Sementes e Mudas - DEG1
Sementes e Mudas - DEG1
Sementes e Mudas - DEG1
net/publication/312024517
CITATIONS READS
10 6,555
1 author:
Pedro H. S. Brancalion
University of São Paulo
317 PUBLICATIONS 14,486 CITATIONS
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Pedro H. S. Brancalion on 02 January 2017.
Sementes
mudaS
guia para propagação
de árvores brasileiras
Nogueira, Carlos
Sementes e mudas : guia para propagação de
árvores brasileiras / Carlos Nogueira, Pedro
Henrique S. Brancalion. -- São Paulo : Oficina
de Textos, 2016.
Bibliografia
ISBN 978-85-7975-224-7
16-00692 CDD-582.160981
À minha esposa, Carolina, e à minha filha, Liz, meus eternos amores, que
me inspiram e me fazem uma pessoa melhor e mais feliz a cada dia.
Ao meu pai, Pedro, e à minha mãe, Valdete, minha gratidão pela educa-
ção e exemplo, por não medirem esforços para que eu pudesse encontrar
minha vocação.
Aos Profs. Ricardo R. Rodrigues e Ana D. L. C. Novembre, da Esalq/USP,
e ao Dr. André G. Nave, da BioFlora Tecnologia da Restauração, por terem
me introduzido ao mundo das sementes e mudas de espécies nativas.
Por fim, ao meu companheiro Carlos Nogueira Souza Junior, pelas
inúmeras lições aprendidas na construção deste livro e exemplo de como
desenvolver a produção de sementes e mudas de árvores nativas como uma
oração, cheia de amor, paz de espírito e fé.
Pedro H. S. Brancalion
No dia 6 de fevereiro de 2015, uma visita ao viveiro Camará Mudas Florestais trans-
formou minha forma de pensar como ecóloga da restauração. Eu passei o dia com duas
pessoas com conhecimento impressionante sobre a produção de sementes e mudas, o
cultivo e a ecologia de árvores da Mata Atlântica e do Cerrado: Carlos Nogueira Souza
Junior e Pedro H. S. Brancalion. Fiquei encantada com a escala e a capacidade técnica
do viveiro e com o cuidado e o amor que sustentam esse empreendimento. Carlos e
Pedro estavam trabalhando em um livro que iria informar e ilustrar as características de
sementes e mudas de mais de 200 árvores nativas e descrever seus detalhes de propa-
gação em viveiro. Este livro está agora em suas mãos.
Trata-se de um guia para a propagação em viveiro e a definição de características
de sementes e plântulas. Cada espécie está apresentada em duas páginas; mas, de fato,
cada espécie é por si só um livro esperando para ser escrito. Esse livro descreveria as
origens das espécies a partir do seu ancestral mais próximo, as características ambien-
tais onde elas evoluíram e expandiram sua zona de ocorrência, as espécies animais que
as comem, dispersam e polinizam, como lidam com os altos e baixos da vida no dia a dia, e
como as pessoas podem ajudar a salvá-las do empobrecimento genético ou da extinção.
Este guia constitui uma ferramenta urgentemente necessária para massificar a ação
humana para restabelecer a diversidade, a abundância e a vibração da Mata Atlântica e
dos cerradões do Brasil, cada qual com suas espécies peculiares, bem como para fomen-
tar o cultivo das árvores desses ecossistemas para as mais variadas finalidades, como a
produção de madeira e frutos, a silvicultura urbana e o paisagismo.
Se essas “árvores-bebê” pudessem falar, elas diriam um obrigado ao Carlos e ao
Pedro por contarem suas histórias, registrarem seus retratos e dedicarem seu tempo
a entender suas características e cuidados únicos. Tudo começa aqui, com a coleta e o
processamento de sementes e a manipulação de mudas. O próximo passo será plantar
cada muda e cultivá-la até que se torne uma árvore madura, a qual fará parte de uma
área restaurada, que fará parte da paisagem, a qual então trabalhará para transformar
a terra, o ar, a água e a vida das pessoas. O viveiro é o elo de ligação do movimento da
restauração, onde negócios, infraestrutura, sementes, conhecimento e ecossistemas
nativos se encontram. A publicação deste livro nos dá uma oportunidade para celebrar
a biodiversidade, inspirar o cultivo de árvores brasileiras e compartilhar conhecimento e
orientação que irão trazer nova vida à Mata Atlântica e ao Cerrado, inspirando esforços
similares ao redor do mundo. Agora é hora de aplicar essas valiosas informações em sua
máxima capacidade para repovoar com seus habitantes arbóreos nativos as áreas onde
a vegetação nativa foi suprimida.
