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GEOGRAFIA

Agropecuária

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
GEOGRAFIA
Agropecuária

Sumário
Júlio Santos

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Agropecuária.. ................................................................................................................................... 4
O Estudo da Agricultura. . ................................................................................................................ 4
Agricultura Mundial. . ..................................................................................................................... 10
Agricultura de Subsistência.. ........................................................................................................12
Agricultura Comercial ou Especulativa......................................................................................13
Agricultura Orgânica (Biológica)................................................................................................ 22
Permacultura.................................................................................................................................. 23
Agricultura Natural.. ...................................................................................................................... 24
Produtos Agrícolas no Mundo.. ................................................................................................... 28
Principais Países Líderes em Produção Agrícola.................................................................... 29

Áreas Agrícolas do Brasil............................................................................................................. 32


Agronegócio por Regiões............................................................................................................. 32

Problemas da Agricultura Brasileira......................................................................................... 33


Agricultura x Transporte.............................................................................................................. 34
Condições das Estradas Brasileiras.......................................................................................... 35
Pecuária........................................................................................................................................... 35
Classificação da Pecuária............................................................................................................ 36
Pecuária Extensiva........................................................................................................................ 36
Questões de Concurso.................................................................................................................. 39
Gabarito............................................................................................................................................ 56

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Apresentação
Olá, caro(a) aluno(a)!
É o nosso oitavo, isso mesmo, oitavo encontro e já estamos na fase final do curso de Geo-
grafia Geral. Espero, do fundo do coração, que as aulas estejam sendo proveitosas. A aula de
hoje refere-se ao estudo da agropecuária: sistemas agrícolas, estrutura agrária, uso da terra,
agricultura e meio ambiente, produção agropecuária, comércio mundial de alimentos e a ques-
tão da fome. É importante destacar que a agricultura representa a base da economia brasileira,
apesar de a maior empregabilidade estar vinculada ao setor terciário (comércio e serviços) e
não à agropecuária, que se encontra no setor primário. A aula a seguir realça os tipos de siste-
mas agrícolas, a reforma agrária, os principais produtos agrícolas, o movimento de revolução
verde, do qual o nosso país é participante desde a segunda metade dos anos 1960. Lave o
rosto, vista o manto do entusiasmo, motive-se e mãos à obra.

Júlio Santos

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AGROPECUÁRIA
O Estudo da Agricultura
A agricultura é uma das atividades mais antigas da história do homem. Ele desenvolveu a
prática dela há cerca de 10 mil anos, quando se estimava no planeta uma população aproxima-
da de 5 milhões de habitantes.
A agricultura é uma atividade que envolve a produção de alimentos e tem uma íntima
relação com:
• capital;
• terras;
• mão de obra.

É importante relacionarmos a atividade agrícola com três fatores:


• Físico: como o solo, clima e a disponibilidade hídrica;
• Humano: corresponde à mão de obra em seu desenvolvimento.
• Econômico: se refere ao valor da terra e o nível de tecnologias aplicadas na produção.

É importante destacar que a maior interferência é causada pelo clima, desempenhando


uma enorme ingerência no desenvolvimento da agricultura. Podemos elucidar essa influência
quando o excesso de sol, chuva ou temperatura compromete a produtividade da lavoura.
O solo é crucial para o progresso dos vegetais, que extrai nutrientes e água para a germina-
ção, crescimento e produção de frutos.
Mas retomemos a relação do homem e do meio ambiente. A agricultura tem um papel vital
na história, uma vez que intensificou a oferta de alimentos e, consequentemente, decréscimo
de mortes por inanição. Em pleno século XXI, com toda a tecnologia existente, a fome é, ainda,
um dos motivos que mais causam mortalidade no mundo.
Observe as charges a seguir que fazem alusão à fome no Brasil.

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http://fomenomundo.blogspot.com/2013/05/charge-realista-sobre-fome.html

É interessante analisar que, apesar da implantação da agricultura, o crescimento demográ-


fico com um contingente aproximado de 140 milhões de pessoas no final do primeiro milênio
não permitiu extirpar a fome mundial. Se fizermos uma correlação com o Brasil, o país atingiu
esse contingente em apenas 350 anos. Devemos inferir a respeito dos indivíduos que não têm
acesso ao consumo de alimentos diariamente.
A melhoria das condições sanitárias concatenada com o fenômeno da primeira Revolução
Industrial (século XVIII) e o progresso da medicina suscitou uma maior longevidade à popu-
lação que nas próximas décadas desencadearia uma explosão demográfica. A marca de 7,7
bilhões de habitantes no mundo foi atingida no início de 2020, segundo as estatísticas da Or-
ganização Mundial de Saúde.
É um comportamento que será observado nas próximas décadas, é claro, com diferentes
velocidades relacionadas às condições de desenvolvimento de cada uma das nações até que
alcancem a transição demográfica, momento de expressiva diminuição da população. O inter-
valo de ocorrência é subordinado à aplicação de um planejamento familiar, que consiste no
direito que todo o cidadão possui de ter quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais
conveniente, com toda a assistência necessária para garantir isso integralmente.
É muito importante a percepção de que a agricultura e o crescimento demográfico andam
de mãos dadas, uma vez que o desenvolvimento da agropecuária ampara a sustentabilidade
populacional.
A seguir, duas imagens: a primeira indica a produção de soja em diversas nações e a se-
gunda a estimativa do crescimento demográfico mundial.

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Existe uma íntima relação entre crescimento demográfico, desenvolvimento tecnológico e


aumento da produtividade no setor agropecuário.

Em uma análise preambular, podemos destacar que o vínculo entre o homem com o ambien-
te, desde seus primórdios até os dias atuais, permite distinguir essencialmente quatro etapas.

1ª Etapa – Homem Caçador-Coletor

É a maior entre todas as etapas, iniciando há cerca de 500 mil anos. É um momento ímpar
na história do homem que fazia uso de ferramentas de pedra lascada e vivia em bandos nôma-
des, acompanhando rebanhos de caça.

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A “sociedade da pedra” era muito similar à de outros animais, distinguida pela habilidade
de manusear o fogo, possibilitando ocupar locais até então inóspitos para a sobrevivência. O
domínio do fogo pelo Homo erectus (primeiro hominídeo a abandonar a África, lar dos austra-
lopitecos e do Homo habilis) modificou os hábitos alimentares humanos, com a introdução da
caça e vegetais cozidos.
Os impactos antrópicos eram praticamente nulos antes do uso do fogo. A única preocupa-
ção do homem estava em fornecer calorias para sua manutenção diária, crescer e reproduzir. A
utilização sistemática do fogo desencadeia um novo tipo de consumo energético (segundo os
historiadores), em torno de 2.600 Kcal. O desgelo há cerca de 13 mil anos proporciona o apare-
cimento de uma fauna e flora exuberante, estabelecendo uma nova relação do homem com o
meio. É um período de enormes transformações com a fixação do homem nas margens de rios
e lagos, desenvolvimento do arco e flecha, além da construção de armadilhas e embarcações.

http://ssreis.blogspot.com/2011/12/o-homem-primitivo-hoje.html

2ª Etapa – Da Agricultura de Subsistência à Domesticação de Animais

É a etapa que mais impacta na organização da sociedade atual a partir da adestração de


animais e a implantação de uma agricultura de subsistência, que consiste em uma atividade
voltada para o consumo familiar, próprio.
A segunda fase ocorreu, inicialmente, de maneira mais intensa no Oriente Médio (Síria,
Israel, Iraque, Jordânia) há aproximadamente 10 mil anos. O cão passa a ser a extensão dos
sentidos do homem como elemento facilitador na busca de alimentos.
A agricultura também tem uma participação basilar na oferta energética, ocasionando um
comedimento do tempo que passa a ser usado nas atividades de manipulação e armazena-
mento do excedente de produção a ser estocado para os períodos de carência. A oferta de
alimentos, fruto da domesticação de animais e de uma agricultura familiar, promove um ganho
energético per capita em torno de 4.700 Kcal e, consequentemente, uma explosão demográ-
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fica com uma população em torno de 8 milhões de habitantes. O impacto sobre o ambiente é
intensificado.
A fixação do homem em um local com o desenvolvimento da agropecuária permitiu uma
revolução em seu modo de vida, tornando-o sedentário e habitante de moradias permanentes,
ampliando a complexidade de sua vida social e cultural. É evidente que existiram outros gru-
pos humanos e que a houve exploração dos recursos naturais na ausência da agricultura. A
permanência humana em uma área específica, atrelada à oferta de alimentos, possibilitou o
nascimento dos aglomerados humanos, que passam a ser denominados de cidades.
Entre as cidades mais antigas, podemos destacar:

Nome Local Período

Jericó Cisjordânia 3.000 a.C

Biblios Líbano 5.000 a.C

Damasco Síria 4.300 a.C

Susa Irã/Curdistão 2.000 a.C

Sídon Líbano 4.000 a.C

Gaziantep Turquia 3.650 a.C

Beirute Líbano 3.000 a.C

Jerusalém Israel 2.800 a.C

Tiro Líbano 2.750 a.C

Arbil Mesopotâmia 2.300 a.C


https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_das_cidades_mais_antigas_continuadamente_habitadas

Os maiores aglomerados urbanos se originaram em vales de grandes rios, como Tigre, Eu-
frates, Nilo, Indo, Amarelo, já que possuíam excelentes condições para a agricultura.

3ª Etapa – A Urbanização

É a fase de transformação do espaço rural em urbano. O tamanho do planeta e a existência


de várias áreas rurais deixa claro que essa fase ainda se encontra em vigor. As zonas mais
áridas do planeta ainda se destacam como o lar de tribos nômades de pastores, enquanto as
florestas densas do Velho Mundo e das Américas ainda servem de abrigo a povos que vivem
da caça e pequena agricultura de subsistência.

