The Ex Effect (Washington Wolves, #2) by Karla Sorensen
The Ex Effect (Washington Wolves, #2) by Karla Sorensen
The Ex Effect (Washington Wolves, #2) by Karla Sorensen
Obrigado.
ISSO PODE PARECER difícil de acreditar, mas uma vez que você
tenha visto um jogador de futebol nu, você já viu todos eles.
Não, é sério.
—Não sei. O treinador quer que eu vá falar com ele depois que
eu me vestir.
1O Wolves é lobo em português. Mas como é um clube de futebol mantive o nome desta forma. E este é o emblema.
intimidantes que os meus cinco, seis anos de time, tive a satisfação
de ver ele se mexer desconfortavelmente.
2DM" no Inglês. Abreviatura de mensagem direta: uma mensagem privada enviada em um site de mídia social, na qual apenas a
pessoa para a qual ela é enviada pode ver: Ela recebeu ameaças e abuso em seus DMs.
Robinson terminou de afivelar o cinto e se inclinou para perto.
—Robinson4MVP2017. Minha senha.
Como sempre.
Eu sabia porque ela estava ligando. Ah, por mais certo que Tom
Brady seria o primeiro no corredor da fama depois de se aposentar,
eu sabia por que a mulher que me deu a luz estava ligando. Olhando
para o teto, suspirei pesadamente. Dramaticamente. Essa rajada de
ar veio de algum lugar nas profundezas da minha alma.
Não, como vai você? Como está o papai? Não havia nada disso
em nossos telefonemas. Abigail Baker sempre ligava por um motivo.
Esse motivo seria revelado rapidamente, com pouca emoção,
embora fosse carregado com subtextos, independentemente de
como eu respondesse.
4RSVP é a abreviatura de Répondez S'il Vous Plaît, expressão francesa que significa "Responda por favor". O RSVP é utilizado
pela pessoa que deseja confirmar quem irá ao evento que ela vai realizar, desta maneira pede a confirmação para ter um melhor
planejamento do evento em geral.
Se houvesse um prêmio por estar certa, como um carro ou um
grande cheque de papel que nunca poderia ser descontado, eu
acabara de ganhar. Sentada na minha mesa estava o ridículo convite
da minha irmã mais velha, a ridícula renovação de votos de Ashley
para o seu nono aniversário de casamento.
Está certo. Nove anos. Não dez. Porque Ashley não podia fazer
as coisas do jeito que todo mundo fazia.
Clique.
Minha saudação de dois dedos se transformou em uma
saudação de um dedo apontada diretamente para o telefone, agora
desligado. Por uma fração de segundo, sorri quando imaginei chegar
à cerimônia usando um vestido branco imaculado. A pele
—Matthew Hawkins.
Eu quase ri alto.
Como ele nunca me tratou como um fardo por cinco anos para
minha irmã perfeitamente brilhante, angelicamente linda e
horrivelmente egoísta. Como ele nem me tratou de forma diferente
quando, depois de quatro anos de namoro e seis meses de noivado,
ela o traiu com outro homem.
Que era a razão pela qual eu estava aqui. Em uma cidade apenas
familiar pelas viagens curtas durante os jogos ao longo dos anos.
Mas, uma vez que o sol nascesse, eu veria a borda irregular das
montanhas atrás dele, um indicador claro de que eu não estava mais
no Kansas.
—Aqueles idiotas.
—Porque ele nunca sabe quando parar com vocês, garotos. Ele
força muito e não leva em consideração seus sentimentos. Lembra
daquela vez no futebol do Pee Wee? Eu poderia ter matado ele.
Ela riu no outro lado. Eu não sabia muito sobre ela, além de que
ela havia herdado a equipe inesperadamente depois da morte de seu
pai, menos de um ano antes. Isso, e que ela estava atualmente
envolvida com o veterano quarterback da equipe, Luke Pierson.
—Sinto muito por não ter visto você mais cedo no escritório. Eu
tive que pegar minha filha na escola. Cameron me disse que você
assinou seu contrato.
Foi a minha vez de rir. —Ele está certo sobre isso. Talvez eu
tenha minha chance no treino.
Passei a mão pela boca e tentei não rir. Allie Sutton era
conhecida tanto por sua aparência, quanto por ser uma grande dona
de equipe. Envelhecer quinze anos não a machucaria nem um pouco.
Talvez nem fosse ela. —A Ava que eu conhecia, teria que ter -
exalei alto - uns vinte e tantos anos, eu acho.
—Hmm, — Allie cantarolou baixinho. —Sem revelar
informações de RH, — disse ela em uma voz provocante, —eu diria
que a nossa Ava se encaixa nessa faixa etária geral. Mas eu acho que
você vai descobrir amanhã, não vai?
A defesa do Pittsburg Steeler não era mais forte que eu. Ava
Baker era a verdadeira cortina de ferro. Eu mantive todas essas
coisas trancadas.
Eu pensei que ele passaria sem me ver - era o que a maioria dos
ocupantes da casa Baker fez - mas ele parou, então se agachou na
minha frente. Meus olhos lacrimejaram, então eu os pisquei, para
que ele não pensasse que eu estava sendo uma criança ridícula.
Mesmo que eu tivesse dezoito anos e fosse uma sênior no ensino
médio, para alguém como Matthew, eu era apenas uma criança.
—Ela é uma idiota, — eu sussurrei quando finalmente olhei
para o rosto dele.
6 Slim é magra.
egoisticamente de coração partido porque ele não faria mais parte
da minha família agora, porque ele deixava as coisas melhores
apenas por estar por perto. Ele fez a minha vida melhor por ser
engraçado, carinhoso e paciente por ter tentado me conhecer.
Ela sorriu. —Quando eu liguei para ele ontem à noite para dar
as boas-vindas à equipe, eu disse seu nome e, ooooh, ele se lembra
de você.
—Bem, assim que eu disse seu nome, ele ficou surpreso. Mas
acho que foi uma boa surpresa.
—O quê? — Eu perguntei.
Seu sorriso foi instantâneo e real. —Você está certa. Luke está
feliz por termos assinado com ele. Ele não parou de tagarelar sobre
isso.
Eu sabia que ele tinha ficado maior, mas quando Allie abriu a
porta do meu escritório, meus joelhos quase se dobraram para o
homem que vi ali parado.
Matthew Hawkins era uma fera. Por que, como, como ele tinha
ficado tão grande? Ele iria bater sua maldita cabeça apenas tentando
passar pela porta.
Seu sorriso retornou. O meu também. Ele parecia tão bem. Tão.
Bem.
Ela era terrível. Seu rosto, pelo menos naquela época, entregava
tudo.
