08-Problemas Transversais Da Maxila

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Etiologia dos Problemas Transversais Hábitos de Sucção Prolongada de

da Maxila Chupeta ou Polegar


As causas mais freqüentes que A função e a postura da
são responsáveis por alterações musculatura circujacente à cavidade oral,
transversais envolvendo maxila e/ou determina a morfologia do arco dentário,
mandíbula são: sendo assim, qualquer interferência na
homeostasia da musculatura advindos
Respiração Bucal dos hábitos orais deletérios, no período
De acordo com a Teoria da Matriz do crescimento crânio facial, podem
Funcional, proposta por Moos, a alterar o desenvolvimento da oclusão,
passagem normal de ar pelas fossas assim como a morfologia e a função do
nasais durante a respiração, sistema estomatognático (Gurgel, 2003)
compreenderia um estímulo constante (Figura 2).
para o crescimento lateral da maxila e
para o abaixamento da abóboda palatina
(Silva Fº, 1985).
O crescimento adenoideano
ocorre como conseqüência da obstrução
da passagem do ar através das vias
aéreas superiores levando a uma
respiração oral. Com isso, os lábios se
mantêm separados e a mandíbula para Figura 2 – Hábito de chupeta
frente e para baixo. O palato mole é
levantado e a língua mantida para baixo Nestes, a língua se mantém
não contatando com a abóboda palatina, abaixada e os músculos bucais exercem
acarretando uma atresia maxilar, uma pressão para lingual nos dentes
tendendo a uma mordida cruzada (pressão negativa na cavidade oral),
posterior (Silva Fº, 1985) (Figura 1). causando um estreitamento do arco
A atresia lateral da maxila, maxilar (Gurgel, 2003) (Figura 3).
acompanhada pelo palato ogival,
representam algumas das características
fundamentais da face do respirador oral,
conhecida como face adenoideana (Silva
Fº, 1985).

Figura 3 – Deglutição atípica

Nem todos que praticam uma


sucção anormal apresentam arcos
deformados.Isto depende da posição que
ocupam os dedos usados neste ato, da
duração, freqüência da repetição do
hábito, intensidade (Tríade de Graber) e
do tipo de tecido ósseo sobre o qual atua
Figura 1 – Face adenoideana
(Ferreira, 1999).
Não devemos confundir hábito de
sucção anormal com uma fase normal do

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desenvolvimento da criança, que é a fase dos lábios e das comissuras, o que
oral (Ferreira, 1999) (Figura 4). acarreta o estreitamento do arco à altura
Nem todos que praticam uma dos caninos e do músculo mentual
sucção anormal apresentam arcos (Ferreira, 1999).
deformados.Isto depende da posição que Tipos:
ocupam os dedos usados neste ato, da • Não causam deformidade;
duração, freqüência da repetição do • Com pressão lingual anterior (Figura 5);
hábito, intensidade (Tríade de Graber) e
do tipo de tecido ósseo sobre o qual atua
(Ferreira, 1999).
Não devemos confundir hábito de
sucção anormal com uma fase normal do
desenvolvimento da criança, que é a fase Figura 5 – Hábito de pressão lingual anterior
oral (Ferreira, 1999) (Figura 4).
• Com pressão lingual lateral (Figura 6);

Figura 6 – Hábito de pressão lingual lateral

• Com pressão lingual anterior e lateral


(Figura 7).

Figura 4 – Hábito de sucção de dedo causando


mordida aberta.
Figura 7 – Hábito de pressão lingual anterior e lateral

Deglutição com Pressão Atípica de


Língua Além das causas descritas
Ocorre devido à quebra do anteriormente, podemos citar outras
equilíbrio muscular entre a língua e os causas de menor ênfase:
músculos da bochecha. 9 Problemas congênitos;
Em pacientes com este tipo de 9 Hiperatividade muscular;
problema, no momento de deglutir, os 9 Perda precoce ou retenção
dentes não entram em contato. A língua prolongada de dentes decíduos;
se aloja entre os incisivos, podendo às 9 Hereditariedade.
vezes se interpor entre pré-molares e
molares. Nota-se também a contração Diagnóstico

