Hidromar 92 Edicao Especial (Pagina 13) - IH
Hidromar 92 Edicao Especial (Pagina 13) - IH
Hidromar 92 Edicao Especial (Pagina 13) - IH
Hidromar
INSTITUTO HIDROGRÁFICO
LANÇA NOVAS PUBLICAÇÕES
EM D E S TA Q U E
• GALILEO Pág. 17
• PRINT-ON-DEMAND Pág. 21
3 6 7
• O IH ao serviço do Navegante Manual para a Navegação O nosso Instituto
• Roteiro da Costa de Portugal de Recreio
– Do Cabo Carvoeiro
ao Cabo de São Vicente
8 9 10
Estudamos um só Oceano Loja do Navegante Rede de Monitorização Ambiental
11 12 13
Sistemas e Equipamentos Todo o cuidado é pouco Navegue… mas em segurança
Instituto Hidrográfico • DESENHAMOS O SEU CAMINHO
Técnico-científicos
14 15 16
• Emergência médica no mar Pé-de-Piloto: Alterações ao Regulamento Inter-
• Pensamos em si, zelando pela sua nacional para Evitar Abalroamentos
Uma questão de segurança
no Mar
segurança
17 18 19
Galileo Correcções às Cartas Náuticas • A Internete ao serviço do nave-
Oficiais (CNO) e Publicações gante
Náuticas Oficiais (PNO) • Catálogo Mundial de CENO
20 21 22
Documentos Náuticos Oficiais Impressão de Cartas Náuticas a A importância das praias
(DNO): Ser ou não ser pedido – Print-on-demand
23 24 25
O IH desenvolve estudos Sedimentos Superficiais da Plata- Laboratório de Química virado
de geologia marinha aplicada às forma Continental Portuguesa para o mar
energias renováveis – Cabo da Roca ao Cabo de Sines
26 27 28
A Maré Cuidado ao «ser sugado para o Sob(re) o mar – Navios hidrográfi-
outside» cos
30 31
• Levar as ciências do mar além Onde estou e para onde vou?
fronteiras
• Biblioteca científica on-line
Hidromar
MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MARINHA
NÚMERO
REDACÇÃO E COORDENAÇÃO
FOTOGRAFIA
92, II Série, Edição Especial 2006
Paula Mourato email: [email protected]
Gabinete de Multimédia, Serviço de Informação e Relações Públicas
(Gabinete CEMA)
DESIGN GRÁFICO Jorge Tavares
INSTITUTO HIDROGRÁFICO
Rua das Trinas, 49 – 1249-093 LISBOA • PORTUGAL EXECUÇÃO GRÁFICA Serviço de Artes Gráficas
Telefone +351 210 943 000 TIRAGEM 5000 exemplares
Fax +351 210 943 299 DEPÓSITO LEGAL 98579/96
e-mail [email protected]
Website www.hidrografico.pt ISSN 0873-3856
• DO SEU DESTINO
gal – Portugal Continental – Do Cabo
Carvoeiro ao Cabo de São Vicente
O
filósofo Séneca terá dito um dia que enquanto o Homem
D
esde há décadas que, em Portugal, o Instituto
não souber para que porto quer ir, nenhum vento será
Hidrográfico dedica grande parte dos seus recur- o vento certo.
sos humanos e técnicos à produção e actuali- Desde os idos da antiguidade, o acto de navegar mar aden-
zação de documentos náuticos da maior valia para utili- tro esteve quase sempre associado a uma atitude filosófica de
zação da comunidade marítima, com benefícios na coragem, determinação e sobretudo resignação a factores inde-
• PROCURAMOS
pendentes da vontade ou capacidade humanas, tais como o
segurança da navegação.
vento ou a agitação marítima.
Instituto Hidrográfico
Além das marinhas militares, mercante e de pesca,
Na actualidade essa abordagem foi-se alterando para um
a de recreio tem representado um crescente e cada vez nível em que o pensamento filosófico de outrora cedeu lugar
mais importante sector, a que nos dirigimos com uma a uma aproximação cada vez mais científica e metódica ao acto
particular atenção, ajustando os documentos náuticos à de navegar.
medida das necessidades e da exigente procura, respei- Vencendo receios, criando as condições, o Homem cedeu
ao fascínio dos oceanos, e iniciou em tempos imemoráveis a
tando sempre os requisitos internacionais a que devem
sua aventura marítima que ainda hoje decorre. Ao longo desta
satisfazer os produtos oficiais.
jornada intemporal tornou-se navegante, mais tarde navega-
Instituto Hidrográfico
Na edição de 2006 da Nauticampo, a que associa- dor.
mos este Hidromar Especial, procuramos estar ainda mais Durante o curso deste processo foi desenvolvendo técni-
próximo dos que andam ou se interessam pelo mar, e cas, inventando instrumentos, criando equipamentos e siste-
assim divulgar a nossa gama de produtos e de serviços mas, adquirindo perícias e aumentando o conhecimento do
mar, de forma científica, metódica e deliberada.
nas áreas de navegação, de hidrografia, de oceanogra-
Das ancestrais crónicas e relatos de viagens quinhentistas
fia, de geologia marinha, de química e poluição do meio
até aos Roteiros de hoje, decorreu um longo processo, ao longo
marinho e de sistemas de informação ou dados do do qual se foram alterando formas e conteúdos, mantendo no
ambiente marinho. entanto o objectivo nuclear de conseguir reunir num único docu-
Durante o certame lançaremos novas edições do mento toda a informação entretanto obtida sobre determinado
Roteiro para a Navegação de Recreio (versão em inglês), lugar ou sobre a forma mais segura de lá chegar.
Desde cedo, logo no início da epopeia dos Descobrimen-
do Vol. II do Roteiro da Costa de Portugal (do Cabo
tos, foi percebida a importância estratégica do conhecimento
Carvoeiro ao Cabo de S. Vicente) e do Manual para a
náutico entretanto obtido e a dicotomia a ele associada. Por
Navegação de Recreio. Também promoveremos tertú- um lado importava controlar o acesso à informação, mantendo-
lias de navegação, nas quais poderão os navegantes e a o mais secreta e reservada possível, em sentido contrário, era
curiosos associar-se para a discussão de temas como sejam vital cuidar da sua célere e pronta disseminação pelos agen-
as «publicações náuticas oficiais», os «avisos aos nave- tes do estado de forma a tomar decisões que afectavam o pode-
rio do estado e a segurança dos seus capitães, navios e bens.
gantes» ou o «planeamento de viagem».
Passados vão os tempos em que essa informação era consi-
Apraz-me ainda anunciar a criação e lançamento da
derada segredo de estado, manuseada como tal e a sua divul-
«Loja do Navegante», que espero venha a corresponder gação feita quantas vezes de viva-voz, de um capitão para outro,
a uma mais eficiente divulgação e distribuição ou venda, amiúde por decreto real.
dos nossos produtos, aos utilizadores e revendedores auto- Actualmente os Estados reconhecem a importância quase
rizados. vital de disseminar pela comunidade náutica da forma mais
estruturada e dinâmica possível, toda a informação dispo-
Votos de boa e segura navegação!
nível acerca das suas costas ou facilidades portuárias, poten-
VICE-ALMIRANTE JOSÉ AUGUSTO DE BRITO ciando a sua utilização de uma forma cada vez mais segura
DIRECTOR-GERAL DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO e eficiente.
sua actividade seja exercida de forma cada vez mais segura. nas e Portos de Recreio recentemente publicado, é dada assim
Decorreu já um período significativo desde a publicação continuidade à revisão da 2.ª edição através da publicação do
da 2.ª edição do Roteiro da Costa de Portugal – Portugal Conti- presente volume do Roteiro da Costa de Portugal – Portugal
nental, que datou de 1990, e da sua última actualização atra- Continental, que cobre a área desde o Cabo Carvoeiro até ao
vés do suplemento n.º 3, de 31 de Janeiro de 2000, tendo nesse Cabo de São Vicente.
