Veja São Paulo #2079 - 01set23

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CLUBE DE REVISTAS

vejasaopaulo.com.br
1° de setembro de 2023

Curadoria coletiva:
Hélio Menezes, Grada
Kilomba, Diane Lima e
Manuel Borja-Villel, no
pavilhão do Ibirapuera

ARTE E ATIVISMO
Bienal de São Paulo e SP-Arte Rotas Brasileiras movimentam o circuito com mais de
400 artistas e obras que abordam temas como racismo, gênero, ambiente e povos originários
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Fundada em 1950

VICTOR CIVITA ROBERTO CIVITA


(1907-1990) (1936-2013)

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Repórteres: Barbara Demerov, Cintia Oliveira, Clayton Freitas, Guilherme Queiroz,
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VEJA SÃO PAULO 2079 (ISSN 2675-0546) ano 41/nº 35. VEJA SÃO PAULO é uma publicação semanal da Editora
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NO DIGITAL
Sem samba do adeus
vejasp.com.br

Tradicional misto de bar e casa de samba e choro em


Pinheiros, o Ó do Borogodó (foto) lançou uma campa-
nha para ser reconhecido como patrimônio cultural de
São Paulo — o estabelecimento pode perder a sede, já
que o imóvel foi colocado à venda. No blog Notas Etíli-
cas, saiba como participar do abaixo-assinado. DIVULGAÇÃO

O rosto do criminoso
Silvero Pereira (foto) será o protagonista de Maníaco
do Parque, que chega ao Prime Video em 2024. É a
história do motoboy Francisco de Assis Pereira, conde-
nado por atacar 21 mulheres, assassinar dez delas e
esconder seus corpos no Parque do Estado. O docu-
mentário O Maníaco do Parque: a História Não Conta-
DIULGAÇÃO ABRIGO AMIGO

da também foi anunciado. Leia em Filmes & Séries.

ENQUANTO ESPERA
Dez pontos de ônibus vão dispor de um telão que conecta o usuá-
rio a uma central de atendimento caso ele sinta alguma inseguran-
PRIME VIDEO/DIVULGAÇÃO

ça enquanto aguarda o transporte coletivo. O projeto Abrigo Ami-


go, inaugurado na última terça-feira (29), pode ser acionado das
20h às 5h. Entre alguns pontos de ônibus contemplados estão os
das avenidas Dr. Arnaldo, na altura do metrô Clínicas, e Jabaquara,
na altura da estação São Judas. Leia mais no site.

Vale a pena ouvir de novo


Um show de João Bosco no Sesc Consolação em 1978 foi lan-
çado agora como disco, 45 anos depois, pelo Selo Sesc. O ál-
bum faz parte do projeto Relicário, que resgata áudios de
apresentações (foto) em unidades do Sesc nas décadas de 70,
80 e 90. A apresentação, em 30 de março de 1978, fez parte
SILVANA GARZARO/DIVULGAÇÃO

da turnê de lançamento de Tiro de Misericórdia (1977). No


blog Tudo de Som, leia entrevista com o artista.

Lançamento
ACERVO SESC MEMÓRIAS/DIVULGAÇÃO

Com prefácio de Leandro Karnal e apresentação de Mônica Martelli,


o livro biográfico Dando a Volta por Cima (Editora Almedina,
R$ 59,00) reúne histórias do empresário Anderson Baumgartner
(foto), fundador da Way Model. Dando, como é chamado,  se apai-
xonou por moda assistindo ao programa da Xuxa e a clipes de Geor-
ge Michael — especialmente Freedom. Leia no Terraço Paulistano.

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AMARELINHAS | LÍVIAN ARAGÃO

“Estou na fase de consolidar


a carreira de atriz”
Em cartaz no musical Iron — O Homem da Máscara de Ferro, filha de Renato Aragão fala sobre
a exposição vivida na infância, a relação com o pai e a rotina em São Paulo Júlia Rodrigues
os 24 anos, Lívian Aragão,

A filha caçula de Renato Ara-


gão, conhecido por interpre-
tar Didi em Os Trapalhões e
outros programas, tem acumulado
funções: além de atriz, ofício com
Volta aos palcos após dez anos:
personagem não binário

o qual teve o primeiro contato lite-


ralmente no berço — estreou nas
telas ao lado do pai aos 8 meses —,
ela é influenciadora (tem quase 6
milhões de seguidores nas redes
sociais), apresentadora e empresá-
ria. Após quase dez anos longe dos
palcos, a jovem carioca está em
cartaz em São Paulo com o musical
imersivo Iron — O Homem da Más-
cara de Ferro, no 033 Rooftop, no
Teatro Santander. O espetáculo re-
toma a clássica história do herói
aprisionado e Lívian interpreta
Jean-Baptiste Lully, maestro do rei
francês Luís XIV. Mas, como boa
parte dos personagens, o músico
ganha ares modernos e é retratado
como uma pessoa não binária. Em
março, Lívian lançou também um
podcast de entrevistas. Na próxima
semana, participa do festival The
Town, como influenciadora e re-
pórter convidada.

Iron — O Homem da Máscara de Ferro


é o segundo musical da sua carreira.
O primeiro foi Os Saltimbancos
Trapalhões (2014), de Charles
Möeller e Claudio Botelho, no qual
contracenou com seu pai. Como é
voltar ao teatro após quase dez anos?
É muito gostoso. Quando a gente trabalha ACERVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO

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com audiovisual ou teatro, emenda um pro- Como nasci sob os holofotes, não tive esco- vou chamar um convidado e obrigá-lo a falar
jeto no outro (nos últimos anos, entre outros lha de não estar ali. Sempre foi uma coisa sobre determinado assunto. Algo muito po-
papéis, atuou em Malhação, Tempo de Amar muito normal. Entendo que, por ser conhe- sitivo na minha família é que adoramos con-
e no filme Os Saltimbancos Trapalhões: Ru- cida, preciso tomar cuidado com certas coi- versar e, quando chamamos alguém para
mo a Hollywood). Você pisca e já se passa- sas. Meus pais sempre me explicaram como tomar um café em casa, a reunião começa
ram dez anos. É muito legal voltar em um é ter uma vida mais exposta. Qualquer coisa às 10 da manhã e termina às 10 da noite.
musical que tem uma proposta completa- que a gente fale ou poste pode afetar outras Gosto de conversar com as pessoas, saber
mente diferente e em outra cidade. pessoas. Entendo essa responsabilidade, mais sobre elas. Por isso o nome é Vibe Boa.
que tenho desde pequena.
O que achou da adaptação do O Renato Aragão conseguia conciliar
personagem a uma pessoa não binária? vida de estrela e rotina em casa?
O musical vem de uma história antiga, que
não se sabe se é verdadeira ou não, escrita
“Nasci sob os Ele foi sempre muito presente. Durante o
dia, estava em gravações, mas sempre jan-
por Alexandre Dumas. Trouxemos a história
para a modernidade, inclusive na caracteri-
holofotes, não tava com a família. Nunca deixou de me
prestigiar nos momentos importantes, lar-
zação dos personagens. No caso do meu, tive escolha de gava o que estivesse fazendo para me ver
era uma figura importante na época, que até nessas ocasiões. Ele gravava de três a quatro
tomava decisões no palácio. Quis fazer uma não estar ali. vezes por semana e, se eu tinha apresenta-
homenagem ao retratá-lo de uma forma ção na escola, saía mais cedo para me assis-
que acho que ele gostaria de ter sido, mas Meus pais sempre tir. Sempre foi um pai carinhoso.
que na época não se falava muito sobre isso, me explicaram
por isso o fizemos como uma pessoa não Você fez vários cursos de atuação
binária. Gostei muito da adaptação. sobre o que e direção nos EUA. Por que
escolheu estudar isso por lá?
Você se mudou para São Paulo
para fazer a peça. O que gosta
significa ter uma Estudei em colégio bilíngue, então o inglês
é quase uma língua nativa. Ir para os Esta-
e o que não gosta na cidade? vida exposta. dos Unidos era um desejo. Aos 12 anos,
Estou bem adaptada, porque sou muito entrei no Stagedoor Manor (centro de trei-
acelerada, gosto de fazer as coisas aconte- Entendo a namento no estado de Nova York). Era a
cerem. Os pontos negativos são apenas o única brasileira na turma, tive de esperar
trânsito, a barulheira e as obras. responsabilidade” dois anos na fila. Saí com um prêmio de
melhor atriz em cena dramática, o que me
Suas principais produções, na televisão tirou qualquer dúvida de que eu não fosse
e no cinema, foram estreladas junto Enquanto você crescia, sentia uma capaz. Estava em um país no qual as pes-
ao seu pai. Como lida com a questão? cobrança ou uma expectativa para que soas me conheciam apenas pelo trabalho.
Se preocupa em desvencilhar a se tornasse artista ou tivesse talento? Foi o pontapé. Depois estudei na New York
carreira pessoal da imagem dele? Não. Sempre fui com meu pai às gravações, Film Academy, em Los Angeles, e na Stella
Meu pai sempre vai ser o meu pai. Tenho tinha curiosidade de saber do que se tratava Adler Studio of Acting — lá são dois anos de
muito orgulho dele e da trajetória dele. Sei a ponto de pedir para estar junto. Foi tudo curso, sem folgas nos fins de semana.
que nossas vidas sempre estarão juntas, natural. É difícil para os pais quando o filho
mas isso não quer dizer que eu viva a vida segue a mesma profissão, eles já imaginam Você tem uma empresa, a LVA
dele ou ele, a minha. Claro que tenho o su- as dificuldades pelas quais terão de passar. Produções, que faz publicidade,
porte dele, como pai e mestre. Mas tento Mas tive a inspiração em casa, então foi na- agenciamento etc. No futuro, se vê
trilhar meu próprio caminho, pois estou na tural. Nunca foi pressão, mas inspiração. mais como empresária ou artista?
fase de consolidar a carreira de atriz. As duas coisas andam lado a lado. Quando
Em março, você estreou o podcast consigo produzir meus trabalhos, sou tanto
Você estreou como atriz em 1999, Vibe Boa. O que ele tem para se produtora quanto atriz. Antigamente, as
aos 8 meses, no filme O Trapalhão e diferenciar neste momento em que pessoas tinham o costume de colocar os
a Luz Azul. Qual é o lado bom e o lado tantos programas do tipo são lançados? artistas em uma “caixinha”. Hoje, tenho a li-
difícil de crescer sob os holofotes? É um podcast que não tem polêmica. Nunca berdade de assumir várias funções.

