Hidromar 92 Edicao Especial (Pagina 13) - IH

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Boletim do Instituto Hidrográfico N.

º 92, II Série, Edição Especial 2006

Hidromar
INSTITUTO HIDROGRÁFICO
LANÇA NOVAS PUBLICAÇÕES

EM D E S TA Q U E

• CONHEÇA O ROTEIRO Pág. 3

• MANUAL DE RECREIO… A TEORIA Pág. 6

• REDE DE MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL Pág. 10

• GALILEO Pág. 17

• PRINT-ON-DEMAND Pág. 21
3 6 7
• O IH ao serviço do Navegante Manual para a Navegação O nosso Instituto
• Roteiro da Costa de Portugal de Recreio
– Do Cabo Carvoeiro
ao Cabo de São Vicente

8 9 10
Estudamos um só Oceano Loja do Navegante Rede de Monitorização Ambiental

11 12 13
Sistemas e Equipamentos Todo o cuidado é pouco Navegue… mas em segurança
Instituto Hidrográfico • DESENHAMOS O SEU CAMINHO

Técnico-científicos

14 15 16
• Emergência médica no mar Pé-de-Piloto: Alterações ao Regulamento Inter-
• Pensamos em si, zelando pela sua nacional para Evitar Abalroamentos
Uma questão de segurança
no Mar
segurança

17 18 19
Galileo Correcções às Cartas Náuticas • A Internete ao serviço do nave-
Oficiais (CNO) e Publicações gante
Náuticas Oficiais (PNO) • Catálogo Mundial de CENO

20 21 22
Documentos Náuticos Oficiais Impressão de Cartas Náuticas a A importância das praias
(DNO): Ser ou não ser pedido – Print-on-demand

23 24 25
O IH desenvolve estudos Sedimentos Superficiais da Plata- Laboratório de Química virado
de geologia marinha aplicada às forma Continental Portuguesa para o mar
energias renováveis – Cabo da Roca ao Cabo de Sines

26 27 28
A Maré Cuidado ao «ser sugado para o Sob(re) o mar – Navios hidrográfi-
outside» cos

30 31
• Levar as ciências do mar além Onde estou e para onde vou?
fronteiras
• Biblioteca científica on-line

Boletim do Instituto Hidrográfico N.º 92, II Série, Edição Especial 2006


TÍTULO HIDROMAR – Boletim do Instituto Hidrográfico (IH)

Hidromar
MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MARINHA
NÚMERO

REDACÇÃO E COORDENAÇÃO

FOTOGRAFIA
92, II Série, Edição Especial 2006
Paula Mourato email: [email protected]
Gabinete de Multimédia, Serviço de Informação e Relações Públicas
(Gabinete CEMA)
DESIGN GRÁFICO Jorge Tavares
INSTITUTO HIDROGRÁFICO
Rua das Trinas, 49 – 1249-093 LISBOA • PORTUGAL EXECUÇÃO GRÁFICA Serviço de Artes Gráficas
Telefone +351 210 943 000 TIRAGEM 5000 exemplares
Fax +351 210 943 299 DEPÓSITO LEGAL 98579/96
e-mail [email protected]
Website www.hidrografico.pt ISSN 0873-3856

2 Hidromar – Edição Especial 2006


O IH ao serviço ROTEIRO DA COSTA DE PORTUGAL
– PORTUGAL CONTINENTAL
do Navegante
Do Cabo Carvoeiro
ao Cabo de São Vicente

O IH publica o Roteiro da Costa de Portu-

• DO SEU DESTINO
gal – Portugal Continental – Do Cabo
Carvoeiro ao Cabo de São Vicente

O
filósofo Séneca terá dito um dia que enquanto o Homem

D
esde há décadas que, em Portugal, o Instituto
não souber para que porto quer ir, nenhum vento será
Hidrográfico dedica grande parte dos seus recur- o vento certo.
sos humanos e técnicos à produção e actuali- Desde os idos da antiguidade, o acto de navegar mar aden-
zação de documentos náuticos da maior valia para utili- tro esteve quase sempre associado a uma atitude filosófica de
zação da comunidade marítima, com benefícios na coragem, determinação e sobretudo resignação a factores inde-

• PROCURAMOS
pendentes da vontade ou capacidade humanas, tais como o
segurança da navegação.
vento ou a agitação marítima.

Instituto Hidrográfico
Além das marinhas militares, mercante e de pesca,
Na actualidade essa abordagem foi-se alterando para um
a de recreio tem representado um crescente e cada vez nível em que o pensamento filosófico de outrora cedeu lugar
mais importante sector, a que nos dirigimos com uma a uma aproximação cada vez mais científica e metódica ao acto
particular atenção, ajustando os documentos náuticos à de navegar.
medida das necessidades e da exigente procura, respei- Vencendo receios, criando as condições, o Homem cedeu
ao fascínio dos oceanos, e iniciou em tempos imemoráveis a
tando sempre os requisitos internacionais a que devem
sua aventura marítima que ainda hoje decorre. Ao longo desta
satisfazer os produtos oficiais.
jornada intemporal tornou-se navegante, mais tarde navega-

Instituto Hidrográfico
Na edição de 2006 da Nauticampo, a que associa- dor.
mos este Hidromar Especial, procuramos estar ainda mais Durante o curso deste processo foi desenvolvendo técni-
próximo dos que andam ou se interessam pelo mar, e cas, inventando instrumentos, criando equipamentos e siste-
assim divulgar a nossa gama de produtos e de serviços mas, adquirindo perícias e aumentando o conhecimento do
mar, de forma científica, metódica e deliberada.
nas áreas de navegação, de hidrografia, de oceanogra-
Das ancestrais crónicas e relatos de viagens quinhentistas
fia, de geologia marinha, de química e poluição do meio
até aos Roteiros de hoje, decorreu um longo processo, ao longo
marinho e de sistemas de informação ou dados do do qual se foram alterando formas e conteúdos, mantendo no
ambiente marinho. entanto o objectivo nuclear de conseguir reunir num único docu-
Durante o certame lançaremos novas edições do mento toda a informação entretanto obtida sobre determinado
Roteiro para a Navegação de Recreio (versão em inglês), lugar ou sobre a forma mais segura de lá chegar.
Desde cedo, logo no início da epopeia dos Descobrimen-
do Vol. II do Roteiro da Costa de Portugal (do Cabo
tos, foi percebida a importância estratégica do conhecimento
Carvoeiro ao Cabo de S. Vicente) e do Manual para a
náutico entretanto obtido e a dicotomia a ele associada. Por
Navegação de Recreio. Também promoveremos tertú- um lado importava controlar o acesso à informação, mantendo-
lias de navegação, nas quais poderão os navegantes e a o mais secreta e reservada possível, em sentido contrário, era
curiosos associar-se para a discussão de temas como sejam vital cuidar da sua célere e pronta disseminação pelos agen-
as «publicações náuticas oficiais», os «avisos aos nave- tes do estado de forma a tomar decisões que afectavam o pode-
rio do estado e a segurança dos seus capitães, navios e bens.
gantes» ou o «planeamento de viagem».
Passados vão os tempos em que essa informação era consi-
Apraz-me ainda anunciar a criação e lançamento da
derada segredo de estado, manuseada como tal e a sua divul-
«Loja do Navegante», que espero venha a corresponder gação feita quantas vezes de viva-voz, de um capitão para outro,
a uma mais eficiente divulgação e distribuição ou venda, amiúde por decreto real.
dos nossos produtos, aos utilizadores e revendedores auto- Actualmente os Estados reconhecem a importância quase
rizados. vital de disseminar pela comunidade náutica da forma mais
estruturada e dinâmica possível, toda a informação dispo-
Votos de boa e segura navegação!
nível acerca das suas costas ou facilidades portuárias, poten-
VICE-ALMIRANTE JOSÉ AUGUSTO DE BRITO ciando a sua utilização de uma forma cada vez mais segura
DIRECTOR-GERAL DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO e eficiente.

Hidromar – Edição Especial 2006 3


Aos Institutos Hidrográficos dos Estados é cometida a que se traduz numa abordagem cada vez mais pragmática e
responsabilidade de produzir e manter vivos e actualizados consciente aos diversos documentos náuticos de referência para
os Documentos Náuticos Oficiais onde se reúnem essas infor- estas actividades.
mações, quer sob a forma de Cartas Náuticas Oficiais, tradi- O Instituto Hidrográfico encetou, no biénio 2004/2005, o
cionais ou em formato electrónico, quer sob a forma de Publi- processo de revisão da generalidade das suas Publicações Náuti-
cações Náuticas Oficiais como Roteiros, Listas de Luzes, Listas cas Oficiais, nele se destacando o Roteiro da Costa de Portu-
de Radioajudas, Tabelas de Marés, etc. gal – Portugal Continental. Este processo envolveu a recolha
O segundo volume da 3.ª edição do Roteiro da Costa de sistemática de informações actualizadas junto das diversas auto-
Portugal – Portugal Continental, denominado Do Cabo ridades com responsabilidades na orla costeira e nas infra-estru-
Carvoeiro ao Cabo de São Vicente, agora publicado divulgado, turas portuárias, bem assim como a obtenção de registos foto-
decorre assim da continuada e actual interpretação da missão gráficos dedicados dessa mesmas áreas.
do Instituto Hidrográfico, pretendendo ser a resposta ao que Reconhecendo que se destina a uma utilização de cariz mais
se considera serem as legitimas expectativas e necessidades profissional e exigente, com necessidades e expectativas por
de todos os agentes ligados às actividades do mar, especial- vezes diversas das normalmente associadas aos nautas de
mente os navegadores profissionais, contribuindo para que a recreio, publico alvo principal do volume dedicado às Mari-
Instituto Hidrográfico • A NAVEGAR DESDE 1960

sua actividade seja exercida de forma cada vez mais segura. nas e Portos de Recreio recentemente publicado, é dada assim
Decorreu já um período significativo desde a publicação continuidade à revisão da 2.ª edição através da publicação do
da 2.ª edição do Roteiro da Costa de Portugal – Portugal Conti- presente volume do Roteiro da Costa de Portugal – Portugal
nental, que datou de 1990, e da sua última actualização atra- Continental, que cobre a área desde o Cabo Carvoeiro até ao
vés do suplemento n.º 3, de 31 de Janeiro de 2000, tendo nesse Cabo de São Vicente.
período ocorrido mudanças assinaláveis na orla costeira, bem Na sua génese está uma recolha sistemática de informa-
assim como na legislação nacional e internacional que regula ção e documentação diversa que decorreu durante o ano de
essas áreas. 2004 junto das autoridades marítimas, portuárias e dos diver-
Assistiu-se ainda a uma assinalável evolução e investimento sos responsáveis pelas marinas e portos de recreio, comple-
na formação profissional e cultural dos agentes envolvidos na mentada pela obtenção de registos fotográficos pelos técni-
actividade marítima, seja de âmbito comercial ou de lazer, o cos do Instituto Hidrográfico a partir da Lancha Hidrográfica

Conheça o
ROTEIRO DA COSTA DE PORTUGAL
– PORTUGAL CONTINENTAL –
Do Cabo Carvoeiro ao Cabo de São Vicente

4 Hidromar – Edição Especial 2006


«Andrómeda» e dos meios aéreos da Esquadrilha de Heli- intuitiva e rápida consulta é complementada, quando aplicá-
cópteros da Marinha, ajustando algumas das suas saídas entre- vel, por registos fotográficos dedicados dos diversos pontos cons-
tanto planeadas. pícuos, designadamente faróis, barras, enfiamentos e outros, de
Atendendo à dimensão da costa de Portugal Continental e forma a auxiliar o navegante na execução da navegação
à quantidade de informação que a ela diz respeito, optou-se por costeira.
dividir o anterior volume respeitante a Portugal Continental, A quinta e última parte contêm em anexo tabelas e demais
em três volumes que irão cobrir respectivamente as áreas do informação complementar à apresentada anteriormente.
Rio Minho ao Cabo Carvoeiro, do Cabo Carvoeiro ao Cabo de Procurou-se ao longo de toda a publicação equilibrar da
São Vicente e do Cabo de São Vicente ao Rio Guadiana. melhor maneira a forma e o conteúdo, de modo a produzir textos
O volume agora publicado contém informação relativa ao práticos, claros e concisos, suportados em imagens e diagramas
trecho de costa compreendido entre o Cabo Carvoeiro e o Cabo elucidativos, uma tarefa nem sempre fácil ou consensual.
de São Vicente, bem assim como todos Portos Comerciais, Portos A reacção dos navegantes e dos responsáveis pelas facili-
de Pesca, Marinas e Portos de Recreio aí existentes, destinando- dades nela retratadas servirá de medida do êxito ou insucesso
se à navegação marítima em geral. do editor neste propósito.
Na sua elaboração procurou estruturar-se a informação de Nunca será demais frisar que, para que uma publicação desta
forma completa com sentido prático e adaptada aos destinatá- natureza se mantenha verdadeiramente viva e adequada às neces-
rios, complementada sempre que possível e adequado, com tabe- sidades dos seus utilizadores, os contributos destes, sob a forma

Instituto Hidrográfico • A ARTE DE BEM NAVEGAR


las, gráficos e fotografias representativas da realidade actual. de comentários, correcções ou sugestões, são de vital impor-
A Publicação encontra-se dividida em cinco partes: tância, pelo que esta edição representa também o renovar de
Após uma introdução e apresentação da estrutura da Publi- um desafio que o Instituto Hidrográfico endereça regularmente
cação é feita a caracterização dos factores climáticos que afec- a toda a comunidade náutica, dos navegantes às diversas auto-
tam o troço de costa coberto pelo volume, seguindo-se a apre- ridades com responsabilidades na matéria:
sentação dos dados sobre os diversos Portos existentes, com
indicação das principais valências, serviços e facilidades neles Seja parte no processo!
disponíveis, organizados de forma geográfica de Norte para Sul Ajude-nos a contribuir para que possa desfrutar
na costa Oeste e de Oeste para Leste na costa Sul.
da sua paixão de forma cada vez mais segura.
Segue-se uma quarta parte, onde se apresenta uma descri-
ção exaustiva da orla costeira, suportada por uma reconstitui- Obrigado e venha navegar connosco!
ção fotográfica sequencial utilizando os registos fotográficos obti- CTEN MANUEL GUERREIRO
dos a bordo de unidades navais. DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
[email protected]
Esta descrição que embora exaustiva se pretende de fácil,

Hidromar – Edição Especial 2006 5


Manual para a Navegação de Recreio
D
ata já de 1991 a primeira edição de recreio, quer nos domínios da regula- tivados ou não utilizáveis em águas
do Manual para a Navegação de mentação e do ensino das diversas maté- portuguesas.
Recreio – Patrão de Costa, conce- rias, quer nos domínios dos sistemas e Quanto ao Volume II, procedeu-se a
bido e editado com o fito de apoiar os equipamentos náuticos disponíveis no uma actualização dos problemas de Cálcu-
desportistas náuticos no estudo das maté- mercado, recomendavam uma atenta los Náuticos, utilizando os dados do ano
rias teóricas e práticas utilizadas na reali- revisão destes textos para que esta publi- de 2005, designadamente em termos de
zação dos diversos exames a que estão cação pudesse permanecer a referencia magnetismo e de informação relativa a
obrigados para obterem as habilitações nos teórica na grande diversidade de maté- marés.
vários níveis das Cartas de Navegadores rias que aborda. Adicionalmente foi editada uma nova
de Recreio O Volume I do manual agora editado Carta Náutica de Instrução, a qual deverá
Esse manual incluiu dois volumes, apresenta alguns novos conteúdos e viu ser utilizada em complemento ao caderno
sendo o primeiro constituído por diver- adaptados a generalidade dos temas de exercícios, ou inclusive de forma
sos textos de apoio, e consistindo o tratados, na directa medida da percepção isolada, para a prática de exercícios de
Instituto Hidrográfico • PELA CIÊNCIA DO OCEANO

segundo num caderno de exercícios, asso- das necessidades dos navegadores de navegação costeira, de forma a permitir
ciado a uma carta náutica de instrução, recreio. a sua representação gráfica, carteando-os.
especialmente produzida para o efeito. Desta forma, foram inseridos novos Esta carta, anteriormente designada
Reconhecendo o crescente interesse textos acerca do Sistema Mundial de como carta 5INST, toma agora a desig-
pelo Mar e o aumento do número de nave- Socorro e Segurança Marítima (Global nação 24I01, não devendo ser usada para
gantes de recreio e desportistas náuticos, Maritime Distress and Safety System a condução da navegação.
o Instituto Hidrográfico tem vindo a incre- (GMDSS)), sobre Cartas Electrónicas de Com a nova edição destes Documen-
mentar a diversidade de produtos voca- Navegação Oficial (CENO), o Sistema de tos Náuticos, o Instituto Hidrográfico,
cionados para a da náutica de recreio. Posicionamento Global (Global Positioning certo de que assim concorre para a prática
Possuindo já um acervo onde constam System (GPS)) e o modo Diferencial do de uma navegação cada vez mais segura
as Cartas Náuticas Oficiais da Série de Sistema de Posicionamento Global (Diffe- e consciente, pretende adicionalmente
Recreio e o volume da Publicação Náutica rential GPS (DGPS)). corresponder desta forma às legítimas
Oficial Roteiro da Costa de Portugal – Para além de outras actualizações expectativas e necessidades de todos
Marinas e Portos de Recreio, dedicado em pontuais, foram actualizados os capítu- aqueles que fazem da prática da náutica
exclusivo aos navegantes de recreio, deci- los referentes a Publicações Náuticas de recreio uma forma privilegiada de
diu-se ser igualmente oportuno efectuar (Cap. 2) e Regras Internacionais de Nave- contacto com o Mar, contribuindo conti-
a revisão do Manual para a Navegação gação (Cap. 3), de conteúdos bastante nuadamente para que essa actividade seja
de Recreio – Patrão de Costa, de forma a desactualizados até esta data. usufruída em segurança.
ajusta-lo à actual realidade. Por se considerar que não se revestem Alterações ao Regulamento Interna-
O facto de ser uma publicação editada de interesse vital para o navegante nas cional para Evitar Abalroamentos no Mar
há quase década e meia, sem alterações águas de interesse nacional, foram reti- CTEN SARDINHA MONTEIRO
ou correcções que a actualizassem face às rados os textos referentes a sistemas de CTEN RAFAEL DA SILVA
DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
mudanças entretanto ocorridas na náutica comunicações e de radionavegação desac- [email protected]

