MATERIAL de APOIO - Geografia Geral - Ítalo Trigueiro
MATERIAL de APOIO - Geografia Geral - Ítalo Trigueiro
MATERIAL de APOIO - Geografia Geral - Ítalo Trigueiro
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SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
CARTOGRAFIA................................................................................................................................................ 2
ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO ................................................................................................................... 2
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 8
GABARITO ...................................................................................................................................................... 9
“A Terra gira em volta do Sol – o Sol é uma estrela entre bilhões de outras da
galáxia – e existem bilhões, de galáxias como a nossa. O homem é um animal evoluído;
mas no Universo, por certo, existem outros, mais evoluídos; e de qualquer forma o
homem não é mais do que um pequenino habitante de um planeta (...). As coisas
voltaram a seu lugar (...) E ainda que isso fira a vaidade dos homens, devemos admitir
que somos minúsculos na imensidão (...) de nossa galáxia.
Nicolau Copérnico.
1
Geoide: Esfera levemente achatada nos polos.
que queremos é saber onde estamos, para onde queremos ir e como fazê-lo. Podemos utilizar
várias direções ou rumos e utilizar vários processos.
PONTOS CARDEAIS
São as direções mais importantes e para determiná-los usamos a trajetória diária do sol
como referência. Onde ele nasce é o leste ou este (E ou L). Onde ele se põe denomina-se
oeste (W ou O). Se ficarmos com o leste à nossa direita, à nossa frente teremos o norte (N) e
à nossa retaguarda teremos o sul (S). Apresentam afastamento entre si de 90°. Os pontos
cardeais indicam 4 direções opostas que apresentam nomenclaturas bastante usadas na
atualidade, são eles:
• N – Setentrional, Boreal, Indicação Norte.
• S – Meridional, Austral, Indicação Sul.
• E – Oriental, Nascente, Indicação Leste(L).
• W – Ocidental, Poente, Indicação Oeste (O).
PONTOS COLATERAIS
São as direções intermediárias afastadas dos Cardeais por 45°. São eles:
• NE – Nordeste: entre o Leste e o Norte.
• SE – Sudeste: entre o Leste e o Sul.
• SW/ SO – Sudoeste: entre o Sul e o Oeste.
• NW/ NO – Noroeste: entre o Norte e o Oeste.
Entre um ponto cardeal e um ponto colateral tem um Ponto Subcolateral, num total de
oito. Possuem ângulos de 22° e 30’ com os cardeais e com os colaterais.
• Norte-Nordeste (NNE): Entre o norte e o nordeste.
• Norte-Noroeste (NNO): Entre o norte e o noroeste.
• Este-Nordeste (ENE): Entre o este e o nordeste.
• Este-Sudeste (ESE): Entre o este e o sudeste.
• Sul-Sudeste (SSE): Entre o sul e o sudeste.
• Sul-Sudoeste (SSO): Entre o sul e o sudoeste.
Para representar todos os pontos temos uma figura chamada de Rosa dos Ventos ou Rosa
dos Rumos.
A Rosa dos Ventos ou Rosa dos Rumos compreende 32 rumos ou direções diferentes.
PROCESSOS DE ORIENTAÇÃO
Podemos nos orientar pelos astros, por instrumentos e por meios de fortuna, ou seja,
algo criado pela natureza ou pelo homem para outros fins e que, com a nossa criatividade,
utilizamos como auxílio na corrupção.
ORIENTAÇÃO PELO SOL
Pelo movimento aparente, o sol nasce pela manhã, aproximadamente, no Este e, pela
tarde se põe, aproximadamente, no Oeste. Na realidade é a Terra que está girando em torno
de seu eixo imaginário, de Oeste para Este. É o meio de orientação mais simples. Devemos
considerar, também, que apenas em dois dias do ano (21 de março e 21 de setembro,
aproximadamente) o sol nasce exatamente no Este. Nos demais dias vai virando o local exato
do seu nascimento e de ocaso.
MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO
A Translação é realizada pela Terra ao redor do Sol, no tempo de 365 dias 5 horas 48
minutos e 46 segundos. O fato de a órbita ser elíptica e o Sol um dos focos faz com que nosso
planeta atinja, nos primeiros dias de julho, o seu maior afastamento (afélio), da ordem de
151.800.000km e, nos primeiros dias de janeiro, atinja a sua maior proximidade (periélio), da
ordem de 142.700.000Km. A distância média Sol – Terra é de 150.000.000km (Unidade
Astronômica) e a nossa velocidade ao longo da órbita é de 29,5 Km/h.
EXERCÍCIOS
01.
A leitura e a interpretação do mapa, por meio da análise da rede geográfica e dos pontos
de referência, indicam que o município de Sabará localiza-se:
GABARITO
1. E
2. C
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
CARTOGRAFIA................................................................................................................................................ 2
COORDENADAS GEOGRÁFICAS.................................................................................................................. 2
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 4
GABARITO ...................................................................................................................................................... 5
PARALELOS
Circunferência imaginária traçada sobre o globo, paralelamente à Linha do Equador. Os
paralelos são indicados por graus de circunferência. O paralelo 0° (Equador) é a linha
imaginária traçada na porção mais larga da Terra do Equador. O Equador terrestre é o círculo
máximo perpendicular ao eixo terrestre e divide a Terra em dois hemisférios: Norte e Sul.
MERIDIANOS
A palavra Meridiano deriva do Grego Meridiem, que significa “meio-dia”. Os meridianos
são linhas imaginárias que dão a volta na Terra passando pelos dois polos. São
perpendiculares à linha do Equador e possuem a mesma medida, daí precisar convencionar o
meridiano de Greenwich como base, ou seja, 0°, Greenwich divide os Hemisférios em
Ocidental e Oriental.
LATITUDE
Distância medida em graus de um ponto qualquer da superfície terrestre até a Linha do
Equador, perfazendo um total de 180°, sendo 90°N e 90°S.
LONGITUDE
Distância medida em graus de um ponto qualquer da superfície terrestre até o
Meridiano de Greenwich, perfazendo um total de 360°, sendo 180° L e 180° O.
EXERCÍCIOS
1. Observe atentamente a figura a seguir.
Estão CORRETAS
a) 1, 2, 3, 4 e 5.
b) 1 e 2 apenas.
c) 1, 4 e 5 apenas.
d) 3, 4 e 5 apenas.
e) 1 e 4 apenas.
GABARITO
1. D
2. D
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
CARTOGRAFIA................................................................................................................................................ 2
FUSOS HORÁRIOS ...................................................................................................................................... 2
A importância dos meridianos centrais é que são eles que determinam as horas legais do
planeta, ou seja, aquela que olhamos nos nossos relógios. Por exemplo, quando em São Paulo
for 15 horas, na realidade são 15 horas em Brasília (longitude 45°W) e não em São Paulo.
Como a Terra gira de oeste para este, os pontos situados a este de Greenwich recebem
antes a luz solar do que os pontos situados a oeste. Por isso cada fuso horário a este de
Londres, será acrescida 1 hora (será mais tarde) e, cada fuso localizado a oeste, será
diminuída 1 hora (será mais cedo). Portanto, quanto mais a leste estiver uma cidade mais
tarde será, e quanto mais a oeste estiver, será mais cedo. Como o Brasil, está localizado a oeste
de Londres, nossos relógios estão sempre atrasados. As horas oficiais utilizadas pelos países
não seguem com exatidão o horário astronômico, pois isso criaria inconvenientes práticos.
Países que ocupam pequenas ilhas atravessadas pelo limite de um fuso teriam que conviver
com dois horários diferentes.
LINHA INTERNACIONAL DE MUDANÇA DE DATAS
1 - 2h + 1h Ilhas oceânicas.
4 - 5h - 2h AC e oeste do AM.
1 - 2h + 1h Ilhas oceânicas.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
CARTOGRAFIA................................................................................................................................................ 2
CARTOGRAFIA E PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ......................................................................................... 2
O que reproduz com maior fidelidade a Terra é o globo por mostrar sua forma, porém
apresenta grandes desvantagens em função da escala não possibilitar representar detalhes e
por observarmos sempre a metade do planeta que está voltada para nós. Por isso, criou-se
uma outra representação da superfície – o planisfério. 1 O planisfério também apresenta
desvantagens. A principal delas consiste em sugerir relações e distâncias falsas entre as áreas
da superfície.
É importante entender que não existe nenhum fenômeno, seja natural ou social, que não
possa ser cartografado.
BREVE HISTÓRICO
Desde muito cedo, diferentes sociedades utilizaram esses registros para facilitar as
tarefas da vida cotidiana. Das cartas confeccionadas com conchas e fibras de palma na pré-
história pelos nativos da ilha de Marshall mapa antigo encontrado nas ruínas de Gasur, na
Babilônia, desenhando em uma pequena placa de barro, é possível avaliar a importância para
aqueles povos, da representação e localização do que para eles era mais significativo.
“Fazer mapas é uma aptidão inata da humanidade”.
Erwin Josephus Raisz
Para muitos pesquisadores, o mais antigo mapa do mundo que chegou até nós, foi
produzido na Babilônia. Trata-se na verdade, de uma tentativa de representação de todo o
Universo. Nesse mapa, a Terra aparece como um disco, ao redor do qual existe um
superoceano chamado de “rio amargo”.
utilizado com frequência era periodos gés, literalmente “circuito da Terra” (uma expressão que
formaria a base de muitos tratados posteriores sobre geografia).
A idade média produziu, através de cartógrafos eclesiásticos, os mapas de T no O (Orbis
Terrarum), de forma circular, nos quais a Ásia sempre estava localizada na metade superior
do O e, a metade inferior sendo dividida pela África e pela Europa, com a cidade de Jerusalém
no centro, o que satisfazia, amplamente o espírito de religiosidade da época.
http://www.nautica.com.br/wp-content/uploads/2015/04/Cartas-de-Marear_OK.jpg
No século XIX a Revolução Industrial exigiu avanços para viabilizar levantamentos
topográficos precisos da superfície terrestre e do fundo do mar, para a construção de
ferrovias e para a instalação dos cabos submarinos necessários à comunicação telegráfica. No
século XX tornou notável impulso com a utilização das fotografias aéreas, após a Segunda
Guerra Mundial, na confecção das cartas e mapas.
Atualmente, a cartografia não apresenta o esmero artístico na sua apresentação
característica dos mapas mais antigos, nem mesmo utilizamos as hachuras para
representação do relevo, tão utilizadas até o século XIX, a cartografia atual se baseia em
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
São processos de representação da esfera terrestre sobre um plano derivado de uma
superfície auxiliar. Por causa disso, estão sujeitas a deformações: algumas alteram as áreas e
conservam as formas (conformes); outras modificam as formas me mantêm as áreas
(equivalentes); outras ainda preservam algumas distâncias preferenciais (equidistantes). Em
relação às superfícies auxiliares, são três as projeções básicas:
PROJEÇÃO CILÍNDRICA
O globo é projetado sobre um cilindro tangente ao Equador.
PROJEÇÃO CÔNICA
O globo é projetado sobre um cone tangente a um paralelo.
Uma projeção somente poderá satisfazer a uma dessas propriedades, pois elas são
incompatíveis. Não existe nenhuma projeção que seja precisa. Quando a projeção não
satisfazer a nenhuma dessas propriedades, apresentando, porém, alguma outra que justifique
a sua construção, é considerada Afilática.
Utilizamos as Anamorfoses quando alteramos a superfície dos países para ressaltar a
dimensão de um fenômeno numérico e/ou estatístico. Se quisermos representar a riqueza dos
países, o Japão seria representado com dimensões bem maiores que as do Brasil, por exemplo.
Fonte: www.worldmapper.org
MAPAS E VISÕES DE MUNDO
Os mapas e visões do mundo ao longo do tempo sempre expressaram ideias ou visões de
determinada sociedade ou período histórico. Um grande nome da cartografia é, sem dúvida, o
flamengo Gerhard Kramer (MERCATOR – 1512/1594). Na época em que desenvolveu seu
trabalho, a Europa havia conquistado os mares e dominado diversas regiões. Mercator foi o
primeiro a utilizar o termo ATLAS que adotou da mitologia grega para se referir a uma
coleção de mapas. Sua projeção é cilíndrica e conforme.
PLANISFÉRIO DE MERCATOR
Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. P. 21 e 23.
No planisfério de Mercator, a forma dos continentes é representada com fidelidade, mas
sua área não. A Europa, com território de 9,7 milhões de Km², aparece com uma superfície
maior que a da América do Sul (que tem 17,8 milhões de Km²). Na projeção de Mercator os
meridianos estão traçados paralelamente de um polo a outro, e as distâncias entre os
paralelos aumentaram conforme se aproximam dos polos, as áreas mais distantes do Equador
aparecem exageradamente grandes. A Groenlândia, por exemplo, parece ter o mesmo
tamanho da América do Sul, uma área quatro vezes maior que a ilha.
Fonte: OLIVEIRA, Cêurio. Curso de cartografia moderna. 2ed., Rio de Janeiro: FIBGE, 1993.P.64.
Após a Segunda Guerra Mundial e a independência de várias colônias europeias na
África e Ásia, ficaram ainda mais evidentes as enormes diferenças socioeconômicas entre os
países. O historiador e cartógrafo alemão Arno Peters (1916/2002) considerava que os mapas
eram uma das manifestações simbólicas da submissão do mundo subdesenvolvido que era
pregado na época inclusive nos mapas. Peters partia do princípio de que todos os países
devem ser retratados de forma fiel a sua área, o que colocaria em maior destaque no mapa-
múndi os países subdesenvolvidos.
PLANISFÉRIO DE PETERS
Fonte: Atlas geográfico escolar. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. P. 21 e 23.
Em 1974, Peters apresentou sua projeção em que a superfície aparece com medidas
proporcionais, embora com formas distorcidas. Peters baseou-se em outra projeção, a de
James Gall de 1885.
SIGS (SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS)
O conjunto de tecnologias relacionadas a informações e ao monitoramento do espaço
terrestre recebe o nome de Sigs. Os Sistemas de Informações Geográficas são utilizados tanto
por pesquisadores como por organizações empresariais, ONGS, governos, serviços de
espionagem, instituições militares e policiais.
O SIG compõe um banco de dados com arquivos gráficos e dados alfanuméricos que
contém os atributos dos objetos espaciais que aparecem nos mapas.
SENSORIAMENTO REMOTO
Podemos definir sensoriamento remoto como a capacidade de obter informações de
fenômenos e objetos sem a necessidade de um contato físico com eles. Assim, no caso da
superfície terrestre, podemos obter imagens através da utilização de sensores instalados a
bordo de uma aeronave ou de um satélite artificial. Com isso, muito se beneficiou a
Cartografia que passou a confeccionar os seus mapas a partir dessas fotos e imagens. O
Sensoriamento Remoto consiste na utilização das imagens de satélites artificiais, captadas
pelo fluxo de ondas eletromagnéticas refletidas ou emitidas pelos elementos naturais e
artificiais existentes na superfície terrestre. A fotografia aérea foi a primeira dessas fontes de
informações. A câmara aérea é um exemplo de sensor passivo, pois registra a reflexão da luz
solar sobre a superfície num determinado momento.
Mais modernamente o Radar e o Satélite passaram a fornecer imagens de grande
utilidade para os trabalhos cartográficos. O Radar é um sensor ativo, pois envia um sinal
eletromagnético ponto a ponto, numa varredura desde a vertical da aeronave, e recebe uma
resposta imediata formando linhas que se estendem até os limites do horizonte, compondo
uma imagem que vai além do superficial.
Foi de grande utilidade para cartografar a Amazônia. Por ser um sensor ativo, pode
obter imagens à noite e por cima das nuvens, o que não é possível pela câmara aérea. A
imagem de satélite é obtida por radiação na faixa do infravermelho, pois todo corpo que
possui temperatura acima do O° absoluto (-273°K) emite radiação nessa faixa. Também
funciona como um sensor passivo apresentando limitações quando o tempo estiver encoberto
por nuvens.
TIPOS DE RADARES
• SRTM: O sistema Missão Topográfica por Radar a bordo do Ônibus Espacial
usa antenas de radar que emitem e recebem impulsos de micro-ondas, de uma
faixa lateral da superfície terrestre. Os dados registrados constituem um MDT
(Modelo Digital de Terreno) que permite traçar mapas topográficos, compor
blocos diagramas e reproduzir imagens de relevo.
A imagem da ideia da rugosidade do terreno, pelo contraste das vertentes mais expostas,
que são as áreas mais claras, e as vertentes do lado oposto as mais escuras, como se
estivessem à sombra. (Katmandu, capital do Nepal).
• IKONOS: As imagens do Ikonos são produzidas em diversos canais. As imagens
podem ser combinadas em composições coloridas.
O Google Maps faz com que os seus usuários encontrem as melhores rotas para seus
caminhos, com indicação de estradas, sentidos das avenidas e pontos de referência. Ele recebe
dois tipos de informações, a imagem de diversos satélites e o conteúdo de rotas e caminhos do
serviço que é prestado pela Maplink. O Google Earth traz o planeta em detalhes minuciosos da
superfície do planeta.
OPINIÃO: UBER NÃO AFETARÁ APENAS O TAXISTA
Professor, você sabia que a economia disruptiva, que hoje é representada
pelo Uber, mas que tem outros ícones, como Netflix, Spotify e Airbnb, logo chegará
à sala de aula? E o que você vai fazer? Reclamar, brigar e xingar? O mercado de
Educação sofrerá uma grande transformação nos próximos anos, e você tem que
estar preparado para ela.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
CARTOGRAFIA................................................................................................................................................ 2
ESCALA ....................................................................................................................................................... 2
O SISTEMA MÉTRICO
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Calculando a distância real
Imagine que o espaço anterior foi cartografado na escala indicada e que a distância entre
os pontos A e B em linha reta é de 3 cm. Qual a distância real entre os dois pontos? (D = ?)
Fórmula: D = d x E
Distância AB = d = 3 cm
E (denominador da escala) = 500 000
Aplicando a fórmula, teremos:
D = 3 cm x 500 000 = 1 500 000
Transformando em km: 1,5 km será a distância real entre os pontos A e B.
Calculando a distância gráfica:
2. Duas cidades distam entre si em linha reta aproximadamente 4,5 km. Em um mapa de
escala 1: 50 000, qual a distância entre elas: (d = ?)
Fórmula: d = D/E
E= 50 000
D = 4,5 km
Aplicando a fórmula, teremos:
4,5 km transformados em metros = 4 500 m
50 000 cm em metros = 500 m, logo 1 cm = 500 m
d = 4 500 m / 500 m = 9 cm, será a distância entre as duas cidades medidas no mapa.
Calculando a escala
3. Em um mapa de escala não referida, a menor distância entre duas cidades é
representada por 5 cm. Sabendo-se que a distância real entre essas cidades é de 250 km
em linha reta, em que escala o mapa foi desenhado?
Fórmula: E = D/d
d = 5 cm
D= 250 Km
Aplicando a fórmula, teremos:
E = 250 km/5 cm = 50 Km/cm, ou seja,
1 cm = 50 km, que, convertido para centímetros, é igual a
50 km = 5 000 000 cm, ou seja:
E= 1: 5 000 000
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
ESTRUTURA INTERNA DA TERRA ................................................................................................................... 2
ESTRUTURA E DINÂMICA INTERNA DA TERRA .......................................................................................... 2
sucessivos eventos que agora reconstituímos cientificamente por intermédio de ciências como
a Geologia e a Estratigrafia. As divisões da escala de tempo se baseiam em achados de fósseis
que puderam ser datados por meio do uso do Carbono 14. Sabemos que as primeiras rochas
não nos deixaram mais informações, mas as dos últimos 600 milhões de anos proporcionaram
ricas contribuições.
FÓSSIL
Fóssil é todo o resto ou vestígio de seres orgânicos (vegetais ou animais) que
deixaram suas pegadas na rocha da crosta terrestre. Constituem a ampulheta geológica.
A idade das camadas não é uma idade absoluta em anos, o que seria impossível, mas
uma idade relativa, ou seja, o lugar ocupado pela camada em relação às outras. Nas
camadas mais recentes, as espécies fósseis são idênticas às espécies atuais, enquanto
nas camadas antigas são bem diferentes, a tal ponto que podemos dizer que são tão
mais diferentes quanto mais antigas for o fóssil. Graças aos fósseis, podemos
identificar, por exemplo, a idade de um terreno na América do Sul, na América do
Norte, na Europa, na Ásia, na Austrália etc., e dizer qual a sua posição na coluna
geológica.
Fonte: TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, M. Cristina Motta de; FAIRCHILD, Thomas Rich; TAIOLI, Fábio.
Decifrando a Terra. Companhia Editora Nacional. São Paulo: 2008.
A Terra tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos, porém, só temos evidências de
aproximadamente 3,8 bilhões de anos. A história da Terra é dividida em Éons, Eras, Períodos e
Épocas.
Palm Jumeirah, em Dubaí, é uma das três maiores ilhas artificiais do mundo, chamado de relevo
tecnogênico.
COMPOSIÇÃO DA TERRA
O conhecimento da estrutura do planeta e dos seus movimentos é de responsabilidade
da Geofísica. A análise dos registros de ondas sísmicas na superfície nos permite extrair
conclusões a respeito da estrutura interna da Terra. Sabemos que o comportamento das
ondas varia conforme o meio atravessado por elas. Então, as bruscas mudanças de velocidade
e de percurso, por exemplo, nos levam a admitir que os 6378 km de raio do nosso planeta são
Fonte: TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, M. Cristina Motta de; FAIRCHILD, Thomas Rich; TAIOLI,
Fábio. Decifrando a Terra. Companhia Editora Nacional. São Paulo: 2008.
O Núcleo Interno, com profundidade entre 5.100 a 6.378 Km, constitui a parte central e
mais densa. Está separado do núcleo externo pela Descontinuidade de Lehmann. Por ser
sólido, é chamado de “a semente da Terra”. É constituindo por níquel e ferro (NIFE) e sua
temperatura atinge até 6000°C.
O Núcleo Externo com profundidade de 2.900 a 5.100 Km atinge temperaturas de até
5.000°C e é composto por material pastoso com menores densidades que o material do manto.
Está separado do manto pela Descontinuidade de Gutenberg-Wiechert.
O Manto, com profundidade de 50 a 2.900Km atinge temperatura de até 3000°C e
representa 83% do volume total do globo. É composto por material pastoso e é separado da
crosta pela Descontinuidade de Mohorovicic (ou Moho). Sua parte superior, em contato com a
crosta rígida é denominado de Astenosfera. Nela ocorrem as correntes de convecção, que
correspondem ao movimento realizado pelo magma proveniente das camadas mais profundas
do planeta em direção à crosta. Esse movimento é determinante para a movimentação das
placas tectônicas, resultantes da fragmentação da crosta.
A Crosta, também denominada como Litosfera, é a parte mais externa e está em contato
com a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera. Divide-se em:
CROSTA CONTINENTAL: com espessura variando de 30 – 80 km, composta por rochas
muito antigas e menos densas onde predominam o silício e o alumínio (SIAL) na parte
superior, com temperaturas variando conforme o grau geotérmico e, na parte inferior, o
predomínio dos silicatos de magnésio (SIMA), por serem de maior densidade, e com
temperaturas podendo chegar aos 600°C.
