Teoria Do Crime - Aspectos Intermediários
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SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PENAL
Teoria do Crime – Aspectos Intermediários
Sumário
Douglas de Araujo Vargas
Introdução......................................................................................................................................... 4
1. Teorias da Ação............................................................................................................................. 4
1.1. Teoria Finalista........................................................................................................................... 5
1.2. Teoria Causal-naturalista....................................................................................................... 7
1.3. Teoria Causal-valorativa......................................................................................................... 7
1.4. Teoria Social da Ação.. .............................................................................................................. 7
2. Teoria da Imputação Objetiva................................................................................................... 7
3. Consumação e Tentativa............................................................................................................ 8
4. Fases de Realização do Delito.................................................................................................. 8
4.1. Cogitação.................................................................................................................................... 9
4.2. Preparação.. ............................................................................................................................... 9
4.3. Execução................................................................................................................................... 11
4.4. Consumação............................................................................................................................. 11
4.5. Exaurimento............................................................................................................................. 11
5. Crime Consumado. . .....................................................................................................................12
6. Crime Tentado. . ............................................................................................................................13
6.1. Elementos da Tentativa......................................................................................................... 14
6.2. Pena da Tentativa....................................................................................................................16
6.3. Teoria Aplicável à Tentativa..................................................................................................16
6.4. Fixação da Pena. . .....................................................................................................................16
6.5. Classificações da Tentativa. . .................................................................................................16
6.6. Admissibilidade da Tentativa. . ..............................................................................................19
6.7. Descriminantes Putativas. . ....................................................................................................21
6.8. Crimes Preterdolosos. . .......................................................................................................... 22
6.9. Contravenções Penais. . ......................................................................................................... 22
6.10. Crimes Unissubsistentes.................................................................................................... 23
6.11. Crimes de Atentado. . ............................................................................................................. 23
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Introdução
Olá, querido(a) aluno(a)!
Seja muito bem-vindo(a) ao estudo do tema teoria do crime e seus aspectos intermediários.
Hoje vamos tratar de alguns tópicos um pouco mais avançados na disciplina de Direito
Penal, diretamente relacionados ao estudo da teoria do crime.
Não se preocupe, pois não iremos abordar nada tão complicado, mesmo porque você já
tem a base necessária para ingressar nesses temas tão importantes.
Nesse diapasão, hoje iremos estudar os seguintes temas:
• teorias da ação;
• teoria da imputação objetiva;
• consumação e tentativa;
• desistência voluntária;
• arrependimento eficaz;
• arrependimento posterior;
• crime impossível.
Como de praxe, ao final faremos aquela lista de exercícios totalmente voltada para os
conteúdos abordados, com a adição de exercícios de diversas examinadoras e certames, bus-
cando sempre maximizar a nossa prática.
Vamos nessa!
1. Teorias da Ação
No Direito penal, existem diversas teorias relacionadas à ação e aos crimes, cada uma
adotando maneiras diferentes de abordar a teoria do delito e a análise da conduta do indivíduo.
Entre as diversas teorias que tratam da conduta, destacam-se as seguintes teorias:
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Cada uma dessas teorias tem uma abordagem quando se trata de analisar a conduta
do agente que pratica uma infração penal. Nosso foco estará na chamada TEORIA FINA-
LISTA, elaborada por Hans Welzel, a qual é majoritariamente aceita pelos doutrinadores de
nosso país.
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Exatamente o que estudamos. O importante é que você saiba que tipicidade foi utilizada como
sinônimo de Fato típico pelo examinador.
Certo.
Apesar de não adotadas, vamos a uma breve explanação sobre as demais teorias da ação.
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(...)a teoria social da ação faz com que condutas socialmente aceitas constituam irrelevantes pe-
nais, o que, em última análise, significa a revogação de uma lei penal por um costume social. (An-
dré Estefam)
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Sintetizando, seus reflexos devem ser muito mais modestos do que o furor de perplexidade que
está causando no continente latino-americano. Porque a única certeza, até agora, apresentada
pela teoria da imputação objetiva, é a incerteza de seus enunciados, a imprecisão dos seus con-
ceitos e a insegurança de seus resultados a que pode levar. Aliás, o próprio Claus Roxin, maior
expoente da teoria em exame, afirma que ‘o conceito de risco permitido é utilizado em múltiplos
contextos, mas sobre o seu significado e posição sistemática reina a mais absoluta falta de cla-
reza’. (...) A relação de causalidade não é suficiente nos crimes de ação, nem sempre é necessária
nos crimes de omissão e é absolutamente irrelevante nos crimes de mera atividade; portanto, a
teoria da imputação objetiva tem um espaço e importância reduzidos.
Cezar Roberto Bittencourt
Por esse motivo, é importante que você conheça o conceito e a premissa da teoria da im-
putação objetiva – mas que não use essa teoria para sua prova na hora de resolver situações
hipotéticas.
Mais uma questão para analisarmos:
3. Consumação e Tentativa
Finalmente um tópico mais prático e divertido de ser tratado. Já era tempo, certo?
Antes que possamos falar de consumação e tentativa, no entanto, precisamos estudar
rapidamente um outro conceito: O de iter criminis (o chamado “caminho do crime”), que trata
das chamadas fases de realização do delito.
Desde que o desígnio criminoso aparece no foro íntimo da pessoa, como um produto da imagina-
ção, até que se opere a consumação do delito, existe um processo, parte do qual não se exterioriza,
necessariamente, de maneira a ser observado por algum espectador, excluído o próprio autor.
