Mensagens11 Testes Avaliacao Teste 10 AE Unidades 5 e 4

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Matriz do teste de avaliação escrita 10

Sonetos completos e Os Maias


Domínios – Educação Literária │ Leitura │ Gramática │ Escrita

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação


Educação Literária/Leitura
Interpretar obras literárias Parte A A
portuguesas. A – Texto de leitura
2 itens de resposta 1. 16 pontos
Reconhecer valores literária: soneto de
restrita 2. 16 pontos
culturais, éticos e estéticos Antero de Quental
1 item de seleção 3. 12 pontos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a
construção do sentido B – Texto de leitura Parte B B
do texto. literária: excerto de 2 itens de resposta 4. 16 pontos
Os Maias, de Eça Grupo I restrita 5. 16 pontos
Leitura de Queirós 1 item de seleção 6. 12 pontos
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da C – Exposição
intencionalidade sobre um tema
comunicativa. Parte C
presente nos C
1 item de resposta
Sonetos completos 7. 16 pontos
Escrita restrita
de Antero de
Escrever uma exposição
Quental
sobre um tema.
Total – 104 pontos
Leitura
Interpretar o texto, com
1. 8 pontos
especificação do sentido
Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
global e da
não literária múltipla 3. 8 pontos
intencionalidade
4. 8 pontos
comunicativa.

Gramática
Reconhecer a anáfora Grupo II
como mecanismo de
coesão e de progressão do Anáfora 1 item de escolha
5. 8 pontos
texto. Funções sintáticas múltipla
6. 8 pontos
Identificar a função Coordenação e 2 itens de resposta
7. 8 pontos
sintática de constituintes subordinação curta
da frase.
Classificar orações.

Total – 56 pontos
Escrita
Escrever exposições,
respeitando as marcas de
1 item de resposta
género.
Texto expositivo Grupo III extensa (200 a 350 Item único
Redigir com desenvoltura,
palavras)
consistência, adequação e
correção os textos
planificados.
Total – 40 pontos
Total – 200 pontos

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Teste de avaliação escrita 10
Sonetos completos e Os Maias

Nome __________________________________________ N.o ____ 11.o ____ Data ____/____/_____


Avaliação ________________ E. de Educação ____________________ Professor ____________________

Grupo I

PARTE A

Lê o soneto e as notas.

Transcendentalismo1
(A J. P. Oliveira Martins)

Já sossega, depois de tanta luta,


Já me descansa em paz o coração.
Caí na conta, enfim, de quanto é vão
O bem que ao Mundo e à Sorte se disputa.

5 Penetrando, com fronte não enxuta2,


No sacrário3 do templo da Ilusão,
Só encontrei, com dor e confusão,
Trevas e pó, uma matéria bruta...

Não é no vasto mundo – por imenso


10 Que ele pareça à nossa mocidade –
Que a alma sacia o seu desejo intenso...

Na esfera do invisível, do intangível,


Sobre desertos, vácuo, soledade4,
Voa e paira o espírito impassível5!
Antero de Quental, Poesia completa, 1842-1891,
Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2001, p. 297.

1
transcendentalismo: teoria que valoriza aquilo que vai além do domínio material.
2
enxuta: seca.
3
sacrário: lugar onde se guarda algo digno de veneração.
4
soledade: solidão.
5
impassível: imperturbável, indiferente, sereno.

1. Relaciona o título com o conteúdo do poema.

2. Interpreta a segunda quadra, tendo em conta a temática anteriana das configurações do Ideal.

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3. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.
Neste soneto anteriano, intitulado «Transcendentalismo», o «eu» recorre a vocábulos do
domínio metafísico e intelectual, como por exemplo ________________, para evidenciar que a
sua luta terrena é infrutífera. De modo a enfatizar também o desejo por algo transcendente e
imaterial, no primeiro terceto, o sujeito poético utiliza uma _________________.

A. «sacrário» e «templo» (verso 6) … antítese


B. «Trevas e pó» (verso 8) … metonímia
C. «invisível» e «intangível» (verso 12) … metáfora
D. «desertos» e «vácuo» (verso 13) … anáfora

PARTE B

Lê o texto, um excerto do capítulo IX de Os Maias, e as notas.