CROSTA OCEÂNICA: com rochas densas e espessura inferior a 10 km, mais recentes e
principalmente basálticas. A atividade vulcânica é bem mais intensa que na crosta continental.
AS ÁREAS DE DESCONTINUIDADE
Entre as diversas camadas internas do planeta, existem áreas que apresentam
diferenças de densidade e de composição, dando origem às camadas de descontinuidade:
locais onde há mudanças rápidas na velocidade de propagação das ondas sísmicas que se
deslocam pelo interior da Terra. Foi por meio das descontinuidades que se provaram as
modificações na composição mineralógica do planeta.
Atualmente, a crosta terrestre é constituída por cerca de treze placas tectônicas, que
ficam literalmente boiando em cima do magma pastoso. Há milhões de anos, quando se iniciou
sua movimentação, devia haver menos placas. Ao moverem-se em vários sentidos, pelo fato de
o planeta ser esférico, as placas acabaram se encontrando em determinados pontos da crosta
e dando origem aos dobramentos modernos, aos terremotos etc. A palavra tectônica deriva do
grego tektoniké, que significa “arte de construir”.
PLACAS TECTÔNICAS
65 milhões de anos
Hoje
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
GEOLOGIA ...................................................................................................................................................... 2
DINÂMICA DA CROSTA TERRESTRE ........................................................................................................... 2
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 9
GABARITO .................................................................................................................................................... 10
FALHAS
Fonte: Font-Altaba, M e Arribas, A. San Miguel. Atlas de Geologia. Rio de Janeiro, Livro Ibero-
americano, 1980. p. 2-3.
SOLOS
Denominamos solos ao agregado de minerais não consolidados e de partículas orgânicas
produzidas pela ação combinada de fatores físicos e biológicos, situados na camada mais
superficial da crosta terrestre. É um recurso natural importante para a humanidade por
tratar-se de suporte para a vegetação e agricultura, e por ser fonte de recursos minerais. Por
meio de seu estudo é possível determinar as condições climáticas que atuavam no início de
sua formação bem como a natureza da rocha que o originou. Sua composição e estruturas são
determinadas pela atuação e práticas humanas assim como os fatores naturais. Assim, a
retirada da cobertura vegetal para qualquer atividade econômica o deixa vulnerável em
relação à atuação das chuvas e dos ventos, ocasionando a remoção do material mais
superficial ou acelerar o processo de desertificação que pode acarretar na sua perda
definitiva. A Pedologia é a ciência que estuda os solos.
“O homem se tornou fator geológico, geomorfológico, climático e a grande mudança
vem do fato de que os cataclismos naturais são um incidente, um momento, enquanto
hoje a ação antrópica tem efeitos continuados, cumulativos, graças ao modelo de vida
que a Humanidade adotou. Daí advém os graves problemas de relacionamento entre a
atual civilização material e a natureza”.
SANTOS, 1996.
Ar – Pode ser encontrado nas partes de maior porosidade e que ainda não foram
atingidas pela água. É fundamental para o crescimento da vegetação, pois as raízes
das plantas precisam de oxigênio para realizar sua respiração.
Água – É fundamental para o desenvolvimento dos vegetais devido ao gás
carbônico, ao oxigênio e aos sais minerais nela presentes. A maior ou menor
presença de água no solo dependerá das condições climáticas, da textura e da sua
porosidade.
EVOLUÇÃO DO SOLO
Fonte: FONT-ALTABA, M. e ARRIBAS, San Miguel. Atlas de Geologia. Rio de Janeiro: Livro Ibero-
americano, 1980.p.E-1; Guerra, Antônio Teixeira. Dicionário Geológico e geomorfológico. IBGE.
Fonte: Adaptado da FARNDON, John. Dictionary of the Earth. London, Dorling Kindersley, 1994.
Ao fazermos um corte no solo para abrirmos uma estrada, por exemplo, percebemos que
o mesmo apresenta camadas sucessivas, denominadas horizontes, com colaboração e
composição diferenciadas. O horizonte O é o mais superficial, composto essencialmente por
matéria orgânica em decomposição e onde se localiza a camada de húmus. No horizonte A
encontramos matéria orgânica e inorgânica e é considerado zona de lixiviação por perder
material para o horizonte que é conhecido como a zona de acumulação do material
proveniente do horizonte A e é menos influenciado pelas ações antrópicas e pela erosão.
Embora apresente matéria orgânica é essencialmente composto por matéria inorgânica. O
horizonte C é formado pela rocha matriz parcialmente desintegrada e decomposta.
EXERCÍCIOS
1. "Em 1540 a.C. o filósofo grego Xenófanes encontrou conchas marinhas nos cumes de
montanhas e pensou que elas poderiam ter estado no fundo do mar em algum
momento, sendo posteriormente soerguidas. Ele tinha razão: forças do interior da Terra
movimentam a crosta terrestre, criam novos relevos ou modificam sua estrutura e
fisionomia [...]. “
(Terra, Lygia; Araújo, Regina; Guimarães, Raul. Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil, 2015,
p.313).
Essas novas formas de relevo criadas são constantemente modificadas sob a ação da
água e do ar, por exemplo. Assim, sobre a dinâmica do relevo terrestre e a atuação dos agentes
internos e externos do relevo, pode-se afirmar que:
I. a presença da Dorsal Mesoatlântica, grande cadeia de montanhas submersa no Oceano
Atlântico, ajuda a explicar a pouca probabilidade de ocorrerem tsunamis na costa
brasileira, uma vez que esta é fruto não da colisão, mas do afastamento entre placas
tectônicas.
II. no terremoto ocorrido no Japão, em 2011, a porção nordeste do País foi a mais
atingida, por ser a mais próxima ao epicentro do maremoto, isto é, por estar mais
próxima ao local da superfície onde se manifestou o maremoto.
III. os movimentos orogenéticos, ao atingirem as rochas com maior plasticidade, da crosta
terrestre, são os responsáveis, por exemplo, pela formação de grandes dobramentos
modernos, como os Alpes e os Andes.
IV. a formação de grandes deltas como o do rio Nilo e a formação de grandes planícies
aluviais, favoráveis à atividade agrícola, como a do rio Ganges, estão associadas,
principalmente, à erosão pluvial.
V. a presença de solos pedregosos nas regiões desérticas está relacionada,
principalmente, à ação predominante do intemperismo químico nas rochas dessa
região.
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas.
a) I, II e III
b) I, III e IV
c) II, IV e V
d) I, II e IV
e) I, III e V
2. Em 27 de fevereiro de 2010, o Chile sofreu um terremoto de 8.8 graus na Escala Richter.
Esse país encontra-se em uma extensa faixa da Costa Oeste da América do Sul. A causa
desse e de outros terremotos deve-se ao fato do Chile estar situado
a) na porção central da Placa Tectônica Sul-Americana, zona de constantes acomodações
da litosfera.
b) na borda ocidental da Placa Tectônica Sul-Americana, junto à Cordilheira dos Andes,
dobramento moderno formado por movimentos orogenéticos.
c) no limite ocidental da Placa Tectônica do Pacífico, zona de grande intensidade de
movimentos orogenéticos.
GABARITO
1. A
2. D
3. A
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
GEOLOGIA ...................................................................................................................................................... 2
FORMAS DE RELEVO E RECURSOS MINERAIS ............................................................................................ 2
podem estar a mais de 1.000m de altitude, que constituem as chamadas planícies de nível de
base local, ou planícies de montanha. As planícies podem ser classificadas, quanto à sua
situação, em marítimas, costeiras e continentais.
FORMAS DO RELEVO
ROCHAS
São agregados de diversos minerais cujos processos de formação ocorrem naturalmente
na superfície terrestre. Existem algumas rochas que são formadas por um único mineral,
como é o caso do calcário. Quanto à gênese são classificadas em magmáticas / ígneas,
sedimentares e metamórficas.
litosfera. Pode-se, pois, definir rocha como um conjunto de minerais ou apenas como
um mineral consolidado.
GUERRA, Antonio J.T. Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2008.p.428.
ROCHAS MAGMÁTICAS
As rochas magmáticas podem se formar lentamente no interior da crosta pela
solidificação do magma, sendo chamadas, nesse caso de intrusivas (plutônicas ou abissais).
As rochas magmáticas chamadas de extrusivas (vulcânicas ou efusivas) se consolidam na
superfície por meio de vulcões ou de fendas na litosfera e, em contato com a atmosfera,
resfriam-se mais rapidamente.
ROCHAS SEDIMENTARES
Qualquer rocha exposta à ação do vento, da chuva, da temperatura passa a sofrer a ação
do intemperismo, ou seja, do conjunto de processos mecânicos, biológicos ou químicos que
provocam a desintegração das rochas. Quando as rochas perdem a coesão, seus sedimentos
passam a ser transportados por diferentes agentes, como vento, a chuva e a gravidade. Esse
processo é conhecido como erosão. A deposição desse material em outro ambiente é
denominada sedimentação.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
HIDROGRAFIA ................................................................................................................................................ 2
OCEANOS E MARES – HIDROGRAFIA I ....................................................................................................... 2
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 7
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8
(106km3) (%)
1340 97,1
Oceanos
24 1,7
Gelo
16 1,2
Águas subterrâneas
0.176 0,01
Águas superficiais
0,013 0,001
Atmosfera
0,00112 0,0001
Seres Vivos
Total hidrosfera(*) 1380
(*) desconsidera a quantidade de água presente nos diversos minerais que contêm em sua
estrutura, e que constituem as rochas, solos e sedimentos.
Cerca de 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água. A maior parte desta
água, porém é salgada, aproximadamente 97,5% e, dos outros 2,5%, 68,9% das águas estão
congeladas, 29,9% compõem a água subterrânea, restando algo em torno de 1% à nossa
disposição para um consumo com taxas de crescimento crescentes, seja pelo aumento
populacional, seja pelo seu emprego em atividades econômicas que exigem um grande
consumo como a agricultura e a indústria.
CICLO HIDROLÓGICO
É o percurso que a água perfaz na natureza, a sequência de fenômenos que fazem com
que a água passe ao estado gasoso e depois retorne para a superfície da terra ou no estado
líquido ou no estado sólido.
O dínamo gerador de toda a energia necessária para o funcionamento do sistema é o sol.
A passagem da água para o estado gasoso se dá por evaporação direta das massas líquidas,
pela transpiração das plantas e pela sublimação das superfícies congeladas. O vapor de água é
transportado para as zonas de maior altitude onde, em contato com temperaturas mais
baixas, condensa-se formando nuvens que, depois, precipitam-se sob a forma de chuva, neve
ou granizo.
Da água precipitada, uma parte retorna diretamente à atmosfera por evaporação não
chegando a atingir a penetra no solo até atingir os níveis freáticos ou tornar a evaporar. Tanto
o escoamento superficial como o subterrâneo alimentam os rios que se dirigem para os lagos
e oceanos.
ÁGUAS OCEÂNICAS
Mais da metade da população do planeta vive numa faixa litorânea de cerca de 100 km.
Grandes e pequenas cidades, aldeias de pescadores e pequenas vilas desenvolvem atividades
relacionadas ao mar. A biodiversidade dos ecossistemas marinhos, que fornece 90% do
pescado mundial, equivale à biodiversidade dos ecossistemas terrestres.
de ilhas de origem vulcânica. Por isso, é também o local em que se situa o Círculo
de Fogo do Pacífico. A profundidade média do Pacífico é de 4 280 metros, já a
profundidade máxima conhecida, na fossa das Marianas, é de 11 034 metros.
Na zona do Equador, é baixa a salinidade da água superficial, devido às chuvas
relativamente abundantes e à escassa evaporação, limitada pela ausência de ventos fortes e
pela nebulosidade. A temperatura das águas superficiais é, em geral, mais elevada no Pacífico
norte que no sul. Isso se deve à maior proporção de terras emersas no hemisfério norte e à
influência do continente gelado da Antártica no sul.
Oceano Atlântico: localizado entre a América, a Europa e a África, é o segundo
oceano do mundo em extensão, o que corresponde à quinta parte da superfície da
Terra. Apresenta-se fechado ao norte e muito aberto ao sul. A maior profundidade
do oceano atlântico é a fossa de Milwauke, com aproximadamente 9 650 metros,
localizada na região das Antilhas. Suas águas apresentam salinidade média
superior à dos demais oceanos.
Oceano Índico: é o terceiro dos oceanos terrestres em extensão, com cerca de 73
440 000 km2. Sua profundidade, em média de 3 890 metros, alcança o máximo na
fossa de Java, com 7 450 metros. O Índico estende-se entre três continentes: a
África a oeste, a Ásia ao norte e a Oceania a leste. A bacia do Oceano Índico formou-
se durante a Era mesozoica, quando o antigo continente de Gondwana se
fragmentou, dando origem à América (sul), à África, à Austrália, à Antártica e à
Índia. Esse oceano tem grande influência nos climas do sul asiático. A salinidade
das águas superficiais é menor a nordeste e maior a noroeste, sobretudo no mar
Vermelho e no golfo Pérsico. São abundantes os recursos minerais, principalmente
nas plataformas continentais do golfo Pérsico, no mar Vermelho e no oeste da
Austrália, onde se encontram importantes instalações petrolíferas. O fundo do mar
Vermelho contém depósitos de ferro e de cobre, e, no leito oceânico, acumulam-se
grandes quantidades de manganês e de cromo.
MARES
Porções de água salgada que circundam os continentes, os mares apresentam aspectos
físicos, químicos e biológicos peculiares e dimensões mais restritas do que os oceanos. Em
alguns casos, aparecem no interior dos continentes grandes corpos d’água que, em função de
sua extensão, recebem a denominação de mar (Ex.: Mar de Aral, Mar Morto, etc.), quando, na
verdade, trata-se de grandes lagos. De acordo com sua disposição no espaço e suas
características geográficas, os mares podem ser classificados em abertos, interiores e
fechados.
Abertos ou costeiros: são encontrados ao longo das regiões costeiras e
apresentam ampla comunicação com os oceanos. São mares abertos: Mar das
Antilhas, Mar do Norte, Mar Arábico, Mar da China e Mar do Japão.
Interiores ou continentais: encontram-se no interior dos continentes, mantendo,
porém, comunicação com os oceanos por meio de pequenas aberturas
denominadas estreitos ou canais. São mares interiores: Mar Mediterrâneo, Mar
Vermelho e Mar Negro.
Fechados ou isolados: são aqueles que não mantêm nenhuma comunicação com
os oceanos ou com os outros mares. Por estarem completamente isolados dos
oceanos, esses mares são bastante influenciados pelas características das áreas
continentais em que se encontram. São mares fechados: Mar Cáspio, Mar de Aral e
Mar Morto.
POLUIÇÃO MARINHA
A poluição marinha é em grande parte, consequência da poluição da água dos rios, que
correm para o mar. Indústrias e residências despejam toneladas de detritos nas águas dos
rios; cidades utilizam a água do mar como esgoto, lavouras empregam fertilizantes e
agrotóxicos, cujo excesso é transportado para o mar nas águas dos rios; e áreas de criação
descartam em rios excrementos de animais. Calcula-se que os dejetos urbanos residenciais e
industriais sejam responsáveis por 80% da poluição das águas do mar.
Substâncias tóxicas utilizadas nas atividades mineradoras, rejeitos das áreas de extração
de minérios ou resultantes de processos industriais da produção de pasta de celulose, tintas e
solventes acumulam metais pesados como mercúrio, chumbo e cádmio. Esses metais, quando
não tratados, são lançados nos rios, podendo atingir o mar e contaminar a fauna e flora
marinhas e o ser humano. Entre os efeitos danosos da exposição do ser humano aos metais
pesados estão o câncer, as doenças que atingem o sistema nervoso central e, em casos
extremos de contaminação a morte.
O CASO DE MINAMATA
Em maio de 1956, na cidade piscatória de Minamata, no Japão, várias pessoas
surgiram com sintomas que incluíam convulsões severas, surtos de psicose, perda de
consciência e coma, tendo acabado por morrer. Não se sabia a causa da doença que
afetou muitas pessoas da cidade, mas foi notado que alguns pássaros e gatos
apresentavam sintomas idênticos. Por exemplo, no caso dos gatos, começavam a pular
e contorcer-se, corriam em círculos e lançavam-se à água, afogando-se. Todos os
afetados pela doença tinham uma coisa em comum, alimentavam-se com quantidades
consideráveis de peixe da Baía de Minamata. Estabelecido este elo, tentou determinar-
se a causa e acabou por se concluir que uma fábrica em Minamata utilizava compostos
com mercúrio como catalisadores no processo de produção de PVC. Os efluentes da
fábrica, com resíduos que continham mercúrio, foram durante muitos anos deitados na
baía. Aí, este (na forma de metilmercúrio – extremamente tóxico) foi-se concentrando
no organismo dos peixes da baía. Como o peixe era o principal componente da dieta
local, milhares de moradores da região foram contaminados.
LAGOS
Lago pode ser definido como uma depressão do relevo coberta de água, geralmente
alimentada por cursos d’água e mananciais que variam em número, extensão e profundidade.
Os lagos encontrados nas bordas litorâneas e que possuem ligações com o mar são
denominados lagunas. No Brasil, podemos citar a Lagoa Mirim, a Lagoa Rodrigo de Freitas, a
Lagoa dos Patos, entre outras. Normalmente, os lagos são alimentados por um ou mais rios
afluentes.
Geralmente são alimentados por um ou mais rios, como também originam outros rios. É
o caso do Lago Vitória, onde nasce o rio Nilo.
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
As águas que se infiltraram no solo e que penetraram, devido à ação da gravidade, em
camadas profundas do subsolo atingindo o nível da zona de saturação (lençol freático) são
denominadas subterrâneas.
O solo e a estrutura geológica participam do ciclo hidrológico como grandes
reservatórios de água, os chamados aquíferos, que abastecem a vazão dos rios e são
susceptíveis de extração e utilização. Os aquíferos são depósitos de água constituídos por
rochas e solos que, em razão de particularidades (boa porosidade e permeabilidade) da
estrutura geológica, permitem a circulação e o armazenamento de água no subsolo. Os lençóis
freáticos são superfícies que delimitam a zona de preenchimento dos espaços porosos e
permeáveis entre partículas do solo e das rochas, determinando a zona de saturação, a partir
da qual a água não mais infiltra no perfil do solo. Esses lençóis afloram, nas superfícies em que
há desníveis do terreno, sob forma de nascentes.
AQUÍFEROS LIVRES E SUSPENSOS
Fonte: TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, Cristina; FAIRCHILD, Thomas; TAIOLI, Fábio. Decifrando a Terra.
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.p.126.
A água subterrânea apresenta algumas propriedades que tornam o seu uso mais
vantajoso em relação às águas dos rios: são filtradas e purificadas naturalmente por meio da
percolação, determinando, em alguns casos, excelente qualidade, e podendo, às vezes, até
dispensar tratamentos prévios; não ocupa espaço em superfície e sofre menor influência
direta das variações climáticas.
EXERCÍCIOS
1. Sobre as reservas e a utilização dos recursos hídricos no Brasil e no Mundo,
podemos afirmar que:
I. a água doce dos rios e dos lagos de todo o planeta é responsável pela maior parte da
água doce da Terra;
II. no mundo inteiro, mais de 1,5 bilhão de pessoas dependem principalmente da água de
reservas subterrâneas para suprir suas necessidades básicas;
III. apesar de grande parte do Estado de São Paulo situar-se sobre o Aquífero Guarani, o
sistema de abastecimento do Estado não utiliza fontes subterrâneas;
IV. as calotas polares e as geleiras são as mais importantes, em termos quantitativos,
reservas de água doce de nosso planeta.
GABARITO
1. D
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CARTOGRAFIA ................................................................................................................. 2
HIDROGRAFIA ................................................................................................................................................ 2
OCEANOS E MARES – HIDROGRAFIA II ...................................................................................................... 2
Na foz encontra-se o nível de base do rio, que é sua parte mais baixa. Quando um rio
deságua em outro, o encontro denomina-se confluência e aí se localiza o nível de base.
GEOPOLÍTICA DA ÁGUA
A atual situação dos recursos hídricos é um dos principais fatores que vem causando
preocupações quanto a conflitos entre países devido à maneira como estão sendo gerenciados
esses recursos. Como a distribuição natural da água pela superfície não corresponde à
distribuição política, alguns países possuem mais volume de água doce do que outros,
contribuindo assim para diversos tipos de conflitos.
Essa crise tem provocado algumas mudanças nas economias, pois a água é fonte de
riqueza em setores como o da agricultura, da indústria, da geração de energia, além de ser
essencial para a sobrevivência humana. Recuperar a sua qualidade, volume e sua distribuição
são desafios que os governantes terão nos próximos anos para que ela não se torne um
produto de mercantilização e motivos de conflitos.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO),
órgão da ONU, estima-se que 1,1 bilhão de pessoas no mundo carecem de acesso à água
potável e 2,5 bilhões de pessoas de serviços de saneamento, além de 1,3 bilhão não terem
acesso à eletricidade, e esses números só tendem a aumentar. Dos quinze países mais carentes
desse recurso, doze deles estão no norte da África e no Oriente Médio, regiões potencialmente
explosivas por conta de conflitos internos, como os de tribos que vivem sob a mesma bandeira
e têm diferentes origens étnicas e crenças religiosas. Essa crescente demanda por água doce
pode reavivar confrontos entre esses países que já disputam espaço político e influência.
Outros estudos realizados pela ONU apontam que cinquenta anos é o tempo estimado para
que metade da população mundial conviva com a escassez crônica da água.
Assim como as riquezas são distribuídas de forma irregular entre as nações, por
questões políticas a distribuição da água deve ser analisada nessa mesma perspectiva, pois
não se pode considerar que a sua distribuição natural desigual e as mudanças climáticas
sejam apontadas como únicas causas da atual crise hídrica global.
O domínio por territórios de grandes quantidades de água é um fator fundamental para
que qualquer sociedade possa garantir a sua sobrevivência e desenvolvimento. Existem
territórios e regiões que possuem grandes quantidades deste recurso, enquanto em outros
pontos do planeta não apenas é um bem escasso como também é responsável pela miséria e
conflitos inter e extraterritoriais.
Entre todas as previsões sobre o assunto, algumas apontam que poderá haver mais
guerra no futuro pela água. Mas a escassez de água também poderá diminuir a produção de
alimentos e ampliar a disseminação de doenças, aumentar a pobreza e a violência devido às
migrações, e até alterar quadros civilizacionais, como entre Bangladesh e Índia, que devido à
escassez de água gera migrações de um país para outro, alterando o quadro étnico de ambos.