180
Nos casos de mordidas cruzadas
posteriores o diagnóstico tem o objetivo
de diferenciar as mordidas cruzadas de Figura 8 – Mordida cruzada unilateral.
origem dentária das de origem
esquelética. Também se deve fazer uma O diagnóstico diferencial deve ser
diferenciação nos casos de mordida realizado em RC.
cruzada, onde esta pode ser Funcional ou • A mordida cruzada posterior é
Unilateral Verdadeira (Araújo, 1995). considerada unilateral quando, em
O diagnóstico mais coerente das RC, os dentes posteriores ficarem de
atresias da maxila exige, em primeira topo a topo (Figura 9 A, B).
instância, a avaliação da morfologia
isolada da maxila ou da arquitetura da Mordida
maxila e, a partir daí, sua inter-relação
com a condição sagital da oclusão
(Águila, 2001).
A atresia da maxila pode
manifestar-se de diversas formas clínicas.
Na ausência de discrepância esquelética
Figura 9 – Mordida cruzada posterior unilateral
sagital, sua manifestação varia entre os esquerda representada em (A) com oclusão
extremos de uma mordida cruzada de um habitual e em (B) com relação cêntrica.
único dente até a inclusão total do arco
dentário superior pelo inferior (Águila, • A mordida cruzada posterior é
2001). considerada bilateral quando, em RC,
A mordida cruzada posterior os dentes continuarem em mordida
unilateral representa sua manifestação cruzada.
clínica mais freqüente. Via de regra, esta
má oclusão não se encontra associada a Bilateral – envolve os dois lados da
uma atresia assimétrica da maxila. A arcada (Figura 10);
manifestação unilateral explica-se pelo
desvio funcional da mandíbula em
oclusão (Águila, 2001).
A persistência deste desvio
funcional durante a fase de crescimento
pode resultar, até a maturidade
esquelética, em assimetria estrutural, cujo
tratamento torna-se muito mais complexo
(Águila, 2001).
Figura 10 – Mordida cruzada bilateral.

Classificação -Quanto à orientação anatômica:


-Quanto ao Plano Transversal:
Lingual – quando a cúspide vestibular do
Unilateral – envolve apenas um dos dente superior ocluir no sulco central do
lados da arcada (Figura 8); pode ser inferior (Figura 11);
direita ou esquerda;

181
Esquelética – são caracterizadas por
uma atresia do arco superior envolvendo
Figura 11 – Mordida cruzada lingual. dentes, alvéolo e base óssea (Figura 15).

Lingual completa – quando o dente


superior se encontra totalmente por
lingual do dente inferior (Figura 12);

Figura 15 – Mordida cruzada esquelética.

Funcional ou neuromuscular – ocorre


quando, por mecanismos funcionais,
através de contatos prematuros, a
mandíbula se desvia lateralmente,
Figura 12 – Mordida cruzada lingual completa. ocasionando uma mordida cruzada por
acomodação; a mordida cruzada posterior
Vestibular – quando a cúspide palatina unilateral funcional constitui o padrão
do dente superior oclui na face vestibular mais freqüente, encontrada em
do inferior; também chamada de Brodie aproximadamente 90% dos casos. O
(Figura 13); paciente apresenta um desvio lateral da
mandíbula, o que determina diferenças no
aspecto intraoral quando em máxima
intercuspidação habitual (MIH) e quando
em relação centrica (RC) (Figura 16).

