Manual Critérios de Aceitação

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Metrologia

Critérios de Aceitação

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Fax (+351) 219 582 542 Alverca do Ribatejo Mail – [email protected]
2615‐149 Alverca
Índice

1 Introduçã o __________________________________________________________________________ 1
2 Documentaçã o relevante para a Metrologia ______________________________________ 2
3 Metrologia ‐ Nı́veis de Atuaçã o ____________________________________________________ 2
3.1 Metrologia científica, fundamental ou primária _____________________________ 2
3.2 Metrologia Legal _______________________________________________________________ 2
3.3 Metrologia Aplicada____________________________________________________________ 2
4 Terminologia ________________________________________________________________________ 3
4.1 Precisão ‐ Precision ‐ Precisión _______________________________________________ 3
4.2 Calibração ‐ Calibration ‐ Étalonnage_________________________________________ 3
4.3 Manutenção ‐ Maintenance ‐ Maintenance ___________________________________ 4
4.4 Incerteza ‐ Uncertainty ‐ Incertitude _________________________________________ 4
4.5 Erro de Medição ‐ Measurement Error ‐ Erreur de Mesure ________________ 4
4.6 Verificação – Verification ‐ Vérification ______________________________________ 5
4.7 Ensaio – Test ‐ Test ____________________________________________________________ 5
5 Arredondamento dos resultados __________________________________________________ 5
5.1 Algarismos significativos ______________________________________________________ 6
5.1.1 Algarismos a conservar na Multiplicação, Divisão e Radiciação_______ 6
5.1.2 Algarismos a conservar na Adição e Subtração _________________________ 7
6 Gestã o do Equipamento ____________________________________________________________ 7
6.1 Aplicação da Calibração _______________________________________________________ 7
6.2 Aplicação do Ensaio ____________________________________________________________ 8
6.3 Aplicação da Manutenção _____________________________________________________ 8
6.4 Verificação Metrológica________________________________________________________ 9
7 Aprovaçã o do Equipamento para uso _____________________________________________ 9
7.1 Como estabelecer o Critério de Aceitação __________________________________ 10
7.1.1 Critério de Aceitação imposto __________________________________________ 11
7.1.2 Método Ideal _____________________________________________________________ 12
7.1.3 Método Clássico _________________________________________________________ 14
8 Cumprimento de Especificaçõ es_________________________________________________ 16
8.1 Incerteza de uma só Medição _______________________________________________ 16
9 Documentaçã o aplicá vel _________________________________________________________ 19
Pg. 1 Metrologia – Gestão do Equipamento

Com base nos 1 Introdução


valores medidos
Os metrologistas adoram definições e são capazes de discutir as suas
tomamos
decisões. interpretações dias a fio. P. C. 1995

Uma medição Todos nós, no dia‐a‐dia, consciente ou inconscientemente, quantificamos factos,


incorreta leva a fenómenos e simples ocorrências. Desde muito cedo o homem sentiu necessidade
uma decisão de quantificar as suas perceções e os seus haveres. Quando criticamos os nossos
errada. governantes ou os nossos chefes acusando‐os de lidarem com dois pesos e duas
medidas estamos implicitamente a afirmar que queremos um só peso e uma só
medida, isto é, estamos a exigir que haja uniformidade de critérios na
quantificação dos factos para que os resultados sejam corretos.

Fazendo uma analogia com o que se passa quando efetuamos uma medição,
queremos utilizar como referência um padrão bem definido, um método de
medição adequado e um técnico capaz de o executar na perfeição. Tudo isto para
que seja obtida uma medida correta, isto é uma medida que sejamos capazes de
caracterizar quantitativamente e qualitativamente. Queremos no fundo dominar o
conhecimento relativamente às medições que efetuamos.

Para que as medições sejam corretas é necessário garantir que o equipamento


esteja a funcionar corretamente, daí a necessidade de controlar periodicamente o
seu estado.

As operações para controlo periódico do equipamento são:


Calibração
Ensaio
Manutenção
Verificação
Isto é do domínio da Metrologia.

Tenha em atenção que quando nos referimos a “Música da Pesada” isto não
significa que tem mais do que 100kg.

Isto não está no domínio da metrologia.


