Ambiental

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Conservação Ambiental - Turma

2023B
Módulo 1 - Meio Ambiente, homem e natureza

1.1 O meio ambiente


Segundo Watanabe, 2010, atualmente é evidente que a gestão
ambiental assumiu uma posição notória entre as preocupações da
sociedade, do governo e das empresas. A constante e crescente
degradação ambiental atingiu proporções alarmantes, colocando em
questão a sustentabilidade do planeta.

Diante desse contexto, a temática ambiental passou a fazer parte do


rol de disciplinas de diversos cursos. O Tema Meio Ambiente será
discutido nesta e nas próximas aulas que integram o presente curso,
intitulado “Conservação Ambiental”. Conceito durante todas as nossas
aulas.

As sociedades sempre estiveram em contato direto e permanente


interação com o ambiente natural, fatos que se refletiram nas
complexas inter-relações das práticas sociais e ambientais. Os
resultados dessas inter-relações frequentemente degradaram o meio
natural e muitas vezes, se reverteram em perda da qualidade de vida
para muitas sociedades. (WATANABE, 2010).

“O meio ambiente é o conjunto de elementos naturais e sociais que


interagem provocando alterações no espaço e no tempo.”

A queda da qualidade ambiental começou a ser percebida com mais


intensidade a partir do momento em que o meio ambiente passou a
ser explorado demasiadamente, ocorrendo uma transformação dos
ecossistemas naturais em ecossistemas humanos.

Antes de verificarmos detalhadamente como essa mudança aconteceu


se faz necessário discutirmos o conceito de meio ambiente. Embora
esteja em voga esse conceito nem sempre é assimilado de maneira
correta. Muitas pessoas associam o meio ambiente à natureza, no
entanto esses termos não são sinônimos.
E para você, o que é meio ambiente?

Espero que a sua resposta não tenha sido a mesma dada pela maioria
dos brasileiros que afirmaram, no final da década de 90, que o meio
ambiente é a própria natureza.

Em 1998, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística


(Ibope) realizou uma pesquisa para saber o que os brasileiros
pensavam sobre o meio ambiente. O resultado revelou que para a
maioria dos entrevistados o meio ambiente era formado apenas pela
fauna e flora, ou seja, não se sentiam parte integrante do mesmo.

E você, se sente incluído no meio ambiente?

Vamos aos conceitos!

O Meio Ambiente pode ser considerado um conceito de múltiplas


facetas, isto é, pode ser analisado a partir de diversos aspectos,
sendo eles:

● Fato – um rio deságua no mar, um homem pega o ônibus, e


outros;
● Lugar – uma praça, um parque, e outros;
● Fenômenos – chuva de granizo, mortalidade de peixes, e outros;
● Constatações – perda de biodiversidade, aquecimento global e
outros;
● Produtos ou substâncias – bio-combustíveis, clorofluorcarbono e
outros;
● Processos – erosão do solo, eutrofização de um rio e outros;
● Estado – qualidade do ar, salubridade de um habitat e outros;
● Problemas – poluição hídrica, vazamento de gás tóxico de
indústria química e outros;
● Atividades – adubação, mineração e outros;
● Procedimentos – realização de um estudo de impacto ambiental e
outros;
● Impacto ou efeito – chuvas ácidas e degradação da floresta,
buraco na camada de ozônio e câncer de pele e outros;
● Intervenção – tratamento de efluentes, controle do nível de ruído
e vibração e outros;
● Estratégias – programas de educação ambiental, criação de
reservas naturais, geração de taxas ambientais e outros;
● Instituições – Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, Órgãos
ambientais estaduais e municipais.

Portanto, o entendimento sobre o Meio Ambiente vai muito além de


uma concepção natural, envolve tanto aspectos naturais como
sociais, conforme veremos a seguir.

Conceitos de meio ambiente


Segundo Sachs (1986), o meio ambiente é formado por três
subconjuntos que interagem: a natureza, a técnica e a sociedade.

Para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais -


IBAMA (1994), “o meio ambiente é o conjunto de elementos naturais
e sociais que interagem provocando alterações no espaço e no
tempo.”

Outro conceito de meio ambiente, considerado de grande


importância, constituído na Conferência de Tbilisi (Geórgia), em
1977, considera o meio ambiente como “o conjunto de sistemas
naturais e sociais em que vivem o homem e os demais organismos e
de onde obtêm sua subsistência” (IBAMA, 1994).

Para efeitos legais, segundo o inciso I do Art. 3º da Política Nacional


do Meio Ambiente, o meio ambiente deve ser entendido como “o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas.”
Notamos que a definição legal procurou abranger todas as formas de
vida sobre o planeta, assim como englobou os aspectos sociais ao
defini-lo como um conjunto em que são processadas interações de
seus elementos entre si e destes com o meio, dentre os quais está o
homem.

O meio ambiente não é somente o conjunto de elementos naturais, é


muito mais do que isso, conforme acabamos de ver.

O conceito de meio ambiente evoluiu muito no decorrer dos tempos.


Em primeiro lugar foi considerado apenas sob seus aspectos
biológicos e físicos, passando a uma concepção mais ampla que leva
em conta a interação entre os aspectos naturais e sociais (Watanabe,
2002).

Glossário
Eutrofização: Enriquecimento da água, doce ou salgada, através de
elementos nutritivos que aceleram o crescimento de algas e outros
vegetais, provocando uma degradação da qualidade da água em
questão.

Voga: Ato ou efeito de vogar. Pôr em voga, tornar muito aceito ou


conhecido; propagar.

Referências:

IBAMA. Amazônia: Uma proposta interdisciplinar de educação


ambiental. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis, 1994.

WATANABE, C. B. Antecipando a Agenda 21 Local: uma visão


geográfica do meio ambiente de São Mateus do Sul, Paraná. Curitiba,
2002. 119f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade
Federal do Paraná.
WATANABE, C. B. Impactos Ambientais da mineração da
exploração do folhelho pirobetuminoso em São Mateus do Sul,
Paraná. Rio Claro/ São Paulo, 2010. Tese. (Doutorado em
Geociências e Meio Ambiente) – Universidade Estadual “Júlio de
Mesquita Filho”- UNESP.

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WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

1.2 A abordagem naturalista do meio ambiente


A abordagem naturalista do meio ambiente
A abordagem naturalista do meio ambiente predominou nas ciências
naturais e humanas desde o século XVI até meados do século XX,
devido à concepção cartesiana adotada pelas mesmas.
O cartesianismo, derivado da filosofia de René Descartes (1596–
1650), está fundamentado no princípio de que objeto e sujeito são
partes distintas, ocorrendo o mesmo com a natureza e a cultura.

Essa separação dos elementos foi apontada como um dos principais


motivos da degradação ambiental, pois o homem assumiu uma
posição de superioridade, entendendo que estava separado do meio
natural.

Com o desenvolvimento da Teoria Geral dos Sistemas o meio


ambiente passou a ser estudado como um sistema.

Foi somente a partir da década de 1960, com o desenvolvimento da


Teoria Geral dos Sistemas, proposta nos anos 1950 por Von
Bertalanffy, que o meio ambiente passou a ser estudado como um
conjunto de elementos naturais e sociais, ou seja, o homem foi
incluído como parte integrante do mesmo, conforme veremos na
próxima aula.

Karl Ludwig Von Bertalanffy, biólogo austríaco, nascido em 1901,


desenvolveu os seus estudos em Biologia, interessando-se pelo
desenvolvimento dos organismos. Opõe-se às concessões
mecanicistas do Mundo e da ciência vigentes na época. Na década de
30 desenvolve o fundamental da sua teoria: o ser humano e os
animais funcionam como um todo, como um sistema. Em 1950
publica uma série de artigos onde desenvolve a noção de sistema
aberto que constituirá a base da Teoria Geral dos Sistemas. Em 1954
funda, com um grupo de amigos, a Society for General Systems
Research com o objetivo de aprofundar o estudo da Teoria dos
Sistemas. Em 1968 publica a sua obra fundamental - General System
Theory - onde perspectiva a aplicação da sua teoria à Matemática, às
Ciências da Natureza, às Ciências Sociais, etc. Manteve intensa
atividade na defesa das suas concessões até a data da sua morte, em
1972.

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1.3 A abordagem sistêmica do meio ambiente

O sistema meio ambiente


A abordagem sistêmica foi adotada como método científico por
diversos ramos do conhecimento, com o objetivo de promover uma
análise integrada do meio ambiente, ou seja, analisá-lo como um
sistema.

De acordo com Almeida e Tertuliano (1999), um sistema pode ser


entendido como um conjunto de elementos que interagem. Esse
conjunto pode atingir um grau de organização suficiente para assumir
a função do todo integrado.

“O avanço decisivo da concepção sistêmica da vida foi o de ter


abandonado a visão cartesiana da mente como uma coisa, e de ter
percebido que a mente e a consciência não são coisas, mas
processos.” (CAPRA, 2003).

Sobre o assunto Capra (2000) destaca que:


Sistemas vivos incluem mais que organismos individuais e suas
partes. Eles incluem sistemas sociais – família ou comunidade - e
também ecossistemas. Muitos organismos estão não apenas inscritos
em ecossistemas, mas são eles mesmos ecossistemas complexos,
contendo organismos menores que têm considerável autonomia e
estão integrados harmonicamente no todo. Todos esses
organismos vivos são totalidades cuja estrutura específica
surge das interações e interdependência de suas partes.

Portanto, essa visão sistêmica ou holística diz respeito,


essencialmente, à interação e à interdependência de todos os
aspectos ambientais: físicos, biológicos, econômicos, psicológicos,
religiosos, sociais e culturais.

Transição da abordagem naturalista para a abordagem sistêmica


do meio ambiente
A abordagem sistêmica do meio ambiente vem substituindo a visão
reducionista, derivada do cartesianismo, nas diversas áreas do
conhecimento científico, por permitir:

● A construção de um esquema relacional e dinâmico;


● Uma visão em longo prazo;
● O aumento da abordagem local e global;
● O planejamento de diversas soluções;
● O desenvolvimento de um processo multidimensional,
interdisciplinar e transdisciplinar.
● A abordagem sistêmica passou a ser adotada como método de
análise da problemática ambiental, conforme observamos na figura
abaixo.
Figura 1 - Abordagem sistêmica de uma problemática ambiental.
Fonte: Versalhes (2005), adaptado por Watanabe (2008)

Descrição da imagem: Esquema de uma abordagem sistêmica de uma


problemática ambiental. Inicia-se com a informação e identificação do problema,
com a análise e coleta dos dados, observa-se o estado da situação problema. Com
a definição do problema ocorre a planificação. Com a identificação e avaliação das
soluções, define-se a elaboração de um plano de ação e um programa de ação.
Depois da implementação do programa de ação, ocorre a avaliação e divulgação
das informações a respeito do problema inicial.

Referências:

ALMEIDA, J. R.; TERTULIANO, M. F. Diagnose dos Sistemas


Ambientais: Métodos e Indicadores. IN: CUNHA, S. B.; GUERRA; A. J.
T. Avaliação e perícia ambiental. Rio De Janeiro: Bertrand do
Brasil, 1999. P. 116-172.

CAPRA, F. A Teia da Vida: uma nova compreensão científica dos


sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 2000.

CAPRA, F. Conexões Ocultas: ciência para uma vida sustentável.


São: Cultrix, 2003.

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Última atualização: quarta, 26 abril 2023, 10:20.

1.4 O estado de equilíbrio de um sistema

O equilíbrio do sistema
O estado de equilíbrio de um sistema está diretamente relacionado ao
estado de todos os elementos, pois são interdependentes. Seu estado
pode ser avaliado por sua organização, composição e fluxo de energia

e matéria. A mensuração do estado pode ser obtida através das


variáveis apresentadas pelo sistema em determinado momento.
Quando a estrutura e as relações apresentam valores
aproximadamente constantes das variáveis, em razão da adaptação
dos inputs (entradas) dizemos que o sistema está em estado

estacionário ou constante. Ocorrendo alterações nos inputs ao ponto


do sistema não possuir capacidade de absorvê-los haverá mudança
de estado, mas o sistema tende a se ajustar novamente. Por

exemplo: quando ocorre a disposição de efluentes sem tratamento


em um rio, esse sistema é alterado pela quantidade excessiva de
poluentes, mas tende a retornar ao seu estado de equilíbrio em longo
prazo, caso o lançamento não ocorra novamente.

Do que depende o equilíbrio de um sistema?

O equilíbrio de um sistema depende da perfeita adaptação das


variáveis internas às condições externas. Quando as condições
externas não mudam, o equilíbrio pode chegar à condição estática de
máxima entropia. Esse estado de estabilidade será atingido quando o

fazendo os ajustes de próprio sistema fizer os ajustes das entradas e


saídas de matéria e energia. Voltando ao exemplo do rio, caso não
ocorra à contaminação das águas, o sistema estará em estado de

equilíbrio, maneira natural, isto é, as entradas não serão superiores


a sua capacidade de absorção.
A quantidade de matéria e energia fornecida ao sistema varia de
acordo com o evento. Os valores expressos por essas quantidades
representam a magnitude da interferência no sistema.

"Quanto maior for o número de conexões com o ambiente maior será


o número de fontes e de estímulos passíveis de afetar o sistema, mas
também será maior a sua organização.”

Quando a magnitude do evento ultrapassa a capacidade de absorção


do sistema o estado de equilíbrio é rompido. A readaptação, ou seja,
a transição de um estado de equilíbrio para outro, dependerá do grau
de abertura do sistema, pois só ocorre em sistemas abertos. “Quanto
maior for o número de conexões com o ambiente maior será o
número de fontes e de estímulos passíveis de afetar o sistema, mas
também será maior a sua organização.” (ALMEIDA; TERTULIANO,
1999).

Segundo os mesmos autores, o tempo de readaptação do sistema é


controlado principalmente por fatores como:

● A resistência dos elementos às alterações do sistema;


● A complexidade do sistema;
● A magnitude do evento.

Referência:

ALMEIDA, J. R; TERTULIANO, M. F. Diagnose dos Sistemas


Ambientais: Métodos e Indicadores. IN: CUNHA, S. B.; GUERRA; A. J.
T. Avaliação e perícia ambiental. Rio De Janeiro: Bertrand do
Brasil, 1999. P. 116-172.
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1.5 A relação homem/natureza antigamente

Coleta, caça e pesca


No primeiro estágio da evolução humana a relação homem/natureza
permaneceu equilibrada. A extração dos recursos naturais respeitava
os ritmos naturais do meio.

No segundo estágio, o homem (Homo Erectus) que havia descoberto


o fogo atuou como predador. Suas atividades perturbavam o
equilíbrio ecológico, pois caçava e pescava, mas não o suficiente para
colocar em vias de extinção as espécies animais.

Pastoreio
O terceiro estágio foi marcado pelo progresso do domínio humano
sobre a natureza, com a domesticação de animais e a transformação
de grandes extensões de florestas e savanas em campos de pastos, o
que imprimiu grandes modificações na paisagem natural.

Agricultura
O surgimento da agricultura marcou o início do quarto estágio.
Através da observação dos ciclos naturais de reprodução dos
vegetais, o homem descobriu que podia criar ecossistemas artificiais
para suprir suas necessidades. Desde a mesopotâmia até a Idade
Média o homem esqueceu seu lugar na natureza. Essa visão
antropocêntrica colocou o homem numa posição de superioridade em
relação à natureza, resultando na crescente exploração dos recursos
naturais.

Glossário
Antropocêntrica: o homem como centro de tudo.

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1.6 A relação homem/natureza recentemente

Industrialização e urbanização
A Revolução Industrial, ou quinto estágio, acentuou as relações de
dominação e exploração ambiental, resultando em profundas rupturas
nos ritmos e processos naturais. A velocidade de regeneração natural
passou a ser menor que a velocidade da extração dos recursos
naturais.

A consolidação do capitalismo através da industrialização marcou o


início do sexto estágio. As mudanças nas relações econômicas de
produção e nas relações entre produtor e consumidor se refletiram no
aumento significativo da extração dos recursos naturais.

Uma breve conclusão sobre a interferência humana na natureza


Através da análise da evolução histórica da relação homem/natureza,
verificamos que nos primeiros estágios o ambiente não sofreu
perturbações intensas, pois o homem se sentia integrado ao meio.
Não tinha intenção de explorá-lo e nem técnicas para isso.

Foi com o surgimento da agricultura que o processo de degradação


ambiental tomou maiores proporções, porém, a interferência mais
significativa na natureza ocorreu com o advento da industrialização.
Não só a paisagem natural deu lugar às indústrias e,
consequentemente, à urbanização, como todo o meio ambiente
passou a ser agredido. A exploração dos recursos naturais foi
acentuada para suprir a demanda de produtos consumidos por uma
população que não parou de crescer e exigir melhores padrões de
vida. Os gradientes ar, água e solo sofreram alterações com o
processo de poluição industrial e urbano. A saúde humana começou a
ser afetada pelos mais variados problemas ambientais. O ritmo de
crescimento econômico foi acelerado, sendo necessário produzir cada
vez mais para gerar mais lucro.
Glossário
Gradientes: Um gradiente é a razão segundo a qual uma quantidade
variável aumenta ou diminui. Por exemplo, o gradiente de
temperatura ao longo de uma região oceânica é a diferença de
temperatura por unidade de comprimento (distância).

