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Hans J Eysenck- 8. Eyserck (e melhor dominio de leitura), a crianga apresentava menor tempo de leitura e resposta. Procedimentos alternativos de administragao Como com qualquer instrumento psicolégico, pode acon- tecer de algum respondente solicitar 0 preenchimento fora da visdo do aplicador (p. ex. dificuldade do paciente em loco- mover-se até 0 local de aplicacéo). Nesse caso, o profissional 6 responsavel pela protegao da integridade do teste. Contudo, © preenchimento do questionério em casa nao é encorajado no Brasil, pois nao é possfvel contar com a maturidade plena de criangas ¢ adolescentes para a devolugéo de questiondrios corretamente respondidos. Para certos grupos, tal como o de pacientes institucionali- zados, pode ser recomendavel dar instrugées adicionais para completar o EPQ: responder considerando como eles s40 ¢ 0 que sentem agora; ou como eles eram e se sentiam antes das suas doencas. Seja qual for a alternativa escolhida, se aquela ara pessoas normais ou outra mais adaptavel a situacao dos examinandos, Eysenck recomendava que apenas uma instru- do seja escolhida e usada por todo o estudo. ORIENTAGOES PARA PONTUACAO, CORRECAO E INTERPRETACAO Pontuagao e corregéo Respostas perdidas Examine o livro de aplicacao e certifique-se de que apenas ‘uma resposta foi dada a cada item. Se encontrar itens nao respondidos, peca ao respondente que complete o teste. Se 0 respondente deixou de responder a algum item de alguma escala e nao est disponivel ao examinador, este deve determi- or ‘Queene de Prsonldede para Crangas «Adolescente (EPO) nar se os dados séo vilidos para pontuacao e a interpretagéo da escala e se a informacio de apenas duas ou trés escalas seria titil para compreensio da personalidade do examinando. Cotagao das respostas Para pontuar as escalas do EPQ-J, apés a conferéncia do protocolo respondido, o psicélogo deverd transcrever as respostas para o livro de avaliagao (folha de perfil) que sera utilizado para a avaliagao do protocolo (masculino, feminino ou geral), As respostas devem ser transcritas respeitando os itens que compem cada uma das escalas. Para cada item, 0 psicélogo devera marcar os valores “1” (um) ou “0” (zero) de acordo a resposta Sim ou Nao dada pelo respondente. Apés transcrever os valores, estes devem ser somados em fungio da linha onde se encontram para se obter os totais de cada escala, PE, Nou. ‘Com esses resultados deve-se consultar a tabela de percen- til mais adequada para a avaliagdo (masculina, feminina ou geral) e anotar os respectivos valores que sero utilizados para tracar o gréfico do perfil da personalidade do respondente. Verificacao da validade das respostas a) Aquiescéncia ou tendéncia a discordar Em todo instrumento de autorrelato existe a possibili- dade de aquiescéncia (tendéncia a anuéncia) e de tendéncia_ a discordar. 5 possivel que ambas as tendéncias obedegam a perfis de personalidade, mas soriam nocese4rio estudos nacionais para ver sua relagao com PN e E. Neste livro observou-se que somente 1% da amostra respondeu a um maximo de 49 ¢ um minimo de 15 respostas Sim. ‘Tal resul- tado indica que, se aparecerem no protocolo (incluindo-se jitens revertidos) mais de 49 respostas Sim, haveré uma tendéncia a aquiescéncia, ou, menos de 15 respostas Sim, uma tendéncia a discordar. Nesses casos, o teste deve ser interpretado com cautela.ane J Eysenck Syl 8. @ ysenck b) Escala Sinceridade A observacao dos escores na escala Sinceridade é outra re- feréncia util para analisar a validade do protocolo. Na amostra de padronizacéo, 10% dos participantes responderam abaixo de quatro pontos e 20% abaixo de seis pontos. Conforme se observa nas normas