Os conflitos serão inevitáveis e continuarão crescendo se não acontecer uma mudança
radical em nossa sociedade e no estilo de vida. Muito se fala no conceito de Desenvolvimento
Sustentável, mas ele tem um alto custo, e como vai beneficiar as gerações futuras que ainda
não votam nem pagam impostos, faz com que entendemos porque a ele ainda não foi dada a
devida importância. A esperança recai sobre o conceito de Sociedade Sustentável, que ao
contrário da primeira que apenas modificaria o modo de produção, esta sim, levaria uma
nação a um consumo consciente e com possibilidade de compartilhar os recursos nela
existentes.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o estresse hídrico poderá afetar até
18 milhões de pessoas até 2020, mas existem outras previsões que falam em números
maiores. Nos países andinos, a situação parece se complicar, pois boa parte dos rios que
abastecem a região é proveniente do derretimento do gelo nas montanhas que compõem os
Andes. Com a elevação das temperaturas em razão do aquecimento global, a quantidade desse
gelo diminuirá e a vazão desses rios poderá ser menor.
Dessa forma, para que o mundo evite a ocorrência de um “estresse hídrico
generalizado”, que afete a maior parte da população mundial, é preciso conservar os cursos
d'água e os mananciais, bem como as reservas florestais que auxiliam na preservação das
nascentes em seus mais diversos tipos. É necessário que o mundo consiga desenvolver-se a
partir de uma perspectiva sustentável, ou seja, de conservação dos elementos naturais para as
gerações futuras.
Se um país polui as águas de um rio a montante (na direção da nascente) ou desvia suas
águas, afeta inevitavelmente a quantidade, a regularidade e a qualidade de água para os países
que o utilizam a jusante (para onde correm as águas do rio, sua foz).
O Relatório do Desenvolvimento Humano de 2006 apresenta alguns conflitos internos
relacionados a questão da água, como na China, Índia, Tailândia e Paquistão.
Nos últimos 50 anos, 37 confrontos entre Estados envolvem o compartilhamento de
água além de diversos tratados nessa temática. No âmbito internacional, a falta de
cooperação e a má gestão das bacias hidrográficas internacionais ameaçam o meio ambiente,
deteriorando a qualidade da água, agravando o problema das secas e afetando a subsistência e
a pesca.
Além de rios e lagos, os aquíferos repositórios de mais de 90% da água doce do planeta,
também ultrapassam as fronteiras estabelecidas pela humanidade. É o caso do aquífero
Guarani, na América do Sul, partilhado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Somente na
Europa existem mais de 100 aquíferos transfronteiriços.
A cooperação e a gestão compartilhada das águas transfronteiriças, porém, podem
melhorar e até reverter situações de risco. Algumas dessas medidas já estão sendo adotadas
na União Europeia, como o Plano de Ação do Rio Reno, além dele o rio Danúbio também é alvo
de políticas ambientais. Na África, o Lesoto e a África do Sul colocaram em prática um
programa conjunto de infraestrutura que está produzindo água de boa qualidade e
rendimentos para a população.
O caso mais conhecido é o do Mar de Aral, tido como um dos piores desastres ecológicos
provocados pela ação humana.
Fonte: www.planetasolar.com.br
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
A DINÂMICA A ATMOSFERA .......................................................................................................................... 2
AS CAMADAS E SUAS CARACTERÍSTICAS ................................................................................................... 2
Fonte: FARNDON, John. Dictionary of the Earth. London, Dorling Kindersley, 1994.
TEMPO = CLIMA?
Muito embora estejam relacionados, tempo e clima são conceitos diferentes. Ao falarmos
de tempo estamos nos referindo às condições atmosféricas de um determinado lugar num
determinado momento. Agora o tempo está ensolarado, mas daqui a algumas horas poderá
estar chuvoso. O clima corresponde ao conjunto de características médias da atmosfera, num
dado lugar, durante um longo período. Esse período deve ser suficientemente longo para que
uma anomalia climática anual não tenha influência na determinação do clima, já que se trata
de uma média e as médias são fortemente influenciadas por dados extremos. Por isso o tempo
mínimo para determinações climáticas é de 30 - 35 anos.
PREVISÃO DO TEMPO
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
A DINÂMICA A ATMOSFERA .......................................................................................................................... 2
EL NIÑO E LA NIÑA..................................................................................................................................... 2
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5
GABARITO ...................................................................................................................................................... 5
O termo La Niña ("a menina", em espanhol) surgiu pois o fenômeno se caracteriza por
ser oposto ao El Niño. Pode ser chamado também de episódio frio, ou ainda El Viejo ("o velho",
em espanhol). Algumas pessoas chamam o La Niña de anti-El Niño, porém como El Niño se
refere ao menino Jesus, anti-El Niño seria então o Diabo e, portanto, esse termo é pouco
utilizado. O termo mais utilizado hoje é: La Niña
Em geral, episódios La Niñas também têm frequência de 2 a 7 anos, todavia tem ocorrido
em menor quantidade que o El Niño durante as últimas décadas. Além do mais, os episódios
La Niña têm períodos de aproximadamente 9 a 12 meses, e somente alguns episódios
persistem por mais que 2 anos. Outro ponto interessante é que os valores das anomalias de
temperatura da superfície do mar (TSM) em anos de La Niña têm desvios menores que em
anos de El Niño, ou seja, enquanto observam-se anomalias de até 4, 5ºC acima da média em
alguns anos de El Niño, em anos de La Niña as maiores anomalias observadas não chegam a
4°C abaixo da média. Episódios recentes do La Niña ocorreram nos anos de 1988/89 (que foi
um dos mais intensos), em 1995/96 e em 1998/99.
EXERCÍCIOS
1. As consequências do fenômeno El Niño ocorrem de forma diferenciada sobre o espaço
brasileiro. Em algumas áreas, ocorrem chuvas acima da média histórica, enquanto em
outras a quantidade de chuvas diminui. Há outras áreas, entretanto, que não sofrem os
efeitos desse fenômeno, mantendo as mesmas médias históricas.
Sobre os efeitos do El Niño nas chuvas sobre o território brasileiro, podemos afirmar
que esse Fenômeno
a) intensifica as chuvas na Amazônia e provoca estiagem prolongada na Região Sul.
b) mantém as chuvas com as mesmas médias históricas nas Regiões Sul e Sudeste.
c) provoca precipitações acima da média na Região Sul, com enchentes e inundações
anormais durante o verão.
d) acarreta chuvas abaixo da média no Sertão nordestino e chuvas acima da média em
toda a Amazônia.
e) provoca grande estiagem na Região Sul e eleva as médias pluviométricas na Região
Nordeste.
2. Sobre os principais efeitos do fenômeno “El Niño” nas diferentes regiões do Brasil,
pode-se afirmar que
a) na Região Sul, o volume de chuva se reduz significativamente, sobretudo no fim do
outono e começo do inverno.
b) prejudica a pecuária e compromete o abastecimento de água no Sertão, podendo
atingir também o Agreste e a Zona da Mata Nordestina.
c) provoca grandes inundações na porção leste da Amazônia, prejudicando a atividade
agrícola na região.
d) traz mais benefícios do que prejuízos à agricultura no Sul do País, uma vez que
interrompe os longos períodos de estiagem característicos do clima subtropical
litorâneo.
e) ao contrário da “La Niña”, intensifica o volume de chuvas e aumenta a temperatura
média em todas as regiões do País.
GABARITO
1. C
2. A
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
A DINÂMICA A ATMOSFERA .......................................................................................................................... 2
BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO E AQUECIMENTO GLOBAL ................................................................. 2
LOVELOCK, James. Gaia: cura para um planeta doente. São Paulo: Cultrix, 2016.p.169.
CONCENTRAÇÃO DE CARBONO NA ATMOSFERA PODE PASSAR DOS 410 PPM
NESTE ANO
A concentração de carbono na atmosfera da Terra pode ultrapassar mais uma
barreira simbólica neste ano. Segundo o Met Office, instituto de meteorologia e clima
britânico, a concentração pode passar da casa dos 410 partes por milhão (ppm) no
meio de 2017. A ultrapassagem histórica poderá ocorrer em maio. Depois, a
concentração deve recuar para cerca de 403 ppm, mantendo a tendência de elevação
constante desde que a humanidade começou a entupir a atmosfera com os gases de
efeito estufa.
O salto na concentração de carbono de 2016 a 2017 será menor do que a variação
do período anterior (de 2015 a 2016). Afinal, o salto registrado no ano passado foi o
maior em 50 anos de série histórica no observatório de Mauna Loa, no Havaí. Mesmo
assim, o aumento na taxa de carbono deste ano deverá ser acima da média.
A taxa de carbono atingiu pela primeira vez a marca dos 400 ppm em 2012. O
dado foi confirmado pelo observatório de Mauna no ano seguinte. Em 2016, pela
primeira vez passamos um ano inteiro com uma concentração de CO2 na atmosfera
acima de 400 partes por milhão. Antes da era industrial, essa concentração ficava
abaixo de
http://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/noticia/2017/03/concentracao-de-carbono-na-
atmosfera-pode-passar-dos-410-ppm-este-ano.html
AQUECIMENTO GLOBAL
Uma das consequências da ação humana sobre o meio ambiente é a elevação da
temperatura média global, provocada pela intensificação do efeito estufa. O efeito estufa é um
fenômeno conhecido desde o fim do século XIX. Porém, é somente no século XX que as
pesquisas tornaram-se mais confiáveis. Pesquisas apontam para um acréscimo de 3°C na
temperatura média até 2050, quando a concentração de dióxido de carbono na atmosfera
duplicará.
O ano de 2016 consta como o ano mais quente já registrado desde 1880, segundo a
agência norte-americana que monitora a atmosfera e os oceanos, a NOOAA. Foi também o
terceiro ano consecutivo que registrou um aumento recorde de temperatura média do planeta
(0,94ºC). No século XXI esse recorde já foi quebrado 5 vezes, em 2005, 2010, 2014, 2015 e
2016.
ANOMALIAS CLIMÁTICAS GLOBAIS
EFEITO ESTUFA
O Efeito Estufa é um dos principais fatores para a manutenção da temperatura do
planeta. Mas sua intensificação se acelerou no século XX, o que está alterando ciclos
biológicos. Um exemplo perturbador é o do ozônio (O3), que existe em todas as camadas do ar.
O aumento da quantidade do gás em baixas altitudes agrava o efeito estufa, pois aumenta a
retenção de energia solar. Porém, a relação entre o aumento das emissões de CO2 e as
alterações climáticas não é consenso entre os pesquisadores.
MUDANÇAS NA TEMPERATURA DO PLANETA
Para os participantes do IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Mudanças
Climáticas), porém, o que está acontecendo agora é diferente. Os gases que se acumulam na
atmosfera como resultado da atividade do homem são transparentes à luz visível, como um
vidro de uma estufa, permitindo que os raios solares aqueçam a superfície terrestre. Quando a
Terra devolve o calor em excesso, não é mais sob forma de luz, mas de radiação
infravermelha. Como os gases poluentes absorvem essa radiação como calor, parte fica retida
na atmosfera, resultando num aumento da temperatura. Segundo dados do IPCC existem
mudanças consideráveis no mundo inteiro. Entre 1995 e 2016, estão 11 dos 12 anos mais
quentes já registrados desde 1880. O mar está subindo, e o ritmo dessa elevação está
aumentando, no decorrer do século XX, as águas subiram 17 cm.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
A DINÂMICA A ATMOSFERA .......................................................................................................................... 2
ELEMENTOS E FATORES DO CLIMA E OS TIPOS CLIMÁTICOS I .................................................................. 2
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 9
GABARITO ...................................................................................................................................................... 9
ALTITUDE
Quanto maior for a altitude, menor a temperatura. No alto de uma grande serra é mais
frio, no mesmo instante e na mesma latitude, que ao nível do mar. Esse fenômeno é facilmente
compreensível, já que a atmosfera se aquece apenas por irradiação; os raios solares aquecem
a superfície na qual incidem, seja continente ou oceano, que irradiará o calor absorvido para a
atmosfera. Quanto maior a altitude, menos intensa é a irradiação e menor a temperatura. Há
que se considerar, ainda, que o ar se torna mais rarefeito, ou seja, há uma menor concentração
de gases e de umidade à medida que aumenta a altitude, o que reduz a retenção de calor nas
camadas mais elevadas da atmosfera, reduzindo, assim, a temperatura.
CONTINENTALIDADE /MARITIMIDADE
A maior ou menor proximidade de grandes quantidades de água exerce forte influência
não só no comportamento da umidade relativa do ar, mas também da temperatura. O calor
específico (indicador da capacidade de retenção de calor) da água é maior que o da terra. Em
consequência, a água demora a se aquecer, enquanto os continentes aquecem-se rapidamente.
Por outro lado, a água retém calor por mais tempo que o continente. Portanto, em localidades
que sofrem influência da continentalidade, as amplitudes térmicas diária, sazonais são
maiores que nas localidades que sofrem influência da maritimidade. Por possuir uma
quantidade de terras emersas muito maior que o Hemisfério Sul, o Hemisfério Norte tem uma
amplitude térmica anual maior, com invernos mais rigorosos e verões mais quentes.
EFEITOS DA CONTINENTALIDADE E MARITIMIDADE
CORRENTES MARÍTIMAS
Porções de água que se movem por grandes extensões e são geradas pelo aquecimento
desigual das superfícies líquidas, provocados pela radiação solar e pelo sistema de ventos. As
diferentes temperaturas afetam a densidade das correntes e, por sua vez, a sua salinidade. As
massas de águas de densidade elevada afundam lentamente, provocando a circulação vertical
e em profundidade das águas, formando, corrente de retorno, já os ventos arrastam
horizontalmente as águas.
Assim como acontece com os ventos (Efeito Coriólis), a rotação da Terra desvia as
correntes marítimas. A topografia do assoalho marinho e as terras emersas também são
responsáveis pela alteração dos fluxos das correntes.
EFEITO CORIÓLIS
https://i1.wp.com/scibreak.com.br/wp-content/uploads/2016/03/hurricanes-coriolis.jpg
VEGETAÇÃO
As plantas retiram umidade do solo pela raiz e a enviam à atmosfera pelas folhas
(evapotranspiração). Além disso, a vegetação impede que os raios solares incidam
diretamente sobre a superfície. Assim, com o desmatamento, há uma grande diminuição da
umidade e, portanto, das chuvas, além de um aumento significativo das temperaturas médias.
RELEVO
Além de estar associado à altitude, que é um fator climático, o relevo também influi na
temperatura e na umidade, ao facilitar ou dificultar a circulação das massas de ar. Por
exemplo, nos Estados Unidos, as cadeias montanhosas do oeste (Sierra Nevada, cadeias da
Costa) impedem a passagem das massas de ar vindas do oceano Pacífico, o que explica as
chuvas na vertente voltada para o mar e a aridez no lado oposto. No Brasil, a disposição
longitudinal das serras no Centro-Sul do país forma um “corredor” que facilita a circulação da
massa polar atlântica e dificulta a circulação da massa tropical atlântica.
UMIDADE DO AR
A umidade corresponde à quantidade de vapor de água encontrado na atmosfera em
determinado instante, podendo ser expressa em números absolutos (g/m³) e relativos (%).
A umidade absoluta é a quantidade total de vapor d’água que se encontra no ar num
determinado momento, medida em gramas por metro cúbico. O ponto de saturação é o
máximo de vapor d’água que a atmosfera pode ter. A umidade relativa é a relação medida em
porcentagem, entre a absoluta e o seu ponto de saturação. Se o vapor d’água existente no ar
alcançar o seu limite, atinge o ponto de saturação e ocorre a precipitação. A umidade varia
com a altitude e a latitude. Praticamente 80% encontram-se abaixo de 1600 m e as regiões
equatoriais, por serem mais quentes e ocasionarem maior evaporação, são mais úmidas do
que as regiões polares, onde ocorrem menores temperaturas. Portanto, quanto maiores a
altitude e a latitude, menor será a umidade do ar.
UMIDADE NO BRASIL EM PERÍODOS SECOS
Fonte: www.novaimprensa.inf.br
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
A pressão atmosférica é a força que o ar exerce sobre uma superfície. Quanto maior a
altitude, menor a coluna e maior a rarefação do ar, o que diminui a pressão. Sabe-se, ainda,
que o ar quente é leve. Esse fenômeno é explicado pela expansão dos gases, ou seja, quanto
maior a temperatura, menor o número de moléculas e, portanto, menor o peso de cada metro
cúbico de ar. Em contrapartida, quanto menor a temperatura, maior o número de moléculas
por metro cúbico de ar; há, então, maiores peso e pressão.
VENTOS E CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA
Ventos são os deslocamentos do ar na atmosfera. Esse deslocamento é contínuo e ocorre
por diferença de pressão tanto horizontal como verticalmente. Quanto maior for a diferença
de pressão maior será a sua velocidade.
Nas zonas subtropicais, em latitudes próximas aos 30° nos dois hemisférios (alta
pressão) o ar atmosférico desloca-se para as zonas equatoriais (baixa pressão) onde é
aquecido, ascende, resfria com a altitude, precipita a umidade obtida durante a travessia dos
oceanos, retorna em altitude e descende nas regiões subtropicais onde se originou, formando
a Célula de Hadley.
Na Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), nas proximidades do Equador, ocorre o
encontro do ar proveniente dos dois hemisférios. Essa zona acompanha o deslocamento dos
raios solares na superfície do planeta, localizando-se ao norte do Equador nos meses de abril
a setembro, e ao sul do Equador nos meses de outubro a março. Nos equinócios localiza-se
sobre o Equador.
Temos, ainda, uma célula intermediária entre a Polar e a Hadley, que originam os ventos
de oeste, nos dois hemisférios. A circulação, pois é consequência da desigual distribuição da
energia solar. Na atmosfera circulações de diversas escalas. Podem-se constituir desde suaves
brisas até furacões.
COMO SE FORMA UM FURACÃO
www.folha.com.br
DEVASTADOR, FURACÃO IRMA DEIXOU RASTRO DE DESTRUIÇÃO E MORTES POR
ONDE PASSOU
O furacão Irma, que atingiu, neste domingo (10), os Estados Unidos, surgiu no final
de agosto na costa africana, mas começou a causar estragos na última quarta (6),
quando chegou à ilha de Barbuda, na região do Caribe.
BARBUDA
Classificado como furacão de categoria 5, na ocasião, pelo NHC (sigla em inglês
para Centro Nacional de Furacões), o Irma atingiu a ilha de Barbuda na quarta-feira
com ventos que alcançaram os 295 km/h, deixando um morto.
REPÚBLICA DOMINICANA E HAITI
Na mesma região, o Irma chegou à República Dominicana e ao Haiti na quinta-
feira (7). Ao menos 19 mil dominicanos tiveram que deixar suas casas. Autoridades da
República Dominicana também cortaram o fornecimento de eletricidade em muitas
zonas de maneira preventiva. No país vizinho, Haiti, o Irma causou inundações e deixou
feridos na região nordeste. Como ele passou um pouco mais ao norte do que o previsto,
o impacto no Haiti foi menor que o esperado.
BAHAMAS E CUBA
Na sexta-feira (8), o furacão seguiu a noroeste, passando entre Cuba e Bahamas.
Os cubanos sentiram mais os efeitos do Irma no sábado (9), quando ele atingiu o
arquipélago de Camagüey, situado no norte da Ilha, com ventos de 260 km/h. Ondas de
até sete metros foram registradas e a região de Havana foi colocada em alerta. Mais de
1 milhão de pessoas deixaram suas casas em zonas vulneráveis do país.
ESTADOS UNIDOS
Neste domingo (10), o Irma, na categoria 4, chegou ao sul do estado americano da
Flórida com ventos de cerca de 215 km/h. No total, as autoridades americanas
ordenaram que 6,3 milhões de pessoas deixassem as suas casas na Flórida. Mais de um
milhão já haviam recebido uma ordem de evacuação obrigatória. Ao menos três
pessoas morreram na região até a manhã deste domingo. Na sequência, o Irma deve
atingir os Estados da Geórgia e da Carolina do Sul. Autoridades norte-americanas
estimam que o furacão tenha um impacto "devastador".
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2017/09/10/devastador-por-onde-
o-furacao-irma-passou-ate-agora.htm
EXERCÍCIOS
1. Leia os trechos a seguir:
“17/07/2017- Canela, Gramado e Caxias do Sul, [...] registraram o fenômeno. Frio
chegou com intensidade ao estado e temperatura deve cair ainda mais ao longo do dia.“
(https://g1.globo.com)
“31/03/2016- Com chances de neve já no outono, o frio em Gramado promete chegar
com tudo [...]”
(https://www.dicasdegramado.com.br)
Nos últimos anos, temos observado na mídia uma série de notícias evidenciando o
rigor do inverno na região acima referida. Esta região tem atraído inúmeros turistas
que gostam de contemplar o frio, as comidas típicas locais e têm o anseio de conhecer,
ao vivo, a neve e o congelamento das águas em pleno Brasil. A associação de dois
importantes fatores climáticos justifica a ocorrência de tais fenômenos meteorológicos
nesta região. São eles:
a) latitude e altitude.
b) maritimidade e latitude.
c) continentalidade e maritimidade.
d) altitude e longitude.
e) correntes marítimas e massas de ar.
GABARITO
1. A
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
A DINÂMICA DA ATMOSFERA ........................................................................................................................ 2
ELEMENTOS E FATORES DO CLIMA E OS TIPOS CLIMÁTICOS II ................................................................. 2
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 4
GABARITO ...................................................................................................................................................... 5
Fonte: adaptado de FERREIRA, Atlas geográfico espaço mundial, p.70; Nova enciclopédia ilustrada,
Folha, vol, 1.p.204.
CLIMA EQUATORIAL
Esse tipo de clima é caracterizado pelos mais elevados índices pluviométricos em
regiões continentais e por temperaturas quase sempre constantes que se situam acima dos
20°C.
As características mais marcantes de temperatura e umidade desse clima são
justificadas pela sua ocorrência ao longo da linha do Equador. Nessa faixa, o sol vai incidir
frontalmente durante todo o ano garantindo a manutenção da temperatura (elevadas médias
térmicas e reduzida amplitude térmica), cabe destacar também, que a presença da zona de
convergência intertropical (ZCIT), a ação dos alísios e das massas equatoriais, favorecem aos
elevados índices pluviométricos que ficam em torno de 2500 mm/ano.
CLIMA TEMPERADO
O fato que mais caracteriza esse tipo climático do nosso planeta é, sem dúvida, a
ocorrência das quatro estações do ano em períodos bem definidos, daí as variações sazonais
de temperatura, verões quentes e invernos frios (elevada amplitude térmica anual). É um
clima que apresenta variações de amplitude térmica e de média térmica, devido à influência
regional da maritimidade ou da continentalidade.
CLIMA SEMIÁRIDO
É um tipo climático de transição, com um índice de chuvas inferior a 700 mm/ano e sua
irregular distribuição. Sua ocorrência se dá tanto na faixa tropical como na temperada.
EXERCÍCIOS
1. Observe os climogramas a seguir:
GABARITO
1. A
2. A
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
OS GRANDES DOMÍNIOS NATURAIS .............................................................................................................. 2
DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS AS GRANDES PAISAGENS NATURAIS I ....... 2
1
Ecologia: palavra derivada do grego oikos, que significa “casa” ou “lar”. É a ciência que estuda as relações
entre os organismos e o seu meio ambiente.
2
População: grupo de indivíduos de uma espécie que ocupa uma determinada área, mantendo intercâmbio
de informação genética. Atributos: taxa de natalidade e mortalidade; proporção de sexos; distribuição de
idades; imigração e emigração.
