Cartilha LPGD
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Versão online
COORDENAÇÃO
Luiz Gustavo Meira Homrich
EQUIPE TÉCNICA:
Júlio César Tinoco Alves
Paula Keiko Iwamoto Poloni
PROJETO GRÁFICO
Gerência de Comunicação Social – GCOMS/SEGER/PRESI
NORMALIZAÇÃO
Biblioteca/CGDOP/GEQIN/DIGES
Ficha Catalográfica
A265l Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). Gabinete da Presidência. Assessoria de proteção de dados e informações..
LGPD: informações básicas para entender a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. / Agência Nacional de Saúde Suplementar
(Brasil). Gabinete da Presidência. Assessoria de proteção de dados e informações. -- Rio de Janeiro: ANS,2020.
1MB; e-PUB.
1. LGPD. 2. Dados pessoais. 3. Lei de proteção de dados. 4. Agência Nacional de Saúde Suplementar. 5. Cartilha. I. Título.
CDD 352.806
Penalidades 12
Mas a LGPD vai além do ambiente virtual e dispõe sobre o tratamento de dados pessoais tanto em meio digital, quanto em
meio físico; feito por pessoa física ou jurídica de direito público ou privado; e engloba um conjunto de operações realizadas por
pessoas e máquinas de forma cotidiana. A LGPD tem efeito imediato para entidades públicas e privadas
Na ANS, a implementação da LGPD é coordenada pela Chefia de Gabinete da Presidência, por meio da Assessoria de Proteção
de Dados e Informações (APDI). A presente cartilha reúne os principais conceitos e as regras que passaram a ser obrigatórias a
partir da vigência da LGPD. Confira as orientações e descubra o que você tem a ver com isso. Boa leitura!
A exemplo do que está sendo realizado em diversos países, a LGPD foi inspirada no Regulamento Geral sobre a Proteção de
Dados da União Europeia e publicada com a finalidade de criar um ambiente de segurança jurídica por meio da padronização de
normas e práticas para a proteção, de forma igualitária, de dados pessoais no Brasil.
LG P D
AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS (ANPD)
A regulação sobre o tratamento de dados pessoais por pessoas físicas e jurídicas, a fiscalização e a aplicação de penalidades
da LGPD ficarão a cargo da Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD), órgão da administração pública federal,
vinculado à Presidência da República, com autonomia técnica e decisória garantida pela lei e tendo sua natureza, finalidade e
competências definidas pelo Decreto nº 10.474, de 26 de agosto de 2020.
CARTILHA LGPD - INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA ENTENDER A LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS 5
A ANPD contará com o Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade. O colegiado será composto por 23
titulares, não remunerados, com mandato de dois anos, e de diferentes setores: seis do Poder Executivo federal; um do Senado
Federal; um da Câmara dos Deputados; um do Conselho Nacional de Justiça; um do Conselho Nacional do Ministério Público;
um do Comitê Gestor da Internet no Brasil; quatro da sociedade civil com atuação comprovada em proteção de dados pessoais;
quatro de instituição científica, tecnológica e de inovação; e quatro de entidade do setor empresarial ligado à área de tratamento
de dados pessoais.
A lei determina que as organizações devem nomear agentes de tratamento de dados pessoais com as seguintes funções:
Controlador – pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamento
de dados pessoais;
Operador – pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do
controlador; e
Encarregado – pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
SEGURANÇA E GOVERNANÇA
A LGPD obriga organizações públicas e privadas - brasileiras ou com origem estrangeira e atuação no Brasil - a cumprir
determinados padrões de segurança da informação e da comunicação, além de incentivar os agentes de tratamento de dados a
formular regras de boas práticas e de governança em termos de tratamento de dados pessoais. Essas medidas têm a finalidade
de prevenir e mitigar as fraudes, a ocorrência de danos ao titular dos dados pessoais, roubos, abusos e violações de proteção
de dados, vazamentos e o compartilhamento ilegal de informações etc.
Para gerir riscos e falhas, a legislação determina que sejam elaboradas normas de governança e que sejam adotadas medidas
preventivas de segurança. Torna-se necessário também elaborar planos de contingência, fazer auditorias e ter agilidade para
solução de problemas como vazamento de dados. Destaca-se que somente nos casos de risco ou dano relevante, a ANPD e os
cidadãos afetados deverão ser informados.