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1.7 A conservação do meio ambiente

Iniciaremos fazendo a leitura do seguinte texto, que foi publicado


pelo jornal Folha de São Paulo em 2 de julho de 1999:

A natureza saqueada

Em 1999, a Terra ultrapassou os seis bilhões de habitantes, três


vezes mais do que os pessimistas acreditavam ser prudente para
evitar que os recursos naturais entrem em colapso. Apesar da cifra
impressionante, o alarmismo malthusiano está em baixa. A
humanidade tem enfrentado com relativo sucesso o desafio de
produzir alimento. Sabe-se que o problema é distribuí-lo para todos –
ao menos quando se considera a produção “per capita”. Mas não
estão afastadas todas as dúvidas sobre a capacidade de o planeta
sustentar tanta gente. Nesse contexto, a deteriorização das reservas
de água superficiais e subterrâneas ocorre ao mesmo tempo em que
não se racionaliza o consumo e a população aumenta, traçando um
novo quadro preocupante.

O texto anterior apresenta evidências da crescente desarmonia entre


os homens e a natureza no Planeta como um todo. Nas últimas
décadas, a globalização do modelo de desenvolvimento econômico
capitalista globalizou não só a economia de mercado, mas a cultura
do desperdício, da descartabilidade, do individualismo, do
consumismo, intensificando os conflitos entre a humanidade e o
meio natural.

“Devemos reconhecer que a natureza tem capacidade limitada...”

Você faz ideia da quantidade de recursos naturais que


consumirá durante sua vida?

Temos aqui alguns dados que revelam o consumo aproximado de


recursos naturais de um europeu ocidental, com expectativa de vida
de 75 anos. Os europeus ocidentais consomem quatro vezes mais
que os brasileiros.

● 70 toneladas de alimentos;
● Três milhões de kwh de energia (equivalente a 225 toneladas de
petróleo);
● Emissão de 20 toneladas de CO2;
● 21 toneladas de resíduos domésticos;
● Ocupação do solo 4.300 m² / pessoa para agricultura, estradas,
áreas urbanizadas, etc.;
● Quatro milhões de litros de água (até 12 milhões de litros incluindo
comércio e indústria).

A partir desses dados, podemos perceber que precisamos alterar


nosso padrão de consumo, fazendo escolhas dentro da capacidade de
carga do Planeta. Devemos reconhecer que a natureza tem
capacidade limitada, caso contrário, a tendência é que os problemas
ambientais avancem proporcionalmente à inadequada extração dos
recursos naturais.

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1.8 Consumo versus meio ambiente
O consumo
Com a produção em massa advinda da Revolução Industrial,
aumentou o acesso a bens e produtos antes limitados a um número
reduzido de indivíduos. Pela lógica do capitalismo, o aumento da
oferta reduziu o preço, inserindo grande parcela dos excluídos do
consumo em contato direto com diferentes produtos.

A cada ano milhares de bens e serviços são lançados pelas empresas,


atraindo cada vez mais o público. No Brasil, por exemplo, atualmente
é comum crianças entre 6 e 12 anos de idade possuírem celulares,
algo que já era comum nos países desenvolvidos (Estados Unidos,
Austrália, Japão) na década passada. Será que toda criança nessa
faixa etária necessita de um aparelho como esse? Também é comum
entre jovens o desejo de usar roupas e tênis de marcas (signos)
conhecidas mundialmente. A necessidade é real, foi criada pela mídia,
ou trata-se do desejo de distinção social?

Quais critérios você utiliza para escolher um bem que considera uma
necessidade? Compra porque realmente precisa usá-lo ou porque
quer mostrar aos outros que “pode” adquiri-lo? Sua necessidade é
real ou foi criada?

Você sabia que a grande maioria dos brasileiros ao comprar um carro


dá preferência a itens de luxo (signos) aos de segurança (utilidade)?
E você, qual escolha faz?

Segundo Alphandery (1992), “nós não definimos livremente nossas


necessidades, nós consumimos mercadorias e signos, nós somos
prisioneiros da satisfação de nossas necessidades.”

A sociedade de consumo, embora embrionária do liberalismo, pode


ser considerada a única sociedade na história da humanidade que
conseguiu organizar o controle social das necessidades individuais e
coletivas.

Glossário
Capitalismo: É o sistema social baseado no reconhecimento dos
direitos do indivíduo, incluindo o direito à propriedade, em que toda
propriedade é privada. O reconhecimento dos direitos do indivíduo
inclui o banimento de violência física em relacionamentos humanos:
basicamente, direitos só podem ser violados com o uso da força
física. Em uma sociedade capitalista, nenhum homem ou grupo pode
iniciar o uso de força física contra outros. A única função do governo,
nesta sociedade, é a tarefa de proteger os direitos do homem, ou
seja, a tarefa de protegê-lo de violência; o governo age como o
agente do direito do homem de autodefesa, e pode usar força
somente em retaliação e somente contra aqueles que iniciaram seu
uso; portanto, o governo é o jeito de colocar o uso retaliatório de
força sob controle objetivo.

Liberalismo: Pode ser definido como um conjunto de princípios e


teorias políticas, que apresenta como ponto principal a defesa da
liberdade política e econômica. Neste sentido, os liberais são
contrários ao forte controle do Estado na economia e na vida das
pessoas. Podemos citar como princípios básicos do liberalismo:

● Defesa da propriedade privada;


● Liberdade econômica (livre mercado);
● Mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da nação
(governo limitado);
● Igualdade perante a lei (estado de direito);

Referência:

ALPHANDÉRY, P. Equívoco Ecológico. São Paulo: Brasiliense, 1992.

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1.9 O consumo não é uma escolha livre


Liberdade de consumo
O consumo não é resultado de uma escolha livre, se “constitui, há
várias décadas, um verdadeiro dever cívico, inseparável e
complementar da aceitação da ordem social e política”
(ALPAHANDERY, 1992).

As duas dimensões da instituição da sociedade são a criação no


indivíduo de um esquema de autoridade e um esquema de
necessidade (CASTORIADI, apud ALPHANDERY, 1992).

No auge do capitalismo industrial americano criou-se a era do


totalitarismo dos especialistas. Desde o nascimento até a morte
do indivíduo, esse grupo de especialistas determinava o que era
correto para os outros e tudo o que precisavam. Era esse grupo que
definia as necessidades das pessoas. O indivíduo era induzido a
consumir bens e serviços que lhe eram indicados como necessários,
não sentia necessidade autônoma, e fazia suas escolhas a partir
daquilo que os especialistas lhe recomendavam.

Será que existe alguma semelhança entre a era do


totalitarismo dos especialistas e o momento atual na
sociedade de consumo?

Na atual fase do capitalismo, podemos observar que as necessidades


continuam sendo definidas por especialistas e reforçadas pela mídia.

O consumo de signos (marcas)


A mercadoria é apresentada como símbolo de identidade, que
estrutura não só a relação do indivíduo com o objeto, mas também
sua relação com a coletividade. Dessa maneira, consumimos signos
(marcas/objetos) na ilusão de satisfazermos nossas necessidades e
nos sentirmos incluídos na sociedade de consumo.
Segundo Alphandery (1992), essa identificação do indivíduo com a
mercadoria ou signo é, sem dúvida alguma, “a principal explicação
para a vitalidade demonstrada pela sociedade de consumo.”

Como podemos distinguir a real necessidade da necessidade


foi criada, se a mercadoria usada é ao mesmo tempo um
objeto (útil) e um signo (ostentação)?

A durabilidade dos objetos não é mais respeitada. Embora possa ser


utilizado por mais tempo, o objeto é substituído compulsivamente.

O indivíduo busca cada vez mais um signo para distinguir-se


socialmente, pois na sociedade de consumo o homem é valorizado
pelas coisas que ele possui e não por aquilo que ele é.

Considerando que o aumento do consumo gera aumento da extração


dos recursos naturais, que por sua vez pode comprometer a
sustentabilidade do planeta, precisamos rever nossos valores e estilo
de vida enquanto indivíduos pertencentes à sociedade de consumo.

A busca da renovação dos valores sociais


Torna-se cada vez mais evidente a necessidade de uma mudança de
valores no cenário mundial, que conduza a humanidade à adoção de
um novo modelo de desenvolvimento, que consiga aliar crescimento
econômico, justiça social e equilíbrio ambiental. Para tanto, é preciso
uma profunda mudança de paradigma na direção do entendimento
completo da vida e sua complexidade. O ponto fundamental dessa
dinâmica está no despertar de uma nova maneira de pensar o mundo
que supere a atual crise, definida por Capra (1982) como “o ponto de
mutação entre o racionalismo mecanicista cartesiano e a nova
tendência intuitiva de base ecológica”.

Como despertar um novo modo de pensar o meio ambiente em


uma sociedade impregnada de valores individualistas e
consumistas?
Mudanças tão profundas de valores passam inevitavelmente pelo
processo educativo. Dessa maneira, a Educação Ambiental surgiu
como alternativa para amenizar a crise ambiental e contribuir para a
construção de uma consciência voltada à participação crítica e
responsável do indivíduo e da coletividade.

Referências:

ALPHANDÉRY, P. Equívoco Ecológico. São Paulo: Brasiliense, 1992.

CAPRA, F. O Ponto de Mutação: a Ciência, a Sociedade e a


Cultura Emergente. São Paulo: Cultrix, 1982

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WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
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1.10 Teste seus conhecimentos

Agora que você já explorou sobre o curso, vamos testar seus


conhecimentos!

É importante que você faça com calma e atenção. Após enviar sua
resposta definitivamente, você poderá conferir seus acertos e
visualizar a correção das questões. E não se preocupe em anotar
tudo, pois as questões ficarão disponíveis após respondê-las, com as
respostas que você escolheu.

● Quantidade de questões apresentadas: 10


● Exibição das questões: em página única
● Quantidade de tentativas permitidas: 3
● Tempo estimado para realizar a tentativa: 20 a 40 minutos
● Método de avaliação: nota mais alta
Bons estudos!

Questão 1
A visão sistêmica ou holística diz respeito, essencialmente, à
interação e à interdependência de todos os aspectos ambientais:
físicos, biológicos, econômicos, psicológicos, religiosos, sociais e
culturais.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 2
O conceito de meio ambiente evoluiu muito no decorrer dos tempos.
Em primeiro lugar foi considerado apenas sob seus aspectos
biológicos e físicos, passando a uma concepção mais ampla que leva
em conta a interação entre os aspectos naturais e sociais.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 3
Relacione corretamente os conceitos com sua definição.

[Liberalismo] Pode ser definido como um conjunto de princípios e


teorias políticas, que apresenta como ponto principal a defesa da
liberdade política e econômica.
[Capitalismo] É o sistema social baseado no reconhecimento dos
direitos do indivíduo, incluindo o direito à propriedade, em que toda
propriedade é privada. O reconhecimento dos direitos do indivíduo
inclui o banimento de violência física em relacionamentos humanos:
basicamente, direitos só podem ser violados com o uso da força
física.
[Era do totalitarismo dos especialistas] Desde o nascimento até a
morte do indivíduo, esse grupo de especialistas determinava o que
era correto para os outros e tudo o que precisavam. Era esse grupo
que definia as necessidades das pessoas. O indivíduo era induzido a
consumir bens e serviços que lhe eram indicados como necessários,
não sentia necessidade autônoma, e fazia suas escolhas a partir
daquilo que os especialistas lhe recomendavam.

Questão 4
A consolidação do [capitalismo] através da [industrialização]
marcou o início do sexto estágio de desenvolvimento humano. As
mudanças nas relações [econômicas] de produção e nas relações
entre produtor e consumidor se refletiram no [aumento] significativo
da extração dos recursos [naturais].

Questão 5
A mercadoria é apresentada como símbolo de identidade, que
estrutura não só a relação do indivíduo com o objeto, mas também
sua relação com a coletividade. Dessa maneira, consumimos signos
(marcas/objetos) na ilusão de satisfazermos nossas necessidades e
nos sentirmos incluídos na sociedade de consumo.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 6
Nos primeiros estágios do desenvolvimento humano a relação do
homem com a natureza foi harmônica, a ponto de não implicar em
grandes modificações. Porém, a partir do pastoreio e com a
agricultura as interferências e modificações na paisagem natural
passaram a ser mais acentuadas devido à crescente exploração dos
recursos naturais.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 7
Atualmente, muito se fala em meio ambiente, relacionando-se o
termo aos apenas aos aspectos naturais. Contudo, o entendimento
sobre o meio ambiente vai muito além de uma concepção natural.
Sobre o conceito de meio ambiente, julgue as proposições a seguir e
marque a alternativa correta.

1. O meio ambiente pode ser entendido como um agrupamento de


três subconjuntos que interagem entre si: a natureza, a técnica e a
sociedade.
2. Para o IBAMA o meio ambiente é o conjunto de elementos
composto pela fauna e flora, as quais são suas prioridades de estudo.
3. Na Conferência de Tbilisi (1972) o meio ambiente foi definido como
“o conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem o homem e
os demais organismos e de onde obtêm sua subsistência”.

a. Apenas I e II.
b. Apenas I e III.
c. Apenas I.
d. Apenas III.
e. Apenas II.

Questão 8
A abordagem sistêmica do meio ambiente vem substituindo a visão
reducionista, derivada do cartesianismo, nas diversas áreas do
conhecimento científico, por permitir:

a. Uma visão apenas em curto prazo.


b. O planejamento de diversas soluções.
c. O desenvolvimento de um processo disciplinar.
d. A redução da abordagem local e global.
e. A construção de um esquema estático e fechado.

Questão 9
O estado de equilíbrio de um sistema está diretamente relacionado ao
estado de apenas um dos elementos, pois são independentes. Seu
estado pode ser avaliado por sua organização, composição e fluxo de
energia e matéria.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 10
Assinale a alternativa que marca o início do quinto estágio de
desenvolvimento humano, que acentuou as relações de dominação e
exploração ambiental, resultando em profundas rupturas nos ritmos e
processos naturais. A velocidade de regeneração natural passou a ser
menor que a velocidade da extração dos recursos naturais.

a. Pastoreio e Agricultura.
b. Revolução Industrial.
c. A consolidação do capitalismo.
d. Coleta, caça e pesca.
Questão 1
O estado de equilíbrio será atingido quando o próprio sistema fizer os
ajustes de quais entradas e saídas?

a. apenas saídas
b. apenas energia
c. apenas matéria
d. matéria e energia

Questão 2
Como despertar um novo modo de pensar o meio ambiente em uma
sociedade impregnada de valores individualistas e consumistas?

a. Criando novas formas de consumo, sem considerar a interligação


da natureza com as sociedades que dela dependem.
b. Negando as finitudes do planeta, aumentando o consumo.
c. Através do processo de consumo, intensificando o capitalismo.
d. Pelo processo educativo, considerando a educação
ambiental como alternativa para amenizar a crise ambiental e
contribuir para a construção de uma consciência voltada à
participação crítica e responsável do indivíduo e da
coletividade.

Questão 3
Qual é o objetivo da abordagem sistêmica do meio ambiente?

a. Defender a visão reducionista do meio ambiente.


b. Eliminar o processo multidimensional na análise do meio ambiente.
c. Aumentar a abordagem local do meio ambiente.
d. Reduzir a visão em longo prazo na análise do meio ambiente.
e. Promover uma análise integrada do meio ambiente como
um sistema.

Questão 4
Relacione as corretamente as fases com os impactos gerados.

[Coleta, caça e pesca] A relação homem/natureza permaneceu


equilibrada.
[Industrialização e urbanização] Provocou profundas rupturas nos
ritmos e processos naturais.
[Agricultura] Resultou numa crescente exploração dos recursos
naturais.
[Pastoreio] Causou grandes modificações na paisagem natural.

Questão 5
A abordagem sistêmica foi adotada como método científico por
diversos ramos do conhecimento com o objetivo de promover uma
análise integrada do meio ambiente, considerado a partir de então
como um sistema. Sobre sistema, marque a alternativa correta.

a. Um sistema pode ser entendido como um conjunto de


elementos que interagem.
b. O sistema atinge um grau de desorganização suficiente para
assumir a função do todo, que se desintegra.
c. O desequilíbrio do sistema está diretamente relacionado ao estado
de todos os elementos, pois são infraestruturados.
d. Na abordagem sistêmica o homem assumiu uma posição de
superioridade em relação ao meio natural, entendendo que está
separado dele.

Questão 6
Não precisamos alterar nosso padrão de consumo, as escolhas que
estamos fazendo estão dentro da capacidade de carga do Planeta.
Devemos reconhecer que a natureza tem capacidade ilimitada, e a
tendência é que os problemas ambientais diminuam
proporcionalmente à inadequada extração dos recursos naturais.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 7
As sociedades sempre estiveram em [contato] direto e
[permanente] interação com o ambiente natural, fatos que se
refletiram nas [complexas] inter-relações das [práticas] sociais e
ambientais. Os resultados dessas inter-relações frequentemente
[degradaram] o meio natural e muitas vezes, se reverteram em
perda da [qualidade] de vida para muitas sociedades.

Questão 8
As sociedades sempre estiveram em contato direto com a natureza.
Esse fato resultou em profundas modificações no meio ambiente ao
longo da história humana. Sobre o assunto julgue os itens a seguir e
marque a alternativa correta.