3
Biocenose: conjunto inter-relacionado da fauna e flora, vivendo em um determinado biótopo (área). Para
Odum é o mesmo que comunidade, mas outros autores diferenciam.
4
Fatores Abióticos: qualquer aspecto físico ou químico do ambiente, que afete o ecossistema (luminosidade,
umidade. pH, etc.)
5
Ecossistema: qualquer biossistema que abranja todos os organismos que funcionam em conjunto
(comunidade biótica, ou grupo de comunidades) em uma certa área, interagindo com o ambiente físico de tal
forma que um fluxo de energia produza estruturas bióticas definidas e uma reciclagem de materiais entre as
partes vivas e não-vivas.
6
Biosfera: todos os organismos vivos da Terra que interagem com o ambiente físico como um todo, para
manter um sistema de estado contínuo, intermediário no fluxo de energia entre a entrada de energia de
origem solar e o dissipador térmico do espaço.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
OS DOMÍNIOS NATURAIS .............................................................................................................................. 2
DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS GRANDES PAISAGENS NATURAIS II .... 2
Coníferas no Canadá.
Trata-se de uma formação florestal típica da zona temperada. Ocorre em altas latitudes,
em climas temperados continentais. Abrange principalmente parte do território do Canadá,
Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia. Neste último país, cobre mais da metade do território e é
conhecida como Taiga. Formação bastante homogênea, na qual predominam pinheiros, é
importante para a economia desses países como fonte de matéria-prima para a indústria
madeireira e de papel e celulose.
FLORESTA TEMPERADA E SUBTROPICAIS
Formação típica da zona climática temperada surge, diferentemente das coníferas, em
latitudes mais baixas e sob a maior influência da maritimidade. Dominava extensas porções da
Europa Centro-Ocidental, mas ainda ocorre na Ásia, na América do Norte e em pequenas
extensões da América do Sul e da Austrália. Na Europa, restam apenas pequenos bosques,
como a Floresta Negra (Alemanha) e a Floresta de Sherwood (Inglaterra). O que restou dessa
floresta caducifólia é uma formação secundária conhecida como Landres, na qual aparecem
espécies como abetos, faias, carvalho, etc.
TUNDRA
Vegetação rasteira, de ciclo vegetativo extremamente curto. Por encontrar-se nas
regiões polares, desenvolve-se apenas durante aproximadamente três meses, quando ocorre o
degelo de verão. As espécies típicas são os musgos, nas baixadas úmidas, e os liquens, nas
porções mais altas do terreno, onde o solo é mais seco.
VEGETAÇÃO MEDITERRÂNEA
Desenvolve-se em regiões de clima mediterrâneo, que apresenta verões muito quentes e
secos e invernos amenos e chuvosos. Surge no sudoeste dos Estados Unidos, na região central
do Chile, no sudoeste da África do Sul e no sudoeste da Austrália. Mas as maiores
concentrações estão no sul da Europa e no norte da África. Trata-se de uma vegetação
esparsa, que possui três estratos: um arbóreo, um arbustivo e um herbáceo. Apresenta
características xerófilas.
PRADARIA
Formação herbácea, composta basicamente de capim, que aparece em regiões de clima
temperado continental. Surge na Europa central e no oeste da Rússia, nas Grandes Planícies
americanas, nos Pampas argentinos e na Grande Bacia Australiana. Embora tenha sido muito
usada como paisagem, essa vegetação é muito importante pelo solo rico em matéria orgânica
que acondiciona. Um dos solos mais férteis do mundo, denominado tchernozion, surge sob as
pradarias da Rússia e da Ucrânia.
ESTEPE
É uma vegetação herbácea, como as pradarias, porém mais esparsa e ressecada. Surge
em climas semiáridos, portanto na faixa de transição de climas úmidos (temperados ou
tropicais).
SAVANA
Vegetação complexa que surge sob influência do clima tropical, alternadamente úmido e
seco. Na África, essa vegetação tem grande importância, por abrigar animais de grande porte,
como leões, elefantes, rinocerontes, zebras, grifas, etc. Apresenta estratos arbóreos,
arbustivos e herbáceos. Ocorre na África Centro-oriental, no Brasil central e, em menores
extensões, na Índia. Na África, essa vegetação tem grande importância, por abrigar animais de
grande porte, como leões, rinocerontes, etc.
HOTSPOTS
O conceito Hotspot foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver
um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais as áreas mais importantes para
preservar a biodiversidade na Terra? Ao observar que a biodiversidade não está igualmente
distribuída no planeta, Myers procurou identificar quais as regiões que concentravam os mais
altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Ele
chamou essas regiões de Hotspots.
Hotspot é, portanto, toda área prioritária para conservação, isto é, de alta biodiversidade
e ameaçada no mais alto grau. É considerada Hotspot uma área com pelo menos 1.500
espécies endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua vegetação original.
Fonte: berkeley.edu
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
QUESTÕES AMBIENTAIS I .............................................................................................................................. 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS: POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA, EROSÃO, ASSOREAMENTO, POLUIÇÃO DOS
RECURSOS HÍDRICOS E A QUESTÃO DA BIODIVERSIDADE I ...................................................................... 2
É na biosfera que a Ecologia 1, termo utilizado pela primeira vez pelo biólogo alemão
Ernst Haeckel em 1866, encontra seu objeto de estudo. O ecossistema é uma porção da
biosfera na qual se estabelecem as relações entre organismos e o meio inorgânico, que
deveriam ser harmoniosas.
1
Palavra ecologia reúne as noções de “casa” (em grego oikos) e de “estudo” (em grego, logos). É a ciência que
estuda as relações entre os organismos e o seu meio ambiente.
Fonte: FERREIRA, Graça. M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2003.p.80.
ANTROPOCENO
O impacto das ações humanas sobre o planeta deixou marcas tão profundas que
poderíamos considerar que estamos vivendo uma nova época geológica, o Antropoceno. Essa
é a conclusão a que chegaram, após anos de debate, os pesquisadores que compõem o Grupo
de Trabalho do Antropoceno e que participaram do 35º Congresso Geológico Internacional, na
África do Sul, em setembro de 2016.
Entre os anos de 1970 e 2016 a biodiversidade do planeta foi reduzida em cerca de 34%.
As populações de espécies tropicais foram as mais atingidas, com perdas que se aproximam
de 55% nesse período. Originalmente, o bioma das florestas tropicais úmidas cobria vastas
extensões da América do Sul e Central, África e Ásia, além da Oceania, porém, a degradação em
demasia reduziu bastante essa área de atuação.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
A poluição atmosférica é provocada por fontes estacionárias, como indústrias e usinas
termelétricas, e fontes móveis, como caminhões, ônibus e automóveis menores. É um dos
principais problemas de saúde pública, principalmente nas grandes aglomerações urbanas. Na
zona rural, a prática de queimadas em canaviais e os incêndios em florestas e outras
formações vegetais são os principais responsáveis pela poluição atmosférica. Com o
lançamento de gases e partículas sólidas na atmosfera, tanto pode ocorrer um desequilíbrio
nas proporções de gases que já a compõem (caso da elevação da concentração de dióxido de
carbono) quanto podem surgir gases estranhos a ela, como é o caso do dióxido de enxofre, dos
óxidos de nitrogênio e do monóxido de carbono. Ocorre também, o aumento de elementos ou
partículas que naturalmente não aparecem na composição atmosférica, caso do chumbo, das
potências industriais dos aerossóis, das fumaças negras, dos hidrocarbonetos, dos solventes,
etc.
CONCENTRAÇÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA (PARTÍCULAS POR MILHÃO – PPM)
LOVELOCK, James. Gaia: cura para um planeta doente. São Paulo: Cultrix, 2016.p.169.
http://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/noticia/2017/03/concentracao-de-
carbono-na-atmosfera-pode-passar-dos-410-ppm-este-ano.html
AQUECIMENTO GLOBAL
Uma das consequências da ação humana sobre o meio ambiente é a elevação da
temperatura média global, provocada pela intensificação do efeito estufa. O efeito estufa é um
fenômeno conhecido desde o fim do século XIX. Porém, é somente no século XX que as
pesquisas tornaram-se mais confiáveis. Pesquisas apontam para um acréscimo de 3°C na
temperatura média até 2050, quando a concentração de dióxido de carbono na atmosfera
duplicará.
O ano de 2016 consta como o ano mais quente já registrado desde 1880, segundo a
agência norte-americana que monitora a atmosfera e os oceanos, a NOOAA. Foi também o
terceiro ano consecutivo que registrou um aumento recorde de temperatura média do planeta
(0,94ºC). No século XXI esse recorde já foi quebrado 5 vezes, em 2005, 2010, 2014, 2015 e
2016.
ANOMALIAS CLIMÁTICAS GLOBAIS
EFEITO ESTUFA
O Efeito Estufa é um dos principais fatores para a manutenção da temperatura do
planeta. Mas sua intensificação se acelerou no século XX, o que está alterando ciclos
biológicos. Um exemplo perturbador é o do ozônio (O3), que existe em todas as camadas do
ar. O aumento da quantidade do gás em baixas altitudes agrava o efeito estufa, pois aumenta a
retenção de energia solar. Porém, a relação entre o aumento das emissões de CO2 e as
alterações climáticas não é consenso entre os pesquisadores.
MUDANÇAS NA TEMPERATURA DO PLANETA
ESTOCOLMO (1972) - Em 1972 foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o
Homem e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia). Nesse evento surgiram as primeiras
polêmicas sobre o antagonismo entre desenvolvimento e meio ambiente. Ainda nesse ano, em
Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, divulgou o resultado de um
estudo que ficou conhecido como Desenvolvimento Zero. Tal estudo alertava o mundo para os
problemas ambientais globais causados pela sociedade urbano-industrial e propunha o
congelamento do crescimento econômico como única solução para evitar que o aumento dos
impactos ambientais levasse a uma tragédia ecológica mundial. Dois grupos se formaram
nesse evento, os defensores do “desenvolvimento zero” e os defensores do “desenvolvimento
a qualquer custo”.
NORUEGA (1983) - A Assembleia Geral da ONU indicou a então primeira ministra da
Noruega, Gro Harlem Brundtland, para presidir uma comissão encarregada de estudar os
impactos ambientais mundiais. Em 1987 foi publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD) da ONU um estudo denominado Nosso Futuro
Comum, mais conhecido como Relatório Brundtland. Esse estudo, que defendia o
desenvolvimento para todos, buscava um equilíbrio entre as posições antagônicas surgidas
em 1972.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA TODOS
“A satisfação das necessidades essenciais depende em grande parte de que se
consiga o crescimento potencial pleno, e o desenvolvimento sustentável exige
claramente que haja crescimento econômico em regiões onde tais necessidades não
estão sendo atendidas. Onde já são atendidas, ele [o desenvolvimento sustentável] é
compatível com o crescimento econômico desde que esse crescimento reflita os
princípios ambientais de sustentabilidade e da não-exploração dos outros. Mas o
simples crescimento econômico não basta. Uma grande atividade produtiva pode
coexistir com a pobreza disseminada, e isso constitui um risco para o meio ambiente.
Por isso o desenvolvimento sustentável exige que as sociedades atendam às
necessidades humanas, tanto aumentando o potencial de produção quanto
assegurando à todos as mesmas oportunidades”.
BRUNDTLAND, Gro Harlem. Nosso futuro comum: Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. Rio de Janeiro: FGV, 1991.p.47.
2
O Clube de Roma congregou cientistas, economistas e altos funcionários governamentais, com a finalidade de interpretar aquilo que foi denominado “sistema global”. A perspectiva da ecologia parecia adequada
para a produção de um estudo sobre as tendências de longo prazo da sociedade industrial.
RIO 92 (ECO 92) - A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento, mais comumente chamada de “Fórum Global”, realizou-se no Rio de
Janeiro, de 3 a 14 de janeiro de 1992. O seu desafio principal, segundo o secretário geral
Maurice Strong, era o de “estabelecer a fundação de uma associação global entre os países em
vias de desenvolvimento e os países mais industrializados, tendo como base as suas
necessidades mútuas e os seus interesses comuns, com o intuito de assegurar o futuro do
planeta. Da Rio-92, ou Eco-92, resultaram metas e compromissos, como por exemplo, a
Agenda 21, a Convenção da Biodiversidade, a Convenção do Clima e a Declaração Sobre
Florestas.
JOHANNESBURGO 2002 (RIO+10) - A Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento
Sustentável (Cúpula da Terra), conhecida como Rio+10, foi realizada em Johannesburgo,
África do Sul, entre os dias 26 de agosto e 04 de setembro, reunindo 191 países. O principal
objetivo do encontro foi realizar um balanço dos resultados práticos obtidos depois da Rio-92.
RIO DE JANEIRO 2012 (RIO + 20) – Ao organizar a Rio + 20, a intenção das Nações
Unidas era debater também como a crise econômica mundial pode ser uma boa oportunidade
para rever o modelo econômico atual. As mudanças propostas deveriam se apoiar em três
pilares: economia, sociedade e meio ambiente. Assim, à lista de questões ambientais a ONU
adicionou a fome e a crise econômica mundial. Por isso o documento final da conferência ficou
conhecido como economia verde.
COPENHAGEN 2009 (COP 15) – A 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas aconteceu entre os dias 07 e 18 de dezembro de 2009 na
Dinamarca. O evento foi considerado o mais importante da breve história dos acordos
multilaterais sobre questões ambientais. O principal ponto discutido foi o Tratado que
substituirá o de Kyoto, que tinha como prazo final o ano de 2012.
MÉXICO (COP 16) - Os líderes do BASIC (grupo formado por Brasil, África do Sul, Índia e
China) ressaltaram os pontos que consideram inegociáveis nas discussões: o
comprometimento com a prorrogação do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012; a
aceleração do desenvolvimento do fundo de curto prazo para países em desenvolvimento e a
transferência de tecnologia. Também foi aprovada a criação do mecanismo REDD, sigla em
inglês para Redução de Emissões e Degradação Florestal. Ainda em Cancún, foi criado o
Fundo Verde, no qual países ricos comprometeram-se a depositar 30 bilhões de dólares até o
fim 2012 para ajudar países pobres a adotarem medidas na área ambiental.
DURBAN (COP 17) – Na COP 17, África do Sul, ficou decidido que o protocolo de Kyoto
terá sua vigência prorrogada até 2017. É adotada a plataforma Durban, novo acordo em que
todos os países terão metas obrigatórias para a redução das emissões de carbono a partir de
2015.
DOHA (COP 18) – Na COP 18, Doha (Catar), representantes de 195 países discutiram e
negociaram vários impasses, a 18ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP-18) terminou com a renovação do Protocolo de Kyoto até 2020 - o tratado é o único que
compromete os países desenvolvidos com a redução dos gases de efeito estufa.
VARSÓVIA (COP 19) – Ocorrida em Varsóvia, Polônia, a COP 19, apresentou um avanço
notável para o enfrentamento das mudanças climáticas, o acordo em torno das regras para
pagamento por esforços de redução de emissão decorrentes de ações contra o desmatamento
e degradação florestal – o chamado REDD+. As negociações em torno desse tema se
arrastavam há sete anos, e a decisão aprovada na COP 19 pode ser considerada o seu principal
resultado político.
LIMA (COP 20) - Depois de duas semanas de negociações tensas na COP 20, em Lima, as
delegações de 196 países aprovaram o "rascunho zero" de um futuro acordo global do clima
depois que as nações mais ricas fizeram concessões. O documento ressalta a culpa histórica de
emissões de gases-estufa, o que atribui aos países desenvolvidos mais responsabilidades em
comparação aos países em desenvolvimento. O acordo climático global deve contemplar
diversas ações para conter o aumento da temperatura do planeta e, com isso, frear os efeitos
da mudança climática.
PARIS (COP 21) – Em 2015, foi firmado o primeiro acordo a ter apoio de todos os 193
países-membros da ONU, que assinaram a convenção de 1992. Ele estabelece que todos os
países deverão se mobilizar para conter o avanço da temperatura média da Terra, ainda neste
século. Segundo o acordo, a partir de 2020, 100 bilhões de dólares serão investidos por ano
pelos países ricos aos países em desenvolvimento para combater a poluição. As ações dos
países são voluntárias.
MARRAKESH (COP 22) - A COP 22 representa um ponto de partida, como foco na
definição do chamado “livro de regras”, que estabelecerá como será a implementação das
obrigações assumidas em Paris, na COP-21. Nesse documento apontasse a necessidade de os
países desenvolvidos ampliarem seu nível de financiamento, definindo um “mapa do
caminho” que demonstre como se chegará como se chegará ao objetivo dos US$ 100 bilhões
anuais em 2020.
BONN (COP 23) – A 23ª Conferência das Partes (ou COP 23) da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (da sigla em inglês, UNFCC) terá lugar entre os dias
6 e 17 de novembro de 2017 na cidade de Bonn, na Alemanha. Várias decisões importantes
para questões ambientais a nível global resultaram de negociações realizadas em edições
anteriores da conferência, como o memorável Acordo de Paris, negociado na COP 21, em
2015.
“Cumpri minhas promessas uma após a outra. A economia cresceu e isso está apenas
começando. Vamos crescer e não vamos perder empregos. Pela gente deste país saímos do
acordo. Estou disposto a renegociar outro favorável aos Estados Unidos, mas que seja justo para
os trabalhadores, contribuintes e empresas. É hora de colocar Youngstown, Detroit e Pittsburgh
à frente de Paris”, bradou Trump.
É a doutrina America First (América Primeiro). Essa mensagem, mistura de patriotismo
econômico e xenofobia, o levou à Casa Branca – contra todas as previsões. Trump apela para
esse amálgama sempre que vê sua estabilidade ameaçada. Como agora. Acusado pelo
escândalo da trama russa, submetido à pressão das pesquisas de opinião, fustigado pelos
grandes meios de comunicação progressistas, desferiu um direto no mundo com a esperança
de encontrar o aplauso de seus eleitores mais fiéis, essa massa branca e empobrecida que
culpa a globalização por todos os seus males. “Fui eleito para representar os cidadãos de
Pittsburgh, não de Paris. Não se podem colocar os trabalhadores em risco de perder seus empregos.
Não podemos estar em desvantagem permanente”, disse Trump.
A ruptura é decisiva, mas não é uma surpresa. Embora os EUA sejam o segundo emissor
global de gases de efeito estufa, Trump sempre mostrou resistência em relação ao Acordo de
Paris. Em diversas ocasiões negou que o aumento das temperaturas se deva à mão do homem.
Chegou mesmo a zombar disso. “Admito que a mudança climática esteja causando alguns
problemas: ela nos faz gastar bilhões de dólares no desenvolvimento de tecnologias que não
precisamos”, escreveu em América Debilitada, seu livro programático.
Mas mais do que a rejeição ao consenso científico, o que realmente motivou Trump foi o
cálculo econômico. Em seu discurso, o pacto tornou-se um mero acordo comercial. Injusto e
perigoso para os EUA. Uma barreira burocrática que, em sua opinião, impede a livre expansão
industrial e só oferece vantagens competitivas para a China e a Índia. “O acordo é um castigo
para os Estados Unidos. A China pode elevar suas emissões sem limite, frente às restrições que nos
impusemos. E a Índia pode dobrar sua produção de carvão. Esse pacto enfraquece a economia norte-
americana, redistribui nossa riqueza no exterior e não nos permite usar todos os nossos recursos
energéticos”, enfatizou.
Tomada a decisão, a saída é fácil, embora tecnicamente lenta. Ao contrário do Protocolo
de Quioto, que George W. Bush abandonou em 2001, o Acordo de Paris não é vinculante. Não
foi ratificado pelo Senado e não tem penalidades. Seu elemento aglutinador é o compromisso.
A saída do Acordo de Paris representa a vitória do Trump mais retrógrado e de seus
assessores mais radicais, que forjaram a doutrina do patriotismo econômico.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – CLIMATOLOGIA ............................................................................................................... 2
QUESTÕES AMBIENTAIS II ............................................................................................................................. 2
OS IMPACTOS AMBIENTAIS: POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA, EROSÃO, ASSOREAMENTO, POLUIÇÃO DOS
RECURSOS HÍDRICOS E A QUESTÃO DA BIODIVERSIDADE II ..................................................................... 2
TRATADO DE KYOTO
O Protocolo de Kyoto entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, passando a ser um
tratado, com 141 assinaturas e o compromisso dos países signatários – dentre os quais o
Brasil – na redução da emissão de gases intensificadores do efeito estufa em 5,2%, em 2012,
quando venceu o Tratado de Kyoto e por isso teve que ser prorrogado.
As regras do Tratado de Kyoto estabeleciam cotas de redução de gases maiores para os
países industrializados do primeiro mundo e, cotas menores, para os países em
desenvolvimento. O Tratado de Kyoto também permitia – por meio dos MDLS (Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo) – que empresas do primeiro mundo invistam em países pobres,
financiando entidades ambientais, em projetos ecologicamente “limpos” nos campos de
geração de energia e de meio ambiente.
Esses investimentos possibilitam que essas empresas compensem a poluição que
produzem e ainda permitem, a essas mesmas empresas, aumentarem suas emissões de CO2
para cada 6 dólares investidos em projetos no terceiro mundo. Contudo, vale lembrar que só
serão aceitos projetos e investimentos aprovados pela ONU e outros órgãos de certificação.
Em março de 2001, George W. Bush contestou o acordo de Kyoto, alegando que as
determinações do acordo seriam prejudiciais à economia norte-americana principalmente,
pelo fato do país estar atravessando uma grave crise energética. Bush alegou ainda que o
acordo era pouco rigoroso com os países em desenvolvimento, portanto ele não ratificaria o
protocolo de Kyoto. A posição norte-americana reduziu substancialmente a chance de sucesso
do acordo.
A primeira etapa de Kyoto venceu em 2012 sem alcançar inúmeros de seus objetivos.
Apesar da discordância de alguns países desenvolvidos chegou-se a uma conclusão em
Durban, COP 17: o prazo de validade da primeira etapa do Protocolo de Kyoto foi 2017. Foi
assinada aí a Plataforma Durban, um documento que fixou uma agenda que culminou na
criação em 2015, de um novo acordo que obriga todas as nações – e não apenas aquelas
listadas em Kyoto – a cumprir metas de redução nas emissões a partir de 2020. Na prática a
Plataforma Durban é só uma promessa. Esse acordo é o chamado Acordo de Paris.
AGENDA 21
A Agenda 21 é o principal documento da Rio-92, este documento foi assinado por 170
países, incluindo o Brasil, e é a proposta mais consistente que existe sobre como alcançar o
desenvolvimento sustentável. A Agenda é uma espécie de roteiro de ações concretas, com
metas, recursos e responsabilidades definidas e serve de guia para as ações do governo e de
todas as comunidades que procuram o desenvolvimento sem prejudicar o meio ambiente. A
Agenda 21 pode ser realizada em uma escala menor como cidades, bairros, clubes, escolas e
etc.
Entre os principais objetivos da Agenda 21, destacam-se:
A universalização do saneamento básico e do ensino.
A participação mais ativa das ONGs, dos sindicatos e dos trabalhadores na vida da
sociedade.
