Redes Sem Fio

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Técnico em Informática

Carlos Henrique Grilo Diniz

Redes sem fio
Redes sem fio
Carlos Henrique Grilo Diniz

Macaíba – RN
2014
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Instituto Metrópole Digital

© Escola Agrícola de Jundiaí. Este material foi elaborado em parceria entre o Ministério da
Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Instituto Metrópole Digital para
a Escola Agrícola de Jundiaí para a Rede e-Tec Brasil.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte Ficha Técnica

Reitora Coordenação do Laboratório de Informática Educacional


Ângela Maria Paiva Cruz Apuena Vieira Gomes

Vice-reitora Gestão Técnica das Equipes


Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes Danise Suzy da Silva Oliveira

Instituto Metrópole Digital Planejamento e Elaboração de Conteúdo


Carlos Henrique Grilo Diniz
Diretor geral
José Ivonildo do Rêgo Transição Didática
Akynara Aglaé Burlamaqui
Vice-diretor
Danise Suzy da Silva Oliveira
Adrião Duarte Dória Neto
Edilene Cândido da Silva
Raiane dos Santos Martins

Revisão de Língua Portuguesa e Tipográfica


Helierba Patrícia de Souza
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Ilustração e Edição de Imagens


José Lúcio Tertuliano da Silva
Mariana Araújo de Brito

Diagramação
José Antonio Bezerra Junior

UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede


Catalogação da Publicação na Fonte

Diniz, Carlos Henrique Grilo.


Redes sem fio. / Carlos Henrique Grilo Diniz. – Macaíba, RN: Escola Agrícola de Jundiaí,
2014.
84 p.
ISBN: 978-85-425-0289-3

1. Rede de computadores. 2. Rede sem fio. 3. Rede e-Tec Brasil. I. Universidade federal do
Rio Grande do Norte. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 004.7

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Apresentação e-Tec Brasil

Prezado(a) estudante,

Bem-vindo(a) à Rede e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das
ações do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec),
instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar
e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para
a população brasileira, propiciando um caminho de acesso mais rápido ao emprego.

É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secre-
taria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de
ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as
Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.

A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade


regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à
educação de qualidade e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores
de regiões distantes, geográfica ou economicamente, dos grandes centros.

A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incenti-
vando os estudantes a concluir o ensino médio e realizar uma formação e atualização
contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o
atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas
unidades remotas, os polos.

Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada –


integradora do ensino médio e educação técnica, - que é capaz de promover o cidadão
com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes
dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!

Desejamos sucesso em sua formação profissional!

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Nosso contato: [email protected]

e-Tec Brasil
Indicação de ícones

Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de


linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto


ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão


utilizada no texto.

Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, filmes,


músicas, sites, programas de TV.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes


níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e
conferir o seu domínio do tema estudado.

e-Tec Brasil
Sumário

Palavra do professor-autor 9

Apresentação da disciplina 11

Projeto instrucional 13

Aula 1 – Arquiteturas e tipos de redes sem fio 15


1.1 Topologias das redes com fio 15
1.2 Vantagens e desvantagens das redes sem fio 18
1.3 Modos de operação das redes sem fio 19

Aula 2 – Classificação dos sistemas sem fio e


dos sistemas celulares 23
2.1 Sistemas de celulares 23
2.2 Sistemas de satélites 24
2.3 Sistemas Cordless 25
2.4 WLANs, WPANs e WMANs 26
2.5 Os rádios enlaces 29

Aula 3 – Os padrões de rede: TCP/IP, OSI e 802.11 33


3.1 O padrão TCP/IP nas redes sem fio 33
3.2 A estrutura do modelo TCP/IP x modelo OSI 34
3.3 O modelo 802.11 e sua
correlação com os modelos TCP/IP e OSI 35
3.4 As radiofrequências no padrão 802.11 35
3.5 Tecnologias de acesso no padrão 802.11 37
3.6 Técnica de acesso ao meio usado nas WLANs 38
3.7 Alcance de uma rede sem fio (WLAN) 41

Aula 4 – O padrão 802.11 e seus principais componentes 45


4.1 O padrão 802.11 e seus principais representantes 45
4.2 Equipamentos das redes sem fio – 802.11 48

e-Tec Brasil
Aula 5 – Aspectos de controle de
acesso e segurança em redes sem fio 57
5.1 A importância da segurança em uma rede sem fio 57
5.2 Entendendo o que é Criptografia 58
5.2 O controle do acesso com base nos endereços físicos 59
5.3 Controle de acesso com base em chaves (Criptografia) 63

Aula 6 – Configurando um Ponto


de Acesso em uma rede sem fio 67
6.1 Entendendo a Anatomia de um Ponto de Acesso 67
6.2 Acessando o roteador/Ponto de Acesso via WEB 69
6.3 Acessando o roteador: os primeiros passos 71
6.4 Configurando a rede do Ponto de Acesso 73
6.5 Configurando a Interface Wireless e o serviço de DHCP 74

Palavras finais 78

Referências 79

Currículo do professor-autor 81

e-Tec Brasil
Palavra do professor-autor

Olá, cursista!

Seja bem-vindo(a) ao conteúdo da disciplina Redes sem fio.

Neste momento, você deve aproveitar para conhecer as tecnologias sem fio
mais utilizadas tanto nas redes de celulares quanto nas redes sem fios locais
(WLANs), seus aspectos de controle de acesso, segurança e componentes
constituintes.

Se este é o seu primeiro contato com essa tecnologia, não fique preocupado.
Seja perseverante, resiliente e tenha disciplina nos estudos, dessa forma o
sucesso será uma decorrência do processo. Aproveite esta oportunidade ao
máximo, e sucesso a você.

Bons estudos!

Professor Carlos Henrique Grilo Diniz

9 e-Tec Brasil
Apresentação da disciplina

Esta disciplina, de Redes sem fio, fará uma breve revisão de protocolos e
apresentará os principais sistemas sem fio utilizados, além dos seus principais
componentes constitutivos.

O enfoque da disciplina será o funcionamento desta tecnologia, no tocante à


forma, e como os equipamentos trabalham ao fazer com que a transmissão
ocorra no ar, como meio de comunicação. Serão apresentados os principais
padrões de transmissão, os quais regem o funcionamento de uma rede sem
fio (os padrões da família IEEE 802.11), e também aspectos e conceitos de
controle de acesso e segurança da informação.

Bons estudos a todos(as) e um grande sucesso!

11 e-Tec Brasil
Projeto instrucional

Disciplina: Redes sem fio (carga horária: 45h)

Ementa: Topologia de redes; Classificação de sistemas sem fio e celulares;


Padrões de rede; Controle de acesso e segurança de redes sem fio; Funciona-
mento de uma rede sem fio.

CARGA
AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS HORÁRIA
(horas)
1.Arquiteturas e tipos de redes Identificar as diferentes arquiteturas e topologias
Projetor Multimídia 7h
sem fio de rede.
2. Classificação dos sistemas sem Classificar e detalhar o funcionamento das redes
Projetor Multimídia 8h
fio e dos sistemas celulares sem fio e dos sistemas celulares.
Distinguir os diferentes padrões e frequências das
3. Os padrões de rede: TCP/IP, OSI
redes sem fio e os principais problemas que podem Projetor Multimídia 6h
e 802.11
ocorrer nesta tecnologia.
Classificar os principais representantes do padrão de
4. O padrão 802.11 e seus princi-
rede sem fio WLAN e os seus principais componen- Projetor Multimídia 6h
pais componentes
tes de hardware.
Projetor Multimídia;
Identificar os principais aspectos de controle de aces- Microcomputador com placa
5. Aspectos de controle de acesso
so e segurança que são necessários para a garantia de rede sem fio e/ou placa de 8h
e segurança em redes sem fio
de segurança em uma rede sem fio. rede Ethernet;
Ponto de Acesso (AP).
Projetor Multimídia;
Descrever as etapas essenciais ao funcionamento de Microcomputador com placa
6. Configurando um Ponto de
uma rede sem fio (Ponto de Acesso, Estações de de rede sem fio e/ou placa de 10h
Acesso em uma rede sem fio
Trabalho e Dispositivos Móveis). rede Ethernet;
Ponto de Acesso (AP).

13 e-Tec Brasil
Aula 1 – Arquiteturas e tipos de redes sem fio

Objetivos

Classificar as diferentes topologias de cabeamento estruturado;

Relacionar as principais vantagens e desvantagens das redes sem fio;

Identificar os principais modos de comunicação de uma rede sem fio;

Categorizar as redes sem fio em padrões quanto às suas características


técnicas.

1.1 Topologias das redes com fio


Vimos na disciplina de Redes de Computadores que as redes com fios são tam-
bém conhecidas como redes de cabeamento estruturado, sendo organizadas
conforme a sua configuração topológica.

Nossa intenção, neste momento, é fazer uma breve revisão desses conceitos,
antes de começarmos a falar especificamente das redes sem fio e suas topo-
logias, tendo em vista que as redes sem fio precisam ser conectadas à rede
estruturada para que possam funcionar perfeitamente.

As topologias das redes estruturadas são classificadas quanto à sua organiza-


ção em barramento ou barra, estrela, anel e híbrida ou mista.

a) Topologia em barra - Nesta estrutura, um cabo (normalmente do tipo


coaxial) permeia todo o caminho percorrido pela rede, fazendo a interli-
gação dos equipamentos. Vide exemplo na Figura 1.1:

Aula 1 – Arquiteturas e tipos de redes sem fio 15 e-Tec Brasil


Figura 1.1: Topologia em Barramento
Fonte: Elaborada pelo autor

b) Topologia em estrela - O nome desta topologia refere-se ao nó (ponto)


centralizador de todas as comunicações dos nós da rede. Esse equipa-
mento central da comunicação é representado normalmente pelo switch.
A topologia em estrela está representada na Figura 1.2.

Figura 1.2: Topologia em estrela


Fonte: Elaborada pelo autor

c) Topologia em anel - Esta estrutura se apresenta em forma de uma rede


em círculo formando um anel de comunicação entre as estações de rede.
A comunicação pode ocorrer tanto em sentido horário quanto em senti-
do anti-horário. Essa topologia é mostrada na Figura 1.3.

e-Tec Brasil 16 Redes sem fio


Figura 1.3: Topologia em anel
Fonte: Elaborada pelo autor

d) Topologia híbrida ou mista - Na Figura 1.4 ocorre uma mistura das to-
pologias estrela e em barra. Essa composição cria uma topologia híbrida.

Figura 1.4: Topologia híbrida ou mista


Fonte: Elaborada pelo autor

Aula 1 – Arquiteturas e tipos de redes sem fio 17 e-Tec Brasil


1.2 Vantagens e desvantagens
das redes sem fio
Caros(as) cursistas, nesta seção serão apresentadas as principais vantagens e
modos de operação das redes sem fio, com o objetivo de introduzir alguns
conceitos importantes dessa tecnologia.

1.2.1 Vantagens do uso da rede sem fio


a) Redução do tempo de instalação – Podem ser criadas de forma rápida
e fácil, redes temporárias para eventos como feiras, congressos, etc;

b) Instalação em áreas de difícil cabeamento – Instalações antigas


ou que possuam estruturas de alvenaria espessas ou com presença de
amianto, tais como edifícios históricos, igrejas ou quaisquer imóveis an-
tigos tombados;

c) Mobilidade e estética – Permite facilmente a movimentação dos equi-


pamentos e permite a significativa diminuição do uso de cabeamento de
rede, evitando, assim, a exposição dos fios;

d) Flexibilidade – Equipamentos de rede sem fio (receptores, emissores e


concentradores), podem ser colocados nos mais diversos locais, com o
objetivo de melhoria de emissão e captação dos sinais, além da diminui-
ção da exposição de fios (fator estético);

e) Diminuição dos custos de infraestrutura – Diminuição dos custos de


cabeamento estruturado (cabos, dutos e calhas de encaminhamento de
comunicação, conectores, dentre outros componentes).

