Gestão de Stock

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INTRODUÇÃO

É a monitorização de todo e qualquer item armazenado, de forma a garantir que


nada falta para a produção e/ou execução dos serviços, bem como o controle de vendas
da empresa. Neste processo, é importante que não haja excesso ou a falta de stock. Caso
contrário, é tempo e dinheiro desperdiçados.

A gestão de stock representa ainda a capacidade de organização de uma


determinada empresa, face ao controlo dos produtos para satisfazer a procura.
Supervisionar o fluxo das vendas faz parte dessa gestão, desde o processo de entrada,
até o momento da sua saída (compra, venda ou utilização).

O gestor de stock também precisa de garantir as melhores condições de


negociação e logística. Estar atento à gestão de fornecedores e informar-se das entregas
é essencial, tal como estar atento às possíveis perdas (vencimento, por exemplo), para
evitar prejuízos.

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I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Definição de termos

1.1.1. Stock

O stock é o conjunto de unidades de cada artigo que constitui determinada reserva


aguardando satisfazer uma futura necessidade de consumo (Reis, 2010). O stock pode
também ser definido como a quantidade de bens ou materiais, sob o controlo da
instituição ou empresa, num estado relativamente ocioso, aguardando o seu uso ou
venda (Love, 1979). O armazenamento de stocks deve permitir planear e controlar o
abastecimento da produção ou serviço, quando estes necessitarem do stock (Ballou,
2006).

De uma forma geral, os stocks são necessários em praticamente todas as empresas


ou instituições, independente do sector de atuação. Os stocks são investimentos de
valores elevados e representam um certo risco financeiro, mas por outro lado
proporcionam um certo nível de segurança em ambientes complexos e incertos, como é
o hospitalar (Agapito, 2007).

Para Reis (2008) o stock pode ser definido como um conjunto de artigos que
constitui determinada reserva aguardando satisfazer uma futura necessidade de consumo
quer dos seus clientes ou quer da produção sendo útil para evitar situações de escassez,
procurando providenciar as faltas que poderão ocorrer dos diferentes ritmos de
necessidades de consumo. Existem diversos produtos dos quais se devem constituir
stocks, tais como (Zermati, 2000, p. 19):

 Mercadorias: produtos comprados para serem revendidos como estão;


 Matérias-primas: artigos que se incorporam fisicamente no produto final;
 Materiais auxiliares: materiais que se destinam á fabricação mas que não
incorporam na produção;
 Produtos Acabados: produtos fabricados, prontos a vender;
 Produtos de consumo: produto adquirido aos fornecedores para consumo
interno da organização, podendo concorrer direta ou indiretamente para o
fabrico dos produtos acabados.

A gestão de stocks envolve o conhecimento e o controle dos seguintes conceitos:


custos de aquisição (ou de compra), efetivação da encomenda (ou realização da

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encomenda) e posse dos stocks (ou de armazenagem). Todos estes custos são
englobados na determinação do Custo total de aprovisionamento (CT) (Reis, 2010).
Ainda se deve considerar os custos de escassez, falta ou rutura (Costa, et al., 2010).

1- O Custo de aquisição: é o valor pago pelo bem ou serviço, sendo o custo total
de aquisição definido pelo preço unitário vezes a quantidade. O seu apuramento envolve
seleção de fornecedores nas adjudicações, negociações, despesas de transporte ou frete,
despachos alfandegários (se isso se aplicar à realidade a abordar).

2- O Custo de encomenda: é um custo inerente à operacionalização do pedido,


como sejam os salários, taxas, impressos, comunicações, amortizações das instalações e
equipamentos do sector de compras, entre outros, que dividido pelo número de pedidos
realizados resulta num valor por pedido realizado em determinado tempo. Devem ser
contabilizados todos os gastos efetuados direta e indiretamente.

3- O Custo de posse: é composto pelos custos decorrentes da manutenção física


dos produtos, dos custos inerentes à desvalorização de stocks (desperdícios e
obsolescência), e do capital imobilizado, quer este seja um custo de oportunidade ou
real na forma de juros.