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A este processo dá-se o nome de iter criminis ou ‘caminho do crime’, que significa o conjunto de
etapas que se sucedem, cronologicamente, no desenvolvimento do delito.
Segundo os autores, existe um processo a ser percorrido desde que o autor pensa em
cometer o crime, até que ele realmente seja praticado e gere seu resultado. A este processo
chamamos de iter criminis, ou seja, o caminho do crime.
De acordo com tal premissa, o crime se divide em quatro fases principais:
https://br.pinterest.com/gkd2129/prison-break-tv-series/
4.1. Cogitação
A cogitação é uma fase interna, na qual surge a intenção de praticar um determinado
crime. Como estudamos em nossa aula de princípios, por força do princípio da lesividade, a
cogitação não é uma fase punível, pois ela não causa ofensa alguma a nenhum bem jurídico.
4.2. Preparação
A preparação, por sua vez, não é uma mera fase interna. Aqui, o autor começa a trabalhar
para que possa iniciar a execução do delito. O autor busca encontrar meios e locais que pos-
sibilitem lograr êxito no delito que está buscando cometer.
Via de regra, a preparação também não é punível – a não ser que o ato preparatório seja
um crime por si só. Vejamos um exemplo:
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Autor pretende furtar um banco escavando até o cofre da instituição financeira. Compra, para isso,
pás e britadeiras para cavar o túnel que utilizará para praticar a conduta criminosa. Além disso, faz
todo o planejamento na parede de seu quarto.
Planejar e comprar pás e britadeiras não é uma conduta criminosa, de modo que caso o
agente desista de furtar o banco e pare nesse ponto da preparação, não poderá ser punido
pelos atos já praticados.
Entretanto, vejamos um segundo exemplo:
John Wick pretende matar alguns inimigos, e para isso compra uma arma de fogo de numeração
raspada no mercado negro.1
1
https://br.pinterest.com/markdance/john-wicks/
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Nesse caso, diferentemente da primeira hipótese, o mero fato de portar uma arma de fogo
com numeração raspada por si só um delito, e o autor poderá ser responsabilizado mesmo
que não venha a finalizar a conduta que desejava (no caso, os homicídios).
4.3. Execução
Aqui o agente inicia, de fato, a execução da conduta criminosa.
A fase de execução pode resultar na próxima fase (a consumação) caso o agente logre
êxito na prática da infração penal pretendida por ele, ou em uma tentativa (quando o agente
não logra êxito por circunstâncias alheias à sua vontade).
Fique tranquilo(a): A tentativa, bem como institutos como a desistência voluntária e o
arrependimento eficaz serão abordados a seguir.
4.4. Consumação
Como dissemos anteriormente, a consumação é a fase em que o agente atinge o resulta-
do do crime, ou como define o código penal, o crime reuniu todos os elementos de sua defini-
ção legal (Art. 14, inciso I, CP).
A consumação tem uma influência direta na classificação das condutas criminosas, as
quais abordaremos em detalhes em nosso próximo assunto.
4.5. Exaurimento
Embora em regra não seja listado como uma das fases regulares do iter criminis, o exauri-
mento é uma fase específica de algumas infrações penais, que após sua consumação, ainda
não sofreram o completo esgotamento de seu potencial lesivo.
Vejamos um exemplo para esclarecer melhor:
Ao estudar as classificações doutrinárias dos crimes, temos alguns delitos que são clas-
sificados como formais ou de consumação antecipada, para os quais a lei prevê um resultado,
mas este é desnecessário para a consumação do crime.
É o caso do art. 159 listado apresentado anteriormente: Para que o delito de extorsão me-
diante sequestro se consume, basta que a vítima seja sequestrada. Independentemente de o
sequestrador receber ou não a vantagem prevista na lei, o crime estará consumado.
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E com isso, se o sequestrador lograr êxito em receber a vantagem esperada (por exemplo,
a família da vítima efetivamente transferir uma quantia solicitada para a conta do sequestra-
dor), ocorrerá mero exaurimento, pois a consumação já havia ocorrido.
Pronto. Agora que já possuímos a base teórica necessária, podemos finalmente falar de
Consumação e Tentativa.
5. Crime Consumado
CP Art. 14. Diz-se o crime:
Crime consumado
I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
O crime consumado, portanto, é aquele que reúne todos os elementos de sua definição
legal. Logo, o agente delitivo praticou um fato e conseguiu realizar tudo o que está previsto
no tipo penal.
De acordo com o que acabamos de estudar, note que o crime consumado, portanto, saiu
da fase de execução e chegou à fase de consumação.
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Caro(a) aluno(a): tais definições são de ENORME importância. Tome nota e faça a releitura
desses momentos de consumação de vez em quando.
6. Crime Tentado
O crime consumado é relativamente simples. Já o crime tentado e o instituto da tentativa
dão um pouco mais de trabalho, embora nada fora do comum.
Primeiramente, vamos recorrer ao bom e velho Código Penal:
Tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11/7/1984)
II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
Em primeiro lugar chamo sua atenção para a frase circunstâncias alheias à vontade do
agente. Não foi o agente que desistiu, não foi o agente que se arrependeu: Algo externo acon-
teceu e o agente não teve êxito na consumação do crime – mas se dependesse somente dele,
o delito teria se consumado.
Os casos em que o agente se arrepende ou desiste de consumar a conduta serão estuda-
dos mais à frente, ok?
