e ainda
assim absolutamente perfeito enquanto rimos de suas histórias e eu me deleito com sua aprovação brilhante.

VINTE E OITO
Blade/Jason
Estou olhando para esta mulher que literalmente roubou minha alma. Ela está ensopada quando sai do nosso
chuveiro. Segurando a grande toalha branca, eu a envolvo nela. Eve está com quase sete meses de gravidez e
estou maravilhado. Quero dizer isso literalmente. Eu. Estou. Maravilhado.

O seu corpo está rosa onde a água atingiu suas costas cremosas. Não posso deixar de cair de joelhos quando
começo a secá-la com a toalha, sua risada fazendo meu pau endurecer enquanto acaricio sua barriga. O nosso
bebê instantaneamente chuta minha mão. Escuro para claro, é assim que minha mão bronzeada fica em sua
barriga inchada e pálida.

Jogando a toalha de lado, pego sua bunda e a puxo com força para mim, beijando sua barriga enquanto lambo o
resto das suas gotas. Não tinha ideia de que me sentiria assim. A cada dia fico mais apaixonado por nosso bebê
e por nossa vida. Ela abaixa a cabeça para o lado enquanto seus lindos olhos se inclinam para mim. Os seus
cílios escuros parecem leques.

— Eu amo você, Jason — geme enquanto gentilmente abro as suas pernas. Não lhe respondo nunca, mesmo que
as palavras estejam ardendo para sair.

— Sente-se na beira da banheira, Anjo. — Por um segundo, seus olhos refletem mágoa, como se pensasse que
este seria o momento em que eu lhe falaria, mas então passa enquanto ela obedece e se empoleira na borda da
banheira, com as pernas abertas. A sua boceta já está rosa e brilhante e gemo enquanto abaixo minha cabeça
para o banquete.

Veja, é assim que mostro a ela que a amo. Enquanto a como e chupo seu delicioso clitóris, respiro em meu nariz
e acaricio meu pau duro e dolorido. Está vazando, me permitindo um bom lubrificante enquanto sinto Eve se
contrair e gozar em minha boca.

Eu me afasto para ver toda a sua glória dourada. É magnífica e preciso estar dentro dela. Ela sorri e se vira
graciosamente para que suas costas lindamente arqueadas me provoquem. Esfrego minha mão para cima e para
baixo em sua suavidade, em seguida, agarro seus quadris enquanto afundo lentamente, quase tortuosamente
em suas paredes de seda.

Seguro meu gemido até que estou tão profundamente dentro dela que não posso deixar sair. Ela está pingando
para mim e abaixo meu peito em suas costas para que possa envolvê-la em meus braços.

— Oh, Deus... você está profundo. — A sua voz falha quando seus braços fortes se apertam e seus dedos ficam
brancos com o aperto.
— Sim, muito bom. — Eu me afasto e empurro dentro dela. Dentro e fora, nosso ritmo quase tão afinado que os
músculos do meu estômago se contraem. O prazer vem direto para minhas bolas apertadas e desce até os dedos
dos pés enquanto agarro seus quadris e bato em seu ponto G para enviar meu Anjo para cima.

— Sim... sim — ela geme em meus braços, seus longos cabelos balançando com cada impulso profundo.

— Sim, querida. Posso senti-lo. — Eu me abaixo e pego suas mãos enquanto vou fundo. A minha outra mão
procura seu clitóris, e em segundos, está gritando meu nome.

— Porra. — Não consigo parar, o prazer é muito intenso. O meu corpo estremece enquanto esvazio minha
semente profundamente dentro dela. Ficamos juntos à medida que a nossa respiração desacelera e
gradualmente me retiro.

— Hmm... eu precisava disso — murmura enquanto se vira e envolve os braços em volta do meu pescoço.

Eu me abaixo e a pego enquanto a levo para a nossa cama. Está tarde. Tenho um dia agitado amanhã e estou
muito cansado. Coloco-a na cama e apago a luz, mal reconhecendo a transformação no meu quarto. A parede
branca sumiu. Uma parede vermelha profundamente queimada está ao lado de nossa cama, cercada por
paredes amarelo-claras, onde fotos em preto e branco das minhas motos estão penduradas. Cortinas compridas
e transparentes balançam com a brisa. Aproximo-me e fecho as portas francesas. Subindo na cama, a alcanço
novamente. Ela ronrona e meu coração bate forte. De novo as palavras que ela estava querendo, quase
precisando sair, mas até encontrar o merda do seu irmão drogado, as mantenho trancados dentro de mim.

Levar um tiro não foi o que me incomodou. Quase perder Eve me fez reconhecer a verdade. Preciso dela, eu a
amo. É o meu mundo e por isso farei o que for preciso para mantê-la a salvo. Segura. Quase não cheguei a
tempo. Este dia me assombra. Nunca tive pesadelos com nenhuma das coisas que fiz, mas a ideia de não chegar
a tempo de salvar Eve me faz acordar procurando por ela. Esfrego seu braço e ela se aconchega mais perto de
mim. Dois meses e serei pai. Além de decorar e fazer compras com Doug e Dolly, Eve se tornou extremamente
próxima da minha mãe. Não consigo encontrar um modelo melhor. A maior parte do tempo ficamos em nossa
casa, mas às vezes ficamos na sede do clube e minha bela rainha dourada me faz parecer bem.

Um de nossos telefones vibra e franzo a testa, é o de Eve. O relógio na mesa de cabeceira marca quase meia-
noite. Eu sei quem e o que é. Com um suspiro, fecho meus olhos. O telefone cessa e momentos depois, um ding
alerta que uma mensagem foi deixada. Eve está tão tranquila no sono, seu hálito doce beija levemente meu
pescoço enquanto move seu nariz em mim. Estendo a mão e seguro sua cabeça para mim. Desisto e deixo ir. O
que aconteceu vai mudá-la e espero que não a prejudique.

Fecho os olhos, mais uma vez, enquanto minha mente refaz os últimos quatro meses. Após o tiroteio, o inferno
começou. Parei completamente toda a venda de drogas. Separou os irmãos que realmente são da família e
querem estar aqui, dos caras que querem parecer durões e ter drogas e boceta de graça. Cansei do tráfico de
drogas e estou ficando muito velho para arriscar a prisão. Eve geme enquanto rola de costas e imediatamente
viro para o meu lado, minha mão em sua grande barriga acariciando nosso bebê. Faço muito isso. Eu queria
descobrir o sexo, mas Eve insistiu que será mais divertido ser surpreendida, mas sei a verdade: foi mais um
incentivo para seu pai. Olha, papai, se quiser saber o sexo, é melhor não morrer antes.

Todos os dias eu a deixo lá e ela passa horas com ele. Falando com ele. Cristo, na metade do tempo ela o
observa dormir. Às vezes vou com ela, ajudo-o a sair, mas sempre sinto a animosidade de James. Ele pode ter me
aceitado, mas certamente deixa claro que não sou bom o suficiente para sua filha. Ele está certo, Eve merece
melhor, mas porra, algumas pessoas ganham na porcaria da loteria. A verdade é que foi um milagre James
Smith ter chegado tão longe.

— Porra. — Eu me sento e tiro um cigarro, e pego o telefone de Eve, escapando pelas portas francesas do meu
terraço. Está muito frio, mas não fumarei na frente de Eve de jeito nenhum.

Quando olho para seu telefone, parece que uma pedra foi jogada no meu peito porque sei o que está por vir. —
Cristo. — Digito sua senha para desbloquear, em seguida, pressiono o botão para a casa de saúde.

— Casa de repouso Dove's Grey.

Exalo e minha fumaça dança na frente do meu rosto enquanto gira para cima. — Aqui é Jason Mc...

— Oh, ei, Blade, sou eu, Sarah. — O seu tom denuncia isso antes mesmo que tenha que perguntar. — Ele acabou
de falecer. — Olho para as estrelas. O ar frio parece despertar todas as células do meu corpo. — June disse que
ele estava em paz.

June é a enfermeira noturna. — Obrigado. O necrotério veio buscá-lo?

Ela limpa a voz. — Estão a caminho. Sinto muito. Ele era como nosso paciente milagroso. E Blade?

— Sim? — Sufoco meu cigarro e me encosto na grade de madeira.

— Diga à Eve que todos nós sentimos muito.