Não mais.
Ela colocou os lábios entre os dentes para não rir. —Mas aqui
está você.
Desta vez, meu sorriso era irônico, um desconforto com que ela
estava perguntando. —Você está prestando atenção, Slim?
—Bom?
Ela levantou uma de volta. —Porque não teria sido uma luta.
Nos meus anos aqui, posso contar em uma mão, o número de
jogadores que não fizeram todos os meios de comunicação que eu
pedi a eles.
Meu riso foi cínico até para meus ouvidos, e a julgar pelo olhar
em seus olhos, ela também achou. Eu queria perguntar a ela se ela
tinha se casado e se divorciado também, mas eu mordi a ponta da
minha língua, porque não era da minha conta. Ava parecia linda
demais para ser solteira, mas nessa indústria a beleza física era
comum. A média.
Sua risada era brilhante e fácil, seu sorriso largo e não afetado.
—Bem, se você quiser um guia turístico...
Eu sorri abertamente.
Ok, então não é uma casa enorme nos subúrbios. Ele estava a
cerca de seis quarteirões de distância de onde eu morava, embora
os edifícios fossem muito maiores, mais brilhantes e mais bonitos
no espaço daqueles seis quarteirões. Era uma das coisas que eu
amava em morar na cidade. Você poderia atravessar a rua e
encontrar-se em uma cultura completamente diferente; alguma
linha imaginária que surgiu anos e anos atrás se manteve ao longo
do tempo.
Aquele peitoral.
—Vamos?
Eu ri. —Justo.
Se fosse qualquer um, menos ele, meu rosto não teria ficado
quente com a vergonha, como se eu tivesse sido pega fazendo algo
bobo. Minha vida era meu trabalho. Eu trabalhei duro por anos para
chegar onde eu estava agora. Para ser respeitada em minha posição,
eu tinha que ganhar a confiança das pessoas com quem trabalhava
e dos jogadores com quem interagia todos os dias. Isso não foi fácil,
especialmente com os sacrifícios que eu fiz pessoalmente - não sair
quando a maioria das mulheres da minha idade saía e não
desperdiçar meus fins de semana em encontros inúteis, já que eu
estava organizando eventos comunitários e assistindo aos jogos nas
linhas laterais do campo.
—Eu sei disso. — Desta vez, minha resposta não foi suave. Ela
tinha uma ponta afiada. Sua mão tocou meu cotovelo de novo,
apenas uma leve pincelada de seus dedos, mas foi o suficiente para
parar nossa caminhada. Ele me encarou, tirando os óculos de sol do
rosto. Lá estavam eles. A força total daqueles olhos era potente, e eu
não conseguia olhar por muito tempo.
Até agora, Ava não tinha me dado nada para adivinhar seu
próximo passo. Seu rosto estava coberto demais com a câmera para
eu ver qualquer tipo de dica ou pista. Depois que ela me forçou a
tirar algumas fotos em frente à icônica placa fluorescente para o
meu Instagram, nós lentamente fizemos nosso caminho pelo
corredor coberto do Mercado Pike’s.
—Não, use aquela em que você está olhando pela rua, — ela
aconselhou, olhando brevemente por cima do meu ombro enquanto
eu passava pelo rolo da câmera. —A iluminação é melhor do que
quando você está olhando diretamente para a câmera.
Ava riu. —Oh, eu consigo encontrar isso em todo lugar que vou,
não se preocupe.
Uma lembrança me fez rir baixinho. Ela olhou para mim com o
canto do olho, e pelo jeito que ela mordeu o lábio, eu poderia dizer
que ela queria perguntar. Eu me inclinei para ela. —Eu me lembro
vagamente de alguém colocar uma barra Hershey king-size na
minha mochila uma vez, com uma nota que dizia que me ajudaria a
ser forte para o nosso jogo contra Cal.
Ava gemeu e cobriu o rosto com uma mão. —Eu não posso
acreditar que você se lembra disso.
—Mesmo?
Ava cantarolou. —Lembra que você disse que metade dos caras
ficavam apavorados comigo?
Eu assenti.
Seu rosto estava suave quando ela dizia isso, sem nenhum sinal
de raiva ou aborrecimento, mas a firmeza em seus olhos foi o
suficiente para que eu pegasse as flores embrulhadas debaixo do
meu braço e as estendesse para ela.
—Aqui, — eu disse a ela.
Seu rosto ficou vazio quando ela as pegou de mim, sua boca
abrindo e fechando novamente. —Você não comprou isso para mim,
— ela disse, mas seus lábios se contorceram em um sorriso
indiferente.
Não?
Dei de ombros. —Você vai gostar mais delas do que eu. Além
disso, sei que você vai chegar em casa e comer chocolate. Você pode
também adicionar outra indulgência no final do dia.
Isso a fez sorrir, e isso me fez sentir bem. Isso foi o suficiente.
Ava suspirou. —Você pode tirar uma selfie com ele e ganhar um
autógrafo se chegarmos lá em menos de dez minutos.
O que quer que ele tenha dito a fez fechar os olhos e respirar
devagar por dez segundos, então ela disse que estava tudo bem e
desligou. Quando eu deixaria de notar o quão diferente ela estava?
Como ela estava mudada?
Ao longo dos anos que passei com Ashley, toda vez que eu via
seus pais lançando algum comentário impensado na direção de Ava
sobre como ela não se encaixava ou como ela era diferente de sua
irmã, havia uma ferida visível em seus olhos e uma tristeza em sua
boca.
Eu dei a ele um olhar duro. Logan não olhou para mim nenhuma
vez, mas ele deve ter visto o suficiente no rosto cuidadosamente
vazio de Ava, já que ele simplesmente assentiu. Nenhuma resposta
esperta, nenhum suspiro sofrido. Apenas um aceno de cabeça.
Naqueles três dias, revivi suas palavras pelo menos oitenta mil
vezes. Entre minhas aulas vigorosas de kickboxing, onde eu não
imaginava o rosto de Ashley na bolsa, entre o trabalho interminável
em que me meti, e entre as bocadinhas de sorvete Ben e Jerry,
enquanto eu assistia as coisas menos românticas que pudesse
encontrar na Netflix (verdadeiros documentários de crime, se você
quer saber).
Eu sorri abertamente.
E não importa.
Preto emagrece.
—Oh meu Deus, seu rosto, Ava. — Ela enxugou os olhos. —Você
parece estar pronta para esfaquear alguém.
—Eu não.
Paige sorriu para mim por cima do copo de vinho. —Você, com
certeza, está. Eu devo continuar ou você está pronta para eu parar?