Certo. Outro ponto importante é o seguinte: Se no crime consumado estão reunidos todos
os elementos da definição legal do delito, no crime tentado o fato praticado pelo agente não
corresponde à totalidade dos elementos do tipo penal.
Exemplos simples:
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Esses exemplos são muito básicos, mas tem uma utilidade enorme para que possamos
entender a seguinte premissa: tanto no crime tentado como no crime consumado, o DOLO é o
MESMO. Ambos os autores (Smith e Aquiles) tinham a mesma vontade (de praticar o art. 121
– Matar Alguém).
Apenas um deles, no entanto, conseguiu chegar à totalidade dos elementos objetivos do
tipo penal. Mesmo assim, os elementos subjetivos da conduta (tipo subjetivo) foram idênti-
cos para ambos.
Vamos ver como pode ser cobrado este tema:
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É interessante notar, ainda, que não existe um crime autônomo para a tentativa. Temos o
que a doutrina chama de adequação típica por subordinação indireta ou mediata.
Em palavras mais simples, não temos em nosso Código Penal artigos específicos para os
delitos tentados (não existe o Art. 455 – “Tentar matar alguém”, por exemplo), e sim a combi-
nação do delito praticado (por exemplo, homicídio) com a previsão do art. 14, inciso II do CP.
Dessa forma, quando falamos em um crime tentado, a tipicidade será declarada da se-
guinte forma:
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Temos, portanto, a aplicação de uma causa de diminuição de pena aos delitos tentados.
Excepcionalmente é aplicada a chama teoria subjetiva. Por esse motivo existe a expressão
“salvo disposição em contrário” quanto à pena da tentativa.
Na prática, essa exceção ocorre quando o legislador, ao editar o tipo penal, equipara
a forma tentada do delito à forma consumada, atribuindo a mesma pena aos dois casos.
Por exemplo:
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John, de posse de sua arma de fogo, realiza dois disparos contra Iosef. Antes que possa executar
um terceiro disparo, é impedido por um terceiro indivíduo.
John, de posse de sua arma de fogo, realiza 15 disparos contra Iosef, e deixa o local, acreditando
que consumou o delito.
No entanto, Iosef não vem a falecer em razão dos disparos.
Nessa outra situação, a execução foi devidamente finalizada, no entanto, o resultado aca-
bou não ocorrendo. Temos uma tentativa perfeita ou acabada.
Observando os exemplos apresentados é possível perceber o seguinte: Para que um delito
possa ser TENTADO, sua FASE DE EXECUÇÃO deve admitir o fracionamento em vários atos.
É o que ocorre no homicídio, por exemplo (o agente pode dar várias facadas, vários tiros
etc.). São os chamados crimes plurissubsistentes.
Entretanto, quando o delito não admite o fracionamento da fase de execução (assim, sua
consumação ocorre com apenas um ato), temos os chamados crimes unissubsistentes, que
não admitem a tentativa, segundo entende a doutrina majoritária.
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Tome nota: Crimes unissubsistentes não admitem tentativa. Praticou a conduta prevista no
tipo penal, portanto, o delito estará consumado.
Para o STJ, se houver tentativa BRANCA no homicídio, ou se as lesões não forem graves, deve ser
aplicada a redução máxima da pena (2/3), pois o iter criminis (caminho do crime) ficou em seu
estágio inicial.
Não confunda a tentativa incruenta com a tentativa inidônea, que trata do chamado crime im-
possível nem com a tentativa abandonada (que trata da desistência voluntária e do arrependi-
mento eficaz). Estudaremos tais institutos ainda nesta aula.
E se o autor desiste de prosseguir na execução, mas porque acredita que não mais tem
chances de consumar o delito?
Se o autor desistir, não com o fito de ajudar a vítima ou por ter se arrependido da conduta
que está praticando (mas por acreditar que não mais vai conseguir consumar o delito), temos
o que a doutrina chama de tentativa fracassada.
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Crimes que admitem a tentativa é assunto recorrente em provas de concursos. Fique aten-
to(a) à relação que vamos estudar neste momento.
Os crimes culposos são incompatíveis com a tentativa, afinal de contas, não se pode ten-
tar algo que não se quer, e na conduta culposa, o agente não quis o resultado, nem assumiu
o risco de produzi-lo.
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Essa ficou fácil. Nós já estudamos que por razões de política criminal, o agente poderá ser
responsabilizado penalmente na forma culposa mesmo agindo dolosamente, diante da culpa
imprópria.
Certo.
Hipoteticamente, nesse caso, John incorre em uma descriminante putativa (acredita estar
em legítima defesa, quando na verdade não está). Nesse caso o legislador admite sua res-
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ponsabilização, de forma excepcional, na forma culposa, por razões de política criminal. Eis a
culpa imprópria.
É por esse motivo que boa parte da doutrina admite a tentativa, de forma excepcional,
nos casos de culpa imprópria (haja vista que há, de fato, o tratamento do dolo como culpa, de
forma circunstancial).
A regra é que crimes culposos não admitem a tentativa. Não se pode tentar algo que não se
queria praticar.
Na culpa própria, não há possibilidade de tentativa.
Mas no caso de culpa imprópria, parte da doutrina admite a tentativa, pelas razões que
acabamos de estudar. Nesses casos, fique atento ao enunciado da questão.
