Mantendo Contato Com: As Igrejas, Líderes E Leigos

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conversa

MANTENDO CONTATO COM


AS IGREJAS, LÍDERES
E LEIGOS
Todos sabemos que os escritos de Paulo se tornaram um grande projeto que
veio compor grande parte do Novo Testamento. Mas, naquela época, Pau-
lo não tinha ideia desse projeto. Ao escrever as Cartas aos Tessalonicenses,
a Timóteo, Tito e Filemom Paulo tinha em mente que estava apenas ten-
do contato com as igrejas, seus líderes e leigos, ensinando, estimulando e
confrontando-­os.

Neste período, estaremos nos debruçando nos ensinos das referidas cartas
que se tornaram um referencial para o ministério exercido por pastores e lí-
deres hoje. São ensinos relacionados à sã doutrina, formação de líderes, rela-
cionamentos pessoais, serviço cristão nos mais diversos ministérios da igreja,
bem ao próximo e muitas outras reflexões.

Cremos que serão estudos significativos que ajudarão a despertar pastores,


líderes e leigos para o exercício da vida cristã de modo mais consequente e
relevante para a igreja, sociedade e para o reino do nosso Deus.

COMPROMISSO LIDERANÇA 1
LITERATURA BATISTA • ANO CXVI • Nº 464 ISSN 1984-­8390

Compromisso professor é dirigida a professores


de adultos na Escola Bíblica Dominical. Contém Reflexão pedagógica – Para quem não sabe aonde
sugestões didáticas das lições da EBD e, eventu- quer chegar, qualquer caminho serve_________3
almente, outras seções de interesse daqueles que
trabalham com os adultos na igreja Tema da EBD_______________________5
Copyright © Convicção Editora
Todos os direitos reservados Estudos da Escola Bíblica Dominical
Proibida a reprodução deste texto total ou parcial EBD 1 – Tessalônica, uma igreja modelo______9
por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, foto-
gráficos, gravação, estocagem em banco de dados EBD 2 – O exercício do ministério pastoral____ 12
etc.), a não ser em breves citações, com explícita EBD 3 – Santidade e ressurreição__________ 15
informação da fonte
EBD 4 – O embate da igreja contra o mundo__ 18
Publicado com autorização
por Convicção Editora EBD 5 – Como agir diante do mundanismo___ 21
CNPJ (MF): 08.714.454/0001-­36 EBD 6 – Uma carta ao colega pastor_________ 24
Endereço EBD 7 – A ação pastoral sobre a liderança
Caixa Postal, 13333 – CEP: 20270-­972
Rio de Janeiro, RJ da igreja___________________ 27
Telegráfico – BATISTAS EBD 8 – A amplitude do ministério pastoral___ 30
Editor EBD 9 – Os cuidados com o ministério______ 33
Sócrates Oliveira de Souza
EBD 10 – A atitude do ministro de Deus
Coordenação Editorial
diante dos modismos___________ 36
Solange Cardoso de Abreu d’Almeida
(RP/16897) EBD 11 – Um emissário de valor__________ 39
Redação EBD 12 – Realizando um ministério eficaz____ 42
Eva Souza da Silva Evangelista
EBD 13 – Um obreiro de valor___________ 45
Produção Editorial
Atividades do suplemento______________ 48
Oliverartelucas
Produção e Distribuição
Convicção Editora A autora das sugestões didáticas desta edição é a
Tel.: (21) 2157-­5567 profa. Eva Souza da Silva Evangelista, ministra de
Rua José Higino, 416 – Prédio 16 educação religiosa da Primeira Igreja Batista de
Sala 2 – 1o Andar Nova Iguaçu, RJ.
Tijuca – Rio de Janeiro, RJ
CEP 20510-­412
[email protected]

2 COMPROMISSO LIDERANÇA
REFLEXÃO PEDAGÓGICA

PARA QUEM NÃO SABE AONDE QUER


CHEGAR, QUALQUER CAMINHO SERVE
Esta frase do gato Cheshire à Alice no País das Maravilhas veio da pergunta:
“Gato Cheshire... pode me dizer qual o caminho que eu devo tomar?
Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato.
Eu não sei para onde ir – disse Alice.
Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”.