1.2.2 Desvantagens do uso da rede sem fio


a) Baixa qualidade do serviço – As redes sem fio possuem uma velo-
cidade menor, bem como uma instabilidade maior quando comparada
às redes construídas com cabeamento estruturado (redes estruturadas).
Bandas passantes menores, no máximo 300 Mbps (802.11n), altas taxas
de erros e atrasos por uma maior dificuldade de transmissão causados
por fatores como: obstáculos, interferências e números de máquinas li-
gadas aos Pontos de Acesso;

e-Tec Brasil 18 Redes sem fio


b) Restrição das frequências – As frequências das redes sem fio são
regulamentadas por agências governamentais como a Agência Nacio-
nal de Telecomunicações (ANATEL), que determina o uso de faixas de
frequências específicas, as quais serão comentadas mais detalhada-
mente nas próximas aulas;

c) Interferências eletromagnéticas e atmosféricas – Sinais de rádios ou


mesmo de celular bem como problemas atmosféricos (chuva, aumento
de umidade, por exemplo) podem afetar, bem como problemas atmosfé-
ricos como chuva, aumento de umidade, etc.;

d) Segurança e cobertura – A utilização de redes sem fio, quando não


associadas a senhas ou mecanismos criptográficos, possuem uma signifi-
cativa facilidade na captura dos dados transmitidos, tais como as senhas
e os dados dos usuários. No tocante à cobertura, a rede sem fio pode ter
uma maior ou menor cobertura, dependendo dos obstáculos presentes
ou não na transmissão, potência das antenas receptoras e transmissoras,
condições atmosféricas, etc.

1.3 Modos de operação das redes sem fio


Segundo Pinheiro (2005), os dois principais modos de operação das redes sem
fio são os modos Ad-Hoc e Infraestrutura.

a) Modo infraestrutura – Neste modo de operação a estação móvel (ta-


blet, smartphone, notebook) está ligada diretamente ao ponto de co-
nexão, também conhecido como AP, Access Point ou Ponto de Acesso,
que será melhor detalhado no Capítulo 4. Sendo assim, a estação móvel
conecta-se de forma semelhante a de um aparelho celular quando se
liga à sua rede de comunicação, fazendo com que toda a sua troca de
informações passe obrigatoriamente pela central telefônica, mesmo que
ocorram situações em que os aparelhos telefônicos estejam próximos o
bastante para haver comunicação direta. Toda a comunicação entre os
equipamentos móveis ocorre através das conexões de suporte denomi-
nadas de ESM. A Figura 1.5 mostra um exemplo de funcionamento de
uma rede sem fio operando em modo Infraestrutura.

Aula 1 – Arquiteturas e tipos de redes sem fio 19 e-Tec Brasil


Rede
Ethernet
Estação com fio Servidor
de trabalho de arquivos

Access Point

Estação
Notebook
de trabalho

Dispositivo
móvel

Figura 1.5: Modo de operação Infraestrutura das redes sem fio


Fonte: Adaptado de <http://www.gta.ufrj.br/grad/01_2/802-mac/R802_11-2.htm>. Acesso em: 24 abri. 2014, 21:00:00.

b) Modo Ad-Hoc – Outra forma de organizarmos como a rede móvel (rede


sem fio) pode funcionar é o modelo denominado Ad-Hoc, que também é
conhecido na literatura técnica como MANET (Mobile Ad-hoc NETwork).
Neste modelo de comunicação os dispositivos são capazes de trocar in-
formações diretamente uns com os outros, sem a necessidade do uso da
comunicação de um ponto central, que normalmente é denominado de
AP (Access Point) ou Ponto de Acesso. Diferentemente de como a co-
municação ocorre nas redes sem fio no modo Infraestrutura, comentado
anteriormente, neste modo não há Pontos de Acesso (APs), ou seja, não
existem equipamentos centralizadores da mobilidade, fazendo com que
a comunicação possa ocorrer entre os equipamentos, ficando a respon-
sabilidade da conexão da rede com os nós interconectados para manter
a estabilidade e a conectividade dessa rede. Dessa forma, a estrutura de
comunicação Ad-Hoc é utilizada principalmente em situações onde não
se pode ou não faz sentido instalar uma rede fixa. Na Figura 1.6 é mos-
trado um exemplo de funcionamento de uma rede sem fio operando em
modo Ad-Hoc.

e-Tec Brasil 20 Redes sem fio


Rede Wireless: topologia Ad-Hoc

Computador com adaptador


de rede sem fio

Notebook com adaptador Estação de trabalho com


de rede sem fio USB adaptador de rede sem fio

Figura 1.6: Modo de operação Ad-Hoc das redes sem fio


Fonte: Adaptado de <http://img.vivaolinux.com.br/imagens/artigos/comunidade/ad-hoc.png> Acesso em: 26 abr. 2014, 17:00:00.

Os padrões de redes sem fio usados nas redes locais fazem parte da família
802.11, sendo os seus principais representantes mencionados abaixo:

a) 802.11b – Criado em julho de 1998, possui velocidade de no máximo


11 Mbps (Mega Bits por segundo) e trabalha na frequência de 2,4 Ghz;

b) 802.11a – Possui velocidade de até 54 Mbps funcionando na frequência


de 5 Ghz. Esse padrão foi criado na mesma época que o padrão 802.11b;

c) 802.11i – Padrão homologado em julho de 2004. Visa garantir a segu-


rança na comunicação trabalhando conjuntamente com os protocolos
WEP e WPA. Estes algoritmos serão melhor abordados no Capítulo 4
deste documento;

d) 802.11n – Padrão publicado em 2009, atualmente o mais utilizado.


Tem como principal objetivo aumentar a velocidade de 54 Mbps para
300 Mbps, podendo operar tanto na frequência de 2,4 Ghz quanto na
frequência de 5 Ghz.

Aula 1 – Arquiteturas e tipos de redes sem fio 21 e-Tec Brasil


1. Defina topologia em redes de cabeamento estruturado.

2. Quais são as principais vantagens e desvantagens de uma rede sem fio?

3. Como funciona o Modo Infraestrutura e o Modo Ad-hoc nas redes sem fio?

4. Qual a importância de saber em que ambiente você instalará a rede sem fio?

5. Por que quando existem vários obstáculos entre um Ponto de Acesso e


um Tablet, este não consegue receber o sinal perfeitamente?

6. Qual o padrão de rede sem fio mais utilizado atualmente?

Resumo

Você estudou nesta aula os protocolos das redes sem fio e das redes de cabe-
amento estruturado e a sua classificação. Estudou também a importância da
análise do ambiente em que a rede deverá ser instalada para que se possa ter
um melhor aproveitamento desta tecnologia.

Atividades de aprendizagem

Agora, você vai avaliar o quanto aprendeu. Retome a aula, veja os passos
estudados e responda às questões:

1. Identifique qual dos protocolos das redes de cabeamento estruturado é o


mais utilizado conjuntamente a uma conexão de uma rede sem fio.

2. Qual dos modelos de estrutura de comunicação de uma rede sem fio é


mais utilizado: o Modo Infraestrutura ou o Modo Ad-Hoc?

3. Verifique no mercado local quais são os equipamentos de Ponto de Aces-


so mais comuns, e que padrão da família 802.11 esses equipamentos
utilizam mais frequentemente. Explique.

e-Tec Brasil 22 Redes sem fio


Aula 2 – Classificação dos sistemas
sem fio e dos sistemas de celulares

Objetivos

Classificar as redes sem fio (WIFI) e os sistemas de celulares;

Identificar as principais características das redes WIFI e das redes dos


sistemas de celulares;

Descrever como funcionam os enlaces de rádios.

2.1 Sistemas de celulares


Segundo Rochol (2005, p.12), os sistemas de celulares estão enquadrados nos
sistemas de cobertura ampla, também conhecidos como High Tier Systems,
permitindo ao usuário a mobilidade necessária em nível local, regional, nacio-
nal e internacional, sendo as três últimas mobilidades obtidas através de um
recurso denominado roaming.

Roaming
Os primeiros sistemas de celulares brasileiros utilizavam tecnologia analógica É um termo empregado em
telefonia móvel e aplicável às
(1ª Geração), logo em seguida este sistema foi substituído pelo TDMA (2ª redes sem fio, que possibilita
Geração) e por fim estamos trabalhando no sistema de 3ª Geração (também ao usuário migrar a conectivi-
dade de uma rede para outra
conhecido como 3G), o qual funciona mediante as frequências utilizadas na em áreas fora da localidade
banda GSM. geográfica onde este dispositivo
está registrado.

Atualmente, estão sendo implantados no Brasil os celulares com tecnologia de 1ª Geração


Veja mais detalhes na seção
4ª Geração. Conforme Grasel (2014), esta tecnologia tem integração total com [SAIBA MAIS].
redes IP, alcançando a convergência necessária com os diversos equipamentos,
como smartphones, tablets e demais dispositivos eletrônicos e tecnologias da
informação para prover velocidades de acesso de até 100Mbit/s, mantendo
a qualidade de serviço entre o equipamento móvel e a estação base (torre de
comunicação) com comunicação ponto a ponto de alta segurança e qualidade.

Aula 2 – Classificação dos sistemas sem fio e dos sistemas de celulares 23 e-Tec Brasil
Na figura 2.1 é apresentada uma típica comunicação de um sistema de celular.

AC Rede Telefônica
Centro de Pública Base de Dados
Autenticação de Mobilidade

Centro de
Comutação
Móvel

Estação
Móvel

Rede de
Radiofrequência

Figura 2.1: Uma típica rede de sistema de celular


Fonte: Adaptado de ROCHOL, 2005, p.13.

2.2 Sistemas de satélites


Vimos que os sistemas de celulares são boas opções quando existe uma boa
cobertura, no entanto, em certas situações há a inviabilidade do uso da tecno-
logia de celular, seja porque a área não possui cobertura, seja porque existem
grandes corpos de água como os oceanos ou grandes rios.

Segundo Junqueira (1997), em situações como essas os sistemas de satélites


também conhecidos como Serviços Móveis de Satélite (MSS) permitem que
haja a comunicação necessária à transmissão de dados. Alguns destes serviços
permitem apenas serviços de dados, outros permitem apenas a transmissão de
voz. Estes sistemas são categorizados conforme a sua altitude orbital.

Os satélites geoestacionários (GEOS) operam em uma altitude de 35.786 Km,


já os satélites de baixa órbita terrestre (LEOS) em altitudes em torno de
1.000 Km, e os satélites de média órbita terrestre tem altitudes da ordem de
10.000 Km.

e-Tec Brasil 24 Redes sem fio


Na figura 2.2 é mostrada uma típica rede sem fio, onde o mediador da trans-
missão é um sistema de satélites.

2
GPS
Satellite
Relay

6 Rescue

3
1
MEOLUT
Beacon
activation
5
Mission Control 4
Rescue
Center (MCC)
Coordination
Center (RCC)

Figura 2.2: Sistemas de satélites, uma transmissão sem fios


Fonte: Disponível em <http://www.pilotopolicial.com.br/nasa-desenvolve-novo-sistema-de-busca-e-salvamento-por-satelites/>.
Acesso em: 30 abr. 2014.

2.3 Sistemas Cordless


Os sistemas utilizados nos telefones sem fio são também chamados Cordless.
De acordo com Morris (2005), estes sistemas ampliam as características da
geração anterior de telefones, a dos telefones fixos, e são ideais para empresas
pequenas por ajudar no aumento da portabilidade do aparelho.

Os primeiros telefones Cordless foram produzidos na década de 1970. Um bom


telefone com esta tecnologia pode permitir o correio de voz, encaminhamento
de chamada, identificação da chamada (bina), dentre outras características.
Esse sistema possui normalmente a faixa de frequência de 1,9 Ghz. Na figura
2.3 é mostrada uma típica estrutura de uma rede sem fio Cordless.

Aula 2 – Classificação dos sistemas sem fio e dos sistemas de celulares 25 e-Tec Brasil
Figura 2.3: Sistemas de telefone sem fio - Cordless
Fonte: Disponível em <http://webnalyzer.com/uniden-5-8-digital-waterproof-cordless-home-phone/>. Acesso em: 30 abr. 2014.