deste volume, tais pontuagdes receberiam a classifieacdo de muito baixo ou baixo. Nesses casos, 0 teste deve ser interpretado com cautela. ‘Em geral, Eysenck sugeria que nao se invalidasse qualquer protocolo, a nao ser em situagées extremamente evidentes de mau uso do questiondrio (tanto por parte do avaliador como do respondente). As orientagées anteriormente expostas constituem apenas guias gerais para auxiliar o psicélogo na interpretacdo dos escores dos examinandos e provavelmente terdo maior utilidade na avaliagdo de grupos de respondentes do que em avaliagées individuais. Interpretagéo Para poder interpretar os resultados do EPQ-J, o profis- sional precisa estar familiarizado com os fundamentos da testagem psicolégica e dos modelos fatoriais de personalidade; conhecer as razées teGricas e empiricas do modelo PEN de Eysenck Garcia, 2006; Juan-Espinosa, 2006); saber o que as escalas medem e as implicagdes para o funcionamento psico- légico do individuo, além de ser competente em integrar os ceseores nas csealas dentro de um perfil significativo. Significado das escalas As escalas so mais convenientes quando detectam escores extremos, A maioria estaré dentro da variaggo normal da perso- nalidade. Assim, o psicélogo deve considerar que muito poucos individuos obterdo escores extremos. No entanto, esses escores, extremos significam uma alta probabilidade de representar caracteristicas marcantes da personalidade do individuo. 168 ‘Questonsio de Personakade para Cangas Alesconta EPO.) OEPQ-J, como qualquer medida fatorial de personalidade, jens6es de personalidade sao continuas; por- iuos sao mais descritos como ambiverts, extrovertido”. Nao existe um ponto de corte que separe aque- les que “tém” o traco dos que “nao tém”, pois pressuporia a inexisténcia de tracos de personalidade em algumas pessoas. ‘As categorias psicopatolégicas geralmente provem da tradigéo psiquidtrica. Nelas, a pessoa “apresenta” ou “ndo apresenta” uma condigao psicopatolégica. Na avaliagéo da personalidade, essa dicotomia perde significado. A pessoa apresenta, em algu- ma intensidade, os tragos de personalidade e eles podem ser combinados das mais variadas formas, cabendo ao psiedlogo examinador interpretd-los de forma dinamica. Interpretagao dos perfis segundo o modelo PEN de Eysenck Neuroticismo (N) ‘Uma crianga/um adolescente com alto escore em N tendem a hipersensibilidade emocional e demoram em voltar & norma- lidade depois de experiéncias emocionais, tendem a ser ansiosos e preocupados, irritveis, a apresentarem frequentes mudancas de humor e serem exageradamente emotivos, apresentando reagées emocionais mnito fortes diante do que considera como problemas. Juma crianga/adolescente com pontuagées baixas em N tende a estabilidade, & infrassensibilidade emocional, mostrando uma resposta emocional ténue. Deve-se considerar que N esta vinculado ao espiral Cértico-Limbico, um sistema que conecta o cértex cerebral ao sistema visceral ou Sistema Nervoso Autonomo (SNA) e que controla a resposta emocional auténoma e subjetiva. Eysenck tem defendido a hipstese que esse sistema 6 mais excitével em pessoas com alto N do que “7Hans J Eytan Sy 8G, Eyeenck ‘om pessoas emocionalmente estéveis. Nesse sentido, criancas! adolescentes com pontuagées altas em N seréo mais provaveis de excitabilidade e de experimentar angiistia e agitacdo quando enfrentarem situagées estressantes (Eysenck, 1967; Eysenck & Eysenck, 1987; Matthews & Deary, 1998) Extroversdo (BE) Criancas/adolescentes com alto escore em E tendem a ser socidveis, falantes, amantes do barulho e de sair de casa com amigos, mostram alta vitalidade, sempre ativos, esponténeos e tendem a ser alegres e bem dispostos. Sao positivos, enérgicos