(Alice no País das Maravilhas)


Lewis Carroll

Todo início de ano surgem na igreja expectativas de mudanças, melhorias, novos


projetos, muita esperança de coisas novas. Pelo que vi na maioria dos ministérios
por onde passei, os pastores estão sempre se adiantando e organizando suas agen-
das para o ano seguinte. Porém, raramente vejo os professores da EBD sentarem-­
se para planejar suas aulas a partir de objetivos educacionais.
A Escola Bíblica Dominical deveria guiar-­se por objetivos de ensino, tais como
descritos na missão que o Senhor deu à igreja em Mateus 28.19,20.
Percebam alguns objetivos importantes dessa missão:
1. Trabalhar com pessoas de todas as nacionalidades para que sejam
seguidoras de Cristo. Isso implica conhecer as diversas culturas de sua igreja
e do seu entorno, possíveis seguidores e grupos específicos a alcançar.
2. Batizar os seguidores de Cristo. Implica preparar as pessoas para tomarem
uma decisão baseada em fundamentos sólidos para que firmem um compromis-
so verdadeiro com Cristo e sua igreja.
3. Ensinar os seguidores de Cristo a obedecer aos mandamentos do Mestre.
Implica conduzir os discípulos num processo contínuo de conhecimento da Palavra,
aplicação prática dos princípios divinos e autoexame contínuo do seu crescimento.

COMPROMISSO LIDERANÇA 3
Para dar conta de cobrir esses desafios com nos objetivos e de acordo com o contexto
eficiência (fazer certo as coisas) e eficácia em que os alunos estão inseridos;
(fazer a coisa certa), a boa pedagogia cristã • O cronograma – estabelece datas, ho-
vai apontar a necessidade de um bom pla- rários e local de cada aula;
nejamento também para a Escola Bíblica • Avaliação – ocorrerá no final de cada
Dominical. aula (verificar se alcançou o objetivo es-
pecífico) e ao final do ciclo (verificar se
O QUE É UM PLANEJAMENTO? alcançou o objetivo geral) e registrará o
O planejamento, segundo o pr. Josué Cam- grau de eficiência e eficácia dos objetivos
panhã (2016), era algo comum na igreja alcançados.
primitiva, ora por ações da própria igreja
diante de um problema, ora por interven- Fontes
ção direta do Espírito Santo para produzir 1. A arte de planejar. Campanhã, J. Blog
as transformações necessárias. No entanto, da envisionar, 2016. https://envisionar.
a característica principal de um bom pla- com/blog/a-­arte-de-­planejar/
nejamento é a partir da missão e da visão 2. Texto do Blog da AECBB adaptado para
da igreja local , que indica o lugar aonde se a revista Compromisso/Professor, em 14
deseja chegar. Para produzi-­lo é preciso de- de abril de 2022.
talhar o que precisará ser feito: objetivos e
plano de ação.
Moema Crisóstomo Guimarães Vargas
COMECE PELOS OBJETIVOS Ministra de educação cristã da Igreja
Os objetivos gerais (alcançáveis em lon- Batista Ágape de São Paulo;
go prazo – exemplo: dentro de um ciclo de regente do coro Ágape da igreja;
estudos) – frase contendo verbos de ação assessora pedagógica do Centro Teológico
indicando a mudança de comportamento e Missiológico do Betel Brasileiro; casada
esperada nesse período; com Pr. André Abadi Ferreira Vargas.
Bacharel em Educação Religiosa
• Os objetivos específicos (alcançá- (IBER); pedagoga com especialização
veis em curto prazo – exemplo: uma aula em Administração e Supervisão escolar
de 50 minutos) – frases contendo verbos (USC – Bauru); master in Arts of
de ação indicando a mudança de compor- Education (Campbellsville University,
tamento esperada nesse curto espaço de Kentucky – USA); mestrado em
tempo; Educação (UNIMEP – Piracicaba, SP);
• As estratégias ou metodologias – graduada em Liderança Avançada pelo
atividades que serão planejadas com vistas Instituto Haggai (Maui – USA).

