Teologia e Vida - O Simbolismo Da Arca Da Aliança
Teologia e Vida - O Simbolismo Da Arca Da Aliança
Teologia e Vida - O Simbolismo Da Arca Da Aliança
O termo hebraico freqüentemente utilizado para descrever a arca é 'ârôn, que também pode ser
traduzido como baú ou caixão. A Bíblia faz referência à arca de algumas formas diferentes, tais
como:
Arca do Senhor (Js 4:11)
Arca de Deus (1 Sm 3:3)
Arca da Aliança (Nm 10:33)
Arca do Testemunho (Ex 25:22)
Arca da Tua fortaleza (Sl 132:8)
Arca Santa (2 Cr 35:3)
A arca e os atributos de Deus
Como símbolo da presença de Deus e de Sua aliança com Seu povo, a arca revela-nos verdades
preciosas a respeito de maravilhosos atributos divinos. O maior brilho da arca, com certeza, não
era o ouro puro com a qual era coberta; mas a sublime majestade do caráter do Senhor revelada
nela. Assim sendo, pensaremos em alguns desses atributos.
A tampa da arca era chamada de propiciatório (do qual falaremos pormenorizadamente depois).
Acima dele ficavam dois querubins de ouro, também chamados de "querubins de glória" (Hb 9:5), os
quais estavam posicionados um defronte ao outro e olhavam para o propiciatório, trazendo uma
impressão de estarem curvados, ou seja, em uma posição de reverência e adoração.
Aos homens, cabe a responsabilidade adorá-Lo. Deus criou a humanidade, bem como todas as
coisas, para Sua própria glória (Rm 11:36), de modo que o maior crime do universo é negar-Lhe
adoração. O nosso Deus é infinito e infinitamente digno da adoração de seus criaturas; portanto,
rebelar-se contra Ele torna a criatura infinitamente culpada.
Deve-se observar, contudo, que adorar ao Senhor trata-se também de um grande privilégio. Que
gozo indizível é trazido à alma humana, quando esta é levada a contemplar a formosura do Senhor!
Davi compreendeu-o muito bem, a ponto de exclamar: "Tu me farás ver os caminhos da vida; na Tua
presença, há plenitude de alegria; na Tua destra, delícias perpetuamente" (Sl 16:11). Negar-Lhe
adoração não é somente o crime mais estúpido, mas também a maior tolice que qualquer ser
humano pode cometer.
O Deus justo
"E porás na arca o Testemunho, que Eu te darei" (Ex 25:16)
O Testemunho refere-se às tábuas dos dez mandamentos, dados por Deus a Moisés, conforme o
relato de Exôdo 20. A lei revela a perfeita justiça do caráter de Deus; Ele é aquele que não pode
praticar o mal (Tg 1:13) e que é santíssimo (Is 6:3), não podendo suportar a injustiça (Hc 1:13). Ele
próprio é o padrão absoluto de justiça.
Dessa forma, assim como Ele é justo, também exige que os homens o sejam. Jesus disse: "Sede
vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (Mt 5:48). Ele exige um cumprimento total de Sua
lei, não admitindo uma falha sequer, como Tiago nos explica: "qualquer que guarda toda a lei, mas
tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos" (Tg 2:10). Além disso, as Escrituras ainda
afirmam que "ao culpado [Deus] não tem por inocente" (Ex 34:7).
Oh, que justiça perfeita, que padrão elevado! Que homem poderia alcançá-lo?
O Deus misericordioso
"Farás também um propiciatório de ouro puro; porás o propiciatório em cima da arca" (Ex 25:17,21)
A arca fala da justiça de Deus, deixando-nos perplexos com o fato de que o homem está
infinitamente distante do padrão de justiça estabelecido por Deus. Enquanto Deus é todo justiça, o
ser humano é todo pecado. Diz a Bíblia que "não há um justo, nem um sequer; todos pecaram e
carecem da glória de Deus" (Rm 3:10,23).