6 Hidromar – Edição Especial 2006


próprias, das actividades das restantes

O nosso Instituto Divisões e do Centro de Dados Técnico-


Científicos;
 Elaboração da Tabela de Marés para
Portugal e Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa;

O
Instituto Hidrográfico (IH), criado atlântica adjacente ao território nacional;
 Monitorização de marés, agitação marí-
pelo Decreto-Lei n.º 43177, de 22  Planeamento das missões e dos levan-
tima e meteorologia costeira;
de Setembro de 1960, é um Órgão tamentos hidrográficos, elaborando as
 Investigação científica na área da Ocea-
Central de Administração e Direcção da respectivas instruções técnicas e parti-
nografia Física;
Marinha, dotado de autonomia adminis- cipando, quando necessário, na sua
 Modelação oceanográfica de cariz opera-
trativa e financeira, que funciona na execução;
cional;
directa dependência do Chefe do Estado-  Promoção e realização de estudos, teóri-
 Monitorização de parâmetros ambien-
-Maior da Armada. O IH é um Laborató- cos ou experimentais, para a elaboração
tais hidrodinâmicos em estuários e
rio do Estado, sob a tutela do Ministério das normas técnicas de execução de
águas costeiras;

Instituto Hidrográfico • UMA MARÉ DE CONHECIMENTO


da Defesa Nacional e do Ministério da levantamentos hidrográficos e de produ-
 Apoio ambiental às actividades opera-
Ciência e do Ensino Superior. ção cartográfica;
cionais da Marinha;
 Análise e avaliação dos resultados da
 Elaboração de estudos de geologia e geofí-
Qual a nossa missão? execução das missões e dos levanta-
sica marinhas na margem portuguesa.
mentos hidrográficos, verificando o
O IH tem por missão fundamental asse-
cumprimento das normas e instruções
gurar a realização de actividades relacio-
nadas com as ciências e técnicas do mar,
em vigor; Onde fazemos?
 Realização de estudos de execução e de Instituto Hidrográfico tem a sua sede
tendo em vista a sua aplicação na área mili-
controlo de dragagens; no Convento das Trinas do Mocambo,
tar, e contribuir para o desenvolvimento
 Actualização do fólio cartográfico nacio- situado entre os bairros históricos de
do País nas áreas científica e de defesa do
nal de Cartas Náuticas Oficiais; Santos e Lapa, em Lisboa. Neste edifício,
ambiente marinho.
 Execução do projecto, compilação dos funcionam os órgãos directivos, técnicos,
dados, nacionais ou estrangeiros, elabo-
O que fazemos? ração de estudos complementares e
financeiros e de apoio logístico. Nas Insta-
lações Navais da Azinheira, no concelho
O Instituto Hidrográfico, através dos construção de Cartas Náuticas Oficiais, do Seixal, o Instituto Hidrográfico dispõe
seus serviços técnicos, empreende estudos hidrográficas, batimétricas, sedimento- de meios operacionais e equipamentos
e realiza actividades nas seguintes áreas: lógicas e temáticas de base hidrográfica técnicos. Os navios hidrográficos da Mari-
 Elaboração de Publicações Náuticas e das publicações de cartografia do IH, nha, tecnicamente sob tutela do IH (NRP
Oficiais de apoio ao navegador, como bem como de cartas para operações D. Carlos I, NRP Almirante Gago Couti-
sejam os Roteiros, as Listas de Luzes e navais, nomeadamente cartas de guerra nho, NRP Auriga e NRP Andrómeda) são
de Radioajudas, Manuais, Regulamen- submarina e anti-submarina; plataformas de investigação, onde embar-
tos e Tabelas;  Promoção e execução do controlo de cam os nossos técnicos e onde também são
 Promulgação de Avisos aos Navegantes qualidade das edições e reimpressões das acolhidas equipas de investigação de
que contêm as correcções e actualizações Cartas Náuticas Oficiais e das publica- outras entidades.
das Cartas e Publicações Náuticas ções de cartografia do IH;
Oficiais editadas pelo IH;  Manutenção da actualização das Cartas
 Coordenação da promulgação de Avisos Náuticas Oficiais e das publicações de
Quantos somos?
à Navegação com informações de carác- cartografia nacionais existentes em depó- No Instituto Hidrográfico trabalham cerca
ter urgente, por fonia e NAVTEX; sito; de 375 pessoas – sensivelmente, metade
 Certificação e Compensação de Agulhas  Arquivo das matrizes de produção, dos são militares e outra
Magnéticas; processos de construção das Cartas metade são civis.
 Certificação de Faróis de Navegação; Náuticas Oficiais, das cartas para fins
 Elaboração de pareceres sobre Segurança especiais e das publicações de cartografia
Marítima e projectos de Assinalamento do IH, mantendo o respectivo arquivo
Marítimo; histórico;
 Elaboração de Estudos e Projectos de  Recepção, divulga-
Sinalização Marítima e de Sistemas ção e arquivo da
Electrónicos de Navegação; documentação
 Apoio aos navios da Armada na obten- técnica da Organiza-
ção dos Documentos Náuticos Oficiais ção Hidrográfica
necessários às suas missões, assim como Internacional (OHI),
na manutenção e certificação dos seus coordenando as
instrumentos e equipamentos de Nave- acções de represen-
gação e Meteorologia; tação nacional junto
 Inspecção regular dos Serviços de Nave- daquela organiza-
gação dos Navios da Armada; ção;
 Peritagens de Acidentes Marítimos;  Apoio, quando
 Monitorização e avaliação do estado da solicitado, no
qualidade do meio marinho da zona âmbito das
incumbências
Hidromar – Edição Especial 2006 7
Estudamos um só Oceano
O
Oceano representa um enorme dade de sistemas de posicionamento ou navais. Dispõe-se, em funcionamento
potencial para a vida e activida- de navegação, como foi o caso recente da operacional, de uma rede costeira de moni-
des humanas que interessa conhe- Rede GPS Diferencial portuguesa. torização comportando marégrafos, de
cer para gerir, dedicando recursos à sua A Divisão de Hidrografia prossegue bóias ondógrafo, de estações meteoroló-
exploração rentável, de forma racional e os objectivos de produção e actualização gicas costeiras, de linhas de amarração de
sustentável. da cartografia náutica nas águas de inte- correntómetros fundeados, complemen-
Em Portugal o Instituto Hidrográfico resse nacional, de planeamento e controlo tada por medições de variáveis físicas,
(IH) da Marinha é uma instituição de refe- de qualidade dos levantamentos hidro- químicas ou geológicas, com recurso aos
rência com a missão de «assegurar activi- gráficos, além do estudo e do desenvol- navios hidrográficos. Para modelação ou
dades relacionadas com as ciências e vimento de métodos e técnicas da moderna previsão dos processos oceânicos dispõe-
técnicas do mar, tendo em vista a sua apli- hidrografia, em contínua evolução. O IH se de sistema de modelos hidrodinâmicos,
cação militar, e contribuir para o desen- opera actualmente sistemas de multi- que a partir de modelos básicos de circu-
volvimento do País nas áreas científica e feixe, de medição de profundidade que, lação tridimensional, de propagação da
de defesa do ambiente marinho» que comparados com a tradicional medição de maré e de geração ou propagação da agita-
Instituto Hidrográfico • SABEMOS A SUA POSIÇÃO

procura contribuir para «uma navegação feixe simples, permite uma cobertura ção marítima, proporciona funcionalida-
mais segura, uma exploração sustentada completa dos fundos marinhos e elevada des de deriva de superfície, de deriva de
dos recursos marinhos e uma eficaz apli- resolução e rigor. A cartografia sofreu, produtos poluentes, de acústica submarina
cação operacional do conhecimento cien- desde o início dos anos 90, uma profunda e de processos sedimentares. As Tabelas
tífico». evolução. Depois das técnicas de desenho de Marés anuais, para os portos nacionais
Decorrente da missão e objectivos manual e de fotografia, para acertos de e dos países africanos de expressão portu-
definidos para a instituição as guesa e de Macau, são docu-
actividades são realizadas nos mento náutico oficial produzido
domínios do serviço público, na área funcional de Oceano-
do apoio a operações militares grafia.
ou navais, de investigação e Na área de actividades da
desenvolvimento e de serviços Geologia Marinha trabalha-se
a entidades públicas ou priva- a cartografia de representação
das. Nesse sentido a Direcção das características da camada
Técnica do IH está organizada sedimentar dos fundos mari-
pelas áreas de actividade ou nhos, a prospecção da estrutura
divisões de Navegação, de geológica de sub-superfície e o
Hidrografia, de Oceanografia, estudo da dinâmica sedimentar.
de Geologia Marinha, de Existe um conjunto de cartas
Química e Poluição do Meio costeiras que representam a
Marinho e Centro de Dados distribuição sedimentar até
Técnico-Científicos. escala e separação das matrizes, das cores profundidades de 500 m, em função da
As actividades técnico-científicas são a representar, iniciou-se em 1993 a primeira granulometria ou composição mineral. Os
realizadas e potenciadas com recurso aos geração de cartografia assistida a compu- métodos aplicáveis a levantamentos de
navios hidrográficos, oceânicos da classe tador. O processo da construção das geofísica (de sonar lateral, de sísmica e
«D. Carlos I» e costeiros da classe«Andró- modernas Cartas Electrónicas de Nave- magnetometria) e de sedimentologia
meda», bem como das Brigadas Hidro- gação Oficial, foi iniciado na segunda (amostras superficiais e verticais de sedi-
gráficas, estas especialmente dedicadas aos metade da década de 90, estando nesta mentos), complementados com o trabalho
levantamentos de barras e portos. altura conseguida cerca de metade da de laboratório, são aplicados em apoio de
Na área de Navegação prosseguimos cobertura, estimando-se completá-la nos intervenções de dragagem, de segurança
os objectivos de segurança da navegação próximos três anos. Em 2004 iniciou-se o da navegação, de busca de objectos no
nas águas nacionais e de apoio às missões processo da 2.ª geração da cartografia assis- fundo do mar e em projectos de I&D.
dos navios da Marinha. No contexto da tida a computador, com a introdução dos As valências de Química e Poluição
Convenção SOLAS, respeitante à salva- sistemas de Base de Dados Batimétricos e do Meio Marinho procuram correspon-
guarda da vida humana no mar, promo- de Base de Dados de Produtos Cartográ- der ao conhecimento do estado de saúde
vemos edições de publicações náuticas ficos, que permitirá uma base de dados do meio marinho. Para tal prossegue-se o
oficiais, tais como os roteiros ou as listas única para todos os tipos de cartas e esca- programa Vigilância da Qualidade do Meio
de ajudas à navegação, bem como a las de representação, de que resultará um Marinho, que se traduz em amostragem
promulgação dos avisos aos navegantes, mais eficiente e optimizado processo de periódica das principais rias e estuários,
tendo em vista a actualização das cartas cartografia. e na zona costeira. As amostras são anali-
e publicações náuticas oficiais. Em prol da Na área funcional de Oceanografia os sadas em laboratórios especializados nas
segurança marítima proporcionamos o objectivos principais são a monitorização valências de metais pesados, hidrocarbo-
serviço diário de avisos à navegação, preve- e modelação dos processos oceânicos, o netos, organoclorados e nutrientes. Estas
nindo situações de risco (mau tempo, desenvolvimento de I&D aplicada e o capacidades servem o Sistema de Autori-
modificação de ajudas à navegação ou desenvolvimento de produtos ou infor- dade Marítima Nacional, através de análise
acidentes no mar), de projectos de assi- mação ambiental de apoio ou mais valia de amostras de poluentes ou de parece-
nalamento marítimo, e de operacionali- à realização de operações militares e res técnicos de apoio a decisão.

8 Hidromar – Edição Especial 2006


Estudamos um só Oceano
(Cont. da pág. ant.)
Um Oceano!
O Centro de Dados Técnico-Científicos, encarregue
de construir e manter o Sistema de Informação sobre o
Os maiores oceanos da Terra
Ambiente Marinho, concebe a arquitectura e sistema- área profundidade
Oceano
tiza os dados técnico-científicos, produzidos nas várias (km2) máxima (m)
áreas de actividade do IH, preparando aplicações ou Oceano Atlântico 106.100.000 7.758
ferramentas, entre elas as de Sistemas de Informação Mar Glacial Ártico 14.090.000 5.450
Geográfica (SIG), adequadas a diversos produtos ou utili- Mar do Caribe (ou Mar das Caraíbas) 2.754.000 7.680
zações. O sistema de informação existente está a evoluir
Mar Mediterrâneo 2.505.000 5.020
para infra-estrutura de dados espaciais sobre o ambiente
marinho, com os requisitos da directiva europeia Inspire. Mar da Noruega 1.547.000 4.020
O Instituto participa e tem em curso diversos projec- Golfo do México 1.544.000 4.380
tos de I&D, nacionais ou europeus, preocupando-se com Baía de Hudson 1.230.000 259
o desenvolvimento tecnológico e investigação aplicada,

D NAVEGAÇÃO
Mar da Groenlândia 1.205.000 4.846
inovando e tratando os assuntos de forma multidisci- Mar do Norte 580.000 237
plinar, optimizando as sinergias entre a estrutura opera-
Mar Negro 413.000 2.243
cional da Marinha e as capacidades técnico-científicas
próprias. A investigação sobre os fundos e meio ambiente Mar Báltico 420.000 463
marinho é feita com recurso às valências de hidrogra- Oceano Pacífico 179.700.000 11.020
fia, de geologia marinha, de oceanografia e de química Mar da China Meridional 3.447.000 5.560
marinha, complementados com as valências de navegação

• SUA
Mar de Okhotsk 1.580.000 3.372
e de sistemas de informação, procurando melhorar o Mar de Bering 2.270.000 4.191
conhecimento e previsão dos processos oceânicos, bem
Mar da China Oriental 752.000 2.720

SEGURAMOS A
como aumentar a segurança de pessoas e bens no mar.
Estas actividades, no contexto do sistema científico e Mar Amarelo 417.000 105

Hidrográfico
tecnológico e de Defesa Nacional, são um importante Mar do Japão 978.000 4.230
contributo para afirmar a soberania nacional, desenvolver Oceano Índico 74.900.000 7.450
as ciências e tecnologias do mar, o progresso económico Mar da Arábia 3.683.000 5.800
e a protecção do meio ambiente marinho. Golfo de Bengala 2.172.000 5.258
CMG CARLOS LOPES DA COSTA,
DIRECTOR TÉCNICO
Mar Vermelho 440.000 2.600
[email protected]

Instituto •
Instituto Hidrográfico
Loja do Navegante

O
conceito de Loja do Nave- mática, junto dos seus clientes, designa-
gante surge com a necessi- damente da Náutica de Recreio, traduzindo
dade de fazer a interface o quadro de valores do Instituto Hidro-
junto da náutica de recreio e gráfico e o know-how existente no Depó-
demais entidades civis e privadas, desig- sito de Documentos Náuticos.
nadamente no que respeita à venda e a Não obstante a Loja do Navegante assu-
distribuição de produtos e publicações. mir a importante responsabilidade pela
Dependente funcionalmente do Depó- área de vendas e apoio ao cliente, o Depó-
sito de Documentos Náuticos, a Loja do sito de Documentos Náuticos manterá as
Navegante pretende criar, acima de tudo, suas competências de interface com a
uma imagem de marca e um ponto de esquadra e as restantes unidades de Mari-
apoio técnico, de forma integrada e siste- nha.