Pg. 2 Metrologia – Gestão do Equipamento

2 Documentação relevante para a Metrologia


VIM ‐ Vocabulário Internacional de Metrologia.
Doc. EA‐4/02 ‐ Guia para a expressão da incerteza de medição nos
laboratórios de calibração.
Doc. EA‐4/16 ‐ Guia para a expressão da incerteza em Ensaios.
Norma NP EN 10012 – Requisitos de garantia da qualidade para o
equipamento de medição.

3 Metrologia ‐ Níveis de Atuação


"CERTIFICAR sem METROLOGIA é uma fraude. NORMALIZAR sem METROLOGIA
é um mero exercício de masturbação intelectual." A. C. 1983

3.1 Metrologia científica, fundamental ou primária


Realização física das unidades de medida e das constantes físicas fundamentais,
mediante a conservação e o desenvolvimento de padrões e de instrumentação em
laboratórios adequados.

3.2 Metrologia Legal


Parte da metrologia que trata das unidades de medida, dos métodos de medida e
dos instrumentos de medição no que diz respeito às exigências técnicas e jurídicas
regulamentares que têm por fim assegurar a garantia pública do ponto de vista da
segurança e da precisão das medições.

3.3 Metrologia Aplicada


Apoio às atividades de controlo de processos e de produtos, mediante a
integração em cadeias hierarquizadas de padrões dos meios metrológicos
existentes nas empresas, nos laboratórios e noutros organismos e a definição dos
sistemas de calibração internos.
Pg. 3 Metrologia – Gestão do Equipamento

4 Terminologia
Se não falarmos a
mesma As definições apresentadas estão de acordo com a Edição Luso Brasileira do VIM.
linguagem não
4.1 Precisão ‐ Precision ‐ Precisión
nos
entenderemos. Grau de concordância entre indicações ou valores medidos, obtidos por
medições repetidas, no mesmo objeto ou em objetos similares, sob condições
especificadas.

Nota 1 ‐ A fidelidade ou precisão de medição é geralmente expressa numericamente por


características como a dispersão, o desvio‐padrão, a variância ou o coeficiente de
variação, sob condições de medição especificadas.
Nota 2 ‐ As “condições especificadas” podem ser, por exemplo, condições de
repetibilidade, condições de fidelidade ou precisão intermediária ou condições de
reprodutibilidade (ver ISO 5725–1:1994).
Nota 3 ‐ A fidelidade ou precisão de medição é utilizada para definir a repetibilidade de
medição, a fidelidade ou precisão intermediária de medição e a
reprodutibilidade de medição.
Nota 4 ‐ O termo “fidelidade ou precisão de medição” é algumas vezes utilizado,
erroneamente, para designar a exatidão de medição.

4.2 Calibração ‐ Calibration ‐ Étalonnage


Operação que estabelece, sob condições especificadas, num primeiro passo,
uma relação entre os valores e as incertezas de medição fornecidos por
padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; num
segundo passo, utiliza esta informação para estabelecer uma relação visando a
obtenção dum resultado de medição a partir duma indicação.

Nota 1 ‐ Uma calibração pode ser expressa por meio duma declaração, uma função de
calibração, um diagrama de calibração, uma curva de calibração ou uma
tabela de calibração. Em alguns casos, pode consistir numa correção aditiva ou
multiplicativa da indicação com uma incerteza de medição associada.
Nota 2 ‐ Convém não confundir a calibração com o ajuste dum sistema de medição,
frequentemente denominado de maneira imprópria de “auto‐calibração”, nem com
a verificação da calibração.
Nota 3 ‐ Frequentemente, apenas o primeiro passo desta definição é entendido como sendo
calibração.
Pg. 4 Metrologia – Gestão do Equipamento

4.3 Manutenção ‐ Maintenance ‐ Maintenance


Conjunto de operações necessárias para a preservação das propriedades
metrológicas dum padrão de medição dentro de limites estabelecidos.

4.4 Incerteza ‐ Uncertainty ‐ Incertitude


Parâmetro, não negativo, que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a
uma mensuranda, com base nas informações utilizadas.