— Eu direi. Obrigado, Sarah. — Desligo. A minha vida está prestes a mudar. Os últimos meses foram algo que
não sabia que existia. Certamente não vi isso. Os meus pais não tiveram. Os meus irmãos não têm. Então, para
me sentir tão feliz, esse teor... bem, isso me mudou. Tenho uma companheira, uma parceira, e ela me ama e me
aceita. Eu quero tudo com ela, tudo, mas primeiro precisamos superar isso. Porra, levar um tiro por ela foi mais
fácil do que o que estou prestes a fazer. Abro a porta e o calor do meu quarto me envolve e respiro o cheiro. É
coco, baunilha, e Eve e eu poderíamos tomar banho com ele e ainda querer mais. Fico olhando para o meu Anjo.
O seu cabelo está espalhado no meu travesseiro como ouro fiado enquanto brilha ao luar, o seu rosto
deslumbrante tão pacífico, tão feliz. Lágrimas ardem em meus olhos.

Isto será ruim. Quase caio na cama e adio, em vez disso, acendo a luz e visto uma calça jeans. Então sento ao
seu lado na cama. Os seus longos cílios escuros se abrem e ela sorri e os fecha novamente enquanto sua mão
alcança a minha. Ela chegou tão longe nos últimos meses. Passou pelo julgamento como uma campeã e tudo que
tive que pagar foi uma multa pesada. O FBI tem estado quieto desde que estão acusando Sandy pelo assassinato
de Doc. O seu julgamento está marcado para o final deste ano. Ela jura que foi Benny, irmão de Eve, quem o
matou, mas sem Benny, Sandy fica com todas as suas impressões e confissões malucas. A vadia tentou atirar em
Eve. Não dou a mínima que estava louca por causa das drogas. Não perdoo. Ela pode apodrecer na cadeia,
porra.

Estendo a mão e acaricio sua bochecha. — Eve, baby? — A minha voz está rouca de emoção reprimida, minha
mente em alerta. Os cabelos da minha nuca estão arrepiados. Isso será ruim, muito ruim.

— Baby.

Os seus olhos se abrem e ela se senta, ou pelo menos tenta se sentar. Eve é só barriga.

Ela me olha quase feroz, e sei que ela sabe, então não digo nada.

— Não — resmunga.

— Baby, está tudo bem. — Eu a alcanço, mas ela dá um tapa na minha mão.

— Não. — Ela joga as pernas para o lado e se levanta. A sua barriga de grávida e seus lindos seios me fazem
perceber que eu deveria ter dito a ela que a amo. Ela foi corajosa o suficiente para me dizer. Inferno, ela me diz
o tempo todo.

— Não. — Desta vez ela grita. — Apenas não! — Vai em direção ao banheiro e a conheço. Ela vai se trancar e
rastejar para um canto. Não vou permitir. Não agora, nunca.

Agarro seu braço e a trago para o meu peito, embalando sua cabeça enquanto as lágrimas quentes e úmidas
correm pelo meu peito.

— Ele não pode ter morrido... é tudo que eu tenho — soluça, e por um momento, quase a sacudo. Como ela ousa
dizer isso?

— Ele morreu pacificamente e você nunca está sozinha. Estarei com você até que um de nós enterre o outro. —
Ela se afasta, seus lindos olhos azuis nadando em lágrimas. Seguro seu rosto. — Estou aqui e nunca vou deixá-la
ir embora. — O meu polegar limpa sua bochecha enquanto balança a cabeça e recua.

— Você... deveria mantê-lo vivo. — Levanta um dedo para mim. — Você me prometeu. Prometeu! — As suas
mãos estão em punhos e seus longos cabelos dourados desgrenhados.

— Precisa se acalmar. Você não quer machucar o bebê. — Ando em sua direção e ela bufa e me ataca. As suas
unhas compridas vão direto para meu rosto e peito, e há uma sensação de ardência quando rasga as unhas no
meu peito.

— Que porra é essa? — Agarrando seu pulso antes que ela possa atingir meu rosto, seguro sua mão de volta.

— Você prometeu... não me ama.

— Eu não sou Deus, Eve. Sei que pensou que eu o estava mantendo vivo, mas foi você, Eve. Ele lutou até o fim
por você. — A minha voz está calma e fico maravilhado em como estou me mantendo bem.

— O que devo fazer? — O seu corpo treme com sua angústia vindo em suspiros altos e gaguejantes.

— Pare com isso. — Eu a sacudo.

— Foda-se, Blade. Você não me assusta. Eu lhe dei tudo. Fiz de tudo para que me amasse, mas você não me
ama. — Ela dá um pequeno suspiro. — Estou sozinha. Não vê? Ele era tudo. Achei que você e eu, bem... achei
que você e eu éramos... — para como se estivesse cansada demais para se segurar. Eu a alcanço. As suas unhas
cravam em meu antebraço. — E a única pessoa neste mundo que me amou está morta. Oh, meu Deus. — Solta a
mão com um puxão e a coloca sobre a boca. — O que eu devo fazer? Não sou nada além de uma prostituta.

— Já chega. Está se machucando. Você é minha, isso é tudo que precisa saber.

Ela balança a cabeça, os soluços fazendo seu estômago embrulhar. — Não sou sua! Você não me ama — rosna
na minha cara.

— Se você não consegue se acalmar, vou levá-la ao hospital.

— Não me importo. — Ela ri. Os seus olhos procuram o quarto. — Estou farta, e quero ver meu pai. Você pode
me levar ou vou a pé, porque se tentar me impedir...

Não me movo.

— Se você tentar... e me impedir... — A sua voz parece confusa. Então ela meio que desmorona quando a pego.
Erguendo-a em meus braços, a carrego para a nossa cama, seus soluços altos fazendo meu coração sangrar. Já
matei homens sem sentir remorso, mas observar a dor da minha garota é insuportável. Eu a viro para que possa
segurá-la com força, a deixando chorar e soluçar no lençol. Finalmente, as lágrimas param e ela sussurra —
Sinto muito.

— Pelo quê? Porque você amava seu pai? Está arrasada. Não se desculpe. — Aconchego meu nariz mais
profundamente em seu pescoço. As suas mãos são quentes enquanto se agarram a mim e seu cheiro de coco
tece ao meu redor.

— Não, porque eu disse essas coisas para você — gagueja. — Quero que você me ame, mas não posso te obrigar
e...

Viro seu rosto para o meu e seguro seu queixo. As suas bochechas estão manchadas, seus lábios e olhos estão
vermelhos, mas para mim ela nunca esteve mais bonita. — Quem levou uma bala por você? — A minha voz está
rouca enquanto acaricio ambos os lados de seu rosto. — Quem?

Os seus olhos se enchem de lágrimas. — Você.

Curvo-me para beijar seus lábios inchados. — Levei um tiro por você porque não quero viver sem você. — Olho
para ela, profundamente em seus olhos vendo tudo, e quero tudo. Não dou a mínima se ela gosta de roubar ou
precisa de uma certidão de casamento para se sentir amada. Gosto de tudo nela.

— Levei uma bala, Eve, porque eu a amo mais do que me amo e se você não estiver ao meu lado... — Seus olhos
estão derramando lágrimas quentes e me abaixo para lamber e beijá-las. — Então minha vida, minha razão de
ser acaba.

Ela levanta a mão e traça meus lábios. — Mesmo? Você me ama?

Belisco seus dedos. — Não sei o que mais posso fazer para provar isso a você. Amei você no momento em que a
vi aos dez esseis anos, com pernas de morrer e uma boca para beijar.

Ela fecha os olhos e estremece quando me abaixo e puxo as cobertas. — Você nunca estará sozinha. Não vou a
lugar nenhum sem você.

Ela agarra minha mão e a coloca em sua barriga inchada. O nosso bebê chuta. — Pensei que você poderia salvá-
lo. — Balança a cabeça. — Sei que parece loucura, mas pensei.

Eu a puxo com força contra mim, minhas calças uma barreira que gostaria que tivesse desaparecido, mas suas
mãos se agarram a mim. — Eu sei que você pensou, baby, mas ele viveu muito mais tempo do que qualquer um
jamais acreditou que viveria. Está em paz. A maneira como ele estava vivendo... não estava vivendo.

Balançando a cabeça, ela sussurra — Eu sei, mas sinto falta dele. Com quem vou falar? Ele nem era tão velho.

Eu me afasto, mas ela me alcança. — Vou apagar a luz e tirar minha calça jeans — digo. — Ficaremos bem, Anjo.
— Quando apago a luz, ela funga e suspira e volto para a cama, os lençóis frios debaixo de mim um lembrete
cruel de que sempre estarei olhando por cima do ombro. Sempre preocupado com meus filhos e ela.

— Durma, baby. Você precisa de todo o descanso que puder.