A água representa cerca de 70% do peso do corpo humano.


O homem necessita de ingerir, directamente ou através dos alimentos, dois a quatro litros de água por dia.

Hidromar – Edição Especial 2006 9


Instituto Hidrográfico • NAVEGAMOS SEMPRE CONSIGO

10
Hidromar – Edição Especial 2006
Hidromar – Edição Especial 2006
11
Instituto Hidrográfico • CONHECEMOS O SEU NORTE
Todo o cuidado é pouco!
O
s acidentes em navegação ocorrem ou perigosas, confrontando-as com as 4. Monitorização
normalmente devido a um erro, características da própria embarcação (como
A monitorização da posição do navio,
ou a uma sucessão de pequenos o calado) e as exigências de segurança (como
comparando-a com o planeado, deve ser
erros em matérias de natureza simples, o pé-de-piloto). Além disso, é necessário
um processo contínuo. Sempre que exista
quase sempre na operação de equipa- considerar o estado da própria plataforma
uma dúvida quanto à verdadeira posição
mentos de navegação ou na interpretação e dos equipamentos, ou seja, estabelecer
do navio, ou acerca da progressão geral da
da informação disponível. Por isso, acon- quais os limites de segurança adoptando
viagem em relação ao planeado, tal deve
selha-se a adopção dos seguintes proce- uma margem adequada a cada situação.
ser comunicado ao patrão ou skipper.
dimentos genéricos: Para a recolha de informação devem
O estado de operacionalidade dos
a. Toda a navegação a efectuar deve ser utilizar-se as Cartas e Publicações Náuti-
equipamentos de navegação deve ser veri-
planeada em detalhe suficiente, devendo cas Oficiais, incluindo Roteiros, Tabelas de
ficado antes de largar, antes de entrar em
sempre considerar-se planos alternativos; Marés e Listas de Ajudas.
águas restritas ou perigosas, e de forma roti-
b. Deve existir uma tal organização que
neira, regular e frequente durante a viagem.
permita: 2. Planeamento Deve tirar-se o maior partido de todos
Instituto Hidrográfico • UM FAROL DE CIÊNCIA

(1) Elucidar todos os envolvidos na nave- Seguidamente, efectua-se o planea- os equipamentos de navegação disponíveis,
gação sobre o plano a seguir; mento que deverá cobrir toda a viagem, do tendo em conta o seguinte:
(2) Determinar a posição e monitorizá-la ponto de largada ao ponto de chegada, a. As posições obtidas através de siste-
constantemente, utilizando sempre que incluindo, portanto, a largada e a acostagem. mas de posicionamento electrónicos devem
possível mais do que um método, a fim As derrotas são marcadas e em todas ser, sempre que possível, verificadas com
de detectar erros ou falhas; as cartas utilizadas devem estar assinala- o recurso a azimutes visuais;
(3) Verificar as decisões de tal forma que dos todos os perigos – e, quando aplicá- b. Devem usar-se pelo menos três
os erros possam ser detectados e corri- vel, os resguardos necessários. São ainda linhas de posição aquando da marcação
gidos atempadamente; assinaladas as efemérides do Sol (por condi- dum ponto;
(4) Utilizar, com precaução, a informação cionarem a vida de bordo) e a forma como c. Os enfiamentos, azimutes de
do seguimento da navegação circun- se conduz a navegação. resguardo e distâncias de resguardo (radar),
dante (radar), visto tratar-se de infor- É preferível optar por derrotas mais podem ser de grande ajuda;
mação dinâmica; compridas mas em águas mais safas, do d. É perigoso confiar num único sistema
c. Deve promover-se o uso óptimo e que cair na tentação de escolher um cami- de posicionamento;
sistemático de toda a informação de nave- nho mais curto mas acidentado. Na deter- e. O sondador é um meio de verifica-
gação disponível a bordo. minação das distâncias de resguardo aos ção importante, comparando a profundi-
Podem identificar-se quatro fases distin- perigos deve estar presente a possibilidade dade lida com a da posição marcada na carta;
tas no planeamento duma viagem: duma falha de propulsão ou governo. f. Apesar de as bóias não deverem ser
 recolha da informação relevante; Deve ser marcada nas cartas toda a utilizadas para marcar posições, fornecem
 planeamento da viagem; informação adicional relevante como objec- uma ajuda preciosa indicando as águas
 execução do plano atendendo às condi- tos conspícuos visuais e radar, ajudas à navegáveis; essa ajuda é tanto mais impor-
ções existentes; e navegação, enfiamentos, azimutes e distân- tante quanto mais difíceis de distinguir
 monitorização do progresso da viagem cias de resguardo ou linhas de resguardo forem as marcas na linha de costa. De qual-
comparando-o com o plano. para uso no radar. quer forma, a posição das bóias deve ser
Dificilmente todos os factores da confirmada por outros meios;
1. Recolha de informação viagem poderão ser previstos ou conhe- g. Devem confirmar-se as posições das
cidos em antecedência e por isso reflecti- estruturas ou plataformas off-shore com os
Nesta fase inclui-se a determinação ou
dos convenientemente no planeamento mais recentes avisos aos navegantes;
identificação dos riscos e das áreas críticas
antes da largada, sobretudo no que respeita h. Deve verificar-se o correcto funcio-
às áreas portuárias ou que normalmente namento e calibração dos instrumentos
exigem pilotagem – ocasiões em que o utilizados ou a utilizar;
plano pode necessitar de sofrer profundas i. Deve ser acautelado o erro de cada
alterações. Contudo, o plano não deve ser sistema e a exactidão do posicionamento
desvalorizado; pelo contrário, permite quando se utiliza um sistema de posicio-
que com antecedência se conheça de namento electrónico; e
forma geral a área a navegar, os perigos j. A frequência da determinação do
mais notáveis e os cuidados ou procedi- ponto deve variar em função da proximidade
mentos especiais a adoptar, possibili- aos perigos e da velocidade a que se procede.
tando saber com antecedência se a embar- No âmbito da monitorização, e em
cação está a proceder para águas sujas. termos de segurança da navegação, mais
importante do que marcar o ponto na
3. Execução carta é gerar a carteação e estima após
Na execução do plano devem consi- cada ponto a fim de determinar a posi-
derar-se factores mutáveis, como, por ção futura da embarcação e verificar even-
exemplo, o estado do tempo e correntes tuais situações de perigo.
CFR PROENÇA MENDES
de maré, que podem condicionar o plano CHEFE DA DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
obrigando à sua revisão. [email protected]

12 Hidromar – Edição Especial 2006


Navegue… mas em segurança
O
número de embarcações de recreio afogados em acidentes marítimos não
a navegar em águas portuguesas usavam colete de salvação? O colete ajuda LISTA DE VERIFICAÇÃO
cresceu muito nos últimos anos. a manter a temperatura do corpo, evita a PARA A LARGADA
Este aumento conduziu a uma maior ocor- fadiga, permite a sobrevivência mesmo  Qual a previsão meteorológica?
rência de acidentes que, na grande maio- quando inconsciente, e tem um apito e uma  Existem perigos ou restrições à navegação?
ria, seriam evitáveis através de melhores luz para chamar a atenção. Actualmente,
cuidados de prevenção. os coletes são compostos de materiais leves  Tenho as Cartas e Publicações adequadas
A segurança marítima é uma respon- e cómodos, pelo que se aconselha o seu e actualizadas?
sabilidade partilhada e os navegantes uso permanente. Use também agasalhos  Existem coletes de salvação para todos os
devem contribuir com a sua parte: em terra, adequados pois, em águas frias, a princi- tripulantes?
nos preparativos da viagem, e no mar. pal causa de morte dos náufragos é a hipo-  O motor, o VHF e os equipamentos de segu-

Instituto Hidrográfico • ORIENTAMOS A SUA NAVEGAÇÃO


Todos esperam que o patrão conheça termia. Em Portugal, a temperatura da rança estão em boas condições?
as regras de segurança que se aplicam à superfície da água do mar varia entre 10
sua embarcação. As autoridades, os outros e 25ºC. A tabela seguinte mostra o tempo  Tenho combustível, água e mantimentos?
navegantes e os seus passageiros confiam provável de sobrevivência para um  Existe um estojo de primeiros socorros, ferra-
que ele sabe manobrar de forma segura, náufrago vestido com roupas leves. mentas e sobressalentes?
que possui os equipamentos de segurança  Ficou alguém informado do plano de
Temperatura Tempo de Sobrevivência
adequados e em boas condições, e que os da Água viagem, do ETA, dos tripulantes e das carac-
sabe operar. terísticas da embarcação?
0ºC 20 min a 1 hora
5ºC 30 min a 2 horas pessoa deverá saber quem vai a bordo e
Boas práticas marinheiras conhecer todas as características da sua
Manobra – Navegue sempre a uma velo- 10ºC 1 hora a 4 horas
embarcação de forma a informar as auto-
cidade segura e mantenha uma vigia cons- 15ºC Pode ocorrer a inconsciência em ridades caso haja um atraso no seu regresso.
tante, avaliando com todos os meios 2 horas mas não necessaria-
mente a morte (mesmo após Inspeccione – Verifique o estado do casco,
disponíveis se existe risco de colisão. várias horas)
Respeite as restrições existentes. Olhe antes do motor e dos equipamentos. Certifique-
20ºC Não resulta inconsciência ou se que existem os meios de salvação
de guinar. Conheça e respeite os limites morte a partir desta temperatura
da sua embarcação. adequados e que tem combustível sufi-
Álcool a Bordo – A fadiga provocada pelo ciente para a viagem. Distribua coletes
Treino – Mantenha-se treinado na mano- pelos tripulantes, assegure-se que lhes
sol, pelo vento e pelo balanço da embarca-
bra da sua embarcação. Treine atracações, servem e que são bem envergados. Faça
ção triplica o efeito de uma bebida em rela-
manobras de recolha de náufragos, mano- um briefing de segurança.
ção a terra firme. Simplesmente não beba!
bras de vela, e arte de marinheiro. Conheça
a sua embarcação a fundo e saiba Protecção Ambiental – Não provoque Evite Perigos
onde estão as ferramentas, os meios de ondulação excessiva nas margens. Não – Analise a
carta de nave-

www.morguefile.com
socorro e salvação, estando apto para os deite lixo ao mar. Lave a sua embarcação
operar. Esteja apto a aplicar primeiros com detergentes biodegradáveis em quan-
socorros. tidades reduzidas. Não ateste os depósi-
tos de combustível pois este sairá pelos
Cartas e Publicações Náuticas – Devem
respiradouros com o balanço. Evite ruído
existir a bordo as últimas edições da
e manobras bruscas pois provocam stress
Carta de maior escala e das Publicações gação com
na vida marinha.
Náuticas que cobrem a área onde se maior escala da
navega. Estas devem estar actualizadas área onde vai
através dos mais recentes Avisos aos Antes de largar para o mar
Apoio em Terra – Mantenha alguém em navegar, verifi-
Navegantes. que alturas de maré e correntes, assinale
terra informado sobre o seu plano de viagem
Meios de Salvação – Sabia que 90% dos – mesmo que seja uma saída curta. Essa os perigos. Aceda aos Avisos à Navegação
em vigor para a sua zona.
Informação Meteo – Compreender a meteo-
rologia e a agitação marítima é um aspecto
chave da sua segurança. Os navegantes
devem saber como obter as previsões rele-
vantes antes de sair para o mar, assim como
obter actualização destas informações a
navegar. Assegure-se que o estado actual
do tempo corresponde à previsão e tome
precauções acrescidas caso este seja pior.

CFR PROENÇA MENDES


CHEFE DA DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
[email protected]

Hidromar – Edição Especial 2006 13


Emergência médica no mar Alguns conselhos do Centro Médico:

 Manter a farmácia de bordo apetrechada com os

O
Centro de Orientação de Doentes A ajuda médica, via rádio pelo INEM, medicamentos indicados no Guia Médico Interna-
Urgentes – Mar (CODU-MAR) é prestada por médicos em serviço contí- cional;
tem como objectivo prestar assis- nuo, 24 horas por dia. Estes prescrevem a  Contactar o Centro sempre que ocorra algum caso
tência médica via rádio aos marítimos, de medicação e tratamento apropriados a cada menor de doença – e não somente em situações
qualquer nacionalidade, numa situação de caso, mantêm contacto permanente com graves;
doença, acidente ou intoxicação. Tem o seu o navio que necessitou dos seus serviços  Contactar o Centro Médico antes de se iniciar qual-
quer tratamento, que pode não surtir efeito no doente,
centro de assistência sedeado em Lisboa, até à recuperação total do doente, ao seu
perpetuando a doença – ou até agravar o problema.
no Instituto Nacional de Emergência desembarque ou, por vezes, até à sua hospi-
Médica (INEM), sendo todos os serviços talização. A mensagem a enviar ao CODU-MAR deverá
prestados completamente gratuitos. Provi- Meios de contacto com o CODU-MAR: conter a seguinte informação:
Instituto Hidrográfico • PENSAVA QUE NAVEGAVA SOZINHO?

denciam a evacuação de um doente para  Telefone: +351 21 3303258


a sua hospitalização em terra, por via marí- 1. Nome do navio e indicativo de chamada;
 Fax: +351 21 3303260
tima ou helicóptero, caso seja necessário 2. Posição, porto de partida e de chegada, ETA;
 Telex: +404 44802 (Lisboa Rádio)
e possível. 3. Medicamentos disponíveis a bordo;
Através da Estação Costeira Lisboa
4. Nome do doente/acidentado, sexo, nacionali-
Rádio, ou outra, (VHF, MF, HF)-
dade e idade;
INMARSAT
5. Informação sobre os sinais vitais, como respi-
Os pedidos de assistência deverão ser sempre ração, pulsação, temperatura e pressão arte-
precedidos da palavra de urgência PAN PAN rial;
(repetida três vezes em fonia e somente uma 6. Sintomas do doente, tipo de dores e localiza-
vez por telex ou fac-simile). ção, bem como outras informações relevantes
sobre a doença;
Para mais informação sobre o CODU-MAR
7. No caso de um acidentado, descrever ao porme-
consulte o endereço:
nor os sintomas, a hora e o local do acidente;
www.inem.min-saude.pt.
8. Historial médico do doente;
CFR PROENÇA MENDES 9. Medicamentos já administrados ao doente.
CHEFE DA DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
[email protected]

Pensamos em si,
zelando pela sua segurança
A
segurança marítima é essencial normalização e conformidade com as
para a salvaguarda da vida no regras internacionais;
mar e para a preservação do  Estudo de Sistemas de Radionavegação
ambiente nos oceanos e zonas costeiras e com vista à sua implementação em terri-  Projectos de Sinalização dos portos de
águas interiores. tório nacional. Ponta Delgada e Vila do Porto, do Rio
Para a segurança marítima contribui, Adicionalmente, utilizando os conhe- Sado no acesso a Alcácer do Sal e do
entre outros factores, a segurança da nave- cimentos e capacidades existentes são pres- Parque de Aproveitamento de Energia
gação, que é a actividade principal da Divi- tados os seguintes serviços: de ondas da Aguçadoura;
são de Navegação do Instituto Hidro-  Elaboração de Projectos de Assinala-  Apoio à aquisição das redes AIS (Auto-
gráfico, onde se incluem as seguintes mento Marítimo de portos, albufeiras e matic Identification System) Costeiro dos
tarefas: canais de navegação; arquipélagos dos Açores, Madeira e
 Elaboração das Publicações Náuticas  Elaboração de Projectos de sistemas de Canárias;
Oficiais, tais como Roteiros, Manuais e navegação;  Roteiro da Costa de Portugal – Portugal
Listas de Ajudas à Navegação que  Certificação e compensação de agulhas Continental;
contribuem para o conhecimento das magnéticas;  7.ª Edição da Lista de Luzes;
costas e portos, e das ajudas à navega-  Determinação dos elementos evolutivos  Manual para a Navegação de Recreio – 2
ção disponíveis; de navios e embarcações através de volumes;
 Promulgação dos Avisos à Navegação provas de governo e manobra;  Promulgação de mais de 3000 Avisos à
via rádio e NAVTEX, para a transmis-  Formação em todas as áreas de activi- Navegação, radiodifundidos e NAVTEX;
são de informação urgente de segurança dade da divisão;  Promulgação de cerca de 350 Avisos aos
marítima;  Análise de acidentes marítimos. Navegantes actualizando Cartas e Publi-
 Promulgação dos Avisos aos Navegan- Durante o ano 2005, destacam-se os cações Náuticas Oficiais, via postal e
tes para actualização das Cartas e Publi- seguintes trabalhos realizados pela Divi- disponibilizando-os na página de Inter-
cações Náuticas Oficiais; são de Navegação: net do Instituto Hidrográfico.
PROENÇA MENDES
 Elaboração de Pareceres e Projectos de  Projecto Tipificação da Sinalização da CFR
CHEFE DA DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
Assinalamento Marítimo com vista à sua Albufeira de Alqueva; [email protected]

