Adaptacoes Celulares
Adaptacoes Celulares
Adaptacoes Celulares
Embora nosso ambiente externo seja sujeito a amplas variações (extremos de temperatura,
umidade do ar, pressão de O2, qualidade do ar), o ambiente interno onde estão as células
sofre somente pequenas alterações. Isso porque somos dotados de mecanismos de
proteção e regulação que, por exemplo, aquecimento do ar frio que inalamos,
umedecimento do ar ao passar nas vv.aa. e manutenção do fluxo sanguíneo. Pequenas
variações são toleradas sem prejuízo para as células, que permanecem integras funcional e
morfologicamente.
HOMEOSTASE ADAPTAÇÃO
Adaptação celular
Fisiológica
Patológica Natureza do estímulo
Severidade
Principais tipos
Hipertrofia Metabolismo basal
Degeneração hidrópica
Necrose Apoptose
Degeneração gorda (esteatose)
Degeneração hialina
Necrose coagulativa Fisiológica
Degeneração mucoide
Gangrena Patológica
Necrose liquefativa
Acúmulo intracelular Esteatonecrose
Calcificação patológica Necrose caseosa
Envelhecimento
A lesão celular pode ser reversível ou irreversível.
A lesão celular reversível ocorre quando a célula agredida pelo estímulo
nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas, porém mantém-se viva,
recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado.
Princípios:
1) A resposta celular depende do tipo da agressão, sua duração e sua intensidade.
2) As consequências da agressão à célula dependem do tipo celular, estado e
capacidade de adaptação da célula agredida.
3) As lesões celulares causam alterações bioquímicas e funcionais em um ou
mais componentes celulares.
a) respiração aeróbica
b) membranas celulares
c) síntese proteica
d) citoesqueleto
e) aparato genético da célula
1 - Depleção do ATP
Mecanismos 2 - Lesão mitocondrial
3 - Influxo de cálcio para o citosol e perda da homeostase do cálcio
4 - Acúmulo de radicais livres do oxigênio
5 - Defeitos na permeabilidade das membranas
Depleção do ATP
Quando há depleção do ATP (por anoxia, isquemia, envenenamento), a falta de energia produz falha das
bombas de sódio e potássio, que são localizadas na membrana celular. Com isto há entrada de Na e água e
saída de K, produzindo edema intracelular.
A célula então inicia glicólise anaeróbica, que é menos eficiente, gerando menos energia, produzindo
substâncias ácidas (ácido lático, fosfatos inorgânicos) e exaurindo os depósitos celulares de glicogênio.
A falha na bomba de Cálcio faz com que o cálcio comece a se acumular no citosol, ativando enzimas tais
como as proteases, ATPases, endonucleases e outras, que causam destruição de componentes importantes da
célula (proteínas, ATP, ácidos nucléicos, membranas), podendo levar à morte celular.
O retículo endoplasmático rugoso começa a perder os seus ribossomos, ocorrendo prejuízo ou parada da
produção de proteínas (estruturais e funcionais), o que pode culminar na morte da célula.
Lesão mitocondrial
Lesões celulares frequentemente são acompanhadas por alterações morfológicas das mitocôndrias. As
mitocôndrias são lesadas por diversos mecanismos, tais como perda da homeostase do cálcio, cuja
concentração aumenta no citosol, stress oxidativo e fragmentação dos fosfolipídios. O aparecimento de poros
na membrana mitocondrial pode levar à morte da célula.
Os órgãos acometidos são as musculaturas cardíaca e esquelética, rins e principalmente o fígado, pois é o órgão
que metaboliza a gordura.
Esteatose hepática
– A doença hepática não-alcoólica é definida como esteatose macrogoticular associada a diabetes mellitus
tipo 2 e obesidade, na ausência de ingestão alcóolica maior que 20 mg/dia. Manifesta-se por esteatose,
esteato-hepatite, cirrose e raramente, carcinoma hepatocelular. A esteatose resulta de desequilíbrio entre a
captação de gorduras, sua oxidação e exportação.
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Degeneração Hialina
O acúmulo de proteínas na célula lhe confere um aspecto translúcido, homogêneo e
eosinofílico, por isso também é conhecida por degeneração hialina. Proteínas acumuladas
podem ser intracelulares ou extracelulares. As principais causas de acúmulos intracelulares são
a reabsorção de proteínas pelo epitélio tubular renal, produção excessiva de proteínas normais
e por defeitos no dobramento das proteínas. Infecções virais apresentam corpúsculos de
inclusão, que são patognomônicos para certas doenças como citomegalovirus.