RESPONSABILIDADES
É um grande desafio para as entidades e os órgãos públicos integrantes da Administração Pública dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário proteger a privacidade dos indivíduos, mediante a efetiva implementação da LGPD, e garantir a
conformidade legal, especialmente para atender a finalidade pública, na persecução do interesse público, com o objetivo de
executar as competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço público.
A ANS comprometida com esses objetivos, reforça sua atuação para que os gestores, servidores públicos, colaboradores,
cidadãos e a sociedade, como um todo, conheçam os esforços e as ações de implementação da LGPD.
Neste cenário, a ANS divulga o contato do Encarregado em sua página na internet. São tarefas do Encarregado de dados da
instituição:
• Ser ponto de contato com os titulares de dados,
• Ser ponto de contato com a ANPD; e
• Orientar em matéria de proteção de dados.
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O art. 42 da LGPD estabelece que o controlador ou o operador que causar dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, no
exercício da atividade, em violação à legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
Vale ressaltar que a ANS, em relação aos dados pessoais que custodia, ocupa a função de Controladora, não sendo adequado
apontar os servidores e colaboradores contratados na figura de Operadores.
A responsabilização em eventual incidente de vazamento de dados pessoais de suas bases de dados ou por tratamento
inadequado dos mesmos, fica sendo da instituição, vindo esta a sofrer eventuais sanções por parte da ANPD se constatado
descuido ou desrespeito à lei.
A consolidação da LGPD será uma jornada de modificação de cultura organizacional exigindo o envolvimento de todos os setores
das instituições, visto que o tratamento de dados pessoais consiste em atividade comum e cotidiana da grande parte dos
agentes públicos, os quais devem estar adequadamente treinados e preparados por seus órgãos para esse novo marco legal.
TIPOS DE DADOS
Dados pessoais: se uma informação permite identificar, direta ou indiretamente, um
indivíduo que esteja vivo, então ela é considerada um dado pessoal: nome, RG, CPF, gênero,
data e local de nascimento, telefone, endereço residencial, localização via GPS, retrato em
fotografia, prontuário de saúde, cartão bancário, renda, histórico de pagamentos, hábitos
de consumo, preferências de lazer; endereço de IP (Protocolo da Internet) e cookies, entre
outros.
Dados pessoais sensíveis: são informações que revelam origem racial ou étnica,
convicções religiosas ou filosóficas, opiniões políticas, filiação sindical, questões genéticas,
biométricas e sobre a saúde ou a vida sexual de uma pessoa. Os dados sensíveis também
podem ser tratados se tiverem o consentimento explícito da pessoa e uma finalidade
definida; e, sem consentimento do titular, quando for indispensável em situações ligadas: a uma obrigação legal; a políticas
públicas; a estudos via órgão de pesquisa; a um direito, em contrato ou processo; à preservação da vida e da integridade física
de uma pessoa; à tutela de procedimentos feitos por profissionais das áreas da saúde ou sanitária; à prevenção de fraudes
contra o titular.
Dados pessoais de acesso público: essa categoria de dados deve ser tratada considerando a finalidade, a boa-fé e o interesse
público que justificaram a sua disponibilização. A LGPD define, por exemplo, que uma organização pode, sem precisar pedir
novo consentimento, tratar dados tornados anterior e manifestamente públicos pelo titular. Porém, se uma organização quiser
compartilhar esses dados com outras, aí ela deverá obter outro consentimento para esse fim - resguardadas as hipóteses de
dispensa previstas na lei. A LGPD também se relaciona com a Lei de Acesso à Informação (LAI) e com princípios constitucionais,
como o de que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
Dados anonimizados: são aqueles que, originariamente, eram relativos a uma pessoa, mas que passaram por etapas que
garantiram a desvinculação deles a essa pessoa. Se um dado for anonimizado, então a LGPD não se aplicará a ele. Vale frisar que
um dado só é considerado efetivamente anonimizado se não permitir que, via meios técnicos e outros, se reconstrua o caminho
para “descobrir” quem era a pessoa titular do dado - se de alguma forma a identificação ocorrer, então ele não é, de fato, um
dado anonimizado e sim, apenas, um dado pseudonimizado e estará, então, sujeito à LGPD.