Não fazia sentido. Eu fiquei dez anos sem ouvir aquela voz dizer
meu nome. Dez anos. Quase quatro mil dias. E agora, depois de
apenas três dias sem ouvir ele, meu corpo estava reagindo como se
ele tivesse ligado um gerador ao meu sistema nervoso. Foi uma
reação tão estranhamente poderosa que eu parei antes de me virar
para olhar para ele, com medo do que ele poderia ver no meu rosto.
Allie estava olhando para nós, e Paige estava sorrindo para mim
com uma intenção tão perversa que temi o que poderia sair de sua
boca em seguida.
Ele percebeu. Ele notou minha saída muito covarde. Ele notou
minha mensagem de texto medrosa. Ele notou tudo.
E eu sabia que ele sabia que eu tinha percebido isso. O que fez
sentido na minha cabeça, eu garanto.
Estamos bem?
Estamos bem.
Antes que ela pudesse responder, Luke foi até nós e apertou a
mão de Matthew, equilibrando cuidadosamente um prato cheio de
carne defumada. —Eu não posso esperar para ouvir a resposta a
esta pergunta. — Ele olhou significativamente para Paige. —Vá em
frente, Paige, diga a Matthew onde você mora.
Pretensioso? Não.
Eu estava rindo tanto que eu tive que segurar minhas mãos nos
meus joelhos. Ava se inclinou contra a parede de tijolos do prédio
que acabamos de deixar, me esperando, completamente sem graça.
Ela fez...
Ava bufou.
Ela tomou outro gole de sua bebida. —Eu não estou pronta para
falar sobre o chocolate com você, traidor.
—Você vai me perdoar, em algum momento.
Ficou claro que ela não tinha nenhuma ideia sobre como
responder a isso, e honestamente, eu também não.
Para sua sorte, Matthew não olhou para mim com pena
naqueles quentes olhos castanhos. Se ele tivesse olhado para mim
com pena, minha saída teria sido tão rápida que eu deixaria marcas
no barzinho.
—Vai ficar tudo bem. Eles eram realmente caros ou algo assim?
—Eu sei.
—Aqui vamos nós, — ele disse, seu único aviso quando ele
mergulhou, colocando um braço debaixo dos meus joelhos e um
atrás das minhas costas para me pegar em seus braços como se eu
fosse um maldito saco de grãos.
—Obrigado, — eu sussurrei.
Ele não desviou o olhar enquanto abria a porta do táxi. Uma vez
que estava aberta o suficiente para ele entrar, eu esperava que ele
me colocasse no chão, mas ele simplesmente... não o fez. Uma
demonstração de sua força e do controle que ele tinha sobre seu
corpo incrível, Matthew entrou no táxi e se acomodou na primeira
cadeira do carro.
—Para onde? — O taxista perguntou em um tom entediado.
O braço que antes estava sob meus joelhos estava em meu colo
agora, e sua mão se abriu ao longo da extensão da minha coxa nua.
Não havia mais sol e gelo. Nenhuma separação entre o que ele
era e o que eu era, nenhuma linha divisória entre nós.
Mais perto.
Mais perto.
Meus lábios roçaram os dele quando falei novamente. Meu
corpo inteiro estava palpitando de necessidade. —Se qualquer parte
de você não quer me beijar agora, então—
Isso era mais, muito mais do que qualquer coisa que eu pudesse
imaginar.
Para mim? Eu traduzi isso como estando muito, muito feliz por
estar usando sutiã e calcinha bonitos.
Sua mão subiu para o meu rosto para tirar meu cabelo da minha
testa.
Meus olhos se fecharam quando ele usou meu apelido, algo que
de repente parecia precioso, secreto e nosso. Sim, havia álcool em
nossa corrente sanguínea, talvez apenas o suficiente para não
questionarmos o que estava acontecendo entre nós.
OK, tudo bem. Foi de propósito. Mas com sua inalação brusca,
eu sorri.
Para saber como era o gosto dele nos lugares que o mundo não
podia ver.
Quando ele se afastou, ele olhou nos meus olhos. —Eu quero
entrar.
Ele era tão forte. Sem mais esforço do que eu abrindo a porta,
ele me segurou contra a madeira dura enquanto sua língua se
entrelaçava com a minha. Eu corri minhas mãos sobre seu peito,
sentindo seu coração martelar debaixo da palma da minha mão,
meus dedos abertos.
Mais da sua pele. Seus lábios. Sua boca. Suas mãos. Seu corpo.
—Quarto. Cama.
—Certo.
—Lugar legal.
Eu prendi a ponta da minha língua entre os dentes enquanto
sorria para ele, e seus olhos acompanharam o movimento com calor
e fogo. —Você não está nem olhando.
—Eu sei.
—O quê? — Eu perguntei.
—Eu farei o resto se você não se importar. — Sua voz deveria
ter vindo com uma etiqueta de aviso. Quando chegou a esse timbre,
um sinal de néon deve piscar sobre sua cabeça. Prossiga com
cuidado. Calcinhas podem entrar em combustão espontânea.
Eu sorri. —Sim.
Mas quando virei para o lado para vê-la dormir, já sabia que
arriscaria, simplesmente, porque era muito bom estar com ela.
Porque eu queria saber mais.
Foi perfeito. Tudo o que eu sabia era, que acordar com as mãos
dela em mim, era bom. Era tudo que eu precisava saber agora.
Nós fizemos sexo duas vezes. Aquilo foi um bom sinal. Ela não
parecia ser do tipo sexo casual, mais do que eu. Principalmente,
porque tínhamos história.
Eu a teria visto e pensado que ela era linda. Eu teria falado com
ela e pensado que ela era inteligente e engraçada. Afiada como a
ponta de uma faca e confiante como o inferno. Ela tinha que ficar
com mais cinquenta jogadores de futebol o tempo todo.
Esse foi o ponto principal. Eu teria querido ela
independentemente. Talvez não tivesse acontecido tão rápido.
Talvez eu a tivesse convidado para sair depois de conhecê-la por
alguns meses.
—O quê? — Eu perguntei.
Apenas ficando por aqui por dois anos, com base no meu
contrato?
Divorciado?
Alguém tentou?
—Oh meu Deus, você deveria ver seu rosto. — Ela jogou um
travesseiro e eu peguei. —Seu arrogante.
Talvez pensar não fosse uma coisa ruim. Pensar era algo que eu
poderia fazer.
—Você quer que eu prepare o café da manhã? — Eu perguntei
com um sorriso casual. Ou pelo menos eu esperava que fosse casual.
—Eu não mexi muito em seus armários, mas posso fazer uma
omelete média.
Está bem então. Claro que não precisava. Mas isso não
significava que eu não quisesse.
