Foras-da-História Grunewald
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Off-History
Leif Grünewald1
DOI: http://dx.doi.org/10.20435/tellus.vi44.750
1 INTRODUÇÃO
Ponho-me a escrever esse texto num fim de agosto de 2020, num momento
da história em que tudo que efetivamente acontece nos dá a sensação de “estar-
mos presos num filme”, como se diz usualmente. Como se fossemos um bando de
atores amadores e muito pouco talentosos recém expulsos de um Actors Studio1,
1 O Actors Studio é uma associação de atores profissionais, diretores de teatro e roteiristas situado
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em Manhattan, na cidade de Nova Iorque. Fundado em 1947 por Elia Kazan, Cheryl Crawford
e Robert Lewis, o Studio é conhecido por seu trabalho de ensino e refinamento da arte de
representação, conseguido através de uma técnica conhecida como "o método", desenvolvi-
da nos anos 30 pelos artistas ligados ao Group Theater, baseado em leituras particulares das
proposições do Konstantin Stanislavski. Ver em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Actors_Studio.
2 Trago à baila a imagem de uma “máfia-de-estado” apenas para os fins da elaboração desse texto
e de seu argumento principal, tendo em mente um tipo complexo de agenciamento promo-
vido pelo acoplamento de um regime quase-totalitário com uma organização criminosa cujas
atividades parecem estar sempre submetidas a uma direção de membros que ocorre, aparen-
temente, sempre de forma oculta e que repousa numa estratégia de infiltração na sociedade
civil e instituições.
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antes de tudo, duas coisas. A primeira, é que segundo o que se dispõe nessa
nota técnica, emprega-se o termo “historicamente mal-servidas” para designar
coletivos sociais distintos que possuem regimes de produção de conhecimento
sobre si e sobre o mundo específicos. São eles caracterizados, acompanhando a
definição que Banco Mundial tem atribuído aos povos indígenas há pelo menos
duas décadas, como aqueles que possuem instituições econômicas, sociais e polí-
ticas que não operam pelos mesmos termos que àquelas de um mundo ocidental,
euro-americano, etc., por encontrarem-se vinculadas a um território tradicional e
ao emprego de uma língua específica que não coincide com a língua oficial pela
qual opera o Estado. A outra é que ao considerar que as pessoas desses coletivos
possuem identidades e aspirações distintas daquelas que se encontram associa-
das a modos “maiores”3 de existência, esse termo expressa um tipo holista de
conceito que faz articular a noção de território à ideia de um “modo tradicional
de existência”.
Assim sendo, aqueles classificados sob o termo “comunidades locais his-
toricamente mal-servidas” figurariam como particularmente vulneráveis num
cenário de transformação e/ou degradação dos recursos disponíveis num deter-
minado território tradicional. Ademais, através do mesmo dispositivo técnico ESS7
reconhece-se que enquanto é perfeitamente possível que projetos de desenvolvi-
mento podem realmente minar o uso de uma língua, práticas culturais, arranjos
institucionais ou algum conjunto de práticas que compõem um determinado modo
tradicional de existência, esses mesmos projetos podem fomentar a criação de
oportunidades importantes para esses coletivos, tais como o acesso a escolas,
a serviços públicos de saúde, ou a outros mecanismos que podem melhorar as
condições de seus mundos-vividos.
Pois bem. Não pretendo levantar aqui nenhum questionamento sobre a
competência técnica da equipe do Banco Mundial em produzir algum dispositivo
técnico que verse sobre coletivos extramodernos. Ela, sem dúvida, deve existir e se
fazer manifesta nos próprios efeitos que este dispositivo é capaz de causar. Porém,
o que almejo colocar em questão é que espécie de juízo parece estar posto ao se
3
Emprego o termo “maior” no sentido proposto por Gilles Deleuze ao sugerir que “maior” e
“menor” não são dados ou características atribuíveis a textos e autores; mas sim operações
sob as quais não há divisão rígida, nem maniqueísmo.