A condessa escolheu um botão com duas folhas, e ela mesmo lhe veio florir a sobrecasaca.
Carlos sentia o seu aroma de verbena, o calor que subia do seu seio arfando com força. E ela não
acabava de prender a flor, com os dedos trémulos, lentos, que pareciam colar-se, deixar-se
adormecer sobre o pano...
5 – Voilà! – murmurou enfim, muito baixo. – Aí está o meu belo cavaleiro da Rosa Vermelha...
E agora, não me agradeça!
Insensivelmente, irresistivelmente, Carlos achou-se com os lábios nos lábios dela. A seda do
vestido roçava-lhe, com um fino ruge-ruge 1 entre os braços; – e ela pendia para trás a cabeça,
branca como uma cera, com as pálpebras docemente cerradas. Ele deu um passo, tendo-a assim
10 enlaçada,
e como morta; o seu joelho encontrou um sofá baixo, que rolou e fugiu. Com a cauda de seda
enrolada nos pés, Carlos seguiu, tropeçando, o largo sofá, que rolou, fugiu ainda, até que esbarrou
contra o pedestal onde o senhor conde erguia a fronte inspirada. E um longo suspiro morreu, num
rumor de saias amarrotadas.
15 Daí a um momento estavam ambos de pé: Carlos, junto do busto, coçando a barba, com o ar
embaraçado, e já vagamente arrependido: ela, diante do tremó 2 Luís XV, compondo, com os dedos
trémulos, o frisado do cabelo. De repente, na antecâmara, ouviu-se a voz do conde. Ela,
bruscamente, voltou-se, correu a Carlos, e, com os longos dedos cobertos de pedrarias, agarrou-lhe
o rosto, atirou--lhe dois beijos faiscantes ao cabelo e aos olhos. Depois, sentou-se largamente no
20 sofá – e estava falando de Sintra, rindo alto, quando o conde entrou, seguido de um velho calvo,
que se vinha a assoar-se a um enorme lenço de seda da Índia.
Ao ver Carlos no boudoir3, o conde teve uma bela surpresa, esteve-lhe apertando as mãos muito
tempo, com calor, assegurando-lhe que ainda nessa manhã, na Câmara, se lembrara dele.
Eça de Queirós, Os Maias, Porto, Livros do Brasil, 2016, pp. 302-303.

1
ruge-ruge: rumor de saias que roçam o chão; ruído característico da seda ou outro tecido.
2
tremó: mesa e espelho que se põem no espaço vazio de uma parede entre duas janelas.
3
boudoir: pequena sala privada anexa ao quarto de uma senhora, onde esta se vestia e podia receber visitas.

4. Atenta nas linhas 1 a 6.


Caracteriza o estado de espírito da condessa.

5. Refere a reação de Carlos após o encontro com a condessa, ilustrando a resposta com
elementos textuais pertinentes.

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6. Seleciona a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.
A descrição do encontro de Carlos com a condessa de Gouvarinho é dominada pelo recurso a
diferentes perceções sensoriais. Para evidenciar a sensualidade da condessa, o registo
descritivo assenta, entre as linhas 1 e 4, em sensações ____________. No que à atração
entre ambos diz respeito, o advérbio assume também um papel determinante, já que revela
a naturalidade com que se desenrola o encontro amoroso, como se constata com o
vocábulo _____________.

A. olfativas e táteis … «irresistivelmente», na linha 7


B. visuais e auditivas … «vagamente», na linha 15
C. auditivas e olfativas … «bruscamente», na linha 16
D. visuais e táteis … «largamente», na linha 18

PARTE C

7. Antero de Quental é um escritor oitocentista que se debate com questões existenciais.

Escreve uma breve exposição na qual comproves esta afirmação, baseando-te na tua
experiência de leitura da poesia anteriana.

A tua exposição deve respeitar as orientações seguintes:


● uma introdução ao tema;
● um desenvolvimento no qual refiras dois aspetos que evidenciem a presença da angústia
existencial na poesia de Antero de Quental, fundamentando cada um desses aspetos em,
pelo menos, um exemplo pertinente dos sonetos estudados;
● uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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Grupo II

Lê o texto e as notas.