Seu sorriso foi maior desta vez. —Você conheceu meu famoso
animal de estimação, hein?
—Uh, é, uh Cade.
—Eu vou lhe dar um conselho, — ela sussurrou. —Se você acha
uma mulher atraente e está interessado em conhecê-la, apenas
caminhe como um homem que sabe o que quer. Diga a ela seu nome
e pergunte o dela. Não mande beijinhos e suponha que isso fará
qualquer coisa, exceto fazer você parecer um idiota que ainda
espera que seus pelos do peito cresçam.
Pobre Cade. A cor sumiu de seu rosto, exceto por duas manchas
vermelhas brilhantes em seu rosto de bebê.
—Desculpa.
Allie riu. —Eu amo isto. A única vez que vi essa mulher
remotamente esgotada foi no dia em que ele apareceu. Até Matthew
Hawkins caminhar pelo corredor até o escritório dela, ela era a
imperturbável. — Ela enxugou uma lágrima falsa de seu olho, e eu
mostrei para ela meu dedo do meio. —É a coisa mais linda que eu já
vi.
Ela fez isso parecer tão fácil. Parcialmente porque aqueles eram
todos pensamentos completamente racionais. Eles soaram simples.
Virando-se para mim, Allie sorriu. —Ouça, apenas fale com ele.
Ele parece ser um cara razoável, e ele está claramente sentindo o
mesmo que você.
Não havia razão para tornar isso mais difícil do que era.
Paige fez beicinho, mas eu sabia que ela não estava falando
sério. Allie se sacudiu animadamente em sua cadeira. —Você está
indo para a casa dele?
Eu olhei para minha roupa. Casual, fofo, mas um traje de noite
das garotas. —Eu vou me trocar primeiro. — Então dei a elas um
olhar afiado. —Eu estou usando calcinhas confortáveis.
Não, pensei com um sorriso. Ele não era perfeito. Ninguém era.
Esta era a minha chance de descobrir quais eram suas falhas.
Ele estava tão bem. Tão bonito. Vestindo calça jeans escura
sobre as pernas grossas e compridas e uma camiseta branca dos
Wolves sobre o peito largo, ele estava muito sedutor e eu queria
lamber ele da cabeça aos pés. Duas vezes. E em seu rosto estava um
sorriso feliz. Destinado a mim.
—Posso entrar?
—Sim.
—Bom. — Eu me enfiei entre suas coxas e passei minhas mãos
em seu peito. Ainda assim, ele não me tocou. —Porque eu vim para
casa me trocar, e depois eu iria até a sua casa para dizer que estava
pensando a mesma coisa.
Ele não sorriu, mas a pele ao redor de seus olhos enrugou como
fazia quando ele estava feliz. Talvez seu sorriso estivesse
começando em sua barriga também.
—O que foi?
Eu cobri meu rosto com uma mão e ri. —Desculpe, isso foi uma
reação exagerada. — Eu olhei para ele através dos vãos dos meus
dedos. —Eu só... Eu estou usando uma calcinha confortável. Eu
pretendia trocar antes de te ver.
—Eu não posso esperar para ver você. — Ele roçou seus lábios
contra os meus e eu derreti, entrelaçando meus braços ao redor de
seu pescoço enquanto ele inclinava a cabeça e aprofundava o beijo.
Minha língua envolveu a dele, e suas mãos me seguraram com força
até que eu estava me contorcendo contra ele pedindo por alívio. Ele
se afastou e arrastou o nariz contra o meu. —Mesmo que demore a
noite toda para tirá-la.
Eu não entendi completamente o que ele quis dizer com isso até
que comecei a sair com Ava. E depois de tantos anos, eu entendi a
camada mais profunda por baixo de sua afirmação bastante óbvia,
porque nós, absolutamente, nos isolávamos.
—Parece... ótimo.
—A galinha?
—Você poderia.
Isso... Isso era novo para mim. Alguém que amava o jogo quase
tanto quanto eu.
—Errei?
—Nada de futebol, você poderia fazer sexo oral para ganhar a
vida e, provavelmente, ganharia mais dinheiro.
—Eu vou dizer uma coisa e você não pode tirar sarro de mim.
Ela riu baixinho. —Dois milhões, ele acha, — ela murmurou. Ela
segurou meu queixo e me beijou ferozmente. —Você tem três
milhões e meio de seguidores, Matthew. Eles vão desencadear o
inferno sagrado tentando descobrir de quem é a perna na sua mão.
Eles verão aquela sarda na minha coxa direita e começarão a
procurar até que a possam combinar com alguém. Estamos prontos
para isso? Eu não sei se estou pronta para tornar isso mais difícil do
que precisa ser, sabe?
—Idiota
Ele riu. —Desculpa. Você acabou de ficar bem quieto desde que
chegou aqui. Eu era o cara novo há dois anos quando fui negociado
no Arizona. Não é fácil o tempo todo.
—Não, não é, — eu concordei. Paramos para que ele pudesse
encher sua garrafa de água.
—Em casa.
Amarrado em nós.
—Espera.
Minha mão segurou seu peito e ela jogou a cabeça para trás. Eu
movi meus quadris para a frente apenas um pouco, o suficiente para
que nós dois parássemos de respirar, o que era uma provocação.
Eu parei.
Votos de casamento de
Ava bufou. —Ele é um imbecil, isso sim. Eles são tão sufocantes
que eu poderia engasgar depois de cinco minutos ao redor deles.
—Eu gostaria de poder levar você, — disse ela, com a voz baixa.
Então ela encolheu os ombros.
—Quase impossível.
—Sim.
—Não há, literalmente, nada nesta terra que eu odeie falar mais
do que sobre a minha família.
—OK. — Sua voz era baixa e eu beijei seu cabelo. —Eu só tenho
que superar isso um dia, né?
Ava exalou e inclinou o queixo para mim. —Eu posso fazer isso.
Desta vez, acho que nós dois sabíamos que eu estava falando
simplesmente para nos fazer sentir melhor. Mas ela me beijou, eu a
beijei de volta e deixamos Ashley jogada no chão.
HAVIA algo em acordar nua na cama do seu homem.
A menos que você tenha feito outros planos, esteja de volta aqui
às 7, use aquele vestido vermelho que você me mostrou em seu
armário. - M
Ashley.
Droga. Isto.
—Você imaginaria.
Merda.
—Não tem como você saber disso, — eu disse, mas minha voz
não tinha convicção.
Merdaaaaaa.
Exceto.
Espere.
Eu não fui idiota. Eu sabia que isso poderia sair pela culatra se
Logan abrisse sua boca rabugenta. Mas ele era quente. Na verdade,
Logan era um dos caras mais gostosos da equipe, especialmente
porque ele tinha aquela coisa toda rabugenta e chocante.