e otimistas. No polo oposto, criangas com baixo escore em E, ou chamadas também de inérovertidas, apresentam-se retra- fdas (ndo necessariamente timidas), reservadas, preferem 0 lara sair as ruas, séo sossegadas, introspectivas e desconfiam dos impulsos do momento. Enquanto eriangas com alta ex- troversdo tendem a buscar ambientes estimulantes, prova- velmente por causa de seu nivel de excitagao habitualmente infra-ativado, as criangas com baixo escore em E tendem a evitar excessiva estimulagéo e procuram sempre ambientes calmos, provavelmente por causa de seu nivel de excitaefio ha- Ditualmente superativado. O modelo PEN de Eysenck prediz que 0s introvertidos, por estarem cronicamente superativados serem mais sensiveis & estimulagao, poderao reativaram-se mais facilmente diante de estémulos suaves e de baixa intensi- dade. Entretanto, os extrovertidos por apresentarem um nivel de excitacdo menor e serem menos sensiveis a estimulacao, precisam de estimulos mais intensos para se reativar. Assim, altos em extroversio procuram estimulos intensos (p. ex. luzes brilhantes, misica alta) para inerementar sua excitagao © facilitar a atencdo destes. Psicoticismo (P ou rigidez mental | dureza emocional) Criangas/adolescentes com alto escore em P buscam seu proprio beneficio (egocentrismo), apreciam fortes sensagées 118 ‘Quester de Persoraldado para Criancas Adlesants (E01) para conseguir seus objetivos séo capazes de correrem riscos; so poucos prudentes e tendem a quebrar normas e ‘regras. Impulsivos em certa medida, mas fundamentalmente temerdirios. Nao parecem se importar com os problemas que ‘possam causar aos demais, demonstram despreocupacao pelos sentimentos dos outros, sendo, portanto, pouco empiticas. ‘Atuam de forma independente nao apenas de pensamento € nas atitudes, mas também de sentimentos, pouco amigéveis, podendo chegar a ser frios e cruéis com pessoas intimas agressivas até mesmo com os pais desde que estes se oponham a seus planos (Bysenck, 1992). ‘Do lado oposto, criangas/adolescentes com baixo escore em P comportam-se de forma precavida, atentos as consequéncias que possam ter seus atos nos sentimentos das outras pessoas. Sao responsdveis, empaticos, compassivos, aféveis, earinho- ‘sos, pacificos e, em alguns casos, com tendéncia ao apego emocional com outras pessoas. Quando adultas desenvolvem alto altruismo e sao capazes de sacrificar seu proprio beneficio. O rétulo de Psicoticismo criado por Eysenck (1967) tem gerado insatisfacio em certos grupos académicos, haja vista ‘que seu uso pode induzir a equivocos na interpretacéo. Alguns investigadores utilizam nomenclaturas diferentes para des- crever 0 mesmo trago como Busca de sensagdes (Zuckerman & Cloninger, 1996), ou ainda é contemplado no modelo pentafa- torial da personalidade por meio das dimens6es Amabilidade e Responsabilidade (Eysenck, 1994). Neste livro, conserva-se adenominagio original respeitando a tradigdo assumida pela literatura internacional. Sinceridade (S) Na versio inglesa, a escala S se apresenta como L (Lie = mentira). Refere-se & atitude de dissimulacéo, ou ato de encobrir as intengées, do respondente. Tal como se explica no manual da versao espanhola (Eysenck & Eysenck, 1998), nao ha certeza se o construto medido por essa escala repre- 110ane J Eyeorck Syl 8. Eysonck senta uma (quarta) dimenséo de personalidad ou se se trata de uma resposta apreendida que se manifesta em situagoes de avaliagso (quando as pessoas tendem a apresentar uma boa imagem de si), caracterfstica mais feminina (mulheres tendem a ter menor escore em S, o que foi confirmado neste estudo como mostram as Tabelas 14 e 18). Em contrapar- tida, observa-se uma caracteristica desenvolvimental