VejaVeja
SãoSão
Paulo 1° dexxsetembro,
Paulo de xxxxx, 2020
2023 7
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TERRAÇO PAULISTANO
Humberto Abdo

Antagonismo
em camadas
Destaque nas séries Cangaço Novo e Dom, am-
bas do Prime Video, Rafael Losso, 42, agora fará
parte do novo Cidade de Deus. Dividida em seis
episódios, a produção da HBO Max será uma con-
tinuação do filme, lançado em 2002. “Faço um
personagem chamado Zeroone, um ex-agente
carcerário que migrou para o mundo do crime”,
resume. Com gravações ocorrendo em São Paulo
até novembro, a data de lançamento ainda será
revelada. “Já interpretei outros bandidos, mas
esse trabalho tem uma diferença fundamental
porque carrega uma essência humana, que faz
com que ele acabe cometendo atitudes questio-
náveis. Tem o ponto de vista do bandido e seus
traumas”, avalia. “Esses últimos personagens me
CAIO OVIEDO/DIVULGAÇÃO

modificaram bastante e me deram novas pers-


pectivas. Agora a minha busca é por mais prota-
gonismo ou antagonismo. Estou mais com perfil
de vilão do que de bonzinho ultimamente.”

Bazar e refúgio
Com sete unidades e um centro de distribuição em
São Paulo, o Unibes Bazar vai ganhar mais um endere-
ço. Na Bela Vista, um prédio de três andares doado à
instituição vai abrigar a nova loja no térreo com itens
doados e restaurados, entre roupas, móveis e eletro-
domésticos. “Um dos nossos maiores sonhos é não
depender tanto de doações para nos manter, por isso
criamos o bazar e hoje recebemos cerca de 1 300 a
1 400 produtos por mês”, conta Denise Antão, 64,
presidente do Unibes Cultural. Prestes a ser inaugura-
do no fim de setembro, o espaço também terá sete
FABIANO OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO

apartamentos mobiliados por arquitetos renomados


— mas os nomes ainda estão sendo negociados. “Será
mais uma opção para receber nossos assistidos. Essa
iniciativa fica para o ano que vem, pois o prédio é anti-
go e ainda temos muita reforma pela frente”, antecipa.

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CAIO GALLUCCI/DIVULGAÇÃO
CABARÉ IMERSIVO
Com investimento de 7 milhões de reais, o clássico musical Cabaret es-
treia em São Paulo em 2024. Programada para 8 de março no 033 Roof-
top do Teatro Santander, a produção é uma parceria entre os diretores
ESTÚDIO ANTIQUES&ARTSP/DIVULGAÇÃO

Kleber Montanheiro, 53, e Marília Toledo, 45. “Cheguei a passar um


tempo na Alemanha estudando o gênero e mantenho uma pesquisa
sobre cabaré há anos”, conta Kleber. Baseada no espetáculo do drama-
turgo John Van Druten, a história se passa em Berlim, nos anos 1930, e
acompanha uma cantora e dançarina americana que se envolve com um
professor inglês e um nobre alemão — papel eternizado por Liza Minnelli
na versão cinematográfica lançada em 1972. “Mas a ideia é que essa ver-
MAGRELA são brasileira seja completamente distante do filme e de outras monta-
gens”, adianta. “Sempre achei que deveríamos fazer em um galpão e o
RENOVADA Rooftop é perfeito para esse formato. Quero criar um espetáculo imer-
sivo, com o público dentro desse cabaré, sem a distância de um palco.”
Geladeiras, vitrolas e espadas decoram o anti-
quário de Marco Garcia, 39, no Itaim Bibi. Na
composição vintage com garimpos feitos pelo
proprietário, uma novidade de aparência futuris-
Foco no futuro
ta tem se destacado: a réplica da bicicleta Space- Direto de Barcelona, onde vive há dois anos, Jorge Grimberg, 41,
lander. Criado em 1946 pelo designer britânico passa uma temporada em São Paulo para comandar o novo Futu-
Benjamin Bowden, o modelo foi reproduzido do ro Day São Paulo. No auditório do Museu de Arte Moderna, no-
zero por Marco em parceria com o restaurador mes como Costanza Pascolato, André Carvalhal e Natalie Klein
Osmani Souza e está à venda na sua loja — ape- Duek vão apresentar breves palestras sobre criatividade e tendên-
nas sob encomenda, custa 18 500 reais. “É um cias nesta sexta (1º) para 170 convidados. “Tenho uma conexão
processo artesanal, então demora cerca de dois emocional forte com o MAM, pois foi lá que assisti a uma palestra
a três meses para fabricar uma”, conta. “Depois de tendências pela primeira vez e isso mudou minha vida pelos
de terminar o protótipo, já vendemos cinco uni- vinte anos seguintes”, conta. “Sempre sonhei em criar um evento
dades.” Além de ser colecionador e comandar a presencial e quero ter um dia
Antiques & Art SP desde o ano passado, o em- inteiro de inspirações para re-
presário já teve uma oficina onde restaurava mo- tomar o senso de comunida-
tos e carros antigos e decidiu retomar o talento de. As indústrias no Brasil são
com a bike clássica. “Quando vi uma original pela muito divididas e competiti-
primeira vez, lembro que custava umas 20 000 vas entre as empresas e pro-
LEO CADORE/DIVULGAÇÃO

libras, mas fiquei com ela na cabeça desde en- fissionais. Uma das maiores
tão”, diz. “É como uma bicicleta de praia, gostosa tendências hoje é encontrar
para andar e com esse design moderno.” maneiras de socializar.”