—Uh-huh
—Cinco.
—O quê?
Não era atípico para mim não conhecer as histórias das famílias
ou quem os jogadores tinham na vida, porque isso raramente tinha
alguma relevância para o meu trabalho.
—Não com o meu irmão. — Seu tom era uniforme, mas seus
olhos eram duros. —Eu quero dar um soco na garganta dele sempre
que estamos no mesmo ambiente.
Essa era uma sensação que eu entendia bem.
Algo que deveria ser divertido, bom e fácil de repente não era
nada disso. Minha firme recusa em discutir esse assunto passou da
autoproteção para uma gaiola feita por mim mesma, sem saída à
vista.
Meus olhos ardiam quentes e eu engoli as lágrimas
inesperadas.
Ter suas palavras jogadas de volta para você como armas era
superdivertido. Especialmente quando eu não podia discutir. A
frustração congelou minhas cordas vocais enquanto eu tentava me
estabilizar. A última coisa que eu faria era chorar neste telefonema
com minha mãe. Mas eu queria.
Quando ele levantou meu queixo para cima, eu quase tive que
desviar o olhar da tristeza gravada em seu rosto. —Eu deveria ter
escolhido rosas em vez disso?
Seu corpo congelou por apenas uma batida, mas depois ele
passou a mão pela minha espinha novamente. —O que ela disse?
—Eu vou cancelar com ela, — eu disse com firmeza. —Ela não
me avisou que estava vindo, então ela não pode esperar que eu
largue tudo.
—Mas-
O que estava claro para mim agora, era que eu não poderia
encontrar uma definição perfeita para o porquê de ter ficado com
Ashley. Ava não teve escolha. Ela nasceu naquela insensatez, mas eu
tive uma escolha. E eu escolhi errado. Escolhi errado quando
comprei uma minúscula partícula de um diamante e a coloquei no
dedo de Ashley. Eu escolhi errado dando a ela todos esses anos da
minha vida. Nenhuma das coisas poderia ser retomada agora ou ser
transformada em algo mais aceitável.
O orgulho que sentia na época por ter ela ao meu lado parecia
infantil e superficial agora.
Folheei as fotos, apenas uma pilha que havia sido unida por um
elástico, e encontrei uma que não lembrava. Deve ter sido o Dia de
Ação de Graças, e Ava e eu estávamos sentados no sofá. Ela tinha os
joelhos dobrados contra o peito e os braços ao redor das pernas, e
ela sorria para mim. Ashley estava sentada no chão, olhando para
uma revista. Eu estava sorrindo também, mas não era pra nenhuma
das irmãs.
Meu polegar roçou a imagem de uma jovem Ava. Seu cabelo era
mais claro então, seu corpo mais magro, mas seu sorriso era
exatamente o mesmo. Com muito cuidado, eu virei a foto e dobrei ao
meio, pressionando ao longo da borda com a ponta do meu polegar
até que a linha ficou nítida. Quando eu olhei de novo, era só Ava e
eu. Fechei os olhos e coloquei as fotos de volta na caixa.
—Caramba.
Ele cantarolou. —Acho que não posso culpar ela, mas... é algo
que vocês terão que lidar eventualmente, certo?
—Estou feliz por você, Matty. Mesmo que seja uma situação de
merda.
—Eu sou o irmão mais novo. Eu não sabia que era meu trabalho
dar conselhos.
—Eu sei que elas são diferentes. Eu só... Eu gostaria que ela se
abrisse um pouco sobre essas coisas. Agora, parece que estou alguns
passos à frente dela. Eu só quero que ela me alcance. — Meu irmão
era a única pessoa para quem eu admitiria essas coisas. Minha mãe
teria começado a planejar um casamento e a nomear seus futuros
netos, e meu pai tentaria me convencer de que Ava estava mentindo
sobre algo e não podia ser confiável. Eu não precisava da gangorra
emocional de seus próprios problemas sendo jogado sobre o meu
relacionamento.
—Vá se ferrar.
—Eu também.
—Mesmo?
—Banheira.
Tudo.
Confie em mim.
—Eu estou apaixonado por você, Ava. Mas eu não acho que você
esteja pronto para ouvir isso ainda.
—Eu não sei. Este tom de creme não parece combinar com as
rosas. — Ashley deu um passo para trás e olhou para a pashmina
que estava sobre o braço dela.
Sua expressão relaxou, mas sua voz era cautelosa. —Existe uma
pergunta escondida aí?
—Bem, eu sei que Adam ganha bem, mas você deve ganhar
mais do que ele, certo? — Eu olhei para ela. Seu cabelo dourado
estava brilhando, mesmo sob o céu nublado de Seattle, e nenhum
cabelo estava fora do lugar. Sua maquiagem era impecável e, em
comparação, eu ainda me sentia como uma criança brincando de se
vestir quando eu estava perto dela. —Ele está bem com isso?
Era garantido, ela não tinha ideia de que o homem bonito era
Matthew, mas quem se importava? Eu não. Eu lambi meu lábio
inferior e senti um sorriso sonhador curvar meus lábios enquanto
pensava em Matthew naquela banheira.
—OK.
O único consolo que tive, foi que ela pareceu tão insegura
quanto eu sobre toda essa coisa.
—Ava?
Minha cabeça se levantou ao som da voz de Logan. Claro, ele iria
aparecer de novo quando eu estivesse no meio do colapso. Pelo
menos eu não estava chorando.
—Agora?
—Hã?
—Ahh
—Eu posso ir a essa festa com você. — Ele segurou meus olhos.
—Se isso te ajudar.
Pisque.
Pisque, pisque.
Mas ele levantou a mão. —Eu sei que você está namorando
alguém. Eu não estou... não estou confuso sobre o que é isso. Mas eu
vou te ajudar se você quiser.
—Exatamente.
Ele balançou a cabeça, mas não fez mais que sorrir. Seus olhos,
porém, eram um pouco mais suaves; algo que eu nunca, nunca vi
nele antes. —É um começo.
Eu assenti.
Meu sorriso foi irônico. —Ah não. Eu era, mas isso foi há anos
atrás.
Ele assentiu.
—Além de você?
Eu ri porque eu poderia dizer pelo seu tom seco que ele estava
brincando. —Sim, além de mim.
Eu levantei minhas mãos. —Eu não vou dizer uma palavra para
ninguém.
—Ahh
—Sim.
Ele assentiu.
—Eu já superei isso agora, mas eu fui o cara que foi traído, e é
uma droga, mas se você quer conhecer ela melhor, pelo menos a
respeite o suficiente para ser honesto com ela. Talvez o
relacionamento não seja sério. Talvez ela só tenha ido a um
encontro, mas você não saberá a menos que você pergunte.