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pensar a diferença em termos daquilo que lhe falta quando comparada ao nosso
próprio regime de existência. Em outras palavras, gostaria de nortear o restante
de minha intervenção pela seguinte pergunta: o que se encontra em questão ao
se pensar esses coletivos extramodernos como gente “fora da história”? Para
responde-la, deverei retornar à alguma discussão em antropologia sobre a noção
de história, bem como ao material etnográfico de que disponho sobre os Ayoreo,
um povo falante de uma língua Zamuco que habita a região do Chaco Paraguaio.
2 FORAS-DA-HISTÓRIA
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final do século XIX, quando acabou por transpor para seu interior, praticamente
desde o momento em que se constituiu, o debate entre o método histórico e
o método sociológico, a ponto de não ser difícil de se distinguir na história do
pensamento antropológico, como Goldman cuidou de observar, aqueles que
ocupam uma posição “historicista” daqueles que, por sua parte, chegaram a ser
considerados “inimigos da história”.
A sério, o próprio Lévi-Strauss chamou a atenção desde o fim dos anos de
1940 (mas mais particularmente no início dos anos de 1960 já nos últimos dois
capítulos de La pensée sauvage) que a própria experiência da Antropologia po-
deria ser utilizada para elaborar uma forte crítica ao imperialismo da história no
pensamento ocidental. Marcio Goldman (1999) faz recordar que o primeiro passo
dessa crítica generalizada foi explicitar a polissemia do termo ao enfatizar que
por história podia-se entender ao menos três coisas distintas: a historicidade ou
“história dos homens”, a “história dos historiadores”, e a “filosofia da história”. O
problema posto então para Lévi-Strauss com relação a história se colocaria contra
a ideia de que a história ocuparia algum lugar privilegiado e exerceria qualquer
papel definidor na própria humanidade das pessoas humanas. Assim, para Lévi-
Strauss, o conhecimento produzido por uma via história seria tão esquemático
quanto qualquer outro. No entanto, o conhecimento produzido por uma via antro-
pológica, ao buscar adotar uma perspectiva estrangeira a qualquer sociedade em
particular ao voltar-se para o inconsciente, acabaria por produzir um saber mais
geral que aquele produzido pela história. Nesse caso, portanto, se boa parte do
problema posto por Lévi-Strauss residiria justamente na maneira de se conceber
a história em seu “primeiro modo” – a história concebida enquanto historicidade,
a novidade introduzida por ele diria respeito às formas diferenciais de se pensar
a historicidade. Pois, ao final, conforme o próprio Lévi-Strauss (1952) já apontava
uma década antes da publicação de La pensée sauvage, por ocasião da publicação
de Race et histoire, “a história não é, pois, nunca A história, mas a história-para”
A percepção lévi-straussiana de que as populações das terras baixas da
América do Sul não investiriam, necessariamente, num modo de historicidade que
valorizasse o acúmulo e o progresso tornou-se um predicado importante no que
discurso antropológico que se produziu acerca dos efeitos da passagem do tempo
nos mundos ameríndios. De fato, conforme Overing (1995) argumentou para o
caso da etnografia Piaroa, se poderia atribuir um certo caráter “devolucionista” à
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uma noção Piaroa de história. Isso porque, de acordo com o que Joanna Overing
observou a partir da etnografia Pìaroa, na história das pessoas desse povo todos
as formas existentes (inclusive os próprios Piaroa) perderam, ao fim do tempo de
origem, muitos dos poderes tecnológicos que haviam até então criado e adqui-
rido. Segundo a mesma descrição etnográfica narra-se ainda que de acordo com
os ruwatu (os líderes/especialistas) Piaroa a perda dessas mesmas capacidades
agentivas produziu um efeito positivo no desenvolvimento último da socialidade
humana.