Nota 1 ‐ A incerteza de medição inclui componentes provenientes de efeitos sistemáticos,


tais como componentes associadas a correções e a valores atribuídos a padrões,
assim como a incerteza definicional. Algumas vezes, não são corrigidos efeitos
sistemáticos estimados mas, em vez disso, são incorporadas componentes de
incerteza de medição associadas.
Nota 2 ‐ O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio‐padrão denominado incerteza‐
padrão (ou um de seus múltiplos) ou a metade da amplitude dum intervalo
tendo uma probabilidade expandida determinada.
Nota 3 ‐ A incerteza de medição geralmente engloba muitas componentes. Algumas delas
podem ser estimadas por uma avaliação de Tipo A da incerteza de medição,
a partir da distribuição estatística dos valores provenientes de séries de
medições e podem ser caracterizadas por desvios‐padrão. As outras componentes,
as quais podem ser estimadas por uma avaliação de Tipo B da incerteza de
medição, podem também ser caracterizadas por desvios‐padrão estimados a
partir de funções de densidade de probabilidade baseadas na experiência ou em
outras informações.
Nota 4 ‐ Geralmente para um dado conjunto de informações, subentende‐se que a
incerteza de medição está associada a um determinado valor atribuído à
mensuranda. Uma modificação deste valor resulta numa modificação da incerteza
associada.

4.5 Erro de Medição ‐ Measurement Error ‐ Erreur de Mesure


Diferença entre o valor medido duma grandeza e um valor de referência.

NOTA 1 ‐ O conceito de “erro de medição” pode ser utilizado:


a) Quando existe um único valor de referência, o que ocorre se uma calibração for
realizada por meio dum padrão com um valor medido cuja incerteza de medição é
desprezável, ou se um valor convencional for fornecido; nestes casos, o erro de
medição é conhecido;
b) Caso se suponha que a mensuranda é representada por um único valor verdadeiro
ou um conjunto de valores verdadeiros de amplitude desprezável; neste caso, o erro
de medição é desconhecido.
NOTA 2 ‐ Não se deve confundir erro de medição com erro de produção ou erro humano.
Pg. 5 Metrologia – Gestão do Equipamento

4.6 Verificação – Verification ‐ Vérification


Fornecimento de evidência objetiva de que um dado item satisfaz requisitos
especificados.

Exemplo 1 ‐ Confirmação de que um dado material de referência, como declarado, é


homogéneo para o valor e para o procedimento de medição em questão, até
uma porção, do material sob medição.
Exemplo 2 ‐ Confirmação de que as propriedades relativas ao desempenho ou aos
requisitos legais são satisfeitas por um sistema de medição.
Exemplo 3 ‐ Confirmação de que uma incerteza alvo pode ser obtida.
Nota 1 ‐ Quando aplicável, recomenda‐se que a incerteza de medição seja levada em
consideração.
Nota 2 ‐ O item pode ser, por exemplo, um processo, um procedimento de medição, um
material, um composto ou um sistema de medição.
Nota 3 ‐ Os requisitos especificados podem ser, por exemplo, as especificações dum
fabricante.
Nota 4 ‐ Em metrologia legal, a verificação, conforme definida no VIML, e geralmente na
avaliação da conformidade, compreende o exame e a marcação e/ou a emissão
dum certificado de verificação para um sistema de medição.
Nota 5 ‐ A verificação não deve ser confundida com calibração. Nem toda verificação é
uma validação.
Nota 6 ‐ Em química, a verificação da identidade duma entidade, ou de uma atividade,
necessita duma descrição da estrutura ou das propriedades daquela entidade ou
atividade.

4.7 Ensaio – Test ‐ Test


“Determinação de uma ou mais características de um Produto, Processo, ou
Serviço.”

Nota – O termo “Ensaio” não está definido no VIM.