1. A abordagem naturalista do meio ambiente predominou nas


ciências naturais e humanas desde o século XVI até meados do
século XX, devido à concepção cartesiana adotada pelas mesmas.
2. A concepção cartesiana, adotada pela sociedade como paradigma
até meados do século XX pode ser considerada como um dos
principais motivos da degradação ambiental, pois o homem assumiu
uma posição de superioridade em relação ao meio natural,
entendendo que estava separado dele.
3. Com o desenvolvimento da teoria geral dos sistemas o meio
ambiente passou a ser estudado como um conjunto de elementos
naturais e sociais.

a. I, II e III.
b. Apenas II e III.
c. Apenas I e III.
d. Apenas I e II.

Questão 9
Qual foi um dos principais motivos da degradação ambiental?

a. A falta de consciência das pessoas sobre a importância da


preservação ambiental.
b. A falta de tecnologias adequadas para a preservação ambiental.
c. A falta de recursos financeiros para a implementação de políticas
ambientais.
d. A ausência de leis e regulamentações para a proteção ambiental.
e. A separação dos elementos naturais e sociais, com o
homem assumindo uma posição de superioridade.

Questão 10
É possível sermos [influenciados] a consumirmos produtos que não
[necessitamos], o que contribui para [aumentar] a produção de
resíduos e, consequentemente, aumentar a [degradação] ambiental.
Percebemos também, que é muito importante tomarmos
[consciência] de que devemos consumir apenas o necessário.

Módulo 2 - Conservação, problemas e controle ambiental

2.1 Conservação dos recursos naturais e gerenciamento de


resíduos
Do que depende a conservação dos recursos naturais?
Nas últimas décadas, a pressão da legislação tem surtido efeitos
positivos em relação à conservação ambiental. Multiplicam-se em
todo o país ações voltadas a conservação dos recursos naturais como,
por exemplo, a separação dos resíduos e a reciclagem. Separando e
reciclando os resíduos poderemos evitar o desperdício de recursos
como o alumínio e o petróleo, além de evitar o depósito
desnecessário nos aterros sanitários.

Sendo assim, vamos analisar como ocorre o gerenciamento de


resíduos em nosso país, pois cada brasileiro produz em média 0,9kg
lixo doméstico por dia.

“[...] cada brasileiro produz em média 0,9kg de lixo doméstico por


dia [...]”

Notamos que em diversos lugares do país tem aumentado, por


exemplo, a coleta seletiva de lixo e, consequentemente, a reciclagem,
embora os números ainda sejam pequenos. Todo o lixo reciclável
recolhido no Brasil durante um ano abate, em média 2,8kg por
pessoa. Considerando que cada brasileiro produz em média 0,9kg de
lixo doméstico por dia, a reciclagem ainda não se tornou um hábito
no país.

A reciclagem começou a ser priorizada a partir da década de 1970,


quando a sociedade demonstrou maior grau de conscientização
ambiental ao pressionar empresários e governos a adotarem medidas
ecologicamente corretas.

Entre 1970 e 1994 cresceu a percentagem de papel reciclado em todo


o mundo, passando de 23% para 37%. O Brasil é um dos países que
mais recicla latas de alumínio (cervejas e refrigerantes),
reaproveitando aproximadamente 80% do material coletado. (JAMES;
MENDES, 2005).

Entre as vantagens da reciclagem estão: a redução da exploração de


recursos naturais; a redução nos custos de produção de alguns
produtos; geração de emprego e renda; redução de impactos
ambientais; e outros.

A produção e a disposição inadequada do lixo, a poluição do ar junto


com o desgaste do solo, a contaminação e o desperdício da água
fazem parte do rol de problemas ambientais enfrentados pela
sociedade como um todo.

A problemática dos resíduos sólidos no Brasil


A partir dos anos 50, no Brasil, a urbanização foi ampliada, como
consequência do êxodo rural, o que permitiu que novas cidades
fossem criadas e outras tantas crescessem. Entre 1960 e 1970,
ocorreu a inversão quanto ao lugar de residência da população
brasileira, da zona rural para a urbana. Entre 1960 e 1980, houve um
grande crescimento da população urbana, mais de 50 milhões de
novos habitantes, e na década posterior mais de 30 milhões foram
acrescidos.

A população brasileira conta com aproximadamente 185 milhões de


habitantes e taxa de crescimento em torno de 1,4% ano (IBGE,
2008). A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) é próxima de
241 mil toneladas diárias, o que corresponde a quase 35 milhões de
ton/ano. Destes, 54% são lançados a céu aberto, 16% em aterros
controlados, 13% destina-se ao aterro sanitário, 7% vai para o aterro
de resíduos especiais, 2% para a usina de compostagem, 5% para a
reciclagem e apenas 3% é destinado para a incineração (IPT e
CEMPRE, 2000).

Os resíduos demonstram claramente a densidade demográfica e


níveis de renda da população sendo que, nos estados da federação
mais desenvolvidos economicamente, a geração per capita é maior
que nos pobres. Nas capitais isto não é diferente. São Paulo, por
exemplo, produz diariamente 11 mil ton/ dia, enquanto Porto Velho
produz 260 ton/dia. Assim, a geração per capita de resíduos varia
entre 0,450 e 0, 700 Kg para os municípios com população inferior a
200 mil habitantes e entre 0,700 e 1,200 Kg para os municípios com
população superior a 200 mil habitantes (IBGE, 2008).

Boa parte da constituição dos RSU do Brasil é orgânica (mais de


50%). Isto se deve a uma cultura de desperdício de alimentos. Os
brasileiros não têm o hábito de aproveitar sobras ou de aproveitar
cascas, por exemplo, em suas receitas diárias, o que causa um
aumento desnecessário no envio aos aterros sanitários (IPT e
CEMPRE, 2000).
Clique no link abaixo para conhecer a Política Nacional de Resíduos
Sólidos.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/
l12305.htm

De acordo com o IBGE (2008), 68,5% dos RSU gerados em


municípios com até 20 mil habitantes, o que corresponde a 73% das
cidades brasileiras, são depositados em locais inadequados.

A Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) 2006,


realizada pelo IBGE em 2005, mostrou que 1.758 milhões de
domicílios possuem coleta de resíduos, o que representa 86,6% dos
domicílios do Brasil.

Já a problemática dos resíduos industriais é ainda maior. Segundo o


IBGE (2008), 1.682 municípios produzem resíduos tóxicos e cerca de
97% (5.398) dos municípios brasileiros não possuem aterro industrial
dentro de seus limites territoriais. Existe certo descaso com resíduos
tóxicos, principalmente nos municípios com mais de 100 mil
habitantes, pois dos 1.682 que não possuem aterro industrial e
produzem resíduos perigosos em quantidade significativa, mais de
80% (1.406) estão no Nordeste, Sudeste e Sul. Quanto ao destino
deste resíduo, apenas 10% dos municípios enviam o material tóxico
para aterro em outra cidade, e os 37% restantes depositam detritos
tóxicos em vazadouro a céu aberto (lixão) no próprio território. Entre
os municípios de porte médio, de 20 mil a 100 mil habitantes, 73%
destinam resíduos tóxicos a lixões dentro de seus limites. Nos
municípios do Norte (68%), Nordeste (57%) e Centro-Oeste (44%) o
destino final dos resíduos tóxicos, enquanto nos municípios do Sul
(45%) e Sudeste (33%) a destinação não é especificada. “É possível
que está elevada proporção de municípios que não especificam os
destinos dos resíduos tóxicos deva-se à desinformação ou à falta de
um plano de gestão de resíduos, uma vez que a destinação de
resíduos é responsabilidade do gerador, conforme a Lei 6438/81.”
(IBGE, 2008).

Glossário
Êxodo Rural: Podemos definir êxodo rural como sendo o
deslocamento de pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana
(cidades). Ele ocorre quando os habitantes do campo visam obter
condições de vida melhor. Causas: os principais motivos que fazem
com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona rural para
as grandes cidades são: busca de empregos com boa remuneração,
mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas,
enchentes, etc), qualidade de ensino e necessidade de infraestrutura
e serviços (hospitais, transportes, educação, etc). Fonte: Sua
Pesquisa.com.

Per capita: No original em latim, a expressão “per capita” significa


“por cabeça”, portanto trata-se de uma renda por cabeça, ou seja,
considerando-se membros da população em particular e sua
participação na renda total do país.

Referências:

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo


Demográfico 2000. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em:
24 maio de 2008.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa


Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/59/pnad_2006_
v27_br.pdf . Acesso em: 15 de julho de 2021.

IPT; CEMPRE. Lixo Municipal: manual de gerenciamento


integrado. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo e Compromisso Empresarial para Reciclagem. São Paulo: 2ª
edição. 2000.

JAMES. O. T.; MENDES, I. L. Geografia Geral e do Brasil. São


Paulo: FTD, 2005.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

2.2 Problemas ambientais


Os principais problemas ambientais
Os principais problemas ambientais, sua abrangência e seus agentes
causadores, podem ser analisados na tabela a seguir.

Tabela 1 - Principais problemas ambientais e seus agentes causadores

PROBLEMA ABRANGÊNCIA PRINCIPAL AGENTE


POLUIÇÃO
Efeito estufa/mudança Global Emissão de CO2, N2O,
climática CH4, CFCs (e HFCs), O3
(baixo nível)
Desmatamento
Destruição da camada Global Emissão de CFCs
de ozônio
Acidificação Continental
Emissão de, NOx, NH3,
O3 (baixo nível)
Poluição tóxica Continental Emissão de, NOx, NH3,
O3 (baixo nível)
DEGRADAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS
Extinção de espécies Global Mudança no uso da
terra (modernização,
desmatamento)

Pressão populacional
Produção insustentável
(superpastejo, caça e
pesca)

Mudança climática
(possível) Destruição
da camada de ozônio
(no futuro)
Desmatamento Global e regional Mudança no uso da
terra. Pressão
insustentável por
produção de madeira.

Mudança climática
(possível no futuro)
Chuva ácida
Degradação do Regional e nacional Pressão populacional,
solo/perda de desmatamento,
fertilidade do solo superpastejo,

agricultura
insustentável,
urbanização, mudança
climática (possível no
futuro)
Degradação da água Regional e nacional Uso insustentável

Mudança climática
(possível no futuro)
Degradação dos Nacional e local Super exploração
recursos pesqueiros pesqueira

Poluição

Destruição do habitat
aquático
ESGOTAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS NÃO-RENOVÁVEIS
Esgotamento de vários Global e nacional Alto nível de consumo
recursos (combustíveis
fósseis, minerais etc.)

Todos os problemas apresentados no quadro representam o


desequilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente.
Dentre esses, analisaremos apenas três: poluição atmosférica,
degradação do solo e degradação da água. A restrição da nossa
análise não significa que os outros problemas não tenham a mesma
importância, pois sendo o meio ambiente um sistema, a alteração em
uma de suas partes pode afetar o todo.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

2.3 O fenômeno poluição


Poluição
O termo poluição deriva do latim polluere, que significa “sujar”.
Desde os tempos mais remotos, a humanidade polui o planeta
dispondo inadequadamente os resíduos de suas atividades.
Contudo, quando a densidade demográfica mundial era pequena os
efeitos dessas interferências sobre a saúde humana eram quase
imperceptíveis e o ritmo de regeneração da natureza era maior que o
ritmo da degradação ambiental.

Com o acelerado crescimento populacional, a desordenada expansão


urbana, o aumento da produção industrial e do consumo, os impactos
sobre o meio ambiente foram ampliados no mundo todo.

Provavelmente, você já deve ter identificado algum tipo de poluição


em seu município.

Mas, o que é poluição? Como defini-la?

O conceito de poluição na legislação brasileira


Na legislação ambiental, poluição é definida no art. 3, III, da Lei
6.938/81, como:

"[...] a degradação da qualidade ambiental resultante de


atividades que, direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde,
segurança e o bem estar da população; criem condições adversas às
atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota;
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos.”

Podemos perceber que, juridicamente, a poluição é associada à


inserção de qualquer fator no meio ambiente que provoque alteração
de suas qualidades originais.

Para Bastos e Freitas (1999) a poluição é o resultado indesejável das


ações de transformação das características naturais de um ambiente,
atribuindo um caráter nocivo a qualquer utilização que se faça do
mesmo.

A poluição resultante da industrialização


Com a chegada da industrialização a poluição passou a fazer parte do
cotidiano de muitas pessoas, principalmente de moradores dos
grandes centros urbanos.

Dentre as atividades poluentes a indústria tem sido apontada como


uma das mais impactantes, por emitir diariamente na atmosfera
diversas substâncias químicas que agem sobre o meio ambiente
provocando alterações na estrutura dos diversos organismos que o
compõem. Além dos poluentes atmosféricos, os resíduos industriais
representam outro grave problema quando são dispostos
inadequadamente.

A absorção excessiva dos poluentes tóxicos pelos organismos vivos


pode comprometer seriamente a sobrevivência das espécies do
planeta, inclusive da espécie humana.

Dessa maneira, o controle da poluição se tornou um dos mais


importantes fatores na busca da conservação ambiental, que
certamente resultará na melhoria da qualidade de vida das gerações
presentes e futuras.

Referência:

BASTOS, A. C. S; FREITAS, A. C. et. al. Agentes e processos de


interferência, degradação e dano ambiental. in: Avaliação e
perícia ambiental. Bertrand Brasil: São Paulo, 1999.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

2.4 O controle ambiental do ar


A poluição atmosférica é um dos mais antigos problemas ambientais
enfrentados pela humanidade. Seus efeitos negativos sobre a saúde
humana começaram a ser sentidos com mais intensidade, pela
população concentrada nos centros urbanos, a partir da Primeira
Revolução Industrial (carvão e aço), iniciada em meados do século
XVIII. Com a Segunda Revolução Industrial (petróleo e eletricidade) a
poluição do ar foi acentuada pela ampliação dos complexos
industriais, pela utilização acentuada do petróleo como fonte
energética, e pela ausência de políticas ambientais preventivas.

Ao contrário que se pensou por muito tempo, a atmosfera possui


capacidade limitada de autodepuração. Este fato foi evidenciado pela
enorme quantidade de poluentes emitidos na atmosfera nos últimos
anos. Entre esses gases os que mais contribuíram para elevar os
índices da poluição atmosférica foram: o gás carbônico (CO2), o
metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e os clorofluorcarbonos (CFCs),
os chamados gases de efeito estufa. (ASSUNÇÃO, 2004).

Vejamos na figura a seguir, a título de exemplo, o caso da


concentração mundial de CO2 em partes por milhão (PPM).

Figura 1 - Concentração mundial de CO2 na atmosfera.


Fonte: Site Apolo11

Descrição da imagem: Gráfico da concentração mundial de CO2 na atmosfera.


Em 1870 a concentração era de aproximadamente 290 PPM, aumentando
gradativamente, chegando em 300 PPM em 1930, desde quando começou a crescer
em ritmo mais acelerado, chegando m 370 PPM nos anos 2000.
A análise do gráfico confirma que o aumento de CO2 na atmosfera
resultou do processo de industrialização mundial e da queima de
combustíveis fósseis, pois a concentração de CO2 na atmosfera
aumentou de 310 PPM (partes por milhão) em 1960 para 390 PPM em
2010 e, segundo pesquisas recentes, continua subindo.

A atmosfera limpa
Para que a atmosfera possa ser considerada limpa, o nível máximo de
poluentes constantes não deve ocasionar efeitos indesejáveis sobre a
saúde e o ambiente. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estabeleceu alguns níveis de referência para a determinação da
pureza da atmosfera, conforme podemos observar no quadro a
seguir.

Tabela 1 - Níveis máximos de poluentes recomendados pela OMS

Indicador Concentração Máxima Tempo de exposição


Recomendada (ug/m³)
500 10 min.
Dióxido de enxofre (SO2) 125 24 horas
50 Anual
Dióxido de Nitrogênio 200 1 hora
(NO2) 40 Anual
Monóxido de carbono 10.000 8 horas
(CO)
Ozônio 120 8 horas
Material Particulado Não estipulada*

Fonte: ASSUNÇÃO, (2004).

*O material particulado é tratado pela OMS como poluente sem limiar, ou seja, há
um risco associado a qualquer exposição. Na Europa foi fixada a média de 50µg/m³
para material particulado inalável, média de 24 horas, no final da década de 2000.
Nos Estados Unidos o valor permitido para partículas inaláveis é de 150 µg/m3,
média de 24 horas e de 50µg/m3, como média anual.

No Brasil, os padrões de qualidade do ar são estabelecidos pela


Resolução CONAMA 003/90. Foram estabelecidos padrões primários,
referentes à proteção da saúde pública, e padrões secundários, para
a proteção do meio ambiente. Os poluentes considerados pelo
Conselho Nacional de Meio Ambiente são apresentados na tabela a
seguir.

Tabela 2 - Padrões de qualidade do ar no Brasil segundo a Resolução


CONAMA 003/90.

Poluente Padrão primário Padrão Período de


(ug/m3) secundário exposição
(ug/m3)
Partículas totais 240 150 24 horas
em suspensão 80 60 Anual
Partículas 150 150 24 horas
inaláveis 50 50 Anual
Fumaça 150 100 24 horas
160 40 Anual
Dióxido de enxofre 365 100 24 horas
80 40 Anual
Monóxido de 40.000* 40.000* 1 hora
carbono 10.000** 10.000** 8 horas
Ozônio 160 160 8 horas
Dióxido de 120 190 1 hora
Nitrogênio 100 100 Anual

Fonte: ASSUNÇÃO, (2004)

A qualidade do ar pode ser avaliada pela medição dos poluentes


destacados no quadro anterior. A emissão desses poluentes resulta
principalmente da queima de combustíveis fósseis e da produção
industrial.