4 COMPROMISSO LIDERANÇA
tema DA EBD

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ENSINOS DE PAULO À


IGREJA DE TESSALÔNICA, AS CARTAS
PASTORAIS A TIMÓTEO, TITO E FILEMOM
Inicialmente, é indispensável uma rápida reflexão acerca do presente tempo, apon-
tando para a necessidade de uma educação pautada na cosmovisão bíblica cristã,
nos valores e princípios das Escrituras. O modo como as pessoas se comportam,
interpretam a realidade e se relacionam, aponta para suas crenças, cultura e prá-
ticas sociais. Esse processo denomina-­se: visão de mundo.1 Sendo assim, a lente
de interpretação escolhida para definir a realidade evidencia a sua cosmovisão.
De maneira geral, a cosmovisão expressa o clamor do coração humano na bus-
ca de propósito, significado e uma verdade grande o bastante pela qual viver.2
Vivemos em um mundo caracterizado por uma condição sociocultural marcada
pela aceleração avassaladora nas tecnologias de comunicação, nas artes, na ge-
nética, nos padrões, na forma de pensar a sociedade e suas instituições. Logo, os
valores morais tradicionais são considerados ultrapassados. O subjetivismo pre-
domina na consciência dos cidadãos; portanto, tudo é relativo, nada é absoluto.
Os meios de comunicação de massa induzem as pessoas ao consumismo. O que
importa é o imediato, o aqui e o agora. As redes sociais, muitas vezes, têm gerado
dependência psicológica, individualismo e isolamento, o que tem levado muitos
a se conectarem com seus grupos virtuais, mas distantes das relações sociais e
totalmente isolados da comunidade e de Deus.
Diante desse panorama incontestável, o que o estudo das epístolas paulinas à
Igreja de Tessalônica e as cartas pastorais têm a nos ensinar?

1
RODRIGUES, Gleyds. Diretrizes para a educação cristã bíblica: por uma nova
proposta educacional. Curitiba: Editora Emanuel, 2018.
2
PEARCEY, Nancy. Verdade absoluta: libertando o cristianismo de seu cativeiro cul-
tural. Ed. 3. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 61.

COMPROMISSO LIDERANÇA 5
Fruto da segunda viagem missionária (At despertou algumas exortações práticas. 6
17.1-­9), a Igreja em Tessalônica situava-­se Contudo, a pressão e a perseguição au-
na capital da Macedônia, centro comer- mentaram, sementes da falsa doutrina re-
cial e político que ficava a oeste da grande ferente ao Senhor tinham sido plantadas,
estrada romana (Via Egnatia). 3 A igreja o que gerou comportamentos equivoca-
ali organizada foi a segunda em solo eu- dos. Apesar das notícias adversas, o Dia
ropeu, a primeira foi em Filipos. Como do Senhor não chegaria ainda (2Ts 2). A
era de costume ao chegar a uma cidade, rebeldia e o homem da iniquidade (apos-
Paulo procurou uma sinagoga onde pu- tasia) vão aparecer primeiro. Seu tempo
desse ensinar o evangelho para os judeus será curto apesar de seus ilusórios pode-
locais, dialogando com eles a partir do res satânicos. Na vinda de Cristo, quan-
Antigo Testamento sobre a morte e res- do a luz dissipar as trevas, o iníquo e seus
surreição de Cristo, a fim de provar que seguidores serão julgados para o inferno.
Jesus é o verdadeiro Messias prometido O destino dos crentes é diferente porque
(At 17.1-­3).4 Alguns judeus, prosélitos he- Deus os chamou para a salvação.7 Portan-
lênicos e mulheres vieram a crer e foram to, a diligência, não a preguiça, é o carimbo
convertidos. Por causa da oposição per- da conduta cristã, conforme Paulo ensinou
tinaz dos judeus em Tessalônica e Bereia por meio de instrução e exemplo próprio.
(At 17.10-­15), Paulo e sua equipe (Timó- Timóteo, “aquele que honra a Deus”8, re-
teo e Silas) foram para Atenas. Como um cebeu duas cartas inspiradas. Apesar da
bom pastor preocupado com as ovelhas, pouca idade, ele tinha reputação de ser
Paulo envia Timóteo para sustentar a Igre- um homem piedoso (At 16.2). Discípulo,
ja em Tessalônica nas ondas de persegui- amigo e companheiro do apóstolo, Timó-
ção e opressão (1Ts 3.1-­3)5, o que levou teo ministrou em Bereia (At 17.14), Atenas
a escrever duas correspondências àquela (At 17.15), Corinto (At 18.5; 2Co 1.19) e
igreja. A equipe se encontrou novamente acompanhou Paulo a Jerusalém (At 20.4).
em Corinto (At 18.5) e o relatório positivo Outras vezes Timóteo foi representante de
de Timóteo aliviou o peso no coração do Paulo (1Co 4.7; 16.10; Fp 2.19; 1Ts 3.2).
apóstolo que encorajou a igreja (1Ts 1.2-­ Por fim, Timóteo serviu ainda como pas-
10), consolou o rebanho (1Ts 2.13-­16) e tor em Éfeso (1.3).