A descrição dá vistas novamente à tópica que sugere que enquanto nossa his-
toricidade tende a associar a história social ao desenvolvimento tecnológico, iden-
tificando e classificando este acoplamento como “progresso”. Consequentemente,
segundo Overing (1995), a associação em particular que conectam a historicidade
ao progresso social e tecnológico, a operação de julgamento de conceber aqueles
que não compartilham do mesmo sentido de historicidade que nós (que é assunto
apenas de nossa história) como pertencentes a sociedades “sem-história”. E desse
modo, o fato de que poderíamos ou não sugerir que as populações indígenas da
América do Sul atentam-se a história é unicamente dependente da definição de
história que alguém adota (a nossa ou a deles).
3 VARIAÇÕES
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diferentes maneiras de se conceber a história. Ainda que não penso que haja
nenhum problema grave em se pensar assim, gostaria de sugerir, alternativa-
mente, que, como Lévi-Strauss bem apontou, o problema que se passa para a
história é o mesmo que parece se passar para a antropologia. O que quero dizer
com isso é que tal como a Antropologia, tomada enquanto disciplina acadêmica
comprometida com a atividade de descrever diferentes representações “cultu-
rais” humanas sobre uma natureza humana e não-humana, a história pensada
nesses termos acaba por se ater apenas a comparação de si própria (alimentada
por um repertório conceitual derivado de uma metafísica ocidental) com outras
histórias “estrangeiras” que podem conter um conjunto completamente distintos
de pressupostos conceituais.
Uma primeira hipótese elaborada diante de tudo isso seria supor que, nova-
mente, se poderia passar para a história o mesmo que se passa para a Antropologia.
Pois se a Antropologia alterada pelos efeitos daquilo que recebeu o nome nesse
campo disciplinar de “virada ontológica” se engajaria, conforme Viveiros de Castro
(2010) fez notar, com a comparação de linguagens conceituais sem pressupor um
conceito independente que servisse bem como base de comparação, mas que
fosse exterior ao domínio ontológico cuja metafísica não alicerçou sua elaboração,
o mesmo se poderia esperar da história: que cada história se torna-se apreensível
apenas como variações contínuas e contingentes umas das outras, percorrendo
os diferentes objetos que nomeamos normalmente de culturas, sociedades, cos-
mologias ou tradições intelectuais.
Mas me parece haver ainda outra. Uma segunda hipótese que se alimenta
parcialmente de descrições como a oferecida Joanna Overing a respeito de uma
ideia Piaroa de história, mas, com maior intensidade, de meu próprio material
etnográfico (GRÜNEWALD, 2015) sobre os Ayoreo, um povo falante de uma língua
Zamuco que habita a região do Chaco Paraguaio com quem convivi mais intensa-
mente durante os anos de 2012 a 2014.
Antes de elaborá-la, gostaria de oferecer a leitora e ao leitor algum “fir-
mamento” – justamente o mesmo de onde irei partir ao encontro da segunda
hipótese acerca de uma ideia de história.
Numa das noites que passei na aldeia Tiogai, localizada na margem direita do
alto rio Paraguay, na altura da cidade brasileira de Porto Murtinho, fiz a seguinte
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pergunta ao meu amigo Enrique, que naquele tempo era o chefe da aldeia: “Há
uma história de como os Ayoreo surgiram nesse mundo?”. Enrique, sem hesitação,
respondera o seguinte, após ter replicado a pergunta a seus pais, que sentavam
próximo: “Nós sabemos de dois tipos. Há umpemejá, que dizemos ser uma terra
antiga onde tudo começou. Foi ali que Agayéguede passou a viver com os antigos
Ayoreo. Ele era um antigo capitão, eduguéjnai, e dali foram separados todos os
indígenas. A norte, sul, leste...”.
Minha suspeição inicial ao ouvir Enrique era a de que Agayéguede fosse
talvez um dos magníficos chefes/guerreiros Ayoreo, protagonistas das histórias
exuberantes que tanto gostam de contar os Ayoreo sobre um passado que nunca
foi presente para a maioria das pessoas que vive atualmente em Tiogai. Mas o que
eu viria a descobrir algum tempo depois é que eu estava duplamente equivocado.