Dos Açores para o mundo. A arte no meio do Atlântico


Nas descrições impressivas1 que o escritor italiano e amante de Portugal António Tabucchi
escreveu sobre os Açores, onde não faltam os temas clássicos que ficaram para sempre associados a
este arquipélago situado no Atlântico Norte, a ilha de S. Miguel ocupa certamente um lugar
proeminente. É nela que nasce e morre Antero de Quental, poeta com «doença de infinito», é nela
5 que se concentram os estudos do Príncipe Alberto I do Mónaco, uma daquelas figuras, em conjunto
com o Rei D. Carlos de Portugal, que une uma sede de saber a uma vontade indómita 2 – o século
XIX conheceu bastantes figuras assim, amadores que desbravaram caminhos em diversos campos
científicos –, mas também há nela essa relação profunda, que todo o arquipélago tem, com a caça
ao cachalote, esse animal mastodôntico 3 que parece surgir da noite dos tempos e com quem os
10 homens se mediram ao longo dos tempos.
«S. Miguel está pejada de cruzes e, por conseguinte, de almas que vagueiam pelos rochedos,
pelas praias de lava onde o mar se enfurece. No princípio da noite ou de manhã muito cedo, se se
presta atenção, pode ouvir-se as suas vozes. São lamentos confusos, ladainhas e sussurros que, se se
é cético ou distraído, é fácil confundir com o ruído do mar ou o grito dos milhafres.»
15 Quase a chegar à Ribeira Grande, uma cidade com cerca de 12 000 habitantes na costa norte da
ilha, encontramos uma vila com o interessante nome de Rabo de Peixe, onde se situa aquilo que é
hoje uma antiga herdade transformada em turismo rural: Pico do Refúgio. Havendo notícias dela
desde metade do século XVIII, com uma história que acompanha a da ilha nas suas vicissitudes –
foi refúgio de miguelistas no século XIX, forte de milícias, mas também quinta de laranjais e,
20 finalmente, uma fábrica de chá até esta indústria ter quase desaparecido da ilha já no século XX –,
é, no entanto, um outro tipo de história aquela que agora nos interessa e que liga o Pico do Refúgio
à arte nos Açores.
Aberta ao público como turismo rural desde 2008, depois de obras de reconstrução e
requalificação, o Pico do Refúgio conta também uma história ligada à arte que começa com o
25 bisavô de Bernardo Brito e Abreu – atual proprietário.
Talvez não tenha sido, pelo menos de forma totalmente consciente, como homenagem a toda
essa história que liga o Pico do Refúgio à ilha de S. Miguel e à arte – micaelense, mas não só –,
tendo em conta que as residências artísticas começaram, como afirmou Bernardo Brito e Abreu, de
forma espontânea e sem grande planificação, mas foi, sem dúvida, com esse legado 4 histórico
30 presente que, em 2015, o atual proprietário começou um programa de residências artísticas que
levou, até à data, mais de 20 artistas contemporâneos à ilha de S. Miguel – sem outra condição,
informa-nos, que não seja tomar como tema ou inspiração algo relacionado com a paisagem
humana ou natural da ilha.
A toda a história dos Açores, feita de errância 5, de deslocação perpétua e, tantas vezes, sem
35 retorno, podemos agora começar a juntar o trabalho de consolidação que tanto o Arquipélago como
o Pico do Refúgio têm vindo a fazer nos últimos quatro anos e acrescentar, à interessante tradição
literária açoriana, o deslocamento perpétuo da arte, que entra numa interessante simbiose com a
própria ideia de ilha.
João Oliveira Duarte, «Dos Açores para o mundo. A arte no meio do Atlântico», in ionline.sapo.pt
(texto adaptado e com supressões, consultado em 18/12/2021).

1 4
impressivas: marcantes. legado: herança.
2 5
indómita: indomada, rebelde. errância: qualidade de quem vagueia.
3
mastodôntico: gigantesco, colossal.

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1. Segundo o autor, São Miguel assume um «lugar proeminente» (linhas 3 e 4) na referência aos
Açores, pois
A. foi a ilha com mais figuras ilustres a experienciarem a sua riqueza territorial.
B. é um espaço povoado por figuras de grande reputação internacional.
C. destaca-se pela relação profunda do ser humano com o espaço natural.
D. é marcada por figuras ilustres no passado e por animais desmesurados.

2. Nas linhas 11 e 12, para evidenciar a fúria dos elementos naturais, o autor recorre a uma
A. antítese.
B. personificação.
C. repetição.
D. enumeração.

3. «Pico do Refúgio» (linha 17) é um espaço que


A. se transformou, opondo-se à evolução dos tempos.
B. evoluiu com S. Miguel, sem perder o propósito inicial.
C. seguiu as transformações que pautaram a história da ilha.
D. se mostrou sempre avesso às mudanças operadas na ilha.

4. Relativamente ao quarto parágrafo, o quinto parágrafo


A. contradiz a ideia anterior, fundamentando com exemplos.
B. retoma a ideia anterior e explicita-a de forma mais aprofundada.
C. contradiz a ideia anterior, citando um especialista no assunto.
D. retoma a ideia anterior e introduz uma ideia totalmente diferente.

5. Na frase «onde não faltam os temas clássicos que ficaram para sempre associados a este
arquipélago» (linhas 2 e 3), o elemento sublinhado constitui uma anáfora
A. por substituição (hiperónimo).
B. por substituição (sinónimo).
C. por substituição (pronominal).
D. conceptual.

6. Identifica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões:


a) «com o ruído do mar ou o grito dos milhafres» (linha 14);
b) «uma cidade com cerca de 12 000 habitantes na costa norte da ilha» (linhas 15 e 16).

7. Classifica a oração «se se presta atenção» (linhas 12 e 13).

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Grupo III

Através da História, obtém-se um conjunto de informações sobre factos ocorridos no passado


que contribuem para a compreensão do presente e até do futuro.

Num texto expositivo, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta


palavras, explicita o contributo da História para a formação do ser humano.

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta
integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do
número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
- um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
- um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Itens/Cotação (em pontos)


Grupo

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 104
16 16 12 16 16 12 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 40
Total 200

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