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As zonas mais favoráveis à agricultura apresentam diversos povoados e vilarejos que se


expandiram até constituírem as grandes civilizações, como a da Mesopotâmia e do Egito,
por volta de 5.500 anos atrás. É uma etapa bastante marcante, com a consolidação da pala-
vra escrita e da exploração mineral, intensificando a importância dos recursos naturais não
renováveis.
A oferta de alimentos aumenta com o desenvolvimento da vida em meio urbano, estiman-
do o consumo médio do homem por volta de 10.000 Kcal diária e uma população global por
volta de 390 milhões de pessoas. É o momento de enorme impacto ambiental em função da
disseminação da produção artesanal, seguida da manufatureira que dará suporte para o surgi-
mento da 1ª Revolução Industrial, representando o “embrião” do capitalismo predatório.
Observe a imagem que faz uma alusão entre a agricultura e a urbanização.

4ª Etapa – Tecnologia Moderna

É uma etapa ainda em consolidação com países em momentos bastantes distintos. Ini-
ciada com o advento da 2ª Revolução Industrial, ocorrida na França, Itália, Holanda, Japão e
Estados Unidos.
É um momento da consolidação do capitalismo financeiro (o capitalismo industrial reme-
te ao século XVIII, durante a 1ª Revolução Industrial), em que a busca incessante pelo lucro
acresce um consumo diário de caloria, chegando à média de 13.000 Kcal por pessoa. O uso de
novas fontes de energia como o petróleo e a eletricidade favorece o desenvolvimento tecno-
lógico em vários setores, tais como o automobilístico, siderúrgico, químico e da agropecuária.
A população mundial se aproxima de 1 bilhão de pessoas, intensificando cada vez mais os
impactos ambientais, já que não existe uma consciência global de preservação dos recursos
naturais para as gerações futuras.

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As cidades continuam a se desenvolver e o crescimento da população humana se intensi-


fica ao longo do tempo. Entre as causas estão a redução das taxas de natalidade e de mortali-
dade, a maior disponibilidade de alimentos e melhoria nas condições sanitárias.
A Revolução Industrial apresentou uma alteração na estrutura familiar, promovendo a que-
da de numerosos tabus, principalmente, ligados à atividade sexual, que serviam para manter
estáveis as culturas tradicionais.
A população global encontra-se em torno de 7,7 bilhões de pessoas, pois encontrou os
meios de expansão de seu crescimento a partir da oferta de alimentos com o desenvolvimento
dos meios tecnológicos necessários ao setor primário. É importante uma plena compreensão
da agricultura mundial, um dos pilares de sustentabilidade mundial.
Diante do exposto, cabe pormenorizar os principais aspectos da agricultura mundial.
Vamos lá!

Agricultura Mundial
A agricultura é uma atividade que envolve a produção de alimentos, dividida em diversas
etapas, como a correção e preparação do solo, a disseminação das sementes, o uso de adu-
bos, a eliminação das pragas, a colheita e a venda dos produtos vegetais no mercado. As ativi-
dades agrícolas são divididas em agricultura comercial ou especulativa e de subsistência, sen-
do considerada como a base necessária para o estabelecimento da atual sociedade mundial.
É bom saber que a atividade agrícola brasileira tem uma íntima relação com o continente
europeu. Inicialmente, o Brasil era um grande produtor de cana-de-açúcar e café, atualmente,
um dos maiores produtores de grãos, frutas e cereais.
Entre outros aspectos, a produção de cana-de-açúcar no Brasil foi bem-sucedida pela pre-
sença de clima e solo favoráveis. O solo de massapê, muito comum na região Nordeste do
Brasil, é propício para esse tipo de cultura. Posteriormente, a produção de café também foi
destaque no Brasil, principalmente, na região sul do estado de São Paulo e norte do estado do
Paraná, regiões que possuem condições de solo e clima bastante favoráveis para esse tipo
de cultura.
Observe as imagens a seguir indicando o solo de terra roxa e o cultivo do café por imigran-
tes italianos.

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https://www.museucasadeportinari.org.br/exposicao-estacao-brodowski/cafe_e_imigrantes.html

Além disso, nessa região havia a presença de diversos imigrantes italianos, que assim
como os demais imigrantes, deixaram seu país basicamente por motivos econômicos e so-
cioculturais. A emigração, muito praticada na Europa, aliviava os países de pressões socioeco-
nômicas, além de alimentá-los com um fluxo de renda vindo do exterior, em nada desprezível,
pois era comum que imigrantes enviassem economias para os parentes que haviam ficado.
No caso específico da Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos de lutas para
a unificação do país, sua população, particularmente a rural e mais pobre, tinha dificuldade
de sobreviver tanto nas pequenas propriedades que possuía ou onde simplesmente trabalha-
vam, quanto nas cidades, para onde se deslocavam em busca de trabalho. Nessas condições,
portanto, a emigração era não só estimulada pelo governo, mas era também uma solução de
sobrevivência para as famílias. Assim, é possível entender a saída de cerca de 7 milhões de
italianos no período compreendido entre 1860 e 1920. Esses imigrantes detinham o conheci-
mento necessário para cultivar o café.
Veja a chegada dos italianos no Brasil durante o ciclo do café.

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https://www.folhadevalinhos.com.br/artigos/alternativa/cultura/hoje-21-de-fevereiro-e-dia-do-imigrante-italiano

Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores de grãos, frutas e cereais. A produção de


grãos está bastante ligada à soja e ao movimento de fronteiras agrícolas na região central do
Brasil. A fruticultura tem ganhado muito espaço, principalmente, na região Nordeste do Brasil,
em que se cultiva a uva com duas safras anuais; os cereais estão bastante relacionados com
a região Sul do país. A partir de Vargas, o Brasil é denominado de celeiro do mundo devido
ao potencial e à diversidade favorecida pelas bacias hidrográficas, disponibilidade de terras e
enorme luminosidade.
Perceba que as atividades agrícolas se dividem em subsistência e comercial. Mas quais
seriam suas características?

Agricultura de Subsistência
É aquela voltada para o consumo próprio (familiar) e está bastante presente na região nor-
te do estado de Minas Gerais e no sertão nordestino. É uma produção em pequena escala, em
que grande parte é consumida pelos próprios produtores. Em caso de excedentes, a produção
é vendida para o comércio local.
A agricultura de subsistência se caracteriza pela utilização de métodos tradicionais de
cultivo, realizados por famílias camponesas ou por comunidades rurais. Essa modalidade é
desenvolvida, geralmente, em pequenas propriedades e a produção é bem inferior se compara-
da às áreas rurais mecanizadas. Contudo, o camponês estabelece relações de produção para
garantir a subsistência da família e da comunidade a que pertence. Entre os principais produ-

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tos cultivados nas propriedades de subsistência estão o arroz, feijão, milho, mandioca, batata,
frutas, hortaliças, entre outros.

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/agricultura-subsistencia.htm

Agricultura Comercial ou Especulativa


A agricultura comercial ou especulativa é aquela voltada para as necessidades do mercado
externo que, de forma geral, possui melhores capacidades de aquisição das mercadorias.
É uma atividade agrícola baseada na exploração de uma monocultura em grandes lotes de
terras denominados de latifúndios, podendo ser objeto de inovações tecnológicas voltadas a
alcançar elevados índices de eficiência e produtividade.
A agricultura comercial passou a empregar técnicas inovadoras na segunda metade do
século XX a partir da adesão do Brasil ao fenômeno da Revolução Verde. O uso de tratores,
ceifadeiras debulhadoras e adubos químicos, além da realização de irrigação com rega com-
putadorizada, tornou-se uma constante nos grandes latifúndios do país.
Entre as principais características da agricultura comercial, podemos destacar:
• monocultura especializada;
• alto rendimento agrícola;
• maior aproveitamento de terras e recursos;
• utilização de técnicas de mecanização;
• aumento da produtividade.

 Obs.: a agricultura comercial pode ser aplicada e destinada para diferentes tipos de mercado.

Quanto à agricultura comercial, existem diversos efeitos negativos, principalmente, para o


meio ambiente.
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Vejamos alguns:
• desmatamento - segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agri-
cultura (FAO), a agricultura comercial foi responsável por cerca de 70% do desmatamen-
to na América Latina entre os anos de 2000 e 2010;
• utilização excessiva de produtos químicos;
• emissão de gases poluentes;
• grande gasto de água;
• risco de extinção de animais e diversas espécies de plantas.

Observe a imagem a seguir a respeito da agricultura comercial ou especulativa.

https://agro20.com.br/agricultura-comercial/

 Obs.: a agricultura comercial pode ser de dois tipos.

Monocultura: plantação comercial de um único produto.


Policultura: produção comercial ou de subsistência de vários vegetais.
A partir da área e o aproveitamento das terras, quatro são os tipos de propriedades rurais:

Tipos de propriedades rurais

Pequena extensão de terra com produção


Pequena propriedade relativamente alta.

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Tipos de propriedades rurais

Minifúndio Pequena extensão de terra com baixa produção.

Latifúndio Grande extensão de terras com baixa produção.

Grande propriedade Grande extensão de terras com alta produção.

Sistemas Agrícolas

A área cultivada e a produtividade agrícola são os principais referenciais para distinguir a


agricultura intensiva e a extensiva.

Agricultura Extensiva

É aquela realizada em latifúndios, isto é, grandes extensões de terras caracterizadas pela


grande produção, mas com o uso de técnicas já ultrapassadas. A exploração dos latifúndios
se deve muito ao fato da forma com que a colonização do Brasil foi realizada, principalmente,
pelas capitanias hereditárias. A produção depende, em grande parte, da fertilidade natural do
solo e, por não usar insumos agrícolas, é necessário ocupar grandes áreas de cultivo.
A agricultura extensiva é bastante difundida em diversos países da América Latina, Áfri-
ca e Ásia. Esse sistema agrícola é marcado especialmente pela agricultura itinerante ou
roça tropical.
Observe a imagem referente à agricultura extensiva.

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https://www.shutterstock.com/search/tree+plantation

 Obs.: quanto à agricultura extensiva, devemos reconhecer o que é a produção itinerante e


produtividade.

Vamos lá!
Agricultura itinerante: é um dos métodos utilizados na agricultura. Consiste em atear fogo
na mata (queimada), para então seguir com o destocamento e semear a terra. É aplicada em
áreas de agricultura descapitalizada. A produção é feita em pequenas e médias propriedades,
como também em grandes latifúndios.

https://www.jornalcontabil.com.br/como-funciona-a-aposentadoria-do-trabalhador-rural/

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É importante destacar a diferença entre o que é produção e o que é a produtividade. A


produção está relacionada à quantidade, já a produtividade é uma relação da quantidade pro-
duzida por hectare.

