Adequação Do Cuidado A Pessoas Com Hipertensão
Adequação Do Cuidado A Pessoas Com Hipertensão
Adequação Do Cuidado A Pessoas Com Hipertensão
doi 10.1590/S2237-96222022000200005
Elaine Tomasi1 , Dario Correia Pereira1 , Anderson Vaz dos Santos1 , Rosália Garcia Neves2
2
Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, Pelotas, RS, Brasil
RESUMO
Objetivo: Analisar a adequação do cuidado recebido por adultos e idosos com hipertensão arterial (HA) e sua
associação com macrorregião nacional, características demográficas, socioeconômicas e do sistema de saúde,
Brasil, 2013 e 2019. Métodos: Estudo transversal, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde. Foram incluídas
pessoas na idade de 18 anos ou mais, com diagnóstico de HA e consulta médica por esse motivo nos últimos
três anos. Analisou-se a adequação do cuidado, construída a partir de 11 indicadores, por regressão de Poisson.
Resultados: Em 2013, 11.129 pessoas com HA (25,3%; IC95% 24,5;26,1) receberam cuidado adequado, e em 2019,
19.107 (18,8%; IC95% 18,2;19,3). Indivíduos do quintil de melhor nível socioeconômico apresentaram prevalência
de cuidado adequado 2,54 vezes maior (IC95% 2,03;3,17) em 2013, e 3,53 vezes maior (IC95% 2,94;4,23) em 2019, em
relação aos de menor nível socioeconômico. Conclusão: O cuidado adequado diminuiu e as desigualdades
econômicas intensificaram-se no período 2013-2019.
Palavras-chave: Hipertensão; Doenças não Transmissíveis; Pesquisa sobre Serviços de Saúde; Qualidade da
Assistência à Saúde; Estudos Transversais.
INTRODUÇÃO
a) Proporção com ponderação; b) UPA: Unidade de Pronto Atendimento; c) PA: Pronto Atendimento; d) PS: Pronto-socorro; e) UBS: Unidade
Básica de Saúde; f) USF: Unidade de Saúde da Família; g) SUS: Sistema Único de Saúde.
Figura 1 – Prevalência (%) de adultos e idosos atendidos por hipertensão arterial que referiram
o recebimento de orientações e de prescrição de exames, Pesquisa Nacional de Saúde, Brasil,
2013 (n = 11.129) e 2019 (n = 19.107)
Figura 2 – Prevalência de adultos e idosos atendidos por hipertensão arterial que referiram o
recebimento de orientações, de acordo com quintis de classe econômica, Pesquisa Nacional
de Saúde, Brasil, 2013 (n = 11.129) e 2019 (n = 19.107)
Figura 3 – Prevalência de adultos e idosos atendidos por hipertensão arterial que referiram o
recebimento de solicitação de exames, de acordo com quintis de classe econômica, Pesquisa
Nacional de Saúde, Brasil, 2013 (n = 11.129) e 2019 (n = 19.107)
2013 2019
Região c
p-valor < 0,001 l
p-valor < 0,001 l
a) RP: Razão de Prevalências; b) IC95%: Intervalo de confiança de 95%; c) Primeiro nível hierárquico; d) Segundo nível hierárquico; e) Terceiro
nível hierárquico; f) UPA: Unidade de Pronto Atendimento; g) PA: Pronto Atendimento; h) PS: Pronto-socorro; i) UBS: Unidade Básica de Saúde;
j) USF: Unidade de Saúde da Família; k) SUS: Sistema Único de Saúde; l) P-valor do teste de Wald, obtido mediante regressão de Poisson.
prescrição de exames para o adequado manejo deveria ser mais requisitado, o que não ocorreu
de sua condição de saúde, situação que piorou em aproximadamente um a cada quatro indi-
em 2019, com essa qualidade do atendimento víduos com diagnóstico de hipertensão arterial.