Ela suspira em meus braços e adormece enquanto olho para o teto escuro, me perguntando como vou mantê-la
calma. Cristo, ela tinha certeza de que ele seria capaz de ver seu neto. Fecho meus olhos e tento dormir,
sabendo que os próximos dias serão um inferno.

VINTE E NOVE
Eve
Estou em uma sala branca, pelo menos acho que é uma sala. É tudo branco e estou sozinha, o que me incomoda
porque tenho odiado ficar sozinha ultimamente. — Jason? — Grito, mas ele não me responde.

— Ei, garota.

Viro-me. — Papai? — Ele está bem a minha frente e curado. Forte e bonito, sorri para mim e eu me jogo em seus
braços. Acho que estou chorando, o que é bobagem, porque ele não está mais doente e não está morto, então
por que estou chorando?

— Ai, meu Deus, pensei que tivesse morrido e não sabia como continuar sem você. — Rio, mas sai um soluço.

— Escute-me, Evie. Pegue aquele seu bebê e o crie para ser forte e feroz.

Balançando minha cabeça, olho para seu rosto amado. — Não entendo.

— Você entende. — Ele balança a cabeça e recua, uma carranca em seu rosto como se estivesse irritado. — Pare
de ficar de luto por mim e continue vivendo. Você ama aquele seu homem. Ele a ama. Juntos, ambos serão
imparáveis. Tenho que ir agora. Deixe-me ir em paz. — Cheirando a cigarro, ele avança e me abraça novamente.
— Preciso que acredite em seu irmão também. Sei que ele fez algumas coisas ruins, mas é o seu sangue, garota.

— Ele matou pessoas, papai. — Ele se afasta e começa a se afastar novamente. — Espere! — Tento me mover,
mas não consigo. Por que não consigo me mover? — Espere, papai, por favor... não vá. Preciso de você.

Ele se vira e acena. — Você é meu orgulho. Eu amo você.


— Eve... querida... acorde. — Os meus olhos se abrem enquanto suspiro por ar e me sento. Jason está ao meu
lado, suas mãos fortes e quentes acariciando meu cabelo como se eu fosse uma criatura selvagem que não quer
assustar.

— Você está bem... estava sonhando. — Respirando fundo, olho para ele e ao redor do quarto.

— O meu pai veio até mim, como se fosse ele. — De repente com calor, jogo o lençol e me sento. — Estou
falando sério, ele veio até mim, Jason.

— Ok... isso é bom, Eve. — Ele levanta meu queixo para me dar um beijo. — Precisamos nos levantar e nos
preparar de qualquer maneira. — Ele está usando aquele tom de novo, aquele que passei a odiar.

— Pare de falar comigo como se pensasse que sou louca. — Eu me afasto e me levanto. — Odeio você falando
comigo como se fosse louca ou... frágil. — Com as mãos nos quadris, fico olhando para ele. — Odeio isso.

Ele parece confuso e perdido. A culpa momentânea me percorre e suspiro.

— Não acho que seja louca — diz ele. — Você estava tendo um sonho, Eve. É isso.

Balanço minha cabeça. — Não, ele veio até mim. — Aceno minhas mãos, seus olhos seguindo meus movimentos
enquanto franze a testa. — Ele me pediu para deixá-lo ir e viver... ser feliz com você. Oh, meu Deus, foi tão real.

Estou em volta em braços quentes, de repente, e seus lábios estão em minha têmpora. Ele solta um suspiro
profundo. — Bem, então é melhor fazer o que ele diz.

Afasto-me para olhar para ele. — Então acredita em mim? — Não sei por que isso é importante, mas é.

Ele olha para mim e nossos olhos se encontram. O tempo está parado. — É claro.

Afundo em seu peito enquanto descanso minha testa nele. — Obrigada.

Ele beija o topo da minha cabeça, me dizendo para me preparar para o funeral do meu pai. É hoje. Jason vai
enterrá-lo no mesmo cemitério onde seu pai e irmão estão sepultados. Estou entorpecida. Chorei tanto que não
me lembrei de me arrumar. Uma vibração e um chute forte na barriga me trazem de volta ao presente. Olhando
para minha barriga grande, endireito meu vestido preto, que Dolly trouxe ontem enquanto eu estava tirando
uma soneca. Sinto falta de Dolly e Doug e não vi ninguém além do diretor da funerária, Amy e Jason. Todas as
decisões: Quais são as cores das flores? Está com um terno com o qual gostaria de ser enterrado? Tudo isso foi
opressor, especialmente porque não tenho ideia do que devo responder. Finalmente disse à Amy para fazer o
que ela achava que todos gostariam da comida para a reunião após o funeral.

Estamos na sede do clube hoje. É mais fácil responder a todas as perguntas enquanto Jason está por perto. Eu
me inclino sobre a pia para dar uma boa olhada no meu rosto. Apesar dos círculos pretos, pareço bem. A voz do
meu pai flutua sobre mim. Ele a ama. Deixe-me ir. Estremeço porque aquele sonho foi muito real. Tinha que ser
meu pai vindo até mim. Toco minha barriga. Jason e eu precisamos começar a discutir nomes.

— Você está pronta, baby?

— O quê?

Ele se aproxima de mim e tira meu cabelo do ombro. — Perguntei se estava pronta. É hora de ir.

Aceno e olho para ele. — Você tem permissão para usar isso? — O meu coração bate forte enquanto admiro o
homem parado a minha frente. Jesus, está vestindo um terno. É preto com uma camisa branca e quero morrer,
ele é tão lindo.

— Essa é a grande vantagem de ser o presidente, posso fazer tudo o que quiser. — Ele pisca e abre o paletó
para que eu possa ver seu colete de couro preto dos Disciples por baixo.

— Você está muito bonito. — Estendo a mão para acariciar seu cabelo cor de mel. Ele pega minha mão.
Trazendo-a aos lábios, chupa meu dedo.

A minha respiração fica presa. — Jason. — Sai em um sussurro.

Ele sorri e me morde levemente. — E você está deslumbrante. Vamos.

Jason me ajuda a vestir o casaco e pega minha mão. O calor de sua mão se transfere para a minha mão fria,
fazendo com que todo o dia de hoje pareça mais suportável enquanto descemos as escadas. O som de cadeiras
sendo movidas e pés arrastando me faz notar: todos os homens se levantaram. Os meus olhos ardem enquanto
aceno. Tornei-me de alguma forma, parte desta família maluca de homens tatuados.

Amy sai da cozinha, com os olhos marejados, mas sorrindo. Conforme passamos, cada homem diz que sente
muito. É surreal, como se eu fosse realmente sua rainha. A expressão de Jason é séria. Ele fica assim toda vez
que saímos. Acho que levar um tiro faz isso com você.

— Eve? — Pulo com sua voz. Jason está carrancudo.

— Desculpe, estou bem. Por favor, pare de olhar para mim assim — digo.

— Odeio não poder tirar sua dor. Isso me faz sentir desamparado e essa é uma emoção inaceitável para mim. —
Beija minha testa enquanto entro na parte de trás de um Cadillac SUV escuro e Jason me segue. Ox espera-nos,
fumando um cigarro. Depois de uma respiração profunda, fecho meus olhos. Doem por causa dos dias de choro.
— Adoro o cheiro de um carro novo. — Abrindo meus olhos, pisco para afastar mais lágrimas quentes para que
possa segurar a mão de Jason novamente.

— Acho que terei que garantir um carro novo para nós a cada seis meses.

— O meu pai provavelmente nunca sentiu o cheiro de um carro novo antes. — Pego sua mão e puxo minha bolsa
para perto enquanto olho pela janela, as lágrimas derramando em meu rosto.

A paisagem passa. Não percebo ou talvez não me importe. É inverno, mas ainda está ensolarado. O meu pai
gostaria disso. A certa altura, tive vontade de enterrá-lo ao lado de minha mãe. O triste é que não me lembro
onde ela está. Minnesota talvez. Quando perguntava ao meu pai, ele ficava com aquele olhar distante e mudava
de assunto. Pisco as lágrimas. Esta parte da minha vida passou, acabou. Jason, meu bebê, e acho que os
Disciples são meu futuro. Pisco, forçando minhas lágrimas para longe agora que estamos entrando no cemitério.

— Prez, tenho homens por toda parte. — Ox desliga o Cadillac e se vira para olhar para nós.

— Bom. — Jason olha para mim, seus olhos acariciando meu rosto. — Vamos. — Saímos e uma rajada de vento
chicoteia meu cabelo para trás enquanto inspeciono o cemitério. É lindo, tranquilo e tem grama verde. O meu
pai nunca acreditaria que seria enterrado em um lugar tão bonito. Certa vez, ele disse a Benny e a mim para
deixá-lo no hospital e pedir que cuidassem de seus restos mortais.