Atualmente, a principal fonte poluente para a atmosfera são os


automóveis. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, os
veículos motorizados emitem aproximadamente 98% de monóxido de
carbono, 97% de hidrocarbonetos e 96% dos óxidos de nitrogênio
(ASSUNÇÃO, 2004).

Dessa maneira, se tornou necessário minimizar as emissões


contaminantes, definir e aplicar formas corretas de tratamento e
disposição de resíduos gerados pelo processo industrial, assim como
trocar o transporte individual pelo coletivo.
Efeitos da poluição do ar
O controle da qualidade do ar é indispensável para a conservação do
meio ambiente, pois a poluição atmosférica pode ter efeitos negativos
à saúde e ao bem-estar humano, à fauna e à flora, aos materiais, à
temperatura da Terra etc.

A saúde humana pode ser afetada por doenças dermatológicas,


respiratórias, pulmonares, cardiovasculares, e outras. Os efeitos
sobre os materiais são visíveis no acúmulo de poeira, fuligem e na
corrosão de metais. Na flora, as modificações podem ser verificadas
no crescimento das plantas, no envelhecimento precoce, na alteração
de cor, necrose no tecido foliar etc. A fauna recebe influência direta
no seu ciclo de reprodução devido às mudanças climáticas. As
alterações em nível mundial podem ser o aquecimento global, a
chuva ácida, a redução da camada de ozônio.

Medidas de prevenção e controle da qualidade do ar


Medidas de prevenção e controle devem ser tomadas pelas empresas
com o objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável. A
prevenção da poluição do ar deve começar pela redução dos
poluentes na fonte geradora e na adoção de ações estratégicas que
promovam a diminuição das emissões poluentes no ar. O controle
está relacionado à aplicação de medidas de tratamento das emissões
poluentes (ASSUNÇÃO, 2004).

De acordo com Assunção (2004), a redução da quantidade de


poluente do ar pode ser obtida através da adoção de medidas como:
“operação de equipamentos dentro de sua capacidade nominal;
operação e manutenção adequada de equipamentos produtivos,
caldeiras, fornos, veículos, etc.; armazenamento adequado de
materiais pulverulentos e/ou fragmentados, evitando a ação dos
ventos; adequada limpeza do ambiente; utilização de processos,
equipamentos, operações, matérias-primas, reagentes e combustíveis
de menor potencial poluidor.”
Os equipamentos utilizados para controlar a poluição atmosférica são
os de controle de material particulado e de controle de gases e
vapores.

Glossário
Pulverulentos: Em disposição de pó muito fino, facilmente levado
com o vento.

Referência:

ASSUNÇÃO, João Vicente de. Controle ambiental do ar. In: Arlindo


Philippi Jr; Marcelo de Andrade Roméro; Gilda Collet Bruna. (Org.).
Curso de Gestão Ambiental. 1a. ed. Barueri: Manole, 2004, v.
único, p. 101-154.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

2.5 Controle ambiental do solo

Problemas relacionados à degradação do solo


Os principais problemas relacionados à degradação do solo são: a
erosão, a desertificação, a salinização ou saturação por excesso de
água na superfície. A contaminação do solo por agrotóxicos ou
metais pesados representa um grande problema à sociedade. A
erosão é o problema que mais afeta a produtividade deste recurso
natural de forma generalizada.
Figura 1 - Degradação dos solos em escala planetária
Fonte: BP Blogspot

Descrição da imagem: Degradação dos solos em escala planetária. As áreas com


solos estáveis se concentram em pontos minoritários. Encontram-se no polo norte
ou espalhados de maneira discreta pelos continentes. As maiores áreas são
formadas por solos moderadamente ou muito degradados.

Existem duas ações que resultam na perda de solo: a redução da capacidade de


produção, diminuindo a produtividade, e o assoreamento de rios e lagos. Esse
último possui um custo econômico elevado, principalmente quando deixa de auxiliar
na produção de energia nas hidrelétricas. Como consequência necessita-se dragar
mais hidrovias, lagos ou canais de irrigação.

As estimativas de perdas de solo no mundo vão de moderadas a


catastróficas conforme demonstrado na figura acima. De acordo com
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), nos
últimos 50 anos a atividade humana degradou de forma moderada ou
grave cerca de 1,2 bilhão de hectares de terra (cerca de 12% da
superfície terrestre coberta por vegetação).

Alguns estudos realizados no Brasil, os quais ainda são escassos,


revelam que as estimativas de perdas de solo variam entre 9,5 a 179
toneladas de solo hectare por ano. Por exemplo, um estudo feito para
o Vale do São Francisco considerou uma perda de 6,77 toneladas de
solo por hectare ao ano. Para repor os nutrientes desse solo, em uma
estimativa de custo, fica próximo de 32,16 dólares ao ano em cada
hectare.

No Brasil, o uso inadequado do solo gera impactos negativos no


ambiente e na economia. Segundo o IPEA (1997), as perdas de solo
pela erosão associada a uso agrícola e florestal imprimem um custo
de cerca de US$ 5,9 bilhões anuais.

A degradação do solo, portanto, além de resultar em elevados custos


para as gerações presentes, tira a oportunidade de as gerações
futuras obterem a mesma produtividade na produção agrícola.

O solo também é afetado por atividades não-agrícolas, como a


mineração, as obras de infraestrutura, os assentamentos urbanos e
industriais, entre outras.

Os metais pesados utilizados pela indústria representam um risco à


saúde e ao meio ambiente, quando descartados de maneira
inadequada. Vamos analisar o quadro abaixo, que apresenta alguns
metais pesados, sua origem e os efeitos sobre a saúde humana.

Tabela 1 - Origem e efeitos dos metais pesados sobre a saúde humana

Metais De onde vem Efeitos

Alumínio Produção de artefatos de Anemia por deficiência de


alumínio; serralheria; ferro; intoxicação
soldagem de crônica.
medicamentos
(antiácidos) e
tratamento convencional
de água.
Arsênio Metalurgia; manufatura Câncer (seios
de vidros e fundição. paranasais).
Cádmio Soldas; tabaco; baterias Câncer de pulmões e
e pilhas. próstata; lesão nos rins.
Chumbo Fabricação e reciclagem Fibrose pulmonar
de baterias de autos; (endurecimento do
indústria de tintas; pulmão)
pintura em cerâmica; que pode levar à morte
soldagem.
Cromo Indústrias de corantes, Asma (bronquite);
esmaltes, tintas, ligas câncer
com aço e níquel;
cromagem de metais.
Fósforo amarelo Veneno para baratas; Náuseas; gastrite;
rodenticidas (tipo de odor de alho; fezes e
inseticida usado na vômitos
lavoura) e fogos de fosforescentes; dor
artifício. muscular; torpor;
choque;
coma e até morte
Mercúrio Moldes industriais; Intoxicação do sistema
certas indústrias de nervoso central
cloro-
-soda; garimpo de
ouro; lâmpadas
fluorescentes.
Níquel Baterias; aramados; Câncer de pulmão e
fundição e niquelagem seios paranasais
de
metais; refinarias.
Fumos metálicos Vapores (de cobre, Febre dos fumos
cádmio, ferro, metálicos (febre, tosse,
manganês, cansaço
níquel e zinco) da e dores musculares) -
soldagem industrial ou parecido com
da pneumonia
galvanização de
metais.

Fonte: CUT – RJ/ Comissão de Meio Ambiente

A institucionalização da conservação do solo é complexa. Segundo o


Ministério do Meio Ambiente (2000), “não existe definição clara de
responsabilidades dos órgãos públicos, considerando as esferas
federal, estadual e municipal.” Portanto, o planejamento e o controle
do recurso solo não é prioridade para os governos.

Referências:

CUT – RJ/ Comissão de Meio Ambiente. Disponível em:


www.ambientebrasil. com.br Acesso em: 22/07/2008.
IPEA. O Brasil na virada do milênio: trajetória do crescimento e
desafios do desenvolvimento. Brasília, 1997.

MMA. Gestão dos Recursos Naturais. Brasília: IBAMA, 2000.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

2.6 Controle ambiental da água

Conceitos fundamentais
Um recurso natural indispensável à vida é a água. Assim como o solo
e o ar, esse recurso vem sendo degradado ao longo do tempo.

Antes de discutirmos este sério problema, vamos relembrar algumas


importantes informações que, provavelmente você já tenha
conhecimento.

Ciclo hidrológico
O movimento cíclico da água presente nos mares, rios e lagos para a
atmosfera e desta para os recursos hídricos é chamado de ciclo
hidrológico, conforme a figura a seguir.
Figura 1 - O Ciclo Hidrológico
Fonte: Site Wikimedia Commons

Descrição da imagem: Esquema demonstrando o ciclo hidrológico. Na ilustração


há o sol e uma parte do continente com setas que demonstram as principais fases
deste ciclo: Infiltração e percolação (passagem lenta de um líquido através de um
meio) no solo ou nas rochas, podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na
forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos. A água flui
lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das rochas, podendo
ficar armazenada por um período muito variável, formando os aquíferos. A água
escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que a
capacidade de absorção do solo. Evaporação: retornando à atmosfera. Em adição a
essa evaporação da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida
pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a atmosfera através da
transpiração. A esse conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de
evapotranspiração. Congelamento da água: formando as camadas de gelo nos
cumes de montanha e geleiras.

Hidrologia
A Hidrologia é a ciência que estuda a ocorrência e o movimento da
água no planeta. Estuda a água em seus diversos estados – líquido,
sólido e gasoso – encontrados na atmosfera e na superfície da Terra.

Distribuição e disponibilidade da água no planeta


De todo o volume de água presente na Terra, aproximadamente 97%
está concentrada nos mares e oceanos. Portanto, apenas 3% da água
é doce, desse total 70% está concentrada em geleiras e icebergs,
29% em lençóis freáticos, e somente 1% está disponível em rios,
lagos, solo e biota.

Oito países detêm 60% do volume de água disponível para o


consumo humano - Brasil, Rússia, Indonésia, Peru, Colômbia, Estados
Unidos, Canadá, China. Essa má distribuição dos recursos hídricos
torna-se grave em 22 países em que a disponibilidade de água por
ano se aproxima da escassez, enquanto outros 18 têm disponibilidade
baixa.

O Brasil possui a maior disponibilidade de água do mundo, chegando


a 13,8% do deflúvio médio mundial. Vale lembrar que esse recurso é
mal distribuído entre as cinco regiões brasileiras. Há uma inversão
entre a disponibilidade de água e a população absoluta. Na Região
Norte onde vivem apenas 7% dos brasileiros estão dispostos cerca de
68% dos recursos hídricos do país, enquanto no Sudeste
aproximadamente 43% da população absoluta do Brasil disponibiliza
de apenas 6% desses recursos (BASSOI; GUAZELLI, 2004).

É certo que a água tem sido a base para o desenvolvimento do país,


pois 95% da energia elétrica provém de usinas hidrelétricas, razão
que explica o grande interesse das companhias energéticas pelos
recursos hídricos. Até mesmo onde há escassez do recurso o
crescimento é estimado às custas da degradação, principalmente
através do lançamento inadequado de esgoto doméstico e efluentes
industriais.

A partir do final dos anos 1970, diante do acelerado crescimento


econômico do país, foram colocadas em prática várias ações de
gerenciamento dos recursos hídricos, mas foi somente com a
promulgação da Constituição Federal de 1988 que a água passou a
ser tema prioritário nas agendas do governo e das empresas. A Carta
Magna determinou a instituição do Sistema Nacional de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos, alterando o Código das Águas
de 1934. Este foi instituído apenas em 1997, quando foi promulgada
a Lei Federal nº 9.433, que definiu a Política de Recursos Hídricos do
Brasil.
Referência:

BASSOI, L. J.; GUAZELLI, M. R. Controle Ambiental da água. In:


PHILIPPI Jr, A.; ROMÉRO, M. de A.; BRUNA, G. C. Curso de Gestão
Ambiental. Barueri: Manole, 2004. p. 53-99.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

2.7 Classificação, uso e poluição das águas

Resolução CONAMA 357/05 – classificação das águas


No Brasil, a classificação das águas doces, salobras e salinas é
estabelecida pela Resolução CONAMA 357/05 observe a seguir:

DAS ÁGUAS DOCES


Art. 4º. As águas doces são classificadas em:
Classe especial: águas destinadas:

a. ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;


b. à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;
c. à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de
conservação e proteção integral.

Classe 1: águas que podem ser destinadas:


a. ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
simplificado;
b. à proteção das comunidades aquáticas;
c. à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático
e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000;
d. à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que
se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem
remoção de película;
e. à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

Classe 2: águas que podem ser destinadas:

a. ao abastecimento para consumo humano, após tratamento


convencional;
b. à proteção das comunidades aquáticas;
c. à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático
e mergulho, Conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000;
d. à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins,
campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter
contato direto;
e. à aquicultura e à atividade de pesca.

Classe 3: águas que podem ser destinadas:

a. ao abastecimento para consumo humano, após tratamento


convencional ou avançado;
b. à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c. à pesca amadora;
d. à recreação de contato secundário;
e. à dessedentação de animais.

Classe 4: águas que podem ser destinadas:


a. à navegação;
b. à harmonia paisagística.

DAS ÁGUAS SALINAS


Art. 5º. As águas salinas são assim classificadas:
Classe especial: águas destinadas:

a. à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de


conservação de proteção integral;
b. à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

Classe 1: águas que podem ser destinadas:

a. à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA n°


274, de 2000;
b. à proteção das comunidades aquáticas;
c. à aquicultura e à atividade de pesca.

Classe 2: águas que podem ser destinadas:

a. à pesca amadora;
b. à recreação de contato secundário.

Classe 3: águas que podem ser destinadas:

a. à navegação;
b. à harmonia paisagística.

DAS ÁGUAS SALOBRAS


Art. 6º. As águas salobras são assim classificadas:
Classe especial: águas destinadas:

a. à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de


conservação de proteção integral;
b. à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

Classe 1: águas que podem ser destinadas:

a. à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA n°


274, de 2000;
b. à proteção das comunidades aquáticas;
c. à aquicultura e à atividade de pesca;
d. ao abastecimento para consumo humano após tratamento
convencional ou avançado;
e. à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que
se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem
remoção de película, e à irrigação de parques, jardins, campos de
esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto.

Classe 2: águas que podem ser destinadas:

a. à pesca amadora;
b. à recreação de contato secundário.

Classe 3: águas que podem ser destinadas:

a. à navegação;
b. à harmonia paisagística.

A definição de cada classe é feita a partir de parâmetros de qualidade


físicos, químicos e biológicos. Esses parâmetros devem ser mantidos
para que seja assegurado o uso destinado para cada classe.
Você sabia?

De toda a água captada no mundo, 69% é utilizada pela


agricultura, 23% pela indústria e 8% pelas residências.

A poluição das águas


A poluição das águas está associada às alterações de suas
características físicas, químicas ou biológicas, que prejudicam seu
uso.

No Brasil, as principais fontes de poluição dos recursos hídricos são


as atividades econômicas (agropecuária, serviços e indústria) e os
esgotos domésticos. Aproximadamente 40% da poluição das águas é
de origem das atividades agropecuárias. Embora as indústrias e os
esgotos domésticos provoquem alterações menores na qualidade das
águas, as indústrias geram efluentes com elevadas concentrações de
matéria orgânica, metais pesados, compostos tóxicos etc. podendo
provocar grandes desastres ecológicos como por exemplo o acidente
da Baía de Minamata ocorrido no Japão em 1956.

Os efeitos da poluição das águas


A poluição das águas tem efeitos negativos sobretudo à saúde
humana. A contaminação microbiológica das águas, pelo lançamento
inadequado de esgoto sem tratamento, pode ser responsável pela
contração de diversas doenças parasitárias. Além da restrição do uso
para fins domésticos, a água poluída pode prejudicar sua utilização
por determinados ramos industriais, pela pesca, recreação,
navegação, agricultura e pecuária.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

2.8 Teste seus conhecimentos


Agora que você já explorou sobre o curso, vamos testar seus
conhecimentos!

É importante que você faça com calma e atenção. Após enviar sua
resposta definitivamente, você poderá conferir seus acertos e
visualizar a correção das questões. E não se preocupe em anotar
tudo, pois as questões ficarão disponíveis após respondê-las, com as
respostas que você escolheu.

● Quantidade de questões apresentadas: 10


● Exibição das questões: em página única
● Quantidade de tentativas permitidas: 3
● Tempo estimado para realizar a tentativa: 20 a 40 minutos
● Método de avaliação: nota mais alta

Bons estudos!

Questão 1
No Brasil, aproximadamente 40% da poluição das águas é de origem
das atividades agropecuárias. Embora as indústrias e os esgotos
domésticos provoquem alterações menores na qualidade das águas,
as indústrias geram efluentes com elevadas concentrações de matéria
orgânica, metais pesados e compostos tóxicos, podendo provocar
grandes desastres ecológicos.

Escolha uma opção:


Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Verdadeiro'.

Questão 2
Notamos que em diversos lugares do país, têm aumentado, por
exemplo, a coleta seletiva de lixo e, consequentemente, a reciclagem,
embora os números ainda sejam pequenos. Todo o lixo reciclável
recolhido no Brasil durante um ano, abate em média apenas:

a. 5 kg por pessoa.
b. 22 kg por pessoa.
c. 0,9 kg por pessoa.
d. 12 kg por pessoa.
e. 2,8 kg por pessoa.
A resposta correta é: 2,8 kg por pessoa.