período ocorrido mudanças assinaláveis na orla costeira, bem Na sua génese está uma recolha sistemática de informa-
assim como na legislação nacional e internacional que regula ção e documentação diversa que decorreu durante o ano de
essas áreas. 2004 junto das autoridades marítimas, portuárias e dos diver-
Assistiu-se ainda a uma assinalável evolução e investimento sos responsáveis pelas marinas e portos de recreio, comple-
na formação profissional e cultural dos agentes envolvidos na mentada pela obtenção de registos fotográficos pelos técni-
actividade marítima, seja de âmbito comercial ou de lazer, o cos do Instituto Hidrográfico a partir da Lancha Hidrográfica
Conheça o
ROTEIRO DA COSTA DE PORTUGAL
– PORTUGAL CONTINENTAL –
Do Cabo Carvoeiro ao Cabo de São Vicente
segundo num caderno de exercícios, asso- das necessidades dos navegadores de navegação costeira, de forma a permitir
ciado a uma carta náutica de instrução, recreio. a sua representação gráfica, carteando-os.
especialmente produzida para o efeito. Desta forma, foram inseridos novos Esta carta, anteriormente designada
Reconhecendo o crescente interesse textos acerca do Sistema Mundial de como carta 5INST, toma agora a desig-
pelo Mar e o aumento do número de nave- Socorro e Segurança Marítima (Global nação 24I01, não devendo ser usada para
gantes de recreio e desportistas náuticos, Maritime Distress and Safety System a condução da navegação.
o Instituto Hidrográfico tem vindo a incre- (GMDSS)), sobre Cartas Electrónicas de Com a nova edição destes Documen-
mentar a diversidade de produtos voca- Navegação Oficial (CENO), o Sistema de tos Náuticos, o Instituto Hidrográfico,
cionados para a da náutica de recreio. Posicionamento Global (Global Positioning certo de que assim concorre para a prática
Possuindo já um acervo onde constam System (GPS)) e o modo Diferencial do de uma navegação cada vez mais segura
as Cartas Náuticas Oficiais da Série de Sistema de Posicionamento Global (Diffe- e consciente, pretende adicionalmente
Recreio e o volume da Publicação Náutica rential GPS (DGPS)). corresponder desta forma às legítimas
Oficial Roteiro da Costa de Portugal – Para além de outras actualizações expectativas e necessidades de todos
Marinas e Portos de Recreio, dedicado em pontuais, foram actualizados os capítu- aqueles que fazem da prática da náutica
exclusivo aos navegantes de recreio, deci- los referentes a Publicações Náuticas de recreio uma forma privilegiada de
diu-se ser igualmente oportuno efectuar (Cap. 2) e Regras Internacionais de Nave- contacto com o Mar, contribuindo conti-
a revisão do Manual para a Navegação gação (Cap. 3), de conteúdos bastante nuadamente para que essa actividade seja
de Recreio – Patrão de Costa, de forma a desactualizados até esta data. usufruída em segurança.
ajusta-lo à actual realidade. Por se considerar que não se revestem Alterações ao Regulamento Interna-
O facto de ser uma publicação editada de interesse vital para o navegante nas cional para Evitar Abalroamentos no Mar
há quase década e meia, sem alterações águas de interesse nacional, foram reti- CTEN SARDINHA MONTEIRO
ou correcções que a actualizassem face às rados os textos referentes a sistemas de CTEN RAFAEL DA SILVA
DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
mudanças entretanto ocorridas na náutica comunicações e de radionavegação desac- [email protected]
O
Instituto Hidrográfico (IH), criado atlântica adjacente ao território nacional;
Monitorização de marés, agitação marí-
pelo Decreto-Lei n.º 43177, de 22 Planeamento das missões e dos levan-
tima e meteorologia costeira;
de Setembro de 1960, é um Órgão tamentos hidrográficos, elaborando as
Investigação científica na área da Ocea-
Central de Administração e Direcção da respectivas instruções técnicas e parti-
nografia Física;
Marinha, dotado de autonomia adminis- cipando, quando necessário, na sua
Modelação oceanográfica de cariz opera-
trativa e financeira, que funciona na execução;
cional;
directa dependência do Chefe do Estado- Promoção e realização de estudos, teóri-
Monitorização de parâmetros ambien-
-Maior da Armada. O IH é um Laborató- cos ou experimentais, para a elaboração
tais hidrodinâmicos em estuários e
rio do Estado, sob a tutela do Ministério das normas técnicas de execução de
águas costeiras;
procura contribuir para «uma navegação feixe simples, permite uma cobertura ção marítima, proporciona funcionalida-
mais segura, uma exploração sustentada completa dos fundos marinhos e elevada des de deriva de superfície, de deriva de
dos recursos marinhos e uma eficaz apli- resolução e rigor. A cartografia sofreu, produtos poluentes, de acústica submarina
cação operacional do conhecimento cien- desde o início dos anos 90, uma profunda e de processos sedimentares. As Tabelas
tífico». evolução. Depois das técnicas de desenho de Marés anuais, para os portos nacionais
Decorrente da missão e objectivos manual e de fotografia, para acertos de e dos países africanos de expressão portu-
definidos para a instituição as guesa e de Macau, são docu-
actividades são realizadas nos mento náutico oficial produzido
domínios do serviço público, na área funcional de Oceano-
do apoio a operações militares grafia.
ou navais, de investigação e Na área de actividades da
desenvolvimento e de serviços Geologia Marinha trabalha-se
a entidades públicas ou priva- a cartografia de representação
das. Nesse sentido a Direcção das características da camada
Técnica do IH está organizada sedimentar dos fundos mari-
pelas áreas de actividade ou nhos, a prospecção da estrutura
divisões de Navegação, de geológica de sub-superfície e o
Hidrografia, de Oceanografia, estudo da dinâmica sedimentar.
de Geologia Marinha, de Existe um conjunto de cartas
Química e Poluição do Meio costeiras que representam a
Marinho e Centro de Dados distribuição sedimentar até
Técnico-Científicos. escala e separação das matrizes, das cores profundidades de 500 m, em função da
As actividades técnico-científicas são a representar, iniciou-se em 1993 a primeira granulometria ou composição mineral. Os
realizadas e potenciadas com recurso aos geração de cartografia assistida a compu- métodos aplicáveis a levantamentos de
navios hidrográficos, oceânicos da classe tador. O processo da construção das geofísica (de sonar lateral, de sísmica e
«D. Carlos I» e costeiros da classe«Andró- modernas Cartas Electrónicas de Nave- magnetometria) e de sedimentologia
meda», bem como das Brigadas Hidro- gação Oficial, foi iniciado na segunda (amostras superficiais e verticais de sedi-
gráficas, estas especialmente dedicadas aos metade da década de 90, estando nesta mentos), complementados com o trabalho
levantamentos de barras e portos. altura conseguida cerca de metade da de laboratório, são aplicados em apoio de
Na área de Navegação prosseguimos cobertura, estimando-se completá-la nos intervenções de dragagem, de segurança
os objectivos de segurança da navegação próximos três anos. Em 2004 iniciou-se o da navegação, de busca de objectos no
nas águas nacionais e de apoio às missões processo da 2.ª geração da cartografia assis- fundo do mar e em projectos de I&D.
dos navios da Marinha. No contexto da tida a computador, com a introdução dos As valências de Química e Poluição
Convenção SOLAS, respeitante à salva- sistemas de Base de Dados Batimétricos e do Meio Marinho procuram correspon-
guarda da vida humana no mar, promo- de Base de Dados de Produtos Cartográ- der ao conhecimento do estado de saúde
vemos edições de publicações náuticas ficos, que permitirá uma base de dados do meio marinho. Para tal prossegue-se o
oficiais, tais como os roteiros ou as listas única para todos os tipos de cartas e esca- programa Vigilância da Qualidade do Meio
de ajudas à navegação, bem como a las de representação, de que resultará um Marinho, que se traduz em amostragem
promulgação dos avisos aos navegantes, mais eficiente e optimizado processo de periódica das principais rias e estuários,
tendo em vista a actualização das cartas cartografia. e na zona costeira. As amostras são anali-
e publicações náuticas oficiais. Em prol da Na área funcional de Oceanografia os sadas em laboratórios especializados nas
segurança marítima proporcionamos o objectivos principais são a monitorização valências de metais pesados, hidrocarbo-
serviço diário de avisos à navegação, preve- e modelação dos processos oceânicos, o netos, organoclorados e nutrientes. Estas
nindo situações de risco (mau tempo, desenvolvimento de I&D aplicada e o capacidades servem o Sistema de Autori-
modificação de ajudas à navegação ou desenvolvimento de produtos ou infor- dade Marítima Nacional, através de análise
acidentes no mar), de projectos de assi- mação ambiental de apoio ou mais valia de amostras de poluentes ou de parece-
nalamento marítimo, e de operacionali- à realização de operações militares e res técnicos de apoio a decisão.