Hiperplasia mucoide
do epitélio brônquico
anatpat.unicamp.br
Isquemia / reperfusão ocorre nos casos onde após a necrose celular retorna o
fluxo sanguíneo, então a lesão acontece por outros motivos além da isquemia
inicial, especialmente pelo cálcio e liberação de radicais livres. Acontece em
revascularizações miocárdicas, infartos cerebrais isquêmicos com
transformação hemorrágica e órgãos transplantados.
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Infarto esplênico Infarto esplênico
library.med.utah.edu
peir.path.uab.edu
Infarto do miocárdio
Infarto renal
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Rim normal
Observem que
o citoplasma
da célula está
coagulado
(ghost cell) mas
o núcleo está
ausente ou
picnótico.
Gangrena ou necrose gangrenosa
É um tipo de necrose causada pela morte de um tecido por falta de irrigação sanguínea, e
consequente falta de oxigênio. Ocorre principalmente nas extremidades do corpo
como pernas, pés, braços, mãos, dedos, nariz, orelha, mas pode ser visceral também.
Gangrena seca: Geralmente aparece em pés ou mãos com isquemia severa. Pode ser causada como
complicações do diabetes mellitus ou doença autoimune. Pode se tornar úmida quando se infecta com
bactérias patogênicas.
Gangrena úmida: Quase sempre associada por infecção bacteriana com pus. Pode ser causada por
ferimento ou queimadura.
Gangrena gasosa: Afecção dolorosa severa, aguda, na qual os músculos e os tecidos subcutâneos se
enchem de gás e com um exsudato seroso, devido à fermentação dos hidratos de carbono no tecido
produzindo gases (dióxido de carbono e hidrogénio) feita por bactérias anaeróbicas (Clostridium
perfringens). Se ocorrer invasão da corrente sanguínea há risco de morte.
James Heilman, MD
Gangrena seca
Gangrena úmida
Gangrena úmida
Comunidades.net
Comunidades.net
Gangrena gasosa
http://medicineisnotmerchandise.tumblr.com
Engelbert Schröpfer, Stephan Rauthe and Thomas Meyer. - Diagnosis and misdiagnosis
of necrotizing soft tissue infections: three case reports. Cases J 2008, 1:252. doi:
10.1186/1757-1626-1-252
Necrose liquefativa
Geralmente associada a infecção por micróbios que acabam atraindo células de defesa para
o local da lesão.
No meio da batalha (inflamação), muitas células são destruídas, comidas (fagocitadas) e
digeridas, dando ao tecido necrótico, uma consistência mole e sem forma, geralmente
composta por pus.
Pode ocorrer também na isquemia cerebral.
Abscesso já maduro pronto
Abscesso em formação para expulsar o material
necrótico (purulento)
KidsHealth
Medscape
Necrose liquefativa
no centro de um
SinaiEM abscesso
Necrose
liquefativa (pus)
Formação de
sabões de cálcio na
Ocorre no tecido
gordura
adiposo, que guarda a peripancreática em
gordura do corpo. decorrência das
Lipases (enzimas que lipases liberadas
quebram a gordura) são pelo pâncreas
liberadas formando inflamado.
áreas esbranquiçadas.
Mais comum em casos
de pancreatite.
Também chamada de
necrose enzimática.
Necrose caseosa
Tecido esbranquiçado, granuloso, amolecido, com aspecto de "queijo friável". Caseo = queijo.
Microscopicamente, o tecido exibe uma massa amorfa composta predominantemente por
proteínas. Na maioria das vezes está circundada por uma barreira inflamatória constituída por
macrófagos ativados conhecidos como células epitelioides e células gigantes conhecido
como granuloma.
É comum especialmente na tuberculose. Mas pode aparecer em infecções fúngicas,
neoplasias malignas e alguns tipos de infarto.
Na sífilis, por ter consistência borrachoide, é denominada de necrose gomosa.
Study.com
medicalschool
The Center for Food Security and Public Health - Iowa State University
• Pode aparecer:
• Na parede dos vasos
• Na úlcera péptica
• Em doenças autoimunes
Acúmulos intracelulares: proteínas, glicogênio, gordura, hemossiderina,
carvão, lipofuscina, melanina, muco, entre outras. Alguns reversíveis,
outros não.
Calcificação distrófica: tecido previamente lesado com deposição de
sais de cálcio, sem alterações séricas nos níveis de cálcio. Exemplos:
esteatonecrose, aterosclerose, estenose calcificada da aorta, entre
outros.
Calcificação metastática: Alteração sérica nos níveis de cálcio com lesão
de tecidos viáveis.
Cell aging: Acúmulo de alterações ao longo da vida que levam a lesões
no DNA, no sistema de replicação celular, na vigilância, na homeostasia
celular.