3
Comentário Bíblico MOODY, 1Tessaloni- 6
Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP. So-
censes, p. 1. ciedade Bíblica do Brasil, 2010.
4
Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP: 7
Comentário Bíblico MOODY, 2Tessaloni-
Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. censes.
5
Comentário Bíblico MOODY, 1Tessaloni- 8
Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP:
censes. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

6 COMPROMISSO LIDERANÇA
Tito, assim como Timóteo, tornou-­se um tantes: a devida função da lei (1Tm 1.5-­
amado discípulo (Tt 1.4), cooperador no 11); a salvação (1Tm 1.14-­16; 2.4-­6); os
evangelho (2Co 8.23) e mencionado algu- atributos de Deus (1.17); a pessoa e segun-
mas vezes no Novo Testamento (Gl 2.1-­3; da vinda de Cristo (1Tm 3.16; 6.12-­16).12
2Tm 4.10). É provável que tenha servido Na segunda correspondência enviada a
com Paulo tanto na segunda como na ter- Timóteo, o apóstolo encontra-­se em sua
ceira viagem missionária.9 Logo, Tito jun- segunda prisão romana (2Tm 1.16; 2.9),
to com 1,2Timóteo, os filhos de Paulo na decorrente, provavelmente, da persegui-
fé, são chamadas tradicionalmente de “As ção do imperador Nero aos cristãos. Ao
epístolas pastorais”. contrário da primeira prisão, que foi do-
Nesse sentido, assim como Moisés passou miciliar, tinha a oportunidade de interagir
a responsabilidade a Josué, e o Senhor a com as pessoas e seguir o ministério (At
seus apóstolos, Paulo passou a responsa- 28.16-­31), dessa vez, Paulo estava numa ce-
bilidade a Timóteo e Tito.10 Esse é o en- la fria (2Tm 4.13), algemado (2Tm 2.9) e
sinamento claro do apóstolo em 2Timó- sem esperança de ser libertado (2Tm 4.6).
teo 2.2. Portanto, o motivo de escrever as Abandonado devido à perseguição, Paulo
epístolas foi pela necessidade de manter, desejava ver Timóteo e Marcos, ter seus li-
guardar e preservar a fé com a igreja, exer- vros e pergaminhos, pois só Lucas estava
cendo o ministério da reconciliação (2Co com ele (2Tm 4.9-­18). Ao deixar seu cora-
5.11-­6.2), contribuindo para a continuida- ção humano falar aquilo que seriam suas
de da igreja de Jesus Cristo.11 Ao retornar últimas palavras, Paulo exorta seu amado
pelas cidades que havia ministrado, Pau- filho a permanecer fiel aos deveres (2Tm
lo encontra problemas, por isso, deixa Ti- 2.13,­14), evitar o erro (2Tm 2.5-­18), lidar
móteo em Éfeso para tratar da falsa dou- com a perseguição pela causa do evange-
trina no meio da igreja (1Tm 1.3-­7; 4.1-­3; lho (2Tm 2.3,­4; 3.10-­12) e confiar no com-
6.3-­5), desarranjo na adoração (1Tm 2.1-­ pleto manual de salvação que é a Escritura
15), a necessidade de líderes qualificados (2Tm 3.15-­17).13
(1Tm 3.1-­14) e o materialismo consumista O tema da Carta a Tito é parecido com o
(1Tm 6.6-­19). Paulo escreve a carta a fim de todas as pastorais, enfatizando a cone-
de ajudar Timóteo nessa grande tarefa. Ele xão da doutrina confiada a homens fiéis,
então reforça verdades teológicas impor- com a santidade de vida.14 Temas impor-