Questão 3
No Brasil, os padrões de qualidade do ar são estabelecidos pela:

a. Resolução CONAMA 006/90.


b. Resolução CONAMA 003/90.
c. Resolução CONAMA 007/91.
d. Resolução CONAMA 273/00.
e. Resolução CONAMA 009/91.
A resposta correta é: Resolução CONAMA 003/90.

Questão 4
Com a chegada da industrialização a [poluição] passou a fazer parte
do cotidiano de muitas pessoas, principalmente de moradores dos
grandes centros urbanos.
A resposta correta é: poluição

Questão 5
Relacione os problemas ambientais com seu principal agente.

Efeito Estufa [Emissão de diferentes poluentes como: dióxido de


carbono, metano, óxido nitroso e os clorofluorcarbonos].
Desmatamento [Mudança no uso da terra como, por exemplo,
construção de casas e indústrias ou pressão pela produção de
madeira].
Degradação da água [Uso insustentável desse recurso como, por
exemplo, desperdício, contaminação por efluentes industriais,
poluição por agrotóxicos e outros].
A resposta correta é:
Efeito Estufa → Emissão de diferentes poluentes como: dióxido de
carbono, metano, óxido nitroso e os clorofluorcarbonos.,
Desmatamento → Mudança no uso da terra como, por exemplo,
construção de casas e indústrias ou pressão pela produção de
madeira.,
Degradação da água → Uso insustentável desse recurso como, por
exemplo, desperdício, contaminação por efluentes industriais,
poluição por agrotóxicos e outros.

Questão 6
Analise as proposições abaixo.

1. A absorção excessiva dos poluentes tóxicos pelos organismos vivos


pode comprometer seriamente a sobrevivência das espécies do
planeta, inclusive da espécie humana.
2. Dentre as atividades poluentes a indústria tem sido apontada como
uma das mais impactantes por emitir diariamente na atmosfera
diversas substâncias químicas, que agem sobre o meio ambiente
provocando alterações na estrutura dos diversos organismos que o
compõem.
3. O controle da poluição se tornou um dos mais importantes fatores
na busca da conservação ambiental, que certamente resultará na
melhoria da qualidade de vida das gerações presentes e futuras.

Estão corretas:

a. Apenas I.
b. Apenas II e III.
c. Apenas I e III
d. Apenas I e II.
e. I, II e III.
A resposta correta é: I, II e III.

Questão 7
Entre esses gases os que mais contribuíram para elevar os índices da
poluição atmosférica foram: o gás carbônico (CO2), o metano (CH4),
o óxido nitroso (N2O) e os clorofluorcarbonos (CFCs), os chamados
gases de efeito estufa.

Escolha uma opção:


Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Verdadeiro'.

Questão 8
A reciclagem começou a ser priorizada a partir da década de 1970.
Entre 1970 e 1994 cresceu a percentagem de papel reciclado em todo
o mundo, passando de 23% para 37%. O Brasil é um dos países que
mais recicla latas de alumínio (cervejas e refrigerantes),
reaproveitando aproximadamente 80% do material coletado. Assinale
as vantagens da reciclagem:

a. Redução de impactos ambientais.


b. Redução da exploração de recursos naturais.
c. Redução nos custos de produção de alguns produtos.
d. Geração de emprego e renda.
As respostas corretas são:
Redução da exploração de recursos naturais.,
Redução nos custos de produção de alguns produtos.,
Geração de emprego e renda.,
Redução de impactos ambientais.

Questão 9
Relacione corretamente os metais pesados aos seus efeitos na saúde
humana.

[Cobalto] Fibrose pulmonar (endurecimento do pulmão) que pode


levar à morte.
[Alumínio] Anemia por deficiência de ferro; intoxicação crônica.
[Chumbo] Saturnismo (cólicas abdominais, tremores, fraqueza
muscular, lesão renal e cerebral).
[Mercúrio] Intoxicação do sistema nervoso central.
A resposta correta é:
Fibrose pulmonar (endurecimento do pulmão) que pode levar à
morte. → Cobalto,
Anemia por deficiência de ferro; intoxicação crônica. → Alumínio,
Saturnismo (cólicas abdominais, tremores, fraqueza muscular, lesão
renal e cerebral). → Chumbo,
Intoxicação do sistema nervoso central. → Mercúrio.

Questão 10
Considere as afirmativas abaixo:

I - Com o acelerado crescimento populacional, a desordenada


expansão urbana, o aumento da produção industrial e do consumo,
os impactos sobre o meio ambiente foram ampliados no mundo todo;
II - Dentre as atividades poluentes a indústria tem sido apontada
como uma das mais impactantes;
III - A absorção excessiva dos poluentes tóxicos pelos organismos
vivos pode comprometer seriamente a sobrevivência das espécies do
planeta, inclusive da espécie humana;
IV - Juridicamente, a poluição é associada à inserção de qualquer
fator no meio ambiente que provoque alteração de suas qualidades
originais.

Assinale as que estão CORRETAS:

a. II, III e IV.


b. Todas estão corretas.
c. II e IV.
d. I, III e IV.
e. I, II e IV.
A resposta correta é: Todas estão corretas.

Questão 11
Com o acelerado crescimento populacional, a desordenada expansão
urbana, o aumento da produção industrial e do consumo, os impactos
sobre o meio ambiente foram ampliados no mundo todo.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 2
A degradação e a perda de fertilidade do solo podem ser
considerados problemas ambientais de ordem:

a. Local.
b. Local e global.
c. Regional e nacional.
d. Regional.
e. Global e regional.
Questão 3
Sobre a problemática dos resíduos sólidos urbanos, podemos afirmar
que quanto maior a renda da população, maior é a produção de lixo.
Além disso, outro problema dos RSU refere-se ao excesso de lixo
orgânico descartado, como restos de alimentos, por exemplo.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 4
O Brasil possui a maior disponibilidade de água do mundo, chegando
a 13,8% do deflúvio médio mundial. Vale lembrar que esse recurso é
bem distribuído entre as cinco regiões brasileiras. Há, portanto, uma
igualdade entre a disponibilidade de água e a população absoluta.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 5
Sobre a poluição do ar, assinale a alternativa correta.

a. Com a Primeira Revolução Industrial (petróleo e energia atômica) a


poluição do ar foi acentuada pela ampliação dos complexos
industriais, pela utilização acentuada do petróleo como fonte
energética, e pela ausência de políticas ambientais preventivas.
b. A atmosfera possui capacidade ilimitada e irrestrita de
autodepuração.
c. A poluição atmosférica é um dos mais antigos problemas
ambientais enfrentados pela humanidade.
d. Apesar do cheiro desagradável a poluição atmosférica não afeta a
saúde das populações mundiais, não sendo um assunto relevante
para a preservação do ambiente.

Questão 6
Segundo a Resolução CONAMA 357/05 as águas doces destinadas ao
abastecimento para consumo humano, com desinfecção; à
preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e à
preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de
proteção integral são classificadas como de:

a. Classe 3.
b. Classe 4.
c. Classe 2.
d. Classe Especial.
e. Classe 1.

Questão 7
Ainda é elevada a [geração] de resíduos sólidos no Brasil, sendo
[necessário] ampliar o desenvolvimento de projetos [educativos]
que incentivem o consumo [necessário], para que possamos evitar o
[desperdício] dos recursos naturais.

Questão 8
Atualmente, a principal fonte poluente para a atmosfera são as
indústrias.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
Questão 9
O controle da qualidade do ar é indispensável para a conservação do
meio ambiente, pois a poluição atmosférica pode ter efeitos negativos
à saúde e ao bem-estar humano, à fauna e à flora, aos materiais, à
temperatura da Terra etc. Sobre os efeitos da poluição do ar, analise
as proposições e marque a alternativa incorreta.

a. A fauna é influenciada no processo de reprodução,


aumentando demasiadamente o número de espécies, em
função do aumento CO2 que favorece a respiração dos
animais.
b. A saúde humana pode ser afetada por doenças dermatológicas,
respiratórias, pulmonares, cardiovasculares etc.
c. Na flora as modificações podem ser verificadas no crescimento das
plantas, envelhecimento precoce, alteração de cor, necrose no tecido
foliar etc.
d. Os efeitos sobre os materiais são visíveis no acúmulo de poeira e
fuligem e na corrosão de metais.
e. As alterações em nível mundial podem ser: o aquecimento global,
a chuva ácida, a redução da camada de ozônio.

Questão 10
A partir do final dos anos 1970, diante do acelerado crescimento
econômico do país, foram colocadas em prática várias ações de
[gerenciamento] dos recursos hídricos, mas foi somente com a
[promulgação] da Constituição Federal de 1988 que a água passou a
ser tema prioritário nas agendas do governo e das empresas. A Carta
Magna determinou a [instituição] do Sistema Nacional de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos, alterando o Código das Águas
de 1934. Este foi instituído apenas em 1997, quando foi promulgada
a Lei Federal n.9.433 que definiu a [Política de Recursos Hídricos do
Brasil].

Questão 1
A [reciclagem] começou a ser priorizada a partir da década de 1970,
quando a sociedade demonstrou maior grau de conscientização
ambiental ao pressionar empresários e governos a adotarem medidas
ecologicamente corretas.
A resposta correta é: reciclagem
Questão 2
Atualmente, a principal fonte poluente para a atmosfera são as
indústrias.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Falso'.

Questão 3
Relacione os problemas ambientais com seu principal agente.

[Efeito Estufa] Emissão de diferentes poluentes como: dióxido de


carbono, metano, óxido nitroso e os clorofluorcarbonos.
[Desmatamento] Mudança no uso da terra como, por exemplo,
construção de casas e indústrias ou pressão pela produção de
madeira.
[Degradação da água] Uso insustentável desse recurso como, por
exemplo, desperdício, contaminação por efluentes industriais,
poluição por agrotóxicos e outros.
A resposta correta é:
Efeito Estufa → Emissão de diferentes poluentes como: dióxido de
carbono, metano, óxido nitroso e os clorofluorcarbonos.,
Desmatamento → Mudança no uso da terra como, por exemplo,
construção de casas e indústrias ou pressão pela produção de
madeira.,
Degradação da água → Uso insustentável desse recurso como, por
exemplo, desperdício, contaminação por efluentes industriais,
poluição por agrotóxicos e outros.
Questão 4
Entre esses gases os que mais contribuíram para elevar os índices da
poluição atmosférica foram: o gás carbônico (CO2), o metano (CH4),
o óxido nitroso (N2O) e os clorofluorcarbonos (CFCs), os chamados
gases de efeito estufa.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Verdadeiro'.

Questão 5
Com o acelerado crescimento populacional, a desordenada expansão
urbana, o aumento da produção industrial e do consumo, os impactos
sobre o meio ambiente foram ampliados no mundo todo.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Verdadeiro'.

Questão 6
A reciclagem começou a ser priorizada a partir da década de 1970.
Entre 1970 e 1994 cresceu a percentagem de papel reciclado em todo
o mundo, passando de 23% para 37%. O Brasil é um dos países que
mais recicla latas de alumínio (cervejas e refrigerantes),
reaproveitando aproximadamente 80% do material coletado. Assinale
as vantagens da reciclagem:

a. Redução da exploração de recursos naturais.


b. Redução de impactos ambientais.
c. Geração de emprego e renda.
d. Redução nos custos de produção de alguns produtos.
As respostas corretas são:
Redução da exploração de recursos naturais.,
Redução nos custos de produção de alguns produtos.,
Geração de emprego e renda.,
Redução de impactos ambientais.

Questão 7
No Brasil, aproximadamente 40% da poluição das águas é de origem
das atividades agropecuárias. Embora as indústrias e os esgotos
domésticos provoquem alterações menores na qualidade das águas,
as indústrias geram efluentes com elevadas concentrações de matéria
orgânica, metais pesados e compostos tóxicos, podendo provocar
grandes desastres ecológicos.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Verdadeiro'.

Questão 8
Considere as afirmativas abaixo:

I - Com o acelerado crescimento populacional, a desordenada


expansão urbana, o aumento da produção industrial e do consumo,
os impactos sobre o meio ambiente foram ampliados no mundo todo;
II - Dentre as atividades poluentes a indústria tem sido apontada
como uma das mais impactantes;
III - A absorção excessiva dos poluentes tóxicos pelos organismos
vivos pode comprometer seriamente a sobrevivência das espécies do
planeta, inclusive da espécie humana;
IV - Juridicamente, a poluição é associada à inserção de qualquer
fator no meio ambiente que provoque alteração de suas qualidades
originais.
Assinale as que estão CORRETAS:

a. Todas estão corretas.


b. II, III e IV.
c. II e IV.
d. I, III e IV.
e. I, II e IV.
A resposta correta é: Todas estão corretas.

Questão 9
Sobre a poluição do ar, assinale a alternativa correta.

a. A poluição atmosférica é um dos mais antigos problemas


ambientais enfrentados pela humanidade.
b. Com a Primeira Revolução Industrial (petróleo e energia atômica) a
poluição do ar foi acentuada pela ampliação dos complexos
industriais, pela utilização acentuada do petróleo como fonte
energética, e pela ausência de políticas ambientais preventivas.
c. A atmosfera possui capacidade ilimitada e irrestrita de
autodepuração.
d. Apesar do cheiro desagradável a poluição atmosférica não afeta a
saúde das populações mundiais, não sendo um assunto relevante
para a preservação do ambiente.
A resposta correta é: A poluição atmosférica é um dos mais antigos
problemas ambientais enfrentados pela humanidade.

Questão 10
No Brasil, os padrões de qualidade do ar são estabelecidos pela:

a. Resolução CONAMA 009/91.


b. Resolução CONAMA 003/90.
c. Resolução CONAMA 007/91.
d. Resolução CONAMA 273/00.
e. Resolução CONAMA 006/90.
A resposta correta é: Resolução CONAMA 003/90.

módulo 3 - Conscientização, desenvolvimento e gestão


ambiental

3.1 O processo de conscientização mundial


O processo de construção de uma consciência sobre a conservação
ambiental
Por muito tempo, o homem permaneceu alheio aos problemas
ambientais como se eles não afetassem sua vida. Somente após o
acontecimento de grandes desastres ambientais e do discurso
científico sobre os efeitos da poluição, sobre a saúde humana e os
ecossistemas naturais ganharem destaque, é que as autoridades
governamentais e a sociedade perceberam a importância da
conservação do meio ambiente.

Vejamos como isso aconteceu!

O processo de construção de uma consciência sobre a relação do


desenvolvimento econômico com o meio ambiente é fruto de
pesquisas científicas, ações dos movimentos ambientalistas e
conferências intergovernamentais que se sucederam após os anos
1970.

Até meados do século XX os problemas ambientais não passavam de


uma preocupação de intelectuais e cientistas, que pouca voz ativa
tiveram diante da política desenvolvimentista dos países capitalistas.
Não existia a compreensão de que a deterioração do meio ambiente
pudesse impactar a vida na terra, além do modelo econômico
vigente.

O Fordismo foi responsável pelo crescimento da preocupação com


o meio ambiente
Podemos considerar que o aumento da preocupação ambiental foi
decorrente do processo produtivo desenvolvido por Henry Ford, em
1914, nos Estados Unidos, denominado de “fordismo”.

...somente a partir da década de 1970 foi ampliada a consciência dos


efeitos da degradação do meio ambiente sobre o futuro do planeta...

Os efeitos negativos do consumo sobre o meio ambiente foram


intensificados a partir do modelo de produção em massa. Com a
redução da jornada de trabalho, melhores salários, e outras
melhorias de vida, foi reconhecida a importância da qualidade de vida
e como a poluição ambiental pode prejudicar a saúde humana. Mas
essa percepção se dava apenas localmente, com problemas como a
poluição da água, do ar e do solo.

Na década de 1930, entrou em declínio a visão cartesiana do meio


ambiente, sendo aos poucos substituída pela visão sistêmica. A
complexidade e a fragilidade dos ecossistemas, evidenciadas por
cientistas como Leopold, influenciaram, parcialmente, os movimentos
conservacionistas e as políticas de proteção ambiental delineadas
naquela época. Contudo, somente a partir da década de 1970 foi
ampliada a consciência dos efeitos da degradação do meio ambiente
sobre o futuro do planeta e, consequentemente, da humanidade.

Foram promovidos diversos eventos internacionais pautados na


discussão sobre o agravamento dos problemas ambientais.

A problemática ambiental emergiu como um fator de restrição ao


crescimento das economias nacionais, principalmente das mais
pobres, devido à evidência de que a exploração e degradação dos
recursos naturais se tornariam insustentáveis no século seguinte. A
partir daí, foram promovidos diversos eventos internacionais
pautados na discussão sobre o agravamento dos problemas
ambientais e suas implicações sobre a vida do planeta como um todo.

Limites do crescimento econômico: a ideia de crescimento zero


Na década de 1970, com a ampliação da consciência ambiental foi
multiplicada a ideia de imposição de um limite ao crescimento
econômico, principalmente para os países pobres.

Uma das mais importantes ideias, conhecida como “crescimento


zero”, foi formulada no trabalho intitulado Limites do Crescimento,
que se constitui no polêmico estudo do Clube de Roma ao afirmar que
o mundo entraria em colapso com esgotamento dos recursos naturais
não-renováveis e a única alternativa para evitá-lo seria conter o
crescimento econômico.

