Artigo Adolescência Transição Traumática Ou Normal
Artigo Adolescência Transição Traumática Ou Normal
Artigo Adolescência Transição Traumática Ou Normal
Anna Freud (1936) diz que é muito difícil teorizar um limite entre o normal e o patológico
durante a adolescência, ela considera toda a comoção deste período como algo normal, e afirma
sarcasticamente que anormal seria esperar um equilíbrio estável do adolescente durante esse
processo. Os sentimentos advindos das modificação corporais são algo comum entre os jovens,
eles possuem uma mente infantil residente, entretanto em um corpo que vai aproximando-se do
estereotipo do que seria um adulto. A violência que, às vezes, se pretende reprimir os jovens cria
apenas um distanciamento maior e agrava os conflitos, com o desenvolvimento de personalidade
e grupos sociais cada vez mais “anormais”, esquisitos e estranhos. Muitos pais persistem em
considerar os filhos sempre como crianças, porque eles próprios não querem envelhecer, nem
renunciar à autoridade e as relações de poder sobre os filhos. Agindo desse modo, exercem sobre
eles uma influência negativa, pelo fato de tirarem as ocasiões em que estes poderiam assumir
responsabilidade individual. Esse método produz pessoas sem independência ou indivíduos que
conquistam a própria independência por caminhos suspeitos. Em contrapartida, há também pais
que, por causa de sua própria fraqueza, são incapazes de se opor à criança e ter a postura de uma
autoridade, logo, o sujeito precisará, mais tarde, adaptar-se ao mundo de forma mais árdua
(JUNG, 1954). O adolescente apresenta uma vulnerabilidade especial para assimilar os impactos
das expectativas de pais, irmãos, amigos e da a sociedade como um todo. É um receptáculo que
se encarrega dos conflitos dos outros e assume os aspectos patológicos do meio em que vive. Um
bode expiatório.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARIÈS, P. História social da criança e da família. V. 2. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1981.
BRETAS, José Roberto da Silva et al . Os rituais de passagem segundo adolescentes. Acta paul.
enferm., São Paulo , v. 21, n. 3, p. 404-411, 2008.
JUNG, Carl. O Homem e Seus Simbolos. V.2. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
MEAD, Margaret. Adolescencia y cultura en Samoa. V.1. Buenos Aires: Paidós, 1979.
XAVIER, Alessandra Silva; NUNES, Ana Ignez Belém Lima. Psicologia do Desenvolvimento.
V. 3. UAB/UECE. Fortaleza, 2013.