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CAMINHOS
COLETIVOS
Mais de 400 artistas estão na Bienal e na SP-Arte Rotas Brasileiras, mostras
que movimentam o circuito artístico com obras que chamam a atenção
para temas como racismo, gênero e povos originários Humberto Abdo
ela primeira vez na história da Bienal ele faz parte), em Madri. “A cidade vai re-

P de Arte de São Paulo, o vão central do


pavilhão do Ibirapuera ficará tampado.
Essa é uma das transformações na 35ª
edição, cujo tema, “coreografias do impos-
sível”, espera desafiar as hierarquias da arte
ceber diretores, curadores e colecionadores
de museus como o MOMA e o TATE por
causa do evento. Nosso grupo vai aprovei-
tar para visitar galerias e se encontrar com
artistas em São Paulo”, afirma o empresá-
e do próprio espaço expositivo. “A ideia é rio, dono de uma coleção de mais de 6 000
que o público inverta o sentido habitual da obras que inclui nomes como Di Cavalcanti
visitação. O 3º andar, por exemplo, é clima- e Cândido Portinari.
tizado e geralmente é lá que ficam as obras Na semana anterior à Bienal, a SP-Arte
mais históricas. As mudanças no trajeto vão também movimenta a programação cultural
causar essas rupturas em agrupamentos por da capital até domingo (3). Com 300 artis-
núcleo ou cronologia”, explica Hélio Mene- tas de todas as regiões do Brasil, trata-se da
zes, um dos quatro curadores responsáveis segunda edição da mostra Rotas Brasileiras.
por escolher os 121 nomes confirmados pa- “Esse é um momento essencial, pois coloca
ra a temporada. Artistas que lidam com vio- em evidência artistas e estados fora do eixo
lências, desigualdades e perda de liberdade centro-sul”, avalia a fundadora e diretora
fazem parte dessa seleção, que contempla Fernanda Feitosa. “É uma feira com a pro-
obras com temas raciais, de gênero e de in- posta de colocar a diversidade da arte brasi-
divíduos marginalizados — não à toa, cerca leira em foco, por meio de projetos curados
de 80% deles são pessoas não brancas, se- pelas galerias. Acaba sendo uma leitura do
gundo a organização, e boa parte está fora panorama da arte nacional.”
do circuito artístico presente nos Estados
Unidos e na Europa. BIENAL: Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº,
“É a Bienal mais importante da Améri- Ibirapuera (entrada pelo portão 3). A par-
ca Latina e uma das mais importantes do tir de quarta (6). Ter., qua., sex. e dom.,
mundo. Vim várias vezes, sempre para ver 10h/19h. Qui. e sáb., 10h/21h. Grátis. Até
e comprar obras, além de me atualizar sobre 10/12. bienal.org.br.
os artistas brasileiros”, comenta Jorge Pé-
rez, bilionário da construção civil nos Esta- SP-ARTE: Arca. Avenida Manuel Bandei-
dos Unidos e colecionador de arte em visita ra, 360, Vila Leopoldina. Sex. (1º) e sáb.
LEO MARTINS

a São Paulo, acompanhado de um grupo de (2), 12h/19h. Dom. (3), 11h/18h. R$ 70,00.
conselheiros do museu Reina Sofia (do qual sp-arte.com.

Foto de capa: Leo Martins


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Trabalho em grupo: artistas,


arquitetos e curadores da Bienal

De pé, a partir da esq.:


Malu Avelar (artista), Anna Juni,
Gustavo Delonero e Enk te Winkel
(arquitetos). Sentados, a partir da
esq.: Diane Lima, Manuel Borja-Villel,
Grada Kilomba, Hélio Menezes
(curadores) e Rosa Gauditano (artista)

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PAULISTAS NA BIENAL
Entre coletivos e artistas nacionais e estrangeiros, 121 nomes participam da Bienal e oito deles são de
São Paulo; com teor ativista e forte presença de temas raciais e LGBTQIA+, confira alguns destaques

Malu Avelar:
fundadora de
instalação criada

LEO MARTINS
em Santos

Sauna Lésbica
Imagine se existisse uma sauna lésbica: essa é a provocação de esse empecilho na cabeça, que abriu um debate imenso.” Um
Malu Avelar, fundadora do coletivo paulista que ocupa o sub- bar em Valongo serviu de espaço para a primeira versão, uma
solo do pavilhão. Nascida em Sabará, Minas Gerais, a artista e instalação adornada com letreiro neon (trazido à Bienal) e mui-
dançarina “radicada” em Santos criou o grupo em 2019 e convi- to vapor — não é, ela ressalta, um comparativo com as saunas
dou várias mulheres para integrar a nova edição. “Trabalhei por gays masculinas. Por lá, visitantes devem encontrar textos, ima-
muitos anos com Flip Couto na mesma companhia de dança e gens e reflexões, mas a criadora prefere não revelar muito mais
ouvia suas experiências de sauna. Um dia eu disse que gostaria que isso. “A sauna é algo coletivo, feito para se relacionar com
de ir a uma e ele: ‘Não, você não pode’”, relembra. “Fiquei com outras pessoas e sempre tem um mistério envolvido.”
CEDAE/UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS/DIVULGAÇÃO

Quilombo Cafundó
Fotografias da década de 1970 fazem parte da composição do quilombo
Cafundó, instalado em Salto de Pirapora, interior de São Paulo. “Na época,
chamou a atenção de um pesquisador o fato de mantermos um dialeto
africano que veio com nossos ancestrais. Talvez seja o único no Brasil”,
acredita Regina Aparecida Pereira, uma das líderes do local. Com imagens
cedidas pela Unicamp, são registros da comunidade, dos lugares e da tra-
dicional festa da Santa Cruz organizada em uma capela. “Meu contato por
lá começou em 2003, quando morava em Campinas. Conheci uma local
chamada Cida e, anos depois, quando tive a oportunidade de visitar, ela já
havia falecido. Mas conheci o irmão dela e acabamos nos casando.”

12 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


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Rosa Gauditano
Dois meses de visitas ao circuito lésbico
paulistano nos anos 1970: esse foi o tempo
que Rosa Gauditano levou para fotografar
as frequentadoras do Ferro’s Bar e da boate
Dinossauros, ambos na região da Repúbli-
ca. “Eu nunca tinha trabalhado como free-
lancer quando me pediram esse material.
Morava na Frei Caneca e fui a pé me apre-
sentar e explicar a proposta”, relembra. O
trabalho nunca chegou a ser publicado,
mas na Bienal ganhou dois ambientes, um
deles todo espelhado, para exibir 31 fotos
ampliadas. “Elas sofriam uma repressão
danada na época, era uma coisa muito fe-
chada. E eu, que sempre tive namorado,
pela primeira vez fiquei observando aquela
realidade para entender como funcionava o
mundo e a vida delas”, conta. “Meu traba-
lho principal é com povos indígenas. Quan-
do chego a uma aldeia, só converso e nem
pego a máquina por alguns dias. Isso até as Séries noturnas:
pessoas me aceitarem. Depois você fica retratos da noite
LEO MARTINS

meio transparente e nem ligam mais pra lésbica paulistana


você. É daí que saem as fotos mais legais.”

Rosana Paulino
“Ganhei uma sala bem grande e generosa”, delicia-
se Rosana Paulino. Após participar da última Bienal
de Veneza, a artista visual assina a continuação da
série Senhora das Plantas com vários “trípticos”
(peças divididas em três partes) que fazem referên-
cia às árvores do mangue. Desta vez, os painéis
terão até 5 metros de altura. “Assim como as raízes
que se entrelaçam, o próprio ambiente do mangue
tem muitos simbolismos por ser berçário de várias
espécies, mas também o local onde elas terminam.
É ao mesmo tempo seco e úmido, início e fim”, re-
flete. “E essa adaptabilidade é algo comum na co-
munidade negra.” Moradora de Pirituba, sua traje-
tória começou pelo contato com a natureza. “Du-
rante boa parte da minha vida pensei que seria
bióloga. E minha mãe era uma pedagoga nata,
ISABELLA MATHEUS/DIVULGAÇÃO

deixava brincar com argila o dia inteiro, modelar no


barro, deixar secar e depois pintar… Em anos de
universidade, não tive uma aula de arte africana,
que dirá arte da periferia. Então passei a procurar
minhas famílias e origens.”

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 13


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SP-ARTE ROTAS BRASILEIRAS


Mais de 300 artistas ocupam o galpão da Arca na segunda edição da mostra,
que reúne produções de todo o Brasil e convida galerias a apresentarem
diferentes perspectivas da arte nacional
Galeria
Verve
Em comemoração dos
dez anos da galeria insta-
lada no Edifício Louvre,
na República, os sócios
Ian Duarte e Allan Seabra
conduzem uma série de
novidades, como uma
sala de projetos prevista
para ser inaugurada nes-
te mês e um espaço ex-
positivo temporário em
Paris, que vai funcionar
durante a mostra Art Ba-
sel, em outubro. Na SP-
Arte, a dupla reúne
obras de cinco artistas
que abordam várias
perspectivas do tema
“família”. “Para além dos
laços sanguíneos, famí-
lias no sentido de comu-
nidades e vivências”, re-
sume Ian. São fotos, es-
culturas, vídeos e telas
de nomes como o pau-
listano Moisés Patrício e
a baiana Shai Andrade,
cuja série Oráculo da
Memória reúne fotoper-
formances construídas a
partir de cartas de tarô
que representam várias
mulheres da sua árvore
genealógica. “Sou casa-
do com meu sócio e a
ideia de família está pre-
sente na nossa atuação.
Entendemos nossa gale-
Ian e Allan: ria como uma grande
família artística família também”, com-
RÔMULO FIALDINI/DIVULGAÇÃO
pleta Ian.