Como, pois, resolver-se o problema do homem, de modo que este possa aproximar-se de Deus e ter
comunhão com Ele? Como pode Deus ser justo e misericordioso? Só há uma resposta: através da
propiciação, feita pelo sangue de Jesus.
A Bíblia diz que Jesus Cristo, sendo Deus, assumiu a natureza humana, tornando-se semelhante a
nós, porém sem pecado (Fp 2:7). Ele viveu uma vida totalmente íntegra, em irrepreensível
obediência à lei de Deus (Mt 5:17), oferecendo-se a Si mesmo em sacrifício perfeito pelos pecados
de incontáveis pecadores e obtendo em favor deles uma "eterna redenção" (Hb 9:12), mediante seu
próprio sangue. Dessa maneira, a justiça de Deus foi satisfeita com a punição do pecado, bem
como a Sua ira foi aplacada, de modo que Deus pode livremente, com base na obra de Jesus
Cristo, declarar os crentes como plenamente justos. Aconteceu o que Paulo disse aos Coríntios:
"Aquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de
Deus" (2 Co 2:21).
A esta grande obra de Jesus em favor de Suas ovelhas dá-se o nome de propiciação. O apóstolo
Paulo fala desta obra nos seguintes termos, em uma passagem que talvez seja o melhor retrato do
Evangelho na Bíblia: "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e
pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que
crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados
gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no
seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua
tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da
sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus"
(Rm 3:21-26)
A fim de tornar mais clara a idéia da propiciação, segue uma explicação elucidativa de D. Martin
Lloyd Jones: "O que significa propiciação? O que é propiciar? Significa apaziguar, aplacar, afastar a
ira. O Dr. John Owen, aquele grande puritano, dizia que há quatro coisas que são elementos
essenciais de qualquer propiciação, e aqui estão elas: uma ofensa que deve ser eliminada; uma
pessoa ofendida que deve ser pacificada; um ofensor, uma pessoa culpada de praticar a ofensa; um
sacrifício ou algum outro meio de se fazer expiação pela ofensa".
Assim, a arca da aliança também revela-nos, através do propiciatório, um Deus justo e também
cheio de terna misericórdia! Graças a Deus!
Conclusão
É impressionante a profundidade do simbolismo da arca da aliança, revelando a beleza de Deus.
Também poderia ter sido dito sobre o maná e o bordão de Arão (Hb 9:4), que mostram o sustento
que Deus nos concede durante a peregrinação cristã e como Ele nos ornamenta com benditas
graças espirituais.
Por fim, como conclusão, não poderíamos deixar de mencionar a localização da arca. Ela ficava
localizada em um lugar chamado "Santos dos Santos" ou "Lugar Santíssimo", o qual era escondido
atrás de um véu (Hb 9:2-4). Este véu separava o Santo dos Santos do restante do tabernáculo,
sendo um claro símbolo da separação que o pecado causou entre o homem e Deus, como é dito no
profeta Isaías: "As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça" (Is 59:2).
A boa notícia do Evangelho é que este véu foi rasgado por Jesus Cristo, nosso Sumo Sacedore
eterno. Ele "entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção" (Hb 9:12).
No momento em que Jesus, sangrando sobre o madeiro, deu seu último brado e entregou seu
espírito, "o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo" (Mt 27:51). O caminho para
Deus foi aberto para todos aqueles que crerem no nome de Jesus Cristo. O sacrifício foi aceito; a
propiciação, efetuada; tudo estava consumado!
Tendo estas verdades em mente, "acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça,
a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (Hb 4:16).
Louvado seja o nome do Senhor por tão gloriosas verdades!
Abraços,
Davi.
28 comentários:
Abraços,
André Aloísio
O principal dos pecadores (I Tm.1.15)
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Puxa... Achei o máximo aprender um pouco mais sobre a Arca, meu Pastor começou uma campanha
também sobre... E eu creio que vai ser muito abençoada, alias esta sendo. A paz!!!
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