Figura 13 – Mordida cruzada vestibular

-Quanto ao envolvimento:
Dentária – quando ocorre uma alteração
na inclinação axial normal de um ou mais
dentes durante o seu processo de
erupção, acarretando numa relação
. Figura 16 – Mordida cruzada funcional ou neuromuscular
cruzada com seu antagonista, porém sem
anomalias do osso basal (Figura 14).
Com o desvio lateral da
mandíbula, os côndilos não ficam
concentricamente posicionados nas
respectivas fossas articulares, exigindo
um funcionamento assimétrico da
musculatura mastigatória. Este
diagnóstico aclara a necessidade de
Figura 14 – Mordida cruzada dentária. tratamento precoce das mordidas
cruzadas, pois a persistência do desvio
funcional, além de poder ocasionar dores
musculares, culmina, após a fase de
crescimento, numa assimetria estrutural,

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cujo tratamento torna-se bem mais 9 Atresia da maxila com padrão facial
complexo. de respiração bucal e palato ogival;
9 Mordida cruzada uni ou bilateral
com inclinação vestibulo-lingual
normal do processo dentoalveolar.

Se por um lado a vulnerabilidade


Abordagem Terapêutica maxilar diante dos fatores ambientais
Com base nos conceitos mostra-se nefasta, com grande incidência
modernos de crescimento crânio-facial, de alterações morfológicas na maxila, por
admite-se a possibilidade de correção outra, esta conhecida vulnerabilidade
precoce das mordidas cruzadas ou da maxilar a torna mais favorável às forças
atresia da maxila a partir da dentição ortopédicas promovidas durante o
decídua (Águila, 2001). tratamento ortodôntico, em geral com
A correção exige o aumento das bom prognóstico terapêutico, pelo menos
dimensões transversais da maxila com o enquanto existir crescimento facial
auxílio de aparelhos ortodônticos ativos (Águila, 2001).
que liberam força contra a superfície
palatina dos dentes superiores, Tratamento
modificando as inclinações axiais dos
dentes ou pela expansão ortopédica da
maxila, ou ainda, pela combinação de Expansão Rápida da Maxila
ambas (Águila, 2001). X
A correção da atresia deve vir Expansão Lenta da Maxila
acompanhada de um mínimo de
estabilidade, assim como da inclinação
correta vestíbulolingual dos dentes e da
integridade do periodonto de sustentação Histórico
(Águila, 2001). 9 1º dispositivo capaz de
O fator mais importante a ser separar as suturas maxilares
considerado na escolha de um (Angle, 1860).
determinado procedimento de expansão
depende da natureza da atresia: se 9 Placa de vulcanite com
dentoalveolar ou esquelética. É defendida parafuso (1/2 volta por semana e
a expansão lenta para atresia uso 24 horas) (Babcok, 1911).
dentoalveolar, e a expansão rápida da
maxila para atresia esquelética (Águila, 9 A partir de 1925 - o
2001). expansor em forma de W idealizado
Na dentição permanente, cerca por Porter, foi sendo modificado até
de 90% das atresias são consideradas chegar à forma atual recomendado
esqueléticas, enquanto que na dentição por Ricketts.
decídua e mista as seguintes situações
exigem expansão ortopédica precoce: 9 1973 → acrescentou molas
9 Atresia da maxila associada à helicoidais que conferem maior
discrepância esquelética classe II; flexibilidade, forças contínuas e
9 Mordida cruzada posterior com leves e possibilitam a rotação dos
retrusão real ou relativa do terço molares.
médio da face nos casos de má
oclusão classe III;
9 Mordida cruzada total;

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9 Raios-x possibilitou a ♦ deslocamento da maxila para
comprovação da separação da baixo em metades deles
sutura palatina (Brodbant, 1956). ♦ aumento da convexidade da
face e aumento do SNA
9 Implantes na maxila de uma
paciente de 11 anos → para avaliar 9 Formulou um protocolo de
os efeitos da separação da sutura e abordagem onde é referência
cavidade nasal (Krebs, 1959). até hoje (Haas, 1970).
9 Por influência dos trabalhos
de Babcok, Korkhaus e Krebs (na Diagnóstico Diferencial
Europa) fez experimentos em porcos
com resultados satisfatórios(Haas, 9 Profit (1978) recomenda:
1961). • Analisar zigomáticos →
equivalente de crescimento
9 Haas (1961) - 10 casos: da maxila (Análise Facial)
• Características clínicas • Morfologia da arcada superior
similares (modelos)
• Faixa etária de 9 a 18 anos • Inclinação vestíbulo lingual
• Cinco de cada sexo dos dentes posteriores
(modelos)
Observação:
→ cefalograma frontal e lateral 9 Silva Filho et al (1985):
• Morfologia do arco superior
→ fotografias (normal parabólica)
• Posição vestíbulo lingual que
→ modelos de gesso os caninos e molares ocupam
no arco
→ comentários dos pacientes -
Ex.: Morfologia tendendo a triangular,
sintomas
com caninos e molares bem posicionados
- caracteriza envolvimento esquelético →
Achados: ERM.