9
Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP: 12
Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
10
Comentário Bíblico MOODY, 1Timóteo, 13
Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP:
p. 3. Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
11
Comentário Bíblico MOODY, 1Timóteo. 14
Comentário Bíblico MOODY, Tito.

COMPROMISSO LIDERANÇA 7
tantes são tratados: a) obras (Tt 1.16; 2.7; implica dizer que, em Cristo, há uma es-
3.1,5,8,14); b) fé e doutrina sã (Tt 1.4,9,13; trutura de referência completamente dife-
2.1,2,7,8; 3.15); c) salvação (Tt 1.3,4; 2.10; rente que transforma todos os relaciona-
3.4,6).15 Nesta carta, Paulo liga de maneira mentos terrestres; a fraternidade é o ponto
memorável a graça, como a grande doutri- central sobre o qual todos os outros rela-
na da salvação, e as boas obras para o qual cionamentos devem ser avaliados.19
fomos chamados.16 Considera-­se, finalmente, o que diz o após-
Encerrando o envio de cartas pessoais e tolo ao encerrar suas epístolas: “A graça seja
pastorais, Paulo fala a Filemom, membro convosco” (1Tm 6.21; 2Tm 4.22); “A graça
fiel e amado da Igreja em Colossos (Fm seja com todos vós” (Tt 3.15). O solene de-
1,2; Cl 4.9), e a igreja que se reunia em sua safio continua ecoando à igreja do Senhor
casa. O relacionamento senhor e escravo Jesus Cristo; “Guarda o bom depósito pe-
apresentou um importante problema pa- lo Espírito Santo que habita em nós” (2Tm
ra toda a igreja, não apenas para Filemom, 1.14), esse bom depósito é a fé salvífica,
pois havia outros senhores de escravos na esse é o coração das Epístolas Pastorais.20
Igreja de Colossos .17 O escravo Onésimo
roubou dinheiro e fugiu para Roma (Fm
18), como faziam outros escravos que se Thiago Neves Carvalho (Pr.)
reuniam na capital do império.18 Porém, Pastor auxiliar da Segunda
nessa época, Onésimo não era cristão, en- Igreja Batista de São Luís;
controu Paulo em Roma e converteu-­se ao exerce a função de educador cristão.
evangelho. Ao roubar, Onésimo havia vio- Foi por cinco anos capelão do Colégio
lado a lei romana e defraudado seu senhor. Batista Daniel de La Touche.
Para tratar tais questões, Paulo envia Oné- Professor do Seminário Teológico
simo a Colossos. Acompanhado de Tíqui- Batista em São Luís.
co, o escravo fugitivo levou para Filemom Formado em Administração,
uma carta do apóstolo recomendando-­lhe
pós-­graduado em Gestão de Pessoas;
que perdoasse Onésimo e o recebesse de
graduado em Teologia;
volta, agora como irmão em Cristo. Isso
pós-­graduado em Aconselhamento
e Capelania,
15
Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.
cursando o último ano do Curso de
16
Comentário Bíblico MOODY, Tito. Educação Cristã SEC, Recife, PE.
17
Comentário Bíblico MOODY, Filemom.
18
Bíblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP: 19
Comentário Bíblico MOODY, Filemom.
Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. 20
Comentário Bíblico MOODY, 1Timóteo.