O Clube de Roma era uma entidade privada sem fins lucrativos,


criada ainda na segunda metade dos anos 60. A sua base financeira
era constituída de contribuições do Battelle Memorial Institute e de
toda uma série de contribuições de empresas multinacionais como a
Volkswagen, a Ford e a Olivetti, dentre outras.

A concepção de “crescimento zero” não teve muitos adeptos,


principalmente, entre representantes de países pobres que clamavam
pelo desenvolvimento a qualquer custo.

A partir de então, novas discussões orientaram a formação de um


consenso mundial sobre o crescimento econômico e a conservação
ambiental. Uma das mais importantes foi travada na primeira
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Meio
Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972.

A temática ambiental na Conferência de Estocolmo, 1972


Essa Conferência representou um marco na inclusão da temática
ambiental entre as preocupações internacionais relativas ao
desenvolvimento econômico. O resultado prático desse evento foi a
proposição de 26 princípios básicos para orientar à relação
homem/natureza. Entre esses princípios foi destacado o direito
humano ao meio ambiente equilibrado e o dever de preservá-lo para
todas as gerações.

“A queda da qualidade ambiental colocou em questão o modelo de


desenvolvimento econômico...”

As ideias expressas na Conferência de Estocolmo não foram


suficientemente incorporadas a ponto de reverter o quadro de
degradação ambiental.

A queda da qualidade ambiental percebida com mais intensidade no


final do século XX, colocou em questão o modelo de desenvolvimento
econômico seguido pela sociedade contemporânea, induzindo à
reflexão sobre a urgência da adoção de um novo padrão em moldes
sustentáveis (WATANABE, 1999).

Referência:

WATANABE, C. B. Análise Ambiental do Rio Taquaral, visando uma


proposta de Educação Ambiental em São Mateus do Sul, Paraná.
Curitiba. 1999. 42f. Monografia (Especialização em Análise
Ambiental) – Universidade Federal do Paraná.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

3.2 Desenvolvimento sustentável


A busca pelo desenvolvimento sustentável
No final da década de 1970, foi iniciada a busca por um modelo
alternativo de desenvolvimento que estimulasse o crescimento
econômico e ao mesmo tempo promovesse a manutenção e melhoria
da qualidade de vida. Dessa maneira, foi traçado o caminho rumo ao
desenvolvimento sustentável, definido como um caminho de
progresso social e econômico que objetiva satisfazer as necessidades
das gerações presentes sem comprometer a disponibilidade de
recursos naturais às gerações futuras (Relatório Brundtland, 1987).

O Relatório Brundtland apresentou uma lista de ações a serem


adotadas pelas nações e definiu as metas a serem atingidas em nível
global. No entanto, isso não foi suficiente para o alcance da
sustentabilidade planetária. Era necessário definir as estratégias de
ação que facilitassem o cumprimento das metas estabelecidas.

A retomada da discussão teórica, entre os representantes de quase


todas as nações sobre o Desenvolvimento Sustentável ocorreu em
1992, ano que o Rio de Janeiro foi sede da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio/92).

A Agenda 21 Global indica as estratégias para se atingir o


desenvolvimento sustentável.

Foram apresentadas estratégias sustentáveis de desenvolvimento,


como por exemplo, a Agenda 21, que mereceu destaque especial ao
propor uma metodologia inovadora, na qual a conservação ambiental
e a justiça social revelaram sua interface.

Esse documento elaborado em consenso por representantes de


governos e de instituições da sociedade civil de 176 nações, foi
preparado durante dois anos e apresentado na Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992.
Apesar de seu caráter não obrigatório, a ampla adesão tem
favorecido o uso racional dos recursos naturais, o uso de tecnologias
limpas e as mudanças nos padrões de consumo.

De acordo com Watanabe (2002) a Agenda 21 Global indica as


estratégias para se atingir o desenvolvimento sustentável. Está
estruturada em quatro seções:

Dimensões sociais e econômicas - nessa seção são discutidas as


políticas internacionais que podem auxiliar os países pobres a
alcançarem o desenvolvimento sustentável; as estratégias para
combater a pobreza e a miséria; a necessidade de introduzir
mudanças nos padrões de produção e consumo; as inter-relações
entre sustentabilidade e dinâmica demográfica; e as propostas para a
melhoria da saúde pública e da qualidade de vida dos assentamentos
humanos;

Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento -


refere-se ao manejo dos recursos naturais e dos resíduos e
substâncias tóxicas de maneira a garantir o desenvolvimento
sustentável;

Fortalecimento do papel dos principais grupos sociais - destaca


as ações indispensáveis para promover a participação dos diferentes
segmentos sociais nos processos decisórios. Indicam-se medidas para
a garantia da participação dos jovens, dos indígenas, das ONGs, dos
trabalhadores e sindicatos, da comunidade científica e tecnológica,
dos agricultores e dos empresários do comércio e da indústria;

Meio de implementação - aborda os mecanismos financeiros e


instrumentos jurídicos nacionais e internacionais existentes e a serem
criados, objetivando a implementação de programas e projetos
orientados para a sustentabilidade (AGENDA 21, 1996).

Embora o caminho rumo à sustentabilidade tenha sido delineado há


mais de uma década, bem como apresentadas as estratégias de
gestão ambiental, a relação entre a atividade produtiva e o meio
ambiente continua sendo tema de discussão mundial. As emissões
poluentes e o descarte de resíduos representam dois grandes
problemas ambientais que deverão ser minimizados
significativamente ainda no século XXI, frente à crescente
necessidade de conservação do sistema ambiental.

Caso seu município ainda não tenha implementado a Agenda 21 sua


criação pode se tornar a oportunidade que faltava para colocar em
prática os princípios do desenvolvimento sustentável.
Lembre-se que a Agenda 21 foi criada para apontar as prioridades e
os compromissos assumidos pelo poder público e pela sociedade, que
contemplem o desenvolvimento econômico, a preservação do meio
ambiente e a justiça social.

Referências:

AGENDA 21. Conferência das Nações Unidas sobre Meio


Ambiente e Desenvolvimento,1992 – Rio de Janeiro. Brasília:
Senado Federal, 1996.

WATANABE, C. B. Antecipando a Agenda 21 Local: uma visão


geográfica do meio ambiente de São Mateus do Sul, Paraná. Curitiba,
2002. 119f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade
Federal do Paraná.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

3.3 A relação entre a indústria e o meio ambiente


Indústria e meio ambiente
Desde 1750, marco inicial da industrialização, até meados de 1950, o
sistema produtivo foi concebido e separado do meio ambiente. Os
problemas ambientais eram tratados como externos à
empresa. O foco dos estudos ambientais estava nas consequências e
não nas causas. Por exemplo, quando um rio era contaminado se
buscava saber quais tinham sido as consequências da poluição e
pouca importância se dava às causas geradoras do problema.

Desde 1750, marco inicial da industrialização, até meados dos anos


de 1950 o sistema produtivo foi concebido separado do meio
ambiente.
Essa postura, chamada de “tratamento de final de tudo”, passou a
ser questionada no momento em que a temática ambiental ganhou
notoriedade mundial, pois as grandes alterações ambientais ocorridas
no planeta no final do século XX tais como mudanças climáticas,
extinção de espécies animais e vegetais, queda da qualidade da água,
do ar, entre outras, exigiram uma tomada de consciência ambiental
por parte dos governos, da sociedade e dos grupos empresariais,
levando diversas áreas do conhecimento a abordarem a relação
homem/natureza de forma sistêmica (AJARA, 1993).
Nesse contexto, a relação entre a indústria e o meio ambiente passou
a ter uma abordagem mais realista, que tinha a priori. O sistema
industrial passou a ser considerado como parte integrante do meio
ambiente, pois “o sistema industrial como um todo, depende
dos recursos e serviços provenientes da biosfera, dos quais
não pode estar dissociado” (ERKMAN, 1997 apud ARAÚJO, 2003).

Essa é de fato uma relação sistêmica e abrangente, pois possui uma


visão integrada de todos os elementos do sistema industrial e suas
inter-relações com os elementos da natureza. Portanto, os
subprodutos involuntários do processo produtivo não poderiam mais
ser tratados como num passado recente, em que a prevenção dos
problemas ambientais não estava incluída na pauta de discussões dos
empreendedores.

Passou a ser urgente a adoção de uma nova postura ética em relação


ao meio ambiente, pois os tratamentos para controlar e remediar a
poluição não atendia mais as expectativas de ambientalistas, que
avançavam seus discursos sobre a importância do crescimento
econômico concomitante à manutenção da qualidade de vida das
gerações presentes e futuras. “Passou a ser necessário reduzir e
prevenir o descarte dos resíduos industriais nocivos ao meio
ambiente.”

Atualmente, de acordo com Araújo et al. (2003), “as indústrias vêm


respondendo ao problema da poluição com soluções que vão desde o
simples controle dos efluentes, passando por programas de
prevenção à poluição, pelos conceitos de produção mais limpa e eco-
eficiência, até a proposta mais refinada de estudar a interação do
sistema industrial com o meio ambiente.”
A figura a seguir destaca várias mudanças sofridas, nas últimas
décadas, pelo método de tratamento de materiais, energia e resíduos
industriais.

Figura 1 - Tratamento dos problemas ambientais pela indústria


Fonte: ARAÚJO, et al (2003).

Descrição da imagem: Esquema que demonstra o tratamento dos problemas


ambientais pela indústria. No início era utilizada a remediação, depois o controle de
emissões, depois a indústria adotou a produção mais limpa eco-eficiência na
prevenção da poluição e por fim, considerando o meio ambiente, o metabolismo
industrial.

De acordo com os mesmos autores, a prevenção evidenciou que é


possível minimizar a poluição sem prejuízo econômico. Dessa
maneira, as empresas poluidoras passaram cada vez mais a adotar
uma produção mais limpa. Esse novo modo de produção teve como
objetivo avaliar detalhadamente todas as etapas do processo
produtivo a fim de otimizá-lo.

Entre os setores econômicos o industrial é considerado um dos mais


impactantes ao meio ambiente, por utilizar excessivas quantidades de
recursos naturais e descartar diferentes produtos poluentes no ar,
água e solo, que além de degradar a natureza podem ocasionar
diversas reações à saúde humana.

Dessa maneira, o gerenciamento e a gestão ambiental foram


incluídos entre as práticas empresariais. A preocupação em atender a
legislação vigente e o interesse em manter uma imagem positiva
perante os consumidores foram fatores que impulsionaram a
implementação de instrumentos de gestão do meio ambiente nas
empresas.
Referências:
AJARA, C. A abordagem geográfica: suas possibilidades no
tratamento da questão ambiental. In: Geografia e Questão
Ambiental. Rio de Janeiro: IBGE, 1993.
ARAUJO, E. S. et. al. Ecologia Industrial: um pouco de história.
Revista de Graduação da Engenharia Química. USP v1 n. 12 Jul-Dez
2003 - ISSN 1516-5469 disponível em
http://www.hottopos.com/regeq12/art2.html Acesso em 21/08/08.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2

3.4 Gestão ambiental


A gestão ambiental tem representado um dos maiores desafios ao
poder público quando investido no papel mediador dos conflitos
estabelecidos na relação entre o crescimento econômico e o meio
ambiente. Durante o século XX, esses conflitos atingiram dimensões
que poderiam colocar em risco a sustentabilidade da vida no Planeta.
Diante desta constatação, a gestão aplicada ao meio ambiente
pareceu ser a melhor estratégia para a conservação e uso racional
dos recursos naturais e para a proteção ambiental.

As razões para que o século XX tenha despertado maior atenção dos


governantes para a gestão ambiental estão atreladas ao processo de
degradação que se instaurou em todo o planeta, fruto do estilo de
vida adotado pela maioria das sociedades capitalistas, que passou a
exigir maior intensificação na exploração dos recursos naturais para a
satisfação de suas necessidades ou desejos de consumo.

A gestão ambiental, enquanto processo democrático de mediação dos


interesses e conflitos estabelecidos entre os diferentes atores sociais
que agem sobre o meio ambiente exige cada vez mais a participação
popular.
Tal participação pressupõe a aquisição de conhecimentos e
habilidades pelo indivíduo e pela coletividade que lhes permitam
intervir no planejamento e execução de ações estratégicas de gestão
ambiental. Como diria Guimarães (2000), “o cidadão necessita
conhecer a totalidade para ser um agente social nesse mundo
complexificado.”

Mas o que de fato é a Gestão Ambiental?

Gestão ambiental é o conjunto de princípios, estratégias e diretrizes a


serem seguidos na formulação de planos de ação para a conservação
e proteção do meio ambiente.

O objetivo da Gestão Ambiental é proporcional à busca de melhorias


dos produtos e serviços de uma organização, considerando o fator
ambiental. Atualmente as organizações privadas estão dedicadas ao
tratamento das questões ambientais. A Gestão Ambiental já faz parte
das organizações públicas, entendida como uma estratégia
indispensável à promoção da melhoria da qualidade de vida das
presentes e futuras gerações. Gerir o meio ambiente significa
possibilitar a redução de custos diretos e indiretos como, por
exemplo, o desperdício de energia elétrica, água e gastos com o
pagamento de multas ambientais.

Ao setor público cabe dar o exemplo de responsabilidade


socioambiental, que vai além da responsabilidade de elaborar leis e
fiscalizar sua aplicação, ou seja, deve ajustar suas ações aos
princípios do desenvolvimento sustentável.

Histórico da gestão ambiental no Brasil


A preocupação com a questão ambiental nem sempre esteve entre as
prioridades de governantes e empreendedores. Foi somente no final
do século XX que pudemos vivenciar políticas públicas voltadas para a
prevenção de acidentes ambientais, característica de uma adequada
gestão ambiental.

Vejamos em mais detalhes como tudo isso aconteceu.


Conforme já vimos, até aproximadamente meados do século XX,
pouco se conhecia sobre as relações do crescimento econômico e a
degradação ambiental, e pouca importância se dava a isso. Não
podemos dizer que não havia preocupação com a questão ambiental
neste período, apenas que ela não era prioritária para a sociedade,
governo, ciência e empresas.
“... até a primeira metade século XX, a gestão ambiental brasileira foi
marca da por uma reduzida preocupação com a conservação
ambiental....”

Dentro desse contexto, as primeiras políticas ambientais


brasileiras que subsidiaram a gestão aplicada ao meio
ambiente foram:

● A criação de parques florestais e áreas de preservação ambiental;


● A preservação de algumas espécies ameaçadas de extinção e a
proteção de determinadas paisagens e espaços naturais;
● As leis sobre o uso das florestas, das águas e dos minerais - Código
Florestal e o Código das Águas de 1934, o Código de Pesca de 1938 e
o Código de Mineração de 1940.

Portanto, até a primeira metade século XX, a gestão ambiental


brasileira foi marcada por uma reduzida preocupação com a
conservação ambiental, marcada por fracos interesses
conservacionistas e fortes interesses exploratórios.

A gestão ambiental brasileira na segunda metade do século XX


A partir de 1960 diversos acontecimentos, como a concentração
industrial, a urbanização, o crescimento econômico e populacional,
fizeram com que os problemas ambientais se agravassem,
generalizando a percepção sobre os mesmos.

As políticas ambientais deste período tiveram uma preocupação


essencialmente como o meio ambiente em nível local (poluição,
extinção de espécies animais e vegetais, desmatamento e outros). A
grande diferenciação foi a emergência da percepção sobre as causas
e efeitos da poluição no ambiente local, bem como de políticas
voltadas à minimização dos problemas.

A gestão do meio ambiente visava, principalmente, resolver os


problemas e não preveni-los, ou seja, tinha sentido reativo e não
proativo (“tratamento de final do tubo”).
Essa forma de gerir o meio ambiente ultrapassou os limites da
década de 60 e permanece, até hoje, sendo adotada por algumas
empresas, embora haja evidências da eficiência da prevenção
ambiental.

A década de 1970 representou um marco na forma do mundo


compreender a relação estabelecida entre o meio ambiente e o
desenvolvimento econômico.

A gestão ambiental passou a ser instrumentalizada por uma


legislação mais rigorosa sobre as atividades produtivas, controlando
os seus efeitos sobre o meio ambiente.

Em geral, a partir dessa década a gestão passou a ser


instrumentalizada por uma legislação mais rigorosa sobre as
atividades produtivas, controlando os seus efeitos sobre o meio
ambiente. Um exemplo disso foi a regulamentação da avaliação de
impacto ambiental e do licenciamento ambiental.

O que houve de fundamental, a partir da década de 1970, portanto,


foi uma evolução na priorização dos problemas ambientais entendidos
como problemas globais do desenvolvimento, bem como um
crescimento na conscientização de que esses deveriam ser tratados
de forma planejada de acordo com as estratégias de gestão definidas
e não mais de maneira reativa.

No Brasil, foi apenas a partir da década de 1980, com a edição da Lei


Federal 6938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA), que o caráter da gestão ambiental passou a ser modificado.
Apesar de sua assimilação não ter sido imediata, essa legislação
introduziu pela primeira vez no País mecanismos de gestão
participativa, através da criação do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (CONAMA).

Com o funcionamento do CONAMA, a PNMA promoveu, mesmo que


de forma pouco percebida, a ruptura do modelo clássico de gestão do
Estado, baseado em decisões unilaterais da autoridade pública, por
um modelo de gestão colegiada e participativa, no qual o governo
passou a compartilhar com a sociedade o processo decisório referente
à gestão ambiental.

