Lucas Slides
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EVANGELHOS
SINÓTICOS
O EVANGELHO
DE LUCAS
. Unidade da obra lucana Embora
estejam separados no cânone bíblico,
o terceiro evangelho e Atos dos
Apóstolos devem originalmente ter
constituído uma única obra, em dois
volumes, razão pela qual nos referimos
ao conjunto como "obra lucana" e não
simplesmente como "os escritos
lucanos", ou o corpus lucano.
Visto que muitos já tentaram compor uma
narração dos fatos que se cumpriram entre nós –
conforme no-los transmitiram os que, desde o
princípio, foram testemunhas oculares e
ministros da Palavra – a mim também pareceu
conveniente, após
acurada investigação de tudo desde o princípio,
escrever-te de modo ordenado, ilustre Teófilo,
para que verifiques a solidez dos ensinamentos
que recebeste.
(Lc 1,1-4)
A amplitude do Evangelho de Lucas (o mais
longo dos três Evangelhos Sinóticos, mais longo
do que o de Mateus, embora a subdivisão
posterior lhe tenha atribuído quatro capítulos em
menos) ajuda a garantir-lhe um lugar de grande
importância na vida da Igreja. A estrutura
litúrgica do tempo pascal (Páscoa-Ascensão-
Pentecostes) é retirada de Lucas-Atos e dos dois
primeiros capítulos de Lucas são retirados os
hinos que articulam o dia litúrgico da Igreja: o
Benedictus (Laudes), o Magnificat (Vésperas) e o
Nunc dimittis (Completas).
No terceiro evangelho falta a palavra euangelion,
tão estimada por Marcos. Em compensação,
Lucas usa o verbo euangelizomai 25 vezes (10
vezes em Lc e 15 vezes em Atos) mostrando,
também através do seu vocabulário, que o seu
interesse é a evangelização, mais sobre a
atividade do que o evento em si.
O trabalho de evangelização começa de cima.
Estão envolvidos os mensageiros de Deus (Lc
1,19; 2,10), João Batista (Lc 3,18) e, sobretudo,
o Senhor Jesus. A sua missão é "evangelizar os
pobres" (de acordo com as palavras de Is 61,1
citadas em Lc 4,18 e 7,22). Jesus passou pelas
cidades e aldeias pregando e anunciando a Boa
Nova do Reino de Deus (Lc 4,43; 8,1)
Os Doze e várias mulheres, entre elas Maria
Madalena, Joana e Susana, estão estavelmente
associadas ao seu trabalho de evangelização (8,1-3);
eles "partiram, indo de povoado em povoado,
anunciando a Boa Nova e operando curas por toda a
parte" (9,6). Todos devem ter a oportunidade de ouvir
a Boa Nova e de se converterem ao amor de Deus
revelado em Jesus. Para esta missão se organiza uma
atividade sistemática. Outros 72 colaboradores são
acrescentados como missionários itinerantes e são
enviados, dois a dois, à frente de Jesus "a toda cidade
e lugar aonde ele próprio devia ir" (Lc 10,1).
AUTORIA (DA OBRA LC-AT)
TESTEMUNHO DA TRADIÇÃO
Ch e ga mos a o c e n t ro d a p e r í c o pe . O d i á l o g o
e n t re J e sus e os d i sc í pu l o s a r t i c ul a - s e e m
d u a s p art e s: a pal av ra d e C l é o f as ac e r c a de
J e s us ( v v . 1 9 b- 24 ) e a pa la v r a d e J e s u s
a c e rc a de si me smo ( v v . 2 5 - 2 7) .
V. 1 9 : J e sus, o n az are no , um p r of e t a p o de r o s o e m ob r a s
e e m p al av ra , d i ant e d e De u s e di a n t e d e t o do o p ovo. S e
t ra t a d e t ud o a qu i l o que o p r óp r i o Ev an g e l h o n a r r o u a t é
a p a i x ão . O mi st é ri o da pai x ão l h e s c o nt i n ua i nc ó gn it o.
Co mo p ode t a l “ prof e t a p od e r o s o ” t e r a c a b ad o n a c r u z
( v . 20 ) ?