Segundo Reis (2010) o custo de armazenagem envolve a taxa de posse de stocks e


o valor do stock médio, sendo que a taxa de posse dos stocks é constituída por:

 Despesas relativas aos armazéns – salários de pessoal do armazém; amortização


de instalações e equipamentos; obsolescência; furto e deterioração; imposto e
seguro; transportes; iluminação, aquecimento, aluguer de espaço; despesas de
informática.
 Juros do capital imobilizado em stocks que representa um custo de oportunidade
por se ter optado por manter um capital imobilizado em stock em vez de investi-
lo noutras aplicações
 Desvalorização de stock, que é em norma 2% a 10% do capital imobilizado em
stocks. A taxa de posse de stocks situa-se entre os 14% e 25% (Reis, 2010).

4- O Custo de rutura: é o custo provocado pela ausência do produto em stock


quando este é requisitado. Perante a ausência do produto, pode-se distinguir duas
situações diferentes: ou se espera pelo artigo encomendado e em falta, considerandose a
existência de backorders, ou não se espera pelo artigo aceitando, ou não, um produto

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substituto. Normalmente associa-se a primeira situação a artigos de valor relativamente
elevado, ou com características bem diferenciadas, em que o custo relevante será
variável apenas com o número de unidades em rutura; a segunda situação está associada
a artigos de uso comum em que o custo relevante será variável com o número de artigos
em falta e com o tempo de espera.

1.2. Análise ABC

A gestão de stocks não se deve preocupar somente com o fluxo diário de entrada e
saída de materiais, mas deve adotar uma metodologia que permita identificar artigos que
justifiquem atenção e tratamento diferenciado e adequado quanto à sua gestão (Dias,
2005). Este instrumento é a classificação ABC, ou curva ABC, ou Gráfico de Pareto.

O princípio da classificação ABC baseia-se na observação que foi feita pela


primeira vez por um economista italiano, Vilfredo Pareto, e que se designa por Lei de
Pareto (Arnold, 2002). Aplicada à gestão de stocks – Stock Keeping Units (SKU´s) –
“observa-se geralmente que a relação entre a percentagem de artigos e a percentagem da
utilização anual em valores monetários segue um padrão em que cerca de 20% dos
artigos correspondem a aproximadamente 80% da utilização em valores monetários;
cerca de 30% dos artigos correspondem a aproximadamente 15% da utilização em
valores monetários; e cerca de 50% dos artigos correspondem a aproximadamente 5%
da utilização em valores monetários.” As percentagens utilizadas na classificação ABC
são aproximadas e não devem ser tomadas como absolutas, pois podem variar de acordo
com os artigos armazenados ou o critério da política da gestão de stocks.

A valorização dos movimentos de saída hierarquiza em importância cada artigo ou


produto no conjunto do stock, dentro de cada classe, grupo, ou mesmo no conjunto do
stock. Assim, um artigo que tenha grande valor movimentado em saídas (consumos e/
ou aplicações) é necessariamente mais importante do que outro que tenha um valor de
movimento mais baixo.

A leitura comparativa pode integrar cada artigo em 3 grupos distintos:

 GRUPO A (10% a 20% dos artigos), de maior valor de movimento, cujos


valores acumulados dos respetivos movimentos somam aproximadamente 75%
a 80% do valor do movimento das saídas globais;

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 GRUPO B (20% a 30% dos artigos), de médio valor de movimento,
somando no seu conjunto cerca de 10% a 20% do valor total;
 GRUPO C (50% a 70% dos artigos), de baixo valor de movimento, cuja
soma restante totaliza mais ou menos 5% a 10% do valor total.

Esta compartimentação dos artigos em 3 grupos hierarquizados, designa-se por


ANÁLISE ABC e permite destrinçar os artigos mais importantes dos menos
importantes. A gestão de cada grupo deve ser realizada da seguinte forma:

 Classe A - Os artigos devem ser controlados frequentemente de forma a manter


existências baixas e evitar ruturas.
 Classe B - Os artigos devem ser controlados de forma mais automatizada.
 Classe C - Os artigos devem possuir regras de decisão muito simples e
totalmente automatizadas. Os níveis de stock de segurança podem ser elevados
de forma a minimizar os inconvenientes de eventuais ruturas.

1.3. Análise XYZ

A classificação dos artigos ainda pode ser considerada pela importância


operacional dos itens, caracterizada pela criticidade ou imprescindibilidade dos mesmos
em relação aos demais artigos do stock (Viana, 2000). A nomenclatura utilizada é
Classificação XYZ (Barbieri, et al., 2009). A título de exemplo, a falta de alguns artigos
pode provocar no sector da saúde a paralisação de atividades essenciais da Instituição.