Primeiro porque Agayéguede era sim reputado ter sido um grande chefe, mas
este não era, contudo, Ayoreo.
Agayéguede era, alternativamente, uma pessoa humana para si própria e
“um pouco paraguaio” do ponto de vista dos Ayoreo. Contava-se também que
este senhor foi o primeiro morador de uma grande fazenda na região de Fortín
Ingavi, onde também viviam os Ayoreo após o fim dos tempos míticos (Ayoreo:
umpemejá), quando ainda não havia sido inscrita no cosmos a diferença entre
humanos e não-humanos e sob a sua chefia, as pessoas desse povo eram extre-
mamente ricas e tinham armas de fogo e grandes criações de gado de corte e
leiteiro, porcos, cabras, e muitos cachorros.
Além disso, os Ayoreo, capitaneados por Agayéguede, nunca conseguiam
matar uns aos outros, pois não tinham armas, logo, qualquer golpe era desferido
apenas com as mãos nuas. Pois bem, se é verdade que as mãos eram o que tinham
os Ayoreo para golpear uns os outros, estas não serviam, conta-se, curiosamente,
para comer. Tal tarefa era realizada, como se estes fossem nativos de alguma po-
pulação asiática, com o auxílio de dois grandes palitos de madeira com os quais
comiam, sobretudo, feijões. Mesmo sendo “um pouco” paraguaio, Agayéguede
era sim tido como um grande capitão, reconhecido pela sua capacidade de enten-
der bem a língua Ayoreo, além de reconhecer em diferentes partes da paisagem
semi-árida chaquenha onde haviam lagoas e de prever as guerras e a chegada
de outros grupos indígenas.
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reconhecer que este fragmento de mito não era tão estranho quanto poderia
parecer. Ele parecia poder ser tanto incluído num grupo mais amplo de mitos de
povos chaquenhos sobre a chegada dos Brancos – e tomado, por exemplo, como
uma inversão de uma versão de um mito Angaité (cf. VILLAGRA, 2010) sobre a
chegada dos Paraguaios, ou ainda como uma variante de um mito Chamacoco
(vizinhos dos Ayoreo e falantes de uma língua que também é da família Zamuco)
sobre os imponentes Anabsero (BLASER, 1997) –; quanto figurado entre um
conjunto de mitos de povos falantes de línguas Jê (como, por exemplo, a gesta
de Auke (MELATTI, 1972) que os Krahô narram, especialmente o detalhe sobre a
casa de Auke tida como uma “imagem sintética da riqueza e poder dos civilizados
da região” (MELATTI, 1972, p. 47).
Além do mais, (e aqui se encontrava meu segundo equívoco), havia sim na
etnografia sobre povos falantes de línguas da família Zamuco produzida desde o
século XVIII a imagem de um agayé4 . Uma na qual o padre Ignácio Chomé reconhe-
ceu uma descrição de si próprio em 1738, por ocasião de sua breve temporada na
redução jesuítica de San Ignacio de Zamucos, no período que teria antecedido sua
transferência à cidade de Concepción, e em quem Fischermann (1988) identificou
todos padres jesuítas. Ainda que não houvesse em parte alguma referência à um
Agayéguede, a descrição do agayé presente na etnografia Ayoreo disponível era,
sem dúvida, consonante com a que eu havia ouvido em Tiogai sobre Agayéguede
Pois bem. Como é de se notar, a cada descrição a sua história. Enquanto na
história do Agayé da missão de San Ignácio de Zamucos haveria um tipo “históri-
co” de história pautado pelo entendimento linear de tempo e causalidade sujeito
a uma espécie de força reativa de sucessão sob a qual se apreenderia o modo
como um acontecimento é atualizado sob determinadas circunstâncias, para o
caso do Agayéguede de Tiogai a questão seria, aparentemente, outra. Pois se a
primeira se comporia a partir de uma sucessão de acontecimentos, a “história”
4
Segundo Luca Ciucci (com. pessoal) a própria origem da palavra agayé é confusa, pois enquanto
há entre a maior parte dos linguistas que trabalham com línguas da família Zamuco uma vontade
de crença de que a língua Ayoreo é uma evolução direta do protozamuco, supõe-se também
que a palavra agayé é derivada do termo agaire, “senhor”, em protozamuco. Paralelamente,
como Ciucci considera, a origem da palavra agayé também poderia remontar um fenômeno
linguístico que consiste na criação de uma palavra no contexto da redução jesuítica de San
Ignacio de Zamucos na região de Chiquitos, localizada na porção oriental da Bolívia.
