CM - SP2
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- Complicações: Forma NERD não tem forma erosiva; Úlceras, hemorragia digestiva (sangramento lento
e insidioso, podendo ser responsável por anemia), estenose péptica, EB e adenocarcinoma;
-Estenose péptica: estreitamento luminal persistente do esôfago por inflamação crônica e posterior fibrose,
causa mais comum de estenose benigna do esôfago, vai ter disfagia progressiva;
-Esôfago de Barret: condição resultante da DRGE crônica, caracterizada por substituição do epitélio
escamoso estratificado do esôfago por epitélio colunar contendo células intestinais (metaplasia intestinal)
em qualquer extensão do órgão. É uma condição pré-maligna (maior fator de risco para o desenvolvimento
de adenocarcinoma do esôfago distal), devido à displasia que ocorre no epitélio de Barret.
-Tratamento: comportamental (diminuição da ingesta de alimentos gordurosos, cítricos, café, chocolate,
bebidas alcoólicas, hortelã, tomate; elevação da cabeceira da cama; evitar deitar-se até 2h após refeições;
interrupção do tabagismo), farmacológico (antiácidos, sucralfato, bloqueadores de receptores H2 da
histamina, IBP – inibidores da bomba de prótons (omeprazol,pantoprazol), procinéticos) e cirurgia
(fundoplicatura a Nissen).
Doença ulcerosa péptica (DUP):
-Conceito: soluções de continuidade da mucosa gastrointestinal secundárias ao efeito corrosivo do ácido
clorídrico (HCl) e da pepsina, estendendo-se através da muscular da mucosa, submucosa e muscular
própria. O termo é empregado para descrever ulcerações do estômago, duodeno ou ambos.
Obs: Lesões mais superficiais são definidas como erosões, não atingem a submucosa e, portanto, não
deixam cicatrizes
-Fatores de risco: idosos, histórico, uso de corticoides, uso de anticoagulantes, desordem sistêmica grave,
tabaco, álcool, uso de anti-inflamatórios e H. pylori
-Epidemiologia: 95% das úlceras ocorrem no duodeno, sendo predominante na 1ª porção do duodeno e na
faixa etária de 30 a 55 anos de idade. No estômago, predominam no antro, na faixa etária de 50 a 70 anos.
A DUP é cerca de 1,5 a 3 vezes mais comum em homens.
- Duodeno fica muito tempo recebendo acidez > passa a ter tecido do estômago para se proteger >
tropismo do H. pylori > principal local de úlceras
-Causas mais comuns de úlceras gástricas: uso de AINEs e H. pylori.
-Fisiopatologia: é multifatorial. Fatores genéticos possuem relação com o fenótipo secretório de
determinada população. Alterações na secreção gástrica e proteção contra a acidez causam as úlceras. Além
disso, a infecção por H. pylori possui forte relação com a gênese da doença, pois causa inflamação da
mucosa e altera os mecanismos regulatórios da produção de ácido. A H. pylori alcaliniza o meio por meio
da urease bacteriana, estimulando as células G a produzir gastrina, que estimula a secreção ácida. Além
disso, o aumento da secreção de mediadores inflamatórios devido à infecção inibe a secreção de
somatostatina, um inibidor das células G, pelas células D.
-Quadro clínico: dor epigástrica pouco intensa, em queimação, circunscrita, que se mantém por semanas
de forma rítmica – ocorre num período de duas a três horas após as refeições e é aliviada com nova ingestão
alimentar ou com o uso de antiácidos. Além disso, pode haver períodos sintomáticos intercalados por
períodos de acalmia. UD está relacionada com clocking (despertar no meio da noite por causa da dor). Pode
haver eructação, flatulência, sialorreia, náuseas e vômitos, perda de peso, síndrome dispéptica.
-As principais complicações da DUP incluem: sangramento/hemorragia (melena, hematêmese, HDA),
perfurações, estreitamento e estenose.
OBS: Ritmicidade da dor: UG → piora com a alimentação, melhora em jejum e retorna a doer (4 tempos:
dói, come, dói, passa); UD → melhora com a alimentação e pior em jejum (3 tempos: dói, come, passa)
OBS: Úlceras da parede anterior do duodeno são as que mais causam perfuração, pois não há estruturas
anatômicas adjacentes a essa região, causando pneumoperitônio. Na parede posterior, é mais comum
ocorrer sangramento, e normalmente a artéria que causa maior quadro de hemorragia é a gastroduodenal.
-Diagnóstico: EDA (padrão-ouro), exame histopatológico/ biópsia (bordas da lesão) → patognomônico,
exame radiológico contrastado, concentração sérica de gastrina (gastrinoma ou síndrome de Zollinger-
Ellison), diagnóstico da H. pylori (endoscopia acompanhada de biópsia, teste sorológico, teste respiratório
com ureia marcada, pesquisa do antígeno fecal).
-Complicações: sangramentos-hemorragia digestiva alta (principal causa) e perfurações
-Tratamento: primeira conduta em pacientes com sangramento é a estabilização hemodinâmica; geral:
dieta, tabagismo, álcool, uso de AINEs; Medicamentos: pró-secretores de fatores protetores da mucosa
(antiácidos, sucralfato, prostaglandinas) e antissecretores de HCl (bloqueadores de H2 e IBP-inibidores da
bomba de prótons). Na infecção por H. Pylori, tratar com antibióticos. Cirurgia (principalmente na presença
de complicações)
Gastrite:
-Conceito: Inflamação da mucosa gástrica
-Causada por vários quadros, como infecção (Helicobacter pylori), medicamentos ou intoxicantes (AINE
e bebidas alcoólicas), estresse e fenômenos autoimunes (gastrite atrófica).
-Muitos casos são assintomáticos, mas algumas vezes pode ocorrer sintomas: dispepsia e sangramento
gastrintestinal, além de dor epigástrica
-Fator de melhora é alimentação e fator de piora é estômago vazio
-Gastrite é classificada como gastrite erosiva ou gastrite não erosiva com base na gravidade da lesão da
mucosa. É também classificada de acordo com sua localização (ou seja, cárdia, corpo, antro). A gastrite
pode ser ainda classificada histologicamente como aguda ou crônica, de acordo com o tipo de célula
inflamatória presente. A gastrite aguda é caracterizada por infiltrado leucocitário polimorfonuclear da
mucosa do antro e do corpo gástrico. Gastrite crônica implica em algum grau de atrofia (com perda da
função da mucosa) ou metaplasia. Com frequência, envolve o antro (com subsequente perda de células G e
diminuição da produção de gastroina) ou o corpo (com perda das glândulas oxínticas, provocando produção
reduzida de ácido, pepsina e fator intrínseco).
-O diagnóstico é por endoscopia.
-O tratamento é direcionado à causa, mas com frequência é feito por supressão ácida e uso de antibióticos
para a infecção por Helicobacter pylori.