5 Arredondamento dos resultados


O resultado do arredondamento de um número como 72,8 para o inteiro mais
próximo é 73, dado que 72,8 está mais próximo de 73 do que de 72. De forma
similar, 72,814 6 arredondado para o centésimo mais próximo (ou com duas casas
decimais... ) é 72,81, pois que 72,814 6 está mais próximo de 72,81 do que de
72,82.
Pg. 6 Metrologia – Gestão do Equipamento

Ao arredondar 72,465 para o centésimo mais próximo, é regra comummente


Fazer contas aceite aproximar para o número par mais próximo. Assim, 72,465 é arredondado
corretamente não para 72,46; 183,575 é arredondado para 183,58 e 116 500 000, arredondado para
é como andar de
as unidades de milhões mais próximos, é 116 000 000. Esta regra prática surge
bicicleta……….
com o intuito de minimizar os erros acumulados por arredondamento, quando há
Com o tempo que efetuar um grande número de operações.
esquecemos.
5.1 Algarismos significativos
Se uma altura foi determinada com rigor como sendo 1,66 metro, Isso significa
que o seu valor verdadeiro está compreendido entre 1,655 metro e 1,665 metro.
Os algarismos corretos, separados dos zeros necessários para a localização da
vírgula, chamam‐se algarismos significativos do número.

Exemplos: 1,66 tem 3 algarismos significativos


4,530 0 tem 5 algarismos significativos
0,001 8 = 1,8 x 10‐3 tem 2 algarismos significativos
0,001 800 = 1,800 x 10‐3 tem 4 algarismos significativos
Os números resultantes de contagens, ao contrário dos que se obtém nas
medições, são naturalmente exatos, tendo por isso uma quantidade ilimitada de
algarismos significativos.

Como regra para determinar os algarismos significativos de um número devemos


lê‐lo da esquerda para a direita e começar a contagem a partir do primeiro
algarismo diferente de zero (inclusive) que encontrarmos.

5.1.1 Algarismos a conservar na Multiplicação, Divisão e Radiciação


Ao efetuar cálculos que envolvam multiplicação, divisão e extracção de raízes, o
resultado final não pode ter mais algarismos significativos do que o que tem
menor quantidade deles.

Exemplos: 73,24 x 4,52 = 331


1,648 / 0,023 = 72
8,416 x 50 = 420,8 (se 50 for um número exacto!)
 
38,7  6,22
Pg. 7 Metrologia – Gestão do Equipamento

5.1.2 Algarismos a conservar na Adição e Subtração


O resultado final não pode ter mais algarismos significativos depois da vírgula do
que o que tiver menor quantidade deles nessas condições.

Exemplos: 3,16 + 2,7 = 5,9


83,42 ‐ 72 = 11
47,816 ‐ 25 = 22,816 (se 25 for um número exato!)

Máxima eficiência 6 Gestão do Equipamento


ao Menor Custo. Sob o ponto de vista da Metrologia a gestão do equipamento pretende garantir
que qualquer medição que façamos é correta e rastreável.
Controlamos os
Erros, eliminá‐los Existem várias formas de controlar o bom estado de funcionamento do
é impossível. equipamento:

1. Calibração
2. Ensaio
3. Misto Calibração + Manutenção ou Manutenção + Calibração
4. Verificação Metrológica

Deveremos ter um “Plano de Controlo” que permita saber Quando e Como vamos
testar o estado do equipamento.

6.1 Aplicação da Calibração


A Calibração é por excelência a melhor operação para controlo de equipamento.
Dentre as várias razões uma delas é por ser a mais económica. Infelizmente nem
sempre é possível aplicá‐la isoladamente. Há situações em que a Calibração tem
de ser usada em conjunto com a Manutenção.

A Calibração aplica‐se em duas situações:

1. A Instrumentos de Medição.
 Por exemplo: Balanças, Termómetros, Micro Pipetas, etc…
2. A Medidas Materializadas.
Pg. 8 Metrologia – Gestão do Equipamento

 Por exemplo: Massa de 1kg, Resistência Elétrica de 1Ω, etc….

O resultado de uma Calibração é, regra geral, um conjunto de valores que nos


indicam o estado do equipamento, isto é, o seu Erro e a respetiva Incerteza.

A seguir a uma Calibração é sempre necessário uma análise dos resultados e uma
decisão: Aprovado ou Rejeitado.

6.2 Aplicação do Ensaio


Sob o ponto de vista técnico o Ensaio fornece os mesmos resultados que a
Calibração. A diferença está na sua aplicação. Aplica‐se a:

1. Equipamento que não seja Instrumento de Medição nem Medida


Materializada.
 Por exemplo: Estufa, Frigorífico, etc….

A seguir a um Ensaio é sempre necessário uma análise dos resultados e uma


decisão: Aprovado ou Rejeitado.