A gestão ambiental brasileira passou a ser organizada de


forma descentralizada assegurando a sinergia e a integração
de todos os níveis de governo (Ministério do Meio Ambiente,
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e
Amazônia Legal, Órgãos estaduais e municipais).

Paralelamente à elaboração de estratégias de gestão que buscavam


harmonizar desenvolvimento e meio ambiente, foi estabelecida, nas
décadas de 80 e 90, uma série de tratados para garantir uma gestão
global do meio ambiente. As ações nacionais e regionais passaram a
ser adequadas às necessidades internacionais, com vistas ao
atendimento dos preceitos do desenvolvimento sustentável.

Tratados mundiais de conservação ambiental


Entre esses tratados podemos citar o Protocolo de Montreal (1987,
1997), que visa a redução das emissões de gases CFCs; o Protocolo
de Kyoto (1997), que trata redução das emissões de dióxido de
carbono; a Convenção sobre a Biodiversidade (1992), que dispõe
sobre a proteção da biodiversidade; o acordo de Madrid (1995), que
prorrogou para mais 50 anos a proibição de atividades econômicas na
Antártida.

Ações nacionais para a conservação do meio ambiente


Entre as ações nacionais, merecem destaque a introdução de
instrumentos de mercado como o princípio poluidor-pagador e as
taxas de emissões. O princípio poluidor-pagador pode ser entendido
como um recurso econômico utilizado para que a empresa arque com
os custos da atividade poluidora, repercutindo nos custos finais dos
produtos e serviços oriundos da atividade. O alcance desse princípio
vai além de compensar os danos causados pela poluição; inclui todos
os custos da proteção ambiental, como os custos de prevenção,
reparação e de repressão ao dano ambiental.

Taxas ambientais são preços a serem pagos pela poluição. Os valores


das taxas por emissão são definidos proporcionalmente à carga ou ao
volume dos poluentes como, por exemplo, efluentes líquidos,
emissões atmosféricas, ruído e substâncias perigosas (MARGULIS,
1996).

O novo perfil da gestão ambiental brasileira


Como resultado da evolução na consciência ambiental teve início o
delineamento de um novo perfil da gestão ambiental, marcado pelo
surgimento de organizações não-governamentais (ONGs); agências
estatais de nível federal, estadual e municipal responsáveis pela
implementação de políticas ambientais (Exemplo: Agência Nacional
das Águas); grupos e instituições de pesquisa que estudam a
problemática ambiental; empresas que implementam sistemas de
gestão ambiental buscando certificações da série ISO 14000;
consumidores ambientalmente orientados; e agências e tratados
internacionais encarregados de buscar soluções para os problemas
ambientais globais, como o Programa das Nações Unidas para a
Proteção.

Todos esses grupos de atores formam o grande movimento


ambientalista global que abriga diferentes concepções da dimensão
dos problemas ambientais. Esse movimento pode ser considerado
responsável pela formulação de consensos mínimos sobre a gestão
aplicada ao meio ambiente.

Vantagens da gestão ambiental


As empresas que a priori consideravam a gestão ambiental sinônimo
de gastos financeiros percebem, atualmente, que ocorre exatamente
o contrário, pois muitas são as vantagens obtidas quando se produz
de acordo com os princípios da sustentabilidade.
Referências:

GUIMARÃES, M. Educação Ambiental: No consenso um embate?


Campinas, SP: Papirus, 2000.
MARGULIS, S. A regulamentação ambiental: Instrumentos e
implementação. Rio de Janeiro, 1996. Disponível em:
www.ipea.gov.br Acesso em: 15/07/08.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

3.5 Instrumentos de gestão ambiental


Podemos classificar os instrumentos de gestão ambiental da
seguinte maneira:

● Avaliação de Impacto Ambiental;


● Análise do Ciclo de Vida;
● Rótulo Ecológico;
● Ecodesign;
● Auditoria Ambiental;
● Avaliação de Desempenho Ambiental;
● Sistema de Gestão Ambiental.

Avaliação de impacto ambiental


A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é um processo de
apreciação de um determinado projeto, programa ou plano que
provoque alterações no meio ambiente.

De acordo com Pedro e Frangetto (2004), “a Avaliação de Impacto


Ambiental é um dos mais importantes instrumentos de gestão
ambiental, pois o que se define a partir dela produz efeitos diretos
sobre o meio ambiente, em exata correspondência ao Princípio da
Prevenção e da Precaução.”

O objetivo da AIA é fornecer informações consistentes sobre a ação


em causa para apoiar a tomada de decisão, proporcionando uma
visão dos aspectos positivos e negativos do projeto, direcionando a
definição de medidas corretivas dos impactos negativos e medidas de
valorização dos impactos positivos. É um estudo que objetiva
identificar, interpretar e prevenir, as consequências ambientais de
determinados projetos que podem causar danos ao homem ou ao seu
entorno.

Análise do ciclo de vida


A Análise do Ciclo de Vida é um processo de avaliação das
incidências ambientais associadas a um produto, processo ou
atividade.

De acordo com Lima-e-Silva et. al. (1999), a avaliação do ciclo de


vida é “a denominação moderna do estudo que abrange os impactos
ambientais causados por toda a cadeia produtiva relacionada com
uma determinada atividade“.

Segundo Fonseca (2005), os objetivos gerais da avaliação do ciclo de


vida de uma atividade, processo ou produto são os seguintes:

● Obter um quadro completo das interações de determinada atividade


com o meio-ambiente;
● Compreender a interdependência das consequências ambientais
associadas às atividades humanas;
● Criar uma base para determinação de novos investimentos;
● Comparar o impacto ambiental total de produtos diferentes usados
para o mesmo fim.

Rótulo ecológico
O Rótulo Ecológico, ou selo verde, atesta que determinado produto
causa menor impacto ambiental que outros semelhantes, disponíveis
no mercado como, por exemplo, as lâmpadas de tungstênio e
halogênio.

O rótulo ecológico é portanto, um instrumento de gestão ambiental


orientado para o produto, mas que pode ser aplicado aos serviços.
Seu objetivo é promover a redução dos impactos negativos em todo o
ciclo de vida do produto, mobilizando as forças de mercado através
da conscientização de produtores e consumidores (SANTOS, 2008).

Ecodesign
O Ecodesign é a concepção de produtos com integração da
dimensão meio ambiente, que adquiriu o mesmo status que os
critérios tradicionais de tomada de decisão (qualidade, eficiência,
funcionalidade, estética, imagem, ergonomia, custo, etc.).

Segundo Fonseca (2005), o ecodesign tem como objetivos:

● Incentivar a criatividade e inovação de produtos com qualidade


ambiental;
● Prevenir ou reduzir impactos ambientais ao longo do ciclo de vida
do produto;
● Satisfazer as necessidades dos consumidores através de produtos
ambientalmente mais adequados.

Auditoria ambiental
A Auditoria Ambiental é uma avaliação sistemática, documentada,
periódica e objetiva das operações e processos de forma a garantir o
cumprimento da legislação e os objetivos ambientais.

Avaliação de desempenho ambiental


A Avaliação de Desempenho Ambiental é uma ferramenta que
possibilita a quantificação do esforço para a proteção do ambiente,
criando condições para um melhor controle do impacto ambiental das
atividades, produtos e serviços da organização.
Referências:

FONSECA, A. Sistemas de Gestão Ambiental. Slides de Aulas.


Disciplina Gestão para Desenvolvimento Sustentável. Curso MBA
em Gestão Ambiental. Universidade Luterana do Brasil.

LIMA-E-SILVA, P. P. de GUERRA, A. J. T.; DUTRA, L. E. D. Subsídios


para avaliação econômica de impactos ambientais. In: CUNHA, S. B.
DA; GUERRA, A. J. T. (orgs). Avaliação e perícia ambiental. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. 266 p.
PEDRO, A. F. P.; FRANGETTO, F. W. Direito Ambiental Aplicado. In:
PHILIPPI JÚNIOR, A. et. Al. Curso de Gestão Ambiental. São Paulo:
Manole, 2004.

SANTOS, S. R. Programas de Rotulagem Ambiental. Programa de


Pós-graduação em Engenharia de Produção – UFRGS. Disponível em:
www.abepro.org.br Acesso em: 20/07/08.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

3.6 Sistema de gestão ambiental (SGA)


O Sistema de Gestão Ambiental é um ciclo contínuo de planejamento,
implementação, revisão e melhoramento de processos e ações que
uma organização realiza de modo a cumprir com as suas obrigações
ambientais (FONSECA, 2005).

De acordo com a ISO 14001, o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é


“a parte de um sistema global de gestão que inclui a estrutura
organizacional, planejamento de atividades, responsabilidades,
práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver,
implementar, alcançar, rever e manter a política ambiental.”
Figura 1 - Sistema de Gestão Ambiental segundo a ISO 14000

Fonte: Fonseca, 2005.

Descrição da imagem: Esquema de um Sistema de Gestão Ambiental segundo a


ISO 14000, inicia-se pelo planejamento, considerando aspectos ambientais,
requisitos legais, objetivos e metas e o Programa de gestão ambiental. Na
sequência há a implementação e operação que deve considerar: Recursos,
responsabilidades e autoridade; Formação, sensibilização e competência;
Comunicações; Documentação do SGA; Controle de documentos; Controle
operacional; Preparação e resposta a emergências. Segue para Ações de
verificações e correções que incluem, por sua vez: Monitoramento e medição;
Verificação da conformidade legal; Não-conformidade e ações corretivas e
preventiva; Controle de registros; Auditoria interna. As últimas etapas são a Análise
do Sistema de Gestão Ambiental pela administração e a criação de uma Política
Ambiental.

O Sistema de Gestão Ambiental ajuda a empresa a adquirir uma


visão profunda dos aspectos ambientais mais importantes associados
à sua atividade, permitindo identificar os processos que necessitam
ser melhorados através da implementação de medidas ambientais
eficazes.

Objetivos de um Sistema de Gestão Ambiental


De acordo com Fonseca (2005) o sistema de gestão ambiental
pretende promover a melhoria contínua do desempenho ambiental de
uma organização através da:
● Definição e implementação de políticas e programas de gestão
ambiental;
● Avaliação sistemática, objetiva e periódica dos resultados dessas
políticas e programas;
● Informação pública do desempenho ambiental.

Referência:

FONSECA, A. Sistemas de Gestão Ambiental. Slides de Aulas.


Disciplina Gestão para Desenvolvimento Sustentável. Curso MBA em
Gestão Ambiental. Universidade Luterana do Brasil.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

3.7 Documentos relativos aos instrumentos de gestão ambiental

Normas ISO 14000


As normas da série ISO 14000 foram concebidas para responder às
necessidades das empresas frente à problemática ambiental,
fornecendo:

● Orientações sobre a elaboração e implementação de um Sistema de


Gestão Ambiental;
● Instrumentos de avaliação específica do meio ambiente;
● Meios práticos e adequados para abordar os produtos do ponto de
vista ambiental.

Vamos analisar o esquema abaixo:


Figura 1 - ISO 14000
Fonte: Fonseca, 2005

Descrição da imagem: Esquema demonstrando o ISO 14000 dividido entre


organização e produto. Ligados à organização, estão os seguintes ISOs: Sistema de
Gestão Ambiental ISO 14001-14009; Auditorias Ambientais ISO 14010 - 14019;
Avaliação de desempenho Ambiental ISO 14030 - 14039. Ligados ao produto estão:
Análise do Ciclo de Vida ISO 14040 - 14049; Rotulagem Ecológica ISO 14020 -
14029; Aspectos Ambientais na Certificação de Produtos ISO 14060.

Podemos perceber que tanto a organização quanto o produto são


analisados para que seja conferida a certificação de qualidade
ambiental a determinado processo produtivo.

Vejamos em mais detalhes essas normas no esquema abaixo:


Figura 2 - Detalhamento das normas ISO 14000.
Fonte: Fonseca, 2005

Descrição da imagem: Esquema demonstrando que os Sistemas de Gestão estão


ligados à Ferramentas de Auditoria e Avaliação e ligados às Ferramentas de Apoio.
Fazem parte do Sistema de Gestão: ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental,
Especificações com Linhas de Orientação para utilização) e o ISO 14004 (Sistema
de Gestão Ambiental, Linhas de Orientação Geral em Princípios, Sistemas e
Técnicas de Suporte). Como Ferramentas de Auditoria e Avaliação há três grupos:
O primeiro é a Avaliação da Performance Ambiental (APA), nele o ISO 14031 trata
das linhas de orientação em APA. O segundo trata das Auditorias Ambientais (AA),
nele o ISO 14010 trata de linhas de orientação em AA, o ISO 14011 trata de linhas
de orientação em AA relacionados aos procedimentos de auditorias e auditorias a
SGA e o ISO 14012 trata de linhas de orientação em AA quanto aos critérios de
qualificação para Auditores ambientais. O terceiro grupo têm o ISO 14050 (termos
e definições) e o ISO 14060 (aspectos ambientais sem Norma de produtos). Como
Ferramentas de Apoio temos dois grupos. O primeiro é sobre o Ciclo de Vida do
Produto (CVP), onde constam: ISO 14040 sobre princípios e estruturas, ISO 14041
sobre princípios gerais e práticas, ISO 14042 sobre análise de inventário de ciclo de
vida, ISO 14043 sobre impacto ambiental de ciclo de vida e pelo ISO 14044 sobre
avaliação da melhoria de ciclo de vida. O segundo e último grupo trata sobre a
Rotulagem Ecológica (RE) onde estão: ISO 14020 sobre princípios básicos para RE.
ISO 14021 sobre auto-declarações de resultados ambientais (termos e definições),
ISO 14022 sobre auto-declarações de resultados ambientais (símbolos), ISO 14023
sobre auto-declarações de resultados ambientais (testes e metodologias de
verificação) e, por fim, o ISO 14024 sobre princípios de orientação, práticas e
critérios para programas de certificação.
Benefícios econômicos resultantes da gestão ambiental
Fonseca (2005), destaca que com a implementação de um SGA
podem ser evitados os custos de:

● Agravamento de prêmios de seguros;


● Limpeza após emissões anormais, derrames ou acidentes;
● Multas por não cumprimento de legislação ambiental.

Podem ser reduzidos os custos associados a:

● Consumo de recursos (energia, água e matérias primas);


● Tratamento e eliminação de efluentes e resíduos;
● Transportes;
● Oportunidades de mercado acrescidas devido à crescente procura
de produtos associados a empresas com imagem ambiental positiva.
● Conquista de investidores e novos parceiros de negócio uma vez
que a implementação de um SGA está associada a uma gestão
eficiente e inovadora.
● Melhoria do relacionamento com clientes, fornecedores e
comunidade local devido à redução do risco de má publicidade
ambiental causada por poluição regular ou acidental.

Créditos no interior resultantes da gestão ambiental

● Diminuição do risco de acidentes;


● Melhoria das condições de trabalho;
● Motivação dos colaboradores.

Vantagens do SGA para a empresa


Um SGA aplica os princípios da gestão empresarial e estratégia,
assim como o da melhoria contínua e, portanto, conduz a:
● Melhor desempenho ambiental a menor custo;
● Melhor gestão global;
● Planejamento estratégico ambiental pela gestão de topo.

Um SGA leva à melhoria contínua da performance ambiental


através da prevenção e, portanto, conduz a:

● Aumento da sustentabilidade em longo prazo;


● Redução de custos (consumos e gestão de resíduos);
● Elevadas taxas de retorno de investimentos em eficiência
energética.

Um SGA, através da demonstração da responsabilidade


ambiental, dá resposta às exigências dos consumidores,
fornecedores e outras partes interessadas e, portanto, conduz à:

● Melhorias no acesso a investimento;


● Melhorias no acesso ao mercado;
● Melhoria da imagem junto do público e comunidade.

Referência:

FONSECA, A. Sistemas de Gestão Ambiental. Slides de Aulas.


Disciplina Gestão para Desenvolvimento Sustentável. Curso MBA em
Gestão Ambiental. Universidade Luterana do Brasil.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.

3.8 Teste seus conhecimentos


Agora que você já explorou sobre o curso, vamos testar seus
conhecimentos!
É importante que você faça com calma e atenção. Após enviar sua
resposta definitivamente, você poderá conferir seus acertos e
visualizar a correção das questões. E não se preocupe em anotar
tudo, pois as questões ficarão disponíveis após respondê-las, com as
respostas que você escolheu.

● Quantidade de questões apresentadas: 10


● Exibição das questões: em página única
● Quantidade de tentativas permitidas: 3
● Tempo estimado para realizar a tentativa: 20 a 40 minutos
● Método de avaliação: nota mais alta

Bons estudos!

Questão 1
Relacione corretamente os conceitos com a explicação deles.

[Rótulo Ecológico] Atesta que determinado produto causa menor


impacto ambiental que outros semelhantes, disponíveis no mercado
como, por exemplo, as lâmpadas de tungstênio e halogênio.
[Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)] É um processo de
apreciação de um determinado projeto, programa ou plano que
provoque alterações no meio ambiente.
[Auditoria Ambiental] É uma avaliação sistemática, documentada,
periódica e objetiva das operações e processos de forma a garantir o
cumprimento da legislação e os objetivos ambientais.
[Ecodesign] É a concepção de produtos com integração da dimensão
meio ambiente, que adquiriu o mesmo status que os critérios
tradicionais de tomada de decisão (qualidade, eficiência,
funcionalidade, estética, imagem, ergonomia, custo, etc.).
[Análise do Ciclo de Vida] É um processo de avaliação das
incidências ambientais associadas a um produto, processo ou
atividade.
[Avaliação de Desempenho Ambiental] É uma ferramenta que
possibilita a quantificação do esforço para a proteção do ambiente,
criando condições para um melhor controle do impacto ambiental das
atividades, produtos e serviços da organização.