Wanderley Aldo entra em luta corporal com seu desafeto, Connor Jones. O objetivo de Wanderley é
apenas de lesionar Connor, no entanto, acaba exagerando na força e levando este a óbito.
Note que não se pune a tentativa de contravenção. Ela é materialmente POSSÍVEL, mas não é
PUNÍVEL. Cuidado com o enunciado de questões a respeito deste tema.
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7. Desistência Voluntária
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11/7/1984)
CP Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Você já sabe que, na tentativa, por circunstâncias alheias a vontade do agente, o delito
não se consuma.
Mas o que acontece se o delito não se consuma... pela própria vontade do agente delitivo?
Por exemplo:
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Na situação apresentada, ninguém impediu Tyrion de continuar em seu intento delitivo. Ele
é que mudou de ideia e desistiu voluntariamente de prosseguir nos atos executórios. Como
Shae sobreviveu, Tyrion só responderá pelos atos já praticados, ou seja: Lesões corporais.
Note que Tyrion não responderá PELA TENTATIVA DE HOMICÍDIO, e sim pelas lesões corpo-
rais, haja vista que DESISTIU de causar a morte da vítima.
8. Arrependimento Eficaz
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11/7/1984)
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resul-
tado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Algumas vezes, o indivíduo não apenas irá desistir da execução, mas também praticará
uma ação com o objetivo de impedir a produção do resultado.
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Veja que na desistência voluntária, o agente cessa sua conduta delitiva antes de ter per-
petrado os atos necessários para produzir o resultado. Já no arrependimento eficaz, o agente
já realizou todos os atos que precisava para levar obter o resultado que desejava, devendo
fazer alguma coisa para impedir o resultado.
Por exemplo:
Nessa situação, não bastava que Jaime desistisse voluntariamente de sua conduta – os
atos praticados já eram suficientes para chegar ao resultado morte – de modo que ele teve de
praticar uma ação para salvar a vítima. Eis o arrependimento eficaz.
O nome arrependimento eficaz não é por acaso. Se a consumação do delito ocorrer, o arre-
pendimento não será eficaz, e não terá o condão de beneficiar o autor.
Nesse sentido, se Jaime não tivesse êxito em salvar Olenna (se por exemplo, o antído-
to não surtisse efeito), responderia normalmente pelo homicídio consumado, independente-
mente de seu arrependimento, que não foi eficaz.
E veja uma questão muito interessante sobre a temática em estudo:
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Vamos tomar nota! A fórmula de Frank é utilizada pela doutrina para fazer essa diferenciação:
Desistência voluntária – Posso prosseguir, mas não quero. Tentativa – Quero prosseguir, mas
não posso.
Certo.
Obs.: Crimes de mera conduta e crimes formais não são compatíveis com o arrependimento
eficaz, visto que quando finalizada a execução já ocorre sua consumação – indepen-
dentemente de qualquer resultado.
Do mesmo modo que ocorre com a desistência voluntária, o arrependimento eficaz tam-
bém não é compatível com delitos unissubsistentes.
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9. Arrependimento Posterior
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11/7/1984)
CP Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena
será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11/7/1984)
Em primeiro lugar, crimes com violência ou grave ameaça à pessoa estão FORA. Dessa
forma, não é possível que um determinado autor pratique um roubo (Art. 157), e depois queria
restituir os bens subtraídos para se beneficiar do arrependimento posterior.
O ato deve ser voluntário, o que não se confunde com espontâneo. Se o agente delitivo
recebeu a sugestão de reparar o dano e decidiu por fazê-lo, desde que não tenha sido coagido,
a aplicação do instituto será válida.
Ainda sobre a reparação do dano, preste bastante atenção no prazo limite: até o RECEBI-
MENTO da denúncia ou queixa. Grifei em vermelho não por acaso: Os examinadores adoram
substituir esse termo por OFERECIMENTO para enganar os candidatos. Fique atento!
Para facilitar, vejamos um exemplo de aplicação do arrependimento posterior:
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Na situação apresentada, repare que não houve violência ou grave ameaça, e que a coisa
subtraída foi restituída de forma voluntária, antes do recebimento da denúncia. Jessica, por-
tanto, fará jus à aplicação do arrependimento posterior, e à redução de 1/3 a 2/3 de sua pena.
E mais uma questão interessantíssima:
Em alguns casos, o indivíduo vai praticar uma conduta criminosa, mas em tais circunstân-
cias que seria impossível obter o resultado. Essas circunstâncias são a ineficácia absoluta do
meio e a absoluta impropriedade do objeto.
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Quando o indivíduo pratica um delito em qualquer das duas hipóteses anteriores, a maior
parte da doutrina entende que estamos diante de um caso de exclusão da tipicidade. Dessa
forma, não será configurado o fato típico, e consequentemente, não haverá crime.
O crime impossível possui inúmeros sinônimos, e é interessante conhecê-los para fins de prova.
Todas as opções mencionadas são apenas outros nomes utilizados pela doutrina para
tratar do crime impossível. Fique atento(a)!
Por fim, é necessário discutir a diferença entre a ineficácia absoluta do meio de execução
e a absoluta impropriedade do objeto material.
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Veja que, na situação apresentada, Homer não irá responder nem mesmo pela tentativa,
pois ficou caracterizado o crime impossível. Não havia nenhuma chance de que Bart viesse a
sofrer alguma lesão com a conduta de seu pai.
Se o meio utilizado for relativamente ineficaz (possuir alguma potencialidade lesiva), ocorrerá
sim a tentativa, pois houve risco ao bem jurídico.