D NAVEGAÇÃO
Mar da Groenlândia 1.205.000 4.846
inovando e tratando os assuntos de forma multidisci- Mar do Norte 580.000 237
plinar, optimizando as sinergias entre a estrutura opera-
Mar Negro 413.000 2.243
cional da Marinha e as capacidades técnico-científicas
próprias. A investigação sobre os fundos e meio ambiente Mar Báltico 420.000 463
marinho é feita com recurso às valências de hidrogra- Oceano Pacífico 179.700.000 11.020
fia, de geologia marinha, de oceanografia e de química Mar da China Meridional 3.447.000 5.560
marinha, complementados com as valências de navegação
• SUA
Mar de Okhotsk 1.580.000 3.372
e de sistemas de informação, procurando melhorar o Mar de Bering 2.270.000 4.191
conhecimento e previsão dos processos oceânicos, bem
Mar da China Oriental 752.000 2.720
SEGURAMOS A
como aumentar a segurança de pessoas e bens no mar.
Estas actividades, no contexto do sistema científico e Mar Amarelo 417.000 105
Hidrográfico
tecnológico e de Defesa Nacional, são um importante Mar do Japão 978.000 4.230
contributo para afirmar a soberania nacional, desenvolver Oceano Índico 74.900.000 7.450
as ciências e tecnologias do mar, o progresso económico Mar da Arábia 3.683.000 5.800
e a protecção do meio ambiente marinho. Golfo de Bengala 2.172.000 5.258
CMG CARLOS LOPES DA COSTA,
DIRECTOR TÉCNICO
Mar Vermelho 440.000 2.600
[email protected]
Instituto •
Instituto Hidrográfico
Loja do Navegante
O
conceito de Loja do Nave- mática, junto dos seus clientes, designa-
gante surge com a necessi- damente da Náutica de Recreio, traduzindo
dade de fazer a interface o quadro de valores do Instituto Hidro-
junto da náutica de recreio e gráfico e o know-how existente no Depó-
demais entidades civis e privadas, desig- sito de Documentos Náuticos.
nadamente no que respeita à venda e a Não obstante a Loja do Navegante assu-
distribuição de produtos e publicações. mir a importante responsabilidade pela
Dependente funcionalmente do Depó- área de vendas e apoio ao cliente, o Depó-
sito de Documentos Náuticos, a Loja do sito de Documentos Náuticos manterá as
Navegante pretende criar, acima de tudo, suas competências de interface com a
uma imagem de marca e um ponto de esquadra e as restantes unidades de Mari-
apoio técnico, de forma integrada e siste- nha.
10
Hidromar – Edição Especial 2006
Hidromar – Edição Especial 2006
11
Instituto Hidrográfico • CONHECEMOS O SEU NORTE
Todo o cuidado é pouco!
O
s acidentes em navegação ocorrem ou perigosas, confrontando-as com as 4. Monitorização
normalmente devido a um erro, características da própria embarcação (como
A monitorização da posição do navio,
ou a uma sucessão de pequenos o calado) e as exigências de segurança (como
comparando-a com o planeado, deve ser
erros em matérias de natureza simples, o pé-de-piloto). Além disso, é necessário
um processo contínuo. Sempre que exista
quase sempre na operação de equipa- considerar o estado da própria plataforma
uma dúvida quanto à verdadeira posição
mentos de navegação ou na interpretação e dos equipamentos, ou seja, estabelecer
do navio, ou acerca da progressão geral da
da informação disponível. Por isso, acon- quais os limites de segurança adoptando
viagem em relação ao planeado, tal deve
selha-se a adopção dos seguintes proce- uma margem adequada a cada situação.
ser comunicado ao patrão ou skipper.
dimentos genéricos: Para a recolha de informação devem
O estado de operacionalidade dos
a. Toda a navegação a efectuar deve ser utilizar-se as Cartas e Publicações Náuti-
equipamentos de navegação deve ser veri-
planeada em detalhe suficiente, devendo cas Oficiais, incluindo Roteiros, Tabelas de
ficado antes de largar, antes de entrar em
sempre considerar-se planos alternativos; Marés e Listas de Ajudas.
águas restritas ou perigosas, e de forma roti-
b. Deve existir uma tal organização que
neira, regular e frequente durante a viagem.
permita: 2. Planeamento Deve tirar-se o maior partido de todos
Instituto Hidrográfico • UM FAROL DE CIÊNCIA
(1) Elucidar todos os envolvidos na nave- Seguidamente, efectua-se o planea- os equipamentos de navegação disponíveis,
gação sobre o plano a seguir; mento que deverá cobrir toda a viagem, do tendo em conta o seguinte:
(2) Determinar a posição e monitorizá-la ponto de largada ao ponto de chegada, a. As posições obtidas através de siste-
constantemente, utilizando sempre que incluindo, portanto, a largada e a acostagem. mas de posicionamento electrónicos devem
possível mais do que um método, a fim As derrotas são marcadas e em todas ser, sempre que possível, verificadas com
de detectar erros ou falhas; as cartas utilizadas devem estar assinala- o recurso a azimutes visuais;
(3) Verificar as decisões de tal forma que dos todos os perigos – e, quando aplicá- b. Devem usar-se pelo menos três
os erros possam ser detectados e corri- vel, os resguardos necessários. São ainda linhas de posição aquando da marcação
gidos atempadamente; assinaladas as efemérides do Sol (por condi- dum ponto;
(4) Utilizar, com precaução, a informação cionarem a vida de bordo) e a forma como c. Os enfiamentos, azimutes de
do seguimento da navegação circun- se conduz a navegação. resguardo e distâncias de resguardo (radar),
dante (radar), visto tratar-se de infor- É preferível optar por derrotas mais podem ser de grande ajuda;
mação dinâmica; compridas mas em águas mais safas, do d. É perigoso confiar num único sistema
c. Deve promover-se o uso óptimo e que cair na tentação de escolher um cami- de posicionamento;
sistemático de toda a informação de nave- nho mais curto mas acidentado. Na deter- e. O sondador é um meio de verifica-
gação disponível a bordo. minação das distâncias de resguardo aos ção importante, comparando a profundi-
Podem identificar-se quatro fases distin- perigos deve estar presente a possibilidade dade lida com a da posição marcada na carta;
tas no planeamento duma viagem: duma falha de propulsão ou governo. f. Apesar de as bóias não deverem ser
recolha da informação relevante; Deve ser marcada nas cartas toda a utilizadas para marcar posições, fornecem
planeamento da viagem; informação adicional relevante como objec- uma ajuda preciosa indicando as águas
execução do plano atendendo às condi- tos conspícuos visuais e radar, ajudas à navegáveis; essa ajuda é tanto mais impor-
ções existentes; e navegação, enfiamentos, azimutes e distân- tante quanto mais difíceis de distinguir
monitorização do progresso da viagem cias de resguardo ou linhas de resguardo forem as marcas na linha de costa. De qual-
comparando-o com o plano. para uso no radar. quer forma, a posição das bóias deve ser
Dificilmente todos os factores da confirmada por outros meios;
1. Recolha de informação viagem poderão ser previstos ou conhe- g. Devem confirmar-se as posições das
cidos em antecedência e por isso reflecti- estruturas ou plataformas off-shore com os
Nesta fase inclui-se a determinação ou
dos convenientemente no planeamento mais recentes avisos aos navegantes;
identificação dos riscos e das áreas críticas
antes da largada, sobretudo no que respeita h. Deve verificar-se o correcto funcio-
às áreas portuárias ou que normalmente namento e calibração dos instrumentos
exigem pilotagem – ocasiões em que o utilizados ou a utilizar;
plano pode necessitar de sofrer profundas i. Deve ser acautelado o erro de cada
alterações. Contudo, o plano não deve ser sistema e a exactidão do posicionamento
desvalorizado; pelo contrário, permite quando se utiliza um sistema de posicio-
que com antecedência se conheça de namento electrónico; e
forma geral a área a navegar, os perigos j. A frequência da determinação do
mais notáveis e os cuidados ou procedi- ponto deve variar em função da proximidade
mentos especiais a adoptar, possibili- aos perigos e da velocidade a que se procede.