Eu: Não.
Eu cheguei lá em quinze.
A visita SURPRESA DE ASHLEY uma semana antes, tinha
introduzido algo que eu comecei a pensar como status de
relacionamento AVA e status de relacionamento DVA.
—Hmm?
Eu não pude deixar de rir, mas belisquei seu corpo com força.
—E isso é estranho?
Ele pegou minha mão e a levou até a boca para que ele pudesse
morder meus dedos. —Não, é louco, é estranho que eu tenha algo na
vida que faça eu me sentir desse jeito.
—Nunca?
Não era como se eu estivesse esperando elogios, mas quando o
cara já tinha sido casado antes, e ele estava me dizendo que essa era
a primeira vez que ele se sentia assim, isso fazia uma garota pensar,
ok? Então sim, eu estava totalmente esperando elogios.
—Espontâneo, — eu disse.
Ele assentiu. —Sim. Mas quero poder dizer que você é minha.
Eu não quero que as coisas pareçam tão fáceis que eu pare de fazer
algum esforço por você todos os dias. Eu quero poder dizer que
tenho uma namorada, uma parceira que consegue as melhores
partes de mim porque eu tenho as melhores partes dela. Que nos
comprometemos com algo juntos.
—Slim, eu estava lá, lembra? Eles não ligavam para nada além
deles mesmos e de moldar Ashley exatamente como eles queriam.
—Eu pensei que ela iria se acalmar um pouco. Ela era uma
menina doce. Ela não estava atrás de mim pelo meu dinheiro,
porque ela se dava bem sozinha, mas ela achava que eu me juntaria
a ela no estilo de vida de festas, e achei que a acalmaria por sermos
felizes sendo apenas nós dois. Casar com ela ou com alguém como
ela parecia a coisa que eu deveria fazer naquela época. — Ele
balançou a cabeça. —E eu ignorei os sinais de que não estava certo
porque meu orgulho era grande demais. Eu ainda sentia que tinha
algo para provar ao mundo.
Ela assentiu, pulando na ponta dos pés. Sua mãe riu e recuei
para poder conversar com ela. —Ela está tão animada com isso. Eu
mal consegui fazer com que ela fosse para a cama na noite passada.
—Pode deixar.
Suspiros.
Ele deve ter ouvido a sinceridade em minha voz porque ele deu
um olhar avaliador antes de concordar com a cabeça lentamente. —
De nada.
Mas ela não me ouviu. Ava passou as mãos trêmulas pelo cabelo
e olhou fixamente para o armário. A mala a seus pés não tinha muita
coisa porque ela já havia colocado toda a coleção de maquiagem
numa sacola separada.
Tentei não me machucar com o que ela disse, mas mesmo assim
machucou. Apenas uma pequena picada afiada, como a ponta de
uma agulha que você não esperava, embora eu pensasse nela
exatamente da mesma forma há tantas semanas. Então eu respirei
fundo e a sensação desapareceu.
—Entendi.
—Você vai.
—Eu seeeeeei.
—Você sabe por que você está indo? — Eu disse a ela. —Porque
você vai ser uma pessoa melhor. Mesmo se eles se mostrarem
horríveis, ou se não, você vai aparecer independentemente disso.
Você vai ficar bonita, não importa o que você vista, e você vai
parabenizá-los por nove anos de felicidade conjugal. — Minhas
palavras estavam pesadas com sarcasmo, e isso a fez sorrir. —Você
vai beber o champanhe no qual seus pais pagaram uma fortuna,
ouvir boas músicas, e depois voltar aqui onde estarei te esperando.
—Sobre o quê?
—Desde que você me beijou, será o mais distante que ficamos
um do outro. Nós trabalhamos no mesmo prédio e estamos juntos
todas as noites. E depois do treinamento amanhã, eu não vou para
casa com você. Eu preciso levar esta mala estúpida cheia de roupas,
mesmo que eu já tenha comprado um vestido para essa coisa e
depois pegar aquela balsa estúpida, e você não vai estar comigo. —
Ela passou as mãos no meu peito, e eu senti os movimentos
familiares, a deliciosa dor que sempre vinha com ela me tocando. —
Vai ser estranho estar na cama sem você. Eu não gosto de pensar
sobre isso.
Enchi minhas mãos com seus seios, e ela quase subiu em mim,
com os braços em volta do meu pescoço para travar as pernas como
grampos na minha cintura.
Algo se unia dentro de mim, ponto por ponto, fileira por fileira,
até que meu corpo inteiro fosse uma massa sólida de necessidade e
desejo de reivindicá-la como minha para o mundo inteiro ver.
Mais cedo, achei que não duraria dois minutos. Mas agora, senti
a chama rugindo tão brilhante e tão quente, tão primitiva dentro de
mim, que eu queria que durasse a noite toda. Eu queria me torturar
por horas, conter meu prazer se significasse que ela simplesmente
seria minha.
Ela bateu nas minhas costas. —Não pesque elogios. Não é fofo.
O jeito que ela nem sabia ainda. Só ela saberia, não só porque
eu diria as palavras, mas porque eu mostraria.
Sem precisar ver, eu sabia que ele tinha pegado uma banana da
cesta da pia na minha cozinha, e parado em seu lugar favorito para
comprar um smoothie verde cheio de proteínas no caminho para o
treinamento, da mesma maneira que ele sempre começava suas
manhãs. Quando a porta do meu quarto se fechou, eu deitei na cama
por mais tempo do que deveria.
Eu exalei de alívio. —Eu não achei que veria você antes de sair.
—Eu vou falar com você em breve, ok? — Ele disse, os olhos
preocupados com o que ele via no meu rosto.
Seu sorriso foi rápido. Estava lá e se foi. Mas ele não olhava para
mim.
Eu me senti mal por ele? Com certeza não. Isso é o que você
consegue, Ward, quando você aparece em balsas que você não deveria
estar, pensei amargamente.
Foi quando vi a transformação no rosto perfeitamente sem
rugas e perfeitamente maquiado de minha mãe. Seus lábios rosados,
o mesmo ‘Elizabeth Arden Blushing Pink’ que ela usava desde que
eu aprendi a andar, se curvaram devagar, devagar, devagar. Seus
olhos se estreitaram, como só faziam quando ela estava realmente
feliz com alguma coisa.
Me.
Mate.
Agora.
Ela deu de ombros como, você não pode me culpar por tentar. —
Logan, que nome maravilhosamente forte. Por favor, me chame de
Abigail.
—Sim, senhor.