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de algo efetivamente novo. Dessa maneira, o que figura aqui como necessário
para dar corpo a repetição é o desenvolvimento de um tipo de filosofia Ayoreo
da história que inclua em si uma ontologia do que é que significa apreender a
passagem do tempo.
Pois bem. Ao final e já à guisa de conclusão, talvez reste ainda colocar uma
última questão: como uma nova mirada sobre a complexa relação entre ontologia
e passagem do tempo em mundos ameríndios pode se conectar a alguma imagem
não-indígena de desenvolvimento?
Diante dela o que penso ser possível responder é que tal mirada sobre os
mundos vividos desses coletivos, ao dar vistas à diferença e a sua complexidade,
possibilita o desenvolvimento alguma política de desenvolvimento que, ao invés
de basear-se numa narrativa totalizante de uma sucessão de eventos e fases, se
alicerce justamente nos regimes de produção de relações em que a própria relação
diferencial (ou a síntese disjuntiva) de termos radicalmente heterogêneos, como
é a ideia de história, figura como indispensável ao próprio pensamento sobre um
determinado mundo vivido.
Ao final, penso que mais uma vez tudo parece tratar de uma escolha. Ou
opta-se, como muitas vezes, pelo abuso de poder típico de nosso encontro com a
diferença expressa noutros modos de existir, privilegiando uma estranha vontade de
“conhecer” e de “transformar”. Ou, de forma mais interessante, opta-se por pensar
menos em termos de “políticas para desenvolver” que em “cosmopolíticas para
diferenciar”, sem buscar definir de antemão que espécie de diferença se encontra
em questão por ocasião do encontro entre dois regimes conceituais heterogêneos,
evitando reforçar a imagem de que existe apenas um mundo possível, um a forma
e um efeito possível da passagem do tempo, e um estado de coisas concebível,
sobre os quais existem apenas perspectivas (ou visões de mundo, como há aqueles
que gostam de dizer) distintas, mas hierarquicamente conciliáveis.
REFERÊNCIAS
BLASER, Mario. The charnacoco endurance: global politics in the local village. 1997.
Dissertação (Mestrado em Antropologia e Sociologia) – Universidade Carleton, Canadá,
Ottawa, 1997.
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GRÜNEWALD, Leif. O fascismo dos homens bons: sobre padres e os ayoréode do alto
Paraguay. 2015. Tese (Doutorado em Antropologia) – Universidade Federal Fluminense,
Niterói, RJ, 2015.
VILLAGRA, Rodrigo. The two shamans and the owner of the cattle: alterity, storytelling
and shamanism amongst the angaité of the paraguayan Chaco. 2010. Tese (Doutorado
em Antropologia) – Universidade de Saint Andrews, Escócia, Saint Andrews, 2010.
Sobre o autor:
Leif Grünewald: Doutor e mestre em Antropologia Social pela Universidade
Federal Fluminense (UFF). Graduado em Ciências Sociais pela Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES). Realizou estágio de pós-doutoramento no pro-
grama de pós-graduação em Antropologia na Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD), e foi professor visitante no mesmo programa de pós-graduação.
Atuou em 2019 como visitante na Escola de Ciências Sociais da University of
Kwazulu-Natal (UKZN), na África do Sul. Realizou estágio de pós-doutoramento
no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Paraná
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