14 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


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JOSÉ EDUARDO RIBEIRO BRAZUNA/DIVULGAÇÃO


Casa Jacarepaguá
Estreante no evento, a galeria do Butantã exi-
be uma mostra individual do pintor Fabiano
Senk, conhecido por obras de rua e composi-
ções com elementos da região onde nasceu,
no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. “A
FOTOS JOÃO LIBERATO/DIVULGAÇÃO série de quinze obras foi produzida especial-
mente para nosso estande, que terá as pare-
Choque Cultural des pintadas com uma tinta que leva terra do
Especializado em esculturas de neon, o paulistano Alê Jordão assina a instalação Terra próprio Vale”, conta o diretor José Brazuna. Em
e Luz em parceria com o botânico Ricardo Cardim. Com uma foto antiga e ampliada do telas com até 1 metro de altura, todas retratam
Rio Pinheiros, a dupla mistura plantas da Mata Atlântica com luzes e placas em referên- a vida no interior com estilo surrealista e pale-
cia à vida nas metrópoles. “É um diálogo entre o passado e o futuro de São Paulo, que tas de cores “sonhadoras”, na definição do
há um século era um grande pântano até sua floresta e natureza terem sido apagadas”, artista, incluindo azuis, amarelos e rosas.
traduz Baixo Ribeiro, fundador da Choque Cultural, que convidou a dupla. “Cardim traz “Com personagens locais e artesanato brasi-
os elementos desse passado enquanto Jordão mostra o oposto, com a cidade supero- leiro, mantém a aparência de street art.”
cupada, sinalizada e vigiada.” A silhueta da capivara no centro de uma placa faz parte
dessa combinação. “É um animal urbano, na USP dá para encontrar muitas e São Pau-
lo já foi uma cidade de bichos. Alguns ficaram e estão recolonizando seus espaços Casa SP-Arte
nesse ecossistema... Assim como a capivara.”
Paralelo à mostra, o carioca Maxwell
Alexandre assina uma exposição indivi-
Sertão Negro dual na Casa SP-Arte, nos Jardins. Novo
No projeto Aterramento, oito artis- Poder: Passabilidade, Miss Brasil reúne
tas da periferia de Goiânia apresen- mais de vinte obras inéditas feitas para
tam criações feitas no ateliê do gru- essa ocasião. Em pinturas a óleo, algu-
po Sertão Negro, composto de 26 mas com 2 metros de altura, o artista
membros e criado por Dalton Paula. explora a presença da comunidade
“Nunca fui a São Paulo e estou emo- preta em “templos consagrados da ar-
cionada com a estreia. Não somos te contemporânea”, como galerias,
uma galeria, mas fizemos tudo o museus, centros culturais e fundações.
que uma galeria deve fazer para fi- “A série é um estudo e mapeamento
nalizar essa montagem”, comemora para que mais pessoas pretas possam
Xica, uma das artistas. Relações, se infiltrar, não só como espectadores
crenças e experiências vividas na ou objetos das obras, mas como agen-
região Centro-Oeste são o mote das tes em posições de poder: curadores,
obras, entre gravuras, instalações e artistas, colecionadores, diretores, fi-
aquarelas (como a tela Xica, de Wil- nanciadores, galeristas”, afirma. Além
liam Maia, na imagem ao lado). PAULO REZENDE/GABRIELA CHAVES/DIVULGAÇÃO
das telas, ele cobriu toda a casa por
“Um deles, Lía, é um homem trans dentro com papel pardo e criou uma
que vai trabalhar com a satirização dos objetos sacros da Igreja Católica. Com um con- instalação batizada de Galeria 1. Ala-
fessionário, no lugar onde se ajoelha, terá um falo gigantesco”, revela. “No meu caso, meda Min. Rocha Azevedo, 1052, Jar-
há seis anos construo corações de tecido em xilogravuras e bordados. Dentro deles, dins, 3077-2880. Seg. a sex., 11h/19h.
coloco sete ervas, algodão e óleos essenciais. No terreiro de umbanda, são consagra- Sáb., 11h/15h. Grátis. ß
dos e, de objeto ritualístico, passam a ter esse espaço como obra de arte.”

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 15


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FOTOS ALEXANDRE BATTIBUGLI


Acima, obras do Eden Park, que terá
um parque de 8 000 metros quadrados
(projeção ao lado); abaixo, O Parque,
aberto em julho, com araucárias e
10 000 metros quadrados de verde
DIVULGAÇÃO

Gentileza urbana
Dois projetos privados vizinhos no Brooklin terão áreas verdes
abertas em locais antes ocupados por fábricas Clayton Freitas
m megaempreendimento ços de lazer e cultura. Previsto para

U privado em construção no
Brooklin, na Zona Sul, re-
servou 8 000 metros quadra-
dos do terreno para criar um parque
público. A área, equivalente a um
ser entregue em 2025, o projeto é de
autoria do arquiteto e designer is-
raelense Dror Benshetrit, que em-
presta o nome ao empreendimento,
o Eden Park by Dror.
campo de futebol, custará 20 mi- A criação de áreas verdes públi-
lhões de reais e terá árvores e espa- cas em empreendimentos que supe-

16 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


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ram 40 000 metros quadrados está 10 000 quadrados, aberta desde ju-
prevista em lei, no atual Plano Dire- lho. O destaque são as oitenta espé-
tor Estratégico. No caso do projeto, cies da Mata Atlântica — só de arau-
que ocupa cerca de 42 000 metros cárias são quarenta exemplares (sim,
quadrados de uma antiga fábrica elas existiram um dia em São Pau-
de sorvetes (a Kibon), a obrigato- lo...), que nos próximos anos forma-
riedade da Cyrela era de disponibi- rão uma pequena floresta. O projeto
lizar 6 300 metros quadrados — a é assinado pela arquiteta e paisagis-
gentileza urbana da construtora foi ta Alexandra Cardim e seu marido,
adicionar 1 700 metros ao cálculo. o botânico Ricardo, famoso pelas
“Esperamos que o parque se con- miniflorestas nativas feitas na cida-
solide como um respiro verde e um de. Apesar de permitir a visitação
cartão-postal na cidade”, afirma pública, a entrada e a saída das pes-
Alexandre Dentes, gerente-geral soas serão controladas por monito-
de negócios e incorporação da em- ramento eletrônico e seguranças.
presa, que toca a obra em parceria O espaço é mesmo um oásis ver-
com as marcas Hines e Lavvi. de entre os gigantes de concreto e
Separado por apenas um muro, o aço. Um dos charmes é o pequeno
terreno vizinho abriga um empreen- riacho com pedras que forma mini-
dimento batizado de O Parque, da cachoeiras e deságua em um lago
Gamaro Incorporadora. Também com peixes. “Restauramos a paisa-
formado por torres residenciais, cor- gem que desapareceu com a degra-
porativas e de apartamentos com dação ambiental e a urbanização
serviços, o projeto criou uma grande desenfreada”, diz Ricardo. “É um
praça de convivência com vegetação vislumbre de como podem ser as
nativa, em uma área verde total de cidades no futuro”, conclui. ß
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Sócios: Márcio (à esq.)


e Alessandro (à dir.);
ao lado, carrinho em
homenagem a Senna

Brinquedo sério
Sócios fizeram dos carrinhos de rolimã um negócio lucrativo
e criaram eventos que reuniram 200 000 pessoas
Clayton Freitas
á cinco anos, dois paulista- dos anos 1980 outras bandas de

