Eletrônica Geral 2 IFSRG
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Eletrônica Geral II
Luciano Braatz
Índice
1. Transistor de Junção Bipolar ..................................................................................... 3
1.1. Estrutura e Funcionamento .................................................................................... 3
1.1.1. Estrutura Interna do Transistor Bipolar ................................................................ 4
1.1.2. Procedimento para Testes de Transistores de Junção Bipolares ......................... 5
1.1.3. Funcionamento do Transistor............................................................................... 6
1.1.4. Relações de Tensões e Correntes em Transistores .............................................. 7
1.2. Especificações do Transistor ................................................................................... 8
1.3. Encapsulamentos .................................................................................................... 9
2. Configurações .......................................................................................................... 12
2.1. Base Comum ......................................................................................................... 12
2.2. Emissor Comum .................................................................................................... 14
2.3. Coletor Comum ..................................................................................................... 13
2.4. Relação entre os ganhos de corrente das diferentes configurações .................... 16
3. Regiões de Operação ............................................................................................... 16
3.1. Operação como Chave .......................................................................................... 18
3.1.1. Relé ..................................................................................................................... 20
3.2. Operação como Amplificador ............................................................................... 24
4. Polarização do Transistor de Junção Bipolar ........................................................... 24
4.1. Polarização por Base Fixa ...................................................................................... 24
4.2. Realimentação de Corrente .................................................................................. 25
4.3. Realimentação de Tensão ..................................................................................... 26
4.4. Realimentação de Tensão e Corrente ................................................................... 27
4.5. Divisor de Tensão .................................................................................................. 28
4.6. Análise Gráfica....................................................................................................... 30
4.7. Limites de Operação ............................................................................................. 32
4.8. Procedimentos de Projeto .................................................................................... 33
5. Transistores Especiais .............................................................................................. 39
5.1. Transistor Darlington ............................................................................................ 39
5.2. Foto Transistor ...................................................................................................... 40
5.3. Optoacoplador ...................................................................................................... 42
6. Bibliografia............................................................................................................... 45
Apêndice I – Respostas ................................................................................................... 46
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Transistores e diodos são formados por junções PN que podem ser po-
larizadas direta ou inversamente.
Quando polarizada diretamente, a junção PN apresenta baixa resistên-
cia. Nessa situação, existe fluxo de corrente em função da diminuição
da região de depleção. Tipicamente, a queda de tensão na junção PN,
para o silício, varia entre 0,6V e 0,8V.
Quando polarizada inversamente, a junção PN apresenta alta resistên-
cia, devido ao aumento da região de depleção. Assim, a corrente que
circula pela junção é extremamente baixa (corrente de fuga).
Luciano Braatz 3
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N
P
N
C N C P
B B
B P B N
E N E P
E E
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C E C E
B B
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N P N
C B E
C B E C B E C B E
N P N N P N N P N
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IC IE
VCB VEB
IB IB
VCE VEC
VBE VCE
IE IC
Esta equação elementar vale tanto para transistores NPN quanto para PNP.
Em um transistor, a corrente de emissor ( ) sempre será a maior corrente, a corrente
de base ( ) sempre será menor e a corrente de coletor ( ) tem um valor intermediá-
rio, tal que .
Pela Lei das Tensões de Kirchhoff, temos as relações fundamentais das ten-
sões:
Exemplo:
Determina os valores das tensões e correntes para os transistores abaixo:
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1.3. Encapsulamentos
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Exercícios:
1.1 – Para os TJBs abaixo, determina as tensões e para cada
transistor:
Para o circuito A:
Transistor VBE VCB VCE VB VC VE
Q1
Q2
Q3
Q4
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Para o circuito B:
Transistor VBE VCB VCE VB VC VE
Q1
Q2
Q3
Q4
1.4 – Baseado nos exercícios já realizados é possível que, em um transistor NPN, a ten-
são VC seja igual à tensão VCE ? Justifica.
1.5 – Nos circuitos do exercício 1.1, como estão polarizadas as junções JBE e JBC de
cada transistor? Considera tensões diretas abaixo de 0,4V como sendo polarização
reversa.