→ Ausência de dor (apenas 9 Segundo Silva Filho et al (1986):


desconforto inicial) • Mordida cruzada falsa ou
funcional (90%)
→ As telerradiografias frontais: • Mordida cruzada verdadeira
♦ alteração da dimensão da (10%)
cavidade nasal • Mordida cruzada falsa
♦ distância intermolar e
interincisivo (diastemas → geralmente contato prematuro
transitórios) no canino decíduo
♦ verticalização dos dentes
inferiores → assimetria de posição de
côndilos na articulação (RC ≠
→ As telerradiografias laterais: MIH)
♦ deslocamento da maxila para
anterior em todos os casos → Linha média não coincidente.
Ao manipularmos, as linhas

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médias se tornam Figura 17 – Distância intermolar.
coincidentes.

9 Segundo Silva Filho et al


(1985), a incidência de A – Idade
mordida cruzada em crianças Segundo Silva Filho et al (1985),
brasileiras oscila entre 5% e recomenda-se, independente do tipo de
18,6%. aparelho (placas com tornos, bi-hélice,
quadri-hélice, disjuntores, etc), a
intervenção o mais precoce possível
Porém ele adverte que mesmo o devido:
paciente que apresenta classe I dentária
sem mordida cruzada, pode estar 9 bioplasticidade óssea;
mascarada por uma inclinação indevida
dos dentes do arco inferior quando 9 redirecionar os germes dos
comparadas em oclusão podendo elevar permanentes;
o percentual estatístico.

Indicações e Limitações 9 melhorar o relacionamento


ERM está indicada quando o esquelético das bases ósseas;
objetivo é ganho real de massa óssea
independente do estágio oclusal. 9 restabelecer relações simétricas na
posição do côndilo na cavidade glenóide;
9 Critérios básicos:
• Mordida cruzada posterior
esquelética uni ou bilateral 9 proporcionar uma trajetória
• Mordida cruzada total coincidente de RC e MIH;
• Atresia maxilar acompanhada de
atresia do arco inferior 9 melhorar a auto estima das crianças
• Classe I de Angle com má oclusão contribuindo para uma estética melhor
• Classe III de Angle dentária ou nos casos mais comprometidos.
esquelética, com deficiência maxilar
(complemento com máscara facial) Os casos de ERM até 15 anos de
• Pacientes fissurados. idade, segundo Profit, obtém 100% de
sucesso.
A distância intermolar na dentição
mista segundo o trabalho de Hone et al Silva Filho (1985) relata que a
(1956), seria de 35 a 39 milímetros → não correção de mordida cruzada falsa ou
com tamanhos de dentes médios. funcional numa fase precoce (dentição
decídua) perpetuará a má oclusão como
esquelética devido à remodelação óssea
durante o crescimento.
Este mesmo autor cita que a ERM
é possível na maioria dos casos (81,5%)
até 30 anos.

B – Trabalho Expansão X Idade


Segundo Silva Filho (1985), as
limitações e complicações tendem a
manter correlação com o aumento da

185
idade, porém a variabilidade individual é -adição de acrílico no parafuso (Figura
presente (no caso do uso de aparelhos 21);
com acrílico no palato pode haver a -fio de amarrilho 0.30.
necrose do mesmo pela pressão
exercida) (Figura 18).

Figura 20 – Contenção com fio de latão.

Figura 18 – Necrose do palato com uso de disjuntor tipo Haas.