(Fonte: https://www.serpro.gov.br/lgpd/menu/protecao-de-dados)
Dados pseudonimizados: são aqueles dados que também passaram por etapas de tratamento, no qual se permitiu trocar o
conjunto de dados originais (por exemplo, o e-mail do titular dos dados ou o próprio nome) por um pseudônimo. Ou seja, neste
caso, é possível identificar quem era a pessoa titular do dado, sujeitando-se à LGPD.
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O TRATAMENTO DE DADOS EM 20 AÇÕES
Considera-se tratamento de dado toda e qualquer atividade que utilize dado pessoal na execução da sua operação. A lei menciona
20 ações relacionadas ao tratamento de dados:
Ato de ingressar, transitar, conhecer ou consultar a informação, bem como possibilidade de usar
Acesso
os ativos de informação de um órgão ou entidade, observada eventual restrição que se aplique;
Ato ou efeito de manter registrado um dado embora já tenha perdido a validade ou esgotado a
Arquivamento
sua vigência;
Distribuição Ato ou efeito de dispor de dados de acordo com algum critério estabelecido;
Transferência Mudança de dados de uma área de armazenamento para outra, ou para terceiro;
Movimentação de dados entre dois pontos por meio de dispositivos elétricos, eletrônicos,
Transmissão
telegráficos, telefônicos, radioelétricos, pneumáticos etc; e
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O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve considerar a
finalidade, a boa-fé e o interesse público que justificaram sua disponibilização.
(Art. 7, § 3º da Lei nº 13.709/2018)
Adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento;
Necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos dados
pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às finalidades do tratamento de dados;
Livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
a integralidade de seus dados pessoais;
Qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a
necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
Transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente acessíveis; sobre a realização do tratamento
e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos comercial e industrial;
Segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e
de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão;
Prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
Não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos; e
Responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de comprovar
a observância e o cumprimento das normas de proteção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
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A PALAVRA É: CONSENTIMENTO
Dono do dado pessoal, o titular tem a prerrogativa de autorizar, negar ou reconsiderar o uso de suas informações. O consentimento
pode ser manifestado por escrito ou por qualquer outro meio que demonstre, de forma clara e inequívoca, que suas informações
podem ser usadas por empresas e órgãos públicos. O consentimento pode ser tácito quando o titular o torna manifestamente
público previamente.
Não há exigência de consentimento nos casos em que o dado for indispensável para o cumprimento de uma obrigação legal;
execução de política pública prevista em lei; realização de estudos por órgãos de pesquisa; execução de contratos; defesa de
direitos em processo; preservação da vida e da integridade física de uma pessoa; tutela de ações feitas por profissionais das
áreas da saúde ou sanitária; prevenção de fraudes contra o titular; proteção do crédito; ou atendimento a um interesse legítimo,
que não fira direitos fundamentais do cidadão.
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Privacidade
Direitos Autodeter-
Humanos minação
Dignidade Liberdade
Inovação Inviolabi-
lidade
Desenvol-
vimento
EXCEÇÕES
As disposições da LGPD não são aplicadas ao tratamento de dados pessoais
para fins exclusivamente: particulares e não econômicos; jornalísticos e
artísticos; acadêmicos; de segurança pública; de defesa nacional; de segurança
do Estado; de investigação e repressão de infrações penais; atividades de
investigação e repressão de infrações penais; provenientes de fora do território
nacional e que não sejam objeto de comunicação, uso compartilhado de dados
com agentes de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o país de
proveniência proporcione grau de proteção de dados pessoais adequados ao
previsto nesta lei. (Art. 4 da Lei nº 13.709/2018)
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PENALIDADES
Falhas de segurança podem ocasionar multas de até 2% do faturamento anual da organização,
no limite de R$ 50 milhões de reais por infração. Caberá à ANPD fixar níveis de penalidade
segundo a gravidade da falha e enviar alertas e orientações antes de aplicar as sanções.
As sanções previstas em caso de infrações às regras da Lei Geral de Proteção de Dados são:
Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados. Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm
Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019. Dispõe sobre a governança no compartilhamento de dados no âmbito da
administração pública federal e institui o Cadastro Base do Cidadão e o Comitê Central de Governança de Dados.
Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10046.htm
Guia de Boas Práticas para Implementação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais na Administração Pública
Federal. Link: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/governanca-de-dados/guia-de-boas-praticas-lei-geral-de-protecao-de-
dados-lgpd
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