2.4 WLANs, WPANs e WMANs


As redes WLANs, WPANs e WMANs são tecnologias de redes sem fio agru-
padas no denominado sistema para interconexão de computadores com
cobertura de uma rede local. Das três tecnologias mencionadas, a que possui
o menor alcance é a denominada WPAN (Wireless Personal Area Network),
sendo projetada para curtas distâncias e para baixas taxas de transferência. A
tecnologia mais utilizada nesta rede é o padrão Bluetooth.

A Figura 2.4 mostra o funcionamento de uma rede WPAN utilizando a tecnologia


Bluetooth.

e-Tec Brasil 26 Redes sem fio


Celular

PC Fone de ouvido

Impressora
Alto-falante

Palm

Figura 2.4: Um típico funcionamento de uma rede com Bluetooth


Fonte: Adaptado de <http://www.gta.ufrj.br/grad/09_1/versao-final/rssf/padroes_ieee.html>. Acesso em: 30 abr. 2014.

O Bluetooth é utilizado comumente na comunicação em consoles de vídeo


games como WII, em celulares para troca de arquivos, comunicação com
computadores pessoais ou para comunicação entre handsets (fone de ouvido
sem fio), e a interface multimídia de um carro quando está sendo dirigido, por
exemplo. Já na tecnologia denominada de WLAN (Wireless Area Network)
ocorre o uso de ondas de rádio nas frequências de 2,4 ou 5 Ghz para conexão
sem fio. A Figura 2.5 mostra uma típica WLAN.

Aula 2 – Classificação dos sistemas sem fio e dos sistemas de celulares 27 e-Tec Brasil
Notebook

Modem Roteador
sem fio
Internet

Estação de trabalho
sem fio

Figura 2.5: Uma típica rede WLAN


Fonte: Adaptado de <http://point-to-multipoint.com/wlan/>. Acesso em 30 abr. 2014.

O uso da Rede WLAN é indicado em lugares em que se deseje ter mobilidade,


rapidez na instalação com um baixo custo e baixíssimo impacto de obras civis
de engenharia. O principal problema desse tipo de tecnologia é a interferência
que causa nos telefones sem fios (Cordless), pois as redes mais comuns desta
tecnologia (os padrões 802.11b ou 802.11n) utilizam a frequência de 2.4 Ghz
muito próxima das frequências dos celulares, que é de 1,9 Ghz.

Home with
external CPE

Home with
portable CPE
Mobile client

ul
ac kha
Sb
LO
AX
WIM

Office building

Fixed backhaul Internet

Hotspot

Figura 2.6: Uma típica rede WMAN


Fonte: Adaptado de <http://cannelloni.wordpress.com/2011/04/10/what-we-can-tell-about-wimax/>. Acesso em:
30/04/2014.

e-Tec Brasil 28 Redes sem fio


As redes sem fio com tecnologia WMAN (Wireless Metropolitan Area Network)
ou redes sem fio metropolitanas são redes de uso corporativo que atravessam
cidades e estados. Essa conexão é utilizada pelos provedores de acesso e seus
pontos de distribuição. O padrão Wi-Max (802.16) é o mais utilizado, definido
pelo IEEE. O padrão Wi-Max tem como objetivo estabelecer a infraestrutura
final da parte da conexão, oferecendo conectividade para os mais diversos fins:
doméstico, hotspot, empresarial.

2.5 Os rádios enlaces Enlace


Segundo Pinheiro (2005), as redes sem fio utilizam a tecnologia dos rádios Termo que descreve a comuni-
cação de rádio digital ponto a
enlaces, também conhecidas redes de enlace de canal de rádio, tecnologia ponto, a qual é utilizada para o
que permite a transmissão de dados em distâncias da ordem de dezenas de transporte de informação entre
dois pontos fixos, tendo o es-
quilômetros. paço livre (visada de comunica-
ção) como meio de transmissão
utilizando a tecnologia de rede
O sistema utilizado neste tipo de rede wireless é o ponto a ponto e utiliza sem fio (wireless).
antenas direcionais para concentrar os feixes de radiofrequência na direção dos
dois pontos visados (visada). Na Figura 2.7 tem-se uma típica comunicação de
um enlace de rádio, onde é mostrada a conformação da Zona de Fresnel que
será explicada no Capítulo 5 deste documento.

2
N

Figura 2.7: Uma típica comunicação de rádio enlace


Fonte: Adaptado de <http://www.hardware.com.br/tutoriais/jubarte/pagina5.html>. Acesso em: 01 mai. 2014.

Os padrões de Telefonia Celular podem ser categorizados em padrões de


transmissão de voz e padrões de transmissão de dados.

Segundo Dussaux et al. (2010), os padrões dos sistemas de celular podem ser
categorizados nas 1ª, 2ª e 3ª Gerações, como veremos a seguir.

a) PRIMEIRA GERAÇÃO (1 G) – A primeira geração de telefonia móvel era


analógica (só transmitia voz) e utilizava como tecnologia a FDMA/AMPS,
a qual foi desenvolvida em 1979 nos Estados Unidos. Foi o principal

Aula 2 – Classificação dos sistemas sem fio e dos sistemas de celulares 29 e-Tec Brasil
sistema analógico utilizado no mundo, sendo adotado no Brasil em 1991.
Trabalha na faixa de 800 MHz e permite o roaming.

b) SEGUNDA GERAÇÃO (2 G) – Esta Geração surgiu pela necessidade de


substituição do sistema analógico (1 G), o qual estava no limite de sua
capacidade, havendo, assim, a necessidade do uso de sistemas digitais.
Dentre as vantagens sobre a 1ª Geração (1 G), podemos destacar a codi-
ficação digital de voz mais poderosa, maior eficiência espectral, melhor
Criptografia qualidade de voz, facilidade de comunicação de dados e a criptografia.
É o grupo de técnicas com
o objetivo de esconder Os principais protocolos utilizados nesta Geração foram: o TDMA que
informação do acesso não funciona na frequência de 800 MHz, o CDMA que opera nas frequên-
autorizado, mediante a
transformação da informação cias de 800 e 1900 MHz, e o GSM desenvolvido na Europa nas faixas de
legível em informação ilegível frequência de 850, 900, 1800 e 1900 MHz, que utiliza uma combinação
por meio da codificação em
um emaranhado de caracteres das técnicas de acesso FDMA e TDMA. A tecnologia GSM em 2010 era
impossível de ser compreendido.
(ROMAGNOLO, 2011, p.1) a tecnologia líder de mercado, responsável por mais de 100 milhões de
acessos à época.

c) ENTRE GERAÇÕES (2,5 G) - Nesta etapa da evolução da tecnologia sem


fio dos sistemas de celulares, houve a incorporação da tecnologia TCP/
IP a este sistema. Os principais protocolos representantes nesta fase da
evolução foram o GPRS, o EDGE, o CDMA-2000.

d) TERCEIRA GERAÇÃO (3 G) - A terceira geração (3 G), a mais utilizada nos


sistemas celulares, provê serviços de telefonia e comunicação de dados a
velocidades maiores que seus antecessores. O padrão 3 G, especificamen-
te, de 144 Kbps até 384 Kbps em ambientes móveis e 2 Mbps em ambien-
tes fixos. Os principais protocolos utilizados nesta geração são o UMTS,
o CDMA 1XEV-DO, e os HSDPA/HSUPA, sendo os dois últimos os mais
utilizados atualmente, e estes permitem que as pessoas enviem e recebam
e-mails com grandes anexos, joguem interativamente, recebam e enviem
imagens e vídeos de qualidade, façam download de conteúdo multimídia
ou permaneçam conectados sem fio com seus dispositivos móveis.

e) QUARTA GERAÇÃO (4 G) – Segundo Grasel (2014), esta tecnologia per-


mite conexões à internet, através de dispositivos móveis, com velocidade
até dez vezes superior às redes móveis atuais, redes 3 G. O 4 G permitirá
melhor acesso a conteúdos multimídia e videoconferências. Esta tecno-
logia operará no Brasil na faixa de frequência 2,5 GHz, e começará a ser
usada nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014.

e-Tec Brasil 30 Redes sem fio


1. Descreva de forma sucinta o funcionamento dos sistemas de celulares e
dos sistemas de satélite.

2. Quais são as principais diferenças entre as redes Cordless e as WLAN?

3. Quais são as principais diferenças entre as redes 3 G e 4 G?

4. Qual a importância de conhecer os principais tipos de redes sem fio uti-


lizados no dia a dia?

Resumo

Você estudou nesta aula as principais tecnologias de rede sem fio que são
utilizadas pela sociedade e a sua classificação. Estudou também a importância
de conhecer os detalhes de cada uma delas, para tanto compreender sua
evolução quanto para saber qual deve ser utilizada em uma dada situação,
permitindo, assim, um melhor aproveitamento destas tecnologias.

Atividades de aprendizagem

Neste momento, checaremos o que você aprendeu. Revise esta aula, veja os
passos estudados e responda às questões:

1. Identifique e descreva quais os principais tipos de redes sem fio e quais


suas principais características.

2. Qual das redes de telefonia móvel é a mais utilizada? Quais são seus prin-
cipais protocolos e quais são suas velocidades de funcionamento?

3. Verifique no mercado local quais são os principais fabricantes de equipa-


mentos móveis (smartphones, tablets) que suportam a tecnologia 4 G, e
que modelos são os mais comumente comercializados. Explique.

Aula 2 – Classificação dos sistemas sem fio e dos sistemas de celulares 31 e-Tec Brasil
Aula 3 – Os padrões de rede: TCP/IP, OSI e 802.11

Objetivos

Descrever o modelo TCP/IP;

Entender a integração do modelo TCP/IP à tecnologia de rede sem fio;

Identificar as principais faixas de frequências utilizadas no padrão


802.11;

Descrever os principais métodos de acesso das WLANs;

Reconhecer os principais problemas que podem ocorrer numa rede


wireless.

3.1 O padrão TCP/IP nas redes sem fio


O padrão ou modelo TCP/IP foi projetado com o objetivo de desenvolver mais
facilmente a tecnologia das redes de computadores, pois ao tratar a funcio-
nalidade da rede em apenas quatro camadas, permitia que esta fosse imple-
mentada e adaptada mais facilmente às novas tecnologias, diferentemente
do modelo OSI que por possuir sete camadas aumentava significativamente a
dificuldade de implementação.

O modelo TCP/IP é o mais utilizado atualmente, fundamenta-se na necessidade


de interligação de diferentes tecnologias de redes. Tem como referência dois
protocolos: o TCP, um protocolo compatível com a camada 4 do modelo OSI,
que fornece um serviço de transporte orientado à conexão, e o IP, compatível
com a camada 3, que fornece um serviço de rede não-orientado à conexão.

O padrão TCP/IP foi desenvolvido para ser usado com a Internet. Uma das
grandes vantagens do protocolo TCP em relação aos demais é que este permite
roteamento, isto é, permite sua utilização em grandes redes e utiliza diversos
caminhos para se chegar ao computador de destino.

Aula 3 – Os padrões de rede: TCP/IP, OSI e 802.11 33 e-Tec Brasil


Outro fato determinante, que tornou o TCP/IP padrão de uso para a Internet
e para Intranet, é possuir arquitetura aberta, arquitetura flexível, permitindo o
ajuste entre as quatro camadas de componentes que compõem este protocolo.

Sendo assim, os fabricantes podem desenvolver sua própria versão TCP/IP


em seu sistema operacional. Desta forma, este foi adotado como protocolo
universal, possibilitando a comunicação das mais diferentes tecnologias de
rede entre si, facilmente.

3.2 A estrutura do modelo TCP/IP x modelo OSI


Na Figura 3.1 abaixo, o modelo TCP/IP é apresentado juntamente com sua
correlação com o modelo OSI.

OSI TCP/IP

7 Camada de Aplicação

6 Camada de Apresentação Aplicação

5 Camada de Sessão

4 Camada de Transporte Transporte

3 Camada de Rede Rede

2 Camada de Enlace de Dados


Interface
de Rede
1 Camada Física

Figura 3.1: Correlação entre os modelos OSI e TCP/IP


Fonte: Adaptado de <http://3.bp.blogspot.com/-_llPDCc878o/URoY-hvVGgI/AAAAAAAAFso/eRidDl8u-wM/s1600/mode-
lo_osi_tcpip.jpg>. Acesso em: 04 mai. 2014, 10:00:00.