1.6 – Nos TJBs do exercício 1.2, como estão polarizadas as junções JBE e JBC? Conside-
ra tensões diretas abaixo de 0,4V como sendo polarização reversa.
1.7 – Qual é a relação fundamental das correntes em um transistor válida tanto para
TJBs NPN quanto para PNP?
1.8 – Qual é a relação fundamental das tensões em um transistor NPN?
1.9 – Escreve a relação fundamental das tensões em um transistor PNP.
1.10 – De acordo com a estrutura cristalina, quais são os dois tipos de TBJ?
1.11 – Desenha a estrutura e o símbolo de transistores NPN e PNP, identificando cada
uma de suas regiões.
1.12 – Como é possível a circulação de corrente entre coletor e emissor?
1.13 – Como a corrente de base controla a corrente de coletor de um transistor?
1.14 – Identifica os terminais e tipo dos transistores baseados nas medições abaixo.
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2. Configurações
Para que um transistor opere com amplificador, deveria ter 4 terminais: 2
para a entrada e 2 para a saída. Por possuir 3 terminais, um deles é comum à entrada e
à saída.
Configuração Transistor NPN Transistor PNP
Base Comum
Coletor Comum
Emissor Comum
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IE IC IE IC
RE RC RE RC
IE IC
RE RC IE
VEB VCB
VEE vi VCC
IC
VCB
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IE IE
IB IB
RE RE
VEC VEC
RB RB
VBC VEE VBC VEE
VBB VBB
IB
VEC IB
VBC
RB RE
IC
VBB vi VEE
VEC
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IC IC
IB IB
RC RC
VCE VCE
RB RB
VBE VCC VBE VCC
VBB VBB
IB IB
VCE
VBE IC
RB RE
VBB vi
VCC
VCE
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3. Regiões de Operação
Na descrição de funcionamento do transistor, foi mencionado que JBE deve
ser polarizada diretamente e JBC inversamente. Isto é verdade para a operação como
amplificador. Entretanto, o transistor pode ser polarizado de outras formas que permi-
tem sua utilização em outras aplicações.
Região Ativa
A região ativa é caracterizada pela polarização direta de JBE e reversa de
JBC.
Transistor NPN
Transistor PNP
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Região de Saturação
Para que o transistor opere na região de saturação, as duas junções devem
estar polarizadas diretamente.
Transistor NPN
Transistor PNP
Região de Corte
A região de corte se caracteriza pela polarização reversa das duas junções,
ou seja, para transistores NPN, e , e para transistores PNP,
e ou e .
Como as junções estão polarizadas inversamente, o fluxo de corrente nas
junções é extremamente baixo (correntes de fuga). Idealmente, a corrente entre cole-
tor e emissor deveria ser nula.
A região de corte é utilizada para que o transistor funcione como chave a-
berta, complementando a região de saturação, para que o transistor opere como cha-
ve.
Exercícios:
3.1 – Determina a região de operação dos transistores do exercício 1.1.
3.2 – Determina a região de operação dos transistores dos circuitos do exercício 1.3.
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3.3 – O que é ?
3.4 – Como um transistor deve ser polarizado, para operar na região ativa?
3.5 – O que significa dizer que um transistor está operando na região de corte? Como
as junções devem estar polarizadas para que isso ocorra?
3.6 – Como se sabe que um transistor está operando na região de saturação? Em que
situação é desejável ter um transistor operando nessa região?
3.7 – Calcula Ib, Ic e Vc dos circuitos abaixo, para VBE=0,65V, e determina a região em
que o transistor está operando.
16V 12V 12V
Rb Rc Rb Rc Rb R1
470kW 2,7kW 180kW 2,4kW 510kW 3,3kW
Vc Vc
a)
b) Rc R1
200kW 1kW
c)
Vc
d) O transistor esteja em saturação ( ).
O transistor pode ser utilizado como uma chave de estado sólido, contro-
lando a circulação ou não de corrente em um dispositivo. Para isso, o transistor opera
na região de corte, quando atua como chave aberta, e na região de saturação, atuando
como chave fechada.