14 Hidromar – Edição Especial 2006


Com ondas de comprimento elevado,

Pé-de-Piloto: á fácil uma embarcação de recreio «encai-


xar» na cava e aproximar-se de forma

Uma questão de segurança


excessiva do fundo.
Em função da forma e dimensões do
casco, os balanços normais provocados pela
agitação marítima também podem ser rele-

O
Pé-de-Piloto é a distância mínima A altura de maré e obtida através das
entre a quilha, ou a parte mais previsões, sendo efectuados cálculos de vantes na alteração de calado. Os mais rele-
imersa do casco e respectivos aces- extrapolação de local e de interpolação vantes são o lateral, o longitudinal ou cabe-
sórios, e o leito do mar ou fundo, que o horária. A incerteza da previsão pode atin- ceio e a arfagem que é um movimento
navegante deseja manter ao longo das suas gir os 0,05 m. Uma pressão atmosférica vertical do navio.
navegações, sendo por ele fixado de elevada reduz a altura de maré em cerca Podem existir estruturas no fundo, tais
acordo com o seu critério de avaliação para de 0,01 m por cada Hpa acima dos 1013, como cabos submarinos ou condutas com
as diferentes situações. sendo o recíproco verdadeiro, podendo os respectivas sistemas de protecção,
Para assegurar o Pé-de-Piloto estabe- assim haver situações de alta pressão que detritos ou outros que possam destacar-

Instituto Hidrográfico • PERCEBEMOS O SEU HORIZONTE


lecido, o navegante deve delimitar as zonas provoquem um abaixamento do nível da se e aos quais é necessário dar um
em que pode navegar resguardo.
em função dos fundos As sondas indi-
indicados na carta de cadas na carta resul-
navegação (sonda tam dos levanta-
reduzida). Assim, mentos hidrográficos
haverá sempre uma mais recentes que
sonda reduzida estão disponíveis ao
mínima que garante a cartógrafo. No
manutenção do Pé-de- entanto, o esforço de
Piloto estabelecido. levantamento é
Para o cálculo desta maior nos canais de
sonda, contribuem, navegação e vias de
para além do Pé-de- acesso, sendo por
Piloto desejado: a vezes pouco actual
altura de maré prevista, em zonas pouco
a incerteza da previsão praticadas pela nave-
e a influencia das gação comercial ou
condições meteoroló- de passageiros, mas
gicas na altura da água; que são praticadas
o calado da embarca- pela náutica de
ção, a incerteza na sua recreio e pesca.
determinação e a sua Assim, em fundos
variação com a densi- menos estáveis e em
dade da água; o efeito fundos que foram
de assentamento ou squat; a ondulação; água de 0,2 m. Em águas confinadas, o medidos há muito tempo deve dar-se um
os movimentos da embarcação; a existên- vento soprando consistentemente em resguardo que permita acomodar qualquer
cia de estruturas no fundo; a incerteza dos direcção à saída provoca abaixamentos do evolução negativa. As cartas de navega-
fundos representados na carta; etc. seu nível que em determinados mares ção incluem um diagrama de compilação
É comum o navegante estabelecer como por exemplo o adriático podem atin- que indica para cada zona das mesmas, o
como sonda reduzida mínima, a altura do gir vários decímetros. tipo de levantamento efectuado e a data
seu calado adicionada a um resguardo O calado da embarcação deve ser bem da sua realização.
empírico de 0,5 ou 1 metro, menos a altura determinado, tendo em conta todos os
de maré prevista. Este procedimento pode apêndices do casco, tis como lemes, héli- Na condução da navegação para definir a área
navegável na qual se cumpre o pé-de-piloto,
englobar todos os factores atrás mencio- ces, transdutores de sondas ou odómetros,
há que determinar a correspondente sonda
nados mas por vezes tal não acontece, suce- etc. Uma alteração do caimento a navegar
reduzida mínima representada na carta
dendo acidentes que poderiam evitar-se. poderá interferir com o calado máximo. náutica oficial (Sm). Para se determinar a
Vamos seguidamente descrever sucin- Igualmente, ao avançar do mar para sonda reduzida representada na carta sobre
tamente cada um dos factores a conside- montante de um rio, passando de água a qual pode navegar, o navegante deve utili-
rar na determinação do resguardo: salgada para água doce, menos densa, zar a expressão:
ocorre um aumento do calado. Sm = rf + c – amp
O assentamento ou squat é um efeito onde:
rf = resguardo ao fundo (= Pé-de-Piloto + margem
que ocorre quando uma embarcação se
de resguardo);
desloca a velocidades elevadas sobre c= calado do navio;
fundos baixos, criando uma onda elevada Sm = sonda reduzida mínima representada na carta
náutica oficial para a área a navegar.
na esteira e reduzindo o calado em valo-
amp = mínima altura de maré prevista
res que podem ser superiores a 2 metros
CFR PROENÇA MENDES
em grandes navios a velocidades eleva-
CHEFE DA DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
das. [email protected]

Hidromar – Edição Especial 2006 15


Alterações ao Regulamento Internacional
para Evitar Abalroamentos no Mar
1. Introdução alínea estabelecendo que um navio com lar e amarar sobre a água, embora possam
comprimento entre 12 e 20 metros não será voar sobre solos pouco acidentados (por

F
oram aprovadas, recentemente, obrigado a cumprir com os sinais sono- exemplo, praias).
algumas alterações ao Regulamento ros prescritos nas alíneas g. e h. da regra
Internacional para Evitar Abalroa- 35. Essas alíneas estabelecem a obrigato-
mentos no Mar – 1972, adiante designado riedade desses navios, quando fundeados
pelas iniciais RIEAM-72, ou apenas por e encalhados, tocarem o sino.
Regulamento. Estas emendas constam da O anexo III – «Características técnicas
resolução A.910 (22), aprovada pela assem- do material de sinalização sonora»
bleia-geral da Organização Marítima também sofreu os necessários ajustes, que
Internacional, em 29 de Novembro de não descreveremos neste artigo por serem
2001. O mecanismo de entrada em vigor demasiado técnicos.
Instituto Hidrográfico • UM PLANETA, UM MAR

destas alterações foi por aprovação tácita, Embora a definição de «navio» cons-
segundo o qual elas começariam a vigo- tante do RIEAM-72 (regra 3 a.) já fosse
rar internacionalmente em Novembro de
3. Manobras para evitar
muito abrangente (designa «todo o veículo
2003, a não ser que mais de 1/3 dos países abalroamentos aquático de qualquer natureza...») foi deci-
membros da Organização Marítima Inter- Aregra 8 – «Manobras para evitar abal- dido acrescentar-lhe uma referência aos
nacional exprimisse, até Maio de 2002, roamentos» estabelecia na sua alínea a. que veículos WIG. Desta forma, a definição de
objecções a essas emendas. Como tal não «qualquer manobra para evitar um abal- «navio» (constante da regra 3 a.) passou
aconteceu, as emendas contidas na reso- roamento deve, se as circunstâncias o a ser «todo o veículo aquático de qual-
lução A.910 (22) entraram em vigor. permitirem, ser executada de uma forma quer natureza, incluindo os veículos sem
Entretanto, o Instituto Hidrográfico proce- clara, com larga antecedência e de acordo imersão, os veículos WIG e os hidroaviões,
deu à tradução do texto dessas alterações com os usos e costumes marítimos». A utilizado ou susceptível de ser utilizado
para a língua portuguesa, texto esse que Organização Marítima Internacional sentiu como meio de transporte sobre a água».
foi depois acertado com o Instituto Portuá- necessidade de deixar bem claro que as À semelhança do que já acontece com
rio e dos Transportes Marítimos, cons- manobras para evitar abalroamentos deve- os «hidroaviões», que por não se enqua-
tando do Aviso aos Navegantes Especial rão ser tomadas, antes de mais, em drarem no conceito clássico de navio, são
25 (Grupo Anual de 2006). Entretanto, está obediência ao próprio Regulamento, tendo definidos em alínea individual (regra 3 e.),
a decorrer a transposição para o direito emendado a regra 8 a. da seguinte forma: também foi acrescentada uma nova alínea
interno dessas emendas, que se vão «qualquer manobra para evitar um abal- m. à regra 3, com o seguinte texto: «a expres-
descrever brevemente neste artigo. Refira- roamento deve ser tomada de acordo com são veículo WIG designa todo o veículo multi-
se ainda que o Instituto Hidrográfico está as regras desta parte e, se as circunstân- modal que, no modo operacional principal,
a preparar uma nova edição da Publica- cias o permitirem, ser executada de uma voa junto à superfície utilizando o efeito
ção Náutica Oficial Regulamento Interna- forma clara, com larga antecedência e de resultante da proximidade a essa superfí-
cional para Evitar Abalroamentos no Mar – acordo com os usos e costumes marítimos». cie». O termo multimodal advém de o WIG
1972, em que serão incluídas estas emen- Embora seja uma redundância ter uma utilizar sustentação hidrostática (e por
das. Essa nova edição terá, também, a novi- regra que obriga os navios a manobrar de vezes hidrodinâmica), quando na água, e
dade de incluir comentários explicativos acordo com o próprio RIEAM-72, sempre sustentação aerodinâmica, quando em voo.
das várias regras, de forma a facilitar a parece mais adequado do que deixar essas O aparecimento destes novos veículos
sua compreensão e aplicação prática. manobras à subjectividade dos «usos e obrigou também a acrescentar uma nova
costumes marítimos». alínea à regra 18 – «Responsabilidades recí-
2. Instalação de sino a procas dos navios». Tal como acontece com
bordo qualquer hidroavião (regra 18 e.), também
4. Veículos o WIG é obrigado a «manter-se bem afas-
Na anterior versão do Regulamento,
eram obrigados a possuir um apito e um
Wing-In-Ground (WIG) tado de todos os outros navios e evitar difi-
sino todos os navios de comprimento igual Os WIG (ver figura) são um tipo de cultar a sua navegação» (regra 18 f.). Além
ou superior a 12 metros (regra 33 a.). Com veículos de alta velocidade caracterizados disso, «deverá cumprir as regras [de
a entrada em vigor das emendas da reso- por possuírem asas. Essas asas, quando manobra e navegação] para navios de
lução A.910 (22), apenas os navios com próximas de uma fronteira (geralmente a propulsão mecânica».
comprimento igual ou superior a 20 superfície da água, mas também superfí- Finalmente, foram feitas também alte-
metros são obrigados a possuir sino. Qual- cies terrestres planas, gelo ou neve) rações na parte C – «Faróis e balões», as
quer navio a partir de 12 metros continuará sofrem um aumento da força de susten- quais obrigam os WIG's a mostrar, além
a instalar obrigatoriamente um apito, tação por existir uma convergência adicio- das luzes prescritas para navios de propul-
podendo trazer voluntariamente um sino. nal de ar entre a face inferior da asa e a são mecânica [farol(is) de mastro, faróis de
Esta emenda à regra 33 a. obrigou a superfície da fronteira. Os veículos WIG, borda e farol de popa], uma luz vermelha
alterar também a regra 35 – «Sinais sono- que atingem velocidades na ordem de 350 de relâmpagos visível em todo o horizonte.
CTEN SARDINHA MONTEIRO
ros em condições de visibilidade redu- nós, são normalmente classificados como DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
zida». Assim, foi incluída uma nova navios apenas por necessitarem de desco- [email protected]

16 Hidromar – Edição Especial 2006


GALILEO
A União Europeia está a desenvolver e implementar um sistema de navegação por satélites,
baptizado como Galileo. O primeiro satélite deste «GPS Europeu» foi lançado em 28 de Dezem-
bro de 2005 e prevê-se que o sistema fique operacional entre 2010 e 2012, passando a cons-
tituir mais uma alternativa de posicionamento para todos os navios no mar e não só.

1. Introdução tação (2006-2007) e operação comer-


cial (a partir de 2008). Actual-

D
esde a década de '90 que a Europa
mente, decorre ainda a fase de
(organizações governamentais,
desenvolvimento, cuja tarefa mais
institutos de navegação, navegan-
significativa consiste em pôr em

Instituto Hidrográfico • SENTIMOS AS NOSSAS ÁGUAS


tes aéreos e marítimos, etc) vem demons-
órbita 2 satélites de teste. O lança-
trando grande preocupação pela depen-
mento do primeiro satélite de teste
dência, em termos de posicionamento e
ocorreu em 28 de Dezembro de
navegação, relativamente ao Global Posi-
2005, utilizando um foguetão russo
tioning System (GPS) e ao GLObal NAviga-
Soyuz, prevendo-se que o segundo
tion Satellite System (GLONASS), por estes
satélite experimental seja lançado
serem operados e controlados unilateral-
em princípios de 2006.
mente por um único país (respectiva-
Os restantes satélites que
mente EUA e Rússia), com a agravante de
comporão o sistema serão lança- Fig. 1 – Constelação de satélites do Galileo
o controlo pertencer às respectivas autori-
dos gradualmente na fase de imple-
dades militares. Nesse enquadramento, a
mentação, durante a qual serão também  Serviço Regulado (Public Regulated
Comissão Europeia começou a desenvol- Service), caracterizado por melhor robus-
estabelecidas todas as infra-estruturas em
ver, a partir de 1998, o projecto de imple- tez e resistência a interferências e
terra, necessárias ao controlo e operação
mentação de um sistema de radionavega- empastelamento;
do sistema. A fase de exploração comer-
ção europeu que pudesse ser uma
cial iniciar-se-á após a entrada em funcio-  Serviço de Busca e Salvamento (Search
alternativa credível aos sistemas existentes. And Rescue Service), destinado a comple-
namento do Galileo. A Comissão Europeia
Este projecto, que tomou a designa- mentar e melhorar o serviço COSPAS-
continua a apontar para o início das opera-
ção de Galileo, está a envolver directa- -SARSAT.
ções em 2008, mesmo quando já se tornou
mente 28 países: os membros da União
evidente que será impossível fabricar, De forma a fornecer estes níveis de
Europeia, mais os membros da Agência
lançar para o espaço e testar 30 satélites serviço, o Galileo possuirá uma constela-
Espacial Europeia, que na maioria são, já
num curto espaço de 3 anos (2006 a 2008). ção composta por 30 satélites a uma alti-
de si, membros da União, com excepção
Dessa forma, parece mais sensato espe- tude de 23.000 km, ou seja cerca de 3.000
da Noruega, Suiça e Canadá. Além disso,
rar que o Galileo esteja operacional (i.e. km acima dos satélites GPS.
têm vindo a ser acordadas parcerias com
com 30 satélites em órbita, testados e vali- Além disso, será instalada uma extensa
países como a China (que está a investir
dados) por volta de 2010/2012. rede de estações em terra, destinadas ao
200 milhões de Euros neste projecto), a
controlo e monitorização dos satélites, bem
Rússia (o primeiro satélite do Galileo foi
lançado por um foguetão russo, a partir 3. Descrição do sistema como um conjunto vasto de antenas
O Galileo vai ter 5 níveis diferentes de destinadas a receber e enviar dados aos
de Baikonur), Israel, etc.
serviço, com a particularidade de apenas satélites.