O modelo TCP/IP correlaciona e junta as camadas 1 e 2 do modelo OSI (cama-


das física e de enlace – na camada de interface de rede, ou camada física e de
enlace). A camada 3 do modelo OSI (camada de rede) é chamada também de
camada de rede no modelo TCP/IP, ficando como camada 2 deste modelo. A
camada 4 do modelo OSI transporte tem seu correspondente transporte na
camada 3 do TCP/IP. E as demais camadas do modelo OSI (sessão, apresentação
e aplicação) tornam-se a camada 4 do modelo TCP/IP, denominada de camada
de aplicação.

e-Tec Brasil 34 Redes sem fio


3.3 O modelo 802.11 e sua correlação com
os modelos TCP/IP e OSI
Na Figura 3.2, mostrada a seguir, os modelos OSI e TCP/IP são apresentados
juntamente com o padrão 802.11 que está apresentado nas camadas 1 e 2
do modelo OSI, ou na camada 1 do modelo TCP/IP. Na camada de interface
de rede (camada 1 do TCP/IP) são visualizados os elementos componentes do
padrão 802.11, denominados de LLC, MAC, PLCP, e as frequências eletromag-
néticas (DSSS, RF, etc.).

Aplicação
Modelo de rede
Apresentação
OSI

Sessão

Protocolos de rede Transporte


(TCP/IP, etc.)

Rede

802.2 Logical Link Control (LLC)


Enlace 802.11 PLCP header (a, b, g identical)
IEEE 802.11a, b, g
802.2 PLCP header (a, b, g distinct)
Física physical medium specs (RF, DSSS, etc.)

Figura 3.2: Correlação entre os modelos OSI x TCP/IP e 802.11


Fonte: Adaptado de <http://www.wildpackets.com/images/compendium/802dot11a-b-g_OSI.gif>. Acesso em: 04 mai.
2014, 11:00:00.

3.4 As radiofrequências no padrão 802.11


Segundo Fagundes (2008) e Rochol (2005), os sistemas que utilizam uma
parcela do espectro eletromagnético, mais precisamente o padrão 802.11,
utilizam as frequências de 2,4 a 2,48 GHz (padrões 802.11b, 802.11g e
802.11n), ou a frequência de 5,72 a 5,85 GHz (802.11a e o 802.11n). No
lado esquerdo da Figura 3.3 são mostradas todas as faixas de frequência do
espectro eletromagnético, onde devemos ter mais atenção à frequência das
micro-ondas ou microwaves, pois esta é a utilizada pelo padrão 802.11 das
redes sem fio locais ou WLANs.

Aula 3 – Os padrões de rede: TCP/IP, OSI e 802.11 35 e-Tec Brasil


Espectro eletromagnético
f (Hz) 100 102 104 106 108 1010 1012 1014 1016 1018 1020 1022 1024
Ondas
Micro-ondas Infravermelho UV Raio-X Raios Gama
de rádio

Luz visível

f (Hz) 104 105 106 107 108 109 1010 1011 1012 1013 1014 1015 1016

Par trançado Satélite

Coaxial Fibra
Micro-ondas ótica
terrestre
Ondas Rádio Rádio
marítimas AM FM
TV

Banda LF MF HF VHF UHF SHF EHF THF

Frequência Comprimentos de ondas


Hertz (Hz) metros (m)
1022 10-13
Raios gama

10-10 Raios x
10-9

Ultravioleta (UV)
Luz visível
1015 10-6
1014 Infravermelho
1012
10-2
Micro-ondas
109 10

102
106 103 Radiofrequência
5
103 10

Figura 3.3: Correlação entre o espectro eletromagnético, a frequência e o compri-


mento de onda.
Fonte: Adaptado de <http://efagundes.com/openclass_networking/wp-content/uploads/Slide52.jpg>. Acesso em: 05 mai.
2014, 09:00:00.

e-Tec Brasil 36 Redes sem fio


As faixas de frequências do padrão 802.11, mencionadas no parágrafo an-
terior, são conhecidas no meio técnico de TI como ISM (Industrial Scientific
Medical), ou seja, são faixas não regulamentadas pela ANATEL, e podem ser
utilizadas sem pedido de autorização.

As faixas ISM são disponibilizadas nas frequências de 900 MHz; 2,4 GHz; e
5,72 GHz, sendo as duas últimas (2,4 GHz e 5,72 GHz) as mais comumente
usadas. O meio de transmissão das redes sem fio é o ar e por esse motivo
devemos ter cuidado com os controles de acesso e com os mecanismos de
segurança que serão apresentados no Capítulo 5.

Desta forma, no momento da configuração da rede sem fio, é essencial que


sejam tomados todos os cuidados com a configuração de segurança dos equi-
pamentos envolvidos. Na Figura 3.4 são mostradas as faixas do ISM e suas
frequências.

26 83,5 125
MHz MHz MHz
IEEE 802.11(b) e (g) IEEE 802.11a Espectro de
(1, 2, 5.5, 11, 22, 33 (6, 9, 12, 18, 24, 36, radiofrequência
Mbit/s) 48, 54 Mbit/s) UHF

902 928 2,4 2,4835 5,725 5,850


MHz MHz GHz GHz GHz GHz

Figura 3.4: Banda de frequência ISM utilizada no padrão 802.11


Fonte: Adaptado de ROCHOL, 2005, p.15.

3.5 Tecnologias de acesso no padrão


802.11
O espalhamento espectral (também conhecido na língua inglesa como Spread
Spectrum) é um padrão tecnológico utilizado nas WLANs. Foi desenvolvido
para comunicações e controle a distância de equipamentos militares. Esta tec-
nologia consome a maior parte do espectro eletromagnético, com a vantagem
da minimização dos ruídos e interferências, garantindo uma maior integridade
no tráfego das informações. No espalhamento espectral são utilizados três
tipos de tecnologias para as WLANs:

Aula 3 – Os padrões de rede: TCP/IP, OSI e 802.11 37 e-Tec Brasil


a) FHSS (do inglês, Frequency Hopping Spread Spectrum): nesta tecnologia
são utilizados 75 canais, devendo haver o uso de uma sequência pseudo-
aleatória para que ocorra a transmissão da informação.

b) DSSS (do inglês, Direct Sequence Spread Spectrum): nesta tecnologia,


que é utilizada pelo padrão 802.11b (11 Mbps), existe a geração de um
bit redundante para cada bit transmitido, permitindo que em caso de
perdas de alguns bits, técnicas estatísticas sejam capazes de recuperar
os dados originalmente transmitidos. Possui uma maior velocidade que
a tecnologia FHSS.

c) OFDM (do inglês, Orthogonal Frequency Division Multiplexing): Nesta


tecnologia faz-se o uso de multiplexação da frequência, permitindo a
transmissão simultânea de subcanais de comunicação (também conhe-
cidos como canais portadores) e o envio em paralelo das informações.
Destacamos como as principais vantagens desta tecnologia:

• Capacidade de adaptação em situações de má condição da transmissão,


como no caso da ocorrência de interferências e ruídos;

• Sensibilidade baixa aos erros de sincronização de sinal;

• Ausência de necessidade da existência nos subcanais de transmissão,


como ocorre na tecnologia OFDM;

• Robustez às interferências de sinal tanto da frequência utilizada como


nos subcanais;

• E maior eficiência de comunicação se comparado aos modelos de modu-


lação convencional que utilizam o espalhamento espectral.

3.6 Técnica de acesso ao meio usado


nas WLANs
As redes que utilizam a tecnologia 802.11 têm a atmosfera como meio de
transmissão, de forma correlata à tecnologia Ethernet. No entanto, enquanto
o padrão Ethernet (o padrão de rede local mais utilizado atualmente) utiliza o
método de acesso no cabeamento estruturado CSMA/CD, a rede WLAN usa
o método de acesso ao meio, o CSMA/CA (do inglês, Carrier Sense Multiple
Access and Colision Avoidence).

e-Tec Brasil 38 Redes sem fio


Neste método, cada equipamento ou estação checa o meio antes de transmitir
e não transmite caso detecte que o meio encontra-se ocupado. O funciona-
mento do CSMA/CA é apresentado na Figura 3.5.

Meio livre N
por DIFS?

Atraso
aleatório

Transmite
o quadro

S N Fim da
CW aumenta Colisão? transmissão

Figura 3.5: Fluxograma do protocolo de acesso ao meio CSMA/CA


Fonte: Disponível em <http://www.gta.ufrj.br/grad/11_1/rssf/csma.jpg>. Acesso em: 05 mai. 2014, 11:00:00.

Com a utilização do CSMA/CA, as redes sem fio podem ter duas formas de


serem organizadas, os modos Infraestrutura e Ad-hoc, como foi visto no
Capítulo 1 deste material, e que são reapresentados nas Figuras 3.6 e 3.7,
respectivamente, e detalhados nos itens a) e b) desta seção.

a) Modo Infraestrutura – Neste modo de operação, a rede sem fio (o dis-


positivo móvel tablet, smartphone, notebook) está conectada diretamen-
te ao ponto de conexão, também conhecido Access Point. A Figura 3.6
mostra um exemplo de funcionamento de uma rede sem fio operando
em modo Infraestrutura.

Aula 3 – Os padrões de rede: TCP/IP, OSI e 802.11 39 e-Tec Brasil


Rede
Ethernet
Estação com fio Servidor
de trabalho de arquivos

Access Point

Estação
Notebook
de trabalho

Dispositivo
móvel

Figura 3.6: Modo de operação Infraestrutura das redes sem fio


Fonte: Adaptado de <http://www.gta.ufrj.br/grad/01_2/802-mac/R802_11-2.htm>. Acesso em: 05 mai. 2014, 13:00:00.

b) Modo Ad-hoc – Neste modelo de comunicação os dispositivos são capa-


zes de trocar informações diretamente uns com os outros, sem a neces-
sidade do uso da comunicação de um ponto central, que normalmente
é denominado de AP (Access Point) ou Ponto de Acesso. Diferentemente
de como a comunicação ocorre nas redes sem fio no modo Infraestru-
tura, ou seja, não existem equipamentos centralizadores de mobilidade,
fazendo com que a comunicação possa ocorrer entre os equipamentos
uns com os outros, ficando a responsabilidade da conexão da rede com
os nós interconectados para manter a estabilidade e a conectividade da
rede. Desta forma, a estrutura de comunicação Ad-hoc é utilizada, prin-
cipalmente, em situações onde não se pode ou não faz sentido instalar
uma rede fixa, como visualizamos na Figura 3.7.

e-Tec Brasil 40 Redes sem fio


Rede Wireless: topologia Ad-Hoc

Computador com adaptador


de rede sem fio

Notebook com adaptador Estação de trabalho com


de rede sem fio USB adaptador de rede sem fio

Figura 3.7: Modo de operação Ad-Hoc das redes sem fio


Fonte: Adaptado de <http://img.vivaolinux.com.br/imagens/artigos/comunidade/ad-hoc.png>. Acesso em: 05 mai. 2014,
14:00:00.

3.7 Alcance de uma rede sem fio (WLAN)


A potência e o alcance de comunicação entre as estações de uma rede wireless
têm relação direta com a potência de transmissão (dispositivo e antena), a
sensibilidade dos receptores e os caminhos pelos quais as ondas se propagarão.