tando saber com antecedência se a embar- No âmbito da monitorização, e em
cação está a proceder para águas sujas. termos de segurança da navegação, mais
importante do que marcar o ponto na
3. Execução carta é gerar a carteação e estima após
Na execução do plano devem consi- cada ponto a fim de determinar a posi-
derar-se factores mutáveis, como, por ção futura da embarcação e verificar even-
exemplo, o estado do tempo e correntes tuais situações de perigo.
CFR PROENÇA MENDES
de maré, que podem condicionar o plano CHEFE DA DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
obrigando à sua revisão. [email protected]
www.morguefile.com
socorro e salvação, estando apto para os deite lixo ao mar. Lave a sua embarcação
operar. Esteja apto a aplicar primeiros com detergentes biodegradáveis em quan-
socorros. tidades reduzidas. Não ateste os depósi-
tos de combustível pois este sairá pelos
Cartas e Publicações Náuticas – Devem
respiradouros com o balanço. Evite ruído
existir a bordo as últimas edições da
e manobras bruscas pois provocam stress
Carta de maior escala e das Publicações gação com
na vida marinha.
Náuticas que cobrem a área onde se maior escala da
navega. Estas devem estar actualizadas área onde vai
através dos mais recentes Avisos aos Antes de largar para o mar
Apoio em Terra – Mantenha alguém em navegar, verifi-
Navegantes. que alturas de maré e correntes, assinale
terra informado sobre o seu plano de viagem
Meios de Salvação – Sabia que 90% dos – mesmo que seja uma saída curta. Essa os perigos. Aceda aos Avisos à Navegação
em vigor para a sua zona.
Informação Meteo – Compreender a meteo-
rologia e a agitação marítima é um aspecto
chave da sua segurança. Os navegantes
devem saber como obter as previsões rele-
vantes antes de sair para o mar, assim como
obter actualização destas informações a
navegar. Assegure-se que o estado actual
do tempo corresponde à previsão e tome
precauções acrescidas caso este seja pior.
O
Centro de Orientação de Doentes A ajuda médica, via rádio pelo INEM, medicamentos indicados no Guia Médico Interna-
Urgentes – Mar (CODU-MAR) é prestada por médicos em serviço contí- cional;
tem como objectivo prestar assis- nuo, 24 horas por dia. Estes prescrevem a Contactar o Centro sempre que ocorra algum caso
tência médica via rádio aos marítimos, de medicação e tratamento apropriados a cada menor de doença – e não somente em situações
qualquer nacionalidade, numa situação de caso, mantêm contacto permanente com graves;
doença, acidente ou intoxicação. Tem o seu o navio que necessitou dos seus serviços Contactar o Centro Médico antes de se iniciar qual-
quer tratamento, que pode não surtir efeito no doente,
centro de assistência sedeado em Lisboa, até à recuperação total do doente, ao seu
perpetuando a doença – ou até agravar o problema.
no Instituto Nacional de Emergência desembarque ou, por vezes, até à sua hospi-
Médica (INEM), sendo todos os serviços talização. A mensagem a enviar ao CODU-MAR deverá
prestados completamente gratuitos. Provi- Meios de contacto com o CODU-MAR: conter a seguinte informação:
Instituto Hidrográfico • PENSAVA QUE NAVEGAVA SOZINHO?
Pensamos em si,
zelando pela sua segurança
A
segurança marítima é essencial normalização e conformidade com as
para a salvaguarda da vida no regras internacionais;
mar e para a preservação do Estudo de Sistemas de Radionavegação
ambiente nos oceanos e zonas costeiras e com vista à sua implementação em terri- Projectos de Sinalização dos portos de
águas interiores. tório nacional. Ponta Delgada e Vila do Porto, do Rio
Para a segurança marítima contribui, Adicionalmente, utilizando os conhe- Sado no acesso a Alcácer do Sal e do
entre outros factores, a segurança da nave- cimentos e capacidades existentes são pres- Parque de Aproveitamento de Energia
gação, que é a actividade principal da Divi- tados os seguintes serviços: de ondas da Aguçadoura;
são de Navegação do Instituto Hidro- Elaboração de Projectos de Assinala- Apoio à aquisição das redes AIS (Auto-
gráfico, onde se incluem as seguintes mento Marítimo de portos, albufeiras e matic Identification System) Costeiro dos
tarefas: canais de navegação; arquipélagos dos Açores, Madeira e
Elaboração das Publicações Náuticas Elaboração de Projectos de sistemas de Canárias;
Oficiais, tais como Roteiros, Manuais e navegação; Roteiro da Costa de Portugal – Portugal
Listas de Ajudas à Navegação que Certificação e compensação de agulhas Continental;
contribuem para o conhecimento das magnéticas; 7.ª Edição da Lista de Luzes;
costas e portos, e das ajudas à navega- Determinação dos elementos evolutivos Manual para a Navegação de Recreio – 2
ção disponíveis; de navios e embarcações através de volumes;
Promulgação dos Avisos à Navegação provas de governo e manobra; Promulgação de mais de 3000 Avisos à
via rádio e NAVTEX, para a transmis- Formação em todas as áreas de activi- Navegação, radiodifundidos e NAVTEX;
são de informação urgente de segurança dade da divisão; Promulgação de cerca de 350 Avisos aos
marítima; Análise de acidentes marítimos. Navegantes actualizando Cartas e Publi-
Promulgação dos Avisos aos Navegan- Durante o ano 2005, destacam-se os cações Náuticas Oficiais, via postal e
tes para actualização das Cartas e Publi- seguintes trabalhos realizados pela Divi- disponibilizando-os na página de Inter-
cações Náuticas Oficiais; são de Navegação: net do Instituto Hidrográfico.
PROENÇA MENDES
Elaboração de Pareceres e Projectos de Projecto Tipificação da Sinalização da CFR
CHEFE DA DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
Assinalamento Marítimo com vista à sua Albufeira de Alqueva; [email protected]
O
Pé-de-Piloto é a distância mínima A altura de maré e obtida através das
entre a quilha, ou a parte mais previsões, sendo efectuados cálculos de vantes na alteração de calado. Os mais rele-
imersa do casco e respectivos aces- extrapolação de local e de interpolação vantes são o lateral, o longitudinal ou cabe-
sórios, e o leito do mar ou fundo, que o horária. A incerteza da previsão pode atin- ceio e a arfagem que é um movimento
navegante deseja manter ao longo das suas gir os 0,05 m. Uma pressão atmosférica vertical do navio.
navegações, sendo por ele fixado de elevada reduz a altura de maré em cerca Podem existir estruturas no fundo, tais
acordo com o seu critério de avaliação para de 0,01 m por cada Hpa acima dos 1013, como cabos submarinos ou condutas com
as diferentes situações. sendo o recíproco verdadeiro, podendo os respectivas sistemas de protecção,
Para assegurar o Pé-de-Piloto estabe- assim haver situações de alta pressão que detritos ou outros que possam destacar-
F
oram aprovadas, recentemente, obrigado a cumprir com os sinais sono- exemplo, praias).
algumas alterações ao Regulamento ros prescritos nas alíneas g. e h. da regra
Internacional para Evitar Abalroa- 35. Essas alíneas estabelecem a obrigato-
mentos no Mar – 1972, adiante designado riedade desses navios, quando fundeados
pelas iniciais RIEAM-72, ou apenas por e encalhados, tocarem o sino.