2. Fases do projecto o nível primário, caracterizado por uma


O projecto Galileo foi planificado para
performance menos exigente (Serviço 4. Interoperabilidade
Aberto), ser gratuito. Todos os outros
obedecer a 4 fases: definição (até 2001),
níveis de serviço apresentarão mais-
Galileo / GPS
desenvolvimento (2002-2005), implemen-
valias relativamente ao Serviço Aberto, A Comissão Europeia fez, desde o
mas serão pagos. início, ponto de honra em que o Galileo
Os serviços a implementar no fosse compatível e inter-operável com o
Galileo serão os seguintes: GPS, de forma a facilitar o desenvolvimento
 Serviço Aberto (Open Service), de receptores combinados, sem significa-
gratuito para todos os utilizadores; tivos acréscimos de custo e de complexi-
 Serviço Comercial (Commercial dade. Para conseguir esse desiderato, foi
Service), caracterizado por melho- necessário acautelar, basicamente, a compa-
res performances, mas acessível tibilidade em 3 áreas distintas: sistema
apenas mediante o pagamento de geodésico de referência (datum), sistema de
uma taxa; referência de tempo e frequências, o que
 Serviço de Salvaguarda da Vida só se conseguiu após complexas e arras-
Humana (Safety Of Life Service), tadas negociações entre o Governo Ameri-
semelhante ao Serviço Aberto, cano e a Comissão Europeia.
Fig. 2 – Imagem artística de um satélite Galileo mas com garantia de integridade; A inter-operabilidade do Galileo com

Hidromar – Edição Especial 2006 17


(Cont. da pág. anterior)
GALILEO
o GPS destinou-se fundamentalmente a 5. Conclusão sistema de navegação por satélites operado
facilitar o desenvolvimento de receptores comercialmente e ser vocacionado para
combinados, i.e. de receptores capazes de aplicações estritamente civis.
usar simultaneamente os sinais do GPS e Após esta breve «apresentação» do Terminamos formulando o desejo de
do Galileo. Dessa forma, é possível ante- provável novo sistema de radionavega- que o Galileo, apesar das dificuldades
cipar que no futuro a esmagadora maio- ção por satélites, parecem não restar iniciais, venha a seguir os passos de
ria dos receptores serão combinados, dúvidas quanto à sua utilidade, sobretudo sucesso da ilustre personalidade homó-
permitindo assim utilizar os dois sistemas para os navegantes marítimos. A futura nima, fornecendo aos navegantes uma
de forma a assegurar melhor exactidão e implementação do Galileo contribuirá para alternativa válida e preciosa para o posi-
disponibilidade aos utilizadores. Natu- um melhor posicionamento no mar, cons- cionamento no mar. Galileu Galilei
ralmente, o preço de um receptor combi- tituindo uma alternativa ao GPS e também também sofreu imensas perseguições por
nado será superior ao de um receptor ao GLONASS. parte da Inquisição (a Inquisição dos
capaz de usar apenas um dos sistemas, Este projecto tem, além do interesse nossos dias são os Ministérios das Finan-
mas estima-se que o acréscimo de preço para os navegantes, várias peculiaridades, ças...), mas acabou tendo uma vida longa
dos receptores GPS + Galileo, relativa- como ser a primeira Parceria Público- (78 anos) e, sobretudo, plena de sucesso.
Instituto Hidrográfico • MAREAMOS CONSIGO

mente aos receptores individuais, seja de Privado de grande escala desenvolvida a CTEN SARDINHA MONTEIRO
apenas 20%. nível da União Europeia, ser o primeiro DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
[email protected]

Correcções às Cartas Náuticas Oficiais (CNO)


e Publicações Náuticas Oficiais (PNO)
T
odos os navios devem manter a elementos alterados assinalados por baixo
bordo, devidamente actualizadas, da coluna respectiva com o símbolo «•».
as cartas náuticas oficiais e as No caso de correcções aos Roteiros da
publicações náuticas oficiais (roteiros, Costa de Portugal, estas saem em formato
listas de luzes, lista de radioajudas, tabe- das páginas de Roteiro com indicação da
las de marés e outras) adequadas e neces- alteração a efectuar, por exemplo:
sárias para o planeamento e visualização
das derrotas da viagem a realizar e para Correcção n.º1/2004
a marcação e controlo da posição ao longo Roteiro da Costa de Portugal
da mesma. Em qualquer dos casos os AN Perma- Arquipélago dos Açores – 2.ª edição – 2000
Estas CNO e PNO são corrigidas atra- nentes devem ser imediatamente regis- Suplemento n.º 1 – 2003
vés dos Avisos aos Navegantes (AN), tados na ficha individual da carta e Página 5 – 8
publicação quinzenal difundida por via posteriormente deverão ser corrigidas as Linhas 16 – 20 Esq.
postal e na Internet através do site CNO da seguinte forma: Substituir por:
www.hidrografico.pt.  Inserir as correcções. Na Ribeira Quente existe um Porto de Pesca,
Ao receber-se um Grupo Quinzenal de  Registar a inserção das correcções a tendo na extremidade do molhe respectivo, o
AN a bordo, a primeira acção a tomar é caneta no canto inferior esquerdo onde farolim Molhe (705) constituído por uma torre
confirmar a sequência do seu número com menciona «Pequenas correcções». com faixas horizontais verdes e brancas. A W do
o número do último grupo recebido, de Ex. Pequenas correcções: 1999: 114 – porto existe a foz de uma ribeira, com uma praia
forma a detectar a eventual falta de 200-234 2004: 102 – 301 2005: 190. de calhau rolado, abrindo-se para o interior um
algum. Devem ser mantidos em arquivo pronunciado vale em cuja encosta W se avista
todos os Grupos Quinzenais de AN Quando o AN Permanente afecta uma estrada.
enquanto tiverem utilidade. uma PNO, as correcções devem ser
Quando é efectuado um AN Perma- imediatamente inseridas e registadas na
Ter os documentos náuticos oficiais
nente para correcção de uma CNO, este «Folha de Registo de Alterações» de cada
corrigidos, é essencial para uma navega-
poderá ser em forma de colagem, ou por PNO.
ção segura, eficaz e responsável e é com
indicação dos procedimentos a tomar (por No Grupo Quinzenal, as correcções aos
esse objectivo em mente que todos traba-
ex. – Na CNO 26403 (INT 1872) – Apro- quadros e tabelas do Catálogo de Cartas e
lhamos para fazer chegar ao navegante a
ximações a Aveiro (Plano do Porto de Publicações Náuticas, das Ajudas à Navega-
informação essencial para que ele possa
Aveiro), inserir por colagem o anexo ção – Lista de Luzes, Bóias, Balizas e Sinais
cumprir os seus objectivos levando assim
gráfico contido na Secção VIII, ou Na CNO de Nevoeiro e das Ajudas à Navegação –
a bom porto a sua missão.
24205 – Cabo de Sines a Lagos retirar a Radioajudas e Serviços são efectuadas da
sonda de 3398 metros, que se encontra na seguinte forma:
posição 36º 34,17'N/009º33,74'W – Datum As linhas que sofreram alteração são ANA ATAÍDE, TÉCNICA ESPECIALISTA
DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
Europeu). publicadas na sua totalidade, sendo os [email protected]

18 Hidromar – Edição Especial 2006


A Internet ao serviço do navegante
C
omo é costume dizer-se o Mundo é onde se encontram todas as Cartas gantes – Grupo Quinzenal», pois o Instituto
uma aldeia global. Sendo assim, as Náuticas Oficiais do território português, Hidrográfico não pode assegurar a integri-
novas tecnologias têm forçosa- com todos os avisos permanentes que dade dos dados da sua página da Internet,
mente que entrar em todas as áreas de acti- as afectam desde a sua publicação até estando estes sujeitos a corrupção aciden-
vidade, sejam elas públicas ou privadas. ao último Grupo publicado na Internet, tal ou intencional. Além disso, a impressão
A Internet é, hoje em dia, o local onde e todos os Grupos Quinzenais publica- dos ficheiros com colagens às Cartas Náuti-
tudo se procura e tudo se encontra. A Divi- dos desde Outubro de 2000 até hoje (e cas Oficiais pode dar origem a distorções.
são de Navegação do Instituto Hidrográ- este hoje é actualizado e acrescentado de Dessa forma, o Instituto Hidrográfico só
fico não poderia ficar insensível a este pode- 15 em 15 dias, às sexta-feiras). assume responsabilidade pela informação
roso meio de divulgação, pelo que iniciou Em 2004, foi dado outro grande pas- constante dos Grupos Quinzenais de Avisos

Instituto Hidrográfico • CARTOGRAFAMOS O MAR PORTUGUÊS


em Outubro de 2000 a publicação do seu so com a inserção no Grupo Quinzenal das aos Navegantes, em papel, distribuídos
Grupo Quinzenal de Avisos aos Navegantes colagens às Cartas Náuticas Oficiais, sob gratuitamente a cada 2 semanas – embora,
numa pequena página da como foi referido, a consulta
Internet. Os primeiros passos Através da Internet ou dos Grupos em papel, dos Avisos disponibilizados
foram cautelosos e inspirados a Divisão de Navegação trabalha no presente na Internet possa ser de
numa aprendizagem feita com os olhos postos no futuro, e sempre com o grande utilidade e comodi-
em França. Depois, a página mesmo objectivo – a Segurança dos Navegantes. dade a todos os utilizado-
foi sendo aperfeiçoada a res.
moldada, ouvindo as sugestões de quem a forma de ficheiro em formato *.pdf. Pos- Temos procurado também incremen-
a usa e avaliando a necessidade de acres- sibilitou-se, assim, a visualização das co- tar a qualidade dos Avisos aos Navegan-
centar mais e melhor informação. lagens em suporte digital, quando antes tes, de papel e, desde Março deste ano, foi
Hoje, é possível consultar os Avisos aos apenas estavam disponíveis após a re- iniciada a publicação de uma série de
Navegantes com um simples clic no rato (ou cepção do Grupo Quinzenal em papel. pequenos artigos, em linguagem acessível,
falando em linguagem informática, aceder Tanta tecnologia não anulou o bem com informações úteis e diversificadas.
ao link dos Avisos aos Navegantes) em antigo Grupo Quinzenal de Avisos aos Nave- Depois da rotina extenuante de corri-
www.hidrografico.pt, podendo visualizar gantes em formato papel – existente pelo gir as Cartas e Publicações Náuticas
uma página com informações de dois tipos: menos desde 1868. Os formatos papel e *pdf Oficiais e de inserir, a lápis, as informa-
❚❘ de ordem geral, para quem só queira representam dois produtos idênticos em ções de carácter temporário que sempre
entender um pouco sobre o que são e conteúdo informativo, mas distribuídos de existem, poderá agora absorver-se infor-
para que servem os Grupos de Avisos maneira distinta – e, como tal, ambos se justi- mação útil de uma forma agradável,
aos Navegantes; ficam. Aliás, a consulta dos Avisos aos Nave- consultando o verso da contracapa.
❚❘ de ordem específica, dirigida essencial- gantes difundidos pela Internet não dispensa ANA ATAÍDE
DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
mente aos navegantes, com uma tabela a consulta da publicação «Avisos aos Nave- [email protected]

Catálogo Mundial de CENO


O
s mais recentes sistemas de nave- tores de CENO e divulgar as existências
gação electrónica oficial (ECDIS mundiais num catálogo na Internet. Todo
– electronic chart display and o esforço de recolha de informação de base
information system) utilizam como infor- e respectiva actualização é realizado pelo
mação de base cartas electrónicas de nave- IC-ENC. O Instituto Hidrográfico processa
gação oficial (CENO), também vulgar- posteriormente os dados do catálogo e
mente designadas por células. Estas disponibiliza-o numa página interactiva
com base geográfica em: http://ih-net- Fig. 1 – Página de entrada do catálogo mundial
CENO são produzidas pelos institutos CENO
hidrográficos dos vários países do mundo, www.hidrografico.pt/website/icenc/
não se tendo ainda chegado à fase de haver (Fig. 1). Nesta página, o utilizador pode
prevêm editar no futuro (em produção).
uma cobertura mundial total da infor- ampliar a zona de seu interesse, obter
O mapa de base deste catálogo inclui ainda
mação náutica neste suporte. Alguns informação técnica e administrativa sobre
informação sobre a circulação geral dos
países disponibilizam ou vendem indivi- cada CENO (escala de compilação, nome
oceanos (superficial), principais rotas
dualmente as suas células, outros agru- e número identificador, página de Inter-
marítimas e localização de cidades do
param-se em consórcios revendedores. net do distribuidor) e seleccionar CENOs
mundo. A informação incluída nesta
Esta dispersão metodológica de disponi- de acordo com critérios espaciais ou
página é actualizada com uma periodici-
bilização ou venda das CENO gera difi- descritivos. Uma das funcionalidades
dade mensal.
culdades aos navegadores na identifica- mais interessantes é a possibilidade do
Para além desta página, o Instituto
ção do que existe e onde pode ser obtido. utilizador marcar uma rota e o sistema
Hidrográfico edita o catálogo também em
O Instituto Hidrográfico faz parte de um devolver a identificação das CENO por
CD-ROM para utilização autónoma da
consórcio (IC-ENC) que decidiu realizar onde essa rota passa. Está também dispo-
ligação à Internet.
um esforço adicional para recolher perio- nível informação sobre a cobertura espa-
dicamente informação de todos os produ- cial dos dados de cada CENO e as que se

Hidromar – Edição Especial 2006 19


Documentos
A informaçãoNáuticos Oficiais
náutica oficial em(DNO):
5 respostas
Ser ou não ser
– Garantia, desde que o utilizador
1 Por que é que as publicações náuti- cumpra as indicações publicadas relativas 4 É seguro navegar com uma cópia ou
cas do Instituto Hidrográfico são oficiais? à manutenção dos Documentos, de que a digitalização de uma carta náutica oficial
Designa-se por Documento Náutico informação disponibilizada reflecte a reali- em papel?
Oficial uma carta ou publicação náutica dade existente no momento da consulta Não. Qualquer processo de cópia ou
editada por um governo ou sob autori- ou utilização desse Documento, desde que digitalização origina distorções que se irão
zação de um governo, produzida pela esta tenha sido tempestivamente comu- reflectir no rigor do posicionamento. Por
instituição governamental competente nicada à entidade que o publica. outro lado, o papel utilizado na impres-
ou por um Instituto Hidrográfico, de – Possibilidade de o utilizador poder, são de Cartas Náuticas Oficiais obedece a
acordo com os preceitos e normas da durante o período de vigência do Docu- normas rígidas que visam garantir não só
Instituto Hidrográfico • SONDAMOS AS NOSSAS ÁGUAS

Organização Hidrográfica Internacional, mento, interagir com a entidade que o a uniformidade das cores, linhas e demais
da Organização Marítima Internacional publica, sempre que detectar uma discre- informação nela existente, mantendo as
e da Associação Internacional de Sinali- pância com a realidade encontrada. relações dimensionais entre os objectos,
zação Marítima. mas também a manutenção da sua inte-
Chama-se a atenção dos navegantes 3 Quais os riscos que corro ao utilizar gridade física durante todo o período de
para a vantagem da utilização dos Docu- informação não oficial? utilização, em condições o mais próximas
mentos Náuticos Oficiais destinados à – Provável ausência de indicação possíveis das originais, permitindo
navegação, uma vez que eles são os temporal relativamente à data a que se também desta forma a concretização de
únicos que estão obrigatoriamente actua- reportam os dados disponibilizados e da todo o processo de actualização que essa
lizadas no momento da venda e são fidedignidade das fontes de informação carta possa sofrer.
periodicamente actualizados pelos Avisos que originaram os dados disponibiliza-
aos Navegantes emitidos pela entidade que dos; 5 Acedi a um sítio na Internet com infor-
as pública. Contrariamente à generalidade – Provável ausência de conformidade mação sobre marés. Como posso saber se
das publicações de autor, inalteráveis com as normas nacionalmente ou inter- essa informação é oficial?
desde que o autor faz a sua revisão final nacionalmente estabelecidas, o que pode O Instituto Hidrográfico, ao disponi-
antes de as enviar para impressão e poste- levar a potencialmente perigosas assun- bilizar informações sobre marés às enti-
rior venda, os Documentos Náuticos ções erróneas na interpretação dos dados; dades que o solicitam, estabelece condi-
Oficiais permanecem Documentos «vivos» – Provável ocorrência de incompati- ções que devem ser respeitadas por essas
(i.e., actualizados) durante todo o seu bilidades na forma como alguns equipa- entidades. Entre outras, estabelece-se
período de vigência. mentos processam a informação quando que a entidade deverá fazer referência,
esta é disponibilizada em formatos digi- no local onde a informação é disponibi-
2 Que benefícios decorrem da utiliza- tais, por deficiente conformidade entre as lizada, não só à fonte de informação, mas
ção de informação oficial? normas utilizadas pelos diversos fabri- também aos contactos do Instituto Hidro-
– Garantia de que a informação dispo- cantes; gráfico - e explicitamente à autorização
nibilizada sobre um determinado assunto – Provável desresponsabilização legal por este emitida.
foi originada pelas entidades com compe- da entidade que disponibiliza os dados em Na publicação de parte ou do todo da
tência ou jurisdição nessa área em parti- caso de acidente ou incidente marítimo previsão de marés para um porto, deverá
cular; motivado pela sua inexactidão. constar:

«© Copyright Marinha,
Instituto Hidrográfico, 200__.
Publicado com a autorização n.º ____ do
Instituto Hidrográfico, Marinha.