6.3 Aplicação da Manutenção


Sob o ponto de vista da Metrologia qualquer operação que vise repor ou corrigir
uma situação designa‐se por Manutenção. Neste contexto, sempre que fazemos
um ajuste de um Instrumento, estamos a executar uma operação de Manutenção.

Há que distinguir entre Manutenção Preventiva e Manutenção Corretiva. O ajuste


é uma Manutenção Corretiva pois visa corrigir uma situação.

A Manutenção Preventiva aplica‐se quando à partida sabemos que se não


realizarmos programadamente determinadas operações elas vão implicar um
dano no equipamento.

 Por exemplo: Lubrificação de peças móveis, Mudança de Óleo,


Substituição de Correias, Limpeza, etc….

A seguir a uma Manutenção que intervenha nos sistemas de medição é


necessário fazer uma Calibração a fim de confirmar que a intervenção foi
correta.
Pg. 9 Metrologia – Gestão do Equipamento

A Manutenção nos sistemas de medição só deve ser executada se os resultados da


Calibração o exigirem.

A Manutenção por si só não é uma operação de controlo de um equipamento.

6.4 Verificação Metrológica


A Verificação Metrológica é uma operação de controlo de equipamento no âmbito
da Metrologia Legal. Aplica‐se em todas as situações em que o Estado defina que
um equipamento está inserido na Metrologia Legal.

Regra geral o equipamento que intervenha em transações comerciais, segurança e


pré‐embalados está no âmbito da Metrologia Legal e tem de ser controlado
através de Verificações Periódicas.

Quando um equipamento passa a estar no âmbito da Metrologia Legal há sempre


uma Portaria que define as operações a executar.

Não é permitido substituir a Calibração pela Verificação nem a Verificação pela


Calibração.

O resultado da Verificação Metrológica é conclusivo, não necessitamos analisar os


resultados e tomar a decisão de aprovar ou rejeitar.

O termo “Verificação” passou a estar definido também para a área voluntária,


referente à metrologia industrial e científica, na última edição do VIM
(Vocabulário Internacional de Metrologia). Ele equivale ao conjunto das
operações:

Verificação »»» Calibração + Análise dos Resultados + Decisão

Está bom usa‐se.


7 Aprovação do Equipamento para uso
Não está bom faz‐ Todas as operações que temos à disposição para controlo do equipamento, com
se uma exceção da Verificação Metrológica Legal, exigem uma análise dos resultados e
Manutenção, um
uma tomada de decisão de Aprovar ou Rejeitar o equipamento para uso.
Ajuste,
Desqualifica‐se Deve notar‐se que como a seguir a uma Manutenção é exigida uma Calibração a
ou vai para a fim de confirmar que as operações executadas foram corretas e surtiram efeito
Sucata……...
Pg. 10 Metrologia – Gestão do Equipamento

também neste caso teremos de tomar a decisão de Aprovar ou Rejeitar o


Está bom? equipamento para uso.

Com base em quê? O método usado para aprovação do equipamento para uso consiste em verificar
que cumpre os requisitos que lhe são aplicáveis em todos os pontos de calibração.
Que Critério
aplicar? Devemos confirmar que o Erro Máximo em cada Ponto de Calibração não
ultrapassa o Critério de Aceitação que previamente deveremos estabelecer.

Como o Erro Máximo em módulo é dado pela expressão: Erro  Incerteza ,

teremos de confirmar que é cumprido em todos os Pontos de Calibração:

Critério de Aceitação  Erro  Incerteza

Exemplo: Calibração de um Termómetro cujo Critério de Aceitação é “±0,5ºC”.

Certificado de Calibração Análise dos Resultados


Padrão Termómetro Erro Incerteza Erro  Incerteza CA Decisão

20,00 19,8 ‐0,2 ±0,068 0,268 0,5 Aprovado


25,00 25,1 +0,1 ±0,068 0,168 0,5 Aprovado
30,00 30,2 +0,2 ±0,068 0,268 0,5 Aprovado
Como cumpre o CA em todos os Pontos está Aprovado para Uso.
Quando um equipamento não cumpre o CA em todos os Pontos poderá fazer‐se
uma Aprovação com Restrições. Entre o Ponto antes e após o que não cumpre o
CA o equipamento não pode ser usado.

