192-Texto Do Artigo-1578-1-10-20230417
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RESUMO
O objetivo deste texto é apresentar um extrato de uma pesquisa que relaciona elementos de Álgebra
com o ato de executar a trança afro nagô. O problema que norteou o estudo foi: Qual o tipo de Álgebra
existente no processo de trançar cabelos? Trata-se de um estudo qualitativo bibliográfico e
experimental com abordagem Etnomatemática. Ele é fundamentado principalmente nos teóricos
D’Ambrosio (1998, 2005, 2019) e Gerdes (2012) e no trabalho de Santos (2013). Como resultado,
identificamos a álgebra das matrizes com a utilização da divisão, adição e translação na construção
de uma trança nagô e apresentamos um fragmento de um infográfico referente a mesma.
Palavras-chave: Trança nagô; Álgebra; Etnomatemática.
ABSTRACT
The objective of this text is to present an extract of a research that relates elements of Algebra with
the act of executing the afro nagô braid. The problem that guided the study was: What type of Algebra
exists in the process of braiding hair? This is a qualitative bibliographic and experimental study with
an Ethnomathematics approach. It is based mainly on theorists D'Ambrosio (1998, 2005, 2019) and
Gerdes (2012) and on the work of Santos (2013). As a result, we identify the algebra of matrices
using division, addition and translation in the construction of a nagô braid and present a fragment of
an infographic referring to it.
Keywords: Nagô braid; Algebra; Ethnomathematics.
RESUMEN
El objetivo de este texto es presentar un extracto de una investigación que relaciona elementos del
Álgebra con el acto de ejecutar la trenza afro nagô. El problema que guió el estudio fue: ¿Qué tipo
de Álgebra existe en el proceso de trenzado del cabello? Se trata de un estudio cualitativo
bibliográfico y experimental con enfoque Etnomatemático. Se basa principalmente en los teóricos
D'Ambrosio (1998, 2005, 2019) y Gerdes (2012) y en el trabajo de Santos (2013). Como resultado,
identificamos el álgebra de matrices mediante división, suma y traslación en la construcción de una
trenza nagô y presentamos un fragmento de infografía referido a ella.
Palabras claves: Trenza nagô; Álgebra; Etnomatemáticas.
1
Doutorando em /Mestre em/ Mestrando em/ Especialista em/ Graduando em/.... pela Instituição (SIGLA).
Professor na/Afiliação na/Vinculo com/ Instituição (SIGLA), ORCID: https://orcid.org/0000-0000-0000-
0000. E-mail: [email protected]
2
Doutor em... pela Instituição (SIGLA). Professor na Instituição (SIGLA), cidade, estado, país. ORCID:
https://orcid.org/0000-0000-0000-0000. E-mail: [email protected].
INTRODUÇÃO
ETNOMATEMÁTICA E AFRICANIDADE
Portanto, através dessa visão (científica), torna-se possível a visualização de objetos de uma
cultura como ferramenta para estudos científicos, além de proporcionar uma nova
interpretação desses mesmos objetos para os grupos em que eles estão inseridos.
Ademais, por se tratar de um elemento repleto de significados dentro da história
dos africanos desde a época da escravidão, em Gerdes (2012, p.47) é trazido o conceito de
“matemática espontânea” criado por D’ambrosio, que é a matemática produzida por cada
grupo cultural no intuito da transcendência e sobrevivência. Esse conceito é de grande
importância, já que as tranças africanas podiam conter diversas utilidades, do adorno,
caracterização religiosa e estado civil, ao mapa para rota de fuga de escravos, como é trazido
por Lawo-Sukam e Acosta (apud SANTOS, 2017, p.133).
Analisar a matemática existente na trança nagô traz a visibilidade de uma forma de
matematizar que é desconhecida por aqueles que executam por horas a fio a troca de posição
das mechas de cabelo. O experimento que será descrito a seguir, trará uma outra forma de
ver a beleza de uma trança - a que vem impregnada de conhecimento matemático!
DO AFRO À ÁLGEBRA
3
Segundo o Dicionário informal, madeixas são uma “porção de fios, sejam eles de linho, seda, algodão ou
até mesmo de cabelos”.
Os tipos de tranças africanas são: nagô (ou raiz, entre outras nomenclaturas
utilizadas), box braids (que são as mais conhecidas) e as twists, como podemos ver na Figura
1.
