Big Data - Violação de Direito Funcamental
Big Data - Violação de Direito Funcamental
Big Data - Violação de Direito Funcamental
RESUMO
O presente artigo pretende adentrar na área do Direito Digital, estritamente para
demonstrar uma das diversas inovações na área do direito, especificamente na
relação entre a tecnologia e a privacidade no restrito tema do Big Data, termo que
pode-se relacionar a mineração de dados e coleta daquilo que os usuários
desempenham nas redes de internet. A necessidade atual que o presente objeto de
estudo procura investigar é de se discutir se os limites da mineração de dados na
atualidade são suficientes e se existe necessidade de mudança no legislativo
brasileiro. Atualmente já existem certas leis no Brasil para tratar sobre a proteção da
privacidade em mineração de dados, bem como outras situações relacionadas a
movimentação destes dados, o que poderia abrir caminho para outras mudanças no
ordenamento jurídico, especificamente sobre o Big Data. Ocorrerá a explicação de
algumas temáticas do Direito relacionado a tecnologia, Big Data e também sobre o
recaimento do tema no Direito do Consumidor, e após estas explicações, qual a
situação atual do tema no Brasil e se discutirá a possível aplicação para a proteção
da privacidade.
ABSTRACT
This article intends to enter the area of Digital Law, strictly to demonstrate one of the
several innovations in the area of law, specifically in the relationship between
technology and privacy in the restricted theme of Big Data, a term that can be related
to data mining and collecting what users perform on internet networks. The current
need that the present object of study seeks to investigate is to discuss whether the
limits of data mining today are sufficient and whether there is a need for change in
the Brazilian legislature. Currently, there are already certain laws in Brazil to deal with
the protection of privacy in data mining, as well as other situations related to the
movement of this data, which could pave the way for other changes in the legal
system, specifically on Big Data. There will be an explanation of some thematic of
Law related to technology, Big Data and also about the relapse of the theme in
Consumer Law, and after these explanations, what is the current situation of the
theme in Brazil and the possible application for the protection of privacy will be
discussed.
1
Advogado - OAB/MG, Mestrando em Direito - Universidade FUMEC; Especialista em Direito Público
– PUCMINAS; Especialista em Direito Processual Civil - Universidade Cândido Mendes; Bacharel em
Direito - PUCMINAS
2
1 INTRODUÇÃO
2 BIG DATA
Big Data pode ser definido com base em grandes volumes de dados
amplamente variados que são gerados, capturados e processados em alta
velocidade. Como tal, esses dados são difíceis de processar usando as
tecnologias existentes. Ao adotar tecnologias analíticas avançadas, as
organizações podem usar big data para desenvolver insights, produtos e
serviços inovadores.
2
GÜNTHER, Wendy Arianne et al. Debating big data: A literature review on realizing value from big
data. The Journal of Strategic Information Systems, v. 26, n. 3, p. 191–209, 2017.
3
PINHEIRO, Patrícia Peck. Direito Digital. São Paulo: Saraiva, 2013, página 43.
4
Além desta lei, também pode ser mencionado, pelo fato de relacionar a
tecnologia com a área jurídica, a Lei 12.737/20126, na qual surgiu com uma
infelicidade da atriz Carolina Dieckmann, que sofreu uma invasão na sua privacidade
no seu computador e teve arquivos pessoais subtraídos7.
Para tentar preencher estas lacunas, surgiu a Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais (Lei N° 13.709, de 14 de agosto de 2018)8, que procurou demonstrar
maiores tratativas a respeito dos dados em ambiente digital, seja estes dados de
4
Lei n.º 12.965, de 23 de abril de 2014. Marco Civil da Internet.
5
PINHEIRO, Patrícia Peck. Direito Digital. São Paulo: Saraiva, 2013, página 44.
6
Lei 12.737/2012, de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos
informáticos
7
JUNIOR, Eudes Quntino de Oliveira. A nova lei Carolina Dieckmann. Jusbrasil. 2012.
8
Lei n° 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
5
9
Lei n° 13.853, de 8 de julho de 2019. Altera a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, para dispor
sobre a proteção de dados pessoais e para criar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados; e dá
outras providências.
10
Lei n° 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
6
Visto assim, que além do principio da boa-fé e da finalidade, outros tem muita
relevância constante para o Big Data, onde um preenche o outro, que é o caso do
princípio da adequação e necessidade, em relação ao da finalidade.
A atuação conjunta pode ser vista, no exemplo de que alguém que recolhe
dados pessoais para uma determinada finalidade, não tem permissão para buscar
outros dados que não sejam aqueles referentes. Reparado assim em uma situação
de que há um problema numa compra de produto, não há necessidade de outros
dados pessoais do cliente além dos essenciais na utilização da ferramenta.
11
BRASIL. Código Civil. Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
8
12
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil - 1988.
13
Lei n° 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
9
14
TechTudo - FaceApp rouba dados de usuários? Entenda termos de privacidade do app. Disponível
em: <www.techtudo.com.br/noticias/2019/07/faceapp-rouba-dados-de-usuarios-entenda-termos-de-
privacidade-do-app.ghtml>.
10
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Lei n.º 12.965, de 23 de abril de 2014. Marco Civil da Internet.
16
Lei n° 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
17
Lei Nº 12.737, de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipificação criminal de delitos
informáticos.
11
seja com uma finalidade clara, específica e adequada, permitindo que aquele que é
o titular dos dados tenha a capacidade de decidir se estes dados serão utilizados e
demonstração das empresas que coletam estes dados para o usuário de todas
essas situações.
Além disso, se torna necessária uma maior transparência no geral e uma
ênfase para o utilizador quanto ao consentimento do mesmo para liberação destas
informações, pois é notório que a maioria da população sequer entende ou sabe que
suas informações estão sendo compartilhadas.
Também é importante destacar, a questão de uma possível "bolha" nas
indicações que recebemos a partir da análise de nossos dados.
Esta "bolha", literalmente prende todos os usuários e consumidores no
mesmo conteúdo, seja ele multimídia ou não e no mesmo tipo de produto, seja um
que ele tenha adquirido anteriormente, ou não. Deveria haver opções em todas as
plataformas para tais sugestões, para não ocorrer no caso do individuo estar sendo
controlado indiretamente pela plataforma e sequer estar percebendo.
A ferramenta da internet e as tecnologias devem ser usadas para os seus
benefícios de velocidade, extrema capacidade de informação e ampliação dos
horizontes para os usuários. O uso da internet e seus domínios, amparado com uma
política de monopolização do próprio pensamento dos seus usuários, apenas tende
a eliminar toda opção de cada um e tornar cada vez mais, um individuo como uma
cópia de outro, tirando da sua própria personalidade interesses, escolhas e
preferências.
REFERÊNCIAS
PINHEIRO, Patrícia Peck. Direito Digital, 5 ed. rev. atual. e ampl. de acordo com as
Leis n° 12.735 e 12.737, de 2012. São Paulo: Saraiva, 2013.