Os equipamentos do fabricante Intelbras possuem uma boa potência nomi-


nal, no entanto, as antenas na configuração padrão são inferiores ao que os
Indoor
equipamentos podem fornecer de potência total. O equipamento mostrado na Descreve o ambiente interno
onde existem vários obstáculos,
Figura 3.8 poderá alcançar potência útil e distância de recepção/transmissão os quais influenciam na quali-
maiores se munido com uma antena de maior potência e se disposto num dade da propagação do sinal,
e por consequência no alcance
layout mais eficiente. deste. As áreas onde o sinal
não consegue propagar são
chamadas de áreas de sombra.
O maior ou menor alcance de uma rede dependerá se a mesma é do tipo indoor (MACEDO, 2012)
ou outdoor, ou mesmo da potência do aparelho transmissor, da recepção Outdoor
das antenas (embutida ou externa) dos dispositivos que estão envolvidos na Descreve o funcionamento de
uma rede sem fio em ambiente
comunicação (tablets, smartphones, notebooks, etc.). aberto (ao ar livre). Um exemplo
de rede outdoor é a comuni-
cação de dois prédios, onde as
antenas ficam nos topos destes,
e para que ocorra a comu-
nicação faz-se necessária a
existência de visada direta entre
eles. (MACEDO, 2012)

Aula 3 – Os padrões de rede: TCP/IP, OSI e 802.11 41 e-Tec Brasil


Características RTL8196C
Interface wireless de até 150 Mbps operando dentro dos padrões Tecnologia N e potência de 500mW
IEEE802.11b/g/n
1 porta WAN RJ45 e 4 portas LAN RJ45
Porta WAN e LAN1 com suporte a PoE
Potência de transmissão de até 500 mW (27 dBm) via hardware
Antena omnidirecional e removível com ganho de 5 dBi
Gerenciamento e configuração por meio de interface web em
português
Funciona nos modos Roteador AP, Roteador Cliente AP (Cliente WISP),, Tecnologia N 150 Mbps
AP, Cliente, WDS e Modo Repetidor
DHCP cliente e servidor
QoS (Traffic Shaping)
Suporte a redirecionamento de portas e NAT
Opera na frequência de 2,4 GHz
Controle de banda por IP para priorização de aplicações de voz e
vídeo
Segurança Wireless utilizando WEP de 64/128/152 bits, Tecnologias b e g 11 e 54 Mbps
WPA/WPA2/WPA-PSK/WPA2-PSK com TKIP/CCMP
Firewall com suporte a filtro de portas, IP, MAC e URL
Suporte a PPPoE, IP Dinâmico, IP Estático, VPN pass-through, PPTP,
DDNS, ICMP, SSH, NAT, DMZ, DOS, UPnP e SNMP
Fonte de alimentação bivolt automática

Figura 3.8: Roteador Intelbras modelo WIN 240


Fonte: Disponível em <http://www.intelbras.com.br/residencial/wireless/win-240>. Acesso em: 05 mai. 2014, 16:00:00.

O padrão IEEE 802.11 foi desenvolvido em 1997, em um documento técnico


que estava detalhado em 445 páginas, funcionava na velocidade de no máxi-
mo 2 Mbps utilizando as técnicas de radiofrequência conhecidas como DSSS
e FHSS na faixa ISM de 2,4 GHz, bem como por transmissão com tecnologia
infravermelha. Este padrão publicado sofreu diversas correções e atualizações
para chegarmos ao padrão atual.

A multiplexação é a capacidade de um meio físico transmitir duas ou mais


informações simultaneamente. Esta técnica pode fazer a multiplexação por
divisão de tempo ou pela divisão de frequência.

1. Descreva de forma sucinta qual é a correlação entre o modelo TCP/IP e o


padrão 802.11.

2. Quais são as principais frequências utilizadas nos Pontos de Acesso (APs)?

3. Faça uma pesquisa sobre multiplexação por divisão de tempo e por divi-
são de frequência.

4. Faça um breve comparativo entre as tecnologias DSSS e OFDM.

5. O que determina o alcance de uma rede sem fio?

e-Tec Brasil 42 Redes sem fio


Resumo
Você estudou nesta aula a correlação dos protocolos OSI e TCP/IP e o padrão
802.11, estudou também as principais frequências utilizadas pela tecnologia
802.11, métodos de radiofrequência para acesso ao meio, bem como os principais
fatores que podem permitir um maior alcance e potência do sinal de rede WLAN.

Atividades de aprendizagem
Neste momento será avaliado o que foi aprendido. Reveja os conceitos e etapas
estudadas e responda às questões:

1. Identifique e descreva quais os principais elementos da camada de inter-


face de rede que são diferentes no padrão 802.11.

2. Qual das redes do padrão 802.11 é a mais utilizada nos roteadores wire-
less e quais as velocidades mais frequentemente disponíveis nestes equi-
pamentos?

3. Verifique no mercado local quais são os principais fabricantes de equi-


pamentos roteadores wireless e que modelos são os mais comumente
comercializados. Explique.

Aula 3 – Os padrões de rede: TCP/IP, OSI e 802.11 43 e-Tec Brasil


Aula 4 – O padrão 802.11 e seus
principais componentes

Objetivos

Identificar a família 802.11 e seus principais representantes;

Listar os principais equipamentos de uma rede sem fio (placas, ro-


teadores, antenas);

Identificar os principais tipos de antenas e suas características.

4.1 O padrão 802.11 e seus principais


representantes
Segundo Sudre (2003) e Rochol (2005), em maio de 1991 o grupo de trabalho
do IEEE 802.11 iniciou as atividades de elaboração do documento para a con-
cepção dos padrões a serem adotados em redes locais com a tecnologia sem fio.

Em 1997 ficou pronto o documento intitulado de IEEE 802.11, com mais de


445 páginas e que apresenta pela primeira vez um padrão de redes locais sem
fio que utiliza o protocolo CSMA/CA com taxas de 2 Mbps de velocidade,
técnicas de codificação DSSS e FHSS operando na faixa de frequência de 2,4
GHz e possibilidade de transmissão por radiação infravermelha. Após a publi-
cação deste documento, em 1997, novos padrões da família 802.11 foram
desenvolvidos, os quais podemos destacar os seguintes representantes:

a) IEEE 802.11a (1999) – Este padrão foi desenvolvido na mesma época


que o 802.11b, utiliza a faixa de frequência compreendida entre 5,72 e
5,85 GHz, que a literatura descreve apenas como a frequência de 5 GHz.
Utiliza uma nova técnica de transmissão conhecida como OFDM (Ortho-
gonal Frequency Division Multiplexing) e possui taxas de transmissão de
6 a 54 Mbps;

Aula 4 – O padrão 802.11 e seus principais componentes 45 e-Tec Brasil


b) IEEE 802.11b (1999) – Este padrão refere-se a uma atualização do mé-
todo DSSS do 802.11, oferecendo taxas de transmissão 5,5 e 11 Mbps
transmitindo na banda de 2,4 GHz. Para conseguir essas taxas de trans-
missão foi utilizado um novo esquema de modulação conhecido como
CCK (Complementary Code Keying);

c) IEEE 802.11g (2003) – Este padrão é uma extensão do padrão 802.11b.


Apesar deste modelo inserir um novo modo de transmissão de 22 e 33
Mbit/s e 54 Mbit/s, na faixa de 2,4 GHz utilizando o PBCC (Packet Bina-
ry Convolutional Code) e OFDM, este padrão não é compatível com o
802.11b, pois não utiliza o método DSSS;

d) IEEE 802.11n (2009) – Este padrão teve seu desenvolvimento iniciado em


2004, porém a aprovação final da sua especificação ocorreu em 2009. O
objetivo deste padrão visa o funcionamento de aplicações que requerem
mais banda e mais rapidez. O padrão 802.11n permite velocidades de
150 Mbps (1 antena), 300 Mbps (2 ou 3 antenas) e alguns autores falam
em velocidades de até 600 Mbps em ambiente indoor. Este padrão di-
ferencia-se dos demais, pois além de possuir uma velocidade considera-
velmente maior pode funcionar em frequências de 2,4 GHz ou de 5 GHz
(5,72 a 5,85 GHz). Possui ainda como mudança significativa em relação
aos padrões anteriores a modificação da modulação OFDM, chamada de
MIMO-OFDM (do inglês, Multiple Input, Multiple Output-OFDM). O MI-
MO-OFDM faz agregação de quadros transmitidos em canais múltiplos
na camada MAC. Diferentemente dos padrões 802.11a e 802.11g que
operam apenas com canais de 20 MHz, os canais do 802.11n operam
em canais de faixas de frequência de 40 MHz por canal fazendo dobrar
a taxa de transmissão efetiva.

e) IEEE 802.11e – Padrão que define Qualidade de Serviço (QOS) em redes


de celulares. Nessa proposta é definida uma priorização dos quadros ba-
seada em parâmetros do espaço entre quadros (IFS) e outros parâmetros
deste padrão;

e-Tec Brasil 46 Redes sem fio


f) IEEE 802.11f (2003) – Norma 802.11 que insere novos esquemas de inte-
roperabilidade entre Pontos de Acesso e sistemas de distribuição (DS) en-
DS
tre equipamentos de diferentes fabricantes. Podemos definir ainda como Sistema de Distribuição
de uma rede sem fio
uma espécie de roaming entre pontos de Acesso, de forma semelhante padrão 802.11.
ao que ocorre com o roaming entre as células de transmissão em rede de
um sistema de celulares.

g) IEEE 802.11h – Norma 802.11 que insere esquemas que são essenciais
às redes sem fio de alto desempenho, como a seleção dinâmica de fre-
quência DFS (Dynamic Frequency Selection) e o controle de potência na
transmissão, o conhecido TPC (transmission Power Control).

h) IEEE 802.11i – Esta norma prioriza um modelo de segurança para redes


wireless baseado no protocolo TKIP (Temporal Key Integrity Protocol),
que permite o uso de várias formas de autenticação mútua baseadas em
uma base de dados central. Oferece, ainda, sessões com chave dinâmica,
integridade de mensagens MIC (Message Integrity Check), além do uso
do protocolo de criptografia AES (Advanced Encryption Standard), bem
como o protocolo RC4.

O padrão 802.11 possui outras normas que não serão descritas aqui, ou por
serem menos relevantes ou por estarem sendo desenvolvidas. Estas e outras
normas são desenvolvidas pelo IEEE 802.11 Task Group, que trabalha constan-
temente em novas melhorias no tocante a aspectos como vazão, manutenção
e medida.

Nos últimos anos, o Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica dos Estados


Unidos (IEEE) ampliou as atividades em outras arquiteturas de redes que usam
as frequências do espectro eletromagnético com abrangência local, média e
metropolitana. Podemos destacar nesta ampliação três tecnologias wireless
distintas, a saber: Redes Pessoais ou WPAN (IEEE 802.15), Redes Locais ou
WLANs (IEEE 802.11) e as Redes Metropolitanas WMAN (802.16 e 802.20). O
comparativo de alcance e velocidade pode ser visto na Figura 4.1.

Aula 4 – O padrão 802.11 e seus principais componentes 47 e-Tec Brasil


WWAN
<15 Km
802.20

WMAN
<5 Km
70 Mbits/s
802.16a/e (WiMax)

WLAN
<100 m
802.11a/b/g (Wi-Fi) ~11-54 Mbits/s

WPAN
<10 m
802.15.1 (Bluetooth) ~1 Mbits/s
802.15.3 (UWB)
802.15.4 (Zigbee)

Figura 4.1: Diversas redes que usam a tecnologia sem fio


Fonte: Adaptado de <http://www.google.nl/patents/US7826408>. Acesso em 08 mai. 2014, 22:00:00.

4.2 Equipamentos das redes sem fio – 802.11


Para que ocorra a comunicação entre os diversos componentes de uma rede
sem fio faz-se necessário o uso de um Ponto de Acesso ou AP (do inglês, Acess
Point), que está normalmente ligado a uma rede de cabeamento estruturado
para garantir a conectividade e o acesso à Internet.

Outro equipamento que deve ser usado para garantir o funcionamento da


rede é a placa de rede sem fio, a fim de permitir a transmissão e a recepção
dos sinais da rede sem fio. Estes equipamentos serão apresentados mais de-
talhadamente a seguir.

4.2.1 Placas de rede sem fio – 802.11


As placas de rede, também conhecidas como NIC (do inglês, Network Interface
Card, ou interface de rede), são dispositivos de hardware usados nas estações
(hosts) ou nos dispositivos móveis (tablets, smartphones) e possuem desde
interface embutida (do inglês, built in) até outras, como no caso das placas
com barramentos, PCI, PCI-express, USB.

e-Tec Brasil 48 Redes sem fio


Figura 4.2a: Placa padrão 802.11n com 2 antenas de 300 Mbps
Fonte: Disponível em <http://www.tp-link.com.de/resources/images/products/large/TL-WN881ND-01.jpg>. Acesso em 09
mai. 2014, 22:00:00.

