Aula 2 - CLASSIFICA O DAS OBRIGA ES-2
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DAS OBRIGAÇÕES
Classificação
básica das
obrigações • OBRIGAÇÃO POSITIVA –
CONSUBSTANCIADA EM UMA
• OBRIGAÇÃO NEGATIVA – TRATA-SE
DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER.
OBRIGAÇÃO DE DAR (COISA CERTA OU
INCERTA) E DE FAZER;
a) Fracionárias: pluralidade de devedores ou credores, cada um deles
responde apenas por parte da dívida.
(os
da dívida. Se um cumpre a obrigação, os demais são exonerados.
b) Obrigações de
a) Obrigações de meio: o
resultado: o devedor se
devedor se obriga a
obriga não apenas a
empreender a atividade
empreender a atividade,
sem garantir o resultado
mas, principalmente, a
esperado.
produzir o resultado.
Obrigação de dar
É a obrigação que tem por objeto a prestação de coisa.
Dessa forma, o verbo “dar”, em direito civil tem, o sentido de “entregar” (transferir
a propriedade ou posse) ou de “restituir” (devolução da coisa ao proprietário).
• Obrigação de dar coisa incerta: é aquela cuja incerteza é temporária, pois logo
após, conseguirei discriminar a coisa. Por exemplo, “vou te dar um celular”.
Artigo 313 do CC/02: “o credor não é
obrigado a receber prestação diversa da
que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
No momento da escolha da
obrigação esta deve ser feita pela Via de regra, o gênero nunca não poderá o devedor alegar
média, não pode ser a pior e nem perece. A partir disso, dispõe o art. perda ou deterioração da coisa,
mesmo a melhor. É a chamada 246 do CC/02 que “antes da ainda que por força maior ou caso
virtude da prestação média, art. escolha, fortuito”.
244 parte final do CC/02.
É a obrigação que tem por objeto a
prestação de um fato, podendo ser
personalíssima (infungível) ou não
personalíssima (fungível).
Obrigação
de fazer
Não cumprimento da obrigação de fazer:
Fungível: terceiro poderá satisfazer a Infungível: são obrigações que
obrigação às custas do devedor OU somente o devedor pode cumprir,
converter em perdas e danos (art. caso em que o inadimplemento se
816, do CPC/15). converte em perdas e danos.
Obrigação de fazer
• Art. 247 do CC/02: “Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só
imposta, ou só por ele exequível.”
• Art. 248 do CC/02 : “Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se
por culpa dele, responderá por perdas e danos.”
• Art. 249 do CC/02. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do
devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar
executar o fato, sendo depois ressarcido.
• Art. 814 do CPC. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título extrajudicial, ao despachar a
inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.
Obrigação de não fazer
Comprimidos & Soluções Médicas Ltda. (“Comprimidos”) obrigou-se a fornecer um lote de remédios para Farmácia Brasil Ltda. (“Farmácia).
Conforme os termos do negócio ajustado, Farmácia pagou o valor integral dos produtos, R$ 150.000,00, de maneira antecipada. Enquanto isso, Comprimidos
comprometeu-se à entrega da mercadoria em até 15 dias após a celebração da avença. No entanto, por falha operacional de Comprimidos, o lote de remédios
vendido não foi armazenado corretamente, tornando-se impróprio para uso.
Nesse contexto, de um lado, Comprimidos descartou os produtos que deveria entregar e, de outro, Farmácia precisou comprá-los de outro fornecedor, com
urgência, por valor mais alto (R$ 180.000,00).
Alternativas Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último
se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível
por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da
outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem
inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização
por perdas e danos.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-
se-á a obrigação.
Exercício
Suponha que Álvaro tenha assumido o compromisso de cumprir uma obrigação alternativa e,
antes do prazo estipulado, tenha se tornado impossível o cumprimento da obrigação assumida,
sem que ele tenha concorrido para tal. Nessa situação hipotética,
A) extinguir-se-á a obrigação sem qualquer responsabilização civil por parte de Álvaro.
B) o beneficiário da obrigação poderá exigir indenização equivalente ao valor da obrigação de
maior valor, mas não poderá exigir dano moral.