O legislador brasileiro adotou a teoria objetiva temperada para tratar do crime impossível,
segundo a qual a ineficácia do meio e a impropriedade do objeto devem ser absolutas para o
reconhecimento do crime impossível.
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Vamos aprofundar. Em relação ao crime impossível, adotou-se a teoria objetiva, mas de forma
temperada. E o que isso significa, professor? Somente a ineficácia e a impropriedade absolu-
tas do meio ou do objeto levam à atipicidade. Contudo, se relativas, deverá o autor responder
pela tentativa.
Errado.
11. Jurisprudência
Querido(a) aluno(a), após a apresentação de toda a base teórica, passamos agora a con-
solidar e a comentar as previsões jurisprudenciais mais importantes acerca dos assuntos
estudados na aula de hoje.
Em relação ao benefício do arrependimento posterior, por ato voluntário e até o recebi-
mento da denúncia ou da queixa: é necessária a reparação integral do dano?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a doutrina majoritária entendem que a reparação
precisa ser integral (total) para que o agente seja beneficiado pela causa de redução de pena.
*STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1399240/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, jul-
gado em 05/02/2019.
Contudo, há precedente da 1ª Turma do STF com posicionamento diverso: a incidência
do arrependimento posterior, contido no art. 16 do CP, prescinde da reparação total do dano.
Em outras palavras, entendeu-se que a reparação poderia ser parcial (HC 98658/PR, red. p/ o
acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 9/11/2010).
E vamos para outro julgado importantíssimo:
É possível o reconhecimento da causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do Có-
digo Penal (arrependimento posterior) para o caso em que o agente fez o ressarcimento da
dívida principal (efetuou a reparação da parte principal do dano) antes do recebimento da
denúncia, mas somente pagou os valores referentes aos juros e correção monetária durante
a tramitação da ação penal.
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STF: É suficiente que ocorra arrependimento, uma vez reparada parte principal do dano,
até o recebimento da inicial acusatória, sendo inviável potencializar a amplitude da resti-
tuição.
*STF. 1ª Turma. HC 165312, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/04/2020 (Info n. 973).
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RESUMO
Teorias da Ação
• A TEORIA FINALISTA, elaborada por Hans Welzel, é majoritariamente aceita pelos dou-
trinadores de nosso país.
• Segundo a teoria finalista, A ação típica (a prática de um fato típico) deve ser visualiza-
da como uma vontade com conteúdo.
• É por esse motivo que o DOLO e a CULPA são retirados da CULPABILIDADE e passam a
integrar o fato típico.
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• A preparação, por sua vez, não é uma mera fase interna. Aqui, o autor começa a trabalhar
para que possa iniciar a execução do delito.
• Na execução o agente inicia, de fato, a prática da conduta criminosa.
• A consumação é a fase em que o agente atinge o resultado do crime, ou como define o
código penal, o crime reuniu todos os elementos de sua definição legal
• O exaurimento é uma fase específica de algumas infrações penais, que após sua con-
sumação, ainda não sofreram o completo esgotamento de seu potencial lesivo.
Crime Consumado
Diz-se o crime:
Crime consumado
CP Art.14. I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
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Momentos da Consumação
Crime Tentado:
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Elementos da Tentativa
Pena – da Tentativa:
Classificações da Tentativa
• Tentativa Imperfeita.
• Também chamada de tentativa inacabada, é aquela em que a fase executória é INTER-
ROMPIDA antes de sua finalização.
• Tentativa Perfeita.
• Também chamada de tentativa acaba, delito frustrado ou crime falho, é aquela em que
a fase executória é TOTALMENTE REALIZADA mas não resulta na consumação do deli-
to por circunstâncias alheias à vontade do agente.
• Tentativa Cruenta.
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CP Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o re-
sultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
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Arrependimento Posterior
CP Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena
será reduzida de um a dois terços.
Crime Impossível
CP Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impro-
priedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questões Cebraspe
Quando o agente promove uma nova atitude a fim de evitar o resultado, estamos diante do
arrependimento eficaz e não da desistência voluntária.
Errado.
Excelente questão:
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a) Certa. Conforme estudamos, a interrupção voluntária dos atos executórios caracteriza a
chamada desistência voluntária, fazendo com que o agente responda apenas pelos atos já
praticados.
b) Errada. Na verdade, responderia pela tentativa.
c) Errada. Pelo contrário. Caracterizar-se-ia a tentativa, regularmente.
d) Errada. O examinador inverteu os conceitos. Seria caso de arrependimento eficaz, e não
posterior.
Letra a.
O arrependimento posterior só é aplicável aos crimes sem violência ou grave ameaça. Nesse
sentido, podemos descartar a lesão corporal dolosa, o homicídio e o roubo. Portanto, o único
dos crimes arrolados na questão que atende ao requisito do instituto mencionado é o deli-
to de furto.
Letra d.
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a) Errada. O crime preterdoloso é apenas uma espécie de crime qualificado pelo resultado.
b) Errada. Para a teoria mencionada, temos o erro de tipo, o qual recai sobre uma situação
de fato e temos o erro de proibição, que incide sobre a existência ou limites de uma causa de
justificação.
c ) Certa. Conforme estudamos, não há a necessidade de espontaneidade como requisito para o
reconhecimento da desistência voluntária e do arrependimento eficaz. Basta a voluntariedade.
d) Errada. O instituto é cabível nos crimes culposos.
e) Errada. Adotou-se a teoria objetiva temperada.