O v . 2 1 re sso a nos re me t e ao de s ân i mo ( de s e s p e r an ç a –
v e rb o e l p í d z o, d e on de v e m o t e r mo “ e l pí s ” - e s p e r an ç a )
d o s d i s c í pul o s:
Nó s e sp e rá v a mos qu e f oss e e l e q u e m i r i a r e d i mi r I s r ae l;
ma s , c o m t u do i sso , f az t r ê s d i as qu e t o da s e s s a s c o is as
a c o nt e c e ra m!
Os v v . 22 - 2 4 re t o ma m a p r i me i r a c e n a d e Lc
2 4 , o s v v . 1- 1 2 . A f a l a d e C l é of a s é c o n c l u í d a
p e l o t e ma d a “ a u sê n c i a ” d o R e s s us c i t a d o qu e ,
p a r ad o x a l me nt e , é A q u e l e q u e s e e n c o n t r a e m
c a mi n ho c om e l e s. Me smo a s i g n i f i c a t i v a
me n sage m d o a n j o , re c o rd a d a n o v . 2 3 , a de
q u e J e su s é “ o v i v e n t e ” , n ã o f o r a s u f i c i e n t e
p a r a “ abri r o s o l h os” d o s d i s c í p u l os .
A fala de Jesus está nos vv. 25-27. Jesus chama os
discípulos de “insensatos” (ἀνόητος – anóetos) e “lentos
de coração” (βραδεῖς τῇ καρδίᾳ - bradeís té kardía).
Em Pr 17,28, o termo anóetos traduz o hebraico ‘ewîl –
trata-se do estulto, do que não é sábio. No Salmo
48(49),13.21 encontramos o termo grego “anóetos” – no
v. 13 ele traduz uma expressão que significaria “ele
permanece na noite” e, no v. 21, traduz o verbo “bîn” –
discernir. O “insensato” é o que não discerne as coisas,
não é sábio, permanece nas trevas. Só Jesus poderá livrar
os discípulos das trevas da ignorância e abrir seus olhos
para compreender o mistério da sua paixão.
A fal a de Jesus termi na demonstrando que
Jesus é tanto o exegeta, o hermeneuta, o
“i ntérprete” autori zado das Escri turas,
quanto Aquel e do qual fal am as
Escri turas. Aquel e no qual el as se
cumprem.
El e é o “Cri sto” e n’ El e cumpre-se aqui l o
o que os profetas havi am anunci ado.
v . 2 7:
O C ri s t o é o i n t é rp re t e e a c hav e
i n t e rp re t a t i v a das Esc ri t u r as ( e m t odas as
Esc ri t ura s)
v.44:
As Esc ri t u ra s c ump re m- se e m C r i s t o ( Le i ,
Pro f e t as e Sal mo s)
VV. 28-32: SEGUNDO ENQUADRAMENTO
Como já visto, esses versículos espelham os vv. 15-
19a. Lucas apresenta uma cena de reconhecimento. É
na fração do pão (vv. 30.35), expressão que se
tornará técnica para indicar a Eucaristia das
primeiras comunidades cristãs, que os olhos dos
discípulos se abrem e eles “reconhecem” Jesus.
Contudo, paradoxalmente, Aquele que foi
reconhecido torna-se invisível diante deles.
VV. 28-32: SEGUNDO
ENQUADRAMENTO
Faz-se, assim, uma conexão entre o “Jesus
histórico”, ou seja, aquele de quem Cléofas falava –
Jesus Nazareno, um profeta poderoso em obras e
palavra... e o “Cristo Ressuscitado”: é a mesma
pessoa. Contudo, a Ressurreição não foi somente uma
“revivificação”. O Cristo está com eles agora em uma
nova condição, num novo status, por isso “aparece”
e, também, “torna-se invisível”.
VV. 28-32: SEGUNDO
ENQUADRAMENTO
A c omuni dad e c ri st ã de v e apr e n de r a r e c onh e c e r e s s a
“ p r e se n ç a- a usê nc i a ” d o Se nhor . El e e s t á s e mp r e
p re se n t e , e mb ora v i st o nã o c om os ol hos da c ar n e ,
ma s c om aqu e l e s do e spí ri t o. I s s o é o mai s
i mp o rt a nt e ! Af i nal , d ura n t e t odo o c ami nho , os
d i sc í p ul os d e Emaús o v i a m c om os ol hos da c ar n e ,
ma s n ão o re c onh e c i am.