em S Criancas tendem a apresentar baixos escores em S, ao que Eysenck chama de “ingenuidade social”, mas logo aumenta conforme aumenta a idade. Esse resultado também foi en- contrado neste estudo (Tabela 14). Sua validade em grupos clinicos de adultos aparece um pouco mais clara, & medida que pacientes com baixo escore em S apresentam médias maiores nas dimensées PEN do que pacientes com altos escores em 8, o que faz supor que suas médias naquelas dimensées seriam ainda maiores se nao dissimulassem, Para efeito pratico em criangas, vale a pena observar a pet tagio se o escore for muito baixo; além desse patamar ndo hé ainda evidéncias consistentes sobre sua contribuigéo & compreensio da personalidade. Observacao especial no caso de adolescentes Para 0 caso de avaliagao de adolescentes de 14 a 16 anos, Eysenck sugeria uma desculpa verbal adicional as instrucoes, devendo o examinador enfatizar que o questiondrio 6 feito para cobrir uma grande variedade de idadese, embora alguns itens possam se mostrar “infantis” para eles, espera-se que ‘compreendam e cooperem no preenchimento do questionario, Na elaboracao de laudos ou devolutivas aos pais, tutores ou professores, recomenda-se fortemente ans psicélogos que se referiram as dimensées P, E, N eS como rigidez mental, ou dureza emocional, extroversio, emocionalidade/instabilidade ‘emocional e desejabilidade social respectivamente. Is pecialmente desejavel considerando-se que a populacio leiga desconhece a teoria subjacente aos tracos de personalidade. 120 5 EXEMPLOS DE AVALIACAO DA PERSONALIDADE COM 0 EPO-J ‘A seguir so apresentados dois exemplos de avaliagbes individuais que podem ser de utilidade pratica aos psicélogos usuarios do EPQ-J. Nos exemplos, séo informados dados de avaliagdo intelectual a fim de se compreender 0 alcance que medidas de autorrelato podem oferecer & avaliacdo psicolégica. 12 Caso Idade: 12 anos 4® ano - Escola pitblica Motivo de encaminhamento para avaliacéo: problemas de comportamento na escola, inquieto, ponca atencéo nas aulas, mudanga brusea de humor (ora conversa com os colegas, ora fica ensimesmado). Foi flagrado recentemente fumando tras da escola em terreno baldio com dois colegas (os quais afirmaram terem sido convidados por B.H.T). Participa com entusiasmo de atividades festivas da escola, porém, se algo Ihe desagrada, desiste de participar. Dificuldade escolar, ‘especialmente em Matematica e Portugués. Os professores suspeitam de TDAH.EPQ-J PERFIL GRUPO GERAL Parte integrante do Livro de Avaliagao Il (vol. 4) da Colecéo EPQ-J. Hans J. Eysenck e Sybil B. G. Eysenck Nome: Idade: anos Data de Nascimento: Escolaridade: Série: Examinador: Data de Aplicagao: Pe Psi cotons Avaliagio Hens-P 37 10 13 16 91 92 25 20 92 90 9) _@ 64 Total sim 1 11 1 170-11 1-1 11-10 Nio__0_0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 012 Hiens-B 8 11 33 7 81 34 44 45 50 52 56 60 Total Sim 11 2 1.11 1-1-1 1-1-1 fee eee ge Tiens-N_2 5 9 12 15 18 20 24 98 35 38 41 47 4 51658 69 Total Sim 1 14.11.11 1-411 1-1-1 1-1 4-1 No 0 0 0 0 0 0000000000000 Wens-S 14614 17 19 26 30 9397 40 48 46 48 6557 Total Sim 10 0 10 1-0 1 0-1-0 0-0 1 01 Nio 0 1 1 0 1 0 101031211010 Grupo Geral Clasiicgto | Pocenit [Pence Retovraio, Newrofciomo Sinead neem | Classica Muito Baixo | 6 0 05 02 0-4 5 _| Muito Baixo : 10 : 67 4 5 10 Fite 20 1 8 56 6-7 20 ee 30 : : 7 8 30 40 2 9 8 9 40 Medio 50 z 10 9 10 50 Medio 60 3 : 10 iz 60 70. 4 uw 11.12 13, 70 80 5-6 : 13 4 80 s 90 1 12 14.15 15 90 ae Muito Alto | 99 8.14 p 16-18 16 99 | Muito Alto P. E N s Resultado Bruto Resultado Bruto Percentil Percentil Observacées: ji numeragao sequencial, impressa em proto. 0021626
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