Letra c.
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a) Diz-se consumado o crime quando nele se reúnem, pelo menos, parte dos elementos de
sua definição legal.
b) A tentativa, salvo disposição legal em contrário, é punida com a pena correspondente à
prevista para o crime na modalidade continuada, diminuída de um terço até a metade.
c) O agente que, embora tenha iniciado a execução do crime, voluntariamente impeça o resul-
tado danoso responderá somente pelos atos por ele já praticados.
d) Pune-se a tentativa ainda que, por ineficácia do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, o resultado ilícito almejado nunca possa ser alcançado.
e) Quando se trata de omissão penalmente relevante, o dever de agir incumbe somente a
quem, com o seu comportamento anterior, tiver dado causa ao resultado delituoso.
§ 2º O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; de
outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado e aquele que com seu comporta-
mento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Letra c.
Questões FCC
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d) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstân-
cias alheias à vontade do agente; dolo e culpa.
e) atos preparatórios; Início de execução do tipo penal; falta de consumação por circunstân-
cias alheias à vontade do agente; dolo.
Questão bacana. Em primeiro lugar, crimes culposos não admitem tentativa (não se pode ten-
tar algo que não se quer fazer, certo?). Portanto, já excluímos as alternativas a, c e d.
Lembrando disso, fica fácil: para haver tentativa, é necessário o início da execução do tipo pe-
nal, a falta de consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente, e o DOLO, somente.
Portanto, a correta é a letra b.
Letra b.
Outra questão tranquila – basta você se lembrar do momento de consumação de cada espé-
cie de crime que estudamos:
a) Errada. O crime de mera conduta sequer prevê um resultado (apenas uma conduta, que con-
suma o delito ao ser praticada).
b) Errada. A consumação ocorrerá com a produção do resultado naturalístico.
c) Errada. Nesse caso, a consumação se protrai no tempo.
d) Certa. Conforme estudamos, nos crimes omissivos próprios, ocorre a consumação com a
simples omissão por parte do agente, que deixa de fazer o que deveria ter feito.
e) Errada. Nos crimes culposos, a consumação ocorre com a produção do resultado provenien-
te de uma conduta imprudente, imperita ou negligente.
Letra d.
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Mais uma questão em que o examinador inverteu alguns conceitos para confundir o candi-
dato. Vamos lá:
a) Certa. Trata-se da literalidade do art. 16 do CP.
b) Errada. VOLUNTARIAMENTE, e não INVOLUNTARIAMENTE. Além disso, SÓ responde pelos
atos já praticados.
c) Errada. Diz-se o crime CONSUMADO, nesse caso.
d) Errada.
Art. 19 CP Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente.
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O examinador deu várias voltas para confundir o candidato – mas a questão é simples.
A banca tentou te induzir a marcar arrependimento eficaz, haja vista que Caio praticou uma
ação para prestar socorro à Tício, levando-o ao hospital. Porem note dois detalhes:
A execução não foi realizada até o fim (foi interrompida, voluntariamente, por Caio).
Além disso, os atos executados não tinham capacidade suficiente de levar Tício a óbito (hou-
ve apenas um disparo de raspão, no braço).
Dessa forma, não houve arrependimento eficaz, e sim desistência voluntária.
Letra b.
Questão excelente. Conforme estudamos, quanto mais perto a tentativa se aproxima da con-
sumação, menor será o abatimento na pena aplicável ao caso concreto.
Dessa forma, podemos dizer que o correspondente abatimento será regulado pelo itinerário já
percorrido dentro do iter criminis (quão mais próximo da consumação, maior deve ser a pena).
Letra d.
Oras, Paulo finalizou a execução do delito (afinal de contas, já havia arremessado a vítima na
água). Sua conduta já possuía a capacidade lesiva de alcançar o resultado morte (afinal de
contas, Pedro não sabia nadar).
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Dessa forma, ao agir e salvar a vítima, evitando o resultado, Paulo praticou de forma legítima
o arrependimento eficaz.
Letra d.
Por estar ligada à conduta do agente (que é um dos elementos do fato típico), a tentativa está
muito mais ligada à ideia de tipicidade do que aos outros elementos que integram a teoria
do delito.
Letra a.
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d) Errada. Na situação narrada, o agente responderá apenas pelos atos já praticados, confor-
me determina expressamente o art. 15 do CP.
Letra b.
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c) arrependimento eficaz.
d) crime impossível por ineficácia do meio.
a) Certa. Nesse caso, estamos diante da ausência do bem jurídico tutelado pela norma (Pedro
não estava mais vivo). Assim sendo, é caso de absoluta impropriedade do objeto, o qual se
traduz na configuração de crime impossível.
b
) Errada. Por tratar-se de uma ação impossível de se realizar, não há de se falar em desistência.
c) Errada. Por tratar-se de uma ação impossível de se realizar, não há de se falar em arrepen-
dimento.
d) Errada. Por fim, o meio utilizado por Cristiane (arma branca) é um instrumento idôneo (efi-
caz) para ferir alguém.