Um homem alto, talvez do tamanho de Ryder, exceto provavelmente uns cinquenta quilos mais leve, está em um
terno preto conversando com Leah. O agente funerário nos nota e acena com a cabeça. Leah se apressa.
Abraçando-me, ela diz a Jason — Ele está nervoso, então, por favor, deixe-o à vontade, Jason.

Ela não estava brincando. O pobre homem está suando, não que eu o culpe. Este cemitério silencioso de beleza
e tranquilidade está sendo tomado por motoqueiros. O barulho de suas motos me faz olhar para a entrada.

— Prez, os Devil’s Aces de São Francisco estão aqui. Assim como os Demons do Arizona para prestar
homenagem.

Jason olha em volta. A verdade, Jason desapareceu. É Blade quem está diante de mim. Ele agarra meu braço e
estremeço com seu toque. Há algo emocionante quando Jason se torna Blade, mas estou com nojo de mim
mesma. Não deveria estar pensando assim. Estou me preparando para dizer meu último adeus ao meu pai. —
Dê-me um segundo. — Vejo quando ele aperta a mão do agente funerário e se vira para nós. Prendo minha
respiração com sua beleza física.

— Eu fiz bem, não foi? — Leah tem um pequeno sorriso ao ver seu filho voltar para nós.

— Você fez, Leah, definitivamente fez — sussurro enquanto Blade pega minha mão.

— Vamos. — Ele nos leva por um caminho, não muito rápido, já que Leah e eu estamos de salto. Agarro seu
braço enquanto nos aproximamos do local do enterro. Cadeiras brancas foram colocadas e Leah aperta a minha
mão enquanto se senta em uma. Está realmente acontecendo. Estou no funeral do meu pai. Há flores por toda
parte e o doce perfume flutua no ar.

— Quem são todas essas pessoas? — A minha voz falha quando meus olhos observam todos os arranjos
diferentes. Vejo Edge e Dolly no estacionamento. Parecem estar discutindo e me sinto uma péssima amiga. Nem
falei com ela esta semana.

— É respeito, Anjo. Fique bem ao meu lado ou ao lado de Axel. — O nível de ruído está aumentando à medida
que as Harleys chegam em uma linha inspiradora. Olhando para o túmulo, que já foi cavado, por um momento
quero fugir, até me esconder. Então talvez não tenha que passar por isso.

— Prez, está pronto? — Ryder anda em calças escuras, uma camisa escura e seu colete. Por um momento, me
pergunto se minha imaginação está acelerada.

— Espere. — Jason inclina meu rosto para cima e enxuga minhas lágrimas quentes. — Está pronta?

Balanço minha cabeça que sim porque se falar está tudo acabado. A raiva, a perda, todas as coisas de merda
que aconteceram comigo e com meu pai. Tudo isso e muito mais pode vir à tona.

— Vamos começar, Ryder — anuncia sem tirar os olhos de mim. — Está ficando lotado demais e não podemos
controlar as coisas se ficar maior. — Ryder balança a cabeça e pega o telefone.

Olho em volta, meus olhos marejados de lágrimas novamente. Isso é uma loucura. Existem motoqueiros por toda
parte, pelo menos mais de cem. O diretor funerário esgotado corre e vejo Blade assumir. Então uma arma
dispara e pulo. O agente funerário parece que vai desmaiar e sabiamente dá um passo atrás de Jason e de mim
enquanto vejo em agonia como Edge, Ox, Dewey e três outros Disciples carregam o caixão de prata escura do
meu pai e colocam-no no pedestal que irá abaixá-lo para o chão.

— Respire, Eve, quero dizer isso. — Jason me puxa para mais perto e uma lufada de ar me enche enquanto o
obedeço. O padre que chamei sobe carregando uma Bíblia e começa a falar.

— Por que? — Pergunto a Jason, não me importando se alguém ouve.

— Melhor cobrir todas as bases. — Ele me puxa para seus braços e uma risadinha estranha começa a escapar.
Estou perdendo o juízo? Quer dizer, o que diabos estava pensando em conseguir um padre? O meu pai não era
religioso ou mesmo uma boa pessoa. Eu o amava, mas ele fazia muitas coisas ruins. Fico olhando para a frente e
finjo escutar. O vento sopra, me lembrando do que sinto. Eu sinto Jason. A sua força irradia em mim enquanto
seu polegar acaricia minha palma. Fico olhando para os meus pés. Estão doendo e também sinto isso.
— Anjo? — Olho para ele e suspiro. Ele é tão magnífico, como um leão feroz e elegante.

Um menino... o meu pai disse que termos um menino. Jason olha para mim e nossos olhos se encontram, e tudo
o que preciso está em seu olhar. Ele é meu. Nem me preocupo mais com as vadias do clube. Jason só tem olhos
para mim. Eu me inclino para trás nele enquanto ele coloca suas mãos grandes em minha barriga. Finalmente, o
padre termina. Tenho que reconhecer que os motoqueiros têm muito mais paciência do que eu. Mais dois
minutos e diria a Jason para removê-lo. Rolo minha cabeça para o lado e congelo. No estacionamento, meu
irmão está de pé, encostado em um carro.

Benny!

A adrenalina sobe até meu rosto. Até minhas orelhas estão quentes e queimando.

Que porra é essa! Ele é suicida? Há pelo menos cem Disciples aqui e Deus sabe quantos dos outros, mas ele
está lá, olhando para mim. Não se move e os motoqueiros estão andando em volta. Está vestido de preto e meus
olhos se voltam para os muitos rostos em branco ao meu redor. Eles talvez pensem que ele está aqui para outro
funeral?

Puta merda. O que eu faço? Deveria contar a Jason, talvez até Axel... definitivamente não para Ryder. Ryder é o
executor de Blade.

Enquanto tudo isso está girando em minha cabeça, olho para ele. Ele balança a cabeça e respiro fundo. É aqui
que preciso dizer algo. Ele é um assassino, ou pelo menos é o que dizem, em vez disso, aceno de volta.
Lentamente se vira e desaparece da minha vista.

— Está tremendo. Você está bem? — Pulo com o hálito gostoso de Jason no meu ouvido.

— Eu ... Jason. — Engulo e olho para ele.

Eu preciso que você acredite em seu irmão. Ouço a voz de meu pai alta e clara. Vou contar para Jason esta
noite. Devo pelo menos isso ao meu pai. Quero dizer, como seria cafona os rapazes de Jason matarem meu irmão
enquanto enterram nosso pai. Livro-me da minha culpa. Afinal, não é a primeira vez que minto para ele, mas
isso acaba hoje. Inclino-me para trás no calor seguro de Jason. Fiz o que precisava para sobreviver e chegar
onde preciso estar. Então, contei algumas mentiras inocentes, como a parte de não poder engravidar. Poderia
ter estendido a verdade sobre isso. O meu apêndice estourou aos doze anos e infeccionou, mas os médicos
nunca disseram que não poderia engravidar, disseram que poderia ser difícil. Veja, mentira branca e eu
precisava desse bebê. De que outra forma eu teria certeza de não perdê-lo? Ele é tudo para mim.

— Está pronta para dizer adeus, Anjo?

Por uma fração de segundo, suspeito que ele saiba, mas estou sendo paranoica. — Precisa que eu vá com você?
— Os seus olhos verdes procuram os meus.

— Sim... sempre preciso de você — respiro.

— Então vamos nos despedir juntos. — Ele me leva até o caixão, onde coloco minhas mãos no metal frio e sei
que tomei a decisão certa. Estou apaixonada pelo líder de um dos clubes de motoqueiros mais famosos. Fecho
meus olhos para que possa dizer ao meu pai o que precisa ser dito. Hoje tenho que me despedir de você, papai.
Você viverá, através de mim, meu bebê e até mesmo de Benny.

Suspiro e abro meus olhos para encarar os olhos mais verdes e magníficos. Eles se estreitam como se soubesse
tudo o que sou. Ele não pode, no entanto. Alguns segredos são meus. Ele estende a mão para mim. Pego e me
movo para o seu lado enquanto todos os outros fazem fila para prestar seus respeitos. Olho em volta para os
vários homens e sorrio para Jason. — Eu amo você.