Regulamento. Estas emendas constam da O anexo III – «Características técnicas
resolução A.910 (22), aprovada pela assem- do material de sinalização sonora»
bleia-geral da Organização Marítima também sofreu os necessários ajustes, que
Internacional, em 29 de Novembro de não descreveremos neste artigo por serem
2001. O mecanismo de entrada em vigor demasiado técnicos.
Instituto Hidrográfico • UM PLANETA, UM MAR
destas alterações foi por aprovação tácita, Embora a definição de «navio» cons-
segundo o qual elas começariam a vigo- tante do RIEAM-72 (regra 3 a.) já fosse
rar internacionalmente em Novembro de
3. Manobras para evitar
muito abrangente (designa «todo o veículo
2003, a não ser que mais de 1/3 dos países abalroamentos aquático de qualquer natureza...») foi deci-
membros da Organização Marítima Inter- Aregra 8 – «Manobras para evitar abal- dido acrescentar-lhe uma referência aos
nacional exprimisse, até Maio de 2002, roamentos» estabelecia na sua alínea a. que veículos WIG. Desta forma, a definição de
objecções a essas emendas. Como tal não «qualquer manobra para evitar um abal- «navio» (constante da regra 3 a.) passou
aconteceu, as emendas contidas na reso- roamento deve, se as circunstâncias o a ser «todo o veículo aquático de qual-
lução A.910 (22) entraram em vigor. permitirem, ser executada de uma forma quer natureza, incluindo os veículos sem
Entretanto, o Instituto Hidrográfico proce- clara, com larga antecedência e de acordo imersão, os veículos WIG e os hidroaviões,
deu à tradução do texto dessas alterações com os usos e costumes marítimos». A utilizado ou susceptível de ser utilizado
para a língua portuguesa, texto esse que Organização Marítima Internacional sentiu como meio de transporte sobre a água».
foi depois acertado com o Instituto Portuá- necessidade de deixar bem claro que as À semelhança do que já acontece com
rio e dos Transportes Marítimos, cons- manobras para evitar abalroamentos deve- os «hidroaviões», que por não se enqua-
tando do Aviso aos Navegantes Especial rão ser tomadas, antes de mais, em drarem no conceito clássico de navio, são
25 (Grupo Anual de 2006). Entretanto, está obediência ao próprio Regulamento, tendo definidos em alínea individual (regra 3 e.),
a decorrer a transposição para o direito emendado a regra 8 a. da seguinte forma: também foi acrescentada uma nova alínea
interno dessas emendas, que se vão «qualquer manobra para evitar um abal- m. à regra 3, com o seguinte texto: «a expres-
descrever brevemente neste artigo. Refira- roamento deve ser tomada de acordo com são veículo WIG designa todo o veículo multi-
se ainda que o Instituto Hidrográfico está as regras desta parte e, se as circunstân- modal que, no modo operacional principal,
a preparar uma nova edição da Publica- cias o permitirem, ser executada de uma voa junto à superfície utilizando o efeito
ção Náutica Oficial Regulamento Interna- forma clara, com larga antecedência e de resultante da proximidade a essa superfí-
cional para Evitar Abalroamentos no Mar – acordo com os usos e costumes marítimos». cie». O termo multimodal advém de o WIG
1972, em que serão incluídas estas emen- Embora seja uma redundância ter uma utilizar sustentação hidrostática (e por
das. Essa nova edição terá, também, a novi- regra que obriga os navios a manobrar de vezes hidrodinâmica), quando na água, e
dade de incluir comentários explicativos acordo com o próprio RIEAM-72, sempre sustentação aerodinâmica, quando em voo.
das várias regras, de forma a facilitar a parece mais adequado do que deixar essas O aparecimento destes novos veículos
sua compreensão e aplicação prática. manobras à subjectividade dos «usos e obrigou também a acrescentar uma nova
costumes marítimos». alínea à regra 18 – «Responsabilidades recí-
2. Instalação de sino a procas dos navios». Tal como acontece com
bordo qualquer hidroavião (regra 18 e.), também
4. Veículos o WIG é obrigado a «manter-se bem afas-
Na anterior versão do Regulamento,
eram obrigados a possuir um apito e um
Wing-In-Ground (WIG) tado de todos os outros navios e evitar difi-
sino todos os navios de comprimento igual Os WIG (ver figura) são um tipo de cultar a sua navegação» (regra 18 f.). Além
ou superior a 12 metros (regra 33 a.). Com veículos de alta velocidade caracterizados disso, «deverá cumprir as regras [de
a entrada em vigor das emendas da reso- por possuírem asas. Essas asas, quando manobra e navegação] para navios de
lução A.910 (22), apenas os navios com próximas de uma fronteira (geralmente a propulsão mecânica».
comprimento igual ou superior a 20 superfície da água, mas também superfí- Finalmente, foram feitas também alte-
metros são obrigados a possuir sino. Qual- cies terrestres planas, gelo ou neve) rações na parte C – «Faróis e balões», as
quer navio a partir de 12 metros continuará sofrem um aumento da força de susten- quais obrigam os WIG's a mostrar, além
a instalar obrigatoriamente um apito, tação por existir uma convergência adicio- das luzes prescritas para navios de propul-
podendo trazer voluntariamente um sino. nal de ar entre a face inferior da asa e a são mecânica [farol(is) de mastro, faróis de
Esta emenda à regra 33 a. obrigou a superfície da fronteira. Os veículos WIG, borda e farol de popa], uma luz vermelha
alterar também a regra 35 – «Sinais sono- que atingem velocidades na ordem de 350 de relâmpagos visível em todo o horizonte.
CTEN SARDINHA MONTEIRO
ros em condições de visibilidade redu- nós, são normalmente classificados como DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
zida». Assim, foi incluída uma nova navios apenas por necessitarem de desco- [email protected]
D
esde a década de '90 que a Europa
mente, decorre ainda a fase de
(organizações governamentais,
desenvolvimento, cuja tarefa mais
institutos de navegação, navegan-
significativa consiste em pôr em
mente aos receptores individuais, seja de Privado de grande escala desenvolvida a CTEN SARDINHA MONTEIRO
apenas 20%. nível da União Europeia, ser o primeiro DIVISÃO DE NAVEGAÇÃO
[email protected]
Organização Hidrográfica Internacional, mento, interagir com a entidade que o a uniformidade das cores, linhas e demais
da Organização Marítima Internacional publica, sempre que detectar uma discre- informação nela existente, mantendo as
e da Associação Internacional de Sinali- pância com a realidade encontrada. relações dimensionais entre os objectos,
zação Marítima. mas também a manutenção da sua inte-
Chama-se a atenção dos navegantes 3 Quais os riscos que corro ao utilizar gridade física durante todo o período de
para a vantagem da utilização dos Docu- informação não oficial? utilização, em condições o mais próximas
mentos Náuticos Oficiais destinados à – Provável ausência de indicação possíveis das originais, permitindo
navegação, uma vez que eles são os temporal relativamente à data a que se também desta forma a concretização de
únicos que estão obrigatoriamente actua- reportam os dados disponibilizados e da todo o processo de actualização que essa
lizadas no momento da venda e são fidedignidade das fontes de informação carta possa sofrer.