O planejamento e o uso sustentado dos recursos do solo, das formações vegetais e
dos rios, lagos e oceanos.
A conservação da biodiversidade.
A redução da emissão de poluentes na atmosfera.
A CAMADA DE OZÔNIO
A camada de ozônio não existia na atmosfera primitiva da Terra, por conta da ausência
de oxigênios. O ozônio (O3) forma-se naturalmente na atmosfera pela ação dos raios solares,
que atingem o oxigênio (O2). Em condições naturais, há um equilíbrio entre a formação de
As chuvas ácidas não são precipitações de água carregadas de ácido sulfúrico e/ou ácido
nítrico. Esses ácidos se formam na atmosfera por meio de reações químicas provocadas pela
presença de dois gases muito poluentes, respectivamente, o dióxido de enxofre, emitido por
usinas elétricas e por determinadas indústrias e óxidos de nitrogênio, emanados de motores a
combustão, fornos industriais, aviões, etc. Em contato com a água da atmosfera, o dióxido de
enxofre dá origem ao ácido sulfúrico e óxidos de nitrogênio reagem para formar o ácido
nítrico.
1
Marca registrada da empresa norte-americana DuPont.
INVERSÃO TÉRMICA
Como decorrência do aumento do acúmulo de poluentes na atmosfera, as grandes
cidades frequentemente parecem estar mergulhadas em densa névoa. Este fenômeno é
particularmente notável em dias em que ocorre alteração na circulação vertical do ar,
processo conhecido como inversão térmica.
As camadas inferiores do ar são normalmente mais quentes que as superiores devido à
irradiação do calor do solo. Como as camadas mais quentes são menos densas que as frias,
elas tendem a subir, enquanto as camadas frias tendem a descer. Assim, há uma circulação
vertical do ar em consequência dos poluentes.
A inversão térmica ocorre nos dias frios, quando as camadas inferiores de ar
permanecem frias e mais densas, não havendo circulação vertical do ar, se não houver ventos
fortes que desloquem essa camada horizontalmente, ocorrerá a formação de uma névoa com
altas taxas de poluentes, que só será dispersa por novas alterações meteorológicas.
Durante as inversões térmicas, observa-se uma série de alterações fisiológicas no
homem, como irritação dos olhos e das vias respiratórias, em consequência da ação
combinada de diversos poluentes, cujas taxas se tornam maiores.
2
Os movimentos ambientalistas surgiram a partir do agravamento dos problemas ambientais planetários. A
partir dos anos 60 e 70, esses movimentos tiveram um enorme crescimento, atuando em diversas causas,
como a proteção da vida silvestre, no combate a poluição, e etc. Esses movimentos atuam geralmente por
meio de ONGs. Entre as mais conhecidas podemos destacar o Greenpeace e a WWF, no Brasil, a mais
reconhecida é a S.O.S. Mata Atlântica.
Fonte: FAPESP
Esse problema ambiental é consequência de um planejamento urbano deficiente ou
inexistente. Temperaturas maiores são detectadas nos centros de várias metrópoles,
ocorrendo um decréscimo da temperatura em relação às periferias. Além dos problemas
atmosféricos os grandes centros urbanos apresentam outros problemas como o acúmulo de
lixo e esgotos, os frequentes congestionamentos, a poluição sonora e a poluição visual.
A Poluição Visual se caracteriza pelo excesso de elementos que compões uma paisagem urbana
Fonte: Relatório de desenvolvimento humano 2017/2018. Coimbra, Edições Almedina, AS, 2017.p.158.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – ATIVIDADE INDUSTRIAL .................................................................................................. 2
INDÚSTRIA I ................................................................................................................................................... 2
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO: PRIMEIRA, SEGUNDA E TERCEIRA REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS..... 2
Não podemos compreender o mundo em que vivemos, assim como a sua geografia
(organização do espaço) sem estudarmos a chamada Revolução Industrial. A fabricação de
bens necessários à vida em sociedade teve início desde que o ser humano começou a
transformar qualquer um dos elementos que a natureza lhe oferece em produtos úteis aos
diferentes modos de consumo, por exemplo, quando o homem retirou madeira de florestas,
usou a argila ou começou a utilizar os minerais (cobre, ferro etc.) para confeccionar objetos,
tudo isso já representava de certo modo uma atividade industrial embrionária.
As diferentes transformações da natureza em bens econômicos conheceram diferentes
momentos ao longo da história. Na atualidade que domina a sociedade de consumo, é a
indústria um dos ramos mais dinâmicos e um dos setores mais importantes da economia; ela
provoca o desenvolvimento de atividades que lhe são complementares, como fornecimento de
matérias-primas, energia e oferta de mão de obra. Forçando inclusive a sua especialização e a
qualificação produz capitais e estimula o desenvolvimento do comércio dos transportes e dos
serviços.
Sua importância é tal que os países e as regiões industrializadas assumem posições de
destaque em termos de desenvolvimento, fazendo com que aqueles países e regiões que não
se industrializam fiquem na dependência dos industrializados.
O conceito clássico de Indústria seria uma forma de transformação da matéria-prima
(mineral, agrária ou florestal, além de lâminas de ferro ou componentes eletrônicos) em
manufaturadas. Portanto, a indústria é uma atividade econômica do setor secundário que
transforma qualquer matéria-prima em bens ou mercadorias.
ESTÁGIOS DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL (ARTESANATO – MANUFATURA –
MAQUINOFATURA)
Para se falar de indústria é necessário contextualizar, historicamente o seu surgimento a
partir de um processo evolutivo e acumulativo, que teve origem na Europa e se propagou para
o mundo. Em uma visão simplificada, podemos afirmar que tudo começou com um sistema de
produção muito antigo denominado de artesanato, evoluindo para uma manufatura que
surgiu por volta do século XIV, em algumas cidades da Inglaterra, Itália e Bélgica, sendo
posteriormente implantada em outros lugares.
Por volta de meados do século XVIII com o advento da máquina, a manufatura foi pouco
a pouco substituída pela produção industrial mecanizada originando a maquinofatura. E
esta, na segunda metade do século XX, vem em parte sendo substituída pela utilização de
robôs na linha de produção industrial, em consequência do grande desenvolvimento
eletrônico.
MANUFATURA
Cada manufatura era de propriedade de um capitalista, que fornecia a oficina, as
ferramentas e a matéria-prima e pagava um salário aos artesãos, ficando com o produto do
trabalho. Temos aí o embrião do sistema capitalista de produção, em que o trabalhador já
não é dono dos meios de produção e, para sobreviver, precisa vender sua força de trabalho a
um capitalista, que controla os meios de produção.
Foi nas manufaturas que as ferramentas manuais começaram a ser substituídas por
máquinas, que facilitavam todo o processo, melhorando a qualidade e aumentando a
quantidade de produtos.
A partir da segunda metade do século XVIII, a aplicação de novos conhecimentos
permitiu uma série de aperfeiçoamentos nas poucas máquinas existentes e levou à invenção
de inúmeras outras. A utilização de máquinas, juntamente com a descoberta de novas fontes
de energia (carvão e água), possibilitou a substituição do trabalho manual pelo trabalho
mecânico em inúmeras atividades. Este conjunto de grandes mudanças devidas à
industrialização constituiu a Revolução Industrial.
No mundo atual em que as relações homem-meio alteram-se principalmente em função
das necessidades de uma sociedade mais globalizada e economicamente mais forte, o espaço
mundial fragmenta-se em espaços muito diferenciados, quanto às formas de ocupações e de
interações entre seus membros. Diante deste quadro evolutivo e da necessidade de se
produzir cada vez mais é que a indústria atual está calçada na seguinte tríplice econômica:
tecnologia, globalização e integração.
A tecnologia, nesse caso quer dizer pesquisas, aplicações de conhecimentos científicos,
elaborações de novos produtos (máquinas modernas, informáticas, imagens, robóticas,
biotecnologias etc.). Globalização, quer dizer que para a indústria o importante hoje é estar
num mercado mundializado onde as relações capitalistas se tornam mais fortes e lucrativas.
Integração significa uma interdependência entre as empresas e os processos de
produções complementares a uma economia global. Dentro de uma visão mais técnica,
podemos afirmar que a industrialização atual está baseada em uma produção de vanguarda,
com tecnologias denominadas de ponta.
REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
A invenção de máquinas para fazer o trabalho do homem era uma história antiga,
muito antiga. Mas com a associação da máquina à força do vapor ocorreu uma
modificação importante no método de produção. O aparecimento da máquina movida a
vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala. Era possível ter fábricas sem
máquinas, mas não era possível ter máquinas a vapor sem fábricas. HUBERMAN, Leo.
História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: LCT, 2008.
A Revolução Industrial foi uma decorrência da evolução do sistema capitalista, que
instaurou a Divisão Internacional do Trabalho (DIT), papel que cada lugar do espaço
desempenha no capitalismo mundial. Entre os fatores que tornaram possível o advento da
indústria europeia destacam-se:
1
O conceito [de divisão do trabalho] é usado, sobretudo, no estudo da produção econômica. Na sociedade de
caçadores-coletores, por exemplo, as divisões do trabalho são relativamente simples, uma vez que não é
muito grande o número de tarefas a serem feitas. Em comparação, sociedades industriais as têm
extremamente complexas, principalmente porque a capacidade de produzir um vasto excedente de alimentos
permite que a maioria das pessoas se entregue a uma grande variedade de tarefas que pouco tem a ver com as
necessidades de sobrevivência. Da forma exposta pela primeira vez por Émile Durkheim, as diferenças na
divisão do trabalho afetam de forma profunda aquilo que mantém coesas as sociedades. Com divisões do
trabalho simples, a coesão social baseia-se principalmente nas semelhanças das pessoas entre si e no fato de
terem um estilo de vida comum. Com as divisões do trabalho complexas, porém, ela tem por fundamento a
interdependência que resulta da especialização. Num sentido irônico, as diferenças o que nos mantêm
unidos.
A divisão do trabalho figura também com destaque no estudo sobre as desigualdades sociais. Do ponto de
vista marxista, o capitalismo utiliza uma divisão do trabalho complexa para controlar melhor os
trabalhadores. O trabalho é dividido em grande número de tarefas minunciosamente especializadas que
requerem apenas o mínimo de treinamento e qualificação. Esse fato permite aos empregadores monitorar e
controlar o processo de produção e substituir sem dificuldades os trabalhadores, o que os priva de poder em
suas relações com os patrões. JOHNSON, Alan. Dicionário de Sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1997.
2
Doutrina que serviu de substrato ideológico às revoluções antiabsolutistas que ocorreram na Europa
[Inglaterra e França, basicamente] ao longo dos séculos XVII e XVIII, e à luta pela independência dos
Estados Unidos. O pensamento econômico liberal constitui-se, a partir do século XVIII, no processo de
Revolução Industrial, com autores como Adam Smith, David Ricardo, Thomas Malthus, etc. Os princípios
do Laissez-faire aplicados ao comércio internacional levaram à política do livre-cambismo, que condenava as
práticas mercantilistas, as barreiras alfandegárias e protecionistas. SANDRONI, Paulo. Novíssimo
dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller, 1999.
3
Sua origem talvez preceda 1848, mas uma pesquisa mais detalhada sugere que raramente tenha ocorrido
antes de 1849 e dificilmente tenha ganhado amplo uso antes da década de 1860.
Capital, um titulo que também faz lembrar a todos nós que a mais importante obra do mais
importante crítico do capitalismo, O Capital, de Karl Marx (1867), foi publicada nessa época. O
triunfo global do capitalismo é o tema mais importante da História nas décadas que se
sucederam a 1848. Foi o triunfo de uma sociedade que acreditou que o crescimento econômico
repousava na competição da livre iniciativa privada, no sucesso de comprar tudo no mercado
mais barato (inclusive trabalho) e vender no mais caro. Uma economia assim fundamentada e,
portanto, repousando naturalmente nas sólidas fundações de uma burguesia composta daqueles
cuja energia, mérito e inteligência os elevou a tal posição, deveria – assim se acreditava – não
somente criar um mundo de plena distribuição material mas também de crescente
esclarecimento, razão e oportunidade humana, de avanço das ciências e das artes, em suma, um
mundo de contínuo progresso material e moral. HOBSBAWN, Eric J. A Era Do Capital, 1848-1875. São
Paulo: Paz e Terra, 2009.p.22
A partir de 1850, novas mudanças no modo de produzir estenderam-se a diversos
países, como Estados Unidos, Japão, França e Alemanha, iniciando a Segunda Revolução
Industrial, que se estendeu até o início do século XX.
A Segunda Revolução Industrial caracterizou-se por transformações quantitativas e
qualitativas. A eletricidade e o petróleo ampliaram a capacidade de produção e energia e
acrescentaram novas possibilidades à tecnologia de produção, criando condições para o
desenvolvimento de produtos e invenções, como motor a combustão. Surgiram as grandes
siderúrgicas e metalúrgicas e indústria química e automobilística. A marinha mercante
multiplicou sua frota em diversos países europeus, nos Estados Unidos e no Japão. As
ferrovias se expandiram por todo o mundo, como meio de transporte e atividade empresarial.
A indústria inglesa mantinha, em grande parte, os equipamentos e maquinários
tradicionais. Já os novos países que se industrializavam na Europa (como a Alemanha) e em
outras regiões do mundo (como nos Estados Unidos e Japão) incorporavam as tecnologias que
surgiam e instalavam suas indústrias em consonância com as novas infraestruturas de
transporte e energia, tornando-se, nesse sentido, mais competitivos que a antiga potência.
A utilização da eletricidade e do petróleo como combustível trouxe novos progressos. No
ciclo do petróleo, na primeira metade do século XX, a indústria automobilística tomou
impulso. Carros, trens elétricos e aviões possibilitaram transportes mais rápidos e eficientes.
O empresário Henry Ford propôs diversas inovações no processo produtivo, com o
objetivo de produzir mais em menos tempo. A sistematização desse processo foi feita por
Frederick Taylor, que procurou intensificar ainda mais o ritmo de trabalho nas fábricas.
Propôs a execução de tarefas em tempo cronometrado e a fixação do trabalhador no seu ponto
de serviço, com as peças movidas a esteira. Com essa medida reduziu-se o tempo de
deslocamento dos operários para troca de atividade ou de ferramentas.
No final do século XIX, a fusão entre o cap4ital industrial e o capital financeiro e a união de
indústrias levou ao aparecimento de gigantescas empresas de alta tecnologia para o período;
originando os oligopólios e os monopólios. As pequenas empresas, que não acompanharam a nova
tendência do desenvolvimento econômico capitalista, faliram ou foram absorvidas pelas grandes.
O caráter desumano do trabalho no modelo de produção fordista/taylorista foi denunciado por Charles
Chaplin, na sua obra Tempos Modernos, 1936.
TOYOTISMO
No Japão, o país com um território restrito, dependente da importação de matérias-
primas e com pouco espaço para estocagem de produtos, foi estruturado um novo processo de
produção. Esse sistema ficou conhecido como just-in-time (tempo exato) e foi implementado
pela primeira vez na metade do século XX, na fábrica da Toyota.
No interior da fábrica as diferentes etapas da produção, desde a entrada das matérias-
primas até a saída do produto, são realizadas de forma combinada entre fornecedores,
produtores e compradores. A matéria-prima que entra na fábrica corresponde exatamente à
quantidade de mercadoria que será produzida, o que é feito dentro de um prazo estipulado e
de acordo com o pedido dos compradores. Além da eficiência, com controle de qualidade total
dos produtos, o sistema just-in-time permite diminuir custos de estocar e garantir o lucro dos
empresários.
O trabalho especializado e rotineiro da linha de montagem do sistema fordista foi
substituído por um sistema flexível, em que o trabalhador pode ser deslocado para realizar
diferentes funções, de acordo com as necessidades da produção de cada momento.
No novo sistema, a modificação e a atualização dos modelos de mercadorias podem ser
feitas a partir de pequenas mudanças nos equipamentos da fábrica, utilizando-se os mesmos
maquinários. Os recursos da microeletrônica, da robótica e da informática, intensivamente
utilizados nesse sistema, viabilizam as frequentes mudanças. A flexibilidade de informações,
por exemplo, entre as empresas fabricantes do produto final (as montadoras de automóveis) e
os fornecedores de peças (os fabricantes de peças automotivas).
Com o Toyotismo, o processo de formação de rede de empresas intensificou-se. O
agrupamento de fornecedores que subcontratam outras empresas agiliza a produção, reduz
os custos e aumenta a produtividade. Contudo, pode levar à precarização do trabalho nas
empresas subcontratadas.
LOCALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA: FATORES DETERMINANTES
Por muito tempo a localização das indústrias esteve ligada à proximidade das jazidas de
matérias-primas, do mercado consumidor ou do litoral. Esse padrão de localização
caracterizou a Primeira e Segunda Revolução Industrial.
A partir do término da Segunda Guerra Mundial, ocorreu uma descentralização da
produção industrial no mundo e também no interior de cada país: as transnacionais se
espalharam pelo mundo, sendo as principais responsáveis pela globalização econômica e pela
Revolução Técnico-Científica.
TRANSNACIONAIS
As corporações transnacionais são os principais atores da economia mundial. Cerca de
70% do comércio internacional é realizado pelas empresas transnacionais. Os conglomerados
transnacionais não são, verdadeiramente, empresas de muitos países. Eles têm um centro de
decisões globais localizado no país-sede. A alta direção do conglomerado geralmente ocupa
postos de importância nas esferas econômica e política desse país, para o qual é repatriada
uma parte dos lucros obtidos no mundo inteiro. A empresa transnacional tem pátria. Os
Estados Unidos, os países europeus, o Japão, a Coreia do Sul e a China são as pátrias da maior
parte delas.
Estes conglomerados desenvolveram-se num primeiro momento nos Estados Unidos,
onde o amplo mercado interno e a vasta disponibilidade de recursos naturais contribuíram
para a centralização de capitais. Assim, empresas mais poderosas adquiriram empresas
menores, chegando a formar monopólios ou oligopólios nacionais.
O crescimento de uma empresa global envolve um longo trajeto de centralização de
capitais. O conglomerado alimentar suíço Nestlé exemplifica esse processo, que se desenvolve
por meio da compra de empresas menores e conquista de novos mercados.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – ATIVIDADE INDUSTRIAL .................................................................................................. 2
INDÚSTRIA II .................................................................................................................................................. 2
TIPOS DE INDÚSTRIAS: CONCENTRAÇÃO E DISPERSÃO INDUSTRIAL, OS CONGLOMERADOS
TRASNACIONAIS E OS NOVOS FATORES DE LOCALIZAÇÃO ....................................................................... 2
Fonte: CHALIAND, Gérard; RAGEAU, Jean-Pierre. Atlas stratégique geopolitique. Paris: Complexe,
1997.p.90
Espanha, na década de 1990. A EU tem várias regiões industriais tradicionais muitas delas
surgidas ainda nos séculos XVIII e XIX. É o caso de Manchester, Birmingham, Cardiff e várias
cidades ao longo do rio Tâmisa, no Reino Unido; dos vales do Reno e Ruhr, onde estão as
cidades de Duisburgo, Dusseldorf, Essen e Colônia, na Alemanha; da região de Paris, Lyon e da
Alsácia-Lorena (Metz e Estrasburgo), na França; das cidades de Milão, Turim E Gênova, no
norte da Itália.
JAPÃO
No Japão, os principais parques industriais situam-se junto ao litoral do Pacífico, na
costa leste. O intenso comércio externo japonês, que inclui volumosas exportações industriais
(automóveis, eletroeletrônicos, equipamentos de telecomunicação) e importação de matérias-
primas (minério de ferro, petróleo, carvão mineral), determinou a concentração litorânea de
sua indústria. O maior centro industrial fica na megalópole por Yokohama, Nagoya e Kyoto.
POLOS INDUSTRIAIS JAPONESES
1
Xogunato: sistema de organização social e econômica do Japão que antecedeu a Era Meiji e dominou a história medieval japonesa.
O xogum era um chefe militar que governava de fato o Japão. As terras pertenciam aos daimyos que se beneficiavam com a cobrança
de impostos dos camponeses.
mais próximos, como a Coreia do Sul, Taiwan, China e outros. Ao mesmo tempo, encontrou
limitações para a ampliação de seu mercado interno.
CHINA: UMA NOVA POTÊNCIA INDUSTRIAL
A partir da década de 1960, uma profunda crise abalou praticamente todos os países
socialistas, inclusive a China. A produtividade agrícola e os bens de consumo eram
insuficientes para atender a população, mas nenhuma medida eficaz foi tomada para resolver
os problemas econômicos. Em 1976, logo após a morte de Mao Tse-tung, a China foi o
primeiro país socialista a realizar transformações econômicas e a dinamizar a economia.
Em 1978, sob a liderança de Deng Xiaoping, o Partido Comunista Chinês reintroduziu a
economia no mercado em quatro regiões da China, denominadas Zonas Econômicas Especiais
(ZEEs), e em quatorze cidade litorâneas, que se transformaram em Zonas De Comércio Aberto
(ZCAs).
As ZEEs foram idealizadas por Deng Xiaoping e implantadas a partir do início dos anos
1980. Nelas é permitido o funcionamento de uma economia nos moldes capitalistas.
Constituíram o modelo chinês para suplantar a estagnação econômica que, naquele momento,
atingia o conjunto dos países socialistas e os afastava cada vez mais do nível de
desenvolvimento do mundo capitalista.
As ZCAs são regiões abertas ao comércio exterior e também à entrada de multinacionais,
desde que respeitadas as restrições e que se associem ao governo ou a empresários chineses
por meio de joint ventures.
As cidades escolhidas para a criação dessas zonas de economia de mercado abriram-se
para os investimentos estrangeiros e nelas se estabeleceram medidas semelhantes às
adotadas nos Tigres Asiáticos: baixos impostos, isenção para a importação de máquinas e
equipamentos industriais e facilidades para a remessa de lucros ao exterior. Além disso, as
empresas que se instalaram nessas regiões contam com mão de obra industrial muito barata,
o que torna o preço dos produtos de baixo porte tecnológico imbatíveis no mercado
internacional. Em um segundo momento, instalaram-se montadoras de automóveis como a
Volkswagen e General Motors, e as de equipamentos eletroeletrônicos.
Às multinacionais que se estabeleceram na China interessava, antes de tudo, entrar em
um país que abriga a quinta parte da população mundial e que pode se transformar em pouco
tempo em um dos maiores mercados consumidores do mundo.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – ENERGIA .......................................................................................................................... 2
AS FONTES DE ENERGIA E A QUESTÃO ENERGÉTICA, IMPACTOS AMBIENTAIS I .......................................... 2
Renováveis: são as fontes que têm a possibilidade de se renovar, como a energia solar, a
hidráulica, a eólica, a das marés, a da biomassa etc. Inúmeras destas renovam-se naturalmente
e, se administradas com o devido cuidado, podem durar indefinidamente.
Não Renováveis: são fontes que se esgotam com o uso. Para que acontecesse sua formação,
foram necessários milhões de anos e condições geológicas específicas. Compreende os
combustíveis fósseis e os minerais energéticos e radioativos (urânio e tório).