Produção Área Produtividade


Estabelecimento
(toneladas) (hectare) (prod./hectare)

Fazenda 1 100 200 0,5

Fazenda 2 80 120 0,66

Fazenda 3 50 50 1,0

A fazenda 1 possui uma maior produção e a fazenda 3 uma maior produtividade.

Agricultura Intensiva

É realizada nos chamados minifúndios e caracterizada pelo alto índice de tecnologia em-
pregada na produção. A agricultura intensiva tem grande produtividade e, muitas vezes, visa
apenas o mercado externo. Se, por um lado, os seus produtos são mais onerosos; por outro,
possuem uma maior qualidade. A agricultura intensiva emprega capitais, tecnologia, mecani-
zação e mão de obra qualificada. Em contraste ao sistema extensivo, é caracterizada por uma
elevada capitalização e por um alto índice de produtividade.
O sistema intensivo apresenta as seguintes características:
• uso permanente do solo, rotação de cultivos;
• uso de fertilizantes, seleção de sementes, seleção de espécies;
• mecanização, grande rendimento, alta produção por hectare e mão de obra qualificada.

Observe a imagem a seguir de uma área com agricultura intensiva.

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https://www.agron.com.br/publicacoes/mundo-agron/curiosidades/2018/09/17/057686/o-que-e-agricultura-in-
tensiva.html

Existem latifúndios marcados pelo alto índice de tecnologia empregada na produção (agri-
cultura comercial ou especulativa), além disso, há também minifúndios em que são emprega-
das técnicas mais rudimentares na produção (obsoletas, de baixa tecnologia).
O disposto acima não é uma regra, isso significa que a produção não é feita de acordo
com as características do clima, do solo, do conhecimento e da mão de obra, mas visa unica-
mente à lucratividade. Isso é feito ao se analisarem as carências de determinados produtos
no mercado.
Os sistemas agrícolas possuem em seu interior diversas modalidades de agricultura, tais
como a jardinagem, a rotação de terras e culturas, o plantation, a agricultura coletiva, a agricul-
tura nômade, os belts.

Jardinagem

É também conhecida como “agricultura superintensiva” ou “agricultura 100%”. Utiliza in-


tensa tecnologia para produzir o máximo possível em um pequeno espaço e em pouco tempo.
Esse tipo de agricultura é muito comum no Japão e consiste basicamente na rizicultura, mas
também na produção de cereais, como arroz, trigo e hortaliças.
São caraterísticas da jardinagem:
• feita em canteiros ou jardins;
• uso de pequenas áreas;

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• utilização intensiva de mão de obra familiar;


• introdução de ferramentas com alto nível tecnológico.

Exemplos: horticultura (produção de verduras) e floricultura.

Observe uma imagem da jardinagem:

https://pt.slideshare.net/viniciuscoelho944/agricultura-de-jardinagem

Agricultura Coletiva

É caracterizada por um conjunto de pessoas que trabalham juntas, vendem a produção e


dividem o lucro. Há nomes diversos em cada um dos países que promovem essa agricultura
coletiva. No Brasil, esse tipo de agricultura é denominada de cooperativa; em Israel, recebe o
nome de kibutz; na Rússia, é denominada de kolkozes ou solvkozes. É um tipo de cultivo asso-
ciado ao sistema de rotação de culturas. A Europa Ocidental é a região onde mais se adota a
agricultura rotativa.
Mas o que é rotação de terras? E rotação de culturas?

Rotação de Terras

A rotação de terras consiste em deixar parte da terra “descansando” entre uma safra e ou-
tra de modo a garantir a reabsorção de nutrientes pelo solo. Funciona da seguinte maneira: em
uma determinada área, é feita uma divisão em três ou quatro partes. Por exemplo, na primeira,
é plantado o milho; na segunda, a soja; a terceira permanecerá sem nenhum cultivo (essa área
é denominada pousio).

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Assim, depois da colheita do milho e da soja, o pousio receberá uma nova cultura de soja;
onde havia a soja será plantado o milho e a área em que foi plantado o milho permanecerá em
descanso, ou seja, se tornará o novo pousio. É um tipo de sistema muito adotado em latifún-
dios onde há grande disponibilidade de terras.
Veja:

10 ano 20 ano 30 ano

A B A B A B

C C C

Primeiro cultivo (trigo)


Segundo cultivo (outro cereal)
Descanso

Rotação de Culturas

A rotação de culturas funciona de uma maneira semelhante à rotação de terras, mas a dife-
rença é que não há uma área de pousio. Nesse sistema, utilizam-se 100% das terras; contudo, a
cada safra, as culturas mudam de lugar, por exemplo: em uma área cultiva-se milho, soja e fei-
jão. Após a colheita, o plantio do milho será feito onde havia a soja, a soja será plantada onde
havia feijão e o feijão será plantado onde havia milho. Trata-se de um sistema muito utilizado
em propriedades menores.
Veja:

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Belts

São denominados de cinturões agrícolas e se destacam pelo elevado grau nível de meca-
nização. É a região de maior importância agrícola dos Estados Unidos, onde existem extensas
faixas de cultivo de produtos como:
• o trigo (wheat-belt), no Norte e no centro;
• o milho (corn-belt), no Nordeste e no centro;
• o algodão (cotton-belt), no Sul;
• o cinturão de laticínios (dairy-belt), com a criação intensiva do gado para leite no Nor-
deste.

A região dos belts forma uma zona de ocupação agrícola que vai desde as imediações dos
Grandes Lagos até as proximidades da fachada do Golfo do México. Nela, processam-se tam-
bém os cultivos de outros produtos, como soja e batata, sempre com alta tecnologia.
Veja:

https://www.geografiaopinativa.com.br/2015/09/estados-unidos-ii-manufacturing-belt-e.html

Plantation

É um tipo de sistema agrícola bastante disseminado durante a colonização das Américas.


Existia, particularmente no Brasil, um clima e solo fértil e propício para variados tipos de culti-
vo. Foram cultivadas, principalmente, as plantas tropicais, pois se adaptavam bem ao clima e
às condições do solo, favorecendo a minimização dos gastos.
O plantation era adequado aos anseios metropolitanos, uma vez que a colônia tinha o papel
primordial de ser uma economia complementar à sua metrópole. Um sistema de monocultura
voltado às necessidades da Coroa Portuguesa era de grande viabilidade.

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O plantation utilizava mão de obra escrava composta por indígenas até 1560 e, posterior-
mente, o uso de escravos oriundos do continente-mãe (África). Após cinco séculos, o planta-
tion continua a ser praticado no país caracterizado por ser uma monocultura de exportação
que não tem nenhum interesse ou melhora do país em que é estabelecido. Quase toda a produ-
ção era exportada e o que permanecia no país eram apenas os produtos de menor qualidade.
Ao “descobrir” as Américas, os europeus mantiveram aqui as chamadas colônias de ex-
portação, as quais caracterizavam-se por ser totalmente dependentes de seus colonizadores,
como se fossem propriedades deles. A presença do “plantation” era uma forte característica
das colônias de exploração, destacando-se:

Grandes espaços de terra distribuídos para alguns exploradores,


formando assim os latifúndios.
Existia sempre uma mercadoria principal (no caso do Brasil o açúcar devido
ao valor no mercado europeu) responsável por uma prioridade na produção
sempre destinado à exportação.
A mão de obra utilizada era a escrava, geralmente com negros trazidos da
África até a colônia de destino, somente para esse fim.

A partir dessa realidade se instalou durante muito tempo o “plantation” em terras brasilei-
ras para o cultivo do açúcar ou café em momentos distintos em nossa história.
Veja:

https://www.estudopratico.com.br/plantation-definicao-sistemas-agricolas-caracteristicas-e-economia/

Agricultura Orgânica (Biológica)


Surgida no século XX, a agricultura orgânica, chamada de “cultivo verde”, visa, principal-
mente, o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento social dos produtores.

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É intimamente relacionada ao desenvolvimento sustentável e, dessa forma, os alimentos


orgânicos são cultivados por meio de um controle biológico de pragas.
Técnicas de baixo impacto ambiental são utilizadas nesse sistema, como a rotação de cul-
turas, uso de adubo verde (biológico) e compostagem de matéria orgânica.
Veja:

https://thiagoorganico.com/hidroponia-cultivo-hidroponico/

Permacultura
Designa o processo agrícola integrado ao meio ambiente que envolve a produção de plan-
tas semipermanentes e permanentes, considerando, sobretudo, os aspectos energéticos e pai-
sagísticos.
A permacultura não está relacionada com formas de agriculturas naturais, embora esteja
envolvida com o comportamento do ambiente. É uma técnica que consiste em produzir plan-
tas permanentes contando com auxílio das atividades produzidas pelos animais.
A principal diferença da técnica às demais se encontra nas estratégias de cultivo que le-
vam em consideração aspectos energéticos e paisagísticos.
Veja:

https://blog.veganoshoes.com.br/2019/03/28/afinal-o-que-e-permacultura/

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Agricultura Natural
A agricultura natural é considerada uma prática de plantio que está de acordo com os pre-
ceitos do desenvolvimento sustentável. É mais presente em locais com maior incidência de
cultivos de subsistência, visto que grandes produtores na vontade do lucro constante não pos-
suem paciência para esperar a evolução do plantio orgânico. Nesse formato, há maior gasto
com os cuidados necessários para a evolução das espécies. Tudo isso tem base teórica nos
conceitos ecológicos.
Os sistemas de produção são semelhantes aos encontrados na natureza. As primeiras pala-
vras sobre o tema foram escritas pelo biólogo Masanobu Fujuosa no início da década de 1950.
Veja:

https://biogroweb.com/agricultura-ecologica/que-es-la-agricultura-natural-el-metodo-fukuoka/

O Brasil é o terceiro país do mundo em produção, atrás apenas dos EUA (por conta dos
belts) e Europa. Contudo, muitas vezes, a agricultura brasileira não se torna competitiva e o
motivo disso é o sistema de transporte para escoamento da produção, que é ineficiente e mui-
to vinculado ao rodoviarismo.
Entre os principais problemas da agricultura brasileira, podemos citar:
• armazenamento ineficiente e insuficiente;
• ausência da reforma agrária;
• queimadas (erosão);
• viabilidade econômica (subsídios ineficientes);
• questões ambientais e tecnológicas (resistência cultural).