TRINTA
Blade/Jason
Alcanço seu queixo e olho para ela. Está brilhando. Mesmo a morte de seu pai não pode tirar isso. Os seus olhos
encontram os meus enquanto ela pisca para longe de sua culpa. Gentilmente abaixo minha cabeça e escovo seus
lábios com brilho nos meus. — Eu amo você — murmuro neles.

Os seus olhos se estreitam enquanto ela se afasta para olhar para mim. — Jason. — A sua voz é suave, quase
sem fôlego. Vejo Axel, em minha visão periférica. Quero sorrir com o quão bem ele parece. O cara pode se
passar por modelo. Quando se barbeia e veste um terno, é um homem totalmente novo.

Ele acena com a cabeça e o sol atinge seus óculos espelhados. Eu me movo atrás de Eve e deslizo minhas mãos
em sua volta, trazendo-a com força contra o meu peito. Quando me inclino, meu nariz vai direto para seu
pescoço e inalo seu perfume. A sua respiração falha e suas mãos apertam as minhas e ambos sentimos nosso
bebê chutar como se ele estivesse feliz por estarmos nos tocando.

— Sei sobre Benny, Eve. — Ela se enrijece um pouco, mas não se vira para me encarar e simplesmente olha para
a frente. Tenho que lutar contra meu sorriso. Ela é durona. Acaricio seu cabelo antes de dizer — Eu o vi, baby.
— As suas unhas estão arranhando meu antebraço. Esse é o único sinal de que isto a incomoda.

— Eu o deixei ir e pensei que deveria saber.

Desta vez, ela vira a cabeça em minha direção. Os seus grandes olhos azuis me encaram. As emoções
conflitantes que deseja esconder tão desesperadamente estão em seu rosto. — Obrigada. — É honesto e quase
esqueço que ela optou por não dizer nada sobre seu irmão viciado e assassino para mim.

Sabendo que ela precisa ouvir isso, suspiro. — Não precisa me agradecer, você é minha vida.

Alguns do clã dos Demons passam para prestar seu respeito ao homem no caixão e ambos acenamos com a
cabeça. Olho ao redor para o terreno verde e para o estacionamento onde Benny estava. O céu escurece como
uma nuvem cobre o sol. Benny tem coragem, ou é um idiota arrogante; ambos talvez. Deveria ter mandado Axel
colocar uma bala em sua cabeça, mas novamente, ele sabia que eu não faria. Veja, estou começando a pensar
que, assim como sua irmã, há muito mais em Benny do que pensava. Nunca subestime um homem que está
disposto a sacrificar seu próprio sangue para sobreviver. Olho para minha cigana. Sim, ele não é estúpido. Sabe
qual é a minha fraqueza.

Eve se vira e me encara diretamente. As nuvens se abrem e o sol beija seu rosto fazendo-a realmente parecer
um anjo.

— Sou um cara mau, mas nem mesmo eu posso matar seu irmão hoje.

— Jason... meu pai quer que eu tenha a mente aberta, então é por isso que não disse nada — sussurra, seus
olhos correndo ao redor, suas bochechas ficando rosadas.

— Eu não me importo. — Fico olhando para ela, quase querendo sacudi-la porque precisa entender isso. — Eu a
amo independentemente de qualquer coisa. Honestamente acha que não entendo você?

A sua respiração está ficando curta e rápida enquanto seus olhos vão para sua barriga. — Você não... eu bem...
não sou o que você...

— Você é exatamente o que penso. — Isso a faz olhar para mim novamente. Ela é tão linda e a quero. Porra, a
quero para sempre.

— Nada disso importa, Anjo. É a minha rainha e amo tudo em você. Quero que saiba que pode me contar tudo,
mas se lhe faz bem pensar que tem segredos, tudo bem também.

Ela está assustada, quase como se não tivesse me escutado. Olho ao redor. A minha mãe levanta a sobrancelha
para mim, me lembrando que estamos parados ao lado do caixão de seu pai e dificilmente é o momento e lugar
para ter essa conversa, mas novamente, talvez seja perfeito. Ela não pode fugir e se esconder. Aceno para todos
enquanto passam murmurando suas condolências.

— O que está dizendo, Jason? — Sibila. A minha pequena durona quer fugir. Posso sentir como posso sentir
todos os seus pensamentos.

Eu a pego pelo cotovelo e a trago alguns metros para longe, então a forço a olhar para mim. — Tudo. Eu sei
tudo, e se acha que não sei, você está se enganando. — Sorrio com os olhos arregalados e olhar atordoado em
seu rosto e me inclino para acariciar sua bochecha. — Eu. Não. Me. Importo.

Ela suspira e balança a cabeça, suas mãos pousando no meu peito. — Sabe como sempre diz que é um cara
mau? Bem, eu sou uma garota má. — Lambe os lábios enquanto olha para mim. — Eu sou. Roubo e minto para
conseguir o que preciso. — Ela vai se virar, mas agarro seu pulso e a seguro.

— Você está me ouvindo? Não sou o que pensa. — Bufa, seus olhos correndo ao redor.

Agarro seu queixo. — Eve. Sei de tudo isso e amo você toda, especialmente essas partes.

Ela franze a testa enquanto seus olhos mudam lentamente e a verdade de minhas palavras finalmente se
manifesta.

— Por quê? — Ela parece confusa.

— Por que me ama? Por que me aceita? Porque você realmente me ama. Não importa. — Eu me inclino em seus
lábios roubando seu fôlego.

Ela olha para as pessoas que estão começando a diminuir. O barulho das motos dando partida a faz erguer a
cabeça. — Como você sabia? — A sua voz é baixa.

— Qual delas? Aquela que mentiu sobre não poder engravidar? — Ela pisca aqueles cílios longos e fuliginosos
cheios de lágrimas. — Não sou estúpido, Anjo.

Ela olha para o céu, os olhos fechados de dor, suas tranças deslizam como mel dourado por suas costas. —
Então, está dizendo que gosta de tudo em mim, mesmo que eu seja uma garota má?

Tenho que conter minha risada. Afinal, estamos no meio do funeral de seu pai, mas é quase como se ele
estivesse me dando sua aprovação, porque o peso que eu estava segurando está drenando para o chão em que
estou.

Puxo-a para perto, sem dar a mínima para o que os outros pensam. — Estou dizendo que amo que você seja
minha garota má.

Quando observo seu rosto deslumbrante, seus olhos estão tristes, mas esperançosos. Desta vez, não posso
deixar de rir enquanto sussurro em seu ouvido — Quer o anel, não é, Eve? Você honestamente acredita que
pessoas como nós podem ter um feliz para sempre?

Ela se afasta e segura meu rosto com força. — Sei que podemos ter o felizes para sempre.
Levanto-a para que fique no nível dos olhos. — Você é minha vida. Se fizer de você minha rainha legalmente,
isso a fará feliz?

Os seus olhos, a primeira coisa que me atraiu nela, estão se enchendo de lágrimas.

— Sim. — Funga, então antes que ela possa responder, beijo-a e todo o mundo se derrete. Ela é tudo que
preciso... é tudo que sempre precisarei.

TRINTA E UM
Blade/Jason
— Oh Deus — Eve geme, ou choraminga, talvez ambos. Fios de seu cabelo dourado molhado de suor grudam em
sua testa e bochechas.

— Você está indo muito bem, Anjo. — Acaricio sua testa úmida e seus olhos piscam fogo azul para mim.

— Está brincando comigo? — Geme novamente. — Estou morrendo.

O meu coração literalmente cai na boca do estômago e dispara para a enfermeira que está do outro lado
olhando para o monitor. Eles puseram um cinto enrolado em volta da barriga de Eve, alertando-nos se o coração
de nosso bebê entrar em perigo.

— Ela não está morrendo — responde a mulher mais velha. — Está em trabalho de parto. — Uma pequena
contração fantasma em sua boca enrugada. As suas roupas têm um leve cheiro de fumaça e eu daria mil dólares
por um cigarro, mas isso exigiria que eu deixasse Eve, o que não é uma opção. Em vez disso, inalo a fumaça que
se agarra a ela.

— Você não está morrendo — repito suas palavras. A minha voz nem parece a minha. Que porra é essa? Fico
olhando para a sala em que estamos. É clara, com uma grande janela que mostra perfeitamente as colinas de
Hollywood. As paredes brancas são típicas de um hospital. Uma foto de flores e borboletas está pendurada na
parede, uma enorme tela plana na outra. A minha cabeça está prestes a explodir. A falta de sono, a abstinência
da nicotina e a verdadeira agonia mental por ter que testemunhar a dor de Eve fazem minha cabeça latejar.

