Movimento Negro

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Curso:PEDAGOGIA

DISCIPLINA: RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

Professora: Drª EUGENIA PORTELA

Acadêmica: ANA LUIZA DA SILVA RODRIGUES

LER O TEXTO SOBRE O MOVIMENTO NEGRO E REDIGIR UMA SÎNTESE


SOBRE OS PRINCIPAIS ASPECTOS.
O artigo intitulado Movimento Negro Brasileiro: alguns apontamentos
históricos, de Petrônio Domingues, apresenta a trajetória do movimento negro
e, com isso, sua contribuição no desenvolvimento de estratégias pela luta e
inclusão do negro na sociedade brasileira.
Com o texto, pode-se identificar termos, conceitos e elementos para
refletir sobre o movimento negro, inclusive, em seus aspectos históricos. Com
isso, destacam-se os seguintes pontos:
1º O que é o movimento negro:
Movimento negro é a luta dos negros na perspectiva de
resolver seus problemas na sociedade abrangente, em
particular os provenientes dos preconceitos e das
discriminações raciais, que os marginalizam no mercado de
trabalho, no sistema educacional, político, social e cultural.
Para o movimento negro, a “raça”, e, por conseguinte, a
identidade de racial, é utilizada não só como elemento de
mobilização, mas também de mediação das reivindicações
políticas. Em outras palavras, para o movimento negro, a “raça”
é o fator determinante de organização dos negros em torno de
um projeto comum de ação. (DOMINGUES, 2007, p. 2).
O conceito de “raça”, conforme visto em Domingues (2007), foi sendo
apropriado pelo movimento negro como estratégia de reconhecimento e
pertencimento. Historicamente, o conceito de raça foi criado para dividir e
hierarquizar as diferentes etnias e culturas, de modo que o branco se colocou
no topo dessa hierarquização. Se antes a raça era utilizado como uma
ferramenta de dominação entre colonizador e colonizado, o movimento negro
se apropriou desse conceito a fim de reafirmar sua própria identidade como
forma de resistência e estratégia para o não apagamento cultural.

2º Movimentos de mobilização racial no Brasil:


Esses jornais enfocavam as mais diversas mazelas que
afetavam a população negra no âmbito do trabalho, da
habitação, da educação e da saúde, tornando-se uma tribuna
privilegiada para se pensar em soluções concretas para o
problema do racismo na sociedade brasileira. Além disso, as
páginas desses periódicos constituíram veículos de denúncia
do regime de “segregação racial” que incidia em várias cidades
do país, impedindo o negro de ingressar ou freqüentar
determinados hotéis, clubes, cinemas, teatros, restaurantes,
orfanatos, estabelecimentos comerciais e religiosos, além de
algumas escolas, ruas e praças públicas. (DOMINGUES, 2007,
p. 6).
O movimento negro, apesar de não assumir um caráter explicitamente
político, num primeiro momento, organizava-se de modo a denunciar posturas
racistas e segregativas. Constituído por libertos, ex-escravizados e seus
descendentes. Tal aspecto evidencia que o movimento, desde seu início, foi
protagonizado por pessoas negras, de modo que são os verdadeiros
protagonistas de sua história. Ao contrário da imagem que é veiculada sobre a
boa vontade de pessoas não negras ao conceder direitos às pessoas negras,
ao contrário, foi necessário luta e reinvindicações constantes a fim de adquirir
direitos enquanto cidadãos.

3º A mulher negra e o movimento negro em 1930


Naquela época, as mulheres negras não tinham apenas
importância simbólica no movimento negro. Segundo
depoimento do antigo ativista Francisco Lucrécio, elas “eram
mais assíduas na luta em favor do negro, de forma que na
Frente [Negra] a maior parte eram mulheres. Era um
contingente muito grande, eram elas que faziam todo
movimento”.21 Independentemente do exagero de Lucrécio,
cumpre assinalar que as mulheres assumiam diversas funções
na FNB. A Cruzada Feminina, por exemplo, mobilizava as
negras para realizar trabalhos assistencialistas. Já uma outra
comissão feminina, as Rosas Negras, organizava bailes e
festivais artísticos. (DOMINGUES, 2007, p. 7).
Naquela época, a mulher negra, apesar de receber pouco visibilidade,
contribuía para o movimento negro. Assim como nos dias de hoje, foi
construída uma representação da mulher como coadjuvante e esse papel é
reforçado às mulheres negras que são silenciadas. Em contrapartida, ao
observamos a história, a contribuição da mulher negra na luta do movimento
negro tinha um papel fundamental. A história tem de ser descontruída de modo
a não privilegiar narrativas de determinados grupos sociais e dar espaço para
outras narrativas.

4º Mobilização internacional
Nessa segunda etapa do movimento negro, a UHC ou o TEN
não eram os únicos grupos que empreendiam a luta anti-
racista, mas foram aqueles cujas ações adquiriram mais
visibilidade. Além deles, articulou-se o Conselho Nacional das
Mulheres Negras, em 1950. Em Minas Gerais, foi criado o
Grêmio Literário Cruz e Souza, em 1943; e a Associação José
do Patrocínio, em 1951. Em São Paulo, surgiram a Associação
do Negro Brasileiro, em 1945, a Frente Negra Trabalhista e a
Associação Cultural do Negro, em 1954, com inserção no meio
negro mais tradicional. (DOMINGUES, 2007, p. 11).

No período pós ditatura Varguista, o movimento negro ressurge em uma


nova proporção. Apesar de sua expansão, não tinha a mesma configuração. O
jornalismo negro alcançando novos horizontes e publicações, porém, o
movimento negro era visto com certa desconfiança tanto pela direita quanto
pela esquerda (uma vez que a esquerda passou a vê-lo como um movimento
que separava os trabalhadores e, consequentemente, não trazia contribuições
para o avanço do socialismo brasileiro).
O período ditatorial, no entanto, enfraqueceu o movimento negro e o
desarticulou, pois seus participantes eram perseguidos e acusados por
desordem. Além disso, a tese do “não existe racismo no Brasil” foi fortalecida
pelos militares. Décadas depois, nesse contexto de enfraquecimento político,
que o Movimento Negro Unificado (1982) surgiu com o objetivo de fortalecer a
organização política do movimento.
Recentemente, já nos anos 2000, surgiram outras formas de
participação político do Movimento Negro e, também, como manifestação, tais
como o hip hop. No decorrer da história, o movimento tem se organizado de
diferentes maneiras, mas com o objetivo de combater o racismo e em busca da
transformação social.

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