Era Vargas para As Turmas de 9º Ano
Era Vargas para As Turmas de 9º Ano
Era Vargas para As Turmas de 9º Ano
No ano de 1930, ocorrem grandes mudanças no Brasil. O presidente Washington Luís foi deposto por uma
revolução liderada por Getúlio Vargas, que pós fim à República Velha e deu início à chamada Era Vargas. A
campanha eleitoral para a sucessão do presidente Washington Luís provocou a divisão da oligarquia
dominante e foi o estopim da revolução que derrubou a República Velha. Washington Luís, ligado à
oligarquia de São Paulo, indicou como sucessor o paulista Júlio Prestes, que garantiria a continuidade da
política de valorização do café.
Os mineiros, que esperavam a indicação de Antonio Carlos, presidente de Minas Gerais (na época, o dirigente
do Estado não se chamava governador, mas sim presidente), romperam sua aliança com São Paulo. E, com o
Rio Grande do Sul e a Paraíba, criaram um novo partido, a Aliança Liberal, que lançou a candidatura de
Getúlio Vargas, ex-ministro da Fazenda e presidente do Rio Grande do Sul. O candidato a vice-presidente era
o paraibano João Pessoa. A Aliança Liberal concentrou suas forças nos grandes centros urbanos, buscando,
assim, a adesão da burguesia industrial, do operariado e dos líderes tenentistas. Em março de 1930, Júlio
Prestes foi declarado vencedor das eleições, mas a ala mais radical da oposição, alegando fraude eleitoral,
iniciou a organização de um movimento para derrubar Washington Luís. Em julho do mesmo ano, o
assassinato de João Pessoa, no Recife, contribuiu para dar mais força à oposição. Tropas do Rio Grande do
Sul marcharam em direção ao Rio de Janeiro. No Nordeste, a rebelião teve à frente Juarez Távora. O
presidente Washington Luís foi deposto (24 de outubro). Formou-se uma junta militar (Tasso Fragoso, Mena
Barreto e Isaías de Noronha), e, no dia 3 de novembro, Getúlio Vargas assumiu o poder.
Era Vargas
No decorrer dos quinze anos em que governou o Brasil, Getúlio foi chefe do Governo Provisório (1930-
1934); presidente eleito por via indireta de um governo constitucional (1934-1937) e ditador no Estado Novo
(1937-1945).
Com a dissolução do Congresso Nacional, das Assembleias Estaduais e das Câmaras Municipais,
interventores foram nomeados para os Estados, com amplos poderes. Criaram-se dois novos ministérios, o do
Trabalho, Indústria e Comércio e o da Educação e Saúde. Foi implantado rígido controle dos meios de
comunicação e dos sindicatos, que, para funcionar, precisavam da autorização do Ministério do Trabalho.
Foram aprovadas algumas leis trabalhistas: regulamentação do trabalho feminino e infantil; descanso semanal
remunerado; férias remuneradas; e jornada de trabalho de oito horas diárias.
Com a Revolução de 1930, São Paulo perdeu sua hegemonia na política nacional, e até mesmo o governo do
Estado passou para o controle de Getúlio. Em 1932, tentando retomar o poder, os paulistas desencadearam
um movimento revolucionário.
Os Partidos Democráticos e Republicanos Paulista se uniram, formando a Frente Única, que exigia a
autonomia política para São Paulo e a reconstitucionalização do País, com a convocação de uma Assembleia
Nacional Constituinte, já que a revolução havia declarado extinta a Constituição de 1891. Vargas marcou o
dia para a eleição dos membros da Assembleia Constituinte, mas a oligarquia paulista continuou reagindo,
pois queria controlar o poder e fazer uma política efetivamente favorável ao café. Em uma das manifestações
contra o governo, foram mortos na cidade de São Paulo os estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo,
o que deu origem à sigla MMDC. Em 9 de julho eclodiu a Revolução Constitucionalista. As forças paulistas
foram comandadas pelo general Isidoro Dias Lopes. Depois de cerca de três meses de revolução, os paulistas
foram derrotados pelas tropas federais.
A Constituição de 1934
Em 1935, a ANL dá início à Intentona Comunista, tentativa de tomar o poder e instalar o socialismo. O
movimento fracassou e os revolucionários se entregaram. Derrotada a rebelião, o governo de Vargas deu
início a uma feroz repressão política. Usando a insurreição comunista como justificativa, Getúlio suspendeu a
Constituição de 1934, a mais liberal que o Brasil já tivera. Em 1937, às vésperas das eleições presidenciais,
sob o pretexto de proteger o Brasil das ameaças totalitárias, Vargas deu um golpe de Estado, tornando-se
ditador.
A Constituição outorgada de 1937 legalizava a ditadura e a centralização do poder nas mãos de Vargas. Nesse
período, ocorreu a expansão industrial, principalmente a indústria de base, e a retomada do crescimento das
exportações nacionais, devido à Segunda Guerra Mundial. Por isso, a maioria da classe dominante apoiou a
ditadura.
Também houve apoio da classe média urbana, que, por ser conservadora, ficava tranqüila ante a repressão aos
comunistas e era beneficiada com a ampliação dos empregos. O alto comando do Exército, por sua vez,
participava das decisões governamentais nos conselhos técnicos e, por isso, sustentou a ditadura.
Houve a desorganização das camadas populares em decorrência da repressão policial e do controle estatal dos
sindicatos de trabalhadores, e, por outro lado, as leis trabalhistas "ganharam" setores dos trabalhadores
urbanos, que, por isso, apoiaram Vargas. A propaganda nacional passou a ser controlada pelo Departamento
de Imprensa e Propaganda (DIP). Ocorreram também: a extinção dos partidos políticos, censura da imprensa,
dissolução do Congresso e nomeação de interventores estaduais.
No plano econômico, ocorreu a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e início das pesquisas de
petróleo, em Lobato, na Bahia.
A entrada do Brasil na Segunda Guerra criou uma situação contraditória: o Brasil lutava no exterior contra o
fascismo, enquanto se mantinha internamente num regime ditatorial inspirado nesse mesmo fascismo. As
relações do governo com as Forças Armadas começaram a se deteriorar. As pressões externas, principalmente
dos EUA, também contribuíram para o fim da ditadura.
Vargas prometeu eleições gerais, diminuiu a censura da imprensa e permitiu a volta dos partidos
políticos: PSD (Partido Social Democrático), criado por Vargas, tinha sua base eleitoral na força dos
interventores estaduais, nos industriais, nos banqueiros e na aristocracia rural. UDN (União Democrática
Nacional), que congregava os opositores do regime getulista, era também anticomunista e tinha como base
eleitoral setores da classe média, empresárias e certas camadas dos militares. Participavam Júlio Mesquita
Filho, Assis Chateaubriand, Armando de Salles Oliveira e o Brigadeiro Eduardo Gomes. PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro) era liderado pelas burocracias sindicais, criadas pelo regime do Estado Novo.
Idealizado por Getúlio, tinha a finalidade de servir de anteparo entre os trabalhadores e o Partido Comunista.
Em 1945, as Forças Armadas, lideradas pelos generais Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, depuseram o
ditador assumindo o governo José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federa
ATIVIDADE NO CADERNO