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São consequências da agricultura brasileira:


• êxodo rural;
• urbanização (macrocefalia);
• favelização.

O êxodo rural, a urbanização desordenada com a consequente favelização e a segregação


social estão relacionadas ao processo de mecanização, principalmente, a partir da década de
1950, devido à adesão do Brasil ao fenômeno da Revolução Verde, tendo como resultado o ad-
vento do movimento chamado de fronteiras agrícolas, criando uma monocultura especializada
na Região Centro-Oeste brasileira, que acabou expulsando o trabalhador rural.
Os trabalhadores rurais são uma mão de obra não qualificada, tendo dificuldades de se
inserir no mercado de trabalho e, com isso, passam a viver em áreas adjacentes aos grandes
centros urbanos sem qualquer infraestrutura (favelização).
Além disso, vários outros fenômenos decorrem dessa situação, como o desordenamento
urbano, a conurbação, a ausência dos instrumentos do Estado, como educação, saúde e segu-
rança pública, gerando o fenômeno de macrocefalia urbana.
Mas o que é a Revolução Verde? Foi um movimento instaurado nos Estados Unidos no fim
da década de 1960, por Norman Boulang, que previa a introdução de tecnologias agrícolas
com a aplicação de insumos, agrotóxicos, fertilizantes, visando ao aumento da produtividade
financiada pelos organismos internacionais (BIRD – Banco Interamericano de Reconstrução e
Desenvolvimento). A modernização agrícola brasileira tem relação com o movimento de Revo-
lução Verde. Durante a segunda metade do século XX, o governo norte-americano atribuiu os
problemas da fome mundial aos países em desenvolvimento, tais como o Brasil. Nesse senti-
do, a fome estava ligada às técnicas rudimentares utilizadas na produção de alimentos nesses
locais. Contudo, vale ressaltar que a fome mundial está relacionada a três elementos:
• o desperdício;
• a má distribuição;
• os interesses econômicos.

A estratégia permitiu que o governo norte-americano vendesse adubos, pesticidas e se-


mentes modificadas a esses países em desenvolvimento, fortalecendo os laços de dependên-
cia desses países emergentes. O Brasil comprou essa ideia, tanto que até os tempos atuais
é um dos países que mais utiliza agrotóxicos em sua agricultura, contaminando o solo com
metais pesados.
A Revolução Verde é um movimento que se inicia por volta das décadas de 1950 e 1960
na Região Centro-Oeste do Brasil por meio da introdução de uma monocultura de soja. Esse
cultivo possui como objetivo abastecer os mercados interno e externo.
No mercado interno, a soja é bastante utilizada como matéria-prima para a fabricação de
ração animal, pois o Brasil é um país com uma das maiores pecuárias bovinas do planeta, fato
que ficou claro durante a operação “Carne Fraca”
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https://tudo-sobre.estadao.com.br/operacao-carne-fraca

Em resumo, a operação “Carne Fraca”, promovida pela Polícia Federal, investigou, dentre
outros aspectos, o processo de alteração da qualidade da carne produzida no Brasil com o uso
de produtos químicos. Essa operação acabou disseminada na mídia e isso impactou ostensi-
vamente a pecuária brasileira, uma vez que muitos países decidiram parar de consumir a carne
brasileira.
Essa queda nas exportações ocorreu durante um curto período, pois não houve nenhum
outro país com capacidade suficiente para suprir a lacuna deixada pelo Estado brasileiro, prin-
cipalmente na Europa e na Ásia.
Entre as principais consequências negativas, podem-se destacar:
• abalo na imagem e reputação do agro brasileiro, em especial, na área de proteínas ani-
mais, em que somos importantes produtores e exportadores;
• restrições às exportações envolvendo desde suspensão temporária de todas as carnes
até suspensão da exportação das unidades frigoríficas investigadas;
• demissões de trabalhadores do setor;
• redução do consumo interno, devido a questionamentos quanto a qualidade dos produ-
tos;
• suspensão da inclusão de produtos cárneos na merenda escolar;
• insegurança para os consumidores quanto a qualidade dos alimentos, em geral, produ-
zidos no Brasil.

Entretanto, algumas consequências positivas também estão sendo notadas:


• combate à corrupção, um dos maiores problemas da nossa sociedade, na esteira da
Operação Lava Jato;
• eliminar os maus profissionais, que comprovadamente recebiam propina para dificulta-
rem as ações de fiscalização, acobertando irregularidades na certificação;
• valorizar a fiscalização agropecuária fundamental juntamente com a incorporação de
boas práticas de produção, para garantir a qualidade e segurança dos alimentos;
• alertar todas as empresas quanto à necessidade de aprimoramento dos procedimentos,
em especial, aquelas que possam afetar a saúde dos consumidores e sobre a fiscaliza-
ção rigorosa e punição severa aos que cometem irregularidades.

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Em relação ao mercado externo, a soja produzida no Brasil vai principalmente para a Euro-
pa, sendo uma alternativa a proteína animal, muito onerosa devido à pequena extensão territo-
rial dos países europeus, o que provoca intensa especulação imobiliária.
A soja se adapta tão bem ao território brasileiro que acaba extrapolando as fronteiras esta-
duais e não fica apenas vinculada à Região Centro-Oeste por meio de um movimento que ficou
conhecido como fronteiras agrícolas.
Maior alvo dessa expansão foi a Região Norte, pois as terras são abundantes, o clima e o
solo são favoráveis, e a fiscalização reduzida. Contudo, vale lembrar que a cultura da soja na
região Centro-Oeste/Norte tem diminuído a biodiversidade do cerrado e da floresta Amazôni-
ca, um problema ambiental extremamente sério no território brasileiro.

 Obs.: BIRD x EUA.

Pode-se dizer que o objetivo do Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento


(Bird) era o fim da fome global, contudo, o que o movimento da Revolução Verde provoca é
uma potencialização da dependência econômica de países como o Brasil, Paquistão, Índia e
México em relação aos Estados Unidos.

Justificativa da Revolução Verde

A principal justificativa encontrava-se na percepção de que a fome no mundo estava as-


sociada às técnicas agrárias rudimentares dos países subdesenvolvidos, estimulando a mo-
dernização.

Objetivos da Revolução Verde

Os objetivos não foram alcançados, pois o problema estava associado à má distribuição,


desperdício, reduzida renda das pessoas e interesses econômicos. No Brasil, a modernização
estava voltada à exportação de alimentos e o movimento ganha força na década de 1970 com
uso de corretivos agrícolas, agrotóxicos, insumos.
Entre os resultados da Revolução Verde no Brasil podemos destacar:
• Positivo: aumento da produtividade, lucros;
• Negativo: aumento do desemprego estrutural, mecanização, perda de terras dos peque-
nos produtores, êxodo rural.

O desemprego estrutural é a substituição da mão de obra que antes estava vinculada ao


trabalhador rural sem vínculo empregatício (a figura do boia-fria). Quando há a inserção do ma-
quinário no campo, perdem-se vários postos de trabalho no meio rural, fato que faz com que
esses indivíduos se dirijam aos centros urbanos (êxodo rural) potencializando os problemas
existentes nas cidades.

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Entre os problemas pode-se destacar, em primeiro lugar, a macrocefalia urbana que ocorre
quando a cidade, devido ao aumento de seu contingente populacional, não consegue mais
prestar os serviços de primeira necessidade. Também há problemas com a violência urbana, o
processo de favelização e a falta da segurança pública nas áreas de conurbação urbana. Além
disso, ocorre também um processo de concentração de terras, pois, muitas vezes, o pequeno
produtor não consegue se inserir dentro do mercado e acaba incorporado pelos grandes lati-
fundiários ou pelas chamadas grandes transnacionais agrícolas.
Em termos ambientais, também ocorre o impacto na região do cerrado, pois cada vez mais
é reduzida a biodiversidade dessa região, fruto de um processo de queimadas que são feitas
para a preparação do solo que irá receber as monoculturas destinadas ao mercado europeu.
Particularmente, em relação à Região Norte do Brasil, ocorre uma área de intensa devasta-
ção denominada de arco do desmatamento:

https://florestapraque.wordpress.com/2014/06/10/como-preservar-as-florestas-do-brasil/

Produtos Agrícolas no Mundo


O agronegócio está em pleno movimento, pois é um fenômeno voltado a fornecer sustenta-
bilidade alimentar ao mundo. Os quatro principais cereais produzidos no mundo representam
cerca de 91% de toda a safra. O ranking da safra em 2018 foi assim distribuída:
• Milho – 36,3%;
• Trigo – 26,3%;

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• Arroz – 16,9%;
• Soja – 12,2%.

No entanto, quando ampliamos a produção para alimentos de uma forma geral, incluindo
também produtos da pecuária, a tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA), divulgada pela Foodnews, põe a cana-de-açúcar em primeiro lugar, veja:
• Cana-de-açúcar – 24%;
• Milho – 12,87%;
• Trigo – 8,99%;
• Leite de Vaca – 8,04%;
• Batata – 4,73%.

Principais Países Líderes em Produção Agrícola


Os países líderes na produção agrícola mundial podem ser definidos com base no volume
de alimentos ou no valor comercial deles. Esses dois aspectos precisam ser avaliados.

Estados Unidos

Os americanos são os maiores exportadores agrícolas do mundo. Somente em 2018, a


produção exportada somou U$ 139,5 bilhões. As culturas mais comuns são o milho e a soja,
itens que mais saem para o exterior.
Os cinco principais produtos dos EUA são:
• soja;
• milho;
• frutos secos;
• carne bovina;
• algodão.

Os principais mercados exportadores são:


• Canadá;
• México;
• União Europeia;
• Japão;
• China;
• Coréia do Sul.