— Escute-me. — Ela ofega, não pelo esforço, porque ainda nem chegamos à parte de empurrar. Eve está
atrasada, mais ou menos uma semana após a data do parto. Está inchada, desconfortável e nervosa. Depois de
levá-la à última consulta médica. Sugeri que talvez fosse hora de fazer algo. Sabiamente, seu ginecologista
concordou, e ela começou a ser induzida às cinco da manhã.

Outro gemido então — Preciso de Blade. — É cortado e forte. — Você me entendeu? — Os seus olhos azuis
piscam para mim como se eu não estivesse bem da cabeça.

— Certo — digo, sem entendê-la.

— Não, você não entendeu. — Ela range os dentes quando mais suor se forma em seu lábio superior. — Não
Jason, agora. Preciso que seja Blade e me arranje drogas, porra.

Fico olhando para esta mulher que me envelheceu nas últimas horas. A enfermeira nos informou que o hospital
tinha apenas um anestesista no momento. As cesarianas têm prioridade, então Eve tem que esperar. Este não é
meu forte. Ver minha própria razão para respirar e suportar tanta dor que ela nem mesmo grita me dá vontade
de socar a parede. Cristo, isso não é nada parecido com os filmes ou a TV. Uma quantidade de excitação
desesperadora e de tirar o fôlego desce pelo meu pescoço. Blade faz a coisa toda. Olho lentamente para a
enfermeira que congela e ligeiramente franze a testa para mim, em seguida, dá um passo para trás.

— Garanto que ela e o bebê estão muito bem. — Inala e me contorna para puxar o feio avental azul que Eve está
usando, para que possa ter a certeza de que o cinto do monitor cardíaco ainda está no lugar. — Sim, ainda... —
Inclino minha cabeça e minhas mãos em punho.

Os seus olhos viajam para o meu rosto, então minhas mãos e de volta para o meu rosto. — Verei quanto tempo
mais para o anestesista — diz ela, com uma expressão de desaprovação no rosto.

— Obrigada — Eve geme no travesseiro de plástico de baixa qualidade. Não sei a quem ela está agradecendo,
talvez ambos. Mesmo estando incrivelmente nervosa e em agonia, é extremamente legal com todas as
enfermeiras.

— Quero acabar com isso. Tudo que quero é um bebê saudável. — Os seus lindos olhos azuis focam em mim.
Brilham de dor, e novamente meu coração bate com tanta força que minhas têmporas latejam.

— Ele está vindo e está saudável. — Ela pisca enquanto sibila um gemido, mas um pequeno sorriso torce seus
lábios.

— Às vezes realmente amo Blade.

Sorrio e me inclino para beijá-la quando a porta se abre e uma jovem mulher asiática com uma jaqueta branca
de médico irrompe com a velha enfermeira atrás dela.

— Tudo bem — ela diz. — Vamos fazer isto.

É como se eu não estivesse na sala, de repente. Ainda estou ao seu lado, ainda segurando sua mão, mas isso é
tudo que posso processar. O meu cérebro parece incapaz de digerir que estou vendo o amor da minha vida levar
uma agulha. Uma maldita agulha longa injetada em suas costas.

— Você está bem? — A anestesista olha para mim. — Está pálido. Se vai desmaiar, sente-se primeiro, ou preciso
que uma enfermeira traga um suco de laranja para você?

Resmungo alguma coisa. Deve funcionar porque ela balança a cabeça, volta para Eve e anuncia — Está dilatada.
Chamarei seu médico. — Quase agarro a mulher e sacudo-a para me dizer o que diabos isso significa? Eve pega
a minha mão contudo quando ela começa a se levantar e empurrar. Aquela velha sensação de que o tempo está
parando acaricia meu corpo entorpecido e fico olhando hipnotizado.

— Você é meu tudo. — Sai forte, fazendo com que seu médico sorria de forma encorajadora para mim. Pisco,
porque, quando seu obstetra entrou? Eu nem sei se Eve me ouve, já que está ocupada fazendo exatamente o
que o médico diz como a durona que é. Os bipes e sons hipnotizantes do hospital estão todos se misturando. O
que estou testemunhando é nada menos que um milagre ou um caos do caralho; de qualquer forma, está me
acalmando. Estou acostumado ao caos.

Pelo resto da minha vida, sei que me lembrarei do momento em que meu filho respirou pela primeira vez. E não
é porque alguém diz — É um menino — ou por seu lamento raivoso, anunciando-se. É porque no momento em
que ele respira pela primeira vez, sinto isso dentro de mim.

— Jason? Você está bem? — A minha visão está clara o suficiente para eu ver meu Anjo.

— Levar uma bala por você não é nada comparado a como me sinto agora com você.

Ela acena com a cabeça, seus olhos vermelhos de lágrimas. — Eu sei.

Ambos os meus braços agarram a grade da cama. — Não sei se você sabe. — Escovo seus lábios vermelhos
inchados.

— Senhor McCormick? — A médica pigarreia e, pela primeira vez em horas, a sala voltou ao foco. É mais jovem
do que pensava. O seu sorriso é genuíno. — Gostaria de segurar seu bebê?

Olho ao redor da sala. Absorvo tudo como se eu tivesse renascido. Rindo, de certa forma estou. — Sim.

Ela balança a cabeça e se afasta, permitindo que a enfermeira coloque o bebê de rosto vermelho feroz em meus
braços. Feroz assim como sua mãe! Os meus olhos embaçam para esta criança e uma única lágrima cai em sua
bochecha, assustando-o e parando seu discurso furioso. Ele pisca e nossos olhos se encontram. Tempo, o
universo para quando meu filho se liga a mim. Um vínculo que nunca será quebrado. Sei disso como soube que
sua mãe era minha companheira. Ele é a coisa mais incrível que já vi. Quase jogo minha cabeça para trás e rio.
Armas, facas, drogas, tortura, nenhuma dessas coisas pode me deixar de joelhos. Esta... esta criança, minha
mulher, neste exato momento levou embora o motoqueiro, despiu o rei e permitiu que o homem fosse libertado.

Sou um mero mortal apaixonado por sua família, uma família que é mais do que uma gangue de irmãos e motos.
Esse é quem sou. Inspiro e expiro. Moverei céus e terras para garantir que sejam protegidos e amados até o dia
da minha morte.

— Jason? — Eve vira a cabeça para que possa me ver completamente. As suas bochechas estão vermelhas, seus
olhos cansados. Sei que ela acabou de dar à luz, mas nunca foi mais impressionante para mim do que agora.

Eu me movo para ela e lhe dou nosso filho. Ela abre o avental, a enfermeira ajudando-a a tentar amamentar. Ele
se agarra como o maldito herdeiro que é. Os meus olhos se fixam nos de Eve, os dela estão cheios de lágrimas.
O amor jorra dela como lava jorrando de um vulcão. Então digo a única coisa que resta a ser dita.

— Obrigado.

EPÍLOGO
Blade/Jason

DOZE MESES DEPOIS


Fico olhando para o complexo e balanço minha cabeça. É um maldito zoológico, e quero dizer isso literalmente.
Eve contratou um tratador para trazer animais para a festa de aniversário de um ano de nosso filho.

— Vá em frente e me diga que sou uma gênia. — Eve fica feliz a minha frente, com as mãos nos quadris, o
cabelo loiro preso em um coque bagunçado, o rosto fresco e feliz. A minha boca se contorce quando a alcanço.
Ela grita quando começo a empurrá-la para o lado da casa.

— Jason, pare com isso. Vai pisar nos meus gerânios. — Ela ri, seus olhos cheios de fogo azul.

Olho para baixo e está certa, estou pisando em algumas das flores que ela e um grupo de velhinhas plantaram
ao redor do complexo. Aparentemente, estava cansada de ver apenas cascalho, carros e motos.

— Vamos subir enquanto minha mãe está cuidando de James — rosno em seu ouvido.

— Jason, não podemos... — A minha boca impede a dela de me dizer qualquer coisa além de sim, e minha língua
a faz gemer.

— Vamos. Quero estar dentro de você em dois minutos.


— Mas... — seus olhos estão fechados enquanto se inclina para mim.

— Lá em cima — exijo enquanto a puxo comigo.

— Espere. — Os seus olhos se abrem. — Precisamos dizer a sua mãe.

Um pônei relincha e James, nosso filho que está sendo segurado por Axel, ri de alegria. As suas mãos
rechonchudas se movem alegremente enquanto bate de leve no nariz do pônei.

Aponto em direção ao meu melhor amigo e filho. — Melhor ainda. Axel está com ele. Sabe que ele estará
seguro. — Pego sua outra mão e coloco no meu pau latejante. — Preciso de você.