Quando um equipamento é Aprovado com Restrições estas devem ser


identificadas no próprio equipamento.

7.1 Como estabelecer o Critério de Aceitação


Podemos definir Critério de Aceitação como o Máximo Erro que admitimos poder
cometer na utilização de um Instrumento.

O Critério de Aceitação tem sempre duas ligações:

1. Sob o ponto de vista do Instrumento em causa ele não pode ser demasiado
baixo para não inviabilizar a sua aprovação. [ CA  Erro  Incerteza ]
Pg. 11 Metrologia – Gestão do Equipamento

2. Sob o ponto de vista do trabalho a executar com o Instrumento ele não


pode ser demasiado alto para não inviabilizar a aprovação do trabalho em
causa.

Há três abordagens possíveis para estabelecer o “Critério de Aceitação – CA”:

1. Imposto por um documento normativo ou outro.

Exemplos:

Quando uma Norma, um Método de Ensaio, uma Bula, …., referem:

 A Exatidão do Instrumento não deve ser superior a 1% [CA=±1%]


 Utilize o Instrumento “X”. A identificação do Instrumento implica que o
CA deve ser a Exatidão dada pelo Fabricante do mesmo.
[CA = Exatidão dada pelo Fabricante]
 Utilize o Instrumento “X” não devendo cometer Erros superiores a 3
vezes a sua Resolução. [CA = ±3*Resolução]
2. Método ideal.
 É quando o Máximo Erro que poderemos cometer na utilização do
Instrumento, que é o seu Critério de Aceitação, não influencia a
especificação que queremos testar.
3. Método clássico.
 É quando fixamos um dado Critério de Aceitação e analisamos a
influência que ele terá nos trabalhos que realizamos com o
Instrumento.

7.1.1 Critério de Aceitação imposto


Sempre que o Critério de Aceitação nos é imposto não há nada a fazer senão
cumpri‐lo.

Por vezes esta imposição aparece nas Normas de ensaio, nos requisitos dos
Métodos, em Especificações de Cliente e no caso de Laboratórios Acreditados
poderá ser imposta pelo Entidade Acreditadora. Em Portugal a Entidade
Acreditadora é o IPAC.
Pg. 12 Metrologia – Gestão do Equipamento

7.1.2 Método Ideal


Para abordarmos este método de fixação do Critério de Aceitação teremos de
analisar qual é a Incerteza associada, por defeito, a um número quando não nos é
dada essa Incerteza. Quando nos dizem que o resultado de um qualquer evento foi
de, por exemplo, “57,356” o problema que se nos põe é saber qual a incerteza
associada a este resultado visto que só as “Constantes Exatas” não têm associada
uma incerteza.

Analisemos o que se passa com o Instrumento de Medição que nos forneceu o


resultado do evento em causa. No fundo pretendemos saber em quantos valores
diferentes da grandeza a medir o instrumento nos apresenta o valor de “57,356”.

O arredondamento que os Instrumentos fazem é:

Se o valor da grandeza a medir, na casa decimal seguinte relativamente à última


que nos é apresentada pelo Instrumento, for 5 ou superior, o arredondamento é
feito para cima, se for 4 ou inferior o valor apresentado pelo Instrumento
mantém‐se.

Analisemos então as diferentes situações em que nos é apresentado pelo


Instrumento o valor de “57,356”.

10 situações
diferentes
Resolução = 0,001
7 4
7 3
Intrumento 7 2
+5
5 para cima
7 1
7 0
5 7 3 5 7 ± 5 «« »» ± 0,0005 ± 1/2 da
Resolução
6 5
6 6
-5
6 7 5 para baixo
6 8
1/2 Resolução = 0,0005
6 9

A Incerteza associada a qualquer número, se nada for dito em contrário,


é de: ± ½ da sua Resolução.
Pg. 13 Metrologia – Gestão do Equipamento

Do que atrás foi dito podemos concluir que quando nos é dada uma Especificação
que pretendemos cumprir, por exemplo 22,33  0, 01 o valor de 0, 01 admite ele
próprio uma Tolerância de ±½ da sua Resolução, isto é 0, 005 .

Na realidade a Especificação a cumprir será (0, 01  0, 005)  0, 015 .