A classe Z engloba itens que são imprescindíveis não podendo ser substituídos por
outros equivalentes (ex: luva cirúrgica esterilizada). Os da classe Y apresentam grau de
criticidade médio ou intermédio (ex: fio de sutura 3/0 e 6/0). Os demais itens, classe X,
são artigos que possuem elevada possibilidade de serem substituídos por outros
equivalentes, sendo de baixa criticidade (ex: antibióticos).

Esta classificação é realizada com base na experiência profissional de cada


profissional de saúde, havendo uma tendência de classificar muitos itens como Z
(Barbieri, et al., 2009). Neste estudo, este tipo de classificação não será abordado pela
sua subjetividade. Relaciona-se com abordagens técnicas de utilização do artigo, aqui
não enfatizadas. Contudo, entende-se que a Classificação XYZ dos materiais de
consumo visa identificar artigos que independentemente do fraco consumo, podem caso
faltem, prejudicar seriamente a continuidade da assistência prestada ao paciente.

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1.4. A gestão económica dos stocks

A gestão económica dos stocks compreende a aplicação de um conjunto de


princípios, regras de decisão e metodologias que permitem manter existências
económicas.

A gestão económica de stocks define-se como um conjunto de operações que


permite, após a evolução dos registos dos valores de stocks que se tenham verificado na
instituição ou empresa, tomar decisões de quanto e quando encomendar com a
finalidade de conseguir a melhor qualidade de serviço ao mínimo custo (Reis, 2010).

Há autores que preferem a designação de gestão previsional de stocks, na medida


em que se baseia em técnicas de previsão, aplicadas ao cálculo das necessidades
independentes.

A gestão económica dos stocks (GES) tem dois objectivos fundamentais:

 Determinar quanto reaprovisionar;


 Estabelecer quando reaprovisionar, isto é, quando solicitar uma intervenção de
Compras ou quando solicitar uma entrega de material, no âmbito de um contrato
aberto com um fornecedor (Exemplo: contrato anual de fornecimento com
entregas parcelares).

Estes objectivos são concretizados para cada artigo do stock, que tem
características específicas.

A Gestão de Stocks assume nas empresas modernas um papel fundamental, sendo


uma das ferramentas mais importantes ao dispor da gestão para maximizar os seus
resultados líquidos. A manutenção de um nível adequado de stockagem e um desafio
que e colocado aos gestores, já que e necessário minimizar os custos de stockagem, não
pondo em risco a operacionalidade de toda a logística das empresas. Um stock e um
conjunto de artigos que esperam uma utilização mais ou menos próxima. Assim, tanto e
stock a mercadoria existente num espaço de venda como a que existe num armazém,
como a que há na despensa de nossa casa.

A gestão de stocks e, dito de forma simplificada, o conjunto de ações que visa


manter o stock ao mais baixo nível em termos quantitativos e de custo, garantindo
simultaneamente o fornecimento regular da empresa e a melhor execução das tarefas de
aprovisionamento e armazenagem. Assim, a gestão de stocks tem como objetivo definir
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quais os produtos a encomendar, qual a altura em que devem ser encomendados e em
que quantidade. A complexidade desta missão e proporcional ao número de produtos
comercializados pela empresa e ao volume de vendas de cada um deles.

Gestão de stocks é um Conjunto de operações que permite, após conhecer a


evolução dos stocks, que se verificou na empresa, formular previsões destes e tomar
decisões de quanto e quando encomendar na finalidade de conseguir a melhor qualidade
de serviço ao mínimo de custo.

O objetivo da gestão de stocks envolve a determinação de três decisões principais:

 O que comprar
 Quanto comprar
 Quando comprar

A nível mundial, as empresas precisam de se abastecer de forma assegurada para


poderem laborar em perfeitas condições. O abastecimento pode ser assegurado junto dos
fornecedores e como consequência a organização constitui stocks, desta forma pode-se
identificar duas funções base no aprovisionamento: a função de compras e a função de
gestão de stocks podendo-se assim afirmar que é a compra que faz despoletar o processo
logístico, originando a ação em termos de fluxos físicos e informacionais (Carvalho J.
M., 2002).