H nos criaram uma empresa em


torno do carrinho de rolimã
e, além de produzir e vender
o objeto, eles realizam eventos
abertos que oferecem passeios gra-
rock para as próximas edições.
O que hoje é profissão e emprega
indiretamente quase trinta pessoas
nasceu em 2014, quando uma das
filhas do empresário Márcio Fer-
Blitz: banda foi estrela
de evento que reuniu
adeptos dos carrinhos

tuitos no brinquedo e que já atraí- nandes Ferri, 49, teve como missão
ram 200 000 pessoas. O maior foi de um trabalho de escola saber quais num brechó que Márcio e seu sócio,
no último dia 20 de agosto, quando eram as brincadeiras prediletas do Alexandre Seiji Koga, 47, tinham à
a banda Blitz tocou no encerramen- pai quando criança. Ao consultar o época. “Muitas pessoas entravam
to de um desses encontros, denomi- avô, o senhor Mario, descobriu que para ver o carrinho e conversar e
nados de Rolimã Fest, em um show a versão criança de Márcio gostava contar suas histórias”, diz Márcio.
com mais de 10 000 pessoas em de se aventurar pelas ladeiras da Eles só perceberam que o brinquedo
uma rua na Mooca (Zona Leste) Mooca nos tais carrinhos de rolimã. poderia ser lucrativo quando produ-
que arrecadou duas toneladas de Para ajudar a neta, o avô construiu ziram quinze exemplares e vende-
alimentos. Eles dizem que não vão o brinquedo, que além de ser levado ram todos. Em 2017, venderam o
parar por aí e prometem tirar do baú para a escola dela, ficou pendurado brechó e fundaram a Mulek de Rua,

18 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


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FOTOS ALEXANDRE BATTIBUGLI

FERNANDO DIAS/DIVULGAÇÃO

que, além dos carrinhos, produz e


vende outros brinquedos analógi-
cos, como pião, ioiô e pipa. Só de
carrinhos de rolimã hoje são 1 000
ao mês, com preços de 320 a 370
reais cada um, vendidos na loja no
bairro do Ipiranga e pelo site. O
brinquedo também virou estrela
em eventos corporativos, festas te-
máticas e em escolas. ß
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Como se fosse no
estúdio: ambientes
amplos e coloridos

FOTOS LEO MARTINS


Giro pelo passado
Casa Warner retorna para comemorar os 100 anos dos Estúdios Warner
e mescla ambientes clássicos com sucessos modernos Barbara Demerov
pós uma edição em 2018 e exposição no Shopping Eldorado, a crito dos maiores feitos do estúdio

A outra em 2019 (que deu des-


taque aos 25 anos da série
Friends), a Casa Warner vol-
ta a receber o público em uma mon-
tagem especial. Agora, o foco é
partir desta sexta (1º). A diversidade
de títulos e universos faz com que
os ambientes se fundam de um jeito
que promete entreter crianças e
adultos. “Pessoas de diversas gera-
e uma ala separada com dezenas de
objetos originais utilizados em fil-
mes, como a boneca Annabelle e os
sapatinhos vermelhos de Dorothy.

celebrar o centenário dos estúdios ções curtem os conteúdos da Warner Casa Warner — 100 anos. Data:
Warner Bros., a casa de clássicos e não queríamos que ninguém ficas- 1º de setembro a 29 de outubro. Ho-
como Casablanca e O Mágico de se de fora dessa festa”, afirma Mar- rário: 10h às 22h. Local: Shopping
Oz, animações como Looney Tunes, cos Bandeira de Mello, General Eldorado, estacionamento aberto
Scooby-Doo e Tom & Jerry e fran- Manager de Consumer Products da (Av. Rebouças, 3970, Pinheiros).
quias como Harry Potter, O Senhor Warner Bros Discovery. Entre os Ingressos: R$ 50 (meia promocio-
dos Anéis e Matrix. Todos esses tí- destaques, estão os carros clássicos nal de terça a quinta) a R$ 150 (in-
tulos e muito mais compõem os do Batman e da turma Scooby-Doo teira aos fins de semana). ticket-
mais de 1 500 metros quadrados da (acima), uma retrospectiva por es- master.com.br e bilheteria local. ß

20 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


CENAS DO FILME A GARIMPEIRA
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Camilla Gonçalves
em cena do filme
A Garimpeira

Montanhas de tesouro
Minidocumentário, disponível ao público neste fim de semana, narra as reflexões de uma
garimpeira profissional de roupas dos bazares e brechós da capital paulista Guilherme Queiroz
amilla Gonçalves, 30, por tom dos Looney Tunes”, lembra. ção, para propor o projeto. “A gente

C um tempo passou por vários


empregos: “Falava para o
meu pai: ‘Calma, vou achar
o lugar que quero ficar’”. Criadora
do brechó on-line Brechominante,
Natural da Zona Leste, passou parte se encontrou em outubro e em de-
da infância e adolescência entre a zembro estávamos filmando”, diz
capital e São José do Rio Preto, on- Laís. O minidocumentário leva o
de vive parte da família. “Meu pai é espectador para o Centro, registra
caminhoneiro, minha mãe, costurei- momentos do cotidiano e sessões de
@brechominante no Instagram, ra. Ele queria que eu trabalhasse em fotos para o brechó.
com quase 50 000 seguidores, a ro- uma multinacional, falasse três idio- De maneira sutil, o trabalho fala
tina e as reflexões da paulistana so- mas”, ri. Em 2019, saiu do último sobre a relação da empreendedora
bre o mundo do garimpo de roupas emprego formal, em uma agência de com o garimpo. “É um filme diver-
usadas são retratadas no minidocu- modelos, e mergulhou no negócio. tido, tem cinco minutos e se apre-
mentário A Garimpeira, lançado ao Até 2022 foram quase 1 700 pe- senta como um lugar de reflexão”,
público nesta sexta (1°). ças repassadas. As roupas do Bre- define Laís. Neste ano, a obra será
Entre empregos em lugares co- chominante foram fotografadas nos exibida na Holanda e Reino Unido.
mo agências de viagem e gradua- corpos de cerca de 90 modelos nos Entre as cenas, Camilla sobe em
ções nunca terminadas, a empreen- últimos dois anos. Os estilos são uma imensa pilha de roupas e resga-
dedora teve um estalo quando foi variados e cerca de 100 itens são ta uma calça brilhosa, em um bazar
trabalhar em 2015 em uma das lojas vendidos mensalmente. no centro histórico, o Hamuche En-
da Farm, a marca carioca, em Higie- A estética das redes xovais. “Isso é o que faz o
nópolis. Por um ano e meio, foi ven- sociais do negócio cha- Assista ao filme meu coração acelerar: ga-
dedora. “Comecei a vender itens do mou a atenção da diretora escaneando rimpar em uma montanha
meu guarda-roupa pelo Instagram. Laís Sambugaro, 25. “Sou o QR code de roupas. Antes de ir, eu
Tinha muita peça da marca.” cliente já faz tempo”, co- e a Singh Gedam (única
O negócio nasceu em 2016. menta. No ano passado, funcionária do negócio)
“Descobri o mundo dos bazares com começou uma conversa temos um ritual: mentali-
um amigo que me levou em um na com Camilla, após tempos zamos a Nossa Senhora do
Zona Sul onde encontrei um mole- ensaiando uma aproxima- Garimpo”, diz ela. ß

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 21


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LÉO RAMOS CHAVES/DIVULGAÇÃO


Linamara: máquinas
pessoais a preço viável
em cinco anos

Exoesqueleto em casa
Centro de reabilitação Lucy Montoro trará robôs de locomoção ao Brasil para criar um modelo
mais barato, incluir a tecnologia no SUS e permitir o uso doméstico Pedro Carvalho
té o final de setembro, São da Rede Lucy Montoro, professora
Equipamento
disponível em São
Paulo: só a versão fixa
A Paulo irá receber três exoes-
queletos usados para a loco-
moção de pessoas que per-
deram os movimentos: um modelo
francês, um chinês e um sul-
titular da USP e diretora de um cen-
tro da OMS especializado em rea-
bilitação. “Nosso primeiro objetivo
é disponibilizar unidades no SUS
em até três anos. Mas o exoesque-
coreano, que custam entre 60 000 e leto tem de ser como a esteira ergo-
200 000 dólares. A rede de reabili- métrica, que todo paciente de doen-
tação Lucy Montoro, instituição ças cardíacas pode ter em casa.
pública especializada nesses trata- Acho realista prever que, em cinco
mentos, vai importá-los para usá- anos, quem quiser poderá ter um
los nas clínicas e, principalmente, equipamento doméstico”, ela diz.
fazer pesquisas. O projeto é criar Não significa que será comum
um robô nacional mais barato nos ver pessoas na rua com os exoes-
próximos dois anos, incluí-lo nas queletos — afinal, não há ciência
sessões do SUS (que não conta com que dê jeito nos buracos das calça-
nenhum equipamento do tipo) e das paulistanas. Mas, ainda que
permitir que, em breve, os pacientes permitam apenas a locomoção em
tenham a tecnologia em casa. casa ou dentro de um condomínio,
“Iremos avaliar questões como os robôs seriam importantes na re-
a durabilidade e a segurança. Va- cuperação desses pacientes. “A au-
REDE LUCY MONTORO/DIVULGAÇÃO

mos aprender tudo sobre os robôs. sência da caminhada traz resultados


Tenho certeza de que conseguire- devastadores — e sentimos isso na
mos criar um modelo que custe en- pandemia. O SUS é capaz de prover
tre 50 000 e 80 000 reais”, afirma essa solução, se houver um modelo
Linamara Battistella, idealizadora mais barato”, conclui Linamara. ■