—Certo, certo, — meu pai disse, batendo nas costas dele. —Isso
parece mesmo com a nossa Ava.
Aprovação.
Clique.
—Sim, Alan, a menos que chova. — Sua voz era uniforme, mas
eu quase ri de como ela soava paternalista.
Errado.
Errado.
Errado.
—Ava, — minha mãe disse, e percebi que ela deve ter chamado
meu nome mais de uma vez.
—Desculpe, o quê?
Mentirosa.
Traidora.
Falsa.
Eles me ignoraram.
—Sinto muito, — disse ele, depois abriu a boca para dizer mais,
mas sabiamente fechou a mandíbula quando Matthew estreitou os
olhos perigosamente.
Matthew
Ava uniu as mãos, mas eu ainda podia ver elas vibrando, mesmo
quando os nós dos seus dedos ficaram brancos. —E eu entrei em
pânico porque Ashley sabia que eu estava namorando um jogador.
Logan, — ela tropeçou um pouco sobre o nome dele, e eu tive que
lutar contra o desejo de rasgar alguma coisa apenas para liberar um
pouco da emoção e do fogo dentro de mim, —Logan entrou na
minha sala, e eu entrei em pânico. Eu o apresentei como meu
namorado para que ela desistisse. A última coisa que eu queria era
que ela tivesse um súbito interesse. Eu não estava pronta. Nós não
estávamos prontos.
Eu não podia olhar para ela sem querer gritar e gritar, exigir
que ela se explicasse de uma forma que não soasse como se ela
tivesse escolhido mentir para mim por semanas. As melhores
semanas da minha vida. As mais felizes. Com ela no centro,
ancorando toda aquela felicidade no lugar.
Ela foi a primeira pessoa que pensei que nunca mentiria para
mim. Não sobre algo assim. Não importava se era só isso. Ou se ela
pensou que esse seria o fim da história. Não foi.
Tocou nela?
Meu rosto era de pedra. Meu estômago estava ácido. Minha pele
estava em chamas.
Eu levantei minha mão e ela parou. Talvez não tenha sido justo.
Talvez tenha sido cruel. Mas naquele momento, eu não conseguia
lidar com verdades mais convenientes ou explicações razoáveis
para o motivo de me sentir tão enganado por ela.
O Dr. Baker olhou para trás e para frente entre a filha e eu, com
o rosto vermelho. Sua esposa estava de boca aberta para mim, a boca
aberta como a de um peixe.
—Você não apareceu para beber, então nós viemos para buscar
você e... — Sua voz sumiu quando ele percebeu a expressão
poderosa no meu rosto. Ele limpou a garganta.
Seus olhos se voltaram para mim, depois de volta para sua filha.
Eu tinha sido dispensado. Eu coloquei minha língua sobre os dentes
e segurei a alça da minha mochila com mais força.
Ela virou seus olhos frios de volta para mim. —Você precisa sair
deste quarto, Matthew, agora mesmo.
Eu cruzei meus braços e dei a ela o olhar que eu só usava nos
dias do jogo. Eu não era o garoto que ela conhecera há dez anos, e
gostaria de ver ela tentando me empurrar para fora do corredor
agora.
—Mãe, — disse Ava. —Por favor, pare de gritar com ele. Ele é...
ele é...
Virei a cabeça por cima do ombro e dei a ela uma última olhada.
—Ela está certa, Sra. Baker. Não é o que você pensa. — Eu passei por
eles sem outras palavras, ignorando qualquer comoção que
aconteceu no meu caminho. —Não o que eu pensei, aparentemente.
E U CORRI ATRÁS DELE , ignorando a tentativa da minha mãe de
pegar meu braço e o protesto do meu pai... Eu nem sabia.
Eu não podia deixar ele sair sem dizer alguma coisa, de alguma
forma, o deixando saber o incrível espaço que ele ocupada dentro
do meu coração.
—Nem uma palavra para ela sobre isso, Ava, — continuou ela.
—Você me entende?
Meu pai estava olhando para o chão, os braços cruzados sobre
o peito. O rosto da minha mãe estava corado, só um pouquinho, e
inclinei a cabeça para estudá-la. Eu não me parecia em nada com ela.
Não tinha o cabelo dela, ou os olhos, ou o jeito que o nariz dela fazia
uma revirada fofa na ponta.
Corte.
Corte.
Corte.
Eu ri, e o som fez meu pai virar a cabeça pela primeira vez em
minutos. —Eu não vou descer para bebidas.
Meu pai se virou antes de sair e abriu a boca para dizer alguma
coisa, mas eu levantei a mão. —Não hoje à noite, papai. Apenas... não
esta noite.
Embaraço.
Desespero.
Dor.
Amor.
Desapontamento.
Raiva.
E nada. Nada.
Eu era um desastre.
Era quase demais. Meu pai colocou a mão nas minhas costas
como se soubesse que eu estava pensando em me jogar e me deu um
leve sacudir de sua cabeça.
—Sua irmã... sua irmã sempre foi exatamente como eu. Gostava
das mesmas coisas. Nunca nos surpreendeu. — Ele me deu um breve
olhar, em seguida, seus olhos se afastaram novamente. —Você era o
oposto, desde o momento em que soubemos que você estava vindo.
E eu nem sempre soube - ele fez uma pausa e limpou a garganta -
como lidar bem com isso. Os médicos geralmente não sabem. Nós
gostamos de estar certos, de ter certeza.
Eu não pude deixar de sorrir para sua caçada por elogios sem
vergonha. —Você está bonita. E feliz, — acrescentei depois de uma
pequena pausa.
—Fico contente.
—Ashley, — eu comecei.
Minha mãe correu para frente, segurando meu braço com força
contundente. —Ashley, precisamos de fotos de família enquanto a
luz está boa. — Com o lado de sua boca, ela sussurrou para mim, —
Não agora, Ava.
Eu ri, depois ri ainda mais, o que fez minha mãe parecer que
estava a um passo da histeria. Ashley me deu um olhar estranho.
—Você já a perdoou?
—Não aja como se você fosse a única pessoa que está na merda,
ok? Sua história não é pior do que a de qualquer outro neste
vestiário. Inferno, em todo este edifício. — Ele estreitou os olhos e
balançou a cabeça como se tivesse nojo de mim. —Porque adivinha
o quê? Você também não me conhece.
Você não ganha pontos extras por quanto tempo você mantém a
sensação de ser injustiçado.
Ashley tentou me ligar duas vezes. Duas vezes ela foi enviada
para o correio de voz. Minha mãe, previsivelmente, manteve o
silêncio. Se os planos de viagem deles permanecessem os mesmos,
todos ainda estavam em Orcas, curtindo alguns raros dias juntos.