Esta publicação não substitui as publicações


oficiais do Instituto Hidrográfico que declina
qualquer responsabilidade decorrente da utilização
dos elementos de marés transcritos.»

Esta informação, que pode aparecer em


vários órgãos da comunicação social, é uma
informação com autorização de publica-
ção, fiável desde que não haja erros de
transcrição. Não substitui, porém, a Tabela
de Marés editada pelo Instituto Hidro-
gráfico: a única publicação oficial sobre
marés.

20 Hidromar – Edição Especial 2006


e o desgaste derivado do uso do lápis.
Impressão de Cartas Náuticas A experiência do IH com
a pedido – Print-on-demand o PoD
O Instituto Hidrográfico iniciou o
fornecimento de cartas náuticas impres-

A
produção de cartografia náutica, ou óleo). sas em PoD em Fevereiro de 2005. Nesta
no Instituto Hidrográfico (IH), A impressão a jacto de tinta (inkjet) é fase inicial é pretendido determinar:
tem, ao longo das duas últimas um processo de impressão sem impacto.  a aceitação do produto;
décadas, sofrido consideráveis alterações O texto e imagens são formados pelo  o custo de produção;
nas metodologias e nas técnicas de compi- preciso posicionamento de pequeníssimas  a capacidade de produção.
lação e de impressão. Estas alterações gotículas de tinta injectadas a alta veloci- O resultado desta fase inicial tem sido
devem-se, em particular, aos desenvolvi- dade pelos ejectores das cabeças de impres- positivo. As cartas print-on-demand têm sido
mentos informáticos, em hardware e soft- são. A combinação das gotículas de tinta bem aceites por parte da comunidade
ware. Neste último, incluem-se os sistemas cyan, magenta, amarelo e preto formam náutica. Os revendedores e os navegado-
de informação geográfica (SIG), dedicados pontos muito precisos de várias cores que, res, profissionais e de recreio, compreen-
à cartografia, designados de forma corrente quando vistos à distância, compõem a dem a mais valia de terem cartas actuali-

Instituto Hidrográfico • JUNTOS, A BOM PORTO


por sistemas de Cartografia Assistida por imagem. zadas e «limpas» no momento da
Computador. As impressoras de jacto de tinta estão aquisição.
A compilação da carta náutica transi- a emergir, como as mais comuns em Os tempos de impressão foram melho-
tou, assim, dos métodos tradicionais, impressão de grandes formatos, devido ao res do que esperado, conseguindo-se,
baseados no desenho manual e em proces- seu baixo custo, facilidade de utilização, regra geral, corresponder às solicitações
sos fotográficos, para o tratamento infor- vasta gama de papéis e tintas e uma grande em 24 horas.
mático, sendo a informação fonte utilizada variedade de resoluções, sendo presente- Apenas, em casos pontuais, tem sido
em formato digital. mente adequadas para cartografia náutica. relatado o desgaste do papel, em condi-
Na área da impressão das cartas náuti- ções de utilização intensiva das cartas. Este
cas, foi mantida a linha de produção em A selecção e implemen- assunto está a ser devidamente avaliado
offset de grande formato (superior ao A0). com pesquisa, no mercado, de papel com
No entanto, a «forma» base para os siste- tação do print-on-
maior resistência.
mas offset, as matrizes de impressão, tradi- demand no IH
cionalmente produzidas por processos
Na fase de escolha do sistema PoD para As vantagens do PoD
fotográficos, passaram a ser impressas em
o IH, foram analisados sistemas com Atendendo ao dinamismo natural das
traçador electrostático de grande formato
tecnologia de impressão térmica e piezoe- regiões marítimas navegáveis, dos ocea-
dedicado.
léctrica, com tintas pigmentadas à base de nos à orla costeira, das barras dos portos
Em 2005, após estudo e avaliação de
solvente ou de óleo e diferentes tipos de aos locais de fundeadouro ou atracação,
alternativas à solução de impressão em
papel, de modo a avaliar a qualidade das associado à permanente alteração das infra-
offset, foi implementada a «impressão a
impressões no que respeita à resistência à estruturas portuárias a que o navegador
pedido» Print-on-Demand (PoD). Esta é a
água, ao elevado uso do lápis e da borra- acede, coloca-se permanentemente ao IH
designação usualmente utilizada para
cha, condições essenciais para a sua utili- um desafio quanto ao grau de actualiza-
identificar o uso de sistemas de impres-
zação pelos navegadores. ção da cartografia náutica que é produ-
são a cores de grande formato, para a
A selecção da impressora PoD baseou- zida e disponibilizada à comunidade
impressão de cartas náuticas no momento
se, genericamente, na qualidade e na velo- náutica, em cada momento.
em que elas são solicitadas.
cidade de impres-
Neste breve artigo sobre o print-on-
são, na variedade e
demand são abordados: os aspectos técni-
na largura dos
cos deste sistema de impressão; a selec-
papéis disponíveis.
ção e implementação do sistema; as
A impressora
experiências efectuadas no IH; as vanta-
adquirida utiliza a
gens do print-on-demand e, a concluir, algu-
tecnologia de
mas considerações finais.
impressão piezoe-
léctrica com uma
Aspectos técnicos do resolução de 720
print-on-demand pontos por pole-
gada (dpi), tintas
A tecnologia usada no print-on-demand, pigmentadas à base
com resolução adequada aos requisitos de óleo, com capa-
cartográficos, encontra-se disponível no cidade de utiliza-
mercado de impressão desde 2003. Exis- ção de uma vasta
tem no mercado, várias impressoras a cores gama de tipos de
de grande formato que combinam dife- papel, possibili-
rentes tecnologias de impressão (térmica, tando um bom
piezoeléctrica ou electrostática) e tipos de compromisso entre
tinta (solvente, eco-solvente, UV-curable a resistência à água

Hidromar – Edição Especial 2006 21


Impressão de Cartas Náuticas a pedido – Print-on-demand (Cont. da pág. 21)

O sistema print-on-demand apresenta em vigor está ultrapassada – o fundo do Considerações finais


largas vantagens quer para o utilizador mar na região já não é assim.
O uso do print-on-demand é especial-
quer para o produtor, a saber: No entanto, ao longo do ciclo de vida
mente adequado à impressão de cartas de
de cada edição, outras alterações ao dese-
pequena tiragem.
Vantagens do Sistema PoD para o nho da carta mostram-se necessárias sem
Os materiais usados no print-on-
utilizador que se justifique a substituição da
demand são claramente mais caros que os
edição em vigor, alterações essas relati-
Cada Carta Náutica que é produzida usados na tradicional impressão offset. No
vas por exemplo ao assinalamento marí-
no Instituto Hidrográfico através do entanto, tendo em consideração os custos
timo, áreas condicionadas, estruturas
Sistema PoD, no respeitante ao ciclo de de inventário, de depósito, de introdução
conspícuas construídas ou demolidas,
vida útil de cada edição, possui um cartó- sistemática de correcções dos Avisos aos
etc.
grafo responsável pela sua manutenção Navegantes nas cartas em depósito, assim
Instituto Hidrográfico • POR SI VAMOS AO FUNDO DO MAR

No presente e com o incremento do


e actualização permanente – o coordena- como a destruição de cartas excedentes,
Sistema PoD é possível actualizar as
dor de edição. aquando da impressão de uma nova
cartas impressas em cada momento,
Este cartógrafo responsável pela edição, é legítimo considerar o PoD como
criando actualizações do Ficheiro de Produ-
edição em vigor de cada carta, assegura uma técnica eficiente e alternativa às técni-
ção após serem introduzidas as pequenas
em cada momento que o Ficheiro de Produ- cas tradicionais de impressão.
alterações cuja representação se revela útil
ção-Impressão está actualizado. O print-on-demand apresenta ainda
para a navegação.
Assim, ao adquirir uma carta potencialidades para:
Para o IH o Sistema de Impressão de
náutica o utilizador pode estar certo de  produzir cartas náuticas dirigidas a dife-
Cartografia a Pedido (leia-se, solicitações
que, para aquela área geográfica, não existe rentes segmentos do mercado, tais
do «mercado») possibilita a progressiva
informação mais actualizada. como navegação comercial, navegação
extinção dos «stocks» de cartas desac-
A carta náutica agora na sua posse está de recreio, pescas e outros;
tualizadas, inventários periódicos e todos
actualizada de todos os Avisos aos Nave-  providenciar um serviço individuali-
os custos resultantes do desperdício.
gantes (permanentes) que foram emitidos zado de subscrição para a actualização
desde a data de edição da carta até à data de cartas, que reenvie uma carta actua-
de impressão do exemplar que adquiriu. lizada sempre esta seja afectada por um
Aviso aos Navegantes;
Vantagens do Sistema PoD para o IH  a transferência de ficheiros digitais
entre organismos produtores de carto-
À decisão de produção de uma Nova
grafia, para a impressão de cartas de
Edição de uma carta náutica, está logica-
outros organismos.
mente associada a aquisição de informa- CFRFREITAS ARTILHEIRO
ção hidrográfica que depois de processada CTEN SOUSA PRELAZ
1TEN MESQUITA CHIN
e estudada, demonstra que a cartografia DIVISÃO DE HIDROGRAFIA
[email protected]

A importância do ciclo das praias


N
os últimos anos, estudos indicam erodidas de uma forma perma-
uma diminuição substancial dos nente, o mesmo não acontece
sedimentos transportados ao com as praias. As praias têm a
longo da linha de costa pelas correntes de capacidade de se auto-restau-
deriva litoral. A alimentação natural das rarem, o que as torna bastiões
praias por estes sedimentos é fundamen- formidáveis na protecção
tal para evitar a erosão das zonas costei- contra o mar.Estas têm perío-
ras e a alteração do equilíbrio das praias, dos em que armazenam areia
que já se faz notar nalgumas zonas da nossa (acrecção), durante anos de
costa. ventos predominantes de mar Perfil de praia típico de Verão e de Inverno
As praias têm uma importância social para terra, com pouca chuva e
enorme, com milhões de veraneantes poucas tempestades severas, permitindo dimensão promovem a resuspensão e o
desfrutando nelas parte ou a totalidade das compensar a erosão em anos de grandes transporte para a praia dos sedimentos
suas férias. A sua importância económica tempestades, em que os ventos sopram arrastados durante o Inverno. Alterações
também não pode ser descurada, já que predominantemente de terra. São também climatéricas (ex: alteração do nível médio
centenas de comunidades ribeirinhas observadas variações sazonais do ciclo de do mar) ou a construção de obras mariti-
subsistem devido ao desenvolvimento praia (ver figura), no Inverno as grandes mas (ex: barragens) podem comprometer
económico proporcionado directa ou indi- ondas geradas pelas tempestades, devido os mecanismos de auto-reparação das
rectamente pelo turismo. Interessa assim ao seu tamanho e energia têm a capaci- praias tendo como inconveniente a neces-
conhecer dinâmica das praias, de modo a dade de retirar sedimentos das praias e sidade de re-alimentar artificialmente as
podermos preservar este bem essencial. transporta-los para o mar, enquanto que praias periodicamente, de modo a compen-
Enquanto que arribas e falésias são as ondas típicas de Verão, de menor sar a areia perdida para o mar.

22 Hidromar – Edição Especial 2006


O Instituto Hidrográfico desenvolve
estudos de geologia marinha aplicada
às energias renováveis
O
Instituto Hidrográfico realizou entre Maio e Junho do passado ano e decor- equidistância de 100 m resultando num
recentemente um estudo de carac- reram integralmente a bordo do N.R.P. mosaico que ocupou uma área de 4.4 km2.
terização geológica da plataforma «Auriga». A interpretação de toda a informação
continental setentrional para uma empresa A primeira campanha cobriu uma área obtida e sua integração num SIG permi-
portuguesa ligada à implementação e de 2.5 km2, tendo sido realizados 15 km tiu identificar algumas características da
exploração de energias renováveis. de fiadas de sonar de varrimento lateral área de interesse que se revelaram deter-
A empresa, que tem em mãos o (100 kHz) e simultâneamente perfis de sub- minantes para o planeamento e execução
projecto de instalação da primeira estação bottom profiler (chirp sonar 2-7 kHz) com da missão de fundeamento, conforme foi

Instituto Hidrográfico • PARA QUE BEM NAVEGUE


de aproveitamento de energia das ondas o sistema combinado GEOACOUSTICS. comunicado à GM pela própria empresa.
para produção de energia eléctrica em Seguiu-se a realização de 22 km de linhas Destas, destaque para o elevado dina-
Portugal, pretendia conhecer as caracte- de reflexão sísmica monocanal de baixa mismo dos processos de remobilização e
rísticas geológicas da área de interesse (um potência (fonte sparker a 100 J). Pretendeu- redistruibuição dos sedimentos superfi-
rectângulo aproximadamente de 875x350m), -se com esta campanha fazer a caracteri- ciais, assim como o reconhecimento de
tão detalhadamente quanto possível, tendo zação geofísica da área de interesse, quer depósitos sedimentares distintos nos
em vista o fundeamento do dispositivo. em termos de morfologia e tipo de fundo, primeiros 4 m da coluna sedimentar, com
A coordenação do estudo ficou a cargo quer em termos da estrutura do sub-fundo, naturais consequências nas características
da Divisão de Geologia Marinha que de forma a poder-se planear com maior geotécnicas dos mesmos. Esta última
planeou duas campanhas onde foram rigor a campanha de caracterização sedi- conclusão assume particular relevo dado
empenhados diferentes meios de carate- mentológica que se seguia. que os «ferros» utilizados no fundeamento
rização geofísica e de amostragem sedi- Após processamento dos dados de do dispositivo, segundo cálculos efectua-
mentológica. Os trabalhos realizaram-se geofísica, realizou-se uma segunda campa- dos, terão que efectuar um enterramento
nha onde foram efec- de aproximadamente 5 m para suster os
tuadas 11 estações de módulos flutuantes.
amostragem superfi- Os resultados alcançados e a satisfa-
cial de sedimentos ção demonstrada pelo cliente, mostram que
(colhedor Smith McIn- a GM possui as valências técnicas e cien-
tire) e 10 testemunhos tíficas para realizar estudos aplicados de
verticais da coluna Geologia Marinha no domínio da plata-
sedimentar (corers) forma continental. Acresce ainda referir que
com recurso ao colhe- os dados obtidos, pela sua qualidade, apre-
dor do tipo vibrocorer. sentam uma inestimável contribuição
Foi ainda realizada para o conhecimento científico dos proces-
uma nova cobertura sos que actuaram e actuam sobre a nossa
da área com um sonar margem oeste setentrional. Os dados,
de varrimento lateral uma vez processados exaustivamente,
de alta resolução serão publicados, como um case-study, em
Fig. 1 – Registo de sonar lateral KLEIN 5000 (não corrigido, alcance late- (KLEIN 5000), tendo revista da especialidade.
ral de 100 m, orientação NNE-SSW) onde se observa um contacto proe- ANTÓNIO BADAGOLA
sido realizados 28 km
minente entre cascalheiras com wave-ripples e areias finas DIVISÃO DE GEOLOGIA MARINHA
de fiadas com uma [email protected]

Fig. 2 – Perfil de sonar chirp (sisch_07) onde se pode observar as duas


sub-unidades acústicas superficiais. O testemunho C7 foi amostrado no
centro geométrico da área de interesse e o seu comprimento total foi de Fig. 3 – Compilação dos dados colhidos e informação resultante (layout do
301 cm projecto SIG)