22 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


DIEGO ROMERO/DIVULGAÇÃO
CLUBE DE REVISTAS

Street: pista atenderá


a padrão internacional
e receberá estrelas

Novo point do skate


Pista com padrão internacional a ser inaugurada no Parque Cândido Portinari em setembro
fará do complexo o maior da capital segundo a Confederação Brasileira do Skate Clayton Freitas
que atualmente é só um ter- mesmo evento e também são aguar- dotada de paredes pequenas e maio-

O reno quase vazio que ilustra


a foto desta reportagem em
breve será a mais nova pis-
ta de skate do Parque Cândido Por-
tinari, na Zona Oeste. Anexa a uma
dados em São Paulo. “Além de ser
um parque com boa localização,
tem a questão de já existir lá um
equipamento de muito alto nível.
Com isso, forma-se um complexo
res, que podem chegar a 4 metros
de altura. A nova pista que está sen-
do construída terá obstáculos varia-
dos como corrimões, escadarias e
paredões, atendendo à modalidade
outra estrutura já existente, formará de muita relevância para a cidade de denominada street, por simular os
um complexo com 1 550 metros São Paulo”, diz Diogo Castelão, mesmos obstáculos que os skatistas
quadrados nos moldes dos padrões idealizador da plataforma STU. encontram nas ruas. Park e Street
internacionais, como os das pistas A cidade de São Paulo conta são as duas modalidades olímpicas
dos Jogos Olímpicos. Hoje o maior com outros complexos até maiores, — o skate tem várias outras diferen-
deles é o Skatepark do Parque Chá- como o do Parque do Chuvisco, na tes. “A parceria com a STU, além
cara do Jockey (Zona Oeste), com Zona Sul, com 2 170 metros qua- de fomentar o esporte e o lazer, dei-
1 365 metros quadrados. drados, porém não atendem aos pa- xa um grande legado para a popula-
Quem está bancando o investi- drões internacionais, segundo docu- ção ao trazer, de forma totalmente
mento de 1 milhão de reais é a pla- mento da CBSk (Confederação gratuita, uma pista de padrão inter-
taforma STU. A abertura já tem Brasileira de Skate) enviado ao Mi- nacional. Certamente o Parque Cân-
data marcada: entre os dias 22 e 24 nistério do Esporte. Além do Skate- dido Portinari vai se consolidar co-
de setembro, quando o complexo park do Parque Chácara do Jockey, mo um dos principais destinos dos
receberá a terceira etapa do circuito apenas a Vans Skate Park, pista que skatistas”, diz Eduardo Rigotto,
brasileiro de skate. Atletas olímpi- já existe no Cândido Portinari, figu- sócio gestor da Reserva Parques,
cos como Pedro Barros, Pedro Quin- ra na lista. A Vans atende à modali- concessionária que administra o
tas, Pâmela Rosa e Rayssa Leal já dade park, que tem formato similar Cândido Portinari e seu vizinho, o
participaram de etapas anteriores do a uma piscina irregular, já que é Villa-Lobos. ß

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 23


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Salão do japonês Maza e gelados do


Sorvetes Bárbaros: atrações desta sexta (1°)
no informativo enviado por e-mail (abaixo)
RICARDO DANGELO LIGIA SKOWRONSKI

Boletim apetitoso
VEJA SÃO PAULO lança sua newsletter semanal de s informações mais quentes
gastronomia com críticas, notas e reportagens produzidas
pela equipe de especialistas da publicação Saulo Yassuda A sobre a cena paulistana de ba-
res, restaurantes e afins são
disponibilizadas em mais um
canal para os leitores da Vejinha.
Além de já serem entregues na revis-
ta impressa, no site, nos aplicativos
GoRead e COMER & BEBER e nas
redes sociais da marca, VEJA SÃO
PAULO lançou, no último dia 18, sua
newsletter de gastronomia. O conteú-
do sobre o tema produzido pelos es-
pecialistas chega às caixas de e-mail
dos inscritos toda sexta-feira, e de
maneira gratuita, mesmo para não
assinantes da revista.
“Receber nosso boletim de notí-
cias é muito fácil. Basta preencher o
e-mail na seção Assine as Newsletters
da Vejinha, na home do site (vejasp.
abril.com.br)”, explica o editor sênior
Arnaldo Lorençato. O informativo é
batizado de COMER & BEBER,
mesmo nome do guia anual de gas-
tronomia da Vejinha, cuja 27ª edição
será lançada no próximo dia 28. “A
cada edição, fazemos uma seleção do
melhor de nossa produção semanal,
já que a newsletter é mais uma cura-
REPRODUÇÃO

doria do nosso roteiro gastronômi-


co”, diz Lorençato. ß

24 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


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Pistachio severo e nhoque de três raízes:


sugestões do Cascasse Il Mondo e do Caracolla

CLAYTON VIEIRA

A voz do público
Além dos críticos do guia anual COMER & BEBER,
CLAYTON VIEIRA

os leitores também escolhem seus endereços


gastronômicos favoritos Arnaldo Lorençato
este ano, a maior festa da gas- tes, bares e endereços de comidinhas para bar revelação, e os restaurantes

N tronomia paulistana aconte-


ce mais cedo. A premiação
dos campeões de 2023 do guia
VEJA SÃO PAULO COMER &
BEBER será em 28 de setembro em
em 35 categorias, definidos pela
equipe de gastronomia da Vejinha. A
votação popular permanece aberta
até as 12h de 15 de setembro e é a
chance de empresários, equipes e
vegetarianos/veganos Caracolla,
Carrito Organic e o Green Kitchen.
Também está na disputa o Fame,
restaurante italiano de Marco Ren-
zetti, campeão da categoria nos úl-
um evento fechado para convidados, clientes divulgarem seus queridinhos timos dois anos. Esse endereço en-
mas que poderá ser acompanhado por nas redes sociais e conquistar votos. frenta o Fasano e o Picchi. Entre as
todos os fãs da boa mesa no YouTube Mais uma vez, a edição vai tra- muitas novidades, uma delas rola
da Vejinha. No dia seguinte, a publi- zer mais de 500 estabelecimentos, em comidinhas: a estreia da catego-
cação anual começa a chegar às ban- que foram previamente visitados e ria chef expresso com Caio Yokota
cas e às casas de assinantes, além de avaliados pelos críticos da revista, e Victor Valadão (Mapu Baos e Co-
poder ser consultada no site e nos sempre de forma anônima e com as midinhas), Irina Cordeiro (Cuscuz
aplicativos da revista e GoRead. O contas pagas pela Editora Abril, que da Irina) e Tatiana Szeles (Marcha
leitor nunca fica de fora do guia e publica o guia. Entre os concorren- e Sai). Não perca tempo e vote nos
também pode escolher seus favoritos tes, estão os estreantes Cascasse Il seus preferidos. É no Blog do Lo-
entre os 105 finalistas de restauran- Mondo, Domo - Bar e KuroMoon, rençato, no site da Vejinha. ß

Noodle com legumes, receita que já passou


pelo Marcha e Sai, e o chef Marco Renzetti,
do Fame: casas indicadas ao prêmio
LEO MARTINS

LIGIA SKOWRONSKI

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 25


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Heitor Augusto e Simone Casena, da SulAmérica.


Ao centro, Andrea Abelleira, VP de publishing da Editora Stela Maris, gerente de comunicação da
Abril, e Alessandra Balles, editora-chefe da Vejinha Vivo, e Felipe Dantas, consultor de branding

Marca registrada
No coquetel de OS MAIS AMADOS DE SP, Vejinha entrega prêmios aos representantes
das empresas escolhidas como as mais queridas pelos paulistanos Guilherme Queiroz
xecutivos de 45 marcas recebe- em parceria com a plataforma bio Carvalho, publisher da Editora

E ram placas comemorativas em


celebração no terraço do Shop-
ping Light, no Centro. O espa-
ço Priceless Mastercard foi palco do
prêmio OS MAIS AMADOS DE
Mind Miners com mais de 5 800
paulistanos. “Parabenizo as marcas:
em meio a tantos concorrentes em
uma cidade como São Paulo, é uma
conquista ser lembrado desta forma
Abril. Bruno Rossini, diretor de co-
municação do QuintoAndar, elo-
giou a localização da premiação. “É
muito fácil relembrar por que você
ama a cidade quando a visualiza de
SP, dado após pesquisa da Vejinha pelos consumidores”, afirmou Fa- uma posição tão privilegiada.”