Letra a.
a) Errada. Sabemos que Marcos não responderá pelo crime de roubo tentado, tão somente
pelos atos já praticados por previsão expressa do art. 15 do CP.
b) Errada. Apesar de Marcos ter desistido de prosseguir na sua empreitada criminosa, ele de-
verá ser responsabilizado pelas lesões corporais causadas.
c) Certa. Note que Marcus desistiu voluntariamente de realizar o roubo. Assim sendo, não mais
responderá pelo delito de que intentava originalmente, mas tão somente pelas lesões corpo-
rais leves já praticadas.
d) Errada. A situação narrada não diz respeito ao arrependimento posterior, em que o indivíduo
após a realização do delito (cometido sem violência ou grave ameaça) repara o dano ou restitui
a coisa.
Letra c.
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Questão simples:
a) Errada. Não há de se falar em crime impossível por ineficácia absoluta do meio, uma vez que
o veneno empregado era hábil de levar Sicrano à morte.
b) Errada. O resultado morte não se consumou de forma alheia à vontade do agente e sim por
uma atitude eficaz dele.
c) Errada. A situação narrada não se coaduna com o instituto do arrependimento posterior
(para crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa).
d) Certa. Lembre-se de que a diferença primordial entre a desistência voluntária e o arrependi-
mento eficaz está no fato de que, no segundo caso, há uma participação ativa do agente para
evitar que o resultado aconteça. Assim sendo, o comportamento de Fulano (de forma ativa) foi
essencial para evitar a morte de Sicrano, configurando a existência do arrependimento eficaz.
Letra d.
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Questão muito bem elaborada, porque pode causar confusão. Veja: José pretendia praticar
o delito de peculato, sem a participação de um terceiro. Nesse sentido, pode-se deduzir que
José é servidor público (haja vista tratar-se de crime próprio):
a) Errada. José não chegou a executar o delito e nem evitar de forma ativa a produção de um
resultado.
b) Certa. Como José ingressou com o intuito de praticar peculato-furto, mas desistiu e decidiu
não mais subtrair nada, ele deve responder apenas pelos atos já praticados. E os atos já prati-
cados... Não configuram crime algum.
c) Errada. Veja que José possui prerrogativa de acesso à repartição pública (do contrário, esta-
ria praticando um furto comum, e não peculato-furto), de modo que nesse caso a desistência
voluntária resultará na atipicidade da conduta.
d) Errada. Como já mencionado, não houve crime e tampouco, arrependimento eficaz.
e) Errada. Houve a desistência voluntária e como os atos já praticados por José são atípicos,
não há de se falar em tentativa de peculato.
Letra b.
Outra questão exatamente nos mesmos moldes da anterior. Só que dessa vez, Ana tinha acesso
às dependências do imóvel por autorização da proprietária. Assim sendo, assim como ocorreu
com José na questão anterior, ao desistir de praticar o furto, Ana ainda não havia praticado ne-
nhum fato típico, resultando na caracterização da atipicidade em razão da desistência voluntária.
Letra d.
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Vamos lá:
a) Errada. Conforme estudamos, o exaurimento, para a maior parcela da doutrina, não integra
as fases regulares do iter criminis.
b) Errada. Os atos executórios precisam ser idôneos e inequívocos simultaneamente. Não
basta apenas uma dessas características.
c) Errada. O dolo, tanto na tentativa quanto na consumação, é o mesmo.
d) Certa. Exatamente como estudamos, em crimes formais ou de mera conduta, a consuma-
ção ocorre com a execução do delito, de modo que não é possível falar em arrependimento
eficaz para tais modalidades de delitos.
Letra d.
Vejamos:
Quanto todos os elementos da definição legal do crime estão reunidos, segundo o art. 14 do
CP, estamos diante do crime consumado.
Quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, estamos diante de um
crime doloso (Art. 18, CP).
Crime impossível (Art. 17 CP).
Crime Culposo (Art. 18, II, CP).
Letra b.
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Excelente questão. Basta se lembrar da nossa lista com as hipóteses de crimes que não ad-
mitem a tentativa. Vamos lá:
a) Errada. Crimes habituais não admitem tentativa, conforme estudamos.
b) Errada. Crimes culposos também não admitem tentativa.
c) Errada. Crimes omissivos próprios também não.
d) Errada. Há culpa no resultado consequente, motivo pelo qual este delito também não admite
tentativa.
e) Certa. Exatamente. A tentativa é perfeitamente possível em crimes instantâneos.
Letra e.
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Questão básica. Não pode errar uma dessas de jeito nenhum. Estamos diante do art. 15 do CP,
que trata da desistência voluntária e do arrependimento eficaz.
Letra e.
Vamos lá:
a) Errada. Quando se reúnem TODOS os elementos de sua definição legal.
b) Errada. Quando não se CONSUMA por circunstâncias alheias à vontade do agente. Cuidado
com essas pegadinhas – não pode perder pontos dessa forma.
c) Errada. Quando iniciada a EXECUÇÃO.
d) Certa. Art. 13 CP.
e) Errada. Novamente, quando nele se reúnem TODOS os elementos da sua definição legal.
Questão fácil, que possui uma média de 28% de erros em bancos de dados de questões on-
-line. Veja quantas colocações você ganha em uma prova como essa, ao prestar atenção
aos detalhes.
Letra d.
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Infelizmente, ainda nos deparamos com questões assim – que abordam unicamente a me-
morização de prazos e valores de redução de pena.
Como você já sabe, no caso de arrependimento posterior, tal redução é de um a dois terços.
Letra a.
Outra questão que trata puramente de decorar a letra da lei. Faz parte.
O crime tentado é punido com a pena correspondente à prevista para o crime consumado,
diminuída de um a dois terços.
Letra a.