Na Figura 4.2a é apresentada uma placa de rede sem fio com barramento PCI
Express, também conhecido como PCI-e, com duas antenas que permitem o
seu funcionamento com velocidade de 300 Mbps.

Figura 4.2b: Placa padrão 802.11n com 1 antena de 150 Mbps


Fonte: Disponível em <http://www.oficinadosbits.com.br/products/Informacao/Images/11014.jpg>. Acesso em: 09 mai.
2014, 22:00:00.

Já na Figura 4.2b é apresentada uma placa de rede sem fio com barramento


PCI com apenas uma antena, permitindo que esta possa funcionar na veloci-
dade de 150 Mbps.

Aula 4 – O padrão 802.11 e seus principais componentes 49 e-Tec Brasil


Figura 4.2c: interface USB padrão 802.11n com 1 antena de 150 Mbps
Fonte: Disponível em <http://loja.intelbras.com.br/Imagens/produtos/07/4710007/4710007_Ampliada.jpg>. Acesso em:
09 mai. 2014, 23:00:00.

Na Figura 4.2c é mostrada uma interface de rede sem fio para interface USB
com uma antena externa, permitindo que este dispositivo funcione a uma
velocidade de 150 Mbps.

Figura 4.2d: interface USB padrão 802.11n com antena embutida


Fonte: Disponível em <http://loja.intelbras.com.br/Imagens/produtos/06/4710006/4710006_Ampliada.jpg>. Acesso em
09 mai. 2014, 23:00:00.

Já na Figura 4.2d é mostrada uma interface de rede sem fio para interface


USB com antena embutida e que possui velocidade de funcionamento de 300
Mbps, conforme o sítio do fabricante.

As placas de rede que possuem a interface USB (do inglês, Universal Serial Bus)
são instaladas normalmente sem a necessidade de desligar o equipamento, o
que conferem a estas placas a tecnologia PNP (do inglês, Plug and Play).

4.2.2 Pontos de Acesso


Estes equipamentos são responsáveis por permitir o funcionamento da rede
sem fio no modo Infraestrutura, concentrando os acessos das estações e de
outros dispositivos móveis.

e-Tec Brasil 50 Redes sem fio


Os Pontos de Acesso podem trabalhar isoladamente ou em conjunto,
visando garantir o funcionamento de uma rede sem fio com uma área de
cobertura maior.

Figura 4.2e: Ponto de Acesso Intelbras WRN 240 padrão 802.11n com uma antena
Fonte: Disponível em <http://loja.intelbras.com.br/Imagens/produtos/53/4005053/4005053_Ampliada.jpg>. Acesso em:
10 mai. 2014, 06:00:00.

O modelo de Ponto de Acesso apresentado na Figura 4.2e, o Intelbras WRN


240, será utilizado no Capítulo 6 nos exemplos de configuração. Este equi-
pamento por possuir apenas uma antena, permite que a velocidade máxima
conseguida no seu padrão de funcionamento (802.11n) seja de 150 Mbps.
Este equipamento é um tipo de Ponto de Acesso que tem função de roteador.

Roteador
4.2.3 Antenas Equipamento responsável por
enviar e receber informações
Estes dispositivos são utilizados para irradiar os sinais da rede sem fio. Existem entre redes distintas utilizando
diversos modelos de antenas que podem ser de uso interno ou externo e ser a tecnologia TCP/IP.
direcionais (irradiam em uma única direção o sinal), como podem ser omnidi-
recionais (irradiam em um ângulo de 360 graus), ou seja, em todas as direções.

4.2.3.1 Antenas Indoor (de uso interno)


As antenas indoor foram desenvolvidas para uso em ambientes fechados
como escritórios, departamentos, etc. Elas têm como principal característica o
espalhamento do sinal em 360º, ou seja, em todas as direções, e podem ser
apresentadas conforme as Figuras 4.2f e 4.2g. O modelo da Figura 4.2f opera
na faixa de 2,4 a 2,5 GHz e é do tipo omnidirecional de 5 dbi.

Aula 4 – O padrão 802.11 e seus principais componentes 51 e-Tec Brasil


Figura 4.2f: Antena do tipo indoor Omnidirecional
Fonte: Disponível em <http://www.truedata.com.br/2014/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5
fb8d27136e95/t/l/tl-ant2408c-01.jpg>. Acesso em: 10 mai. 2014, 07:00:00.

O modelo da Figura 4.2g opera na faixa de 2,4 GHz, é do tipo direcional de 6


dbi, aumentando o alcance e a potência mediante o direcionamento do sinal.

Figura 4.2g: Antena do tipo indoor Direcional de 6 dbi


Fonte: Disponível em <http://www.extra-imagens.com.br/Control/ArquivoExibir.aspx?IdArquivo=38820006>. Acesso em:
10 mai. 2014, 07:00:00.

e-Tec Brasil 52 Redes sem fio


4.2.3.1 Antenas Outdoor (de uso externo)
As antenas Outdoor foram desenvolvidas para uso em ambientes abertos,
objetivando transmissão do sinal sem fio a distâncias maiores que as antenas
indoor, com a finalidade de fazer uma ligação ponto a ponto entre as inter-
faces de rede envolvidas. Nas Figuras 4.2h e 4.2i são apresentados alguns
modelos de antenas Outdoor com os seus respectivos alcances e velocidades
de transmissão.

Na Figura 4.2h é apresentada uma antena do tipo Outdoor Direcional de 14dbi.


Este equipamento, conforme ficha técnica disponível no sítio do fabricante
TPLINK, possui alcance de até 5 Km à velocidade de 1 Mbps, e velocidade de
54 Mbps numa distância de até 440m.

Figura 4.2h: Antena do tipo Outdoor Direcional de 14 dbi


Fonte: Disponível em <http://www.pcdiga.com/bizizi/img_upload/produtos_1/7011_1.jpg>. Acesso em: 10 mai. 2014,
15:00:00.

Já na Figura 4.2i é apresentada uma antena do tipo Outdoor parabólica de 24


dbi. Este equipamento, conforme ficha técnica disponível no sítio do fabricante
TPLINK, possui alcance de até 56 Km à velocidade de 1 Mbps, e velocidade de
54 Mbps numa distância de até 4,4 Km.

Aula 4 – O padrão 802.11 e seus principais componentes 53 e-Tec Brasil


Figura 4.2i: Antena do tipo Outdoor Parabólica de Grade de 24 dbi
Fonte: Disponível em <http://www.pcdiga.com/bizizi/img_upload/produtos_1/7016_1.jpg>. Acesso em: 10 mai. 2014,
15:00:00.

4.2.4 Cabos Coaxiais


Os cabos coaxias são utilizados para fazer a interligação entre a antena externa
e a placa ou Ponto de Acesso com tecnologia sem fio. Este cabo é estruturado
conforme a Figura 4.2j.

CONDUTOR CENTRAL
Aço cobreado Copperweld ®
ou fio de cobre duro

BLINDAGEM PRIMÁRIA
Fila de alumínio + poliéster

BLINDAGEM
SECUNDÁRIA
Trança em fios
de cobre estanhado

DIELÉTRICO
Polietileno celular

CAPA
PVC flexível não
propagante à chama

Figura 4.2j: Estruturação de um Cabo coaxial


Fonte: Adaptado de <http://www.aclinformatica.com/product_images/a/444/cabo_rgc58__62137_zoom.jpg>. Acesso
em: 10 mai. 2014,16:00:00.

e-Tec Brasil 54 Redes sem fio


Existe um cabo coaxial especialmente confeccionado para a ligação entre a
placa de rede sem fio ou Ponto de Acesso e este cabo é denominado de pig-
-tail. O mesmo encontra-se ilustrado na Figura 4.2k.

Figura 4.2k: cabo coaxial do tipo pig-tail


Fonte: Disponível em <http://mlb-s2-p.mlstatic.com/cabo-pig-tail-10-metros-12946-MLB20069335379_032014-F.jpg>.
Acesso em 10 mai. 2014, 16:00:00.

Os cabos coaxias são utilizados para a interligação entre a antena, e o Ponto


de Acesso ou a placa de rede sem fio, pois os mesmos possuem a proteção
necessária (obtida por meio de sua perfeita estrutura de blindagem), o que
permite a ocorrência de interferências e vazamentos de corrente elétrica.

1. Descreva, de forma sucinta, quais são os principais representantes de


rede sem fio do padrão 802.11.

2. Fale sobre as principais interfaces existentes nas placas de redes sem fio.

3. Quais são os principais representantes do padrão 802.11 que podem ser


encontrados nos Pontos de Acesso comercializados em sua cidade?

4. Qual a importância de conhecer os principais padrões de antenas existen-


tes para os equipamentos de redes sem fio?

Resumo
Você estudou nesta aula as principais tecnologias de rede sem fio, no tocante
aos principais representantes do padrão 802.11. Estudou também os principais
componentes que compõem a rede sem fio, como as placas de rede, Pontos de
Acesso, antenas e cabos coaxiais para a interligação entre a antena e a placa de
rede, ou o Ponto de Acesso, garantindo com isso um melhor aproveitamento
destas tecnologias.

Aula 4 – O padrão 802.11 e seus principais componentes 55 e-Tec Brasil


Atividades de aprendizagem

Agora, você vai avaliar o quanto aprendeu. Retome a aula, veja os passos
estudados e responda às questões:

1. Identifique e descreva quais os principais padrões de rede sem fio que


atualmente estão sendo utilizados tanto indoor como outdoor.

2. Por que uma placa de rede ou Ponto de Acesso do padrão 802.11n fun-
ciona mais rapidamente quando usa duas ou três antenas, se comparado
ao equipamento que usa apenas uma antena?

3. Em uma situação em que precisa-se transmitir entre duas redes com


uma distância de 4Km a uma velocidade de no mínimo 50 Mbps,
qual será a melhor estratégia para solucionar este problema utilizando
antenas indoor ou outdoor, do tipo direcional simples ou parabólica
em grade, com quantos dbi de sinal no mínimo serão necessários?
Justifique sua resposta.

e-Tec Brasil 56 Redes sem fio


Aula 5 – Aspectos de controle de acesso
e segurança em redes sem fio

Objetivos

Descrever como funciona o controle de acesso baseado em filtros


de endereços;

Definir o que é criptografia e qual a sua importância;

Explicar como os principais algoritmos usados nos equipamentos


de redes sem fios podem ser utilizados para criptografar os dados
transitados;

Descrever como é feita a configuração dos controles baseado em


filtros de endereços e dos algoritmos criptográficos mais comu-
mente usados.

5.1 A importância da segurança em uma


rede sem fio
Segundo Veloso (2002), a segurança tecnológica desenvolveu-se juntamente
com a evolução e a estruturação social. Por sua vez, esse desenvolvimento
promoveu a necessidade de se ocultar informações. Os segredos contidos nas
informações podem variar desde informações familiares, pessoais, religiosas,
militares ou governamentais.

Assim, como é importante guardar o sigilo destes segredos para quem os


possui, existe também o desejo de decifrá-los por outras pessoas, envolvidas
ou não, que tenham interesses no acesso das informações originais contidas
na mensagem codificada ou cifrada.

Com o avanço da tecnologia da informação cada vez mais amplo e veloz, o


poder da comunicação digital e das redes de computadores faz necessária a
utilização de mecanismos que permitam a confidencialidade das informações,
ou dificultem bastante que pessoas não autorizadas tenham acesso ao sistema
ou mesmo aos mecanismos de decodificação das mensagens transmitidas.

Aula 5 – Aspectos de controle de acesso e segurança em redes sem fio 57 e-Tec Brasil


Neste contexto, a disponibilidade de acesso, a transmissão, a qualidade e o
controle da informação ganham uma importância estratégica, tanto para a
sociedade quanto para as empresas e para os governos.

5.2 Entendendo o que é Criptografia


Conforme Trinta (1998), a criptografia tem origem na Grécia e significa a arte
de escrever os códigos de forma a esconder a informação original em um texto
incompreensível.