— Jason — sibila e tenta se afastar, o que é estúpido porque nunca vou deixá-la sozinha. Embora solte sua mão e
grite com Axel.

— Preciso de um momento com a minha Old Lady. Cuidado com meu filho. — Ele e metade do grupo se voltam
para nós. Axel me olha como se eu fosse louco e volta sua atenção para o meu filho. Balanço minha cabeça. —
Ele precisa de um filho.

— Não fique com ciúmes. Não é sua culpa que ele seja como o encantador de bebês.

— Não estou com ciúmes — resmungo enquanto a levo para dentro de casa.

Amy apareceu no corredor com tortilla chips em uma mão e uma grande tigela de seu famoso guacamole na
outra. Ela para e revira os olhos para nós. Pisco-lhe e arrasto Eve escada acima. Eu a ouço resmungando que
não demorará muito para que Eve engravide novamente. O pensamento de meu Anjo tendo outro bebê faz meu
pau ficar mais duro. Eu adoraria, mas ela quer esperar. Abro a porta do nosso quarto e imediatamente começo a
puxar para baixo seu short, não parando até que alcance meu objetivo.

Olho para ela enquanto um sorriso lento se espalha pelos meus lábios. — A sua boceta está molhada, Anjo. Vá
para a cama e deixe-me comer você.

—Deus, Jason — geme e sai de seu short e calcinha. Sobe na cama e abre as pernas lentamente. Inalo seu
maldito cheiro enquanto tiro meu colete, camiseta e calça, em seguida, me ajoelho enquanto a empurro para
frente. — Pode gritar tão alto quanto quiser, baby. Não precisamos nos preocupar em acordar o bebê. — Esfrego
seu clitóris suculento com o polegar e vejo seus olhos se fecharem.

— Oh. Meu. Deus... Jason, isso é bom — geme em nosso edredom grosso.

Inclinando-me para frente, coloco minha língua onde meu polegar estava, ouço-a gemer e arquear
profundamente em minha boca enquanto a lambo e chupo.

— Sim... — ela sibila enquanto levanto minha cabeça e a puxo para o final da cama, empurrando seus joelhos
para cima. Quando vou direto para seu buraco rosa doce e apertado, seus olhos se abrem enquanto minha
língua o lambe. Ela tenta abaixar as pernas.

— Não se atreva — murmuro enquanto mergulho dois dedos dentro de seu núcleo de mel e a umidade
escorregadia me faz esfregar meu pau latejante na lateral da cama.

— Não goze ainda. — Retiro meus dedos molhados e coloco o do meio em sua pequena entrada e esfrego.

— Jason... oh Deus. — Seguro sua perna direita. Assim que inserir o meu dedo em sua doce bunda, ela apertará.

— Olhe para mim, Eve. — Lentamente, coloco meu dedo em seu doce buraco quente. Porra, adoro ver seu rosto,
sempre exibe uma mistura de confusão e paixão selvagem.

— Sim, esta é minha garota... — já está se contraindo no meu dedo e mal comecei a tocar seu buraco apertado.
Deixo cair sua perna por cima do meu ombro e abaixo minha cabeça para chupar seu clitóris enquanto sua
boceta e bunda apertam minha língua e meus dedos. Lentamente puxo meu dedo e a rolo em cima de mim,
fazendo-a escarranchar em mim. — Foda-me com força.

Os seus lábios parecem picados de abelha e seu rosto tem um leve brilho orvalhado. Ela agarra meu pau grosso
e lentamente se abaixa sobre mim.

— Jesus — expiro. O prazer é intenso e meus músculos se contraem enquanto luto contra o desejo de gozar. O
seu cabelo caiu em torno de seus seios em uma bagunça dourada. Vejo enquanto ela arqueia as costas para me
levar mais fundo. — Sim, é isso, Anjo.

Os seus olhos são fendas quando começa a se levantar para cima e para baixo em mim. E estou consumido,
sendo levado enquanto ambos cavalgamos a maravilha requintada dos sentimentos que criamos juntos. Não
consigo tirar meus olhos dela. Cada expressão, cada gemido faz minhas bolas ficarem mais cheias enquanto ela
joga a cabeça para trás em êxtase.

— É isso aí, baby... foda-me. — A minha voz é áspera enquanto agarro sua bunda e a empurro com força para
mim. Ela esfrega sua boceta em mim, seus seios fartos movendo-se com ela. — Jesus — gemo — você é linda. —
Agarro seus quadris para guiá-la enquanto empurro. — Porra... sua boceta é quente e escorregadia. — Os
músculos do meu abdômen se contraem enquanto continuo a pressioná-la contra mim.

— Sim, assim mesmo. — A suas unhas estão presas no meu peito e sua boceta empurra meu pau enquanto grita
seu orgasmo. — Cristo! — deixo o prazer assumir me transportando para uma dimensão diferente. Um lugar
onde só ela existe. O meu corpo estremece quando vejo manchas, minha semente disparando profundamente
dentro dela. Ela desaba em cima de mim, nossa respiração difícil.

— Oh meu Deus — diz, sua voz rouca, seus doces lábios me salpicando com beijos por todo o meu rosto. — Você
é muito gostoso. — Ela morde o fundo do meu lábio.

Sorrio. — Anjo, não me chame de gostoso. Sou ruim, áspero, não sou gostoso. — Bato em sua bunda, segurando-
a enquanto olhamos um para o outro.

Os seus olhos se estreitam. — E... eu disse para você não chegar perto da minha... sabe. — Ela sussurra a última
parte.

É impossível não rir. — Sua bunda! Está tudo bem, querida. Somos apenas nós, pode usar suas palavras de
adulto. — Ela engasga e tenta sair de cima de mim. Eu a seguro imóvel para ver seu rosto ficar rosa. Eve fica
tímida com o jogo anal. Por um momento, gentilmente agarro seu rosto com minhas mãos para que possa olhar
para ela. Ela é minha coisa favorita de se olhar, além do meu filho. Sorrio e meu polegar se move para seus
lábios inchados enquanto os esfrego. — Gosta disso.

— Jason... eu não. — Bufa e se afasta. Desta vez, solto-a e estendo a mão para pegar meus cigarros na mesa de
cabeceira. Os nossos rostos estão a centímetros de distância.

— Gosta. Não há problema em gostar. — Os seus olhos mudam e rio muito dessa vez.

— Você é um idiota. — Ela me empurra para trás enquanto se levanta e se alonga. — Preciso de um banho
rápido. Acha que James está bem?

Sento-me na estrutura da cama de ferro forjado e acendo. Os meus olhos viajam para cima e para baixo nela,
parando enquanto admiro seus seios fartos. Ela coloca as mãos nos quadris.

— Foco. — Estala um dedo na minha cara. — O nosso filho... precisamos voltar para ele.

— Ele está bem. Por que não volta para a cama?

Eu a alcanço, mas ela grita e sai cambaleando para o banheiro, chamando por cima do ombro — Precisamos
voltar para a festa. O cara dos balões está vindo. — Fecha a porta do banheiro. A água corre instantaneamente e
fecho meus olhos e aprecio meu cigarro. Deveria me lavar também, mas adoro o cheiro de Eve e sexo em mim.
Dou mais uma tragada profunda no cigarro e o apago. Relutantemente, me levanto e visto minha calça jeans.
Desde o nascimento de James, reduzi meu hábito de fumar a tal ponto que quase não sinto falta. Então, se tiver
a chance de roubar um, faço. Abro a porta do banheiro, e no balcão da pia, está um bastão de gravidez.

Eve está cantarolando no chuveiro e meu estômago revira. Merda, olho? Deveria esperar por ela... mas está
bem aí. O chuveiro desliga e olho para minha esposa em toda a sua glória molhada e meu pau endurece.
Cruzando meus braços, digo — Algo que queira me dizer? — Não posso deixar de sorrir.

Ela ri. — Você me diz. É óbvio que olhou. — Revira os olhos para mim. — Peguei porque estou atrasada e meus
seios doem, mas já que parei de amamentar...

— Tem duas linhas rosa brilhantes. — Mostro a ela.

Ela franze os lábios enquanto se enxuga e meu coração bate forte no meu peito. Dizer que estou animado é para
dizer o mínimo. Quero vários filhos com Eve.

— Baby? Fale comigo. O que está acontecendo nessa linda cabeça?

Ela suspira e dobra a toalha, pendurando-a. — Está feliz? Quer outro bebê tão cedo?