A ERM é menor no adulto e se dá


por movimento de verticalização dos
processos maxilares e inclinação dentária
(Silva Fº, 1999).
Ao final do tratamento, quando os
elementos dentários são posicionados
adequadamente na base óssea, uma Figura 21 – Contenção com adição de resina acrílica.

parte significante da expansão se perderá


(Capelozza, 1997). O desconforto estará presente →
A sobrecorreção é imprescindível, havendo necessidade de medicamentos
posto que, além da recidiva dentoalveolar, (analgésicos) (Águila, 2001).
a recidiva esquelética acompanha
também a expansão ortopédica da Conclusão → Em adultos a ERM é
maxila. A sobrecorreção consiste em indicada quando:
observar se a cúspide palatina do molar
superior está ocluindo com a cúspide 9 até 30 anos;
vestibular do molar inferior. Este é o
momento ideal de encerrar a ativação do 9 boa saúde periodontal;
disjuntor, travando o parafuso (Águila,
2001) (Figura 19). 9 necessidade de expansão moderada a
nível ósseo;

9 aceitação de um provável desconforto.

Acima de 30 anos a ERM


Figura 19 – sobrecorreção. assistida cirurgicamente será indicada.

A contenção do parafuso pode ser Em pacientes verticais (face


feita de diversas maneiras, entre elas longa) com necessidade de ERM, há
podemos utilizar: indicação de disjuntor com cobertura
-fio de latão (Figura 20); oclusal de acrílico colado (atuando como
um bite-block) para minimizar os efeitos

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de deslocamento da maxila para baixo pode girar os molares e proporcionar
(extrusão de dentes) e conseqüentemente diferentes graus de expansão (anterior e
rotação horária da mandíbula → aumento posterior) dependendo da indicação
da AFAI (Figura 22). A eficácia desse (Figura 24 A, B, C e 25).
dispositivo (cobertura oclusal) foi
confirmada pelo estudo de Asanza et al
(1997) quando o comparou com o HIRAX
(Silva Fº, 1997).

Figura 24 - Ativação para a região anterior (A),


aparelho quadri-hélice (B) e ativação para a região
posterior (C).

Esquema de ativação do aparelho


quadri-hélice com alicate tridente

Figura 22 – Disjuntor com cobertura oclusal em acrílico.

A Expansão Lenta da Maxila está


indicada quando há necessidade de
desinclinar dentes e houver uma base
maxilar compatível com a maxila (Figura
23).
Figura 25 – Ativação do quadri-hélice

Profit (1960) afirma que com força


de 1 a 2 libras proporcionadas por arcos
linguais (palatinos) são suficiente para
Figura 23 – Efeito dentário da expansão lenta. abrir a sutura maxilar em crianças jovens
(decíduas e mista).
Figura 23 – Dentes posteriores inclinados para lingual, O disjuntor tipo Haas desenvolveu
característica para expansão lenta – desinclinação de dentes forças de 3 a 10 libras (Profit e Isaacson)
podendo acumular forças de até 20 a 22,5
Amad Neto (1996) observa que a libras (Silva Filho e Isaacson)
ELM está indicada quando a curva de dependendo da quantidade de ativações
Monson (Wilson) não é positiva diárias, resistência sutural à abertura
independente de haver ou não a mordida (idade) (Silva Fº, 1985) (Figura 26).
cruzada (torque incorreto).

C – Magnitude de Força

Para produzir ERM Profit (1960)


afirma que uma força de 2 a 4 libras Figura 26 – Disjuntor tipo Haas (A e C) e Dr. Haas (B).
parece ser ótima, dependendo da idade
do paciente. D – Características Clínicas da
Isaacson (1964) observou que o Expansão.
quadri-hélice pode desenvolver 0,5 a 2,5
libras de força e além de expandir dentes