ofertada para menos de um quinto da popula- As desigualdades regionais, bem documenta-
ção pesquisada. das pela literatura no Brasil,7,12,20,21 mais uma vez
O processo de transição demográfica, aliado se manifestaram. O Norte e o Nordeste respon-
à transição epidemiológica que vem sendo ex- deram pelas menores prevalências de cuidado
perimentada no país,17 tem afetado a ocorrência adequado à pessoa com hipertensão, ao passo
das DCNTs,6,7 incluindo a HA. De acordo com os que as demais regiões do país mantiveram seus
inquéritos da PNS, a prevalência de HA aumentou índices pouco acima da média nacional. O nível
de 21,4% em 2013 para 26,9% em 2019. Este fato socioeconômico, além de afetar a saúde da po-
contribui para que também aumente a deman- pulação, vê-se refletido nos serviços de saúde,
da por serviços de saúde, com a possibilidade de seja em suas estruturas constituídas, seja nos
gerar uma assistência de baixa qualidade. Além processos conformadores da oferta de ações.12,21
do que, nos últimos anos, o Brasil tem enfren- No caso do cuidado dispensado a pessoas com
tado o recrudescimento do subfinanciamento HA, essa desigualdade é ainda mais preocupan-
do SUS, notadamente a partir da promulgação te, uma vez que o fornecimento de orientações
da Emenda Constitucional nº 95 pelo Congresso independe de recursos de qualquer monta. Já a
Nacional, em 15 de dezembro de 2016,18 inauguran- solicitação de exames para o controle da doença
do um período em que não houve investimento pode ter sido afetada pela menor disponibilida-
público no setor de saúde, fator determinante de de estabelecimentos em muitos municípios
para uma previsível influência negativa na qua- de regiões mais pobres, alimentando um círculo
lidade dos serviços prestados. perverso de pobreza e pior qualidade da aten-
Em que pese o fato de, segundo ambas as ção à saúde.
pesquisas, a maioria dos entrevistados ter rece- As desigualdades socioeconômicas em nível
bido alguma orientação, um achado chama a individual também foram observadas em am-
atenção: as recomendações referentes a com- bas as amostras, no que concerne à maioria dos
portamentos saudáveis – praticar atividade física, exames e das orientações, tendo sido inclusive
não fumar e não consumir bebidas alcoólicas agravadas em alguns casos, com acirramento
em excesso – foram menos enfatizadas pelos das iniquidades, a exemplo das orientações para
profissionais de saúde, enquanto manter uma manter o peso adequado, a prática de atividade
alimentação saudável e reduzir o consumo de física, não beber em excesso e fazer acompanha-
sal foram as orientações mais relatadas. Sabe- mento regular. O mesmo foi observado para os
-se que a adoção de tais comportamentos tem exames em geral – exceto o exame de urina –,
efeito positivo sobre a saúde, notadamente para ao se analisarem esses mesmos desfechos
pessoas com HA.2 com base nos dados da PNS de 2013, apenas
Da mesma forma, destacam-se as baixas pre- para idosos: encontrou-se o mesmo padrão de
valências de solicitação de eletrocardiograma desigualdades,12 o que reforça os achados do
e teste de esforço, exames que ajudam a mo- presente estudo.
nitorar eventuais danos da doença no sistema O comportamento do desfecho de acordo
cardiocirculatório19 e que, por isso, deveriam ser com a situação socioeconômica dos indivíduos,
solicitados periodicamente a todos os indiví- após ajuste por região, aponta uma associação
duos com HA.1 Igualmente, o exame de urina, direta: quanto melhor a classificação econômi-
para análise de caracteres físicos, elementos e ca, melhor cuidado foi dispensado. Além de esse
sedimentos, é essencial no controle da doença,1 efeito ter-se verificado nas duas pesquisas, par-
dada sua importância, baixo custo e simplicidade, ticularmente em 2019, a desigualdade foi mais
qualidade do cuidado, não havendo, por exem- Esforços para nortear e qualificar a atenção à
plo, perguntas sobre solicitação de raio X para pessoa com HA vêm sendo feitos, a exemplo de
pessoas portadoras de HA com insuficiência recente publicação do Ministério da Saúde cujo
cardíaca congestiva. Outro destaque entre as tema é a linha de cuidado voltada a essa popu-
limitações do estudo, diz respeito à generalida- lação.30 Porém, existem gargalos no âmbito do
de da pergunta sobre exame de sangue, sem sistema de saúde. A oferta de orientações e a
distinguir os diferentes tipos de exame de san- prescrição de exames de rotina são manifesta-
gue solicitados. Da mesma forma, a adequação ções concretas deste cuidado a pessoas com HA,
do cuidado foi avaliada como um todo, sem se- e devem ser mais frequentes. Em todos os seus
rem consideradas as diferenças nos perfis das contatos com os serviços de saúde, os usuários
pessoas com HA em relação à severidade da devem receber, de parte de seus profissionais, o
doença e a comorbidades. É possível que algu- reforço dessas condutas. Mais ações de educa-
mas respostas tenham sido afetadas por viés de ção permanente, voltadas não só à promoção da
recordatório, pois o período dos atendimentos saúde de modo geral, mas também a cuidados
a que as perguntas se referiam era de até três específicos, no caso dos portadores de doenças
anos pregressos. crônicas, podem potencializar a melhoria da
Entre as fortalezas do trabalho, destaca-se a saúde em todas as idades.