Christiane Citrângulo, diretora de marketing e fidelidade Fabio Carvalho, Ricardo Aguirre e Guilherme Aguiar, do
do Pão de Açúcar, e Carolina Altimeri publisher da Editora Abril Bandeirantes, no evento de 24 de agosto

O diretor da Urbia, Samuel Lloyd,


do Ibirapuera, com a edição do prêmio,
FLÁVIO MORET

Pelo Allianz Parque, Mike William e Rafael Beraldo Carlinhos Anhaia, do Villa Country que leva o parque na capa
FOTOS WANEZZA SOARES

26 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


CLUBE DE REVISTAS

Jessica Kalil e Sandra Souza, O restaurateur Gero Fasano, Lica Paiva, head comercial da Abril, com dr. Alberto D’Auria
da Alô Bebê, no coquetel do Grupo Fasano e Fabricio Duarte, representantes da Pro Matre

VENCEDORES
Casa de shows » Sala São Paulo
Teatro » Bradesco
Cinema » Cinemark
Livraria » Cultura
Casa noturna » Villa Country
Centro cultural/museu » Masp
Colégio/escola » Bandeirantes
Universidade/faculdade particular » Mackenzie
Estádio » Allianz Parque
Concessionária de veículos » Caoa
Hospital » Hospital Israelita Albert Einstein
Maternidade » Pro Matre
Parque » Ibirapuera
Supermercado » Pão de Açúcar
Produtos de beleza » O Boticário Soraya Corona,
Shopping center » Iguatemi Arnaldo Lorençato, editor-sênior da Vejinha, ao lado de diretora e cofundadora
Loja de brinquedos » Ri Happy Luiz Carlos Lemos e André de Almeida Ribeiro, do Mackenzie do Grupo Smart Fit
Pet shop » Cobasi
Loja para bebês e crianças » Alô Bebê
Joalheria » Vivara
Loja de materiais de construção » Leroy Merlin
Loja de móveis e decoração » Tok&Stok
Restaurante » Fasano
Lugar de lanches e doces » Z Deli Sandwiches
Bar preferido » Bar dos Arcos
Hotel » Ibis
Construtora/incorporadora » Cyrella
Laboratório de análises clínicas » Fleury
Farmácia/drogaria » Drogaria São Paulo
Escola de idiomas » Cultura Inglesa
Loja de artigos esportivos » Decathlon
Aplicativo de delivery » iFood
Operadora de telefonia » Vivo Dr. Edgar Gil Rizzatti e
FLÁVIO MORET

Convênio médico/plano de saúde » SulAmérica Tatiane Vasconcelos e Mario D’Andrea, João Paulo Maramaldo, que
Posto de combustível » Ipiranga que representaram O Boticário receberam prêmio pelo Fleury
Rede bancária » Itaú
Academia » Smart Fit
Locadora de veículos » Localiza
Empresa de mudança » Granero
Imobiliária » QUINTOANDAR
Spa/centro de bem-estar e estética » Spa L’Occitane
Cafeteria » Santo Grão
Roupa feminina/masculina » Zara
Comércio on-line » Mercado Livre
Praça de alimentação » MorumbiShopping

Thiago Pedroso e Rodrigo Rosa,


pela Leroy Merlin

O editor Pedro Carvalho com Carla Bittar e Lucas Giacomolli, representante


Alessandra Mincov, da Drogaria São Paulo do Teatro Bradesco

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 27


CLUBE DE REVISTAS
CONSUMO
Júlia Rodrigues

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Livro Cinema Explícito:
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Livro Viva a Vagina: Tudo que
R$ 27,84
Livro A Arte de Gozar: Amor,
de André Aciman. Representações Cinematográficas Você Sempre Quis Saber, de Nina Sexo e Tesão na Maturidade,
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28 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 Preços e produtos consultados em 29/8


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Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 29


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RestauRantes
Arnaldo Lorençato | [email protected]

FOTOS RICARDO DANGELO


Degustação com camarão cozido
na hora e sashimi com cogumelo:
preparações do chef Seiji

Um japonês
de categoria
Durante o dia, o Maza é banhado de luz natural. À noite, o
restaurante ganha um clima intimista, com iluminação suave. O que
não muda por lá é o trabalho do chef Willian seiji enokizono, que dá
expediente quase todos os dias nos dois horários. Desde que o restau-
rante foi aberto pelos irmãos thiago e Igor Yushimori em setembro de
2020, ainda durante o auge da pandemia, um par de chefs passou
pela cozinha. O menu só começou a aprumar com a chegada, em maio
do ano passado, de seiji, jovem talento de 26 anos que tinha como
experiência a faculdade em gastronomia em sorocaba e uma passa- de ciboulette picadinha. Os sushis, igualmente bons, podem reunir
gem pelo Imakay. nascido em Piedade, o profissional é adepto da culi- pescada-cambucu, barriga de olhete, carapau e pargo com manteiga
nária clássica sem deixar de dar um ou outro toque moderno às pre- de katsuobushi, que causa um agradável estranhamento ao paladar. e
parações. Minha sugestão para que se conheça o trabalho elaborado mais temaki de raspas de atum gordo com umeboshi, um camarão-
por ele é o omakassê (R$ 390,00), palavra que pode ser traduzida como -rosa cozido na hora de aplaudir, uni sobre o arroz enrolado na alga,
deixar nas mãos do chef. De massa sequinha, o tempurá de vieira en- wagyu nacional com karassumi ralado (nesse caso, predomina o sabor
volta em folha de shissô vem com limão-cravo tostado para regar a das ovas de tainha ralada, o que não é bom) e um cremoso atum gordo
delicada fritura. um guioza de lagosta, repolho e alho nirá sobre uma da nadadeira do bluefin espanhol. acabou? Vem ainda arroz de enguia
pasta de alho torrado e apimentado é regado por molho ponzu adicio- com mel e ciboulette enrolado num temaki. a sobremesa, deliciosa,
nado na mesa. a seleção de sashimis pode incluir o duo de akami mas quase nada oriental, é o bolo de cenoura ao estilo americano com
(atum magro) e um carapau sedoso de tão gordo com uma espécie de nozes-pecã e especiarias coberto por creme de yuzu e laranja-baía. Rua
picles agridoce de cogumelo shiitake desidratado, reidratado e cozido. Manuel Guedes, 243, Itaim Bibi, ☎ 23069849 (48 lugares).12h/15h e
traz ainda o ussuzukuri em lâminas bem finas de olhete com nabo ra- 19h/23h (sex. e sáb. até 0h, fecha dom.). ⑥ (R$ 70,00) → @ma-
lado, pimenta e raspas de tangerina ao molho ponzu com uma floresta zarestaurant. Aberto em 2020. $$$

síMbOlOs utIlIzaDOs nesta eDIçãO


Faixas de preço por pessoa $ até R$ 165,00 Cotações Fraco
← Péssimo Regular Serviço
Refeição com couvert, um prato $$ R$ 166,00 a 245,00 bom Whatsapp ② Delivery
de custo médio, sobremesa, $$$ R$ 246,00 a 430,00 Ótimo Rolha Retiradas
água mineral e serviço $$$$ a partir de R$ 431,00 excelente acessibilidade Instagram