8 COMPROMISSO LIDERANÇA
EBD 1

TESSALÔNICA
UMA IGREJA MODELO
OBJETIVOS GERAIS TEXTO BÍBLICO
1Tessalonicenses
Ao final da aula, o aluno deverá: 1.1-10
1. Conhecer a mensagem central da carta de Paulo aos tessaloni-
TEXTO ÁUREO
censes. 1Tessalonicenses
2. Reconhecer as características comuns entre a Igreja de Tessalô- 1.7
nica e a sua igreja.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ao final da aula, o aluno deverá:
1. Buscar subsídios para transformar sua igreja a partir de atitudes
individuais e coletivas de fé operante e serviço abnegado à obra da
proclamação do evangelho.
2. Comprometer-­se em viver o evangelho em sua plenitude mesmo
em meio às perseguições e dificuldades.
3. Louvar e agradecer a Deus pela fidelidade e disposição das igre-
jas e irmãos comprometidos em pregar o evangelho.

AÇÕES PEDAGÓGICAS HÍBRIDAS


Material didático – Bíblia, revistas do aluno e do professor, suple-
mento, textos para os cinco alunos previamente convidados e cópias
da avaliação da etapa “Verdade e vivência”. Para a aula on-line, o pro-

COMPROMISSO LIDERANÇA 9
fessor poderá encaminhar para os alunos Discutir: A graça de Deus é a única base
as perguntas, os textos e a avaliação por para a paz de seu povo.
meio de ferramentas digitais. • Oração constante pelos destinatá-
Método de ensino – Metodologia REI rios (1Ts 1.2)
(Relacionamentos Espirituais Intencio- A prioridade na vida dos primeiros cristãos
nais) em quatro etapas: (1) Vida, (2) Ver- era a oração (At 2.42).
dade, (3) Vivência, (4) Virtude.
Solicitar aos alunos a fazerem uma lista
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO de pessoas que são seus alvos constantes
1 Apresentar os objetivos do estudo. de oração.
Proporcionar um momento de oração silen-
2 Fazer a leitura do texto áureo que se en- ciosa em prol dessas pessoas mencionando
contra em 1Tessalonicenses 1.7. seus nomes e apresentando suas vidas a Deus.
VIDA
Aluno 2 – A gratidão pela vida dos
Iniciar a aula com as seguintes perguntas:
santos (1Ts 1.3,4)
a) A seu ver, quais características são im-
Destacar os três aspectos importantes da vi-
portantes para que uma igreja se torne um
da dos tessalonicenses: a fé atuante, o amor
referencial na comunidade em que está
prestativo e a esperança firmada em Jesus.
inserida?
Discutir: De tempos em tempos a lideran-
b) Você considera sua igreja como um íco-
ça da igreja deve trazer uma palavra de en-
ne na sua comunidade? Ela se apresenta
como um referencial para as demais igre- corajamento aos liderados.
jas da região? Pedir aos alunos para escreverem uma
frase de encorajamento para os líderes da
VERDADE E VIVÊNCIA igreja.
Informar que estaremos analisando pon-
tos importantes da Carta de Paulo aos Aluno 3 – A vida exemplar dos cren-
Tessalonicenses. Pedir aos cinco alunos tes de Tessalônica (1Ts 1.5,6)
previamente convidados para iniciarem A atitude e os procedimentos dos missio-
a apresentação. nários também contribuíram para a trans-
missão do evangelho e resultados visíveis
Aluno 1 – Cumprimentos e oração cons- diante da comunidade.
tante pelos destinatários – 1Ts 1.1,2 Identificar no texto a proposta de disci-
Destacar o remetente, o destinatário e a pulado na transmissão da vida que leva-
saudação inicial. mos com Jesus.