Veja a concentração das indústrias alimentares no mundo:

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 Obs.: fome e desnutrição.

Sete países concentram dois terços do número de pessoas que passam fome no planeta.
Apesar disso, em boa parte dos países em desenvolvimento, a agricultura continua sendo uma
das atividades econômicas mais importantes, compreendendo 30% do PIB.
A área usada pela agricultura, em países mais pobres, é um espaço que corresponde a
menos da metade do que em países mais ricos.
Nesse cenário, se os países pobres tivessem maior acesso a insumos agrícolas, ferramen-
tas e sementes, conseguiram acabar com a fome de mais de 100 milhões de pessoas.
Atualmente, 821 milhões de pessoas no mundo ainda passam fome, além de faltar comida
suficiente para a maior parte da população mundial manter uma vida saudável, de modo que
10% da população mundial está exposta à insegurança alimentar grave.

Disponibilidade de Alimentos

Um aspecto abordado de grande importância é a disponibilidade de alimentos para a popu-


lação, condição que impacta a segurança alimentar. Fatores como conflitos políticos, mudan-
ças e desastres climáticos enfraquecem essa oferta e elevam os índices de fome no mundo.
No entanto, essa disponibilidade não é o único desafio. O grau de acesso aos alimentos
também é determinado pela renda das famílias, os preços das mercadorias e a infraestrutura
física para se chegar aos produtos.

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A maior parte dos alimentos consumidos no mundo é produzido em regiões próximas.


Mesmo onde o mercado local não atende à demanda, o comércio tem conseguido suprir
essa carência.

Brasil

A agricultura brasileira tem como principais aspectos uma estrutura fundiária que concen-
tra muitas terras nas mãos de poucos, uma enorme heterogeneidade, uma produção voltada
aos interesses do mercado externo. A maior parte da produção é destinada à exportação, isso
se deve, sobretudo, à modernização do campo.
A origem do Brasil remete à atividade agrícola como a mais importante. No início, sua
característica eram as monoculturas na região nordestina, com mão de obra escrava e seus
produtos eram destinados à exportação, dando destaque à cana-de-açúcar, algodão e café. O
ciclo do café da primeira metade do século XVIII fez com que ampliasse as áreas para o restan-
te do país. Depois, os imigrantes (principalmente italianos) desembarcaram para o seu cultivo
em terras brasileiras, levando também ao cultivo de outros produtos, como a soja e laranja,
dando destaque ao Vale do Paraíba (entre o Rio de Janeiro e São Paulo).
As grandes propriedades de latifúndios estão nas mãos de poucos indivíduos, com maior
concentração de terras na Região Centro-Oeste do país. Os estados de São Paulo e Bahia são
grandes produtores de laranja, porém, mais do que isso, tem se destacado cada vez mais o
processo de semi-industrialização no Brasil no que se refere à transformação da laranja em
suco. Nessas regiões, também é bastante comum a presença do “boia-fria”, trabalhador rural
sem vínculo empregatício.
O cultivo da banana é comum nas regiões litorâneas e no estado do Amazonas. O café é
bastante explorado nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Também há a
produção de café de boa qualidade no sul do estado de São Paulo e no norte do estado do Pa-
raná, região denominada de “terra roxa”. A Região Nordeste do Brasil tem sofrido um processo
de semi-industrialização para a produção de sucos de frutas e isso tem promovido a geração
de empregos, o que acaba favorecendo o movimento de retorno dos nordestinos que migra-
ram para a Região Sudeste do país, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. A cultura do
tabaco é forte, principalmente, na Região Sul do Brasil. Nessa região, também é forte a produ-
ção do couro.
A soja está relacionada ao movimento das fronteiras agrícolas. O álcool está vinculado ao
programa Proálcool, instalado durante os governos de Médici e Geisel, sendo uma alternativa
encontrada pelo governo brasileiro em virtude do aumento intensivo do preço do barril de pe-
tróleo ocorrido na década de 1970. Por fim, vale destacar duas atividades mais ligadas à pecu-
ária, que são a produção de carde de frango e a carne bovina. Estas foram afetadas por uma
crise recente devido à adulteração de sua qualidade, fato que acabou culminando na operação
“Carne Fraca” feita pela Polícia Federal.

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Áreas Agrícolas do Brasil


A disponibilidade hídrica, a localização do país na região tropical com intensa luminosida-
de e um solo extremamente fértil são pilares que favorecem o desenvolvimento agrícola no
Brasil. Entre todas as regiões produtoras de grãos podemos destacar o Sul do país, contudo,
vem ganhado espaço no cenário nacional parte da Região Centro-Oeste e também a Nordeste.
Há uma policultura na região do sertão no Nordeste brasileiro, uma vez que nessa região a
agricultura é mais voltada para a subsistência devido às grandes adversidades climatológicas,
destacando a região do agreste. Já em outras partes da região Nordeste, como o Maranhão e o
Piauí, há o domínio das atividades de extrativismo envolvendo a carnaúba, o babaçu e o buriti.
As monoculturas estão presentes, principalmente, na área do litoral, existindo também áreas
de pastagens devido à presença da pecuária bovina na parte centro-oeste do Brasil. Na Região
Norte, há a presença de florestas, o que intensifica o extrativismo, envolvendo a madeira e os
minerais presentes na região.

Agronegócio por Regiões


As regiões brasileiras são bastantes distintas quanto ao desenvolvimento do agronegócio.
Veja o gráfico que representa a participação das regiões brasileiras na produção de cereais,
leguminosas e oleaginosas.

A expressão MATOPIBA é um acrônimo que se refere às iniciais dos estados do Maranhão,


Tocantins, Piauí e Bahia, que se tornaram polos da expansão da fronteira agrícola, provocando
diversas transformações socioeconômicas ligadas à ampliação da infraestrutura viária, logís-
tica e energética.

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Veja a imagem a respeito da região de MATOPIBA:

https://www.jornalgrandebahia.com.br/2015/10/nos-limites-do-estado-da-bahia-matopiba-e-considerada-nova-
-fronteira-agricola-do-pais/

Problemas da Agricultura Brasileira


A agricultura brasileira tem enormes problemas para que seja mais competitiva no merca-
do internacional:
• Sistema de transporte (60% rodoviário): não é o transporte mais adequado para ser im-
plantado no Brasil. Esse tipo de transporte foi implementado durante o governo de Jus-
celino Kubitschek e ficou conhecido como “rodoviarismo”. É um sistema que, em muitos
casos, encarece e engessa o processo comercial relacionado à agricultura brasileira.
Assim, pode-se dizer que a agricultura do Brasil só não é mais próspera em função dos
custos associados ao processo de transporte dos grãos pelas rodovias brasileiras;
• Brasil “silos sobre rodas”: apenas 11% das fazendas têm capacidade de armazenamen-
to. Isso representa a falta de subsídios promovido, entre outros organismos, pelo Banco
Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES);
• Distribuição de terras: apenas 0,9% da população ocupa 50% das terras. Além disso, no
Brasil, nunca houve um processo de reforma agrária, fato que promove uma distribuição
das terras de uma forma completamente injusta;

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• Carência de mão de obra qualificada: em tempos de fronteiras agrícolas em que há um


processo de desenvolvimento da agricultura brasileira, principalmente, na monocultura
de soja;
• Contratos temporários: acabam gerando vários problemas de ordem trabalhista, a exem-
plo do movimento de transumância, isto é, quando trabalhadores do campo migram de
fazenda em fazenda para trabalhar nas colheitas (são os chamados “boias-frias”);
• Queimadas: juntamente com o movimento chamado de “pisoteamento” provocado pela
pecuária intensiva) acabam impactando o processo de fertilidade do solo, causando a
erosão.
• Desmatamentos: responsável pelos problemas de erosão.

Agricultura x Transporte
A comparação é inevitável e, ao fazer uma análise, verificamos que o transporte da safra
custa quatro vezes mais no Brasil do que na Argentina. Em relação aos Estados Unidos tam-
bém não é diferente:

Assim, conclui-se que o sistema de transporte rodoviário é mais oneroso e ineficiente, fato
que acaba provocando um processo de exclusão, em termos de competição, do estado brasi-
leiro. O Brasil só não é mais competitivo atualmente devido ao fato de que o seu sistema de
transporte acaba elevando os custos da mercadoria brasileira juntamente com os custos das
tarifas alfandegárias que essas mercadorias recebem quando chegam ao seu destino. Tudo
isso faz com que, muitas vezes, as mercadorias brasileiras sejam excluídas de processos de
competição em mercados internacionais.

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Condições das Estradas Brasileiras


A Região Norte do Brasil conta com estradas em situação calamitosa, o que agrava os
problemas de desabastecimento das cidades e a elevação dos custos de transporte das
mercadorias.

https://renovamidia.com.br/86-das-estradas-do-brasil-nao-tem-asfalto/

Pecuária
A pecuária brasileira é considerada uma das melhores em todo o mundo, com áreas de
grande produção e produtividade. O Brasil é um dos países com os maiores patamares de
exportação de carne bovina, destacando-se também na criação de aves e suínos. O meio rural
brasileiro, a partir da segunda metade do século XX, passou por um amplo processo de mo-
dernização, resultante da industrialização intensa e urbanização acelerada da sociedade. Em
virtude disso, o meio rural passou a ser subordinado pela cidade, ao contrário do que ocorria
anteriormente, o que resultou em profundas transformações no meio produtivo.
Nesse sentido, a pecuária em nível nacional conheceu um salto produtivo, gerando mais
receita e intensificando a sua participação na produção de riquezas no país.
A criação de gado bovino no Brasil concentra-se, atualmente, em grandes propriedades,
mas pauta-se preferencialmente na produção de carne, haja vista que esse produto é o mais
valorizado e o mais voltado para a exportação. A produção de leite e seus derivados é mais
destacada em propriedades de pequeno e médio porte, uma vez que o seu mercado é somente
interno no país, geralmente regionalizado.

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O Brasil possui uma das maiores pecuárias do mundo, porém alguns fatores afetam o ren-
dimento da pecuária brasileira, tais como:
• inadequação da estrutura fundiária;
• grandes distâncias entre as áreas de criação e os portos;
• baixo nível tecnológico;
• alto preço dos medicamentos.