periodicamente actualizados pelos Avisos que originaram os dados disponibiliza-
aos Navegantes emitidos pela entidade que dos; 5 Acedi a um sítio na Internet com infor-
as pública. Contrariamente à generalidade – Provável ausência de conformidade mação sobre marés. Como posso saber se
das publicações de autor, inalteráveis com as normas nacionalmente ou inter- essa informação é oficial?
desde que o autor faz a sua revisão final nacionalmente estabelecidas, o que pode O Instituto Hidrográfico, ao disponi-
antes de as enviar para impressão e poste- levar a potencialmente perigosas assun- bilizar informações sobre marés às enti-
rior venda, os Documentos Náuticos ções erróneas na interpretação dos dados; dades que o solicitam, estabelece condi-
Oficiais permanecem Documentos «vivos» – Provável ocorrência de incompati- ções que devem ser respeitadas por essas
(i.e., actualizados) durante todo o seu bilidades na forma como alguns equipa- entidades. Entre outras, estabelece-se
período de vigência. mentos processam a informação quando que a entidade deverá fazer referência,
esta é disponibilizada em formatos digi- no local onde a informação é disponibi-
2 Que benefícios decorrem da utiliza- tais, por deficiente conformidade entre as lizada, não só à fonte de informação, mas
ção de informação oficial? normas utilizadas pelos diversos fabri- também aos contactos do Instituto Hidro-
– Garantia de que a informação dispo- cantes; gráfico - e explicitamente à autorização
nibilizada sobre um determinado assunto – Provável desresponsabilização legal por este emitida.
foi originada pelas entidades com compe- da entidade que disponibiliza os dados em Na publicação de parte ou do todo da
tência ou jurisdição nessa área em parti- caso de acidente ou incidente marítimo previsão de marés para um porto, deverá
cular; motivado pela sua inexactidão. constar:
«© Copyright Marinha,
Instituto Hidrográfico, 200__.
Publicado com a autorização n.º ____ do
Instituto Hidrográfico, Marinha.
A
produção de cartografia náutica, ou óleo). sas em PoD em Fevereiro de 2005. Nesta
no Instituto Hidrográfico (IH), A impressão a jacto de tinta (inkjet) é fase inicial é pretendido determinar:
tem, ao longo das duas últimas um processo de impressão sem impacto. a aceitação do produto;
décadas, sofrido consideráveis alterações O texto e imagens são formados pelo o custo de produção;
nas metodologias e nas técnicas de compi- preciso posicionamento de pequeníssimas a capacidade de produção.
lação e de impressão. Estas alterações gotículas de tinta injectadas a alta veloci- O resultado desta fase inicial tem sido
devem-se, em particular, aos desenvolvi- dade pelos ejectores das cabeças de impres- positivo. As cartas print-on-demand têm sido
mentos informáticos, em hardware e soft- são. A combinação das gotículas de tinta bem aceites por parte da comunidade
ware. Neste último, incluem-se os sistemas cyan, magenta, amarelo e preto formam náutica. Os revendedores e os navegado-
de informação geográfica (SIG), dedicados pontos muito precisos de várias cores que, res, profissionais e de recreio, compreen-
à cartografia, designados de forma corrente quando vistos à distância, compõem a dem a mais valia de terem cartas actuali-
nental e vertente superior com vista à determinação da profundidade realizou- tificação de possíveis zonas de exploração
publicação de uma série de oito Folhas se sempre com sondadores de precisão de inertes; na identificação de zonas
que constituem a «Carta dos Sedimen- e foi efectuada a respectiva correcção de propícias à delimitação de fundeadouros;
tos Superficiais da Plataforma Conti- maré, normalmente até à profundidade e no conhecimento da natureza de fundo
nental Portuguesa» à escala de 1:150 000 de 100m. para aplicação a estudos no âmbito da caça
e respectivas notícias de minas e da propagação
explicativas. do som.
Este programa veio, Actualmente encon-
de algum modo, substi- tram-se publicadas as
tuir as antigas «Cartas seguintes Folhas da «Carta
Litológicas Submari- dos Sedimentos Superfi-
nas», publicadas entre ciais da Plataforma Conti-
1913 e 1941. nental Portuguesa»:
Para a realização e Folha SED 7/8 [Vila
concretização deste Real Sto António ao Cabo
programa efectuaram- de São Vicente] e respec-
se campanhas de tiva Notícia Explicativa;
colheita de amostras Folha SED 6 [Cabo de São
superficiais e verticais de Vicente a Sines]; Folha
sedimentos, de obtenção SED 5 [Sines ao Cabo da
de dados geomorfológi- Roca];Encontra-se em fase
cos e estruturais através de Pré-publicação: A Notí-
da realização de perfis cia Explicativa da Folha
de reflexão sísmica SED 6 e a Folha SED 1
ligeira e de sonar de [Foz do rio Minho a Espi-
pesquisa lateral. Estas nho].
campanhas efectuaram- Nesta zona da plata-
se a bordo dos meios forma constata-se a
navais de que o Instituto presença maioritária de
Hidrográfico dispõe e Fig. 1- Folha SED 5 [Cabo da Roca ao Cabo de Sines] sedimentos arenosos e
dos quais se destacam o entre o Cabo de Sines e o
NRP «Almeida Carvalho», o NRP «Andró- O método cartográfico adoptado Cabo Espichel; entre o Cabo Espichel e o
meda», e outras embarcações mais ligei- consiste em representar cada amostra por Cabo Raso a plataforma interna é essen-
ras nas quais se realizaram campanhas de um tipo de sedimento, definido precisa- cialmente coberta por areias finas e
recolha de sedimentos nos fundos dos rios mente pela sua granulometria e pelo seu médias nas plataformas média e externa
e estuários, assim como de águas para teor em calcário. dominam os sedimentos lodosos que
estudo de sedimentos em suspensão. O Foram realizadas análises granulo- chegam a atingir mais de 20m de espes-
tipo de malha de amostragem é conside- métricas, determinações do teor em sura. A norte do Cabo Raso a cobertura
rada bastante cerrada, cerca de 1 milha carbono orgânico e carbonatos e foi igual- sedimentar é essencialmente areno-casca-
quadrada, podendo variar em alguns mente estudada a composição mineraló- lhenta, com elevada percentagem da
locais perto de costa para cerca de 1 000m gica da fracção grosseira e cascalhenta à componente biogénica.
e a profundidades de mais de 300m para lupa binocular e a composição mineraló- Este tipo de distribuição de sedimen-
cerca de 2 milhas. gica da fracção fina por difractometria de tos está, condicionado por vários facto-
Como instrumentos de colheita utili- raios-X, res dos quais se salientam as correntes de
zaram-se, para sedimentos não consoli- Outros estudos e determinações têm deriva litoral, a agitação marítima super-
dados, Shipeck, Van Veen, Dietz Lafond vindo a ser efectuados, essencialmente por ficial a morfologia de fundo e principal-
e mais modernamente a draga SmithM- jovens investigadores, no âmbito de mente a existência do canhão de Setúbal
cEntyre. Para as colheitas verticais de sedi- programas de Teses de Mestrado e de e pelos rios Tejo e Sado.
DR.ª MANUELA MATOS
mentos utilizaram-se os «Corers» de Doutoramento. DIVISÃO DE GEOLOGIA MARINHA
Gravidade e de Pistão. Trata-se de um programa cuja impor- [email protected]
A
poluição causada por hidrocar- riais e ZEE, e ainda em outras áreas de inte-
petroleiros.
bonetos (crude, derivados de resse nacional.