Hidromar – Edição Especial 2006 23


Sedimentos Superficiais da Plataforma
Continental Portuguesa
– Cabo da Roca ao Cabo de Sines
O
programa SEPLAT, iniciado em O posicionamento das estações de tância tem vindo a ser evidenciada com
1974, é um programa de Carto- amostragem foi efectuado por sistemas aplicações na execução das Cartas de apoio
grafia Sedimentar que se propôs precisos, inicialmente o Raydist e o Tris- às Pescas vulgo AP em que a base de carto-
realizar o levantamento sistemático da ponder, em alguns casos o Teodolito, e grafia sedimentar subjacente provém
natureza do fundo da plataforma conti- mais recentemente com o sistema GPS. A deste programa; no reconhecimento e iden-
Instituto Hidrográfico • (TRANS)MISSÃO DE CONHECIMENTO

nental e vertente superior com vista à determinação da profundidade realizou- tificação de possíveis zonas de exploração
publicação de uma série de oito Folhas se sempre com sondadores de precisão de inertes; na identificação de zonas
que constituem a «Carta dos Sedimen- e foi efectuada a respectiva correcção de propícias à delimitação de fundeadouros;
tos Superficiais da Plataforma Conti- maré, normalmente até à profundidade e no conhecimento da natureza de fundo
nental Portuguesa» à escala de 1:150 000 de 100m. para aplicação a estudos no âmbito da caça
e respectivas notícias de minas e da propagação
explicativas. do som.
Este programa veio, Actualmente encon-
de algum modo, substi- tram-se publicadas as
tuir as antigas «Cartas seguintes Folhas da «Carta
Litológicas Submari- dos Sedimentos Superfi-
nas», publicadas entre ciais da Plataforma Conti-
1913 e 1941. nental Portuguesa»:
Para a realização e Folha SED 7/8 [Vila
concretização deste Real Sto António ao Cabo
programa efectuaram- de São Vicente] e respec-
se campanhas de tiva Notícia Explicativa;
colheita de amostras Folha SED 6 [Cabo de São
superficiais e verticais de Vicente a Sines]; Folha
sedimentos, de obtenção SED 5 [Sines ao Cabo da
de dados geomorfológi- Roca];Encontra-se em fase
cos e estruturais através de Pré-publicação: A Notí-
da realização de perfis cia Explicativa da Folha
de reflexão sísmica SED 6 e a Folha SED 1
ligeira e de sonar de [Foz do rio Minho a Espi-
pesquisa lateral. Estas nho].
campanhas efectuaram- Nesta zona da plata-
se a bordo dos meios forma constata-se a
navais de que o Instituto presença maioritária de
Hidrográfico dispõe e Fig. 1- Folha SED 5 [Cabo da Roca ao Cabo de Sines] sedimentos arenosos e
dos quais se destacam o entre o Cabo de Sines e o
NRP «Almeida Carvalho», o NRP «Andró- O método cartográfico adoptado Cabo Espichel; entre o Cabo Espichel e o
meda», e outras embarcações mais ligei- consiste em representar cada amostra por Cabo Raso a plataforma interna é essen-
ras nas quais se realizaram campanhas de um tipo de sedimento, definido precisa- cialmente coberta por areias finas e
recolha de sedimentos nos fundos dos rios mente pela sua granulometria e pelo seu médias nas plataformas média e externa
e estuários, assim como de águas para teor em calcário. dominam os sedimentos lodosos que
estudo de sedimentos em suspensão. O Foram realizadas análises granulo- chegam a atingir mais de 20m de espes-
tipo de malha de amostragem é conside- métricas, determinações do teor em sura. A norte do Cabo Raso a cobertura
rada bastante cerrada, cerca de 1 milha carbono orgânico e carbonatos e foi igual- sedimentar é essencialmente areno-casca-
quadrada, podendo variar em alguns mente estudada a composição mineraló- lhenta, com elevada percentagem da
locais perto de costa para cerca de 1 000m gica da fracção grosseira e cascalhenta à componente biogénica.
e a profundidades de mais de 300m para lupa binocular e a composição mineraló- Este tipo de distribuição de sedimen-
cerca de 2 milhas. gica da fracção fina por difractometria de tos está, condicionado por vários facto-
Como instrumentos de colheita utili- raios-X, res dos quais se salientam as correntes de
zaram-se, para sedimentos não consoli- Outros estudos e determinações têm deriva litoral, a agitação marítima super-
dados, Shipeck, Van Veen, Dietz Lafond vindo a ser efectuados, essencialmente por ficial a morfologia de fundo e principal-
e mais modernamente a draga SmithM- jovens investigadores, no âmbito de mente a existência do canhão de Setúbal
cEntyre. Para as colheitas verticais de sedi- programas de Teses de Mestrado e de e pelos rios Tejo e Sado.
DR.ª MANUELA MATOS
mentos utilizaram-se os «Corers» de Doutoramento. DIVISÃO DE GEOLOGIA MARINHA
Gravidade e de Pistão. Trata-se de um programa cuja impor- [email protected]

24 Hidromar – Edição Especial 2006


Laboratório de Química virado para o mar
de portos ligados a refinarias e de termi-
nais de produtos químicos.
Quando ocorre um derrame de um
produto petrolífero é necessário proceder
a um conjunto de análises às amostras que
são recolhidas do derrame no meio mari-
nho, assim como, nas amostras da poten-
cial ou suspeita fonte poluidora para que
se possa afirmar qual de facto é a origem
do produto. É através deste conjunto de
análises que se realizam nos laboratórios,
fazendo uso de equipamentos apropria-
dos e do conhecimento adquirido ao
longo de bastantes anos, que podemos
saber se as manchas de óleo que atingi-

Instituto Hidrográfico • HÁ MAR E MAR …


ram uma praia provêm de um acidente no
mar ou da lavagem de tanques de navios

A
poluição causada por hidrocar- riais e ZEE, e ainda em outras áreas de inte-
petroleiros.
bonetos (crude, derivados de resse nacional.
A preservação do ambiente marinho
petróleo e nafta) e outros produ- As amostras colhidas são posterior-
implica o conhecimento da qualidade das
tos perigosos podem ter a sua origem em mente analisadas nos nossos laboratórios
acidentes marítimos (resultantes de afun- que se encontram equipados com diver-
damentos ou abalroamentos de petrolei- sos equipamentos apropriados à análise
ros e de outros navios que transportem de nutrientes, metais pesados, policloro-
cargas ou mercadorias perigosas) ou bifenilos, pesticidas clorados e hidrocar-
podem ser resultado de despejos delibe- bonetos.
rados provenientes da lavagem de tanques Os métodos utilizados nos nossos
de combustível. Embora a face mais visí- laboratórios foram devidamente adapta-
vel deste tipo de poluição sejam as marés dos para a água do mar (matriz salina),
negras, cargas incalculáveis de poluentes não são portanto métodos normalizados.
são, dissimuladamente, atiradas para as Encontram-se em fase de validação interna
nossas águas. Assim, todos os dias cente- com vista ao processo de acreditação dos
nas de navios que cruzam as águas portu- laboratórios. Conjuntamente efectuamos
guesas são potencialmente responsáveis exercícios de intercalibração com labora-
pela qualidade das nossas águas. tórios congéneres europeus para valida-
Estima-se que dos 100 navios que ção dos nossos resultados e métodos.
cruzam a costa portuguesa, 12 são petro- A caracterização físico-química de
leiros; quando cruzam a ZEE Portuguesa sedimentos de zonas, que se pretende que
águas e das consequências da introdução
(que corresponde a 18 vezes o território venham a ser dragados, constitui também
de substâncias e energia pelo Homem no
nacional), passando principalmente junto uma área de trabalho na medida em que,
Oceano, o Instituto Hidrográfico realiza
à costa continental, transportam cerca de de acordo com a lei vigente, é necessário
estudos relacionados com a degradação,
30% do crude mundial – o custo de termos caracterizar o material por forma a enqua-
dispersão, deposição e bioacumulação de
uma posição geograficamente estratégica, drar esse material numa das cinco classes,
poluentes, para os quais é necessário o
entre as rotas dos continentes europeu e de acordo com o grau de contaminação e
apoio de laboratórios equipados de forma
africano. A este facto acresce a existência assim poder orientar a decisão quanto ao
cada vez mais exigente, assim como um
destino a dar ao material.
conjunto de meios espe-
Sendo o Instituto Hidrográfico um
cíficos para operações
órgão da Marinha, presta apoio à Autori-
em ambientes aquáti-
dade Marítima Nacional no âmbito da
cos: técnicos especiali-
poluição do mar, nomeadamente no que
zados, equipamentos de
se refere à identificação de derrames de
colheita apropriados,
hidrocarbonetos, sejam de origem indus-
embarcações e navios.
trial, sejam consequentes do tráfego de
Os programas de
navios nas nossas costas, a actividade dos
monitorização consistem
nossos técnicos de laboratório assume uma
na avaliação periódica
importância vital na preservação do terri-
do estado da qualidade
tório marítimo nacional.
das águas e sedimentos
através da recolha de
amostras nas costas, ENG. PILAR PESTANA DA SILVA
CHEFE DA DIVISÃO DE QUÍMICA E POLUIÇÃO
estuários, águas territo- [email protected]

Hidromar – Edição Especial 2006 25


tude de 1 metro em marés vivas e 50 cm

A Maré em marés mortas; nos Açores temos 70 cm


em marés vivas e 30 cm em marés mortas.
Estes valores ilustram um facto conhecido:
a amplitude da maré diminui quando nos

A
maré tem como causa a atracção longo do tempo, em termos médios esse afastamos da costa. Com efeito sabe-se que
gravitacional do Sol e da Lua. A atraso é cerca de 2 horas em Portugal a maré se torna praticamente nula nas
influência da Lua é bastante Continental, e inferior a 30 minutos na zonas centrais das grandes bacias oceâ-
superior, pois embora a sua massa seja Madeira e nos Açores. nicas.
bastante menor que a do Sol, esse facto é Outro aspecto importante a ter em conta Regra geral a amplitude das marés vivas
compensado pela menor distância à Terra. é o fenómeno quinzenal da alternância entre é ainda maior por ocasião dos equinócios
Instituto Hidrográfico • APOIAMOS EM TERRA OS QUE ANDAM NO MAR

Matematicamente a maré é uma soma de marés vivas e marés mortas; este fenómeno, (marés vivas equinociais). Tal facto é mate-
sinusóides (ondas constituintes) cuja matematicamente explicado pela consti- maticamente explicado pela introdução de
periodicidade é conhecida e depende tuinte S2 (solar semi-diurna), decorre do uma terceira constituinte (K2) que, perto
exclusivamente de factores astronómicos. efeito do sol como elemento «perturbador». dos equinócios, reforça o efeito do Sol.
De um modo geral, podemos dizer que Com efeito, quando o Sol e a Lua estão em Tal como já foi referido, os oceanos não
a maré sobe quando das passagens meri- oposição (Lua cheia) ou conjunção (Lua reagem instantaneamente às influências
dianas superior e inferior da Lua. Isto é, nova), a influência do Sol reforça a da Lua astronómicas havendo aqui também, para
temos preiamar (maré cheia) quando a Lua e ocorrem as marés vivas (matematica- cada local, um atraso de resposta. Neste
passa por cima de nós, assim como quando mente as constituintes somam-se). Por outro caso, esse atraso chama-se, em termos
a Lua passa por baixo de nós, ou seja, por lado, quando o Sol e a Lua estão em quadra- médios, Idade da Maré. De modo muito
cima dos nossos antípodas. tura (Quarto crescente e Quarto grosseiro, pode dizer-se que a maré viva
As preia-mares suce- ocorre no dia seguinte à
dem-se assim, regular- Lua Nova ou Lua Cheia.
mente, com um intervalo Até agora falou-se de
médio de meio dia lunar apenas três constituintes.
(aprox. 12h 25m) o que Na realidade a maré tem
corresponde matematica- ainda muitas outras
mente à constituinte lunar constituintes que repre-
semi-diurna (M2); tal facto sentam matematica-
é expresso pelo povo que mente outras irregulari-
refere que «a maré, no dia dades astronónicas
seguinte, é uma hora mais associadas com os dois
tarde» (na realidade aprox. astros. O programa de
50m mais tarde). previsão de marés utili-
Por sua vez, o intervalo Alturas de maré em Aveiro ao longo de 12 dias. A seguir à Lua Cheia e ao Quarto zado no IH permite o
de tempo entre uma preia- Minguante ocorrem, respectivamente, águas vivas e águas mortas uso de 62 constituintes.
mar e a baixa-mar seguinte Convém por último
é, em média, 6 h 13 m. referir que o nível da
No entanto, o mar não reage instan- minguante), a influência do Sol contraria água do mar depende ainda de outros
taneamente à passagem da Lua, havendo, a da Lua e ocorrem as marés mortas (mate- factores que não a maré astronómica, tais
para cada local, um atraso maior ou maticamente as constituintes subtraem-se). como a pressão atmosférica, ventos e a
menor das preia-mares e baixa-mares. AFigura apresenta a evolução da maré em agitação marítima.
O intervalo de tempo entre a passa- Aveiro ao longo de doze dias, mostrando A pressão atmosférica é o mais impor-
gem meridiana da Lua e a preia-mar claramente a diferença de amplitudes tante dos factores não astronómicos que
seguinte é o chamado lunitidal interval (em entre marés vivas e marés mortas. influenciam a subida e descida do nível
rigor, high water lunitidal interval). Actual- Regra geral, as amplitudes de marés do mar; com efeito, as baixas pressões
mente, já estão a ser comercializados reló- vivas em Portugal Continental são cerca produzem um aumento do nível das águas
gios em que esse valor é pedido, para que de 1,5 m. Isto é, o mar sobe e desce 1,5m e, inversamente, as altas pressões estão
eles possam fornecer uma previsão gros- em relação ao nível médio. Em marés associadas a uma descida do nível do mar.
seira da maré. mortas, a amplitude da maré é da ordem LEONOR MARTINS
DIVISÃO DE OCEANOGRAFIA
Embora esse valor seja variável ao dos 70 cm. Na Madeira temos uma ampli- [email protected]

O Pacífico contém mais da metade da água marinha da Terra.


O Oceano Árctico é o menor oceano. É cerca de 13 vezes menor do que o Pacífico e contém somente 1% da água
marinha da Terra.
O comprimento das linhas costeiras do mundo é de cerca de 504.000 km, o suficiente para dar 12 voltas na linha
do Equador.
A maior profundidade dos oceanos encontra-se na Fossa das Marianas (Filipinas) com 10.920 m (35.826 pés).
A profundidade média dos oceanos é 3730 m (12.237 pés).

26 Hidromar – Edição Especial 2006


Cuidado ao «ser sugado para o outside»…
T
odos os anos, especialmente durante os meses de Verão, muitas
pessoas sentem os efeitos dos agueiros. A maior parte dos
salvamentos feitos pelos nadadores salvadores nas nossas
praias são originados por banhistas arrastados; infelizmente, todos
os anos há vítimas, especialmente em praias sem vigilância.
Os agueiros, cuja terminologia técnica é Rip Current, são corren-
tes marítimas localizadas, muito perigosas para os banhistas, nomea-
damente para os grupos de risco (crianças, pessoas idosas, por exem-
plo) e que se sucedem com grande força paralelamente à praia –

www.morguefile.com
em zonas que afundam abruptamente próximo da rebentação.
Os técnicos da Divisão de Oceanografia do Instituto Hidrográ-
fico deixam alguns conselhos aos banhistas e aos amantes dos despor-
tos náuticos radicais.

Instituto Hidrográfico • MARE NOSTRUM…


COMO SE FORMAM OS AGUEIROS
À medida que as ondas se aproximam
da praia, a profundidade do mar vai dimi-
nuindo – até que provoca a rebentação da
onda. É comum observar ao longo de uma
praia que a altura da rebentação não é
uniforme, sendo esta desigualdade que vai
provocar células de circulação dando
origem aos agueiros (ou correntes de
retorno concentrado, em linguagem cien-
tífica), zonas de corrente intensa que se afas-
tam da praia ao longo de uma faixa rela-
tivamente estreita. As zonas de descarga
são aquelas onde normalmente a ondula-
ção é de menor altura, ou seja, de menor Diferença entre uma praia com uma barra submersa uniforme onde não há agueiro e outra com uma
rebentação. falha na barra (fundão) onde há condições para a formação de um agueiro
Quando as condições de mar são
segundo – mais rápido do que um nada- longo da praia.
calmas, as correntes são fracas; no entanto,
dor olímpico pode nadar! Estas correntes são capazes de arrastar
conforme o estado do mar se agrava, os
Regra geral, estas correntes formam-se uma pessoa bem para lá da zona de reben-
agueiros vão ficando mais fortes, podendo
numa zona junto à praia onde haja um tação.
atingir velocidades de cerca de 2 metros por
fundão, que corta uma duna submarina ao

COMO ESCAPAR DOS AGUEIROS


Qualquer pessoa que se desloque a uma praia deverá tomar  Prefira as praias vigiadas onde a segurança é maior;
as seguintes precauções, para diminuir as probabilidades de  Não tome banho junto aos molhes ou esporões;
acidente:  Obedeça às instruções dos nadadores salvadores, que sabem onde
 Nunca nade sozinho; se encontram os agueiros;
 Seja sempre muito cauteloso, especialmente quando frequenta  Se for apanhado num agueiro, mantenha-se calmo para não gastar
praias não vigiadas. Em caso de dúvida não tome banho; energia; pense no que pode fazer;
 Não lute contra a corrente. Nade paralelo à costa até sair do
agueiro e depois dirija-se para terra;
 Se não for capaz de sair do agueiro, flutue e deixe-se afastar até
sentir que o efeito da corrente vai diminuindo. Quando estiver
fora do agueiro então nade para terra;
 Se não for capaz de escapar do agueiro, então vire-se para terra,
acene com os braços e grite por ajuda;
 Se vir alguém em apuros num agueiro, chame de imediato um
nadador salvador. Se a praia não for vigiada ligue para o 112.
Tente atirar à vítima algo que flutue e tente acalmar o banhista
dando-lhe algumas instruções. Não se atire à água pois pode
também tornar-se uma vítima do agueiro. Muitas pessoas morrem
por tentarem salvar pessoas dos agueiros.
CTEN MESQUITA ONOFRE
DIVISÃO DE OCEANOGRAFIA
[email protected]

Hidromar – Edição Especial 2006 27


Sob(re) o mar – Navios Hidrográficos
Os navios NRP D. Carlos I e NRP Gago Coutinho, NRP Andrómeda e NRP Auriga pertencem
ao grupo de unidades navais destinadas a fins especiais e que asseguram a execução de missões
de natureza específica, militar ou de interesse público, designadamente no âmbito da instrução,
oceanografia, hidrografia, assinalamento marítimo e carácter ambiental. Sob o comando opera-
cional do Comando Naval, são colocadas na subordinação directa do Instituto Hidrográfico no
que respeita aos aspectos técnicos da execução dessas missões.