Aproximadamente 25% do território brasileiro é formado por pastagens naturais e artifi-


ciais. Isso acaba contribuindo para a criação do chamado “boi verde”, isto é, aquele que é cria-
do se alimentando da vegetação rasteira. O rebanho bovino brasileiro apresenta 213 milhões
de cabeças, sendo insuficiente os pastos para alimentá-los. Mas esse problema tem solução,
pois as condições climáticas brasileiras são favoráveis.

Classificação da Pecuária
Pecuária Extensiva
A pecuária extensiva consiste na criação a pasto, geralmente, sem grandes investimen-
tos e com a ocupação de grandes áreas, podendo ser realizada tanto em grandes latifúndios
quanto em pequenas áreas familiares. É caracterizada pelo gado solto, com certa liberdade,
considerado ideal para o chamado “gado de corte”. No Brasil, responde por quase 90% de toda
a atividade agropecuária realizada.
As principais vantagens da pecuária extensiva são:
• baixa necessidade de investimentos, embora ainda existam gastos com reposição mi-
neral e suplementação, a depender do tipo de animal que está sendo criado;
• as desvantagens são a necessidade de ocupação de grandes áreas, o que pode gerar
problemas ambientais, a disponibilidade de pasto e a carência que a alimentação do
gado nesse tipo de criação possui.

Pecuária intensiva (os animais são criados em confinamento):


• áreas limitadas;
• rebanhos escassos;
• alto rendimento;
• aplicação de métodos científicos;
• destinada a produção de leite (mas também pode se destinar ao corte);
• proximidade dos grandes centros urbanos.

Exemplos: Vale do Paraíba e Sul de Minas Gerais.

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Veja os maiores produtores de carne no mundo.

Veja a situação brasileira em relação a pecuária mundial:

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sil

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Como de costume, vamos à resolução de questões. Lembre-se: é um momento muito im-


portante em sua preparação, então se organize em um ambiente silencioso, iluminado e faça
com afinco as questões propostas a seguir.
Mãos à obra!

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QUESTÕES DE CONCURSO
Observe o mapa e o texto a seguir:

Mapa para exercícios sobre agricultura brasileira*

*Disponível em: Contenidosdigitales


“De grão em grão – transgênico ou não – o cultivo da soja espalhou-se por todas as regiões do
Brasil nas três últimas décadas. Ocupa hoje uma área cinco vezes e meia superior à da Holanda.
O Brasil foi, em 2003 e 2004, o maior exportador mundial de soja e vem mantendo a posição de
segundo maior produtor, após os Estados Unidos. A previsão é de que esta condição de maior
exportador mundial volte a ocorrer em breve, consolidando-se ao longo dos próximos anos”.
(SCHLESINGER, S., NORONHA, S. O Brasil está nú! O avanço da monocultura da soja, o grão que cresceu demais.
Rio de Janeiro: FASE, 2006).

001. O mapa acima representa o avanço da produção de soja no Brasil, cuja principal consequ-
ência socioespacial foi:
a) a democratização da estrutura fundiária pelo interior do país
b) a expansão da fronteira agrícola sobre as áreas do Cerrado
c) a ampliação de reservas florestais nas áreas do Centro-Oeste
d) a diminuição dos latifúndios improdutivos no território nacional
e) o crescimento da agricultura de subsistência

002. Ao longo da história econômica do Brasil, qual desses produtos agrícolas não fez parte de
uma prática monocultora ou de elevado impacto estrutural no país?
a) Soja
b) Cana-de-açúcar

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c) Café
d) Tabaco

“ONU declara 2014 como o ‘Ano Internacional da Agricultura Familiar. A ideia é promover uma
ampla discussão e cooperação mundial para aumentar a conscientização e entendimento dos
desafios que os pequenos agricultores enfrentam”.
(BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Disponível em: http://www.integracao.gov.br)

003. A agricultura familiar no Brasil concentra-se:


a) Na região Sudeste, próxima aos grandes centros industriais do país.
b) Na região Sul, com poucas terras agricultáveis à disposição.
c) Na região Norte, junto aos domínios naturais da Amazônia.
d) Na região Centro-Oeste, contendo a frente de expansão do agronegócio.
e) Na região Nordeste, notadamente na Zona da Mata.

004. Sobre a agricultura no Brasil, leia as assertivas abaixo:


I – A mecanização agrícola e a liberação de mão de obra na agricultura foram importantes
fatores de migração da população do campo para as cidades.
II – A concentração fundiária, que se observa, entre outros estados, no Paraná e no Mato Gros-
so do Sul, é fator de expropriação de camponeses que passam a buscar áreas da fronteira
agrícola da Amazônia ou se direcionam aos centros urbanos.
III – Os boias-frias são trabalhadores sazonais característicos da implantação de relações ca-
pitalistas modernas no campo.
IV – O avanço da pecuária extensiva na Amazônia e a ocupação das áreas de Cerrado visando
à cultura de grãos resultaram na redução da taxa de urbanização dos Estados do Mato Grosso
e de Rondônia.
Assinale a alternativa cujas afirmativas estão corretas.
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, II e III.

005. Chamamos de sistemas agrícolas:


a) as formas de divisão de glebas, em relação às culturas desenvolvidas.
b) o sistema de distribuição dos cultivos, em relação ao solo e todos os produtos agrícolas.
c) as formas de financiamento da produção e da comercialização dos produtos agrícolas.
d) os sistemas planejados de produção agrícola.
e) o conjunto de técnicas empregadas para obtenção da produção agropastoril.

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006. O aumento crescente da demanda por produtos livres de agrotóxicos tem impulsionado
a agricultura orgânica no Brasil. Esse sistema agrícola que se apoia no manejo sustentável
dispensa o uso de agrotóxicos sintéticos, privilegia a preservação ambiental, a biodiversidade,
os ciclos biológicos e a qualidade de vida do homem. Com uma área plantada de 842 mil hec-
tares, o setor movimentou cerca de US$ 1 bilhão em 2003. O país tem 19 mil propriedades e
174 processadoras espalhadas em diversas regiões.
(Disponível em: www.agricultura.gov. br. Acesso em: 19 Jun. 2005.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre agricultura, considere as afirmativas a seguir.
I – Na agricultura orgânica, a forma de produzir demanda uma maior utilização de mão de obra
para colocar em prática o controle biológico e o manejo integrado de pragas, constituindo-se
em alternativa para o desenvolvimento da agricultura familiar.
II – O crescimento do mercado para os produtos orgânicos não se limita ao Brasil, o que tem
permitido aos agricultores aumentar a receita, por unidade de produção, a uma razão superior
à da agricultura convencional.
III – O crescimento do número de propriedades rurais em que se pratica a agricultura orgânica
invalida o debate sobre os impactos do consumo de agrotóxicos no Brasil.
IV – O sistema de agricultura orgânica é impraticável nas pequenas propriedades rurais, pois
a eliminação do uso de fertilizantes e de pesticidas químicos proporciona um aumento dos
custos de produção, o que, consequentemente, diminui a renda da unidade produtiva agrícola.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.

007. Assinale a alternativa que apresenta apenas características da agricultura extensiva.


a) Corresponde à prática agrícola com alta produtividade que utiliza mão de obra qualificada e
grande emprego de tecnologia.
b) Há rotação de cultura e uso excessivo de fertilizantes e insumos para aumentar a produção.
c) Produção voltada para o mercado interno. A mão de obra é rudimentar e pouco qualificada.
d) É comum o esgotamento do solo por causa do seu uso permanente.

008. No contexto da agricultura colonial brasileira, estabeleceram-se as chamadas plantations,


caracterizadas pela monocultura, formação de latifúndios e produção voltada à exportação.
Os sistemas de plantations são característicos
a) de sistemas intensivos minifundiários
b) de sistemas agrícolas tradicionais
c) de sistemas agrícolas modernos

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d) de sistemas produtivos de curta duração


e) de sistemas agroindustriais de massa

009. (UNIFENAS) O meeiro constitui, no Brasil, um tipo característico de trabalhador rural:


a) de cuja terra é coproprietário.
b) que recebe em pagamento metade do salário pago na região.
c) que recebe em pagamento metade dos lucros do proprietário.
d) que paga ao proprietário metade do aluguel da terra ocupada.
e) que entrega ao proprietário metade do que produziu.

010. O maior parcelamento das propriedades, a presença de culturas diversificadas em áreas


de brejos constituem características no Nordeste, notadamente:
a) no Meio-Norte.
b) no Agreste
c) na Zona da Mata.
d) no Sertão
e) no Recôncavo.

011. (PUC) Entre as explorações tradicionais do Nordeste, aquela tem sido mais bem aprovei-
tada pela indústria moderna é a:
a) de algodão mocó.
b) da cana-de-açúcar.
c) do couro.
d) do agrave.
e) da mandioca.

012. (FGV) O litoral sul da Bahia caracteriza-se pela presença da monocultura de:
a) cana-de-açúcar
b) algodão
c) amendoim
d) cacau
e) sisal

013. O produto que acusou uma rápida expansão nos últimos anos, estando entre os quatro
mais importantes atualmente exportados pelo Brasil é:
a) o arroz, cultivado principalmente no Rio Grande do Sul e Goiás;
b) o fumo, cultivado principalmente em Santa Catarina e Bahia;
c) o amendoim, cultivado principalmente em São Paulo, Paraná e Mato Grosso;
d) o milho, cultivado principalmente em São Paulo, Paraná e Minas Gerais;
e) a soja, cultivada principalmente no Rio Grande do Sul e Paraná.

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014. (OSEC) “Nas encostas montanhosas, onde a erosão é mais intensa devem-se cultivar (de
preferência em cima de terraços) produtos permanentes, como a arboricultura; os vales e as
planícies ficam reservados para as culturas temporárias.”
A principal ideia contida no texto é o fato de que:
a) As técnicas agrícolas variam de acordo com os tipos de cultivo.
b) As culturas, para defesa dos solos, devem-se distribuir de acordo com o relevo.
c) As técnicas agrícolas estão na dependência dos tipos de relevo.
d) O relevo não pode interferir na escolha dos cultivos.
e) A erosão é mais intensa nas áreas montanhosas do que nas planas.