O CONCEITO DE ENERGIA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
1
Conceito conforme o Comitê Nacional Brasileiro da Conferência Mundial de Energia – 2004.
OPEP
A expansão do óleo de xisto nos EUA deverá levar o país a se tornar o maior produtor
mundial de petróleo até 2020, à frente da Rússia e da Arábia Saudita, uma mudança
radical que pode transformar não apenas o abastecimento global de energia, mas
também a geopolítica, disse hoje a Agência Internacional de Energia (AIE) em seu
relatório anual sobre a perspectiva para o setor de energia.
Por volta de 2020, os EUA deverão se tornar o maior produtor mundial de petróleo
e superar Rússia e Arábia Saudita por algum tempo, disse a AIE. O resultado é uma
queda contínua nas importações de petróleo dos EUA (atualmente em 20% de sua
necessidade) a um ponto que a América do Norte se torne um exportador líquido de
petróleo em torno de 2030.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – ENERGIA .......................................................................................................................... 2
AS FONTES DE ENERGIA E A QUESTÃO ENERGÉTICA, IMPACTOS AMBIENTAIS II ......................................... 2
A energia gerada nas usinas não depende de combustíveis fósseis. Porém, as grandes
usinas provocam impactos ambientais e sociais profundos, resultantes do alargamento de
vastas áreas e da necessidade de remoção das pessoas que vivem nelas. A usina de Três
Gargantas, na China, é um bom exemplo disso. Mais de um milhão de pessoas tiveram de ser
removidos em razão da construção da barragem, cuja represa forma um lago artificial de 632
quilômetros quadrados que inundou 160 cidades e povoados, além de destruir uma importante
reserva arqueológica chinesa.
Instalada em uma área montanhosa, a usina tem sido apontada como a responsável pela
intensificação dos processos erosivos e dos deslizamentos de terra nas colinas ao redor da
represa.
ENERGIA NUCLEAR
A energia nuclear produzida pelas usinas atuais baseia-se na fissão do núcleo do Urânio
(235U)por bombeamento de nêutrons, que libera três nêutrons de calor.
O Urânio é o único elemento fissionável que ocorre naturalmente, no entanto, para ser
utilizado como fonte geradora de energia deve ser concentrado até atingir um conteúdo de
urânio de 3%, na forma de UO2 gerando o que chamamos de urânio enriquecido. O 238U também
pode ser fissionável, para isso, é necessário um bombardeamento de nêutrons para que se
transforme em 239Pu (Plutônio).
Os sistemas de geração de energia por fissão nuclear são chamados reatores e fazem parte
das usinas geradoras de eletricidade, eles são de dois tipos:
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – ENERGIA .......................................................................................................................... 2
AS FONTES DE ENERGIA E A QUESTÃO ENERGÉTICA, IMPACTOS AMBIENTAIS III ........................................ 2
1
Biomassa: é o conjunto de organismos que podem ser aproveitados como fonte de energia – plantas das
quais se extrai álcool, como a cana-de-açúcar; lenha e carvão; alguns óleos vegetais, como a soja, a mamona
e o dendê; plâncton.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – AGROPECUÁRIA .............................................................................................................. 2
AGROPECUÁRIA: SISTEMAS AGRÍCOLAS, ESTRUTURA AGRÁRIA, USO DA TERRA, AGRICULTURA E MEIO
AMBIENTE ...................................................................................................................................................... 2
Inicialmente, foi praticada às margens dos grandes rios, como o Tigre e o Eufrates, Nilo, o
Yang-Tsé-Kiang e o Ganges. Foi justamente nessas áreas que se desenvolveram as primeiras
grandes civilizações. Com a evolução da agricultura, começou a haver excedente de produção,
o que possibilitou o desenvolvimento do comércio, inicialmente baseado na troca de produtos.
As técnicas agrícolas revelam como as sociedades interferem nos processos naturais, “criando”
solos férteis. A prática ensinou muitas coisas, antes de a ciência explicá-las. Mas só no século
XIX iniciaram-se as experiências com fertilizantes químicos, cuja produção se tornaria um
negócio industrial no século XX.
1 O neolítico é o período de pré-história que ocorreu entre 12000 a.C, e 6000 a.C. Foi nesse
“Até o final dos anos 40, a pesquisa em agricultura visava a soluções biológicas. A
perspectiva era ecológica, embora mal se falasse em ecologia. Se esta tendência tivesse podido
continuar, teríamos hoje muitas formas de agricultura sustentável, localmente adaptadas e
altamente produtivas.
Começando os anos 50, a indústria conseguiu fixar um novo paradigma, nas escolas, na
extensão e na pesquisa agrícola. Vamos chamá-lo paradigma NPK + V, NPK que corresponde a
nitrogênio, fósforo, potássio, o V significando veneno. Os fertilizantes comerciais tornaram-se
um grande negócio depois da Primeira Guerra Mundial. Logo no começo da guerra o bloqueio
Aliado cortou o acesso dos alemães ao salitre chileno, essencial para a produção de explosivos.
Quando a guerra acabou, existiam enormes estoques e capacidade de produção, mas não
havia mais um enorme mercado de explosivos. A indústria, então, decidiu empurrar os
fertilizantes nitrogenados para a agricultura. [...] Então, eles se tornaram um grande negócio. A
indústria desenvolveu um espectro completo, incluindo fósforo, potássio, cálcio,
microelementos, mesmo sob a forma de sais complexos, aplicados na forma granulada algumas
vezes lançados de aviões.
A Segunda Guerra Mundial deu um grande empurrão para uma pequena e quase
insignificante indústria de pesticidas e, realmente, projetou-a para uma produção em grande
escala. Hoje, o equivalente a centenas de bilhões de dólares em venenos é espalhado nas terras
de todo o planeta.
A fantástica diversidade de cultivares que tínhamos, e ainda temos hoje, depois das
tremendas perdas causadas pela ‘Revolução Verde’ durante as últimas décadas, é o resultado
da seleção, consciente e inconsciente, por parte dos camponeses ao longo dos séculos”. [...]
TRANSGÊNICOS
A biotecnologia bancada pelas gigantes transnacionais revolucionou a produção agrícola
com os produtos transgênicos. Plantas são modificadas geneticamente para otimizar a
produção agrícola, aumentando a produtividade, tornando as espécies modificadas mais
nutritivas e resistentes às pragas.
Dalcio Machado
A ampla aplicação de modificações genéticas tem suscitado diversas polêmicas entre
países, agricultores e consumidores. Segundo seus defensores, os OGMs 3 têm as seguintes
vantagens:
Dentre os argumentos dos que são contra a modificação genética de animais e vegetais,
pode-se mencionar:
3
OGM’s (Organismos Geneticamente Modificados).
O mercado europeu tem recusado produtos transgênicos, por exemplo, a soja, o que levou
países como os Estados Unidos, o Canadá e a Argentina, em maio de 2003, a ajuizar uma ação
formal na OMC, protestando contra essa política europeia e alegando que ela representa uma
barreira injusta ao comércio e que impede a livre escolha do consumidor. O Parlamento
europeu, cedendo às pressões, aprovou uma lei em julho de 2003, que vincula a venda desse
tipo de produto a uma rotulagem clara.
Em 2008, 188 países haviam assinado o protocolo. Os Estados Unidos não o fizeram, pois
é o principal produtor de transgênicos do mundo, além de fazerem campanha pelam sua
aceitação.
Políticos aprovaram uma lei que proíbe o MON810, um tipo de milho geneticamente
modificado, produzido pela empresa americana.
https://exame.abril.com.br/ciencia/franca-proibe-definitivamente-milho-transgenico-
da-monsanto/
AGRONEGÓCIO
O termo agronegócio foi proposto pelos pesquisadores Ray Goldberg e John Davis, da
Universidade de Harvard, a partir de análises feitas da intensa integração entre a agropecuária
e o setor industrial nos anos 1950.
Nunca se investiu tanto em pesquisa na área agropecuária quanto nas últimas décadas.
Técnicas cada vez mais modernas são empregadas com a finalidade de obter maior rendimento
e produtividade. Satélites, sensores e computadores passaram a fazer parte da realidade do
mundo rural moderno.
Grande parte de terras e florestas do planeta já está degradada devido, em grande parte,
à agricultura. Em 2014, a agricultura mundial foi responsável por cerca de 70% do consumo de
água. O volume de água desviado tem sido superior ao trabalho natural de reposição,
permitindo projeções de escassez do produto para irrigação, até 2025.
Existem muitas alternativas à agricultura que não agridem o meio ambiente e tampouco
a saúde das pessoas. Em diversos locais do mundo, agricultores conseguem cultivar suas terras
respeitando as particularidades regionais, ecológicas e culturais. A agricultura biológica ou
orgânica, diversificada e ecologicamente regeneradora, pode fornecer sustento sadio a milhões
de pessoas.
Desde meados da década de 1990, tem crescido também a procura por produtos
sustentáveis, ou seja, produzidos de modo a integrar aspectos éticos, ambientais e sociais –
dimensões que caracterizam a sustentabilidade. Além do cuidado com o meio ambiente, esse
tipo de produção deve garantir relações de trabalho socialmente justas, como remuneração
adequada e moradia digna. Com isso, os impactos ambientais diminuem consideravelmente; no
entanto, vale lembrar que toda atividade produtiva nunca é isenta de resíduos – sempre causa
algum tipo de agressão ao ambiente.
AGRICULTURA MODERNA
Surgiu com o desenvolvimento da Revolução Industrial na segunda metade do século
XVIII, na Inglaterra. É caracterizada pelo uso de instrumentos mais modernos, de máquinas no
campo (ainda que rudimentares), por um sistema mais racional de plantio, com rotação de
culturas e aplicação de corretivos químicos e adubação, o que faz com que a produção e a
produtividade aumentem.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – AGROPECUÁRIA .............................................................................................................. 2
PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, COMÉRCIO MUNDIAL DE ALIMENTOS E A QUESTÃO DA FOME ................... 2
Não existe uma causa única para a fome mundial. Ela pode ter origem em um conjunto de
fatores de ordem natural, como secas e inundações; pode ser induzida por questões econômicas
e sociais, como o endividamento externo, a falta de incentivo aos pequenos agricultores e ao
mercado interno, a estrutura fundiária etc., causas políticas, como conflitos armados e guerras
civis.
A acentuada diferença entre os perfis dietéticos não é somente entre países, mas também
é uma diferença de condição de vida ao longo da pirâmide social. Em países como o Brasil e o
México, enquanto ainda existem pessoas que passam fome, no topo da pirâmide social vive uma
elite com um padrão de consumo semelhante ao padrão estadunidense ou europeu.
O SOFI 2014 sublinha como o acesso aos alimentos melhorou rápida e significativamente
em países onde ocorreu um progresso económico geral, nomeadamente no Leste e Sudeste da
Ásia. O acesso aos alimentos melhorou também no sul da Ásia e na América Latina, mas,
principalmente, em países com redes de segurança adequadas e outras formas de proteção
social, designadamente para os pobres rurais.
A região da América Latina e Caribe tem sido palco dos maiores avanços globais no
aumento da segurança alimentar. Enquanto isso, a Oceania observou apenas uma modesta
melhoria (uma queda de 1,7 por cento) na prevalência de má nutrição, que se situava nos 14
por cento em 2012-14, e na realidade viu o número de pessoas com fome a aumentar desde o
período de 1990-92.
A insegurança alimentar e a má nutrição são problemas complexos que não podem ser
resolvidos por um só setor ou parte interessada, devem ser enfrentados de forma coordenada.
O relatório inclui sete estudos de caso - Bolívia, Brasil, Haiti, Indonésia, Madagáscar,
Malawi e Iémen – que destacam algumas das formas que os países utilizam para combater a
fome e como os eventos externos podem influenciar a sua capacidade de atingir objetivos de
segurança alimentar e nutrição. Estes países foram escolhidos devido à sua diversidade a nível
político, económico, particularmente no sector agrícola, e às suas diferenças culturais.
A Bolívia, por exemplo, criou instituições que permitiram o envolvimento de uma série
partes de interessadas, nomeadamente os povos indígenas outrora marginalizados.
O Haiti, onde mais de metade da população sofre de desnutrição crónica, ainda luta para
recuperar dos efeitos do devastador terremoto de 2010. O relatório analisa como o país adotou
um programa nacional que permitiu fortalecer os meios de subsistência e melhorar a
produtividade agrícola, favorecendo o acesso dos pequenos agricultores familiares a fatores de
produção e serviços.
A Indonésia adotou estruturas legais e estabeleceu instituições para melhorar a segurança
alimentar e nutricional. O seu mecanismo de coordenação de políticas envolve os ministérios,
ONGs e líderes comunitários. Estas medidas abordam uma ampla variedade de desafios, desde
o crescimento da produtividade agrícola, às dietas nutritivas e seguras.
O Madagáscar está a emergir de uma crise política e a retomar o relacionamento com os
parceiros de desenvolvimento internacionais destinados a combater a pobreza e a má nutrição.
Estabeleceu também parcerias para promover a resiliência a choques e riscos climatéricos,
incluindo ciclones, secas ou pragas de gafanhotos, que muitas vezes afligem a nação insular.
O Malawi atingiu a meta dos ODM sobre a fome, graças a um compromisso sólido e
persistente para aumentar a produção de milho. No entanto, a má nutrição continua a ser um
desafio: 50 por cento das crianças menores de cinco anos sofre de atrasos no crescimento e 12,8
por cento estão abaixo do peso. Para fazer frente a este problema, o governo está a promover
intervenções nutricionais de base comunitária para diversificar a produção de modo a incluir
legumes, leite, a pesca e a aquicultura, para promover dietas mais saudáveis e para melhorar os
rendimentos das famílias.
A invasão dos ratos acontece normalmente a cada 50 anos, quando florescem as florestas
de bambu que cobrem a região. As sementes de bambu são ricas em proteínas e quando
ingeridas pelos ratos fazem com que eles se reproduzam quatro vezes mais do que o normal.
Em declínio constante por mais de uma década, a fome no mundo voltou a crescer e afetou
815 milhões de pessoas em 2016, o que representa 11% da população mundial. Os dados são
da nova edição do relatório anual da ONU sobre a segurança alimentar e nutricional.
Conforme o estudo, cerca de 155 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem com
o atraso no crescimento (estatura baixa para a idade), enquanto 52 milhões estão com o peso
abaixo do ideal para a estatura. Estima-se, ainda, que 41 milhões de crianças estejam com
sobrepeso. A anemia entre as mulheres e a obesidade adulta também são motivos de
preocupação.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – GLOBALIZAÇÃO ............................................................................................................... 2
GLOBALIZAÇÃO E CIRCULAÇÃO: OS FLUXOS FINANCEIROS, TRANSPORTES, OS FLUXOS DE INFORMAÇÃO,
O MEIO TÉCNICO- CIENTÍFICO-INFORMACIONAL ......................................................................................... 2
Percebe-se de fato que as abordagens acerca do tema são muitas vezes divergentes.
CARACTERÍSTICAS DA GLOBALIZAÇÃO
O capitalismo, desde sua origem, buscou integrar as diversas regiões e economias do
mundo. O desenvolvimento técnico que contribuiu para as grandes navegações dos séculos XV
e XVI tornou possível a interligação entre as regiões do planeta e criou condições para vivermos
um mundo “unificado”. As relações entre os diversos pontos da Terra ampliaram-se cada vez
mais, ao longo dos séculos seguintes, com o desenvolvimento dos meios de transportes e do
sistema de comunicações, como nos apresenta Harvey:
Desta forma a globalização pode ser encarada como a atual fase do sistema capitalista,
caracterizado por várias dimensões de atuação – economia, política, cultural, social etc. – e
todas estão formando relações dentro do espaço geográfico mundial.
O percurso dos intercâmbios e contatos realizados pela humanidade nos permite
delimitar algumas características do fenômeno da globalização.
A primeira característica é o fato de que ele está associado a certas evoluções técnicas e
tecnológicas. O incremento da navegação, as tecnologias de comunicação, entre outras,
criaram condições propícias para o desenvolvimento de novas formas de apropriação do
espaço pelo ser humano.
A brutalidade com que agem os atores hegemônicos acaba por deixar à mostra a
perversidade de suas ações. É o feitiço voltado contra o feiticeiro, o ensinamento às massas de
que o caminho apontado não é bom. É dessa realidade, cada vez mais sensível, que se nutrem
as esperanças de edificação de um novo mundo, quando o tempo chegar.
SANTOS, Milton. Avareza, ano 2000. Em: SADER, Emir. 7 pecados do capital. Rio de
Janeiro: Record, 1999.p.25-29.
Elas têm seu surgimento marcado no final do século XIX, sendo que os grupos vigentes
hoje tiveram seu surgimento no início do século XX. Porém, foi só depois da 2ª Guerra Mundial
que estas empresas “supranacionais” tomaram sua posição de hegemonia na economia
mundial, sendo que a renda anual das maiores multinacionais supera o PIB de muitos países.
Essas estratégias são na verdade cada vez mais excludentes. O raio de ação das
transnacionais se concentra na órbita dos países desenvolvidos e alguns poucos países
subdesenvolvidos que alcançaram certo estágio de desenvolvimento. No entanto, o caráter
setorial e diferenciado dessa inserção tem implicado, por um lado, na constituição de ilhas de
excelência conectadas às empresas transnacionais e, por outro lado, na desindustrialização e o
sucateamento de grande parte do parque industrial constituído no período anterior por meio
da substituição de importações.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – GLOBALIZAÇÃO ............................................................................................................... 2
GLOBALIZAÇÃO: COMÉRCIO MUNDIAL ......................................................................................................... 2
Com a Rodada Uruguaia, houve uma redução tarifária significativa em diversos países do
globo. Com a Rodada Uruguaia e a criação da OMC, ficou definido também o retorno das
discussões sobre o comércio agrícola, sobretudo por causa da pressão de países que são
grandes exportadores de gêneros agrícolas, como Brasil, Argentina e Austrália, os quais, como
veremos a seguir, pressionam os países europeus, o Japão e também os Estados Unidos a abrir
seus mercados aos produtos estrangeiros e a reduzir os subsídios que concedem a seus
agricultores.
Com a conclusão da Rodada Uruguaia e a criação da OMC, ficou definido também que essa
organização, na qual cada um dos 148 membros tem um voto, seria responsável pela resolução
de conflitos e disputas comerciais entre os países-membros. Para a resolução de disputas, há
um conjunto de princípios, normas e procedimentos que envolvem os chamados Painéis, dos
quais participam especialistas sobre o tema de que trata o conflito ou a controvérsia. Além
disso, a OMC pode oferecer assistência jurídica nos processos de conflitos.
não tarifárias. A OMC tem a função de analisar e julgar as eventuais divergências comerciais
existentes entre os países. Um exemplo dessa atuação é o caso das patentes dos medicamentos.
A CONFERÊNCIA DE CANCUN
Na Conferência Ministerial da OMC em Cancun, México, em setembro de 2003, a
divergência de opiniões em relação a uma série de temas, com serviços, patentes e compras
governamentais, pendentes da Rodada de Doha (incluindo a questão agrícola), opuseram, de
modo geral, os países subdesenvolvidos (sobretudo Brasil, Argentina, África do Sul, Índia e
China). Parte dos países subdesenvolvidos chegou a formar um grupo, o G-20, cujos principais
representantes são: o Brasil, China, Índia, Argentina, África do Sul e México.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – GLOBALIZAÇÃO ............................................................................................................... 2
GLOBALIZAÇÃO: BLOCOS ECONÔMICOS I ..................................................................................................... 2
DO BENELUX AO BREXIT
A CEE, desde a sua criação, tinha um grande objetivo econômico a ser colocado em prática
em médio prazo, baseado em quatro princípios fundamentais: a livre circulação de
mercadorias, de serviços, de capitais e de pessoas, entre todos os países-membros da
organização.
Última etapa lógica da realização do mercado interno, a introdução da moeda única, pelas
repercussões pessoais que traz para cada cidadão e pelas consequências econômicas e sociais
de que se reveste, tem um alcance eminentemente político. Pode-se mesmo considerar que o
euro será futuramente o símbolo mais concreto da União Europeia junto com o cidadão
europeu.
Apesar de a consolidação desse novo eixo econômico ter propiciado efeitos positivos
sobre as economias nacionais europeias, ainda há muitos obstáculos para a unificação efetiva
da Europa. Diferenças econômicas, oposição de alguns setores em diversos países, divergências,
Estados divididos por guerras e conflitos seculares impedem a formação de um verdadeiro
Estado supranacional.
A União Europeia é uma união econômica e política de 28 países. Suas origens remontam
à Comunidade Econômica Europeia (CEE), criada em 1957 por seis países que assinaram o
Tratado de Roma. O Reino Unido aderiu à CEE em 1973 e, dois anos depois, após renegociar
suas condições, realizou um referendo sobre a sua permanência. A integração foi aprovada por
67% dos eleitores. Numa época em que o Reino Unido sofria com o declínio industrial, inflação
e distúrbios decorrentes de greves trabalhistas, o então premiê Harold Wilson conseguiu
vender o projeto europeu como benéfico para a economia do país.
Mas a adesão do Reino Unido não foi fácil. Sua primeira candidatura, em 1961, se deparou
com o veto do presidente francês Charles de Gaulle, que via nos britânicos um Cavalo de Troia
americano e questionava seu espírito europeu.
Em 1975, apenas dois anos depois de sua entrada, os britânicos celebraram o primeiro
referendo sobre a Comunidade Econômica Europeia, no qual a permanência se impôs com
apoio de 67%. Este resultado não acabou com as reticências. A primeira crise não demorou a
aparecer. Em 1979, Londres se negou a participar do sistema monetário europeu em nome da
soberania nacional e monetária. E também se opôs a qualquer iniciativa para fortalecer a
integração política, reforçando a impressão de que o Reino Unido tinha um pé dentro e um pé
fora do bloco. Em 1985, também se negou a participar de Schengen - que definia o
desaparecimento dos controles fronteiriços - e, em 1993, não quis entrar na zona do euro.
Apesar de integrar desde 1993 o mercado único e a livre circulação de bens e pessoas, o
Reino Unido optou por não adotar o euro, mantendo sua própria moeda, a libra esterlina. Há
anos, o país mantém com a UE uma relação complexa, permeada por temas como centralização
versus controle nacional. O tema econômico também sempre foi central nessa relação. Um dos
argumentos pela separação, aliás, é o de que a economia britânica de hoje é muito mais criativa
e dinâmica que a dos anos 1970 e que estas duas características são prejudicadas pela
burocracia de Bruxelas.
O Reino Unido ativou o Artigo 50 no dia 29 de março de 2017, oficializando sua intenção
de deixar o bloco econômico, concluída em 2020.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – GLOBALIZAÇÃO ............................................................................................................... 2
Globalização: BLOCOS ECONÔMICOS II......................................................................................................... 2
Fonte: http://europa.eu.
GILPIN, Robert. O desafio do capitalismo global: a economia mundial no século XXI. Rio de
Janeiro-São Paulo,2004. Ed. Record.p.320. p.267-268.