VV. 28-32: SEGUNDO
ENQUADRAMENTO
A certeza da Ressurreição enche o coração dos
discípulos de uma nova esperança.
Seus olhos se abrem; também sua inteligência se abre
para reconhecer o Cristo; seu coração, outrora
“lento” (v. 25), agora “arde” (v. 32) por compreender
o verdadeiro sentido das palavras do Senhor.
VV. 33-35: CONCLUSÃO
Jerusalém é mencionada no início e no fim do relato.
Decepcionados, é de onde os discípulos saem,
retornando talvez para a sua localidade de origem,
Emaús. Depois do encontro com o Ressuscitado, eles
retornam “para Jerusalém”, vão encontrar-se com os
“onze” e os demais discípulos. Eles narram os
“acontecimentos do caminho” e sua experiência de
reconhecimento do Cristo “na fração do pão”.
VV. 33-35: CONCLUSÃO
Po r t am u m a l e gre anúnc i o, e r e c e b e m a c o nf i r maç ã o da
c o mun i d a de : “É v e rdade ! O Se nh or r e s s us c i t ou e ap ar e c e u a
Si mão ! ”
O “ v e r” e o “ouv i r” se e nt r e l aç am na pe r í c ope . V e ja - s e o
u so d o v e rn o “v e r” e m Lc 24, 23. 24 . 34 “f oi v i s t o –
a p a re c e u ” . T ambé m as e xpr e s s õe s do v . 16 “s e us o lh os
e st a v am i mpe di dos de v ê - l o” e d o v . 3 1 “s e us ol ho s s e
a b r i r am”. O ouv i r é o pres s upos t o do r e c on he c i me n t o no v .
2 7 . Ta mb é m na c onc l usão da pe r í c ope , o “o uv i r ” o
t e st e mun h o da c omuni dade e o “f az e r - s e o uv i r ” da n do o
p ró p ri o t e st e munho é f undame n t al .
A CRISTOLOGIA
COMO EXEGESE
DA ESCRITURA
• É interessante notar, já na conclusão de nosso estudo, os
títulos atribuídos a Cristo no decorrer do capítulo 24:
Narrador: “Senhor Jesus” (v. 3); “o próprio Jesus” (v. 15)
Os anjos: “Aquele que vive” (v. 5) – Deus mesmo cf. Sl 42,3 (o
Deus “vivente” - τὸν ζῶντα)
Os discípulos de Emaús: “Jesus, o Nazareno” (v. 19); “profeta
poderoso em obra e em palavra” (v. 19); “aquele que iria
redimir Israel” (v. 21);
Apóstolos: “O Senhor” (v. 34);
Jesus: “o Cristo” (v. 26.46) – Jesus corrige o pensamento dos
discípulos de Emaús mostrando-lhes que a Paixão era o caminho
para a Ressurreição (vv. 7.26.46).
• É O CRISTO QUEM DETÉM O PODER DE
“INTERPRETAR AS ESCRITURAS” (LC 24,27A // MT
5,17 // AP 5,1-10)
“ Er a p re c i so q ue se c ump r i s s e t u do o qu e
e st á e sc ri t o so bre
mi m n a Le i d e Mo i sé s, no s Pr o f e t a s e n os
Sa l mos. ” ( Lc 24 , 44 )
Compreendemos, assim, a
insistência da Igreja para
que leiamos o AT à luz do NT e
do Mistério Pascal de Cristo:
o Antigo Testamento torna-
se claro no Novo Testamento
(DV 16).
A Parábola do
Filho pródigo
Embregado x servo.
A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO
I. PARTE: VV. 11-24
Um encontro que
gera dignidade.
"ELE encheu-se
de compaixão"
“Ele estava ainda ao longe (μακρὰν), quando seu pai viu-o, encheu-se de compaixão
(ἐσπλαγχνίσθη), correu e lançou-se-lhe ao pescoço” v 20 // v.13
A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO
I. PARTE: VV. 11-24
"pois este meu
filho estava
morto e tornou
a viver;
estava perdido e
foi
reencontrado!'
E começaram a
festejar"