08-Problemas Transversais Da Maxila
08-Problemas Transversais Da Maxila
08-Problemas Transversais Da Maxila
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desenvolvimento da criança, que é a fase dos lábios e das comissuras, o que
oral (Ferreira, 1999) (Figura 4). acarreta o estreitamento do arco à altura
Nem todos que praticam uma dos caninos e do músculo mentual
sucção anormal apresentam arcos (Ferreira, 1999).
deformados.Isto depende da posição que Tipos:
ocupam os dedos usados neste ato, da • Não causam deformidade;
duração, freqüência da repetição do • Com pressão lingual anterior (Figura 5);
hábito, intensidade (Tríade de Graber) e
do tipo de tecido ósseo sobre o qual atua
(Ferreira, 1999).
Não devemos confundir hábito de
sucção anormal com uma fase normal do
desenvolvimento da criança, que é a fase Figura 5 – Hábito de pressão lingual anterior
oral (Ferreira, 1999) (Figura 4).
• Com pressão lingual lateral (Figura 6);
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Nos casos de mordidas cruzadas
posteriores o diagnóstico tem o objetivo
de diferenciar as mordidas cruzadas de Figura 8 – Mordida cruzada unilateral.
origem dentária das de origem
esquelética. Também se deve fazer uma O diagnóstico diferencial deve ser
diferenciação nos casos de mordida realizado em RC.
cruzada, onde esta pode ser Funcional ou • A mordida cruzada posterior é
Unilateral Verdadeira (Araújo, 1995). considerada unilateral quando, em
O diagnóstico mais coerente das RC, os dentes posteriores ficarem de
atresias da maxila exige, em primeira topo a topo (Figura 9 A, B).
instância, a avaliação da morfologia
isolada da maxila ou da arquitetura da Mordida
maxila e, a partir daí, sua inter-relação
com a condição sagital da oclusão
(Águila, 2001).
A atresia da maxila pode
manifestar-se de diversas formas clínicas.
Na ausência de discrepância esquelética
Figura 9 – Mordida cruzada posterior unilateral
sagital, sua manifestação varia entre os esquerda representada em (A) com oclusão
extremos de uma mordida cruzada de um habitual e em (B) com relação cêntrica.
único dente até a inclusão total do arco
dentário superior pelo inferior (Águila, • A mordida cruzada posterior é
2001). considerada bilateral quando, em RC,
A mordida cruzada posterior os dentes continuarem em mordida
unilateral representa sua manifestação cruzada.
clínica mais freqüente. Via de regra, esta
má oclusão não se encontra associada a Bilateral – envolve os dois lados da
uma atresia assimétrica da maxila. A arcada (Figura 10);
manifestação unilateral explica-se pelo
desvio funcional da mandíbula em
oclusão (Águila, 2001).
A persistência deste desvio
funcional durante a fase de crescimento
pode resultar, até a maturidade
esquelética, em assimetria estrutural, cujo
tratamento torna-se muito mais complexo
(Águila, 2001).
Figura 10 – Mordida cruzada bilateral.
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Esquelética – são caracterizadas por
uma atresia do arco superior envolvendo
Figura 11 – Mordida cruzada lingual. dentes, alvéolo e base óssea (Figura 15).
-Quanto ao envolvimento:
Dentária – quando ocorre uma alteração
na inclinação axial normal de um ou mais
dentes durante o seu processo de
erupção, acarretando numa relação
. Figura 16 – Mordida cruzada funcional ou neuromuscular
cruzada com seu antagonista, porém sem
anomalias do osso basal (Figura 14).
Com o desvio lateral da
mandíbula, os côndilos não ficam
concentricamente posicionados nas
respectivas fossas articulares, exigindo
um funcionamento assimétrico da
musculatura mastigatória. Este
diagnóstico aclara a necessidade de
Figura 14 – Mordida cruzada dentária. tratamento precoce das mordidas
cruzadas, pois a persistência do desvio
funcional, além de poder ocasionar dores
musculares, culmina, após a fase de
crescimento, numa assimetria estrutural,
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cujo tratamento torna-se bem mais 9 Atresia da maxila com padrão facial
complexo. de respiração bucal e palato ogival;
9 Mordida cruzada uni ou bilateral
com inclinação vestibulo-lingual
normal do processo dentoalveolar.