10 COMPROMISSO LIDERANÇA
Pedir a um voluntário para narrar uma ex- Os tessalonicenses demonstravam:
periência em que o exemplo de outra pes- • O trabalho que resulta da fé;
soa ajudou na sua conversão ou o desafiou
• O esforço motivado pelo amor;
a viver o evangelho de forma mais plena.
• A perseverança proveniente da esperan-
Aluno 4 – Fé, amor e esperança: três ca- ça em nosso Senhor Jesus Cristo.
racterísticas da igreja de Cristo (1Ts 1.7)
Aluno 5 – Tessalônica, uma igreja
Mesmo em meio à perseguição, a Igreja
modelo (1Ts 1.8)
de Tessalônica prosperou e foi conside-
rada modelo para várias regiões, como a Compartilhar algum fato importante ao
Macedônica e a Acaia. longo da história da igreja que destaque
a proclamação do evangelho em lugares
Discutir:
distantes”.
a) “Em tempos de perseguição, o exemplo de
Orar pelas nações que têm restrições à pre-
perseverança e de fidelidade ao evangelho é
gação do evangelho.
fundamental para que outros, que sofrem
maus tratos, permaneçam fiéis” (1Pe 5.9).
b) As perseguições aceleram o crescimen- 3 Entregar a cada aluno a avaliação abaixo
to do reino de Deus. para que respondam:

Igreja de Tessalônica X Minha igreja


Característica Ponto forte Ponto a fortalecer
Fé atuante
Oração constante uns pelos outros
Amor prestativo
Serviço abnegado à obra de proclamação
do evangelho
Multiplicação de discípulos
Esperança na segunda vinda de Cristo

VIRTUDE (ATIVIDADE DO SUPLEMENTO)


Preparar uma carta, mensagem ou e-­mail e encaminhar para uma igreja, a um missio-
nário ou mesmo a um irmão que esteja distante.
Teor: Louvar e agradecer a Deus pela fidelidade e disposição em pregar o evangelho.
Colocar também seus sentimentos em relação àquela igreja ou pessoa.

COMPROMISSO LIDERANÇA 11
EBD 2

O EXERCÍCIO DO
MINISTÉRIO PASTORAL
TEXTO BÍBLICO OBJETIVOS GERAIS
1Tessaloni-
­censes 2; 3 Ao final da aula, o aluno deverá:
1. Compreender que o ministério paulino foi desenvolvido com
TEXTO ÁUREO
1Tessaloni- lutas, fadigas e vitórias.
censes 2.9 2. Entender a motivação, a intenção e as preocupações do ministé-
rio de Paulo em anunciar Jesus Cristo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ao final da aula, o aluno deverá:
1. Descrever os pontos em comum entre o seu ministério e o mi-
nistério do apóstolo Paulo.
2. Tomar a atitude de pedir a Deus capacidade para ser testemunha
do evangelho em todos os aspectos da vida, como modelo de refe-
rência àqueles que estão sob a sua influência.

AÇÕES PEDAGÓGICAS HÍBRIDAS


Material didático – Bíblia, revistas do aluno e do professor, suple-
mento, roteiros para as cinco duplas ou trios previamente convidados.
Os roteiros contêm os aspectos e perguntas para a análise do depoimen-
to de Paulo aos tessalonicenses. Para a aula on-­line, o professor poderá
encaminhar para os alunos os roteiros por meio de ferramentas digitais.