O processo criptográfico é feito mediante a codificação da informação em


um texto cifrado, processo este denominado de cifragem, e quando fazemos
o processo inverso de forma a fazer a mensagem incompreensível tornar-se
novamente compreensível fizemos uma decifragem.

Esses processos criptográficos são realizados mediante programas de compu-


tador que possuem algoritmos como WEP, WPA, RSA, AES, DES, 3DES, etc. Na
Figura 5.1 mostramos um exemplo simples de cifragem e decifragem.

Mensagem Cifragem Mensagem Decifragem Mensagem


Original Cifrada Original

Figura 5.1: Um exemplo simples de cifragem e decifragem


Fonte: Adaptado de <http://biblioo.info/wp-content/uploads/2012/11/Certifica%C3%A7ao-digital-1-1024x460.png>.
Acesso em 05 mai. 2014.

Nos equipamentos de rede sem fio, como os Pontos de Acesso, são normal-
mente utilizados os algoritmos criptográficos WEP e WPA. Segundo DEMAR-
TINI (2013), o algoritmo WEP (do inglês, Wired Equivalent Privacy) foi criado
em 1999, sendo o mais popular dos algoritmos usados nas WLANs.

e-Tec Brasil 58 Redes sem fio


No entanto, esta popularidade tornou-o mais sujeito a falhas de segurança e
interceptação de dados. Esta insegurança foi causada porque seu mecanismo
de cifragem usou um sistema de codificação de 128 bits, com chave fixa, sendo
possível em menos de 24 horas descobrir as senhas usadas pelos participantes
da comunicação em uma rede que usa este algoritmo. Este padrão foi descon-
tinuado pela indústria em 2004 e substituído pelo padrão WPA.

O algoritmo WPA (do inglês, Wi-Fi Protected Access) foi o sucessor do WEP,
sendo adotado pela indústria a partir de 2003. Possui cifragem de 256 bits,
o que permite uma segurança superior ao WEP. No entanto, por ser o WPA
compatível com WEP com o objetivo de tornar os equipamentos mais antigos
utilizáveis, houve um aproveitamento de uma série de elementos e recursos,
o que trouxe certa insegurança a este algoritmo.

Visando garantir uma maior confiabilidade que o WPA, em 2006 foi desen-
volvido o algoritmo sucessor chamado de WPA2 (do inglês, Wi-Fi Protected
Acces II), sendo o mais seguro algoritmo atualmente utilizado para uso de
chaves baseadas em senhas. Neste algoritmo existe a possibilidade de uso
de mais de um sistema de cifragem, podendo ser utilizados os algoritmos
conhecidos como AES, RC5 e CCMP, além de possuir um recurso de cifragem
de até 256 bits.

5.2 O controle do acesso com base nos


endereços físicos
O controle de acesso em uma rede sem fios pode ser feito através de cripto-
grafia ou via controle dos endereços de redes.

Nesta seção detalharemos como isto é feito, baseado no endereço físico da


placa de rede conhecido como endereço MAC. Este endereço encontra-se
presente em toda placa de rede e pode ser recuperado no sistema operacional
Windows XP/7/8, utilizando o prompt de comando no menu executar à cmd
à ipconfig /all. A execução deste procedimento é mostrada na Figura 5.2a.
Em um sistema operacional do tipo Linux é utilizado o comando ifconfig, como
mostrado na Figura 5.2b.

Aula 5 – Aspectos de controle de acesso e segurança em redes sem fio 59 e-Tec Brasil


Figura 5.2a: Identificação do endereço de rede em uma máquina Windows 7 com o
comando ipconfig
Fonte: Elaborada pelo autor

Na Figura 5.2a, após a execução do comando ipconfig / all, podemos identifi-


car pelas áreas demarcadas por retângulos dois endereços MACs compostos
por duas sequências hexadecimais, uma representando o endereço da placa
Ethernet (rede do cabeamento estruturado) e a outra da interface wireless
(interesse deste curso) com endereço MAC. Lembramos que apenas a interface
da placa da rede wireless que está conectada recebeu o endereço IP de rede
do Ponto de Acesso, pois esta foi previamente cadastrada para ter acesso à
rede, conforme é mostrado na Figura 5.2c.

e-Tec Brasil 60 Redes sem fio


Figura 5.2b: Identificação do endereço de rede em uma máquina Linux com o
comando ifconfig
Fonte: Elaborada pelo autor

Na Figura 5.2b foi feita a identificação do endereço de rede pelo comando


do Linux ifconfig. Feitas estas identificações, seja no Windows ou no Linux, o
próximo passo é cadastrar estes endereços na interface de gerenciamento do
Ponto de Acesso. Nos nossos exemplos utilizaremos um Ponto de Acesso do
fabricante Intelbras modelo WRN 240. Existem outros fabricantes de Ponto de
Acesso e roteadores sem fio tais como: Linksys (cisco), DLINK, 3COM, TPLINK,
etc, sendo os fabricantes Intelbras, DLINK, Linksys e 3COM os mais comumente
encontrados no mercado brasileiro.

Concluída a identificação dos endereços físicos, com o usuário admin e sua


senha, sendo a senha pré-gravada nos roteadores normalmente identificada
também pela palavra admin. Após feita a identificação do login e da senha
com a palavra admin, o próximo passo é fazer o cadastro dos endereços,
escolhendo-se a opção Wireless à Filtro de MAC, clicamos na opção

Aula 5 – Aspectos de controle de acesso e segurança em redes sem fio 61 e-Tec Brasil


adicionar e inserimos o endereço físico a ser controlado, definindo a política
de controle do equipamento, se desejamos Permitir ou Negar o acesso das
máquinas à Internet nos endereços os quais foram cadastrados.

Figura 5.2c: Tela do Ponto de Acesso, onde são informados os endereços físicos que
serão identificados e liberados para terem acesso à rede e à Internet
Fonte: Elaborada pelo autor

Esta metodologia torna a velocidade da rede maior, quando comparada à


metodologia dos algoritmos WEP e WPA, que comentaremos a seguir, tendo
em vista que o equipamento não precisa codificar (cifrar) os pacotes quando
os envia, e não precisa decodificar (decifrar), como acontece quando usamos
algoritmos criptográficos WEP ou WPA. No entanto, a metodologia baseada
no controle de endereços físicos é mais trabalhosa para gerenciar e limita a
quantidade de endereços físicos prevista pelo fabricante naquele modelo de
Ponto de Acesso.

e-Tec Brasil 62 Redes sem fio


5.3 Controle de acesso com base em
chaves (Criptografia)
O controle de acesso baseado em chaves criptográficas pode tanto fazer uso
Hardware específico
de senhas quanto de algoritmos como o WEP ou WPA, ou por elementos na Nome dado a uma ativo de rede
que tem por finalidade imple-
rede conhecidos como equipamentos autenticadores, sejam em hardware mentar um serviço específico
específico ou utilizando máquinas que executam serviços de redes como como servidor de arquivos, ou
servidor de DHCP, ou servidor
RADIUS em Ambientes dos Sistemas Operacionais Windows ou Linux. de certificação digital. (PIN-
HEIRO, 2014)

Na Figura 5.3 é apresentada a tela de configuração do Ponto de Acesso In- RADIUS


telbras modelo WIN 240 para as configurações de criptografia, onde faz-se RADIUS é um serviço de rede
que funciona na camada de
necessário o acesso à seção Wireless à Segurança, e onde devem ser infor- aplicação, e utiliza como proto-
colo da camada de transporte
mados nos campos mostrados as chaves de criptografia a serem utilizadas. UDP. Este serviço é utilizado
tanto em Servidores de Acesso
Remoto (RAS), quanto em ser-
Pode-se também informar neste roteador uma chave WPA de 256 bits que vidores de VPN, e normalmente
pode usar como algoritmo criptográfico AES ou outro que estiver implemen- em todos os equipamentos
que funcionam com gateway
tado no Ponto de Acesso (isto vai depender de fabricante para fabricante). de rede e possuem a função
de autenticação. (RODRIGUES,
2013)

AES
Algoritmo que substituiu o
algoritmo 3DES por ser mais
veloz e mais seguro, além de ter
como atributos a flexibilidade e
o bom desempenho. (MATHIAS,
2005)

Figura 5.3: Tela do Ponto de Acesso, onde são configuradas as chaves (senhas) ou
outro mecanismo de autenticação com uso de criptografia.
Fonte: Elaborada pelo autor

Aula 5 – Aspectos de controle de acesso e segurança em redes sem fio 63 e-Tec Brasil


As chaves criptográficas podem ser classificadas de forma geral em dois gran-
des grupos:

a) Chaves simétricas: Os algoritmos que estão neste grupo utilizam uma


mesma sequência de caracteres, a denominada chave, tanto pode cifrar
quanto decifrar os dados. São exemplos de algoritmos de chaves simétri-
cas: AES, Twofish, Blowfish, RC4, 3DES, IDEA;

b) Chaves assimétricas: Os algoritmos assimétricos se diferenciam dos si-


métricos por utilizar uma chave para cifrar, denominada chave privada e
uma outra para decifrar denominada de chave pública, por isso o nome
de criptografia assimétrica (uma chave para cifrar e outra para decifrar);

1. Descreva, de forma sucinta, como é feita a filtragem de endereços físicos


em um Ponto de Acesso.

2. Quais são os principais algoritmos utilizados quando é feito uso de cha-


ves criptográficas? E qual deles seria o mais indicado para garantir uma
melhor segurança na rede sem fio?

3. O que faz o protocolo RADIUS?

Resumo

Você estudou nesta aula os principais controles de acesso que podem ser
utilizados em uma rede sem fio. Foi estudado também como recuperar e in-
serir os endereços físicos no Ponto de Acesso, bem como utilizar os principais
algoritmos para criptografia com o uso de chaves, os algoritmos WEP e WPA
e suas especificidades técnicas.

e-Tec Brasil 64 Redes sem fio


Atividades de aprendizagem

Agora, você vai avaliar o quanto aprendeu. Retome a aula, veja os passos
estudados e responda às questões:

1. Por que é tão importante o uso do controle de endereços físicos ou con-


trole por chaves numa rede sem fio?

2. Como fazemos a coleta dos endereços físicos numa máquina Linux e


numa Windows? Explique sua resposta detalhadamente.

3. Qual a vantagem que você percebe no uso da metodologia de chaves


públicas se comparada à metodologia de chaves privadas? Explique.

Aula 5 – Aspectos de controle de acesso e segurança em redes sem fio 65 e-Tec Brasil


Aula 6 – Configurando um Ponto de Acesso
em uma rede sem fio

Objetivos

Descrever quais são os principais componentes de um Ponto de


Acesso de rede sem fio;
Ponto de Acesso
Ponto de Acesso, ou Acess Point,
em inglês ou sua abreviação AP
Identificar quais são as principais opções e menus que precisam ser - É o equipamento que em uma
configurados em um Ponto de Acesso; rede sem fio tem por finalidade
fazer a interconexão entre todos
os dispositivos móveis tais
Listar os principais serviços que um Ponto de Acesso pode fornecer. como: tablet, notebooks, net-
books, smartphones e impres-
soras sem fio. Normalmente é
conectado a uma rede cabeada
funcionando como Ponto de
6.1 Entendo a anatomia de um Acesso para outra rede, como
por exemplo a Internet.
Ponto de Acesso
Cada fabricante de equipamento de rede sem fio tem a sua própria forma
de implementação tanto no que tange aos recursos de hardware quanto aos
recursos de software, implementado normalmente com os recursos em menus.
No exemplo, especificamente, será apresentado o roteador Intelbras modelo
WRN 240, que segundo o fabricante Intelbras (2011), possui as seguintes
características gerais:

• Suporte aos padrões de rede sem fio 802.11 b/g/n;

• Suporte aos padrões Ethernet (802.3), e Fast Ethernet (802.3u);

• Suporte aos protocolos CSMA/CA (Wireless), CSMA/CD (Ethernet);

• Possui 04 portas Fast Ethernet na LAN (10/100) e 01 porta WAN (10/100);

• Suporte aos protocolos TCP/IP, ICMP, NAT, PPPoE, DHCP, UDP;

• Funciona na faixa de frequência de 2,4 Ghz (2.4 a 2.48 GHz);

Aula 6 – Configurando um Ponto de Acesso em uma rede sem fio 67 e-Tec Brasil


• Funciona a taxas de transferência de 150, 144, 135, 120, 90, 81, 60, 30
Mbps (automático);

• Funciona no padrão 802.11n em uma faixa de 20 MHz com taxa máxima


de 65 Mbps.