Em 1994, EUA, Canadá e México deram os primeiros passos rumo à formação de uma
economia supranacional, com a criação do Nafta. Juntos, formam um mercado de
aproximadamente 424 milhões de habitantes e respondem por um PIB de aproximadamente
13,4 trilhões de US$, em 2004. O acordo previa a criação de uma zona de livre comércio, na qual
a abolição total das tarifas aduaneiras (de importação) seria colocada em prática em 2015.
Apesar de uma grande quantidade de produtos já circula livremente entre os três países, sem
nenhuma taxação, a Zona de Livre-Comércio ainda não foi criada.
Como não existe a perspectiva de formação de um mercado único nos moldes da União
Europeia, a grande diferença socioeconômica entre o México e os outros dois países do Nafta
trouxe vários problemas para a sociedade e a economia mexicanas, e também para
trabalhadores norte-americanos e canadenses.
O acordo foi fechado primeiramente de forma bilateral entre Estados Unidos e México.
Após longas negociações, o Canadá, por meio de seu primeiro-ministro, mostrou satisfação com
as mudanças propostas e decidiu participar do acordo.
Acreditando que o Nafta fez com que o comércio dos Estados Unidos se tornasse menos
competitivo, fazendo com que o país perdesse indústrias para os demais, Trump, ao propor a
renovação, pretendia proteger o mercado estadunidense e liberalizar os demais. Assim, o
principal objetivo da substituição do acordo pauta-se no protecionismo dos Estados Unidos,
propondo um mercado “mais livre”, um comércio mais seguro que favoreça o crescimento
econômico.
APEC
Fonte: http://europa.eu.
Em 1996, o Mercosul deu o seu primeiro passo para uma possível ampliação na integração
dos países do Cone Sul; foi o acordo com o Chile e a Bolívia formando parcerias comerciais. Este
foi um importante passo no alargamento das relações comerciais do bloco. A entrada da
Venezuela como país-membro, fortaleceu o bloco, pois ela representa, em primeiro lugar, uma
potência energética, possuindo a maior reserva de petróleo e gás natural da América do Sul e
segundo a Venezuela está estrategicamente próxima dos países da América Central, México e
EUA.
Apesar de para uma enorme quantidade de produtos ainda não vigorar a TEC (Tarifa
Externa Comum), que caracteriza de fato uma união aduaneira, o bloco tem tomado iniciativas
importantes nas negociações comerciais no âmbito da OMC e com outros blocos, como a UE,
que atendam aos interesses comuns dos países do Mercosul, além de alianças com outros países
sul-americanos. Um exemplo foi o acordo assinado em 2007 com Israel para a formação de uma
zona de livre comércio. O acordo prevê para 2017 que 95% das exportações Mercosul para
Israel e 87% das importações tenham imposto zero.
sociais, mas atuou como governante moderado. No fim, não conseguiu conciliar a ampla gama
de interesses de seus apoiadores e governava sem maioria na Câmara e no Senado.
Sua expulsão da Presidência se deu, formalmente, em apenas um dia. Ele só teve 16 horas
para se defender das acusações genéricas feitas pela oposição. O motivo apresentado para o
impeachment foi a morte de 17 pessoas, entre sem-terra e policiais, na reintegração de posse
de uma fazenda. Mas o fator decisivo para sua destituição foi a perda de do Partido Liberal
Radical Autêntico, de seu vice-presidente, Frederico Franco, que assumiu o poder no país.
Como uma democracia recente, o Paraguai vem enfrentando uma série de mudanças. Em
2012, o então presidente Fernando Lugo, do Frente Gasú, sofreu também um rápido processo
de impeachment, que o tirou do poder em poucos dias. Para seu lugar, foi eleito o atual
mandatário da nação, o conservador Horacio Cartes.
No entanto, agora, os dois partidos apoiam a medida de mudança de lei – que acabaria
beneficiando tanto Cartes como Lugo nas eleições do ano que vem. E essa união poderá fazer
com que a polêmica medida seja aprovada na Câmara dos Deputados, na próxima etapa da
votação, em que Cartes conta com a maioria mais o apoio do Frente Gasú. A partir daí, o
presidente poderá convocar um referendo sobre o tema.
CRISE NA VENEZUELA
Em meio a esse caos econômico, a política venezuelana não traz qualquer sinal de que a
situação possa ser revertida no curto prazo. O governo do presidente Nicolás Maduro, de quem
deveria partir as iniciativas de estímulo econômico, encontra-se praticamente paralisado. Em
um quadro de extrema polarização política, situação e oposição estão literalmente em pé de
guerra. Protestos e confrontos envolvendo partidários dos dois campos são frequentes. A
disputa se radicalizou ainda mais a partir da iniciativa da oposição de convocar um referendo
Na área social, ampliou o acesso à saúde, à educação e à habitação para as camadas mais
pobres. Essas ações, somadas a uma ampla rede de proteção, que garantiu comida,
medicamentos e itens básicos por meio de subsídios e controle de preços, promoveu enormes
avanços sociais, reduzindo a pobreza de 49% para 27% da população, entre 1999 e 2012. Nesse
período, a renda per capita saltou de 4.105 dólares para 10.810 dólares por ano. A Venezuela
tornou-se o país menos desigual da América Latina. Boa parte desses avanços foi financiada
com a bonança do petróleo, cujo valor atingira preços recordes no período. As receitas com as
exportações do produto também foram fundamentais para que a Venezuela projetasse sua
influência internacionalmente, liderando um conjunto de países na América Latina que
compartilhava valores em comum, como a proposta estatizante da economia e a oposição à
ingerência dos Estados Unidos (EUA) na região. Bolívia, Equador, Nicarágua e Cuba gravitaram
durante muitos anos sob a órbita venezuelana, no chamado “bloco bolivariano”.
Mas as conquistas sociais da Era Chávez foram ofuscadas por uma condução política
autoritária, marcada por uma série de medidas de concentração de poder. Respaldado por uma
bancada favorável no Congresso, Chávez conseguiu aprovar leis que fortaleceram o Poder
Executivo e permitiram a reeleição por tempo indeterminado. Além disso, foi acusado de
cooptar o Judiciário para ratificar suas medidas e perseguir a oposição. Embora não seja
caracterizada como uma ditadura, já que havia eleições livres e justas, a Venezuela tampouco
poderia ser considerada uma democracia plena.
No mês seguinte à morte de Chávez, seu vice, Nicolás Maduro, foi eleito para um mandato
presidencial de seis anos, derrotando Henrique Capriles, o principal nome da oposição. O
primeiro ano de seu mandato foi tenso. Foi nesse período que a inflação disparou e o
desabastecimento tornou-se mais frequente. Em fevereiro de 2014, os protestos contra o
governo se espalharam em diversas cidades, ocasionando 42 mortes. Acusados de incitar um
golpe, diversos políticos da oposição foram presos. Consolidava-se, assim, o quadro de
polarização política que atualmente paralisa o país.
Mas como a Venezuela pôde regredir tanto em questão de poucos anos? A resposta não é
simples, mas é possível apontar alguns dos aspectos mais decisivos na falha da condução
econômica. A razão mais evidente é que a Venezuela é extremamente dependente do
petróleo, responsável por 96% de suas receitas com exportação. Se em 2008, durante o auge
do chavismo, o barril chegou a superar os 120 dólares, desde então seu valor vem caindo,
mantendo-se, desde 2014, abaixo dos 50 dólares. Sem essa fonte de recursos, o governo perdeu
a capacidade de importar muitos itens de necessidade básica e reduziu os investimentos sociais.
Em uma economia mais diversificada, o país não ficaria tão vulnerável à flutuação do preço do
petróleo. Uma outra ação tomada desde o período do governo Chávez impediu o
desenvolvimento de um setor empresarial mais dinâmico: o controle de preços.
Adotado inicialmente como medida paliativa para conter a inflação e garantir que a
população mais pobre tivesse acesso a produtos essenciais, o congelamento se prolongou por
muitos anos sem resolver o problema. Pior: a medida acabou desestimulando os investimentos
da iniciativa privada, uma vez que, em muitas situações, os itens acabavam sendo vendidos a
preços inferiores ao custo de produção. Consequentemente, os produtos sumiram das
prateleiras, gerando a atual crise de abastecimento. O controle do Estado sobre o câmbio,
adotado desde 2003 com o objetivo inicial de impedir a fuga de dólares do país e controlar a
inflação, também desestruturou a economia. Esse complexo sistema funciona assim: o governo
mantém duas taxas de câmbio, uma delas com a cotação do dólar mais barata para ser utilizada
apenas na importação de insumos de primeira necessidade. O problema é que boa parte desses
dólares é desviada ilegalmente por militares e membros do governo, que os revendem no
mercado paralelo, cuja cotação chega a ser 100 vezes maior que o câmbio oficial.
Essa medida não apenas alimenta a corrupção, como provoca uma escassez de moeda
estrangeira que deveria ser utilizada para as importações e para os investimentos do setor
produtivo, agravando o problema de abastecimento. Para Maduro, boa parte da
responsabilidade pela crise é da oposição, acusada de desestabilizar o país e cooptar
empresários para reter seus produtos. O presidente também culpa os EUA, cujo governo
declarou, em 2015, que a Venezuela representa uma “ameaça à segurança nacional e à política
externa” do país. No entender de Maduro, essa é uma forma de os EUA pressionar investidores
Encurralada e incapaz de defender a crise que atravessa ante o organismo regional mais
importante, Caracas cumpriu suas advertências. A chanceler Delcy Rodríguez anunciou, no
palácio presidencial de Miraflores, que a Venezuela iniciará o processo de saída da Organização
dos Estados Americanos (OEA). Era uma decisão já prevista, depois que o Conselho Permanente
do organismo convocou uma reunião de ministros das Relações Exteriores para tratar da crise
do país sul-americano sem a aprovação do Governo de Nicolás Maduro.
A Venezuela denunciará a Carta da OEA nesta quinta e dará início ao processo de saída,
que vai durar cerca de dois anos. Para atingir esse objetivo, deverá pagar quase 9 milhões de
dólares (cerca de 28 milhões de reais), informou à agência Efe o secretário de assuntos jurídicos
da OEA, Jean Michel Arrighi. Enquanto isso, o país continua sendo um membro pleno, com todos
Fiel ao seu estilo, o chavismo quis transformar uma derrota diplomática (provavelmente
serão alcançados os 23 votos necessários na posterior aplicação da Carta Democrática
Interamericana) em uma vitória moral. “A Venezuela não participará de nenhuma atividade que
pretenda posicionar o intervencionismo e a ingerência desse grupo de países, que só procuram
perturbar a estabilidade de nosso país. São ações dirigidas por um grupo de países mercenários
da política para cercear o direito do povo venezuelano ao futuro”, declarou Rodríguez.
A resolução foi aprovada por 19 países, entre eles cinco membros da Petrocaribe
(Honduras, Bahamas, Dominica, Guiana e Jamaica), a aliança por meio da qual Caracas
estabeleceu acordos de assistência petroleira com as nações da região a preços preferenciais
em troca de apoio político. A venda de petróleo com preços vantajosos tem sido usada desde
2005, ano de criação da Petrocaribe, como uma arma para a promoção dos interesses chavistas
na região. O apoio político dos países caribenhos impediu que prosperassem, na própria OEA,
as denúncias sobre a natureza autoritária do regime de Hugo Chávez. Mas o autogolpe realizado
por Maduro ao promover a anulação do Parlamento, com a colaboração de seus aliados da Corte
Suprema de Justiça, provocou uma mudança no cenário geopolítico.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – GLOBALIZAÇÃO ............................................................................................................... 2
GLOBALIZAÇÃO: CONFLITOS ÉTNICOS E MIGRAÇOES INTERNACIONAIS ...................................................... 2
Marcas da Guerra Civil em Ruanda entre Hutus e Tutsis nos anos 1990.
O continente asiático abriga cerca de 60% da população mundial e milhares de etnias. Nas
duas últimas décadas do século XX, alguns conflitos étnico-nacionalistas destacaram-se pelo
grande número de pessoas envolvidas e a violência empregada.
Também conhecido como Ásia ocidental, o Oriente Médio é uma porção do continente
asiático que ocupa uma área de 7,2 milhões de km2. Foi justamente nesse subcontinente que
emergiram as civilizações precursoras da humanidade, mais precisamente no território onde
hoje está o Iraque, antes chamado de Mesopotâmia. Lá, nasceram as primeiras cidades de que
se tem registro – há cerca de cinco mil anos. No Oriente Médio, estão: Afeganistão, Arábia
Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait,
Líbano, Omã, Síria, Turquia e Egito. Somadas as populações desses países citados, são 260
milhões de habitantes.
Essa porção da Ásia é o berço das três maiores religiões monoteístas do mundo: o
judaísmo, o cristianismo e o islamismo – que predomina na maioria dos países do Oriente
Médio.
O Oriente Médio atrai os olhos do mundo por dois motivos: trata-se de uma área bastante
instável politicamente e de um subsolo com a maior reserva mundial de petróleo, que aguça o
interesse das grandes nações europeias, dos Estados Unidos e do Japão. Frequentemente, essas
nações interferem no cenário geopolítico do Oriente Médio.
A luta pelo petróleo, e pela água em alguns casos, provoca uma série de divergências
políticas entre os países do Oriente Médio, o que torna essa área foco de conflitos armados.
O Oriente Médio delimita-se geograficamente com os mares Negro e Cáspio, ao norte, mar
Arábico, ao sul, e mares Vermelho e Mediterrâneo, a oeste. O litoral é constituído pela península
Arábica e península da Ásia Menor.
Como uma porção territorial do continente asiático, o relevo dessa região é constituído
basicamente por planaltos: da Anatólia, o Iraniano e da Arábia. Há também formações
montanhosas provenientes de dobramentos modernos: montes Zagros, Elburz e Iêmen.
Somem-se a essas unidades de relevo as planícies que compreendem a planície da Mesopotâmia
(expressão grega é que significa "entre rios"), cuja maior extensão fica no Iraque, entre dois
importantes rios: o Eufrates e o Tigre. Na foz do rio Jordão, na fronteira entre Israel e Jordânia,
encontra-se a depressão do mar Morto, uma fossa tectônica que fica a 394 metros abaixo do
nível do mar. O mar Morto tem a maior salinidade do mundo e está fadado a desaparecer em
alguns milhares de anos, em função da intensa evaporação que supera a drenagem. Esse
fenômeno é agravado ainda mais por conta dos diversos projetos de irrigação realizados em
Israel para abastecer a agricultura no deserto de Negrev.
A planície da Mesopotâmia é uma das raras áreas úmidas do Oriente Médio, em função do
derretimento de neve no alto curso dos rios Tigre e Eufrates, que acaba provocando inundações
no baixo curso, tornando-o pantanoso.
Os analistas políticos afirmam que essa falta de água será a principal causa dos conflitos
no século XXI, a começar pelo Oriente Médio. A região conta com 5% da população mundial,
mas apenas 1% das reservas de água do Planeta. A cota atual de consumo de água pelos
habitantes é de aproximadamente 1,5 mil m³. Estimativas do Banco Mundial dão conta de que,
em 2025, essa taxa caia para 700 m³.
A falta de água e o acesso aos recursos hídricos há muito é um fator geopolítico de conflito
na região do Oriente Médio entre judeus e árabes. Somem-se a eles, a posse por território e
conflitos entre diferentes troncos étnico-religiosos. Foi nesse contexto que esteve em disputa o
acesso e o controle do curso do rio Jordão, dos lençóis freáticos da Cisjordânia e do mar da
Galileia.
Outro foco de tensão faz Turquia, Síria e Iraque enfrentaram-se pelo uso dos rios Tigre e
Eufrates, que nascem em Anatólia – território turco – e deságuam no golfo Pérsico. São rios
extremamente importantes para o abastecimento desses países. No entanto, apenas a Turquia
dispõe do uso e do controle do montante dos rios, o que afeta as outras duas nações.
Na década de 1990, quando a Turquia represou parte do leito dos dois rios para construir
a Usina de Ataturk, enfrentou muitos protestos e até ameaças de invasão por parte da Síria e do
Iraque. Ainda hoje, essa questão é muito polêmica e pode ser causa de sérios problemas no
futuro.
O caráter geopolítico da água naquela região vai muito além de um simples recurso
natural para tornar-se alvo de um dos mais cobiçados elementos territoriais em todo o mundo.
A região da Palestina foi ocupada e conquistada por muitos povos, entre eles os judeus e
os árabes. No século VI a.C., o povo judeu iniciou sua diáspora, devido à repressão imposta pelo
Império Romano, mas continuou a considerar a região como sua terra de origem. Os palestinos
são formados por uma mistura de povos, como filisteus 1 (que ocupavam a Faixa de Gaza),
cananeus 2 (que habitavam a Cisjordânia) e os árabes, os quais impuseram sua cultura, tradição
e a religião islâmica. Os palestinos habitaram a região por um período de cerca de 2.000 anos.
A partir do final do século XIX, com a criação da Organização Sionista Mundial (1897), cuja
sede fica na Suíça, o movimento sionista começou a organizar a migração de judeus à
Palestina, visando a formação de uma pátria judaica. Na primeira metade do século XX, o
aumento da população judaica na região, estimulado pela compra de terra e pelo
estabelecimento de diversas colônias, foi contínuo e relativamente pacífico.
1
A origem dos filisteus (do hebraico plishtim) ainda hoje é motivo de controvérsias. Há
polêmica até mesmo sobre o fato se se tratava de um único povo ou de uma confederação de
povos que migraram do Mar Egeu para o leste do Mar Mediterrâneo no século XIII a.C.
2
O nome cananeu deriva de Canaã, um dos filhos de Cam, filho de Noé. Esta descendência
lhes foi atribuída por sua grande dependência política em relação aos egípcios camitas. No
entanto, sabe-se que a maioria dos habitantes de Canaã – Palestina e Fenícia – era formada por
semitas imigrados em diversos períodos, provavelmente entre o 4º e 2º milênios anteriores ao
nascimento de Cristo.
O acordo de paz estabeleceu que o Estado Árabe da Palestina seria dividido entre Israel
(que conquistara a Galileia e o deserto de Neguev); Transjordânia, que incorporaria a
Cisjordânia (a oeste do rio Jordão); e Egito, que ocuparia a faixa de Gaza. Após o armistício, os
conflitos não cessaram. Diversas questões opuseram árabes e israelenses. Os palestinos
reagiram à ocupação de suas terras organizando atos terroristas contra os judeus.
Em 1967, a Síria tentou desviar o fluxo de água do rio Jordão mediante a construção de
uma grande represa, nas colinas de Golã. Com o apoio da Jordânia e do Egito, a Síria bloqueou
o golfo de Ácaba – utilizado pelos navios israelenses para chegar ao Mar Vermelho. O
crescimento das tensões colocou em alerta as tropas de todos os países envolvidos.
A princípio, conquistaram algumas posições, mas foram obrigados a recuar com a forte
reação do exército israelense, que conseguiu mobilizar e organizar as suas tropas rapidamente.
A guerra durou três semanas, e Israel manteve sob seu domínio as conquistas da Guerra
dos Seis Dias. Em 1979, Israel concordou em devolver ao Egito a península do Sinai, mediante
acordo de Camp David, intermediado pelos Estados Unidos.
As guerras envolvendo árabes e israelenses expulsaram milhares de palestinos de suas
terras, que se refugiaram em acampamentos no Líbano, na Síria, no Egito e na Jordânia.
Desorganizados, espalhados por diversos países e enfraquecidos militarmente, os palestinos
criaram várias organizações terroristas para lutar contra o Estado de Israel, entre ela a Al Fatah,
em 1959, e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964. No final da década de
1960, a OLP foi reconhecida pela ONU como única e legítima organização representante do
interesse do povo palestino.
Esse acontecimento marcou uma nova fase para a OLP, que conquistou mais espaço no
campo diplomático, passando a negociar com os Estados Unidos e, posteriormente, com Israel.
No dia 13 de setembro de 1993, após seis meses de negociações secretas mediadas pelo
governo da Noruega, Arafat e o primeiro-ministro israelense Yitzak Rabin, assinaram uma
acordo de paz na Casa Branca, Estados Unidos, que ficou conhecido como Acordo de Oslo.
Por esse acordo, a faixa de Gaza e a parte da Cisjordânia - incorporadas a Israel, em 1967,
na Guerra dos Seis Dias – foram devolvidas aos palestinos e se tornaram regiões autônomas.
Foi criada, também, a Autoridade Nacional Palestina (ANP), entidade liderada por Arafat com
sede em Ramallah, na Cisjordânia.
A ANP passou a ser a representação legal dos palestinos e responsável pela administração
dos seus territórios. Em setembro de 1995, um novo acordo estendeu a autonomia a outras 456
cidades na Cisjordânia.
visitou a Esplanada das Mesquitas (local mais sagrado para os muçulmanos em Jerusalém),
provocando a Segunda Intifada.
Com a morte de Arafat em 2004, a ANP passou a ser presidida por Mahmoud Abbas, eleito
num processo livre e democrático, no início de 2005. As ações de Abbas foram pautadas pelas
negociações com o governo de Israel e com os grupos radicais palestinos com o objetivo de
retomar a avançar as questões traçadas pelo Mapa do Caminho. Essas negociações levaram, à
retirada dos assentamentos judaicos da faixa de Gaza e de uma pequena parte da Cisjordânia.
Israel declara a cidade de Jerusalém como capital indivisível do país; já os palestinos não
abrem mão de incorporá-la a um futuro Estado da Palestina. O extremismo de grupos judeus e
palestinos, contrários a qualquer processo de negociação, constitui outro obstáculo à paz na
região. Em 2006, o Hamas conquistou legitimamente o poder e manteve a posição de não
reconhecimento do Estado de Israel e a oposição a qualquer negociação de paz.
A Assembleia Geral das Nações Unidas aceitou a entrada da Palestina como Estado
Observador, ao aprovar uma resolução por 138 votos a favor, nove contra e 41 abstenções. O
status permite que os palestinos opinem, mas sem direito a voto, e, segundo especialistas, abre
espaço para as discussões sobre a criação de um Estado independente.
Por 138 votos a nove, a Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira uma
ascensão do status dos palestinos nas Nações Unidas, de “entidade observadora” a “Estado
observador não-membro”.
O Brasil está entre os países que votaram a favor da medida, que precisava apenas de
maioria simples para ser aprovada. A maior oposição veio de EUA e Israel, que estão entre os
nove membros que votaram contra. Os países que se abstiveram somam 41.
O pleito se segue a uma fracassada tentativa dos palestinos de integrar a ONU como
membros permanentes, em 2011, quando não obtiveram apoio do Conselho de Segurança da
ONU. O presidente palestino Mahmoud Abbas disse mais cedo que essa seria a “última chance”
de uma solução para o conflito com Israel. Ele havia solicitado que a comunidade internacional
desse uma “certidão de nascimento” para a Palestina.