Concordo. — Estou emocionado, mas se você não estiver pronta... — Eu me inclino na rocha fria e escura do
meu chuveiro e olho para esta cigana linda e selvagem que capturou minha alma.

Ela se aproxima e envolve seus braços em volta do meu pescoço, seu corpo quente e cheiroso pressionado
contra o meu, e gemo enquanto a puxo o mais forte que posso em meus braços; instantaneamente o meu nariz
está em seu pescoço enquanto respiro seu cheiro e ouço as palavras que preciso ouvir.

— Estou emocionada.

— Vista-se, Anjo, e vamos contar a todos. A minha mãe ficará em êxtase.

Então dou outro beijo nela porque não consigo parar. Eu a solto, com relutância. Ela gira ao redor e me agracia
com um sorriso que faz meu peito doer com o quanto a amo.

— Só demorarei um segundo. — Ela coloca um vestido preto tubinho. Raramente temos uma babá, então estou
debatendo se devo virá-la e transar com ela de novo... como uma celebração, sabe? Estou lhe estendendo a mão
quando uma batida forte me faz puxar Eve atrás de mim. Ela está segurando um Converse contra o peito.

— O quê? — Estalo.

— Hum, Prez... temos um problema. — A voz de Ryder ecoa através da madeira.

A mão de Eve vai para sua garganta, o baque de seu sapato caindo em um forte lembrete de que esta é a minha
vida. Todos os dias, o estresse de algo acontecendo com minha mulher ou filho me deixa fraco. E agora Eve está
grávida de novo.
— É alguma coisa com o meu filho?

— Não. — Ele ri e sinto todo o corpo de Eve relaxar. — James Dean está se divertindo muito com Axel... é um
assunto de família.

Ela afunda em nossa cama e pega o sapato. — Jesus Cristo, não podemos ter um dia sem uma situação? —
Estala enquanto pega seu tênis e calça-o.

— Aparentemente não. — Olho para seu rosto corado. — Está bem?

Ela se levanta e abaixa o vestido, em seguida, joga o cabelo sobre o ombro. — Eu me sinto como uma princesa.
— Fica na ponta dos pés para roçar meus lábios. — Vejo você lá embaixo.

Ela abre a porta para Ryder descansando na porta. Dá um tapinha em seu braço enquanto agarra sua bolsa,
então me dá um sorriso atrevido. — Depressa, vocês dois. O bolo está chegando.

O meu coração bate mais rápido. Morreria mil vezes por ela. Esfrego minhas mãos no rosto e inalo. O cheiro da
minha Eve me acalma. Deixo cair minhas mãos e enfrento Ryder.

— O quê?

— Ele está na sala de conferências. — Arqueio uma sobrancelha para ele, em seguida, balanço minha cabeça
enquanto passo.

— Pela sua mensagem enigmática, presumo que isso me deixará infeliz no aniversário do meu filho e nos
atrasará para o bolo?

Levanta as mãos como se eu tivesse uma arma apontada para ele. — Não disse isso. A verdade, é hora de ele
voltar e terminar o que precisa ser feito.

— Eve está grávida de novo. — Ele me encara e, por um momento, aquele horrível deslizamento de pavor faz
com que os pelos dos meus braços se arrepiem.

— Eve é uma guerreira. Ela ficará bem. Está na hora, irmão.

Deixei suas palavras nadar em torno da minha cabeça, sabendo que Ryder estava certo. Isto está demorando
muito. Mal reconheço ninguém quando passamos pela sala de jogos barulhenta. Os motoqueiros estão jogando
sinuca e atirando, mas não há drogas à vista. Esta é uma festa familiar. Isso significa sem armas, sem drogas. Se
eles não podem seguir as regras, vão embora. Não tenho tolerância para qualquer tipo de merda. O meu filho
não crescerá como eu. Eve e eu estamos na mesma sintonia quando se trata de paternidade. Tradução: ambos
fazemos o oposto do que nossos pais fizeram. Paro na porta.

— A vingança precisa acontecer, Prez. As pessoas precisam se redimir — Ryder sibila. Olho para ele por um
segundo e me pergunto o quão sangrento isso ficará.

— Eu te protejo, cara. Não vamos cair desta vez.

Sorrio porque Ryder é um filho da puta assustador quando quer. Aceno e abro a porta. Ele está de costas para
mim. Não posso deixar de bufar para seu terno escuro que faz o quarto feder com dinheiro.

Ele se vira e travo os olhos com seus de prata. A sala está silenciosa e o sol se derrama, lançando uma sombra
em metade do chão, quase como se estivesse nos avisando.

Porra. Ryder está certo. É hora de encontrar o responsável e fazê-lo pagar.

Então, entro e digo — Olá, David...


Notas
[←1]

-Píppi Meialonga ou Pipi das Meias Altas é uma personagem literária e também o nome de um livro da escritora sueca Astrid Lindgren.

[←2]

-Copos grandes de refrigerante.

[←3]

-Anjo em inglês é Angel. Ele usa muito para falar dela e com ela.

[←4]

-Alguns motoqueiros, fora da lei podem ser distinguidos por um patch de "1%" usado nos coletes. Diz-se que isso se refere a um comentário da American
Motorcyclist Association (AMA) de que 99% dos motoqueiros eram cidadãos cumpridores da lei, o que implica que o último um por cento era fora da lei.

[←5]

-Funhouse. É uma casa de diversões nos parques de diversão e meios de entretenimento em que os clientes se encontram e interagem ativamente com vários
dispositivos projetados para surpreender, desafiar e divertir o visitante.

[←6]

-É uma marca americana de sabonete desodorante.

[←7]

-Formam uma ordem de guardiões da paz e da justiça, que dominam o “Lado da Luz” da Força. São personagens fictícios da série americana Star Wars.

[←8]

-Agência de Controle de Drogas Americana.

[←9]

-Um dos primeiros subgêneros do rock and roll, surgiu nos EUA no começo da década de 1950, especialmente no Sul.

[←10]

-Rede de salões de cabelereiros com preços bem acessíveis.

[←11]

-Xarope cor de rosa.


[←12]

-é uma rede de lojas de departamento de alto padrão dos EUA.

[←13]

-É um grande aliado da maquiagem de alta duração. Funciona como base corretiva, mas tem acabamento de pó. É ideal para maquiagens artísticas ou que tem que
durar um período estendido.

[←14]

-É uma rede multinacional americana de restaurantes de panquecas especializadas em alimentos para o café da manhã.

[←15]

-Gata Selvagem.

[←16]

-Comumente chamados de Navy SEALS, são uma das principais forças de operação especiais da marinha americana. O United States Navy’s SEAL teams, possui
sua sigla: Sea, Air, and Land, derivada de sua capacidade de operar no mar (SEa), no ar (Air) e na terra (Land).

[←17]

-Estação de rádio licenciada para Pasadena, Califórnia, que atende a Grande Los Angeles, transmite um formato de rock alternativo.

[←18]

-Versão abreviada de Mc Donald’s.

[←19]

-Deckard é o sobrenome de um dos personagens desse filme.

[←20]

-Seria o gesto igual ao emoji sorrindo com as mãozinhas abertas.

[←21]

-Ceifador, Anjo da morte, executor.

[←22]

-“Não ainda” em russo

[←23]

-A mãe do filho de um homem, quando os pais não são casados.

[←24]

-Traduzido do inglês-CVS Pharmacy, Inc. é uma empresa de varejo americana.

[←25]

-PD – Police Departament – Departamento de Polícia

Table of Contents
SINOPSE

UM

DOIS

TRÊS

QUATRO

CINCO

SEIS

SETE

OITO

NOVE

DEZ

ONZE

DOZE

TREZE

QUATORZE

QUINZE

DEZESSEIS
DEZESSETE

DEZOITO

DEZENOVE

VINTE

VINTE E UM

VINTE E DOIS

VINTE E TRÊS

VINTE E QUATRO

VINTE E CINCO

VINTE E SEIS

VINTE E SETE

VINTE E OITO

VINTE E NOVE

TRINTA

TRINTA E UM

EPÍLOGO
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SINOPSE

UM

DOIS

TRÊS

QUATRO

CINCO

SEIS

SETE

OITO

NOVE

DEZ

ONZE

DOZE

TREZE

QUATORZE

QUINZE

DEZESSEIS

DEZESSETE

DEZOITO

DEZENOVE

VINTE

VINTE E UM

VINTE E DOIS

VINTE E TRÊS

VINTE E QUATRO

VINTE E CINCO

VINTE E SEIS

VINTE E SETE

VINTE E OITO

VINTE E NOVE

TRINTA

TRINTA E UM

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