Robin Chazdon
Rio de Janeiro
16 de março de 2016
estrutura morfológica.......11
Descrição morfológica........12
ÍNDICE DE FAMÍLIAS.......................15
Índice de espécies
nome científico...................................17
nome popular..................................... 20
Introdução ................................. 23
Espécies............................................43
Foto da muda
Nome do autor
Abreviação do nome do
cientista que descobriu
e classificou a espécie.
Família
Nome popular
Descrição morfológica
Produção
Escala
A
Anacardiaceae 44 a 52 Malvaceae 296 a 314
Annonaceae 54 a 60 Melastomataceae 316 a 320
Apocynaceae 62 a 72 Meliaceae 322 a 332
Araliaceae 74 a 76 Moraceae 334 a 338
Araucariaceae 78 Myristicaceae 340
Arecaceae 80 a 88 Myrtaceae 342 a 378
Asteraceae 90 a 92 O
B Ochnaceae 380
Bignoniaceae 94 a 116 P
Boraginaceae 118 a 126 Peraceae 382
Burseraceae 128 Phytolaccaceae 384 a 388
C Polygonaceae 390
Calophyllaceae 130 Primulaceae 392 a 396
Cannabaceae 132 a 134 Proteaceae 398
Caricaceae 136 a 138 R
Caryocaraceae 140 Rhamnaceae 400 a 402
Celastraceae 142 Rosaceae 404
Combretaceae 144 a 146 Rubiaceae 406 a 414
Cunoniaceae 148 Rutaceae 416 a 430
E S
Euphorbiaceae 150 a 164 Salicaceae 432
F Sapindaceae 434 a 440
Fabaceae 166 a 266 Sapotaceae 442
15
17
20
O presente guia foi elaborado com base em 20 anos de experiência prática na produ‑
ção de sementes e mudas de espécies arbóreas nativas no viveiro Camará, localizado
em Ibaté (SP), produtor de cerca de 2 milhões de mudas de espécies nativas por ano
(Fig. I.1). Dessa forma, as recomendações aqui apresentadas refletem a vivência da
produção de sementes e mudas nesse contexto, no qual se utiliza de um sistema tecnifi‑
cado de manejo (Fig. I.2).
23
31
deiscente
Sementes lisas
Secagem ao sol ou em estufa, cobertas por tela Esfregar os frutos em peneira ou colocá-los
no caso de deiscência explosiva em um saco e dar pancadas
Fig. I.8 Modalidades de beneficiamento associadas aos diferentes tipos de fruto e sementes
33
Após a emergência, as plântulas devem ser transferidas o mais rápido possível para
os recipientes em que as mudas serão produzidas, de forma a minimizar o estresse do
transplante. No entanto, mesmo que o transplante seja realizado na época correta,
algumas espécies são muito prejudicadas por essa operação. Embora os mecanismos
associados à tolerância ao transplante sejam ainda pouco conhecidos, observa-se na
prática que as espécies de Cerrado e Cerradão são as mais sensíveis ao transplante
de plântulas. Isso porque as plântulas dessas espécies tendem a apresentar rápido
crescimento radicular, e mesmo plântulas bem pequenas e com poucas folhas podem
apresentar raízes profundas. Em função disso, o transplante causa, invariavelmente,
injúrias severas ao sistema radicular dessas espécies, fazendo com que tenham que ser
semeadas diretamente no recipiente de produção ou, no caso de espécies com tolerân‑
cia intermediária, que o transplante ocorra o mais cedo possível.
Pragas e doenças
Como os viveiros produtores de espécies nativas normalmente produzem várias espé‑
cies ao mesmo tempo, a densidade de mudas por espécie no viveiro tende a ser baixa, o
38
Annonaceae
Pindaíva
0 1 2 3 4 5cm
56
0 1 2 3 cm
Detalhes morfológicos
57
Araucariaceae
Araucária
0 1 2 3 4 5cm
78
0 1 2 3 cm
Detalhes morfológicos
Folhas simples
e pontiagudas,
em formato de
escama
79
Boraginaceae
Chá-de-bugre
0 1 2 3 4 5cm
122
0 1 2 3 cm
Detalhes morfológicos
123
Myrtaceae
Pitanga
0 1 2 3 4 5cm
358
0 1 2 3 cm
Detalhes morfológicos
Caule
descamante
359
Myrtaceae
Jabuticabeira
0 1 2 3 4 5cm
370
0 1 2 3 cm
Detalhes morfológicos
Caule
escamante
371
Sapindaceae
Tingui-do-cerrado
0 1 2 3 4 5cm
440
0 1 2 3 cm
Detalhes morfológicos
Mudança brusca
de coloração do
ramo, a partir de
novas brotações
441
Urticaceae
Embaúba-do-brejo
0 1 2 3 4 5cm
456
0 1 2 3 cm
Detalhes morfológicos
Estípula
terminal verde
457