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O efeito patognomônico da ERM
é a abertura do diastema entre os
incisivos centrais (observação clínica
após a 3ª volta completa do parafuso) que Figura 29
A – Raios-x
ERM PA: imagem triangular
apresenta com ápice
outros efeitos
voltado para a região nasal e base para a cavidade bucal.
corresponde ao efeito ortopédico (Silva como:
Fº, 1999) (Figura 27).
9 compressão do ligamento periodontal;
9 extrusão dentária;
9 reabsorção radicular;
9 inclinação dos processos alveolares;
9 abertura da mordida;
9 rotação horária da mandíbula;
9 alteração do plano oclusal;
9 deslocamento para baixo da maxila;
9 aumento do eixo y e plano mandibular;
Figura 27 – Diastema interincisivos superiores. 9 aumento da cavidade nasal (melhora
fluxo aéreo nasal).
A abertura da sutura pode ser
comprovada através de raios-x póstero- Um efeito secundário é relatado e
anterior (PA) como uma área radiolúcida seria a verticalização dos dentes
triangular com ápice voltado para a região inferiores provocados pelo novo contato
nasal e a base para a cavidade bucal e oclusal (mudança no eixo de oclusão) e o
maior na região anterior que posterior afastamento do bucinador pelos dentes
(raios-x oclusal). Esta diferença se superiores (Silva Fº, 1985).
apresenta devido a várias estruturas, mas Silva Filho (1997) relata que o
principalmente, as suturas envolvidas deslocamento do ponto A para anterior
com a base do crânio (com o esfenóide e não foi encontrado em seu trabalho após
o zigomático) (Silva Fº, 1999) (Figura 28 e o período de contenção (quando ocorre,
29) tende a recidivar), porém para o
tratamento da classe III é indicado o uso
de máscara facial para tração reversa da
maxila (liberação das suturas).
Há no período de contenção o
fechamento do diastema (fibras
gengivais), porém a divergência das
raízes está presente ainda no primeiro
ano após expansão (Silva Fº, 1985).

Esquema mostrando o processo de expansão


rápida da maxila e seus efeitos sobre os
tecidos da sutura palatina mediana (Consolaro,
2001)(Figuras 30 – 36)
Fig. 28 – Rx oclusal e maxila, mostrando a disjunção maxilar.

Figura 28 – Raios-x oclusal: imagem


triangular com ápice voltado para a espinha
nasal posterior e base para a região dos
incisivos.
188
Figura 30 - Sutura palatina em condições e relações de
normalidade com as estruturas vizinhas em vista frontal.

Figura 35 - Inicialmente o tecido ósseo primário (OP)


neoformado está irregularmente distribuído como em B. Em
seguida, nota-se a deposição em lamelas nas extremidades
dos processos palatinos (PP), caracterizando uma periostite
ossificante reacional. No turnover ósseo e no período de
Figura 31 - Radiograficamente, a sutura em um contenção e logo após, o osso primário é reabsorvido e
substituído por osso secundário ou maduro, restabelecendo-se
caso de palato atrésico. a morfologia óssea normal e a sutura readquire sua
organização habitual. O ganho de estrutura ósseo está
demarcado pelas linhas pontilhadas e se manterá com a nova
tensigridade.

Figura 32 - Representam cortes frontais das estruturas que


compõem a região palatina mediana, destacando-se o
periósteo (P) na superfície nasal e bucal, sobrepondo-se à
sutura.
N = cavidade nasal; PP = processo palatino; CO = cortical
óssea;TC = tecido conjuntivo fibroso; OB = osteoblastos; FB
= fibroblastos

Figura 36 - Sem a obtenção da nova tensigridade e sem


contenção, as forças (F) geradas pelo sistema da situação
anterior induzirão, por mecanotransdução, fenômenos
reabsortivos na região da sutura e o osso neoformado (OP)
será eliminado. A reabsorção óssea (RO) predominará sobre
a neoformação.

Figura 33 - Espaço ( * ) obtido na sutura pela disjunção


palatina (setas) Segundo Krebs (1959), o efeito
ortopédico da ERM corresponde à 1/2 do
aumento da largura do arco em pacientes
de 8 a 12 anos e 1/3 em pacientes de 13
a 19 anos (trabalho com implantes)
(Águila, 2001).