VCC VCC
VCC VCC VCC
RC RC
RC RC
IC=0A IC=0A
IC(sat) IC(sat)
RB IB=0A
RB IB(sat)
VCC
VCE(sat)
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Exemplo:
Um circuito digital TTL deve acionar um LED, alimentado por 5V, quando
sua saída está em nível alto. Dados:
(tensão mínima em nível alto)
(corrente máxima em nível alto)
(tensão máxima em nível baixo)
(queda de tensão sobre o LED)
(corrente de polarização do LED)
(tensão entre coletor emissor com transistor saturado)
(tensão mínima necessária na JBE para operação do transistor)
(ganho mínimo do transistor)
V CC
Projeto do Resistor de Coletor:
Segundo a malha de saída
RC
IC(sat)
Vin
RB IB(sat)
VCE(sat)
sa situação, outro transistor com maior ganho deve ser utilizado ou devem ser utiliza-
dos mais de um transistor.
Projeto do Resistor de Base:
3.1.1. Relé
3.1.1.1. Simbologias:
NF NF NA NA
C C C
Bobinas Contatos
O relé mais simples contém somente um par de contatos (C e NA ou C e
NF), mas podem chegar a vários conjuntos de contatos comutadores (C, NA e NF). Em
diagramas esquemáticos, os contatos não ficam necessariamente próximos às respec-
tivas bobinas. Basta que a referência da bobina e contatos sejam a mesma ou que exis-
ta uma linha tracejada entre a bobina e os contatos.
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CH
Rede
3.1.1.2. Especificações
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Exercícios:
Calcula o que se pede para cada circuito e verifica em qual região o transis-
tor está operando.
3.9 – Dado e 3.10 – Determina , para
, determina e .
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IB IC
VCE
VBE
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RB RC
IB IC
VCE
VBE
RE
IE
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Exercício:
Dado o circuito abaixo, verifica as alterações em devido às variações de
, com .
+10V
RC
IE
RB
IC Tensão de Saída (
IB
A tensão de saída pode ser analisada de duas
VCE
formas, pela malha de saída e através da relação fun-
VBE damental das tensões do transistor.
Exercício:
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IE
Tensão de Saída (
A tensão de saída pode ser analisada de duas formas, pela malha de saída e
através da relação fundamental das tensões do transistor.
Exercício:
Dado o circuito abaixo, verifica as alterações em devido às variações de
, com .
+10V
RC
RB 1,5kW 20 40,43A 808,6A 7,88V
180kW
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IB VBE
R1 RC
VTH
RE
IC
IB IE
Corrente de Entrada ( )
VCE
VBE
R2 RE
IE
Tensão de Saída ( )
Exercício:
Dado o circuito abaixo, verifica as alterações em devido às variações de
, com .
+10V
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Exercícios:
Quando não informado, considera ou .
4.1 – Determina 4.2 – Determina
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80 IB=350A
B IB=300A
RC RC
IB=250A
60
IB=200A
IC=0A
Q IB=150A
40
VCE=VCC
IB=100A
20
IB=50A RE
RE
A
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
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Corrente
B do Sinal
de Entrada
IBQ
Q
Corrente
de Saída
Tensão de Saída
B
Dos pontos de operação, o mais apro-
priado seria Q2, por estar próximo ao centro
IBQ3 da reta e a distância entre as duas curvas de
Q3 corrente de base acima e abaixo do ponto de
operação são praticamente iguais.
IBQ2 O ponto Q1 está muito próximo ao
Q2
ponto de corte, enquanto Q3, ao de satura-
ção. Nos dois casos, existe uma assimetria
entre as distâncias das curvas de corrente de
IBQ1 base e as mais próximas acima e abaixo.