Se o Instrumento com que vamos testar a Especificação não errasse mais do que
0, 005 estaríamos perante uma situação em que os Erros cometidos pelo
Instrumento não influenciavam o Valor Medido pois eles estariam sempre dentro
da Tolerância admitida pela Especificação a cumprir.

Face ao exposto podemos então fixar os critérios para seleção do Instrumento


Ideal:

1. Tem de possuir uma Resolução de uma unidade da casa decimal seguinte


relativamente àquela em que foi fixada a Especificação a cumprir,
[Resolução = 0,001],
2. A sua Especificação de Fabricante tem de permitir que possa ser fixado um
“Critério de Aceitação” [CA] de ± 5 vezes a sua Resolução, [CA = ± 0,005].

Com o Instrumento Ideal os limites de aceitação ficariam então fixados:


Limite Superior = 23,340
Limite Inferior = 23,320

O Instrumento Ideal tem uma Resolução de, pelo menos, uma Unidade
da casa decimal seguinte àquela com que foi definida a Especificação a
cumprir e tem um “Critério de Aceitação de [CA = ± 5xResolução].
Pg. 14 Metrologia – Gestão do Equipamento

Intrumento a Usar
Producto
2 3 3 3 0

Especificação a Cumprir
23,33 ± 0,01
Resolução = 0,001

Resolução da Especificação
0,01 Critério Aceitação CA = ± 0,005

7.1.3 Método Clássico


Na fixação do Critério de Aceitação pelo Método Clássico fixamos um CA tendo em
conta que ele tem de permitir a Aprovação do Instrumento, isto é tem de cumprir
em todos os Pontos de Calibração: Critério de Aceitação  Erro  Incerteza .

Devemos também ter em conta que o CA fixado tem de ser sempre menor do que a
especificação a cumprir no trabalho que queremos realizar.

Infelizmente nem sempre nos é possível ter à disposição o “Instrumento Ideal”.


Por vezes temos um Instrumento com uma Resolução igual à da Especificação ou
com um “Critério de Aceitação” que não cumpre as regras estabelecidas para o
“instrumento Ideal” por ser pior. Nestes casos, como não podemos desprezar o
Erro que o Instrumento pode cometer, temos de lidar com ele, isto é tê‐lo em
conta.

Dado um “Produto” que pretendemos aprovar dentro de uma Especificação de [±


EP] e não podendo desprezar o Erro que o Instrumento pode cometer, teremos
portanto de o ter em conta.

O Máximo Erro que o Instrumento pode cometer é o seu “Critério de Aceitação”


[CA]. Assim ao Valor Medido [VM] está associada uma Incerteza que será de [±
CA].
Pg. 15 Metrologia – Gestão do Equipamento

[ VM ] [ VM ]
[ ± EA ]

[ ± CA ] [ ± CA ]

Produto

[ - CA ] [ + CA ]

[ ± EP ]

Para aprovarmos o “Produto” teremos de ter em conta o Erro que o Instrumento


pode cometer, quer no Limite Superior da Especificação quer no Limite Inferior.
Poderemos assim criar uma Especificação de Aprovação [± EA] que tenha em
conta o referido Erro do Instrumento.

EA  EP  CA  EA    EP  CA 

Em conclusão este método de fixação do CA implica que a aprovação dos


requisitos que pretendemos testar com o Instrumento seja menor do que a
definida pois temos de ter em conta o Erro Máximo que o Instrumento pode
cometer na sua utilização que é o seu Critério de Aceitação.

Exemplo:

Temos uma peça que tem de ter um comprimento de 100±5mm.

Temos um Instrumento que após Calibração foi Aprovado com um CA=±1mm

Implicações:

Faremos a Aprovação da Peça dentro do intervalo de 100±4mm

A Especificação de Aprovação será igual à Especificação a cumprir na Peça menos


o Critério de Aceitação do Instrumento.

EA  EP  CA  EA    5  1   EA  4mm
Pg. 16 Metrologia – Gestão do Equipamento

8 Cumprimento de Especificações
Quando fazemos uma medição com a finalidade de verificar se o seu valor está
compreendido dentro de limites preestabelecidos temos sempre de ter em conta
os possíveis Erros que possam estar associados ao valor que medimos.