Na ELM serão encontrados todos


os efeitos da ERM (com exceção do
diastema), porém com menor intensidade.
Quando utilizado o quadri-hélice (Silva Fº,
1985) na dentição decídua e mista há um
componente ortopédico em 75% dos
Figura 34 - Espaço agora ocupado por:
casos (além dos ortodônticos).
rica rede de fibrina (RF);
CO = cortical óssea;
P = periósteo;
PP = processos palatinos; 189
MN = mucosa nasal;
MB = mucosa bucal;
SB = submucosa.
Após a ERM (uma ou duas
Segundo Frank (1982), esta semanas), é necessário três a quatro
quantidade está na proporção de 6:1 ou meses para preenchimento do espaço
16% de efeito ortopédico. intersutural e há necessidade de
comprovação com raio x. Após este
9 Skieller (1967) → aparelhos período é removido o disjuntor e instalada
removíveis com torno: uma placa de resina acrílica por seis
• 20% ortopédico meses no mínimo (Capelozza, 1997)
• 80% ortodôntico (Figura 37).

9 Germane (1991) → vários aparelhos


expansores:

• para cada milímetro de aumento


inter-canino e inter-molar →
aumento de 0,93 no perímetro
do arco. Este resultado também
pode ser conseguido quando se
expande individualmente uma
Figura 37 – Placa de resina acrílica para contenção
distância ou outra (Águila, 2001).
Profit recomenda tempos iguais
-1mm intercanino + 1 mm de
para contenção tanto na ERM quanto na
vestibularização = 1,71mm no
ELM.
perímetro do arco.
ERM → 1 a 2 semanas -
contenção 3 a 4 meses
Ricketts (1975) correlaciona:
ELM fixo → 2,5 meses -
9 1mm de vestibularização = 2 mm de
contenção 2 meses
perímetro
9 1mm de expansão intercaninos = 1
Sendo que há necessidade de
mm de perímetro
contenção adicional por 6 meses e pode
9 1mm de expansão intermolar = 0,25
ser:
no perímetro
9 placa acrílica removível (mais
usada);
E – Contenção e Recidiva
9 arco vestibular pesado (arco
9 Silva Filho, et al (1985)
interno AEB);
• sobrecorreção de 2 a 3 mm na
expansão por conta da recidiva. 9 barra palatina.
9 Timms (1978) Estudando efeitos da ERM com
• recomendou sobrecorreção de 1/3 implantes Krebs (1959) relatou que a
a 1/2 na relação da expansão distância entre implantes no zigomático
desejada a ser realizada. durante três meses de contenção fixa
diminui de 10 a 15%, prosseguindo
Em relação à contenção → esta durante a fase de contenção removível,
deveria ser utilizada por um período de totalizando a manutenção de ganho
2,5 anos. conseguido na área zigomática de 70%
após um período médio de 15 meses,

190
apesar da manutenção da largura do arco Figura 42 – Aparelho tipo Haas.
dentário.
F – Aparelhos para Correção das
Mordidas Cruzadas:
9 Mordidas Cruzadas Dentárias
)
Figura 43 – Aparelho tipo McNamara

G – Expansão Rápida da Maxila


Figura 38 – Elástico cruzado Assistida Cirurgicamente

Segundo Rabêlo (2002), a


expansão rápida da maxila assistida
Figura 38 – Elástico cruzado. cirurgicamente é indicada para pacientes
adultos com:
9 mais de 30 anos de idade;
9 Necessidade de grande expansão
da base óssea;
9 Expansão rápida ortopédica
fracassada.

Figura 39 – Aparelho expansor removível A técnica cirúrgica adotada para


permitir a expansão unilateral da maxila é
exatamente a mesma, porém executada
no lado que vai ser objeto de movimento.

A grande vantagem deste


procedimento é a preservação do lado
normal e da linha mediana superior em
suas condições originais (Figura 44).
Figura 40 – Aparelho quadri-hélice

9 Mordidas Cruzadas Esqueléticas

Figura 41-Expansor tipo Hirax


Figura 44 – Linhas representando os cortes feitos durante a
disjunção cirúrgica.

191

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