A gestão económica de stocks está incluída numa gestão mais abrangente


designada por gestão de stocks, o qual engloba também a gestão administrativa, que se
baseia na definição de regras e suportes documentais para controlo administrativo
(Inventário permanente) e contabilístico dos stocks, e a gestão física, que aborda as
questões relacionadas com a localização e implantação dos armazéns, bem como os
princípios e métodos de armazenagem, com objetivo de uma movimentação fácil e
segura e económica dos stocks (Reis, 2010).

O objetivo básico do controle de stocks é evitar a falta de materiais sem que isto
resulte em stocks excessivos relativamente às reais necessidades da empresa. De forma
semelhante, os níveis de stocks estão sujeitos às flutuações da procura (output) e às
entradas (input) de material em armazém (Dias, 2005). De acordo com Fernandes
(1987), com base neste enfoque, a gestão de stocks permite:

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1. Determinar quanto e quando comprar acionando procedimentos do setor das
compras;
2. Determinar, segundo as necessidades expressas na procura, o que deve
permanecer em stock;
3. Controlar as quantidades e valores em stock para um período predeterminado;
4. Identificar e retirar do stock itens obsoletos, fora de validade ou danificados;
5. Manter a realização de Inventários periódicos para avaliação das quantidades e
estados dos materiais stockados.

A pergunta quanto comprar refere-se à previsão das necessidades, em quantidade,


dos materiais. Para alguns autores, no sentido de estabelecer as necessidades futuras,
consideram os consumos históricos do registo da movimentação dos materiais.

Quando comprar refere-se à renovação ou reposição de stocks, momento em que o


processo de compra é desencadeado. Os materiais de consumo selecionados e
classificados pela análise ABC devem ser tratados de forma diferente.

A gestão de stocks compreende um conjunto articulado de informações


processadas capazes de garantir o fornecimento de materiais necessários ao atendimento
da procura, com o mínimo custo possível, incluindo informações sobre itens que devem
estar em stock, sobre a procura prevista, classificação dos artigos, rotatividade desejada
e metas de redução dos níveis de stock (Barbieri, et al., 2009).

1.4.1. Análise da procura

A análise da procura é uma acção imprescindível para a gestão de stocks pois é ela
que vai determinar a escolha dos modelos de gestão de stocks a serem adoptados. A
procura pode ser dependente ou independente. Dependente, se um artigo é facilmente
associado a outro, servindo a procura do artigo como base para o cálculo da procura do
substituto. Independente, quando a procura não está associada diretamente a nenhum
outro artigo e não pode ser calculada, apenas prevista. Ballou (2006), realça que no caso
da procura independente, os procedimentos de previsão da procura estatística dão bons
resultados, visto que a maioria dos modelos de previsão da procura de curto prazo tem
por base condições de procura independente e aleatória. Já no caso da procura
dependente a necessidade de previsão é substituída pelo alto grau de influência das
exigências especificadas e não por aleatoriedade, pois a procura é conhecida
antecipadamente. (Ballou, 2006)

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Nos estudos de gestão de stocks, a procura é conceptualizada como uma variável
aleatória que segue determinada distribuição estatística, permitindo assim a utilização e
especificação de modelos de previsão para prever o seu valor futuro.

O objetivo do gestor de stocks é minimizar o impacto da componente aleatória da


procura observada, aproximando esta da procura real, isto é, reduzir ao máximo o erro
da previsão.

1.4.2. Modelos de Gestão de stocks

A partir desta secção de texto a nomenclatura utilizada é baseada na nomenclatura


de Costa et al. (2000)

Nas políticas mais comuns de aprovisionamento estudam-se modelos analíticos


para apoiar decisões sobre quando encomendar, em que quantidade, e como lidar com a
incerteza da procura dos produtos e do tempo de entrega dos fornecedores, sob uma
variedade de condições (Costa, et al., 2010).

A decisão de encomenda não se pode basear apenas na existência em prateleira


(Costa, et al., 2010). Há que incluir no processo de decisão outro tipo de existências:

 Notas de Encomenda que ainda não foram entregues (stock em transito);


 Pedidos dos serviços utilizadores ou parte destes pedidos que ainda não foram
atendidos (“pendentes”), constituindo os backorders.