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9 Raios-x possibilitou a ♦ deslocamento da maxila para
comprovação da separação da baixo em metades deles
sutura palatina (Brodbant, 1956). ♦ aumento da convexidade da
face e aumento do SNA
9 Implantes na maxila de uma
paciente de 11 anos → para avaliar 9 Formulou um protocolo de
os efeitos da separação da sutura e abordagem onde é referência
cavidade nasal (Krebs, 1959). até hoje (Haas, 1970).
9 Por influência dos trabalhos
de Babcok, Korkhaus e Krebs (na Diagnóstico Diferencial
Europa) fez experimentos em porcos
com resultados satisfatórios(Haas, 9 Profit (1978) recomenda:
1961). • Analisar zigomáticos →
equivalente de crescimento
9 Haas (1961) - 10 casos: da maxila (Análise Facial)
• Características clínicas • Morfologia da arcada superior
similares (modelos)
• Faixa etária de 9 a 18 anos • Inclinação vestíbulo lingual
• Cinco de cada sexo dos dentes posteriores
(modelos)
Observação:
→ cefalograma frontal e lateral 9 Silva Filho et al (1985):
• Morfologia do arco superior
→ fotografias (normal parabólica)
• Posição vestíbulo lingual que
→ modelos de gesso os caninos e molares ocupam
no arco
→ comentários dos pacientes -
Ex.: Morfologia tendendo a triangular,
sintomas
com caninos e molares bem posicionados
- caracteriza envolvimento esquelético →
Achados: ERM.
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médias se tornam Figura 17 – Distância intermolar.
coincidentes.
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idade, porém a variabilidade individual é -adição de acrílico no parafuso (Figura
presente (no caso do uso de aparelhos 21);
com acrílico no palato pode haver a -fio de amarrilho 0.30.
necrose do mesmo pela pressão
exercida) (Figura 18).
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de deslocamento da maxila para baixo pode girar os molares e proporcionar
(extrusão de dentes) e conseqüentemente diferentes graus de expansão (anterior e
rotação horária da mandíbula → aumento posterior) dependendo da indicação
da AFAI (Figura 22). A eficácia desse (Figura 24 A, B, C e 25).
dispositivo (cobertura oclusal) foi
confirmada pelo estudo de Asanza et al
(1997) quando o comparou com o HIRAX
(Silva Fº, 1997).
C – Magnitude de Força
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O efeito patognomônico da ERM
é a abertura do diastema entre os
incisivos centrais (observação clínica
após a 3ª volta completa do parafuso) que Figura 29
A – Raios-x
ERM PA: imagem triangular
apresenta com ápice
outros efeitos
voltado para a região nasal e base para a cavidade bucal.
corresponde ao efeito ortopédico (Silva como:
Fº, 1999) (Figura 27).
9 compressão do ligamento periodontal;
9 extrusão dentária;
9 reabsorção radicular;
9 inclinação dos processos alveolares;
9 abertura da mordida;
9 rotação horária da mandíbula;
9 alteração do plano oclusal;
9 deslocamento para baixo da maxila;
9 aumento do eixo y e plano mandibular;
Figura 27 – Diastema interincisivos superiores. 9 aumento da cavidade nasal (melhora
fluxo aéreo nasal).
A abertura da sutura pode ser
comprovada através de raios-x póstero- Um efeito secundário é relatado e
anterior (PA) como uma área radiolúcida seria a verticalização dos dentes
triangular com ápice voltado para a região inferiores provocados pelo novo contato
nasal e a base para a cavidade bucal e oclusal (mudança no eixo de oclusão) e o
maior na região anterior que posterior afastamento do bucinador pelos dentes
(raios-x oclusal). Esta diferença se superiores (Silva Fº, 1985).
apresenta devido a várias estruturas, mas Silva Filho (1997) relata que o
principalmente, as suturas envolvidas deslocamento do ponto A para anterior
com a base do crânio (com o esfenóide e não foi encontrado em seu trabalho após
o zigomático) (Silva Fº, 1999) (Figura 28 e o período de contenção (quando ocorre,
29) tende a recidivar), porém para o
tratamento da classe III é indicado o uso
de máscara facial para tração reversa da
maxila (liberação das suturas).
Há no período de contenção o
fechamento do diastema (fibras
gengivais), porém a divergência das
raízes está presente ainda no primeiro
ano após expansão (Silva Fº, 1985).
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apesar da manutenção da largura do arco Figura 42 – Aparelho tipo Haas.
dentário.
F – Aparelhos para Correção das
Mordidas Cruzadas:
9 Mordidas Cruzadas Dentárias
)
Figura 43 – Aparelho tipo McNamara
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