O novo status é principalmente simbólico, mas a liderança palestina argumenta que ele
ajudará a delimitar o território que quer para seu Estado próprio – gradativamente tomado
pelo avanço dos assentamentos israelenses. Também pode ajudar que essa delimitação de
território ganhe reconhecimento formal. O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, havia
dito que a aprovação é “um passo muito importante para salvar a solução de dois Estados”. A
mudança também significa que palestinos poderão participar dos debates da Assembleia Geral
da ONU, aumentando suas chances de integrar agências e entidades ligadas à ONU. Talvez o
maior temor de Israel seja o de que palestinos usem seu novo status para entrar no Tribunal
Penal Internacional e tentar acionar Israel judicialmente por supostos crimes de guerra
cometidos em territórios ocupados, como na Cisjordânia. Israel classifica a iniciativa palestina
de uma violação dos Acordos de Oslo (1993), que traçam caminhos para a negociação bilateral
(atualmente interrompida) de paz.
Palestinos haviam tentado status maior na ONU no ano passado. A aprovação do novo
status na ONU é uma vitória diplomática de Mahmoud Abbas, o líder da Autoridade Palestina e
principal força política na Cisjordânia. Os palestinos tentam há tempos estabelecer um Estado
soberano na Cisjordânia, que inclua Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, seguindo o traçado de
antes da Guerra dos Seis Dias (em 1967, quando Israel ocupou territórios reivindicados pelos
palestinos). Os Acordos de Oslo, entre a OLP (Organização pela Libertação da Palestina) e Israel,
levaram ao reconhecimento mútuo. No entanto, duas décadas de conflitos intermitentes desde
então e a ausência de consenso em temas-chave impediram um acordo permanente. A última
rodada de negociações terminou em 2010.
Fonte: BBC.
Em 2014, novas ofensivas aconteceram. Depois que três jovens judeus foram
assassinados em um ato atribuído ao Hamas, cuja autoria foi negada, seguiu-se o assassinato de
um jovem palestino por um extremista judeu. Houve ataques dos dois lados, com ampla
vantagem de Israel, mais bem defendido e mais bem armado. Enquanto cerca de 65 soldados
israelenses foram mortos, mais de dois mil palestinos, entre militares e civis, sucumbiram no
conflito. Em razão de mais esse massacre, países ocidentais, dentre eles o Brasil, passaram a
questionar a atuação de Israel na região.
Pelo visto, infelizmente, esse conflito está longe de acabar. Pesem os acordos
momentâneos de paz, basta uma pequena faísca para reacender novamente as batalhas.
Embora internacionalmente reconhecido como legítimo, também pelo Brasil, difícil mesmo
ainda é a criação do Estado palestino, em razão das muitas disputas territoriais.
Jerusalém não é somente o coração de três grandes religiões, mas é também o coração de
uma das mais bem-sucedidas democracias do mundo", disse Trump durante o discurso na Casa
Branca. "Israel é uma nação soberana e tem o direito, como qualquer outra nação soberana, de
determinar a sua própria capital", disse.
Segundo a ONU, em 2016, estimava-se que cerca de 244 milhões de habitantes haviam
deixado sua pátria e migrado para outras regiões, destes, 165 milhões somente nos últimos 45
anos. Desse volume total, aproximadamente 15% migra por perseguição política, seca ou outras
catástrofes ambientais, o restante, são migrantes por motivos econômicos.
Ainda segundo a ONU, Segundo a ONU, em 2015, dois em cada três migrantes
internacionais viviam na Europa ou na Ásia. Cerca de metade dos migrantes nasceram na Ásia.
Ainda, 16 milhões de pessoas nascidas na Índia moram em outros países, comparado a 12
milhões do México, os dois países com as maiores diásporas do mundo. Rússia, China,
Bangladesh, Paquistão e Ucrânia seguem em ordem na lista em número de cidadãos vivendo no
estrangeiro.
Família de refugiados sudaneses no campo de Goz Amer, no leste do Chade. Fonte: ACNUR
2004/H.Caux.
Há lugares em que a luta dos imigrantes para entrar nos países desenvolvidos é tão
acirrada que ganhou aparência de guerra, com cercas e muros. A intensificação das migrações
internacionais nas duas últimas décadas e neste século XXI veio acompanhada de inúmeras
restrições e até mesmo proibições.
De acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
(ACNUR) de 2016, existem no mundo cerca de 65,6 milhões de refugiados que procuram por
abrigo em outras nações, devido a conflitos, guerras civis, perseguições políticas, religiosas ou
étnicas.
O conflito na Síria continua fazendo com que o país seja o local de origem da maior parte
dos refugiados (5,5 milhões). Entretanto, em 2016 um novo elemento de destaque foi o Sudão
do Sul, onde a desastrosa ruptura dos esforços de paz contribuiu para o êxodo de 739,9 mil
pessoas até o final do ano passado. No total, já são 1,4 milhão de refugiados originários do Sudão
do Sul e 1,87 milhão de deslocados internos (que permanecem dentro do país).
Os países com maior número de refugiados reconhecidos no Brasil em 2016 foram Síria
(326), República Democrática do Congo (189), Paquistão (98), Palestina (57) e Angola (26). Os
países com maior número de solicitantes de refúgio no Brasil em 2016 foram Venezuela
(3.375), Cuba (1.370), Angola (1.353), Haiti (646) e Síria (391).
A Venezuela está no topo do ranking, com 6.823 solicitações de refúgio nos primeiros sete
meses do ano – aumento de 102% se comparado aos 3.375 pedidos registrados em 2016. Em
seguida aparece Cuba, Angola e Senegal.
A Síria teve uma redução significativa de solicitações e saiu da 5ª posição para a 7ª, com
391 registros. Já o Senegal subiu da 10ª para a 4ª posição, com 823 pedidos.
Considerando-se apenas os pedidos de refúgio de estrangeiros de nacionalidades
africanas, entre 2016 (ano inteiro) e de janeiro a julho de 2017, houve um aumento de 33% das
solicitações de permanência no Brasil – o número subiu de 3.184 para 4.281 pedidos.
Hoje, uma nova modalidade de refugiados começa a se delinear, os denominados
refugiados ambientais. Se o aquecimento global e os impactos ambientais que ele gera
continuarem na velocidade atual, as catástrofes naturais, a desertificação e o aumento do nível
do mar serão responsáveis por uma grande crise ambiental e climática, que tornará inevitável
o deslocamento de milhares de pessoas buscando a sobrevivência.
A Cruz Vermelha calcula que mais de 25 milhões de pessoas no mundo atual já se
deslocaram de lugares destruídos por problemas ambientais. Ao norte de Papua Nova Guiné,
no arquipélago de Carteret, os habitantes foram obrigados a deixar suas casas em razão da
elevação do nível do mar. O arquipélago do Pacífico Sul deverá desaparecer nos próximos anos.
Atualmente a situação mais urgente é a dos que vêm sendo expulsos pela elevação das marés.
A legislação internacional não contempla a nova classe de refugiados. Para a Convenção
de Genebra, refugiados são definidos como pessoas que temem “ser perseguidas por motivos
de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou associações políticas” e “se encontram fora do
país de sua nacionalidade”. Então, os refugiados ambientais, talvez, fossem aqueles expulsos
pela natureza, uma vez que esta vem sendo a causa das principais tragédias vividas pela
humanidade nos últimos anos, a exemplo dos tsunamis na Ásia, dos furacões nos Estados
Unidos e a desertificação em páreas da África Subsaariana.
Esta é uma situação que requer a situação das autoridades assim com ações urgentes. O
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados ou mesmo o dos Direitos Humanos, deve
inserir nos novos acordos internacionais esta categoria de refugiados a fim de que sejam
minimizados os transtornos causados pelas alterações climáticas.
Fonte: http://agnaldobarros.blogspot.com.br
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – DIT ................................................................................................................................... 2
DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO E AS TROCAS DESIGUAIS ............................................................. 2
O CAPITALISMO COMERCIAL
A primeira etapa do capitalismo estendeu-se do fim do século XV até o século XVIII e foi
marcada pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental na época (Portugal,
Espanha, Inglaterra, França e Países Baixos), em busca de novas rotas de comércio, sobretudo
para as Índias. O objetivo dessas nações era acabar com a hegemonia das cidades italianas no
comércio com o Oriente pelo Mediterrâneo. Foi o período das Grandes Navegações e
descobrimentos, das conquistas territoriais e também da escravização e genocídio de milhões
de nativos da América e da África.
O acúmulo de capitais era resultado da troca de mercadorias, ou seja, do comércio, por
isso o termo capitalismo comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a
doutrina mercantilista, que pregava a intervenção governamental nas relações comerciais, a
fim de promover a prosperidade nacional e aumentar o poder dos Estados nacionais, que nessa
época estavam se constituindo como resultado da centralização do poder político nas mãos dos
monarcas. A riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos
(ouro e prata) que possuíam. Esse princípio ficou conhecido como metalismo.
O mercantilismo foi importante para o desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu,
como resultado de um comércio altamente lucrativo, obtido pela exploração das colônias,
grande acúmulo de capitais nas mãos da burguesia europeia. Essa acumulação inicial de capitais
foi fundamental para a eclosão da Revolução Industrial, que marcou o início de uma nova fase
do capitalismo.
O CAPITALISMO INDUSTRIAL
A segunda fase do capitalismo foi marcada principalmente pelos fatos que, em conjunto,
ficaram conhecidos como Revolução Industrial. Um de seus aspectos mais importantes foi o
aumento da capacidade de transformação da natureza, por meio da utilização de máquinas
movidas pela queima de carvão mineral, o que tornou possível o aumento da produção de
diversos bens, multiplicando os lucros de muitos países. Houve também uma crescente
aceleração da circulação de pessoas, de fatores de produção e de mercadorias. Isso foi possível
com a expansão das redes de transporte terrestre - com o trem a vapor - e marítimo - com o
barco a vapor.
O comércio não era mais a essência do sistema. Nessa nova fase, o lucro provinha
basicamente da produção de mercadorias. Mas de que modo se lucrava com a produção em
série de tecidos, máquinas, ferramentas e armas? Ou com os rápidos avanços nos transportes,
graças ao surgimento dos trens e barcos a vapor?
Foi Karl Marx (1818-1883), um dos mais influentes pensadores do século XIX, quem
desvendou o mecanismo da exploração capitalista, definindo o conceito de mais-valia. A toda
jornada de trabalho corresponde uma remuneração, que permitirá a subsistência do
trabalhador. No entanto, o trabalhador produz um valor a mais do que recebe na forma de
salário, e a quantidade de trabalho não-pago permanece em poder dos proprietários das
fábricas, lojas, fazendas, minas e outros empreendimentos. Dessa forma, em todo produto ou
serviço vendido está embutido esse valor, que, entretanto, não é transferido a quem o produziu,
permitindo o acúmulo de lucro pelos capitalistas.
O regime assalariado é, portanto, a relação de trabalho mais adequada ao capitalismo. É
uma relação tipicamente capitalista, pois se disseminou à medida que o capital se acumulava
em grande escala, provocando uma crescente necessidade de expansão dos mercados
consumidores. O trabalhador assalariado, além de apresentar maior produtividade que o
escravo, tem renda disponível para o consumo. Por isso a escravidão, relação típica da fase
comerciai do capitalismo - o escravo, mais que produtor, era mercadoria -, entrou em
decadência, e o trabalho assalariado passou a predominar.
Ao contrário do período mercantilista, nessa nova etapa do capitalismo, o Estado não mais
intervinha na economia, que passou a funcionar segundo a lógica do mercado, guiado pela livre
concorrência. Consolidava-se, assim, uma nova doutrina econômica: o liberalismo. Essa nova
visão foi sintetizada por dois economistas britânicos: Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo
(1772-1823). Adam Smith defendia o indivíduo contra o poder do Estado e acreditava que cada
um, ao buscar seu próprio interesse econômico, contribuiria para o interesse coletivo de modo
mais eficiente. Por isso era contrário à intervenção do Estado na economia e defendia a “mão
invisível” do mercado, ideia que foi expressa pelas palavras francesas laissez-faire, laissez-
passer (“deixai fazer, deixai passar” - ou seja, a eliminação das interferências do Estado em
assuntos econômicos).
Dentro das fábricas, mudanças importantes estavam acontecendo: a produtividade e a
capacidade de produção aumentavam rapidamente; aprofundava-se a divisão de trabalho e
crescia a fabricação em série. Nessa época, final do século XIX, estava ocorrendo o que se
convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial, quando o capitalismo entrou em sua
fase financeira e monopolista, marcada pela origem de muitas das atuais grandes corporações
e pela expansão imperialista.
O CAPITALISMO FINANCEIRO
Uma das consequências mais importantes do crescimento acelerado da economia
capitalista no final do século XIX foi o marcante processo de concentração e centralização de
capitais. Empresas foram criadas e cresceram rapidamente: indústrias, bancos, corretoras de
valores, casas comerciais etc. A acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando
a fusões e incorporações que resultaram na formação de monopólios ou oligopólios em muitos
setores da economia. É bom lembrar que, por ser intrínseco à economia capitalista, esse
processo continua acontecendo.
Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de novas
tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. Pela primeira vez, tendo como
pioneiros os Estados Unidos e a Alemanha, a ciência era apropriada pelo capital, ou seja, estava
a serviço da produção, não mais como na Primeira Revolução Industrial, no século XVIII,
quando os avanços tecnológicos eram resultantes de pesquisas espontâneas e autônomas.
Passou a haver um esforço das grandes empresas, como as destacadas acima, e dos Estados
para a pesquisa científica visando desenvolver novas técnicas de produção. O resultado desse
esforço conjunto foram os primeiros laboratórios de pesquisa das atuais grandes corporações
multinacionais. (Empregaremos o termo multinacional, embora seja frequente encontrarmos a
expressão transnacional.)
A siderurgia avançou significativamente, assim como a indústria mecânica, graças ao
aperfeiçoamento da fabricação do aço. Na indústria química, com a descoberta de novos
elementos e materiais, ampliaram-se as possibilidades para novos setores, como o
petroquímico. A descoberta da eletricidade beneficiou as indústrias e a sociedade, pois
proporcionou melhora na qualidade de vida. O desenvolvimento do motor a combustão interna
e a consequente utilização de combustíveis derivados de petróleo abriu novos horizontes para
as indústrias automobilística e aeronáutica, possibilitando sua expansão e a dinamização dos
transportes.
O CAPITALISMO INFORMACIONAL
Com o advento da Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução
Técnico Científica ou, Revolução Informacional, o capitalismo atinge sua fase informacional-
global. Isso ocorre no pós-Segunda Guerra, sobretudo a partir dos anos 1970, quando,
gradativamente, disseminam-se empresas, instituições e diversas tecnologias responsáveis
pelo crescente aumento da produtividade econômica e pela aceleração dos fluxos de capitais,
de mercadorias, de informações - robôs, computadores, satélites, aviões a jato, cabos de fibras
óticas, telefones digitais, Internet, etc. - e de pessoas.
Nessa etapa de seu desenvolvimento, o capitalismo continua industrial e financeiro.
Industrial porque novas tecnologias empregadas no processo produtivo, a exemplo da robótica,
permitiram grande aumento de produtividade e diversificação dos produtos; e financeiro por
causa da desmaterialização do dinheiro, que, em vez de circular fisicamente, cada vez mais se
transforma em bits de computador, circulando rapidamente pelo sistema financeiro
globalizado. Mas a característica fundamental dessa etapa do desenvolvimento capitalista é a
crescente importância do conhecimento - que nada mais é do que a informação organizada e
sistematizada. Os produtos e serviços têm um conjunto cada vez maior de conhecimentos a eles
agregados. A fabricação de um colchão ou um automóvel, por exemplo, envolve uma série de
conhecimentos específicos, além dos materiais e da mão-de-obra (essa também cada vez mais
qualificada). Produtos e serviços têm, portanto, uma nova característica - seu crescente teor
informacional.
As revoluções industriais anteriores foram movidas a energia - a primeira a carvão e a
segunda, a petróleo e eletricidade, mas a revolução ora em curso é movida a conhecimento.
Durante o imperialismo era imprescindível o acesso a fontes de matérias-primas e de energia
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – GEOPOLÍTICA................................................................................................................... 2
NAÇÃO E TERRITÓRIO, OS ESTADOS TERRITORIAIS E OS ESTADOS NACIONAIS: A ORGANIZAÇÃO DO
ESTADO NACIONAL ........................................................................................................................................ 2
Barão de Montesquieu.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – GEOPOLÍTICA................................................................................................................... 2
PODER GLOBAL, NOVA ORDEM MUNDIAL E FRONTEIRAS ESTRATÉGICAS ................................................... 2
A China também emerge como uma nova potência, reforçando a tese da multipolaridade.
O país possui a maior população do planeta e, portanto, um gigantesco mercado consumidor
em potencial. Além da mão-de-obra barata, oferece facilidades para atrair capitais estrangeiros;
por isso é a economia que mais cresce no mundo há duas décadas. Além disso, seu poder militar
é crescente: possui armas nucleares e é membro permanente do Conselho de Segurança da
ONU.
Os países economicamente mais poderosos do mundo atualmente são os Estados Unidos,
o Japão, a Alemanha e a China, com destaque para o primeiro, que cresceu ininterruptamente
durante a década de 1990, reforçando sua hegemonia.
SUMÁRIO
GEOGRAFIA GERAL – DEMOGRAFIA .................................................................................................... 2
TEORIAS DEMOGRÁFICAS................................................................................................................. 2
MALTHUS, Thomas R. Ensaio sobre a população. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 282.
Para evitar problemas futuros, Malthus propôs algumas medidas para o controle da
natalidade, entre elas destacam-se: casamento tardio, limitar o número de filhos de acordo
com os salários, abstinência sexual, elevação dos preços das mercadorias, guerras, o que
ele chamou de controle moral. Apesar dos estudos da Teoria Malthusiana terem gerado
uma enorme repercussão, Malthus cometeu alguns equívocos, o Desenvolvimento
econômico (indústria, urbanização e modernização), a participação da mulher no mercado
de trabalho, o custo da formação do indivíduo etc., são fatores que favorecem a queda, do
crescimento demográfico. Parece lógico, porém, não podemos responsabilizar o estado de
pobreza mundial, apenas ao crescimento populacional, as verdadeiras causas na realidade
envolvem processos políticos.
Quando Malthus escreveu sua obra mais divulgada, no fim do século XVIII, a população
mundial aproximava-se de 950 milhões de habitantes. No século XVII, tinha aumentado 160
milhões. No século XX, o crescimento foi quase de 4,5 bilhões de habitantes.
POPULAÇÃO MUNDIAL (8000 a.C – 2050 d.C)
Fonte: OVERY, Richard (ed.). Hammond atlas of the 20th century. Londres: Times Books, 1996. p. 176
(Adaptação).
À primeira vista, a expansão demográfica mundial confirmou as hipóteses de Malthus sobre
o crescimento geométrico. De fato, quando se consideram os períodos de 50 anos, entre
1800 e 2000, a expansão demográfica registrada foi até superior à prevista pela hipótese
do crescimento geométrico. Mas isso não significa que Malthus estava correto, pelo
contrário, se analisarmos os dois últimos séculos, eles representam a prova definitiva do
erro de Malthus.
O período que vai de 1950 a 1988 foi o que apresentou o mais rápido crescimento
populacional já registrado na história da humanidade. Da década de 1970 a 2008, o
crescimento da população mundial caiu de 2,1% para 1,2% ao ano. Isso ocorreu devido ao
maior acesso aos métodos anticoncepcionais e à sua utilização por um número cada vez
maior de indivíduos, resultando em uma taxa de fecundidade (número de filhos por mulher
em idade fértil) em queda na maioria dos países do mundo.
TEORIA NEOLMALTHUSIANA
É uma teoria que começa a se desenvolver nas primeiras décadas do século XX, retomando
os fundamentos da teoria malthusiana, que para muitos era considerada superada e que
rapidamente consegue somar cada vez mais adeptos no correr do tempo, em especial nos
países desenvolvidos.
Inúmeras campanhas foram realizadas por diversos governos pós-2ª Guerra Mundial. A
campanha denominada Planificação Familiar, por exemplo, foi mais rigorosa em alguns
países, menos em outros, mas atingiu concretamente quase todo o mundo
subdesenvolvido, porém, as teorias foram rejeitadas por alguns países, pela igreja católica,
pelos marxistas e outros, a política oficial de controle de natalidade, embora adotada em
alguns países como a índia, China e México resultaram em um grande fracasso.
REFORMISTAS OU MARXISTAS
Na mesma época em que foi criada a teoria neomalthusiana foi criada em oposição a ela a
teoria reformista, que chega a uma conclusão inversa as duas outras teorias. Uma
população jovem e com elevadas taxas da natalidade não é causa e sim consequência do
subdesenvolvimento. Embora o tamanho da população e a quantidade de alimentos
produzidos sejam fatores importantes quando estudamos o problema da fome, eles por si
só, são insuficientes para explicá-la. A proposta reformista era de executar reformas
econômicas e sociais para liberar forças produtivas inaproveitadas e melhorar a
distribuição dos alimentos e dos recursos gerais, além de combater os índices elevados de
natalidade com anticoncepcionais.
As ideias reformistas aproximam-se das defendidas pelos marxistas, que também veem o
crescimento acelerado da natalidade entre as populações pobres como um produto das
Karl Marx
TEORIA ECONEOMALTHUSIANA
Os adeptos dessa teoria alertam o mundo para a relação entre os homens e a natureza. Os
defensores dessa teoria alertam para os riscos ambientais decorrentes do crescimento
exagerado da população a qual exercerá cada vez mais pressão aos recursos naturais. Uma
das formas de controle seria colocar em prática o plano do desenvolvimento sustentável,
que visam atender melhor às necessidades dos seres humanos e mantendo um certo
equilíbrio ambiental. Os eco neomalthusianos exercem forte influência na opinião pública,
ancorados na força do movimento ambientalista mundial.
A foto de Danica May Camacho, nascida com 2,5 quilos aos dois minutos desta
segunda-feira (horário local) em Manila, capital das Filipinas, está em todos os
principais meios de comunicação do mundo como a habitante de número 7 bilhões
da Terra. Funcionários do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)
cumprimentaram os pais de Danica, Florente e Camilla, pela chegada simbólica dessa
marca histórica. Mas autoridades de outras regiões do mundo reivindicam o título do
sétimo bilionésimo humano.
A cidade russa de Kaliningrado afirma que o menino Piotr, nascido poucos
minutos após a zero hora local, é o bebê 7 bilhões. As autoridades da região de
Kamtchatka, no extremo oriente da Rússia, dizem o mesmo sobre uma criança
nascida às 0h19 na cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky. Recém-nascidos na
Turquia, na Índia e em outros países também são apontados pelas autoridades locais
como o símbolo dos 7 bilhões. O próprio escritório do UNFPA divulgou fotos dessas
crianças como "um dos" 7 bilhões.
Quando a população mundial atingiu a marca de 6 bilhões, em 1999, o UNFPA
decidiu escolher como rosto-símbolo o bebê Adnan Nevic, nascido em Sarajevo,
capital da Bósnia-Herzegovina. Na época, também houve contestação de outros
países em relação a quem seria a criança 6 bilhões. O dia 31 de outubro de 2011 foi
determinado pelo UNFPA como o da chegada aos 7 bilhões com base em projeções
dos censos de todos os países. Como esses levantamentos são imprecisos, é
impossível dizer ao certo se a humanidade já alcançou essa marca ou não.
Fonte: Revista Época.