015. As primeiras áreas de cultivo do café em São Paulo e Paraná foram respectivamente:
a) a Mogiana e o Planalto de Curitiba;
b) a Alta Paulista e o norte do Paraná;
c) o Vale do Paraíba e o norte do Paraná;
d) o Vale do Paraíba e o sul do Paraná;
e) o noroeste de São Paulo e do Paraná.

016. Os maiores produtores brasileiros de cana-de-açúcar e cacau são, respectivamente:


a) Pernambuco e Bahia
b) Pernambuco e Ceará
c) Ceará e Bahia
d) Paraná e Ceará
e) São Paulo e Bahia

017. (UNISA) Chamamos de sistemas agrícolas:


a) As formas de divisão de glebas, em relação às culturas desenvolvidas.
b) O sistema de distribuição dos cultivos, em relação ao solo e todos os produtos agrícolas.
c) As formas de financiamento da produção e da comercialização dos produtos agrícolas.
d) Aos sistemas planejados de produção agrícola.
e) Ao conjunto de técnicas empregadas para obtenção da produção agropastoril.

018. A Reforma Agrária é fruto de um amplo debate no Brasil desde a década de 1950. Sobre
Reforma Agrária, pode-se afirmar que:
a) foi implantada com sucesso no Brasil na década de 1990 e teve como resultado a igualitária
distribuição das terras no Brasil, bem como o fim dos latifúndios.
b) O INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) foi criado para a sua implan-
tação, porém foi extinto em 1998.
c) O MST, Movimento dos Sem-Terra, é um movimento camponês fundado para impedir a exe-
cução da reforma agrária no país.

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d) A Reforma Agrária no Brasil fracassou devido à grande influência dos grandes produtores
rurais no meio político brasileiro.

019. O crescimento da economia brasileira desenvolveu-se sob o signo dos grandes ______ e da
concentração de renda. A _______ da agricultura e a concentração ______ produziram o ________
acelerado, que se manifesta na formação das _______ urbanas. No campo, os novos padrões
de ______ impostos pelos complexos ______ continuam a provocar a ruína dos pequenos produ-
tores, configurando um quadro de verdadeira tragédia social.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto.
a) agroindustriais – produtividade – das periferias – consumo – favelas – monopólios – rurais.
b) agronegócios – produtividade – de renda – consumo – massas – investimentos – industriais.
c) monopólios – crise – de terras – crescimento – franjas – consumo – urbanos.
d) monopólios – modernização – fundiária – êxodo rural – periferias– produtividade –
agroindustriais.
e) capitalistas – proletarização – fundiária – enriquecimento –favelas – modernização –
agroindustriais.

020. “Calcula-se que 78% do desmatamento na Amazônia tenha sido motivado pela pecuária –
cerca de 35% do rebanho nacional está na região – e que pelo menos 50 milhões de hectares
de pastos são pouco produtivos. Enquanto o custo médio para aumentar a produtividade de 1
hectare de pastagem é de 2 mil reais, o custo para derrubar igual área de floresta é estimado
em 800 reais, o que estimula novos desmatamentos. Adicionalmente, madeireiras retiram as
árvores de valor comercial que foram abatidas para a criação de pastagens. Os pecuaristas
sabem que problemas ambientais como esses podem provocar restrições à pecuária nessas
áreas, a exemplo do que ocorreu em 2006 com o plantio da soja, o qual, posteriormente, foi
proibido em áreas de floresta.”
(Revista Época, 3/3/2008 e 9/6/2008, com adaptações)

A partir da situação-problema descrita, conclui-se que:


a) o desmatamento na Amazônia decorre principalmente da exploração ilegal de árvores de
valor comercial.
b) um dos problemas que os pecuaristas vêm enfrentando na Amazônia é a proibição do plan-
tio de soja.
c) a mobilização de máquinas e de força humana torna o desmatamento mais caro que o au-
mento da produtividade de pastagens.
d) o superavit comercial decorrente da exportação de carne produzida na Amazônia compensa
a possível degradação ambiental.
e) a recuperação de áreas desmatadas e o aumento de produtividade das pastagens podem
contribuir para a redução do desmatamento na Amazônia.

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021. O aumento crescente da demanda por produtos livres de agrotóxicos tem impulsionado
a agricultura orgânica no Brasil. Esse sistema agrícola que se apoia no manejo sustentável
dispensa o uso de agrotóxicos sintéticos e privilegia a preservação ambiental, a biodiversida-
de, os ciclos biológicos e a qualidade de vida do homem. Com uma área plantada de 842 mil
hectares, o setor movimentou cerca de US$ 1 bilhão em 2003. O país tem 19 mil propriedades
e 174 processadoras espalhadas em diversas regiões.
Disponível em: “<www.agricultura.gov.br.>” Acesso em: 19 Jun. 2005.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre agricultura, considere as afirmativas a seguir.
I – Na agricultura orgânica, a forma de produzir demanda uma maior utilização de mão de obra
para colocar em prática o controle biológico e o manejo integrado de pragas, constituindo-se
em alternativa para o desenvolvimento da agricultura familiar.
II – O crescimento do mercado para os produtos orgânicos não se limita ao Brasil, o que tem
permitido aos agricultores aumentar a receita, por unidade de produção, a uma razão superior
à da agricultura convencional.
III – O crescimento do número de propriedades rurais em que se pratica a agricultura orgânica
invalida o debate sobre os impactos do consumo de agrotóxicos no Brasil.
IV – O sistema de agricultura orgânica é impraticável nas pequenas propriedades rurais, pois
a eliminação do uso de fertilizantes e de pesticidas químicos proporciona um aumento dos
custos de produção, o que, consequentemente, diminui a renda da unidade produtiva agrícola.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.

022. A agricultura extensiva corresponde a um sistema agrícola com pouco capital investido.
A produtividade é baixa, e a produção é voltada para abastecer o mercado interno. A mão de
obra é pouco qualificada e sobrepõe-se à mecanização.
Faça a correlação entre os tipos de agricultura e suas definições. Em seguida, assinale a alter-
nativa correta.
( 1 ) Agricultura tradicional
( 2 ) Agricultura moderna
( 3 ) Agricultura sustentável
( 4 ) Permacultura
( ) É o tipo de agricultura voltado às produções alternativas que visam à preservação do meio
ambiente, gerando menos impactos ambientais.

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( ) É o tipo de agricultura permanente que se baseia em uma ciência holística com o objetivo
de manter o homem na Terra.
( ) É o tipo de agricultura cuja produção é desenvolvida por famílias, que visam ao seu pró-
prio sustento.
( ) É o tipo de agricultura que cultiva um único produto (monocultura), produção essa que se
desenvolve em grandes extensões de terra.
a) 3-4-1-2
b) 4-3-1-2
c) 4-2-1-3
d) 3-4-2-1

023. “A mecanização no campo está modificando as relações de trabalho no agronegócio bra-


sileiro. O trabalhador rural, antes contratado para fazer o plantio e colheita manual de culturas
como a cana-de-açúcar, café e algodão, agora está controlando máquina. (…) As vendas de
máquinas agrícolas no país são um termômetro da transformação no campo. O número mais
que dobrou nos últimos sete anos. Seja no cultivo para exportação ou para consumo nacional,
as grandes lavouras de grãos – soja, milho e feijão – já são 100% mecanizadas”.
CASTRO, M. Mecanização no campo muda as relações de trabalho. Estado de Minas, 14 jan. 2013. Disponível
em: http://www.em.com.br. Acesso em: 29 maio de 2015.

A introdução de sistemas agrícolas modernos e mecanizados no Brasil reverbera em uma


transformação produtiva no campo e em um impacto socioespacial, que são, respectivamente:
a) aumento da produtividade – subordinação das cidades ao campo
b) concentração fundiária – redução da jornada de trabalho
c) desemprego estrutural rural – aumento da urbanização
d) qualificação da mão de obra – abrandamento da migração campo-cidade
e) melhoria da qualidade produtiva – ruralização da economia

024. “ONU declara 2014 como o ‘Ano Internacional da Agricultura Familiar. A ideia é promover
uma ampla discussão e cooperação mundial para aumentar a conscientização e entendimento
dos desafios que os pequenos agricultores enfrentam”.
(BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Disponível em: http://www.integracao.gov.br)

A agricultura familiar no Brasil concentra-se:


a) Na região Sudeste, próxima aos grandes centros industriais do país.
b) Na região Sul, com poucas terras agricultáveis à disposição.
c) Na região Norte, junto aos domínios naturais da Amazônia.
d) Na região Centro-Oeste, contendo a frente de expansão do agronegócio.
e) Na região Nordeste, notadamente na Zona da Mata.

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025. Sobre a agricultura brasileira são feitas as seguintes afirmações.


I – A mecanização da agricultura é uma das manifestações da modernização agrícola, e trouxe
consigo o êxodo rural.
II – A estrutura fundiária brasileira mantém-se excludente, na medida em que privilegia o gran-
de capital e as culturas de exportação, em detrimento da agricultura familiar.
III – A reforma agrária é atualmente uma das grandes questões sociais e políticas do Brasil,
congregando vários setores da sociedade e partidos políticos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

026. Analise as afirmativas a seguir sobre a situação da agricultura brasileira.


I – Nas últimas décadas, as divisas obtidas com as exportações agrícolas têm revertido prin-
cipalmente em benefício dos setores urbano-industriais.
II – Apesar do desenvolvimento capitalista, a maioria dos 17,5 milhões de trabalhadores agrí-
colas participa de unidades familiares de produção.
III – A produção volta-se primordialmente para as culturas alimentares destinadas ao mercado
interno, cujo poder aquisitivo estimula a atuação dos grandes produtores capitalistas.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é(são):
a) apenas III.
b) apenas I e II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.