Para construir a trança nagô começamos pegando uma mecha do cabelo na vertical,
indo do início ao fim da cabeça. Dessa mecha inicial, separa-se um quadrado e, em seguida,
esse quadrado é dividido em três partes e com isso é feito o trançado inicial apenas com essas
três mechas, como podemos ver como podemos ver na Figura 2.
Para analisar a Álgebra presente na construção da trança nagô foi preciso montar um
esquema em uma tábua de madeira, onde foram colocados pregos espaçados igualmente,
semelhante às posições dos elementos de uma matriz (em linhas e colunas) e, para simbolizar
o cabelo, foram utilizadas linhas de crochê nas cores verde, preto e amarelo (para facilitar a
percepção das trocas de posição dos elementos) como pode-se observar na Figura 4. A
seguir, separamos o “cabelo” em 3 colunas de mechas, sendo todas elas a representação do
cabelo real, pois em outras tranças faz-se também o uso de cabelo sintético, como podemos
ver em Autor 1 (2021). Com o experimento, foi possível que as mechas voltavam para a
posição inicial no 4º trançado.
a) b) c)
d) e) f)
g) h) i)
j) k) l)
No esquema construído para análise e mostrado na figura acima, não foi possível
apresentar a trança nagô formada pelas linhas de crochê utilizadas, como na Figura 3, pois
a mesma é uma trança rasteira (grudada na cabeça) e seria impossível essa representação no
nosso experimento formado por um tabuleiro com pregos.
Analisando o item a) da Figura 4, podemos olhar para este esquema como uma
matriz 𝑚 × 3 (m linhas e 3 colunas), que chamamos de matriz 𝐸. Iremos considerar os
pregos como sendo os elementos que compõem a matriz que denominaremos por 𝑛𝑖 𝑗
genericamente. Para montar a matriz, utilizamos os elementos resultantes das trocas de
posição de uma matriz genérica 𝑚 × 3 e em alguns momentos, a soma de elementos.
Podemos ver essa representação matemática abaixo.
Figura 5: Matriz E.
Figura 6: Matriz N.
● Divisão: Ao dividir todo o cabelo para a construção das tranças e ao dividir as mechas
para iniciá-las, sendo possível notar esta operação nos elementos da primeira linha e
ao longo das colunas 1 e 3 da matriz 𝑁.
● Adição: Através da junção de algumas dessas mechas ao longo da trança. Assim,
podemos notar que alguns dos elementos a partir da segunda linha da matriz 𝑁 são
formados pelo somatório do próprio elemento com outros elementos que estão nas
linhas anteriores.
Além das operações mencionadas acima, também podemos notar a utilização de:
● Translação: Ao movimentar as mechas de um lado para o outro como podemos
observar nos elementos da matriz 𝑁, que trocam de posição m vezes, ou seja, são
transladados.
Assim, podemos concluir que para a construção da trança nagô utilizamos a Álgebra
das operações aritméticas e Álgebra Linear, especificamente as relações entre os elementos
de uma matriz.
A partir dos resultados encontrados no estudo que deu origem a este trabalho, gerou-
se um infográfico que apresenta um resumo contendo o conceito, a construção e a álgebra
identificados nas tranças afro nagô, box braids e twists. Aqui, apresentaremos um fragmento
do infográfico original contendo o resumo referente à trança nagô.
Figura 7: Fragmento do infográfico referente às informações encontradas na trança nagô.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CASSIANI, S. de B.; CALIRI, M.H.L.; PELÁ, N.T.R. A teoria fundamentada nos dados
como abordagem da pesquisa interpretativa. Rev.latino-am.enfermagem, v. 4, n. 3, p.
75-88, dez. 1996.
Como fazer trança Nagô passo a passo sozinha/cabelo crespo. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Btv9NCAPFpA>. Acesso em: 01 de fev. de 2021.
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MADEIXAS. In: Di, Dicionário Informal. Dicionário Informal, 2021. Disponível em:
<https://www.dicionarioinformal.com.br/madeixas/>. Acesso em: 06 de fev. de 2021.
Autor 1. Do afro à álgebra: um estudo das tranças. Orientador: Autor 2. 2021. 43 páginas.
TCC (Graduação) - Licenciatura em Matemática, Departamento de Matemática, Instituição
de Ensino Superior, Cidade. 2021. Disponível em: <link de acesso>. Acesso em: 10 de fev.
de 2023.