8.1 Incerteza de uma só Medição


Há vários fatores que contribuem para a Incerteza de uma Medição, uma coisa é
certa, se fazemos uma Medição utilizamos um Instrumento de Medição. A
Exatidão de um dado instrumento, através do qual executamos a medição, é
sempre a fonte de incerteza da medição em causa. A Exatidão de um Instrumento
de Medição pode apresentar‐se sob diversas formas. A Exatidão de um
Instrumento é o seu Critério de Aceitação depois de verificado o seu
cumprimento.

Podemos assim afirmar que a “Incerteza” [Inc] associada ao Valor Medido [VM]
com o Instrumento é o seu “Critério de Aceitação” [CA].

O Verdadeiro Valor da Grandeza está


compreendido entre [VM] + [CA] e [VM] - [CA]

[ ±Inc = ±CA ]

[ VM ]

Valor da Medição = VM ± CA

Tendo em conta os limites de erro possíveis que poderemos cometer ao executar


uma medição põem‐se‐nos alguns problemas quando pretendemos aprovar, por
exemplo, um produto ou um serviço dentro de uma dada Tolerância ou
Especificação.
Pg. 17 Metrologia – Gestão do Equipamento

Especificação a Aprovar [ EA ] Valor Medido [ VM ] pelo


com Limites Instrumento afectado da
Superior [Lsup] e Inferior [Linf] Incerteza de Medição [ ±CA ]

[ Lsup ] [ VM ± CA ]

[ EA ]

[ Linf ]

Especificação Aprovada

[ VM ]
[ EA ] [ EA ] [ VM ] [ EA ]
[ VM ]

Especificação Rejeitada

[ VM ]
[ EA ]

[ EA ]
[ VM ]

Resultado Dúbio - Exige análise caso a caso

[ VM ]
[ EA ]
[ EA ]
[ VM ]

Resumindo todas as situações só poderemos aprovar uma dada Especificação se:

EA  Erro  CA em que Erro = Valor Medido VM  -Valor Nominal de  EA

ou que se verifique em simultâneo que:

Lsup  VM  CA e que Linf  VM  CA


Pg. 18 Metrologia – Gestão do Equipamento

Especificação com um só Limite

Especificação a Aprovar [ EA ] Valor Medido [ VM ] pelo


Apenas com Instrumento afectado da
Limite Superior [Lsup] Incerteza de Medição [ ±CA ]

[ Lsup = x ] [ VM ± CA ]
EA  " x "

Especificação Aprovada Especificação Rejeitada

[ Lsup = x ] [ VM ]
[ VM ]
[ Lsup = x ]

Resultado Dúbio - Exige análise caso a caso

[ VM ]
[ Lsup = x ]
Pg. 19 Metrologia – Gestão do Equipamento

9 Documentação aplicável
A Certificação é
Há alguns documentos, em papel ou informatizados, que são requeridos pelos
um sistema com
base em registos. vários sistemas de certificação ou acreditação.

Podemos provar 1. Plano de Controlo.


que cumprimos o Deve identificar, pelo menos, que equipamentos controlamos, através de
que dizemos, que operação e quando são controlados.
somos
técnicos……não Exemplo:
somos
Código Designação Controlo Data Entidade Obs
vendilhões…..
BAL001 Balança Cal Dez METROCAL ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
FRI002 Frigorífico Ens Dez METROCAL ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
XPT001 XPTO Cal ‐ Man Dez METROCAL ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
XPT002 XPTO Ver Dez METROCAL ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐
Cal – Calibração Ens – Ensaio Man – Manutenção Ver ‐ Verificação

2. Ficha de Cadastro
Nesta ficha deve ser registado o histórico do equipamento, por exemplo,
quando avariou, que peças foram substituídas, qual a Periodicidade do seu
Controlo, qual é o seu Critério de Aceitação, para além da sua identificação
e de outras informações que consideremos úteis.

3. Etiquetas Identificadoras do seu estado


 Aprovado para uso
 Fora de Serviço
 Não requer Controlo
 Aprovado com Restrições
4. Procedimento de Gestão de Equipamento
Deve conter toda a política de gestão do equipamento descrevendo os
documentos a usar.

E pronto. Está tudo, podemos acabar aqui……adeus

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