027. Em 1994, a FAO e o INCRA diferenciaram os dois principais modelos de produção agrope-
cuária do Brasil: patronal e familiar. Assinale a alternativa em que aparecem as características
que melhor representam o modelo familiar.
a) Trabalho e gestão intimamente relacionados / trabalho assalariado predominante / agricul-
tura de capital intensivo.
b) Ênfase em práticas agrícolas padronizáveis / tendência à especialização produtiva / a pro-
priedade é o local de residência.
c) Separação entre gestão e trabalho / lucro é o fator determinante de todas as ações / ênfase
na diversificação produtiva.
d) Agricultura de capital intensivo / trabalho assalariado predominante / prevalência de práti-
cas agrícolas padronizáveis.

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e) Trabalho e gestão intimamente relacionados / ênfase na diversificação produtiva / trabalho


assalariado complementar.

028. Abaixo estão relacionadas algumas características da produção agrícola familiar e da


grande empresa agrícola no Brasil:
1) trabalho e gestão intimamente relacionados.
2) trabalho assalariado predominante.
3) predomínio da especialização da produção.
4) trabalho assalariado complementar.
5) trabalho e gestão completamente separados.
São características da produção agrícola:
a) Familiar: 1 e 2, Grande Empresa: 3, 4 e 5
b) Familiar: 1 e 4, Grande Empresa: 2, 3 e 5
c) Familiar: 3, 4 e 5, Grande Empresa: 1 e 2
d) Familiar: 1, 2 e 3, Grande Empresa: 4 e 5
e) Familiar: 4 e 5, Grande Empresa: 1, 2 e 3

029.

a) ao arroz.
b) à soja.
c) à mandioca.
d) ao algodão.
e) ao milho.

Para superar os Estados Unidos e se tornar o principal produtor do mundo, o Brasil expandiu
por anos as lavouras destinadas ao produto. Só entre 2000 e 2014, a área destinada a plantar
essa commodity no interior do País em estados como Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão cres-
ceu 87%. Boa parte dela abrigava vegetação nativa, originalmente.
(https://super.abril.com.br/tecnologia/o-avanco -mapeado-pela-nasa/ Acesso em 18.05.2019. Adaptado)

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030. O texto descreve a expansão da produção


a) do café pela mata atlântica.
b) da soja pelo cerrado.
c) do milho pela caatinga.
d) da cana-de-açúcar pela mata atlântica.
e) do cacau pela floresta amazônica.

031. Leia os textos sobre dois importantes cultivos brasileiros.


I – No início da década de 1980, apenas 20% da produção brasileira de X era obtida no Cerrado
que, em 1990, contribuía com cerca de 40% da produção nacional. Mostrando grande poten-
cial, em 2017, o Cerrado foi responsável por 60% da produção nacional.
II – O Brasil é o maior produtor mundial de Y, sendo que São Paulo, além de apresentar elevada
produtividade, responde por 55% da área plantada no país.
Nos textos, X e Y correspondem, respectivamente, aos seguintes produtos:
a) milho e feijão.
b) arroz e milho.
c) soja e cana-de-açúcar.
d) cana-de-açúcar e laranja.
e) laranja e soja.

032. Leia o texto que descreve a organização de parte do espaço brasileiro nas décadas de
1970 e 1980. No imaginário coletivo de novos investimentos e empresários do Centro-Sul, vis-
lumbrava-se a perspectiva de novos investimentos e a expansão de suas atividades. No hori-
zonte camponês, as vítimas da seca do sertão nordestino e os expropriados pelo então recente
processo de mecanização das lavouras do Sul avistavam um pedaço de terra e o recomeço da
vida. O movimento migratório rumo ao Eldorado atinge proporções consideráveis e faz brotar
cidades no meio do nada.
(Daniel Monteiro Huertas, in http://www.teses.usp.br/ Acesso em 25.04.2019. Adaptado)

O texto descreve
a) a ocupação das áreas de cerrado no Matopiba.
b) a expansão da fronteira agrícola na Amazônia.
c) a integração do Pantanal às pastagens naturais do Centro-Oeste.
d) a penetração da agricultura familiar na zona da mata nordestina.
e) o avanço das lavouras canavieiras às margens da Belém- Brasília.

033. Na década de 60, a Região Centro-Oeste iniciou um processo de modificação de sua es-
trutura produtiva, impulsionada pela ação estatal [...]. Ocorreu a multiplicação de diversos no-
vos municípios nas áreas de fronteira, como é o caso do norte de Mato Grosso [...]. Diante
desta forma de ocupação populacional, surgiu um novo tipo de atividade agrícola [...] (CUNHA,
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2006). Sobre a produção agrícola que se desenvolveu neste momento, e que perdura até os
dias atuais, assinale a alternativa incorreta.
a) Produção de monoculturas
b) Utilização de sementes geneticamente modificadas
c) Proibição do uso de defensivos agrícolas
d) Utilização da agricultura mecanizada

034. O último recenseamento agropecuário foi realizado em 2006. Os doze anos que separa-
ram os dois censos não devem alterar o fato de que, no país, predominam
a) os cultivos permanentes fortemente mecanizados.
b) as terras produtivas ocupadas por posseiros.
c) as grandes propriedades rurais acima de mil hectares.
d) os minifúndios que ocupam metade das terras rurais.
e) as pastagens destinadas à criação de gado leiteiro.

035. A criação de gado foi a principal atividade econômica que consolidou a ocupação do mu-
nicípio de Boa Vista, no entanto, a partir de 2000, o rebanho bovino do município apresentou
significativo decréscimo, no qual perfazia um total de 42.000 cabeças; e, em 2013, o total de
bovinos no município foi de 27.778 cabeças (IBGE, 2013). Este decréscimo deveu-se, prin-
cipalmente:
a) ao deslocamento da pecuária, dos tradicionais campos e savanas para as áreas de florestas
do sul do estado, pois, atualmente nas áreas de savanas vem se consolidando o setor de agro-
negócios, especialmente o cultivo de soja.
b) ao deslocamento da pecuária para porção norte do estado, em especial para as terras indí-
genas São Marcos e Raposa Serra do Sol.
c) ao processo de modernização das instalações agropecuárias com certo nível de aplicação
tecnológica no sul do estado.
d) ao deslocamento da pecuária das áreas de florestas para as áreas savanas do sul do estado,
que vem se destacando com a produção de gado de corte.
e) ao incentivo da produção de gado leiteiro nas terras indígenas waimiri atroari, incentivada
pelas políticas de incentivo à produção indígenas e a facilidade de escoamento da produção
para o Amazonas, através da BR-174.

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Tendo como referência o texto precedente, julgue os itens seguintes, a respeito de questões
regionais e dos contrastes delas derivados.

036. O vale do São Francisco se destaca por seu potencial econômico, sendo reconhecido
como um grande produtor de frutas do país.

Julgue os itens subsequentes, a respeito da evolução da estrutura fundiária rural e dos movi-
mentos demográficos no território brasileiro.

037. A agricultura científica e o agronegócio têm impacto direto na concentração fundiária e


no mercado de trabalho no campo, pois as empresas agrícolas compram ou arrendam vastas
extensões de terra para o cultivo e geram empregos especializados, impondo novas relações
de trabalho para os agricultores, que não têm condições técnicas e financeiras para competir
com esse modelo de agricultura.

A respeito da temática abordada no texto acima e de outros assuntos a ela relacionados, jul-
gue os itens a seguir.

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038. Um dos maiores exportadores de soja do mundo, o Brasil enfrenta gargalos logísticos
ligados ao armazenamento e ao escoamento.

A respeito da temática abordada no texto acima e de outros assuntos a ela relacionados, jul-
gue os itens a seguir:

039. Grande parte da produção agrícola brasileira é exportada por meio do porto de Parana-
guá, aonde chega por meio principalmente ferroviário, o que permite compensar as longas
distâncias que os grãos percorrem da lavoura ao litoral.

A respeito da temática abordada no texto acima e de outros assuntos a ela relacionados, jul-
gue os itens a seguir:

040. Quatro estados (Mato Grosso, Goiás, Paraná e São Paulo) destacam‐se na produção de
grãos, com cerca de dois terços do total nacional.

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A respeito da temática abordada no texto acima e de outros assuntos a ela relacionados, jul-
gue os itens a seguir:

041. Com os preços das terras elevados e um relevo não muito favorável à mecanização, a re-
gião do Matopiba, que foi difundida como nova fronteira agrícola nacional, já não é tão atrativa
para o grande produtor e para empresas rurais.

042. A formação socioespacial da agropecuária de Alagoas é um processo histórico marcado


por vários ciclos econômicos, iniciando-se com o pau-brasil, o algodão e passando pela pecuá-
ria e cana-de-açúcar. Considerando essas informações, julgue os itens seguintes, referentes à
agroindústria alagoana. As usinas de cana-de-açúcar vinculam-se diretamente ao agronegócio
exportador brasileiro, sendo na Zona da Mata a concentração desse tipo de usina em Alagoas.

043. Considerando as informações apresentadas e os múltiplos aspectos a elas relacionados,


julgue os itens subsequentes, relativos à economia do estado de Alagoas. As usinas do setor
sucroalcooleiro são consideradas indústrias de médio e grande porte, o que decorre da trans-
formação da cana-de-açúcar em produtos do agronegócio, como o açúcar e o álcool.

Caro(a) concurseiro(a), mais uma etapa vencida. Reitero meus votos de sucesso, pois se
chegou nesse ponto, já é vencedor(a) e o momento de sua consagração se avizinha cada vez
mais. Como já é de praxe, ao encerrar mais uma aula, renovo meus agradecimentos, meu muito
obrigado pela confiança depositada na equipe do Gran Cursos Online e até o próximo encontro.

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GABARITO
1. b 37. C
2. d 38. C
3. c 39. E
4. e 40. E
5. e 41. E
6. a 42. C
7. c 43. C
8. b
9. e
10. b
11. a
12. d
13. e
14. b
15. c
16. e
17. e
18. d
19. d
20. e
21. a
22. a
23. c
24. c
25. e
26. b
27. e
28. b
29. b
30. b
31. b
32. b
33. c
34. c
35. a
36. C

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Professor de geografia com quase 20 anos de docência. Graduado em História e Geografia. Professor de
cursos preparatórios para concursos e vestibulares.

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