A gestão económica dos stocks tem como finalidade a racionalização e


optimização dos fluxos de stock, de molde a que o somatório do custo de posse com o
custo das encomendas seja minimizado; ou seja, é necessário encontrar o ponto de
equilíbrio entre estas duas variáveis que se comportam de forma antagónica, dado que
uma redução do stock médio implica uma diminuição do custo de posse, mas também
um aumento do número de encomendas, logo do seu custo - e vice-versa. Custo de
posse - juros do capital investido no stock - aluguer e/ou reintegração das instalações -
manipulação e conservação do stock - encargos com o pessoal envolvido - outros custos
de menor expressão Custo de encomenda - custos burocráticos ligados ao processo -
encargos com o pessoal do sector - custos com recepção, controlo, armazenagem -
outros custos de menor expressão.

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1.5. Custos associados aos stocks

1.5.1. Custos operacionais associados à stockagem da mercadoria

Os custos de operacionais incluem todos os encargos que a empresa deve suportar


para assegurar o exercício da sua atividade. Deste modo, excluem-se desde logo os
encargos provenientes de empréstimos.

Os custos operacionais distinguem-se em duas categorias: os que dão origem a


saídas de fluxos monetários (salários, matérias-primas, energia, etc.) e os que não dão
(amortizações e provisões). É também usual designarem-se por custos de exploração.

Os custos são parâmetros muito importantes na determinação de políticas de


gestão de stocks. Os mais importantes são:

 Custo de aquisição ou custo de compra (CA)- engloba custos de transporte,


inspecção, recepção, etc.
 Custo de lançamento ou efectivação da encomenda (CE)
 Custo de posse (CP)- com a manutenção dos stocks, conservação, etc.
 Custos de ruptura de stocks- quando o armazém não satisfaz a procura.

Com o fim de vigiar o nível de stocks e determinar o momento da sua renovação, as


empresas podem utilizar os seguintes instrumentos.

1- Lote económico de compra

Qual será a quantidade a adquirir, por encomenda, de determinado artigo, de forma a


que seja mínimo o custo total desse artigo à saída de armazém?

O custo total de um bem à saída do armazém é constituído por 3 componentes:

a) O custo de aquisição (CA)

 N = N.º total de unidades de determinado artigo consumido durante o ano


 p = Preço unitário de aquisição

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b) O custo das encomendas (CE)

São todos os custos relacionados com o lançamento e controlo das encomendas a


fornecedores. Exemplos: funcionamento da secção de compras, deslocação e estadia,
receção (ensaios, análises), prospeções de mercado fornecedor, despesas com portes,
despesas com os serviços de contabilidade e custo com a documentação a emitir.

 A = Custo de efetivação de cada encomenda


 Q = Quantidade de cada encomenda
 N/Q = N.º de encomendas realizadas por ano

À medida que se efetuam mais encomendas (N/Q), maior será o custo de encomenda

c) Custo de posse dos stocks (CP), São os custos por cada unidade detida em stock,
que podem ser:

 Seguros;
 Custos de movimentação e de conservação;
 Juro do capital imobilizado;
 Alugueres ou amortizações do valor dos armazéns;
 Perdas, desfalques, obsolescência;
 Encargos com o pessoal do armazém;
 Iluminação.

d) STOCK MÉDIO (Sm) – n.º de artigos que estão, em média, em armazém durante o
ano. É a média entre a quantidade máxima e a quantidade mínima do stock, ou seja,
corresponde a metade do montante da encomenda (Q).

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À medida que aumenta o n.º de encomendas, diminui o custo de posse. Ao elevarmos o
n.º anual de encomendas, aumentamos o custo de encomenda.

Desta forma é possível determinar a quantidade de um artigo a encomendar de cada vez


por forma a minimizar os custos da empresa.

Isto é calculado de 3 formas:

1. Através de um quadro

2- Através da representação gráfica

A quantidade ou lote económico da encomenda (Qe) verifica-se quando o custo


total atinge o valor m (mínimo do custo).

À medida que aumenta a quantidade a encomendar de cada vez, maior é o custo


de posse (C3) e menor é o custo de encomenda (C2).

3- Através da fórmula de Wilson

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 A = Custo de efectivação por encomenda
 N = Consumo anual
 c = Custo de posse unitário
 Qe = Quantidade económica da encomenda

6.1.2. Ponto da encomenda

Em que momento se deve desencadear a encomenda?

Prazo de aprovisionamento (Pa) – tempo que decorre entre o desencadear da


encomenda e a chegada da mesma à empresa.

A empresa deve desencadear nova encomenda quando tiver em stock 167 unidade
do artigo.