NRP D. Carlos I

O NRP D. Carlos I foi construído nos lha e transmissão de informação acústica, Fevereiro de 1997. Após a chegada a Portu-
DE INFORMAÇÃO

Estados Unidos da América pela utilizando um sistema com sensores passi- gal foi adaptado no Arsenal do Alfeite às
AO MAR …

«Tacoma Boat Company», tendo sido vos rebocados designado «Surveillance actuais funções de navio hidrográfico e
lançado à água em 30 de Janeiro de 1989 Towed Array System» (SURTASS). oceanográfico.
com o nome USNS Audacious. Construído Desactivado em 1995, foi transferido O NRP D. Carlos I dispõe de equipa-
para a Marinha de Guerra Portuguesa em mentos modernos, dos quais se destacam
como navio de vigilância anti-submarina,
o sistema sondador multifeixe, o perfila-
a sua missão, enquanto esteve ao serviço Dezembro de 1996, passando ao estado de dor acústico de correntes, guinchos ocea-
da marinha americana, consistiu na reco- armamento com o actual nome em 28 de nográficos e áreas de laboratório para a
nálise e processamento de amostras ou
MARVAI

dados.
CARACTERÍSTICAS
QUEM

Deslocamento 2285t
Comprimento 68,3m
Boca 13,1m
Hidrográfico• •UM

Calado 5,6m
PROPULSÃO
4 geradores Caterpillar D398B 3200hp
2 motores GE 1600hp
Velocidade Máxima 11nós
Hidrográfico

Autonomia 4000 milhas


a 11 nós
GUARNIÇÃO
Oficiais 6
Sargentos 7
Praças 21

NRP Almirante Gago Coutinho


Instituto

O
Instituto

NRP Almirante Gago Coutinho fazia tica e colocados em pontos estratégicos das amigas. Portugal foi uma dessas nações.
parte duma frota de 10 navios de vigi- rotas dos submarinos Soviéticos. Após o seu aprestamento nos Estados
lância e detecção anti-submarina, basea- A Marinha Americana muito recente- Unidos da América, efectuou o trânsito
dos cinco deles em Pearl Harbour e outros mente começou a substituir estes navios da para Lisboa.
cinco em Little Creek (Virgínia), destina- classe T-AGOS por outros mais modernos Actualmente encontram-se a decorrer
dos à vigilância da frota submarina Sovié- designados SWATH (Small Waterplane os trabalhos de conversão a navio hidro-
Area Twin Hull) oceanográfico.
de construção
semelhante a um
catamaran, com CARACTERÍSTICAS
equipamentos de Deslocamento 2285t
escuta e detecção Comprimento 68,3m
mais sofisticados, Boca 13,1m
Calado 5,6m
tencionando
PROPULSÃO
dispor até 1998
de 33 navios 4 geradores Caterpillar D398B 3200hp
2 motores GE 1600hp
desta classe.
Velocidade Máxima 11nós
A Marinha Autonomia 4000 milhas
Americana resol- a 11 nós
veu ceder alguns GUARNIÇÃO
Oficiais 6
navios da classe
Sargentos 7
T-AGOS a nações Praças 21

28 Hidromar – Edição Especial 2006


NRP Andrómeda
pecializado na área de 1 Gerador de porto Perkins 37 KVA-60A
Circuito interno de alimentação 220 VAC e 24 VDC
Hidrografia e Oceano-
grafia), 2 sargentos e 9 EQUIPAMENTO E SENSORES
praças, existe aloja- Radar Koden MDC-1540F (BANDA I)
mento para 4 investi- DGPS – Trimble NT 300D
Girobússola ANSCHUTZ KIEL STANDART 4P
gadores e/ou técnicos
Giropiloto ANSCHUTZ KIEL COMPILOT7
a embarcar durante a Odómetro SAGEM
execução dos trabalhos. Anemómetro ADOLF THIES GOTTINGEM
Dispõe de uma Sondas hidrográficas 210 e 33 kHz
área destinada a labo- TX/RX VHF RT2048 SAILOR
VHF DSC RM2042 SAILOR
ratório molhado e da
A s Lanchas Hidrográficas da classe
Andrómeda foram concebidas para
actividades de investigação em estuários
possibilidade de receber um contentor de
6 m2, para usos científicos específicos. Encon-
TX/RX HF SSB TRP7000 SKANTI
MF/HF DSC 9000 SKANTI
TX/RX RF 2301 HARRIS
tra-se disponível ainda uma área de traba- Radiogoniómetro VHF TAIYO TD-L5000
e zonas costeiras. O NRP Andrómeda foi Radiogoniómetro HF TAIYO TD-C328H
lho com cerca de 30 m2, no convés a ré.
construído nos estaleiros do Arsenal do Navtex 2 LO-KATA
Alfeite, tendo sido lançado à água em 12 CARACTERÍSTICAS Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEA CRANE

Instituto Hidrográfico • NA CRISTA DA ONDA


de Dezembro de 1985. Deslocamento normal 245t Pórtico basculante de 2000 kg na popa
O seu aumento ao efectivo da Mari- Comprimento 31,5m Guincho oceanográfico com cabo mecânico e elec-
Comprimento entre perpendiculares 28,0m tromecânico
nha foi efectuado em Maio de 1987. Cegonha hidráulica de 400 Kg no través de EB
Boca 7,7m
O navio é de construção inteiramente Calado 2,8m Cabrestantes de 2500 Kg e 5000 Kg a ré
soldada, sendo a estrutura e os isolamen- Velocidade máxima (Diesel): 12 nós 2 Botes pneumáticos com motor de 20 hp e 50 hp
tos especialmente cuidados no que respeita Velocidade máxima (Eléctrico): 5 nós
Autonomia a 10 nós 1980 milhas GUARNIÇÃO
a insonorização e amortecimentos de
Oficiais 2
vibrações. PROPULSÃO E ENERGIA
Sargentos 2
Além do alojamento para a sua guar- 1 Motor diesel MTU 12V396 760 kW-1100 hp
Praças 9
1 Motor eléctrico Bauer P8A 45 kW-60 hp
nição, composta por 2 oficiais (um deles, o Capacidade para alojamento de técnicos 4
1 Alternador acoplado ao MTU 80 KVA-120A
comandante que é preferencialmente es- 1 Gerador Cummins N-743P 120 KVA-180A

NRP Auriga
bilizada para alimentação 1 Gerador Cummins N-743P 120 KVA-180A
dos computadores e outros 1 Gerador de porto Perkins 37 KVA-60A
Circuito interno de alimentação 220VAC e 24VDC
equipamentos (220 e 24 v). EQUIPAMENTO E SENSORES
Um motor diesel MTU Radar Koden MDC-1540F (BANDA I)
de 1100 HP, movimenta DGPS - Trimble NT 300D
uma linha de veios com hé- Girobússola ANSCHUTZ KIEL STANDART 4P
Giropiloto ANSCHUTZ KIEL COMPILOT7
lice de passo variável e um
Odómetro SAGEM
motor eléctrico de 60 HPper- Anemómetro ADOLF THIES GOTTINGEM
mite propulsão auxiliar pa- Sondas hidrográficas 210 e 33 kHz
ra baixas velocidades de tra- TX/RX VHF RT2048 SAILOR
balho. VHF DSC RM2042 SAILOR
TX/RX HF SSB TRP7000 SKANTI
Dispõe ainda de uma
MF/HF DSC 9000 SKANTI

O NRP Auriga é uma lancha hidro-


gráfica concebida para a actividade
de investigação em estuários e zonas costei-
área destinada a laboratório molhado e da
possibilidade de receber um contentor de
6 m, para usos científicos específicos.
TX/RX RF 2301 HARRIS
Radiogoniómetro VHF TAIYO TD-L5000
Radiogoniómetro HF TAIYO TD-C328H
ras. Esta lancha foi lançada à água nos esta- Navtex 2 LO-KATA
Dispõe também de uma área de 30 m2 no
Grua hidráulica telescópica HIAB 60 SEA CRANE
leiros do Arsenal do Alfeite, em 26 de Maio convés a ré. Pórtico basculante de 2000 kg na popa
de 1987. A entrega do navio ao Instituto Guincho oceanográfico com cabo mecânico e elec-
CARACTERÍSTICAS
Hidrográfico verificou-se em Março de tromecânico
Deslocamento normal 245t
1988. O navio é de construção inteiramente Cegonha hidráulica de 400 Kg no través de EB
Comprimento 31,5m
Cabrestantes de 2500 Kg e 5000 Kg a ré
soldada, sendo a estrutura e os isolamen- Comprimento entre perpendiculares 28,0m
2 Botes pneumáticos com motor de 20 hp e 50 hp
tos especialmente cuidados no que respeita Boca 7,7m
Calado 2,8m
a insonorização e amortecimento de vibra- GUARNIÇÃO
Velocidade máxima (Diesel): 12 nós
ções. Oficiais 2
Velocidade máxima (Eléctrico): 5 nós
Sargentos 2
Dispõe de um gerador principal de Autonomia a 10 nós 1980 milhas
Praças 9
60 KW acoplado ao motor principal, de Capacidade para alojamento de técnicos 4
PROPULSÃO E ENERGIA
um gerador de 120 KW e ainda de um 1 Motor diesel MTU 12V396 760 kW-1100 hp
grupo electrogéneo de porto de 30 KW (380 1 Motor eléctrico Bauer P8A 45 kW-60 hp In: www.marinha.pt
Volts, 3 ø c/neutro). Possui energia esta- 1 Alternador acoplado ao MTU 80 KVA-120A
Fonte: Agrupamento de Navios Hidrográficos

Hidromar – Edição Especial 2006 29


Levar as ciências do mar além fronteiras
O Instituto Hidrográfico, não somente enquanto instituitição de investigação mas
também na sua vertente de serviço público, participa e coopera com organizações
técnicas da especialidade e com outros serviços hidrográficos congéneres.

N
a primeira linha, e no quadro
multilateral, o Instituto Hidro-
gráfico representa o país junto da
Organização Hidrográfica Internacional –
OHI. A OHI é uma organização interna-
cional, intergovernamental, de natureza
técnica e consultiva, sedeada no Principado
do Mónaco, cujos membros são Estados
marítimos, e constitui um Fórum que visa
a melhoria dos serviços relativos à nave-
gação marítima, graças à discussão e à reso-
lução, ao nível internacional, de questões
relacionadas com a Hidrografia. Assiste os
membros a assegurar estes serviços ao
melhor custo, através dos canais dos servi-
ços hidrográficos nacionais. Embora esta- Portugal é membro fundador da OHI e rati- actualmente projectos de cooperação para
belecida em 1967, através da Convenção da ficou a Convenção em 27 de Novembro de o desenvolvimento com o objectivo de
OHI, descende e confere continuidade ao 1968. fomentar as capacidades locais de siste-
International Hydrographic Bureau, com O IH participa ainda em comités técni- mas de ajuda à navegação e de sinaliza-
origem em 1921, e dele herdou os objecti- cos da Associação Internacional de Assi- ção marítima. Com Moçambique, onde a
vos: permitir e fomentar uma cooperação nalamento Marítimo, cujos trabalhos e capacidade hidrográfica está já criada, o
intergovernamental no domínio da Hidro- orientações constituem um enorme valor Instituto Hidrográfico assiste a sua produ-
grafia através da coordenação das activi- acrescido às actividades de apoio à Nave- ção cartográfica e recebe, na Escola de
dades dos organismos nacionais com tutela gação. Hidrografia e Oceanografia, alunos prove-
no domínio daquela ciência, do fomento da Além desta representação oficial, o nientes do Instituto Nacional de Hidro-
uniformidade em documentos e cartas Instituto Hidrográfico coopera com os grafia e Navegação de Moçambique. Em
náuticas, da adopção de métodos eficien- Países Africanos de Língua Oficial Portu- Cabo Verde, onde a capacidade é ainda
tes nas expedições hidrográficas e do guesa (PALOP), designadamente com incipiente, está prevista a submissão de um
desenvolvimento das ciências e técnicas Angola, Cabo Verde e Moçambique. Em projecto multilateral para a criação de um
empregues na oceanografia descritiva. particular, nestes dois últimos, decorrem serviço hidrográfico naquele país.

Biblioteca científica on-line


O
Serviço de Documentação e Informação do Instituto
Hidrográfico, conta desde 2005, para além das suas bases
de dados bibliográficos e legislativos «DocBase», com
a Biblioteca Científica on-line B-on, disponível em qualquer PC
do Instituto, através do endereço www.b-on.pt.
A adesão do Instituto Hidrográfico à Biblioteca Científica
on-line, permite o acesso, consulta e impressão de 16 500 títulos
de publicações periódicas em texto integral, tanto a investiga-
dores, funcionários, bolseiros, como ao público em geral que
visita o Serviço de Documentação (walk-in users).
A Biblioteca do Instituto Hidrográfico cujo acervo documental
é constituído por 17 000 títulos nas áreas temáticas de Navega-
ção, Hidrografia e Oceanografia, tem uma equipa de 5 técnicos
especializados que atende estudantes, professores e investiga-
dores de 2.ª a 6.ª feira das 10 às 16 horas.
MARIA DOLORES SANTOS
CHEFE DO SERVIÇO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO

Uma torneira a pingar, mesmo que o pingo seja mínimo, pode desperdiçar mais de 190 litros de água por dia

30 Hidromar – Edição Especial 2006


Onde estou e para onde vou?
Para aceder directamente à nossa informação

Eu procuro… Eu vou…
Informação sobre agitação marítima http://www.hidrografico.pt/wwwbd
Informação sobre previsão de marés http://www.hidrografico.pt/wwwbd
Fólio cartográfico http://www.hidrografico.pt/wwwbd
Informação de agitação marítima, temperatura da água do mar,
previsão de marés e fase da lua – via telemóvel (WAP) http://pwap.nexinet.pt/nx12346a/default.wml
Informar o IH sobre discrepâncias dos documentos náuticos oficiais [email protected]

Instituto Hidrográfico • ONDE ESTOU? PARA ONDE VOU?


Determinação de elementos evolutivos de embarcações
(velocidade, distância de paragem, raios de giração) [email protected]
Projectos de assinalamento marítimo [email protected]
Compensar uma agulha magnética [email protected]
Fotografias aéreas da costa portuguesa [email protected]
Análises químicas de amostras de água [email protected]
Cartas Náuticas Oficiais,
Roteiros da Costa de Portugal, Revendedores autorizados

Carta dos Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental AZIMUTE - Aprestos Marítimos, Lda.
Portuguesa, Av. Gomes de Araújo, 1 A - r/c.
Edifício Bartolomeu Dias
Carta da Série Pescas,
Doca de Alcântara – 1350-355 Lisboa
Tabelas de Marés, Listas de Luzes,
Tel.: 21 392 07 30 – Fax: 21 397 44 94
Listas de Radioajudas J. GARRAIO & C.a, Lda.
e outros documentos náuticos editados pelo Instituto Hidrográfico Av. 24 de Julho, 2 - 1.º-Dto. – 1200 Lisboa
Tel.: 21 347 30 81 – Fax: 21 342 89 50

Cartas Electrónicas de Navegação Oficiais J. GARRAIO & C.a, L.da

Um Organismo Central da Marinha Portuguesa e Laboratório do Estado


ao serviço da ciência e investigação do mar

Somos 375 em terra


para que bem navegue no mar
Hidromar – Edição Especial 2006 31
POR SI VAMOS AO FUNDO DO MAR

MARINHA
INSTITUTO HIDROGRÁFICO
www.hidrografico.pt

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