Bem, merda.
—Eu sei que você sente muito pelo que aconteceu. Eu não
preciso que você se desculpe novamente porque eu não sou
inocente nisto. Eu não deveria ter aparecido em seu quarto de hotel
daquele jeito, — ele começou. —Na minha cabeça, era romântico, e
eu não sei, provava algo grande, algo importante sobre como eu
estava me sentindo. Então, sinto muito por isso.
—Eu não estou pedindo para você destruir sua família por mim
Ava, você sabe disso. Eu preciso saber que você vai confiar em mim
para não ser como eles e confiar que você não precisa se proteger
de mim do jeito que você teve que se proteger deles. Eu preciso
saber que você vai estar do meu lado do jeito que eu sempre estarei
do seu. Eu estarei com você todo Natal, todos os feriados
estressantes e desconfortáveis, desde que eu saiba que você está
bem ali comigo, não diminuindo o que temos para tornar isso mais
fácil para todos os outros. Sim, minhas fãs podem surtar por um
minuto, mas eu não me importo. Deixe elas pra lá. Elas não fazem
parte disso; você e eu somos os únicos que fazem. E eu preciso que
você confie nisso tanto quanto eu.
—Sou eu, — eu disse. —Eu... Preciso que você faça uma coisa
amanhã se tiver tempo e estiver disposta a me ouvir. É importante.
Caso contrário, eu não pediria.
Desculpe, eu não colocaria ele, minha irmã, minha mãe, meu pai
e eu em meu escritório, que só tinha uma rota de fuga. Nós
precisávamos de espaço. Todos precisariam de oxigênio suficiente
para respirar.
—Ava, — eu disse.
—Ava, você tem três convidados aqui para ver você. Devo
mandá-los subir?
—Eu disse a ela que o seu... namorado teve que voltar para
Seattle cedo, e você foi ver como ele estava.
Fila única, com meu pai mais uma vez na frente, eles entraram
na grande sala. O logotipo dos Wolves estava pintado na parede, e
as cadeiras estofadas de vermelho e preto estavam de frente para
uma enorme tela de projeção. Era uma das maiores salas de reunião
que tínhamos, grande o suficiente para acomodar todo o time e a
equipe técnica.
—O que é isso, Ava? — Minha mãe disse mais uma vez, se
sentando na primeira fila e me olhando com um olhar perigoso.
Muitas vozes.
Nota para mim mesma: não peça a Gary um favor nunca mais.
—Eu vou tentar fazer isso tão rápido e doce quanto possível, —
eu disse à minha família. —O que tenho a dizer não é para debate ou
discussão. Esta é uma conversa de cortesia para que vocês saibam o
que esperar e seguir em frente.
Meu pai cruzou os braços sobre o peito e olhou para o chão. O
pé de Ashley balançava furiosamente agora que ela estava sentada
de novo, e minha mãe parecia que estava prestes a passar o inferno
fora.
Ele bufou uma respiração que poderia ter sido uma risada, ou
poderia ter sido descrença. Mas em seus olhos, vi o primeiro
lampejo de esperança de que isso poderia estar funcionando. Havia
um calor lá que eu não tinha visto desde que ele tinha se ajoelhado
ao lado do meu carro no estacionamento, pouco antes de eu sair
para pegar a balsa.
Eu ri. —Não, Ashley, não acho isso. Eu acho que há uma razão
pela qual ele acabou aqui, e pela qual nossos passados se
desdobraram do jeito que fizeram, é porque ele é o cara certo para
mim. — Eu olhei de volta para ele. —Você é o cara certo pra mim. —
—Ava Marie, — minha mãe disse em voz baixa, —se você acha
que-
Ele suspirou. —Eu disse para parar de falar. Isso não é sobre
você. Ou eu. Se Matthew foi capaz de seguir em frente, e passou por
cima do que Ashley e Adam fizeram para ele, então por que diabos
nós não podemos? — Ele arrumou a frente do paletó e deu a
Matthew um olhar avaliador, depois olhou de volta para mim. —
Mais alguma coisa que você precisa dizer, Ava?
Ele assentiu, depois estendeu a mão para minha mãe, que ainda
estava fervendo. —Vamos lá. Ashley, se você precisar ficar, vamos
esperar por você no estacionamento.
Minha mãe agia como se não fosse sair da sala, mas Ashley deu
a ela um olhar. —Mãe, eu tenho trinta e três anos. Eu dificilmente
preciso de você para lutar minhas batalhas. Por favor, vá.
—Só estou deixando você saber que ele está na minha vida se
ele ainda me quiser. — Eu mantive meus olhos longe do rosto de
Matthew. —Eu não espero nada além de que você aceite isso,
mesmo que você não fique confortável com isso.
Nada, nada era melhor que isso. E nunca seria, eu tinha certeza.
Ele riu, abaixando para outro beijo, em busca dos meus lábios
que já o esperavam. Quando ele se afastou, estávamos ambos
respirando com dificuldade.
Mas então ele soltou o braço, o passando por baixo dos meus
joelhos enquanto eu gritava de rir. —Matthew, não se atreva! Eles
nunca vão me deixar viver depois disso.
—EU NÃO ACHO QUE eu possa assistir, — eu disse por trás das
minhas mãos, que cobriam meus olhos. Allie os puxou para longe do
meu rosto sem piedade.
—É hoje?
Seu sorriso de resposta foi delicioso. —Eu não sei. Hoje ainda
não acabou, né?
Sua voz era baixa quando ele falou contra meus lábios. —Sim,
vai ser hoje. Eu ia tentar ser paciente para podermos ficar sozinhos,
mas depois que vi você parada aí, tão bonita, perfeita e minha, e mal
pude esperar. — Ele me encarou quando comecei a chorar. —Eu não
posso esperar mais um minuto, um segundo, porque não posso
imaginar nenhum momento melhor do que este.
!
Fato divertido sobre mim: Se eu acordasse amanhã e 1 fosse um
homem e 2 tivesse talento para jogar futebol profissional, eu jogaria
na defesa. Há algo INCRIVELMENTE atraente para mim em ser
aquele que precisa derrubar o quarterback de bunda, aquele que
arrasta a bola para fora do ar para uma interceptação, aquele que
pode forçar um fumble e virar o jogo de cabeça para baixo. Escrever
um personagem como Matthew - cuja carreira é inspirada no
incomparável JJ Watts - foi muito divertido para mim por causa
disso. Além de Peyton Manning, alguns dos meus jogadores
favoritos de todos os tempos jogaram na defesa. Então, para
jogadores como Von Miller, Bob Sanders, Charles Woodson e Dwight
Freeney, agradeço.