Questão 2
Sobre o processo de construção de uma consciência sobre a relação
do desenvolvimento econômico com o meio ambiente, analise as
proposições a seguir.

1. Até meados do século XX os problemas ambientais não passavam


de uma preocupação de intelectuais e cientistas, que pouca voz ativa
tiveram diante da política desenvolvimentista dos países capitalistas.
2. O Fordismo contribuiu para o aumento da preocupação ambiental.
3. Somente a partir da década de 1970 foi ampliada a consciência
dos efeitos da degradação do meio ambiente sobre o futuro do
planeta e, consequentemente, da humanidade.

Quais afirmativas estão corretas?

a. Apenas II e III.
b. Apenas I e II.
c. I, II e III.
d. Apenas I e III.

Questão 3
O SGA pretende promover a melhoria contínua do desempenho
ambiental de uma organização através da definição e implementação
de políticas e programas de gestão ambiental; da avaliação
sistemática, objetiva e periódica e da informação pública do
desempenho ambiental.
Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 4
O Ecodesign é um processo de apreciação de um determinado
projeto, programa ou plano que provoque alterações no meio
ambiente.

Escolha uma opção:


Verdadeiro
Falso

Questão 5
Podemos considerar que o aumento da preocupação [ambiental] foi
decorrente do processo produtivo desenvolvido por Henry Ford, em
1914, nos Estados Unidos.

Questão 6
Gestão ambiental é o conjunto de princípios, estratégias e diretrizes a
serem seguidos na formulação de planos de ação para a conservação
e proteção do meio ambiente.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 7
Assinale a alternativa que indica uma das primeiras políticas
ambientais brasileiras que subsidiaram a gestão aplicada ao meio
ambiente.
a. As leis sobre o uso das montanhas, dos riachos e lagoas e dos
minerais.
b. Criação de um conselho superior de meio ambiente e empresas
com caráter consultório e decisório.
c. A criação de parques temáticos e áreas de preservação animal.
d. A preservação de algumas espécies ameaçadas de extinção
e a proteção de determinadas paisagens e espaços naturais.

Questão 8
O método utilizado pelas empresas no gerenciamento ambiental que
trata os problemas ambientais como externos à empresa e mantém o
foco dos estudos ambientais nas consequências e não nas causas dos
mesmos, é denominada de tratamento de ecoeficiência.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 9
Com a Conferência de Estocolmo as ideias de preservação ambiental
foram suficientemente incorporadas a ponto de reverter o quadro de
degradação ambiental.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
Questão 10
Analise as proposições sobre os itens fornecidos pelas normas da
série ISO 14000:

1. Orientações sobre a elaboração e implementação de um Sistema


de Gestão Ambiental;
2. Instrumentos de avaliação específica do meio ambiente;
3. Meios práticos e adequados para abordar os produtos do ponto de
vista econômico.

Estão corretas:

a. Apenas II.
b. Apenas I e III.
c. Apenas I e II.
d. Apenas II e III.
e. Apenas I.

Questão 1
O princípio poluidor-pagador não é um princípio de compensação dos
danos causados pela poluição. Seu alcance é mais amplo, incluídos
todos os custos da proteção ambiental, quaisquer que eles sejam,
abarcando, a nosso ver, os custos de prevenção, de reparação e de
repressão do dano ambiental.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 2
Na década de 1970, com a ampliação da consciência ambiental foi
multiplicada a ideia de imposição de um limite ao crescimento
econômico, principalmente para os países pobres. Nesse contexto
surge a ideia de crescimento zero, divulgado pela Conferência de
Tbilisi.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso

Questão 3
O desenvolvimento [sustentável], termo trazido pelo Relatório
[Brundtland] de 1987, pode ser definido como um caminho de
[progresso] social e econômico que objetiva satisfazer as
necessidades das gerações [presentes] sem comprometer a
[disponibilidade] de recursos naturais às gerações [futuras].

Questão 4
O que mudou na abordagem da relação entre indústria e meio
ambiente após as grandes alterações ambientais ocorridas no final do
século XX?

a. O sistema industrial passou a ser considerado como parte


integrante do meio ambiente.
b. Os subprodutos involuntários do processo produtivo passaram a
ser tratados da mesma forma que no passado.
c. A indústria passou a ser dissociada do meio ambiente.
d. A adoção de uma nova postura ética em relação ao meio ambiente
passou a ser desnecessária.
e. Os tratamentos para controlar e remediar a poluição passaram a
atender as expectativas de ambientalistas.

Questão 5
“É um programa de ação baseado num documento de 40 capítulos,
que constitui a mais ousada e abrangente tentativa, já realizada, de
promover, em escala planetária, um novo padrão de
desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica”. Esse conceito refere-se ao (a):

a. Educação Ambiental.
b. Crescimento Zero.
c. Desenvolvimento Sustentável.
d. Teoria Geral dos Sistemas.
e. Agenda 21.

Questão 6
“É um caminho de progresso social e econômico que objetiva
satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer
a disponibilidade de recursos naturais às gerações futuras”. Esse
conceito refere-se ao (a):

a. Teoria Geral dos Sistemas.


b. Agenda 21.
c. Desenvolvimento Sustentável.
d. Crescimento Zero.
e. Educação Ambiental.

Questão 7
Entre os fatores que impulsionaram a implementação de
instrumentos de gestão do meio ambiente nas empresas, está a
preocupação em atender a legislação vigente e o interesse em
manter uma imagem positiva perante os consumidores.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
Questão 8
Assinale as alternativas que indicam vantagens de um SGA para uma
empresa:

a. Redução de custos (consumos e gestão de resíduos).


b. Aumento da sustentabilidade em longo prazo.
c. Melhor desempenho ambiental a menor custo.
d. Melhoria da imagem junto do público e comunidade.

Questão 9
O princípio poluidor-pagador pode ser entendido como um recurso
[econômico] utilizado para que a empresa arque com os [custos]
da atividade [poluidora], repercutindo nos custos finais dos
[produtos] e serviços oriundos da atividade.

Questão 10
Qual era a postura adotada pelas empresas em relação ao meio
ambiente durante o período de 1750 a meados de 1950?

a. Separavam o sistema produtivo do meio ambiente e


tratavam os problemas ambientais como externos à empresa.
b. Tratavam os problemas ambientais como parte integrante da
empresa.
c. Consideravam o sistema industrial como parte integrante do meio
ambiente.
d. Buscavam as causas geradoras do problema quando um rio era
contaminado.
e. Adotavam uma postura ética em relação ao meio ambiente.

Questão 1
O Ecodesign é um processo de apreciação de um determinado
projeto, programa ou plano que provoque alterações no meio
ambiente.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Falso'.

Questão 2
Entre os fatores que impulsionaram a implementação de
instrumentos de gestão do meio ambiente nas empresas, está a
preocupação em atender a legislação vigente e o interesse em
manter uma imagem positiva perante os consumidores.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Verdadeiro'.

Questão 3
“É um caminho de progresso social e econômico que objetiva
satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer
a disponibilidade de recursos naturais às gerações futuras”. Esse
conceito refere-se ao (a):

a. Agenda 21.
b. Desenvolvimento Sustentável.
c. Crescimento Zero.
d. Teoria Geral dos Sistemas.
e. Educação Ambiental.
A resposta correta é: Desenvolvimento Sustentável.

Questão 4
“É um programa de ação baseado num documento de 40 capítulos,
que constitui a mais ousada e abrangente tentativa, já realizada, de
promover, em escala planetária, um novo padrão de
desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça
social e eficiência econômica”. Esse conceito refere-se ao (a):

a. Crescimento Zero.
b. Agenda 21.
c. Desenvolvimento Sustentável.
d. Teoria Geral dos Sistemas.
e. Educação Ambiental.
A resposta correta é: Agenda 21.

Questão 5
Relacione corretamente os conceitos com a explicação deles.

[Ecodesign] É a concepção de produtos com integração da dimensão


meio ambiente, que adquiriu o mesmo status que os critérios
tradicionais de tomada de decisão (qualidade, eficiência,
funcionalidade, estética, imagem, ergonomia, custo, etc.).
[Avaliação de Desempenho Ambiental] É uma ferramenta que
possibilita a quantificação do esforço para a proteção do ambiente,
criando condições para um melhor controle do impacto ambiental das
atividades, produtos e serviços da organização.
[Auditoria Ambiental] É uma avaliação sistemática, documentada,
periódica e objetiva das operações e processos de forma a garantir o
cumprimento da legislação e os objetivos ambientais.
[Análise do Ciclo de Vida] É um processo de avaliação das
incidências ambientais associadas a um produto, processo ou
atividade.
[Rótulo Ecológico] Atesta que determinado produto causa menor
impacto ambiental que outros semelhantes, disponíveis no mercado
como, por exemplo, as lâmpadas de tungstênio e halogênio.

[Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)] É um processo de


apreciação de um determinado projeto, programa ou plano que
provoque alterações no meio ambiente.
A resposta correta é:
É a concepção de produtos com integração da dimensão meio
ambiente, que adquiriu o mesmo status que os critérios tradicionais
de tomada de decisão (qualidade, eficiência, funcionalidade,
estética, imagem, ergonomia, custo, etc.). → Ecodesign,
É uma ferramenta que possibilita a quantificação do esforço para a
proteção do ambiente, criando condições para um melhor controle do
impacto ambiental das atividades, produtos e serviços da
organização. → Avaliação de Desempenho Ambiental,
É uma avaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva das
operações e processos de forma a garantir o cumprimento da
legislação e os objetivos ambientais. → Auditoria Ambiental,
É um processo de avaliação das incidências ambientais associadas a
um produto, processo ou atividade. → Análise do Ciclo de Vida,
Atesta que determinado produto causa menor impacto ambiental que
outros semelhantes, disponíveis no mercado como, por exemplo, as
lâmpadas de tungstênio e halogênio. → Rótulo Ecológico,
É um processo de apreciação de um determinado projeto, programa
ou plano que provoque alterações no meio ambiente. → Avaliação
de Impacto Ambiental (AIA).

Questão 6
O que mudou na abordagem da relação entre indústria e meio
ambiente após as grandes alterações ambientais ocorridas no final do
século XX?
a. A adoção de uma nova postura ética em relação ao meio ambiente
passou a ser desnecessária.
b. Os subprodutos involuntários do processo produtivo passaram a
ser tratados da mesma forma que no passado.
c. A indústria passou a ser dissociada do meio ambiente.
d. Os tratamentos para controlar e remediar a poluição passaram a
atender as expectativas de ambientalistas.

e. O sistema industrial passou a ser considerado como parte


integrante do meio ambiente.
A resposta correta é: O sistema industrial passou a ser considerado
como parte integrante do meio ambiente.

Questão 7
Assinale as alternativas que indicam vantagens de um SGA para uma
empresa:

a. Melhor desempenho ambiental a menor custo.


b. Aumento da sustentabilidade em longo prazo.
c. Melhoria da imagem junto do público e comunidade.
d. Redução de custos (consumos e gestão de resíduos).
As respostas corretas são:
Aumento da sustentabilidade em longo prazo.,
Redução de custos (consumos e gestão de resíduos).,
Melhoria da imagem junto do público e comunidade.,
Melhor desempenho ambiental a menor custo.

Questão 8
Analise as proposições sobre os itens fornecidos pelas normas da
série ISO 14000:
1. Orientações sobre a elaboração e implementação de um Sistema
de Gestão Ambiental;
2. Instrumentos de avaliação específica do meio ambiente;
3. Meios práticos e adequados para abordar os produtos do ponto de
vista econômico.

Estão corretas:
a. Apenas I e II.
b. Apenas I.
c. Apenas II.
d. Apenas II e III.
e. Apenas I e III.
A resposta correta é: Apenas I e II.

Questão 9
Sobre o processo de construção de uma consciência sobre a relação
do desenvolvimento econômico com o meio ambiente, analise as
proposições a seguir.

1. Até meados do século XX os problemas ambientais não passavam


de uma preocupação de intelectuais e cientistas, que pouca voz ativa
tiveram diante da política desenvolvimentista dos países capitalistas.
2. O Fordismo contribuiu para o aumento da preocupação ambiental.
3. Somente a partir da década de 1970 foi ampliada a consciência
dos efeitos da degradação do meio ambiente sobre o futuro do
planeta e, consequentemente, da humanidade.

Quais afirmativas estão corretas?

a. Apenas II e III.
b. Apenas I e III.
c. Apenas I e II.
d. I, II e III.
A resposta correta é: I, II e III.

Questão 10
O método utilizado pelas empresas no gerenciamento ambiental que
trata os problemas ambientais como externos à empresa e mantém o
foco dos estudos ambientais nas consequências e não nas causas dos
mesmos, é denominada de tratamento de ecoeficiência.

Escolha uma opção:

Verdadeiro
Falso
A resposta correta é: 'Falso'.

Módulo - 4 Aspectos legais

4.1 Aspectos legais do meio ambiente


Aspectos legais do meio ambiente
Os grandes desastres ecológicos, ocorridos a partir das três últimas
décadas do século XX, serviram para direcionar a atenção de
governos e empresários sobre a real necessidade de mudança ética
em relação ao meio ambiente. Sabemos que os problemas ambientais
continuam ocorrendo em todo o mundo, mas provavelmente seriam
maiores se os governos não tivessem criado normas e instrumentos
legais para regulamentar as ações consideradas impactantes ao meio
ambiente.

No Brasil foram estabelecidas diferentes normas e instrumentos


legais, como veremos nesta aula. Começaremos a análise dos
aspectos legais do meio ambiente no Brasil a partir do histórico do
Direito Ambiental. Em seguida discutiremos as leis e o meio ambiente
a legislação ambiental na modernidade.
Histórico do direito ambiental
A preocupação legal com a questão ambiental remonta a história
humana. Na Antiguidade, diversos povos, através de culto à
natureza, demonstravam o respeito às diferentes formas de vida
presentes no Planeta. Um exemplo disso é a veneração a
determinados animais e lugares considerados sagrados pelos
politeístas.

Na Mesopotâmia (atual Iraque), entre os anos de 2067 e 2025 a.C.,


esteve em vigor o Código Hamurabi, que definia legalmente o uso dos
elementos da natureza como recursos econômicos.

Em Roma (451 e 450 a.C.), o código denominado Lei das XII Tábuas
regulamentava a caça e a pesca, o escoamento das águas e o uso
das árvores.

Além desses dois exemplos, tivemos ao longo da história humana a


edição de diversas leis de proteção ambiental. A intenção inicial era
proteger as florestas, como foi o caso das Ordenações Afonsinas
(século XIV), que em sua redação declarava “o que ácinte cortar
árvores alheas que dem fruito” responderá por “Crime de Lefa-
Mageftade”.

Nas Ordenações Manoelinas (1514) a proteção ambiental


estava direcionada aos animais, sendo a caça
regulamentada.

Com as Ordenações Filipinas (1702) surgem as primeiras


preocupações com a qualidade da água. A pesca com rede que
provocasse algum tipo de poluição às águas era proibida.

Analisando o histórico de formação do Direito Ambiental é possível


perceber que além dessas, sugiram outras legislações ambientais,
para respaldar a proteção do meio ambiente.
A legislação ambiental na modernidade
Na Modernidade, a legislação ambiental evoluiu de acordo com o
avanço no desequilíbrio da relação homem-natureza. Com o
fenômeno da globalização, assim como a economia e a cultura, os
problemas ambientais também se tornaram globalizados.

“Os países intensificaram as discussões sobre a escassez dos recursos


naturais e a necessidade de conservá-los”.

A mundialização da problemática ambiental teve como consequência


o reforço da legislação internacional sobre o meio ambiente. Os
países intensificaram as discussões sobre a escassez dos recursos
naturais e a necessidade de conservá-los. Como exemplos, podem
ser citados diversas conferências e tratados firmados nos últimos
tempos, como é o caso da Conferência de Estocolmo (1972), a
Conferência Rio/92 (1992), a Convenção das Nações Unidas sobre o
Direito do Mar (1982), e a Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (1992).

Embora tenhamos percebido que a proteção legal de recursos


naturais, como as florestas e a água, estivesse entre as preocupações
dos povos antigos foi somente a partir do início do século XIX, com a
globalização da problemática ambiental, que a proteção do meio
ambiente foi disseminada na área jurídica.

A proteção ambiental no âmbito jurídico


Com o objetivo de proteger o meio ambiente, diversos países
passaram a adotar em suas constituições o Direito Ambiental.

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.


No caso brasileiro, a Constituição Federal em vigor deixa evidente
essa preocupação em seu artigo 225 ao determinar que “todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações.”
Contudo, as Constituições Federais do Brasil de 1934 e 1937 já
legislavam sobre a proteção ambiental.

Este material foi baseado em:


WATANABE, Carmen Ballão. Conservação Ambiental. Curitiba:
Instituto Federal do Paraná/Rede e-Tec Brasil, 2012.
https://aprendamais.mec.gov.br/mod/page/view.php?id=25032

https://cursoenemgratuito.com.br/disciplina/portugues/
Fonte: https://aprendamais.mec.gov.br/mod/page/view.php?
id=25003

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