12 COMPROMISSO LIDERANÇA
Método de ensino – Metodologia REI • Discutir: Anunciar as boas-­novas apesar
(Relacionamentos Espirituais Intencio- da perseguição que enfrentemos.
nais) em quatro etapas: (1) Vida, (2) Ver- • Destacar as três motivações erradas para
dade, (3) Vivência, (4) Virtude. a pregação do evangelho (v. 3). Exemplifi-
car como isso tem ocorrido hoje.
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
• Refletir: A sua pregação é coerente com
1 Apresentar os objetivos do estudo. sua vida interior (v. 4)?
• Você já foi influenciado por alguém de
2 Fazer a leitura do texto áureo que se en- forma positiva (v. 7,8)?
contra em 1Tessalonicenses 2.9. • O que, neste depoimento, serve para
inspirar?
VIDA
Fazer uma explosão de ideias sobre a se- Dupla 2 – Segundo depoimento
guinte pergunta: Se você tivesse que in- Texto bíblico: 1Tessalonicenses 2.8-­12
dicar alguém para pastorear uma igreja
local, quais características deveria ter es- • Destacar o tipo de cuidado pastoral da-
sa pessoa? do aos irmãos da Igreja de Tessalônica.
Perguntar: O pastoreio é uma das maiores • Discutir sobre a importância de termos
necessidades hoje. Você concorda? Dis- um bom testemunho.
corda? Por quê? • Paulo usou uma analogia para demons-
Os capítulos 2 e 3 da primeira carta envia- trar a sua maneira de tratar os tessaloni-
da pelo apóstolo Paulo à Igreja de Tessalô- censes. Descrever essa analogia e seus en-
nica apresentam em detalhes o ministério sinos para hoje.
paulino desenvolvido entre os tessaloni- • O que, neste depoimento, serve para
censes com lutas, fadigas e vitórias. desafiar?

VERDADE E VIVÊNCIA Dupla 3 – Terceiro depoimento


Análise do depoimento de Paulo em rela- Texto bíblico: 1Tessalonicenses 2.13-­16
ção ao seu ministério.
• A perseguição à Igreja de Tessalônica: os
Dupla 1 – Primeiro depoimento inimigos do evangelho são identificados e
Texto bíblico: 1Tessalonicenses 2.1-­7 as consequências de suas ações pecami-
• Destacar os pontos da defesa de Paulo nosas, como o derramar da “ira de Deus”
em relação ao seu ministério. sobre suas vidas.

COMPROMISSO LIDERANÇA 13
• Discutir: Na caminhada ministerial, é nistro de Cristo) para visitá-­los e “fortale-
possível visualizar as bênçãos e a presen- cer e dar ânimo na fé” aos irmãos em meio
ça das lutas ministeriais. às aflições.
• Compartilhar uma experiência em que • Destacar a importância de Timóteo para
alguém o perseguiu tentando prejudicar o ministério de Paulo.
seu trabalho evangelístico, semeando dis- • Discutir: Todos são importantes no
córdia e oposição. ministério, tanto os que estão no holofo-
• O que, neste depoimento, serve para te quanto os que estão na sombra.
inspirar? • A alegria pelo retorno de Timóteo de
Tessalônica com boas notícias da igreja
Dupla 4 – Quarto depoimento está presente no relato paulino (v. 6).
Texto bíblico: 1Tessalonicenses 2.17-­20 • Relatos compartilhados: se Timóteo
• O desejo ardente do coração de Paulo viesse hoje nos visitar como igreja, que
relato ele levaria para Paulo sobre você e
era visitar os irmãos de Tessalônica nova-
sua igreja?
mente para desfrutar da comunhão com
eles. Ressalta a perspectiva espiritual de
que, mesmo distante fisicamente, estavam
3 Concluindo: 1Tessalonicenses
3.9-­13
conectados no coração pela ação do amor
• O capítulo finaliza em tom de gratidão a
de Deus em suas vidas.
Deus pelas notícias da Igreja de Tessalôni-
• Voluntários para compartilharem ex- ca. Paulo pede que o próprio Deus prepare
periências semelhantes nos tempos de esse encontro entre ele e a igreja.
pandemia.
• O que, neste depoimento, serve para VIRTUDE (ATIVIDADE
desafiar? DO SUPLEMENTO)
Avaliando meu ministério na igreja:
Dupla 5 – Quinto depoimento a) Você desempenha algum ministério na
Texto bíblico: 1Tessalonicenses 3.1-­8 igreja? ___________________
• Diante de grande preocupação para com _______________________
a Igreja de Tessalônica, Paulo decide ficar b) Que pontos em comum tem o seu minis-
em Atenas engajado no trabalho missio- tério com o ministério do apóstolo Paulo?
nário e envia seu discípulo Timóteo (mi- _______________________

14 COMPROMISSO LIDERANÇA

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