Para fazer face a irregularidades do consumo e aos atrasos dos fornecedores, deve
ter-se em conta um stock de segurança (Ss) de 200 unidades.

1.5.2.

Stock de segurança.

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O stock de segurança representa o stock adicional às existências normais que
permite minimizar os impactes de um aumento inesperado da procura por parte dos
clientes e um atraso não previsto no fornecimento dos fornecedores, ou seja um
aumento do seu prazo de entrega. Tem por finalidade principal evitar uma rotura de
stocks. O stock de segurança é a quantidade de produtos equivalente ao número de dias
de vendas (número de produtos vendidos por dia em média) a considerar para conseguir
satisfazer as encomendas no caso de falhas ou atrasos por parte dos fornecedores.

6.5.3. Custos de oportunidade face a outras opções

É o valor do benefício que se deixa de receber, quando em um processo de


decisão, se opta por determinado investimento em detrimento de outro, sendo os
benefícios das alternativas rejeitadas o custo oportunidade da alternativa escolhida.

O custo de oportunidade é um termo usado na economia para indicar o custo de


algo em termos de uma oportunidade renunciada, ou seja, o custo, até mesmo social,
causado pela renúncia do ente económico, bem como os benefícios que poderiam ser
obtidos a partir desta oportunidade renunciada ou, ainda, a mais alta renda gerada em
alguma aplicação alternativa.

Em outras palavras: O custo de oportunidade representa o valor associado a


melhor alternativa não escolhida. Ao se tomar determinada escolha, deixa-se de lado as
demais possibilidade, pois excludentes. À alternativa escolhida, associa-se como "custo
de oportunidade" o maior benefício NÃO obtido das possibilidades NÃO escolhidas,
isto é, a escolha de determinada opção impede o usufruto dos benefícios que as outras
opções poderiam proporcionar. O mais alto valor associado aos benefícios não
escolhidos, pode ser entendido como um custo da opção escolhida, custo chamado de
oportunidade.

CONNCLUSÃO

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Conclui-se definindo a gestão económica de stocks como um conjunto de
operações que permite, após a evolução dos registos dos valores de stocks que se
tenham verificado na instituição ou empresa, tomar decisões de quanto e quando
encomendar com a finalidade de conseguir a melhor qualidade de serviço ao mínimo
custo (Reis, 2010).

A gestão económica dos stocks tem como finalidade a racionalização e


optimização dos fluxos de stock, de molde a que o somatório do custo de posse com o
custo das encomendas seja minimizado; ou seja, é necessário encontrar o ponto de
equilíbrio entre estas duas variáveis que se comportam de forma antagónica, dado que
uma redução do stock médio implica uma diminuição do custo de posse, mas também
um aumento do número de encomendas, logo do seu custo - e vice-versa.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

15
2. ASSIS, Rui, FIGUEIRA, Mário. MICROSTOCK - Apoio à Decisão em Gestão
Económica de Stocks. Lisboa, IAPMEI, 1991.
3. BRAGA, Miguel. Gestão do Aprovisionamento. Lisboa, Editora Presença.
4. GROLAIS, Michel. Gestão Integrada dos Stocks. Lisboa, Editora Rés – Editora.
5. LYSONS, C.K. O Aprovisionamento na Empresa. Lisboa, Editora Presença.
6. MACHADO, V. H. (1989) – Gestão de Stocks: Modelos Determinísticos –
FCT/UNL, Lisboa.
7. RAMBAUX, A. Gestão Económica dos Stocks. Lisboa, Editora Portico Lisboa.
8. REIS, Lopes dos, PAULINO, António. Gestão dos stocks e compras. E. I. –
Editora Internacional, Lda., Lisboa, 1994.
9. REIS, Lopes dos. Exercícios de gestão dos stocks e compras. Universidade
Moderna, Lisboa, 1996.

16
ÍNDICE

DEDICATÓRIA
INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................2

1.1. Definição de termos................................................................................................2


1.1.1. Stock................................................................................................................2
1.4. A gestão económica dos stocks..............................................................................6
1.4.1. Análise da procura...........................................................................................8
1.5. Custos associados aos stocks................................................................................10
1.5.1. Custos operacionais associados à stockagem da mercadoria........................10
1.5.2. Stock de segurança........................................................................................14
6.5.3. Custos de oportunidade face a outras opções................................................14

CONNCLUSÃO.............................................................................................................15
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.............................................................................16

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