C) o beneficiário da obrigação poderá exigir indenização equivalente ao valor da obrigação que
lhe aprouver mais dano moral.
D) o beneficiário da obrigação poderá exigir que terceiro cumpra de outro modo qualquer das
obrigações assumidas, às expensas de Álvaro.
E) é devida indenização ao beneficiário da obrigação, além de eventual dano moral, mas cabe a
Álvaro definir qual das obrigações será objeto de indenização.
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E
INDIVISÍVEIS
Se a prestação envolver uma obrigação indivisível, por exemplo, em que dois devedores
devem entregar ao credor um cavalo que custa dois mil reais, cada devedor estará
obrigado pela dívida toda.
No entanto, se a obrigação for cumprida por apenas um dos devedores, este se sub-roga
no direito do credor em relação ao outro devedor. A partir disso, aquele devedor que não
cumpriu a obrigação tornase devedor daquele que pagou, na quantia de mil reais – quota
parte na obrigação (art. 259, parágrafo único do CC/02).
Perda do objeto e fim da
indivisibilidade
1 2 3 4 5
Na hipótese de haver Enquanto nenhum dos Se apenas um credor Art. 270 do CC/02. Se Art. 272 do CC/02. O
quatro credores credores ingressa com ingressa com ação em um dos credores credor que tiver
solidários e um ação em face do face do devedor, este solidários falecer remitido a dívida ou
devedor, referente a devedor, este poderá deverá adimplir a deixando herdeiros, recebido o pagamento
um montante de pagar para qualquer obrigação em face cada um destes só terá responderá aos outros
quatro mil reais. Cada deles. daquele que ajuizou a direito a exigir e pela parte que lhes
cocredor tem direito de ação, por própria receber a quota do caiba.
receber e cobrar a disposição do artigo crédito que
totalidade da dívida 268 do CC/02. corresponder ao seu
em face do devedor. quinhão hereditário,
salvo se a obrigação
for indivisível.
Da Solidariedade Passiva
Solidariedade passiva é aquela que possui pluralidade de devedores, e o
credor, por sua vez, pode exigir de qualquer devedor o cumprimento da
obrigação por inteiro, seja o bem divisível ou indivisível .
• Art. 275 do CC/02. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo
credor contra um ou alguns dos devedores.
• Art. 276 do CC/02. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes
será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em
relação aos demais devedores.
Da Solidariedade Art. 277 do CC/02. O pagamento parcial feito por um
dos devedores e a remissão por ele obtida não
Passiva aproveitam aos outros devedores, senão até à
concorrência da quantia paga ou relevada.
• Em uma relação processual em que há único credor e onze
devedores solidários na quantia de onze mil reais.
• Se um dos devedores solidários paga a quantia de mil reais,
continua existindo solidariedade em relação ao restante da
obrigação. Bem como, perdoando o credor um dos devedores,
continua existindo solidariedade em relação ao restante da
dívida, que seria de dez mil reais.
Art. 280 do CC/02. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido
proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
• Não havendo o cumprimento da obrigação até a data estipulada, todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a
ação tenha sido proposta somente contra um dos devedores. Todavia, aquele devedor que agiu com culpa e deu causa ao acréscimo,
estará obrigado ao pagamento desse acréscimo.
Art. 282 do CC/02. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou
de todos os devedores. (Dispositivo recorrente em provas).
• Renunciar à solidariedade não significa perdoar a dívida. Desse modo, se o credor renunciar solidariedade a um dos devedores, em
relação aos demais, a solidariedade permanece íntegro e o credor cobrará o restante da obrigação de qualquer deles (dez mil reais).
Da Solidariedade Passiva
Art. 283 do CC/02. O devedor que
satisfez a dívida por inteiro tem direito • Havendo algum devedor insolvente – aquele que não
a exigir de cada um dos co-devedores
tem bens para pagamento da dívida – a quota parte que
a sua quota, dividindo-se igualmente
por todos a do insolvente, se o houver, seria dele, devem ser partilhados entre os demais
presumindo-se iguais, no débito, as devedores solidários para cumprimento da obrigação.
partes de todos os co-devedores.