• Funciona no padrão 802.11n em uma faixa de 40 MHz com taxa máxima


de 150 Mbps (com o uso de uma antena);

• Funciona em modo compatibilidade no padrão 802.11g da velocidade


de 54/48/36/24/18/12/9/6 Mbps;

• Funciona em modo compatibilidade no padrão 802.11b: 11/5,5/3/2/1


Mbps;

• Pode utilizar os canais de 1 a 13 (padrão brasileiro), estando por padrão


configurado no canal 11;

• Pode utilizar Segurança WEP 64/128/152-bits, ou WPA-PSK/WPA2-PSK;

• Pode funcionar nos modos: Ponto de Acesso, Cliente AP, ou Ponte;

• Funciona com as modulações DSS, BPSK, QPSK, CCK e OFDM;

• Pode transmitir dependendo das condições de ambiente e dos obstáculos:

a) Em ambientes internos até 100 m;

b) Em ambientes externos até 300 m;

• Possui potência de 20 dBm a 150 Mbps, e potência de 100 mW em uma


antena removível;

• Possui fonte de alimentação com entrada: 100-240 VAC, e saída: 9 VDC.

e-Tec Brasil 68 Redes sem fio


Internet

Porta
P rta
ta W
WAN
WA Antena
na
IFI
WIFI

Portas LAN

Figura 6.1: Esquema simplificado de ligação do roteador e Ponto de Acesso Intelbras


WRN 240
Fonte: Elaborado pelo autor

6.2 Acessando o roteador / Ponto de


Acesso via WEB
A maioria dos equipamentos de rede sem fio / Ponto de Acesso tem sua
configuração (parametrização) feita através de uma interface WEB que pode
ser acessada mediante o uso de um navegador WEB. Primeiramente é feita
a conexão, como mostrada na Figura 6.2a abaixo, na rede identificada como
Intelbras pelo seu SSID.

Figura 6.2a: Identificação do Ponto de Acesso pelo SSID Intelbras, e conexão ao mesmo
Fonte: Elaborado pelo autor

Aula 6 – Configurando um Ponto de Acesso em uma rede sem fio 69 e-Tec Brasil


Após fazer a conexão ao Ponto de Acesso identificado por Intelbras é neces-
sário o conhecimento de qual número IP foi atribuído à interface de gerencia-
mento do equipamento. No nosso caso, o equipamento Intelbras WRN 240
possui como IP de acesso padrão, informado no manual do fabricante que
acompanha o equipamento, o IP 10.0.0.1.

O acesso ao equipamento é feito mediante a digitação na tela do navegador do


IP 10.0.0.1. Após feita a conexão com o Ponto de Acesso ocorre a solicitação
de login: admin, e a senha: ******* (admin) como é mostrado na Figura 6.2b.

Figura 6.2b: Autenticação do usuário admin no Ponto de Acesso identificado


como Intelbras
Fonte: Elaborado pelo autor

e-Tec Brasil 70 Redes sem fio


6.3 Acessando o roteador os primeiros
passos
Após realizar a autenticação, como podemos observar na Figura 6.2b, o Ponto
de Acesso exibe o status geral de configuração como é mostrado na Figura 6.3a.

Figura 6.3a: Tela de Status – Exibição da configuração sucinta do Ponto de Acesso


Fonte: Elaborado pelo autor

A próxima operação que devemos fazer no Ponto de Acesso é a troca de


senha, tendo em vista que o AP está no ar, e que certamente está acessível
a outros equipamentos e usuários além de você, os quais podem desejar ter
acesso a este equipamento de rede sem fio. A troca de senha é obtida no menu
Sistema à Senha, conforme é mostrado na Figura 6.3b.

Aula 6 – Configurando um Ponto de Acesso em uma rede sem fio 71 e-Tec Brasil


Figura 6.3b: Tela de Troca de Senha
Fonte: Elaborado pelo autor

Após a troca de senha ocorrer com sucesso, o próximo passo é verificar se o


roteador está operando em modo AP roteador, que é o modo desejável, pois
o equipamento estará pronto para uso como um equipamento de conexão de
clientes WLANs (notebooks, tablets e smartphones, por exemplo) em modo
Infraestrutura.

O outro modo de funcionamento deste roteador é o Cliente AP Roteador


(Modo WISP), nesta modalidade o equipamento comporta-se como um ga-
teway para outro roteador, e a função de roteador é adicionada permitindo
que ele faça a perfeita conexão entre WLANs dos APs envolvidos e a LAN das
máquinas do lado da Ethernet LAN. Este modo de operação é exemplificado
na Figura 6.3c.

e-Tec Brasil 72 Redes sem fio


WISP M
Modo
d PC
Access Point Outdoor Cliente

Figura 6.3c: Modo de operação WISP


Fonte: Adaptado de <http://www.rightsoftcorp.com/UserFiles/Image/rightsoft-wireless-access-point-02.jpg>. Acesso em:
10 junho. 2014.

6.4 Configurando a rede do


Ponto de Acesso
Após a troca da senha e a ativação do Ponto de Acesso no modo AP é feita a
configuração da rede do equipamento. Por default (padrão), o equipamento
é configurado para a rede 10.0.0.0/24 com o IP atribuído à interface LAN (o
IP 10.0.0.1), conforme é mostrado na Figura 6.4a:

Figura 6.4a: Tela da atribuição da faixa de IPs da Interface WAN do AP


Fonte: Elaborado pelo autor

Aula 6 – Configurando um Ponto de Acesso em uma rede sem fio 73 e-Tec Brasil


6.5 Configurando a Interface Wireless e o
serviço de DHCP
Após serem feitas as operações na opção Rede do Ponto de Acesso. O próximo
passo é configurar as opções Wireless e DHCP do AP Intelbras WRN 240.

Se houver a vontade de trocar o nome da identificação da Rede sem fio, o cam-


po que deve ser alterado é o SSID de INTELBRAS, como para WIFI_do_Carlos,
conforme é mostrado na Figura 6.5a:

Figura 6.5a: Mudança do nome da rede sem fio pela troca das informações no campo SSID
Fonte: Elaborado pelo autor

O próximo passo é a configuração da faixa de IPs que deverá ser atribuída


às máquinas que forem autorizadas a ter acesso ao AP, seja pelo controle do
endereço MAC, seja pelo uso de uma chave criptográfica. Um exemplo de faixa
de endereços atribuída é apresentado na Figura 6.5b:

e-Tec Brasil 74 Redes sem fio


Figura 6.5b: Definição da faixa de endereço que será atribuída automaticamente
pelo serviço de DHCP do Ponto de Acesso
Fonte: Elaborado pelo autor

Uma das importantes etapas do processo de configuração de um AP é deno-


minada de controle de acesso, que pode ser feita com o controle de endereços
de redes, ou endereços MAC, ou por chave criptográfica. No exemplo da
Figura 6.5c será apresentado o controle de endereços MAC. Existem muitas
configurações que podem ser feitas em um Ponto de Acesso, e estas serão
naturalmente entendidas e aprendidas com a utilização e a prática.

Aula 6 – Configurando um Ponto de Acesso em uma rede sem fio 75 e-Tec Brasil


Figura 6.5c: Controle de acesso feito pelo gerenciamento dos endereços MAC
Fonte: Elaborado pelo autor

Os pontos de acesso podem ter as seguintes características quanto às suas


frequências de transmissão, número de antenas e velocidades:

a) Frequências: Desde 2,4 Ghz (padrões 802.11 b / g /n, utilizando com


velocidades variando desde 11 Mbps (802.11), 802.11g (55 Mbps) até
300 Mbps (802.11n com o uso de duas ou mais antenas), e o padrão
802.11a (5 GHz);

b) Número de antenas: Os APs devem possuir ao menos uma antena, o


que permite a velocidade de 11 Mbps (802.11b), 802.11 a / g (55 Mbps)
e 150 Mbps (802.11n). E no caso de duas ou mais antenas no padrão
802.11n (300 Mbps);

c) Velocidades: As velocidades dos APs estão diretamente relacionadas à


evolução dos equipamentos 802.11b (11 Mbps), 802.11 a / g (55 Mbps),
802.11n (300 Mbps – quando do uso de duas ou mais antenas).

e-Tec Brasil 76 Redes sem fio


1. Descreva de forma sucinta como é feita a interligação física do Ponto de
Acesso (AP) com o modem que está ligado à Internet, para que haja a
distribuição da Internet em uma rede sem fio.

2. Quais são os passos necessários para que possamos nos conectar ao Pon-
to de Acesso e comecemos a configurá-lo?

3. O que representa a conta admin em um equipamento do tipo Ponto de


Acesso (AP)?

Resumo

Você estudou nesta aula que existem diferenças entre os diversos Pontos
de Acesso (APs), mas que todos eles possuem uma conta de administrador
denominada de admin. A navegação de um Ponto de Acesso normalmente
é realizada por Menus através de aplicativos de navegação como Firefox, In-
ternet Explorer ou Google Chrome, e que podem ser feitas configurações nos
endereços IPs, filtragem por MAC e controle por chave de acesso, bem como
muitas outras operações, que podem ser diferentes dependendo do fabricante
e do modelo específico.

Atividades de aprendizagem

Agora, você vai avaliar o quanto aprendeu. Retome a aula, veja os passos
estudados e responda às questões:

1. Por que é tão importante o uso do controle de endereços físicos ou con-


trole por chaves numa rede sem fio nos equipamentos denominados
Pontos de Acesso (APs)?

2. Em sua opinião, descreva sucintamente que passos são necessários para


que tenhamos uma configuração mínima e funcional para o Ponto de
Acesso, conforme o que foi apresentado neste documento, para que se
possa ter minimamente uma rede sem fio doméstica.

Aula 6 – Configurando um Ponto de Acesso em uma rede sem fio 77 e-Tec Brasil


Palavras finais

Prezado(a) cursista, parabéns por ter chegado até aqui. Isto significa que você
teve resiliência, empenho e persistência. Este é mais um caminho para o seu
sucesso profissional, mas não é o último, este conhecimento de Rede sem Fio
será essencial para utilização da disciplina de Projeto de Redes, última disciplina
no Módulo II – Módulo de Redes, e no seu dia a dia profissional. Acredite
sempre em sua competência. Nunca desista dos seus sonhos. Busque sempre
mais conhecimentos e sabedoria e o sucesso virá naturalmente até você!

e-Tec Brasil 78 Redes sem fio


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Edição. AXCEL BOOKS.

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e-Tec Brasil 80 Redes sem fio


Currículo do Professor-autor

Carlos Henrique Grilo Diniz é Mestre em Redes de Computadores e Sistemas


Distribuídos pelo Departamento de Informática e Matemática Aplicada da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DIMAP / UFRN).

Graduado em Ciências da Computação pelo Departamento de Informática e


Matemática Aplicada (DIMAP / UFRN).

Atuou como bolsista do CNPq de Desenvolvimento Tecnológico Institucional na


modalidade 7G, na Secretaria de Indústria, Comércio, e Ciência e Tecnologia
do Estado do Rio Grande do Norte.

Atualmente é professor desde junho/1998 no Campus Jundiaí pertencente à


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde ministra as disciplinas de
Redes de Computadores, Sistemas Operacionais, Fundamentos da Computa-
ção, Banco de Dados e Empreendedorismo.

O link para acessar o seu currículo Lattes é <http://plsql1.cnpq.br/buscao-


peracional/detalhepesq.jsp?pesq=0338090957031219>

Currículo do Professor-autor 81 e-Tec Brasil


Técnico em Informática
Carlos Henrique Grilo Diniz

Redes sem fio

ISBN 978-85-425-0289-3

Fundo Nacional
de Desenvolvimento
da Educação
9 788542 502893

Capa_Redes_sem_fio.indd 1 10/10/14 14:23

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