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Veja como as bancas gostam de repetir questões e cobrar simplesmente o mesmo assunto, o
mesmo artigo, inclusive da mesma forma.
E você acha que é a última vez que uma questão vai ser reciclada? Com certeza não. Por isso,
é tão importante exercitar e revisar.
Letra d.
Oras – o crime é considerado tentado quando não se consuma por circunstâncias alheias
à vontade do agente, e consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua defi-
nição legal.
É o teor do art. 14, incisos II e I, respectivamente.
Letra e.
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Mais uma vez o examinador batendo na tecla do conceito de desistência voluntária e arrepen-
dimento eficaz, se limitando a cobrar o teor do art. 15 do CP.
Letra a.
Nesse assunto você já está expert. O arrependimento eficaz se caracteriza após o início da
execução e antes da consumação do crime, afinal de contas, se o delito se consumar, o arre-
pendimento não terá sido eficaz.
Letra d.
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Fácil demais. Cuidado com a substituição de prazos e do termo recebimento da denúncia pelo
termo oferecimento da denúncia. Não podemos perder questões assim – de pura memoriza-
ção dos artigos do CP:
a) Errada. O examinador erra, ao usar a palavra indistintamente. Será cabível nos crimes patri-
moniais cometidos sem violência ou grave ameaça.
b) Errada. A pena será reduzida de um a dois terços.
c) Errada. É cabível até o recebimento da denúncia ou da queixa. A pena será reduzida de um
a dois terços.
d) Certa. Segundo o art. 16, que trata do arrependimento posterior:
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será redu-
zida de um a dois terços.
e) Errada. Perceba que o examinador baseou-se tão somente no texto legal para elaborar a
assertiva. E seguindo a literalidade do art. 16, o arrependimento posterior é cabível apenas nos
crimes, posto que não há menção às contravenções penais.
Letra d.
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c) Tentativa perfeita é aquela em que o agente, mesmo esgotando os meios executórios dis-
poníveis, não consuma o crime, por circunstâncias alheias à sua vontade.
d) Tentativa imperfeita é aquela em que o agente inicia a execução sem, contudo, utilizar dos
meios que tinha à sua disposição, não se consumando o crime, por circunstâncias alheias à
sua vontade.
e) Tentativa imperfeita é aquela em que o agente, mesmo esgotando os meios executórios
disponíveis, não consuma o crime, por circunstâncias alheias à sua vontade.
Conforme já falamos algumas vezes, o critério para determinar a diminuição da pena leva em
consideração o iter criminis percorrido pelo agente. Quanto mais próximo da consumação do
delito, menor deverá ser a redução da pena.
Letra c.
047. (VUNESP/TJ-RJ/JUIZ/2013) Caio, decidido a matar Denise, para a casa dela se dirigiu
portando seu revólver devidamente municiado com seis projéteis. Chegando ao local, tocou
a campainha e, assim que Denise abriu a porta, contra ela disparou um tiro, que a atingiu no
ombro esquerdo. Ao ver Denise caída, Caio optou por não fazer mais disparos, guardou seu
revólver e se retirou do local. Denise foi socorrida por terceiros e sobreviveu, ficando, porém,
com pouca mobilidade em seu braço esquerdo. Diante do exposto, é correto afirmar que Caio
responderá criminalmente por:
a) lesão corporal de natureza grave (houve desistência voluntária).
b) tentativa de homicídio.
c) lesão corporal de natureza grave (houve arrependimento posterior).
d) lesão corporal de natureza gravíssima (houve arrependimento eficaz).
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Você não precisa nem dominar o delito de lesões corporais e suas variações para acertar
essas questões:
a) Certa. Caio cessou sua conduta delitiva antes de finalizar a execução (voluntariamente).
Não prestou socorro à vítima, mas seus atos não tinham o potencial lesivo para causar o resul-
tado que Caio inicialmente almejava (afinal de contas, o disparo foi no ombro). Dessa forma,
estamos diante da desistência voluntária de Caio.
b) Errada. Não responderá por tentativa de homicídio e sim pelos atos até então praticados, ou
seja, lesão corporal.
c) Errada. Não há de se falar em arrependimento posterior para crimes cometidos com violên-
cia ou grave ameaça à pessoa.
d) Errada. Não houve nenhuma atitude do agente que configurasse um arrependimento eficaz.
Letra a.
Oras, os crimes omissivos impróprios admitem sim a tentativa. Dentre os crimes omissivos,
apenas os próprios é que não admitem tal instituto. Por esse motivo, a assertiva c é a incorreta
dentre as apresentadas.
Letra c.
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Para encerrar, uma questão tranquila, cobrando apenas o conceito de arrependimento eficaz.
João finalizou a execução do delito, mas mesmo após encerrar todos os atos executórios,
intercedeu para evitar o resultado, salvando a vida da vítima. Dessa forma, responde apenas
pelos atos já praticados, quais sejam as lesões corporais de natureza grave.
Letra c.
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GABARITO
1. C 18. a 35. e
2. E 19. b 36. d
3. C 20. d 37. a
4. C 21. d 38. a
5. C 22. a 39. d
6. C 23. b 40. e
7. E 24. c 41. a
8. E 25. a 42. a
9. C 26. c 43. d
10. E 27. d 44. d
11. a 28. b 45. e
12. d 29. d 46. c
13. d 30. b 47. a
14. c 31. d 48. c
15. c 32. b 49. a
16. b 33. e 50. c
17. d 34. d
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