A preservação do ambiente marinho
petróleo e nafta) e outros produ- As amostras colhidas são posterior-
implica o conhecimento da qualidade das
tos perigosos podem ter a sua origem em mente analisadas nos nossos laboratórios
acidentes marítimos (resultantes de afun- que se encontram equipados com diver-
damentos ou abalroamentos de petrolei- sos equipamentos apropriados à análise
ros e de outros navios que transportem de nutrientes, metais pesados, policloro-
cargas ou mercadorias perigosas) ou bifenilos, pesticidas clorados e hidrocar-
podem ser resultado de despejos delibe- bonetos.
rados provenientes da lavagem de tanques Os métodos utilizados nos nossos
de combustível. Embora a face mais visí- laboratórios foram devidamente adapta-
vel deste tipo de poluição sejam as marés dos para a água do mar (matriz salina),
negras, cargas incalculáveis de poluentes não são portanto métodos normalizados.
são, dissimuladamente, atiradas para as Encontram-se em fase de validação interna
nossas águas. Assim, todos os dias cente- com vista ao processo de acreditação dos
nas de navios que cruzam as águas portu- laboratórios. Conjuntamente efectuamos
guesas são potencialmente responsáveis exercícios de intercalibração com labora-
pela qualidade das nossas águas. tórios congéneres europeus para valida-
Estima-se que dos 100 navios que ção dos nossos resultados e métodos.
cruzam a costa portuguesa, 12 são petro- A caracterização físico-química de
leiros; quando cruzam a ZEE Portuguesa sedimentos de zonas, que se pretende que
águas e das consequências da introdução
(que corresponde a 18 vezes o território venham a ser dragados, constitui também
de substâncias e energia pelo Homem no
nacional), passando principalmente junto uma área de trabalho na medida em que,
Oceano, o Instituto Hidrográfico realiza
à costa continental, transportam cerca de de acordo com a lei vigente, é necessário
estudos relacionados com a degradação,
30% do crude mundial – o custo de termos caracterizar o material por forma a enqua-
dispersão, deposição e bioacumulação de
uma posição geograficamente estratégica, drar esse material numa das cinco classes,
poluentes, para os quais é necessário o
entre as rotas dos continentes europeu e de acordo com o grau de contaminação e
apoio de laboratórios equipados de forma
africano. A este facto acresce a existência assim poder orientar a decisão quanto ao
cada vez mais exigente, assim como um
destino a dar ao material.
conjunto de meios espe-
Sendo o Instituto Hidrográfico um
cíficos para operações
órgão da Marinha, presta apoio à Autori-
em ambientes aquáti-
dade Marítima Nacional no âmbito da
cos: técnicos especiali-
poluição do mar, nomeadamente no que
zados, equipamentos de
se refere à identificação de derrames de
colheita apropriados,
hidrocarbonetos, sejam de origem indus-
embarcações e navios.
trial, sejam consequentes do tráfego de
Os programas de
navios nas nossas costas, a actividade dos
monitorização consistem
nossos técnicos de laboratório assume uma
na avaliação periódica
importância vital na preservação do terri-
do estado da qualidade
tório marítimo nacional.
das águas e sedimentos
através da recolha de
amostras nas costas, ENG. PILAR PESTANA DA SILVA
CHEFE DA DIVISÃO DE QUÍMICA E POLUIÇÃO
estuários, águas territo- [email protected]
A
maré tem como causa a atracção longo do tempo, em termos médios esse afastamos da costa. Com efeito sabe-se que
gravitacional do Sol e da Lua. A atraso é cerca de 2 horas em Portugal a maré se torna praticamente nula nas
influência da Lua é bastante Continental, e inferior a 30 minutos na zonas centrais das grandes bacias oceâ-
superior, pois embora a sua massa seja Madeira e nos Açores. nicas.
bastante menor que a do Sol, esse facto é Outro aspecto importante a ter em conta Regra geral a amplitude das marés vivas
compensado pela menor distância à Terra. é o fenómeno quinzenal da alternância entre é ainda maior por ocasião dos equinócios
Instituto Hidrográfico • APOIAMOS EM TERRA OS QUE ANDAM NO MAR
Matematicamente a maré é uma soma de marés vivas e marés mortas; este fenómeno, (marés vivas equinociais). Tal facto é mate-
sinusóides (ondas constituintes) cuja matematicamente explicado pela consti- maticamente explicado pela introdução de
periodicidade é conhecida e depende tuinte S2 (solar semi-diurna), decorre do uma terceira constituinte (K2) que, perto
exclusivamente de factores astronómicos. efeito do sol como elemento «perturbador». dos equinócios, reforça o efeito do Sol.
De um modo geral, podemos dizer que Com efeito, quando o Sol e a Lua estão em Tal como já foi referido, os oceanos não
a maré sobe quando das passagens meri- oposição (Lua cheia) ou conjunção (Lua reagem instantaneamente às influências
dianas superior e inferior da Lua. Isto é, nova), a influência do Sol reforça a da Lua astronómicas havendo aqui também, para
temos preiamar (maré cheia) quando a Lua e ocorrem as marés vivas (matematica- cada local, um atraso de resposta. Neste
passa por cima de nós, assim como quando mente as constituintes somam-se). Por outro caso, esse atraso chama-se, em termos
a Lua passa por baixo de nós, ou seja, por lado, quando o Sol e a Lua estão em quadra- médios, Idade da Maré. De modo muito
cima dos nossos antípodas. tura (Quarto crescente e Quarto grosseiro, pode dizer-se que a maré viva
As preia-mares suce- ocorre no dia seguinte à
dem-se assim, regular- Lua Nova ou Lua Cheia.
mente, com um intervalo Até agora falou-se de
médio de meio dia lunar apenas três constituintes.
(aprox. 12h 25m) o que Na realidade a maré tem
corresponde matematica- ainda muitas outras
mente à constituinte lunar constituintes que repre-
semi-diurna (M2); tal facto sentam matematica-
é expresso pelo povo que mente outras irregulari-
refere que «a maré, no dia dades astronónicas
seguinte, é uma hora mais associadas com os dois
tarde» (na realidade aprox. astros. O programa de
50m mais tarde). previsão de marés utili-
Por sua vez, o intervalo Alturas de maré em Aveiro ao longo de 12 dias. A seguir à Lua Cheia e ao Quarto zado no IH permite o
de tempo entre uma preia- Minguante ocorrem, respectivamente, águas vivas e águas mortas uso de 62 constituintes.
mar e a baixa-mar seguinte Convém por último
é, em média, 6 h 13 m. referir que o nível da
No entanto, o mar não reage instan- minguante), a influência do Sol contraria água do mar depende ainda de outros
taneamente à passagem da Lua, havendo, a da Lua e ocorrem as marés mortas (mate- factores que não a maré astronómica, tais
para cada local, um atraso maior ou maticamente as constituintes subtraem-se). como a pressão atmosférica, ventos e a
menor das preia-mares e baixa-mares. AFigura apresenta a evolução da maré em agitação marítima.
O intervalo de tempo entre a passa- Aveiro ao longo de doze dias, mostrando A pressão atmosférica é o mais impor-
gem meridiana da Lua e a preia-mar claramente a diferença de amplitudes tante dos factores não astronómicos que
seguinte é o chamado lunitidal interval (em entre marés vivas e marés mortas. influenciam a subida e descida do nível
rigor, high water lunitidal interval). Actual- Regra geral, as amplitudes de marés do mar; com efeito, as baixas pressões
mente, já estão a ser comercializados reló- vivas em Portugal Continental são cerca produzem um aumento do nível das águas
gios em que esse valor é pedido, para que de 1,5 m. Isto é, o mar sobe e desce 1,5m e, inversamente, as altas pressões estão
eles possam fornecer uma previsão gros- em relação ao nível médio. Em marés associadas a uma descida do nível do mar.
seira da maré. mortas, a amplitude da maré é da ordem LEONOR MARTINS
DIVISÃO DE OCEANOGRAFIA
Embora esse valor seja variável ao dos 70 cm. Na Madeira temos uma ampli- [email protected]
www.morguefile.com
em zonas que afundam abruptamente próximo da rebentação.