representatividade nacional das amostras e a Espera-se que as políticas em nível macro, a
oportunidade de comparar a evolução de indi- exemplo da ampliação do acesso à alimenta-
cadores em dois momentos-limite, permitindo a ção saudável e da manutenção da segurança
identificação de tendências e padrões na quali- para a prática de atividade física, sejam forta-
dade da atenção a pessoas com HA pelo sistema lecidas. Ademais, os serviços de saúde devem
de saúde, e suas desigualdades. encorajar o autocuidado e o engajamento da
É preocupante constatar que, passados seis família nas mudanças de estilo de vida, contri-
anos, esses indicadores de atenção à saúde te- buindo para viabilizar a adesão da pessoa com
nham se deteriorado com o acirramento das HA ao tratamento não farmacológico. Este apoio
desigualdades. Dado o fato de a prevalência de pode atenuar as deficiências nas orientações
HA vir aumentando no Brasil, acredita-se que, sobre uso de bebida alcoólica e tabagismo. Tais
se a qualidade do cuidado também aumentar, orientações se mostraram menos prevalentes,
será possível minimizar o impacto populacional embora sejam tão importantes para a saúde
da doença. da população.
Neves RG, Pereira DC, Santos AV e Tomasi E contribuíram na concepção e delineamento do estudo,
análise e interpretação dos resultados, redação e revisão crítica do manuscrito. Todos os autores aprovaram
a versão final do manuscrito e são responsáveis por todos os seus aspectos, incluindo a garantia de sua
precisão e integridade.
CONFLITOS DE INTERESSE
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ABSTRACT
Objective: To analyze adequacy of care received by adults and elderly people with arterial hypertension, and
its association with region of the country, demographic, socioeconomic and health system characteristics in
Brazil in 2013 and 2019. Methods: This was a cross-sectional study using National Health Survey data. People
aged ≥18 years with diagnosis of hypertension and medical consultation for this reason in the last three years
were included. Adequacy of care was analyzed based on 11 indicators and using Poisson regression. Results:
Adequate care was provided to 11,129 people with hypertension (25.3%; 95%CI 24.5;26.1) in 2013 and to 19,107
(18.8%; 95%CI 18.2;19.3) in 2019. Adequate care prevalence was 2.54 (95%CI 2.03;3.17) times higher in 2013, and
3.53 (95%CI 2.94;4.23) times higher in 2019 among individuals belonging to the highest socioeconomic quintile
compared to those belonging to the poorest. Conclusion: We identified that care decreased and economic
inequalities intensified in the period 2013-2019.
Keywords: Hypertension; Noncommunicable Diseases; Health Services Research; Quality of Health Care;
Cross-Sectional Studies.
RESUMEN
Objetivo: Analizar la adecuación de la atención recibida por adultos y ancianos con hipertensión arterial
(HA), y su asociación con características regionales, demográficas, socioeconómicas y del sistema de salud,
Brasil, 2013 y 2019. Métodos: Estudio transversal con datos de la Encuesta Nacional de Salud. Se incluyeron
personas mayores de 18 años con diagnóstico de HA y consulta médica por este motivo en los últimos tres
años. Se analizó la adecuación de la atención, construida a partir de 11 indicadores, por la regresión de Poisson.
Resultados: En 2013, 11.129 personas con HA (25,3%; IC95% 24,5; 26,1) recibieron atención adecuada y, en 2019,
19.107 (18,8%; IC95% 18,2;19,3). Individuos del quintil con mejor nivel socioeconómico tuvieron una prevalencia
de cuidado adecuado de 2,54 (IC95% 2,03;3,17) (2013) y 3,53 (IC95% 2,94;4,23) (2019) veces superior a los del menor
nivel socioeconómico. Conclusión: Se identificó que la atención adecuada disminuyó y las desigualdades
económicas se intensificaron en el período 2013-2019.
Palabras clave: Hipertensión; Enfermedades no Transmisibles; Investigación sobre Servicios de Salud; Calidad
de la Atención de Salud; Estudios Transversales.