Q1
A
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VCC
(RC+RE)1
Devido a não linearidade das curvas
de corrente de base, ao comparar a distância
VCC
(RC+RE)2 de a e de a se
IBQ+IB
VCC percebe que o ponto é mais linear. O
(RC+RE)3
Q3 Q2 Q1
IBQ
ponto ficou em um ponto tão próximo a
saturação que faria com que o pico do semi-
IBQ-IB ciclo positivo ( ) desloca o ponto de
operação 2,5 vezes menos que o pico do
semiciclo negativo ( ).
VCC
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Exemplo:
O transistor BC546 apresenta , e
IC
100
90
80 10 62,50
70
20 31,25
60
30 20,83
50
40 15,13
40
30
50 12,50
20
60 10,42
10 65 9,61
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 VCE
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Exemplos
Projeta um circuito amplificador por divisor de tensão com ganho de ten-
são mínimo de 200, com corrente de coletor de 40mA, utilizando um transistor BC546
(considerando e ).
A partir das informações, o primeiro procedimento deve ser a definição
da tensão de alimentação do circuito, baseado no ganho de tensão:
IC
VCE
IE
RE
Luciano Braatz 34
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R1
IR1
A equação tem 2 variáveis, então se atribui um dos
IB
valores e se calcula o outro. Neste caso, foi atribuído
VB
.
IR2
R2
determinados. R R 1 C
6,8kW 82W
IC
IR1 IB
VB VCE
IR2
IE
R2 RE
3,3kW 68W
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RC
RB
IE
IC
IB Neste caso, , e a corrente é , então
VCE
Verificando a polarização: RC
RB 330W
86kW
Luciano Braatz 37
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Exercícios
Para os exercícios abaixo, considera as seguintes curvas características,
quando necessário:
Transistor BC548 Transistor BC369
100
IC(mA)
IB=400A
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5. Transistores Especiais
5.1. Transistor Darlington
Exemplo:
Qual o ganho de corrente fornecido por dois transistores ligados em Dar-
lington, um com ganho de corrente de 300 e outro de 180?
Luciano Braatz 39
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Vcc
Carga
Vin
RB
determinada por:
RE
RB
3,3MW
b=8000
VBE=1,6V
RE
390W
Luciano Braatz 40
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Vcc
Vcc Vcc
Rc
Rc
vo
vo
vo
Rc RBE
5.3. Optoacoplador
Luciano Braatz 43
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Exercícios
, e , qual o valor
RL
de ?
5.4 Qual o ganho mínimo necessário para que o transistor Vin RB
R2
R1
1
6 5
vo
0V/3V
2 4
RC
RZ
3,3kW RLED
220Vac 12V/1W
6. Bibliografia
Luciano Braatz 45
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Apêndice I – Respostas
1.1.a)
1.1.b)
1.1.c)
1.1.d)
1.1.e)
1.1.f)
1.1.g)
1.1.h)
1.2.a)
1.2.b)
1.3.a)
Transistor VBE VCB VCE VB VC VE
Q1 0,7V -0,5V 0,2V 0,7V 0,2V 0,0V
Q2 0,0V 13,6V 13,6V 0,2V 13,8V 0,2V
Q3 0,2V 12,2V 12,4V 0,2V 12,4V 0,0V
Q4 0,7V -0,5V 0,2V 13,8V 13,3V 13,1V
1.3.b)
Transistor VBE VCB VCE VB VC VE
Q1 0,0V -12,6V -12,6V 14,0V 1,4V 14,0V
Q2 0,7V -0,5V 0,2V 1,4V 0,9V 0,7V
Q3 0,7V -0,5V 0,2V 0,7V 0,2V 0,0V
Q4 0,0V 13,1V 13,1V 14,0V 0,9V 0,9V
1.5)
A B C D E F G H
JBE Direta Direta Inversa Inversa Direta Direta Direta Direta
JBC Inversa Inversa Inversa Direta Direta Direta Inversa Inversa
1.6)
A B
JBE Direta Direta
JBC Inversa Inversa
Luciano Braatz 46
Curso de Eletrônica Eletrônica Geral II
5.2)
5.3)
5.4)
5.7) → ; Satura para
5.8) →
5.9)
5.10)
Luciano Braatz 47