Os técnicos da Divisão de Oceanografia do Instituto Hidrográ-
fico deixam alguns conselhos aos banhistas e aos amantes dos despor-
tos náuticos radicais.
NRP D. Carlos I
O NRP D. Carlos I foi construído nos lha e transmissão de informação acústica, Fevereiro de 1997. Após a chegada a Portu-
DE INFORMAÇÃO
Estados Unidos da América pela utilizando um sistema com sensores passi- gal foi adaptado no Arsenal do Alfeite às
AO MAR …
«Tacoma Boat Company», tendo sido vos rebocados designado «Surveillance actuais funções de navio hidrográfico e
lançado à água em 30 de Janeiro de 1989 Towed Array System» (SURTASS). oceanográfico.
com o nome USNS Audacious. Construído Desactivado em 1995, foi transferido O NRP D. Carlos I dispõe de equipa-
para a Marinha de Guerra Portuguesa em mentos modernos, dos quais se destacam
como navio de vigilância anti-submarina,
o sistema sondador multifeixe, o perfila-
a sua missão, enquanto esteve ao serviço Dezembro de 1996, passando ao estado de dor acústico de correntes, guinchos ocea-
da marinha americana, consistiu na reco- armamento com o actual nome em 28 de nográficos e áreas de laboratório para a
nálise e processamento de amostras ou
MARVAI
dados.
CARACTERÍSTICAS
QUEM
Deslocamento 2285t
Comprimento 68,3m
Boca 13,1m
Hidrográfico• •UM
Calado 5,6m
PROPULSÃO
4 geradores Caterpillar D398B 3200hp
2 motores GE 1600hp
Velocidade Máxima 11nós
Hidrográfico
O
Instituto
NRP Almirante Gago Coutinho fazia tica e colocados em pontos estratégicos das amigas. Portugal foi uma dessas nações.
parte duma frota de 10 navios de vigi- rotas dos submarinos Soviéticos. Após o seu aprestamento nos Estados
lância e detecção anti-submarina, basea- A Marinha Americana muito recente- Unidos da América, efectuou o trânsito
dos cinco deles em Pearl Harbour e outros mente começou a substituir estes navios da para Lisboa.
cinco em Little Creek (Virgínia), destina- classe T-AGOS por outros mais modernos Actualmente encontram-se a decorrer
dos à vigilância da frota submarina Sovié- designados SWATH (Small Waterplane os trabalhos de conversão a navio hidro-
Area Twin Hull) oceanográfico.
de construção
semelhante a um
catamaran, com CARACTERÍSTICAS
equipamentos de Deslocamento 2285t
escuta e detecção Comprimento 68,3m
mais sofisticados, Boca 13,1m
Calado 5,6m
tencionando
PROPULSÃO
dispor até 1998
de 33 navios 4 geradores Caterpillar D398B 3200hp
2 motores GE 1600hp
desta classe.
Velocidade Máxima 11nós
A Marinha Autonomia 4000 milhas
Americana resol- a 11 nós
veu ceder alguns GUARNIÇÃO
Oficiais 6
navios da classe
Sargentos 7
T-AGOS a nações Praças 21
NRP Auriga
bilizada para alimentação 1 Gerador Cummins N-743P 120 KVA-180A
dos computadores e outros 1 Gerador de porto Perkins 37 KVA-60A
Circuito interno de alimentação 220VAC e 24VDC
equipamentos (220 e 24 v). EQUIPAMENTO E SENSORES
Um motor diesel MTU Radar Koden MDC-1540F (BANDA I)
de 1100 HP, movimenta DGPS - Trimble NT 300D
uma linha de veios com hé- Girobússola ANSCHUTZ KIEL STANDART 4P
Giropiloto ANSCHUTZ KIEL COMPILOT7
lice de passo variável e um
Odómetro SAGEM
motor eléctrico de 60 HPper- Anemómetro ADOLF THIES GOTTINGEM
mite propulsão auxiliar pa- Sondas hidrográficas 210 e 33 kHz
ra baixas velocidades de tra- TX/RX VHF RT2048 SAILOR
balho. VHF DSC RM2042 SAILOR
TX/RX HF SSB TRP7000 SKANTI
Dispõe ainda de uma
MF/HF DSC 9000 SKANTI
N
a primeira linha, e no quadro
multilateral, o Instituto Hidro-
gráfico representa o país junto da
Organização Hidrográfica Internacional –
OHI. A OHI é uma organização interna-
cional, intergovernamental, de natureza
técnica e consultiva, sedeada no Principado
do Mónaco, cujos membros são Estados
marítimos, e constitui um Fórum que visa
a melhoria dos serviços relativos à nave-
gação marítima, graças à discussão e à reso-
lução, ao nível internacional, de questões
relacionadas com a Hidrografia. Assiste os
membros a assegurar estes serviços ao
melhor custo, através dos canais dos servi-
ços hidrográficos nacionais. Embora esta- Portugal é membro fundador da OHI e rati- actualmente projectos de cooperação para
belecida em 1967, através da Convenção da ficou a Convenção em 27 de Novembro de o desenvolvimento com o objectivo de
OHI, descende e confere continuidade ao 1968. fomentar as capacidades locais de siste-
International Hydrographic Bureau, com O IH participa ainda em comités técni- mas de ajuda à navegação e de sinaliza-
origem em 1921, e dele herdou os objecti- cos da Associação Internacional de Assi- ção marítima. Com Moçambique, onde a
vos: permitir e fomentar uma cooperação nalamento Marítimo, cujos trabalhos e capacidade hidrográfica está já criada, o
intergovernamental no domínio da Hidro- orientações constituem um enorme valor Instituto Hidrográfico assiste a sua produ-
grafia através da coordenação das activi- acrescido às actividades de apoio à Nave- ção cartográfica e recebe, na Escola de
dades dos organismos nacionais com tutela gação. Hidrografia e Oceanografia, alunos prove-
no domínio daquela ciência, do fomento da Além desta representação oficial, o nientes do Instituto Nacional de Hidro-
uniformidade em documentos e cartas Instituto Hidrográfico coopera com os grafia e Navegação de Moçambique. Em
náuticas, da adopção de métodos eficien- Países Africanos de Língua Oficial Portu- Cabo Verde, onde a capacidade é ainda
tes nas expedições hidrográficas e do guesa (PALOP), designadamente com incipiente, está prevista a submissão de um
desenvolvimento das ciências e técnicas Angola, Cabo Verde e Moçambique. Em projecto multilateral para a criação de um
empregues na oceanografia descritiva. particular, nestes dois últimos, decorrem serviço hidrográfico naquele país.
Uma torneira a pingar, mesmo que o pingo seja mínimo, pode desperdiçar mais de 190 litros de água por dia
Eu procuro… Eu vou…
Informação sobre agitação marítima http://www.hidrografico.pt/wwwbd
Informação sobre previsão de marés http://www.hidrografico.pt/wwwbd
Fólio cartográfico http://www.hidrografico.pt/wwwbd
Informação de agitação marítima, temperatura da água do mar,
previsão de marés e fase da lua – via telemóvel (WAP) http://pwap.nexinet.pt/nx12346a/default.wml
Informar o IH sobre discrepâncias dos documentos náuticos oficiais [email protected]
Carta dos Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental AZIMUTE - Aprestos Marítimos, Lda.
Portuguesa, Av. Gomes de Araújo, 1 A - r/c.
Edifício Bartolomeu Dias
Carta da Série Pescas,
Doca de Alcântara – 1350-355 Lisboa
Tabelas de Marés, Listas de Luzes,
Tel.: 21 392 07 30 – Fax: 21 397 44 94
Listas de Radioajudas J. GARRAIO & C.a, Lda.
e outros documentos náuticos editados pelo Instituto Hidrográfico Av. 24 de Julho, 2 - 1.º-Dto. – 1200 Lisboa
Tel.: 21 347 30 81 – Fax: 21 342 89 50
MARINHA
INSTITUTO HIDROGRÁFICO
www.hidrografico.pt