30 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


CLUBE DE REVISTAS

TEMPERO
DA ÍNDIA
GUSTAVO STEFFEN/DIVULGAÇÃO

Quando conheci o Curry’s Culiná-


ria Indiana, a casa da Liberdade era
Comidas para levar e objetos da Mercearia Maravilha,
especializada apenas no thali, o pê-
sediada no Muquifo: novidades de Renata Vanzetto -efe à moda da Índia. Essa boa op-
ção, que pode ter o saboroso cama-
rão ao curry de tomate, cebola, alho,
Tudo para a mesa gengibre e creme de leite (R$ 70,00)
em versão executiva circundado por
Fica até repetitivo dizer, mas Renata como a torta ridícula, o bolo de ce- complementos como arroz, pão na-
Vanzetto, do Grupo Eme, não para. noura, molhos congelados para an, samosa, saladinha, daal de lenti-
Dessa vez ela está aprontando a massas, o molho de pimenta, o mo- lha e gulab jamun (bolinhas de leite
Mercearia Maravilha, no interior lho agridoce… “Tudo para levar para em pó) para a sobremesa, ganhou
de um de seus restaurantes de no- casa.” Os itens que podem ser enco- outros “colegas” de trabalho. São
me mais sugestivo, o Muquifo — só mendados estão na página mercea- novatos por lá os kebabs de frango
perde para o Mico em criatividade. riamaravilha.com.br ou no Insta- (R$ 48,00) e de cordeiro (R$ 50,00),
“O conceito é: comidas e coisas. A gram. “Tive um surto. É uma coisa um tantinho secos, é verdade, na
gente vende comida e coisas pra que sempre quis fazer. Estou aman- companhia de três tipos de chutney
servir comida… Louças, tudo desen- do. Foi o meu projeto mais demora- e uma salada de cenoura e cebola.
volvido por mim. E vou inaugurar do”, garante num áudio muito longo Outra inclusão é o cordeiro vindaloo
com site e tudo”, explica a chef-em- que me enviou e bem definiu como (R$ 62,00), ou seja, com curry de
presária. Junto com um ceramista, “podcast”. Mas ainda é preciso es- cebola, tomate e pimenta-do-reino
ela desenvolveu “as coisas” de me- perar. A Merceria Maravilha tem es- mais profusão de especiarias ao es-
sa. São peças como manteigueiras, treia marcada para 19 de setembro. tilo de Goa. Rua Thomaz Gonzaga,
além de toalhas e jogos americanos. Rua Bela Cintra, 1569 (entrada pelo 45c, Liberdade, ☎ 3132-0111. → ②
Para comer, os clientes vão encon- Muquifo), Cerqueira César. Não tem @currysculinariaindiana. $
trar várias versões de receitas ofere- telefone. → @mercearia.mara-
cidas em seus bares e restaurantes, vilha. merceariamaravilha.com.br.
ARNALDO LORENÇATO

Kebabs de frango e
LIGIA SKOWRONSKI

cordeiro: lançamento do
Curry’s Culinária Indiana

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 31


CLUBE DE REVISTAS
RESTAURANTES
RESTAURANTES
Arnaldo Lorençato | [email protected]

Extensão taiwanesa
O Mapu Baos e Comidinhas acaba de ganhar um restaurante. É mais um endereço
para os fãs da casa informal de comida popular taiwanesa. Fica na mesma Rua Áu-
rea, onde também está o irmão mais velho. Em funcionamento desde 22 de agosto,
o Aiô tem uma proposta um pouco mais gastronômica. O restaurateur Duilio Lin
encomendou aos chefs Caio Yokota e Victor Valadão, também do Mapu, um cardá-
pio criativo, que reúne pratos com uma visão moderna. Tomou o cuidado de enviar
a dupla de cozinheiros para uma viagem de pesquisa culinária em Taiwan, país de
nascimento de sua mãe, Jasmine Chen. O cardápio inclui a salada de tomate com
garum (molho de peixe), cogumelos, óleo picante de macadâmia, crocante de broto
de feijão e bolo de tomate (foto; R$ 40,00) e moules frites com douchi (feijão-preto
fermentado) ao óleo de manjericão (R$ 75,00). A conferir. Rua Áurea, 307, Vila Ma-
NANI RODRIGUES/DIVULGAÇÃO
riana, 5083-4778. → aiorestaurante.com.br. $

Masterchef no comando
Não vai ser dessa vez que Fernanda Oliveira (foto), segun-
OTAVIO DE SANCTIS ARQUITETURA/DIVULGAÇÃO

da colocada na edição 2022 do reality culinário Master-


Chef Brasil vai ter um cardápio para chamar de seu. O
projeto do Benjamina, restaurante que estava sendo mon-
tado em Pinheiros, passou por uma mudança grande,
inclusive de nome (é agora Othê), e ela decidiu se desligar
do negócio. “Não estava dando certo”, diz a neocozinheira
profissional. A demora fez com que ela aceitasse o convi-
te do chef e sócio do Imma, Marcelo Giachini, para tocar
o dia a dia da cozinha da casa de culinária variada do Itaim CARNES
Bibi. A conferir. Rua Emanuel Kant, 58, Jardim Europa, ☎
3064-6250. @immarestaurante. $$
NO PARAÍSO
Desde a última quarta (30), a rede de rodízios NB Steak tem mais uma
unidade paulistana – é a quinta na capital e a nona no país. O lugar escolhi-
do pelo restaurateur Arri Coser para levar a seleção de cortes nobres é o
Paraíso, em um trecho da Alameda Santos, pertinho de instituições como
o Sesc Paulista, a Japan House, o Instituto Itaú Cultural e a Casa das Rosas.
Por R$ 220,00 é possível saborear em um salão ajardinado carnes que não
rodopiam num espeto, exceções da picanha e da fraldinha. Em pratos de
louça e ao apetite do cliente, chegam cortes como a costela, o bife ancho,
o assado de tira, a paleta de cordeiro e uma seleção de linguiças. Também
vêm à mesa as saladas e as guarnições. Para quem não resiste a um doce,
ARNALDO LORENÇATO

o sedoso pudim de leite (R$ 25,00) está entre os melhores da cidade – ao


menos nas outras unidades. A conferir. Alameda Santos, 322, Paraíso, ☎
96590-0810. → nbsteak.com.br. $$$

BAIXE O APP DO COMER & BEBER


E ESCOLHA O SEU ESTABELECIMENTO
32 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023
CLUBE DE REVISTAS
VINHOS
Marcelo Copello

Bordeaux: quando abrir a sua garrafa?


Para quem coleciona grandes vinhos de Bordeaux, saber a hora A generalização é quase impossível, no entanto, vou me arriscar
de abri-las é fundamental. Uma pergunta que sempre me fazem a sugerir uma ordem para abrir seu Bordeaux, nome da região de
é se um determinado rótulo está no ponto certo ou deve ser longo histórico de vinhos de guarda e com uma grande consis-
guardado mais tempo. A resposta se baseia sempre no histórico tência entre os rótulos mais famosos e de classificação mais alta,
da região, do vinho e, principalmente, na safra. É importante fri- como os Grands Crus. Segue minha indicação de ordem crono-
sar, contudo, que a maioria chega ao mercado pronta para ser lógica do que abrir de 1980 a 2020, aplicada principalmente aos
apreciada. Uma pequena parcela apenas de fato se beneficia dos grands crus da margem esquerda, o médoc e suas sub-regiões:
anos de guarda, em garrafa. > Beber já, decaindo: 1980, 1981, 1984, 1987, 1992, 1991, 1993, 1994,
A região dos mais notórios vinhos de guarda no mundo é jus- 1983, 1985, 1982, 1988, 1997.
tamente Bordeaux. A estrutura tânica e a acidez de seus gran- > Apogeu (abrir nesta ordem): 2002, 2007, 1999, 1986, 1990, 1989.
des vinhos, principalmente os com maior proporção de caber- > Demais safras (ordem sugerida): 2001, 1995, 1996, 1998, 2003,
net sauvignon nos blends, faz com que eles possam melhorar 2004, 2006, 2013, 2000, 2008, 2012, 2009, 2005, 2011, 2014, 2017,
muito se mantidos na adega por alguns anos. A qualidade e 2010, 2015, 2019, 2020, 2018, 2016.
características de cada safra determinam esta estimativa de Sim, o mundo do vinho é curioso. Notem que sugiro beber o 2013
tempo de evolução. Por exemplo, um ano mais frio pode de- antes do 2000. Lembro que há uma margem de erro grande
terminar acidez maior na bebida, aumentando a longevidade. sempre que tentamos generalizar e ressalto que a sugestão aci-
Por outro lado, um ano chuvoso pode diluir a concentração, ma é para os Bordeaux de gama média e alta. Os vinhos de en-
tornando o vinho pronto mais cedo. trada são quase invariavelmente para consumo imediato.

CHÂTEAU GRAND-PEY-LES- pode-se abrir agora, mas temgião do Médoc, margem direi- dar de médio corpo, taninos
COURS 2014. Da AOC Saint- capacidade de evoluir por ta de Bordeaux, tem a classifi- macios, boa acidez. Beber
-Émilion Grand Cru, elabora- mais de cinco a sete anos. cação de Cru Bourgeois. Elabo- agora ou guardar até mais cin-
do com merlot (70%), caber- R$ 349,90, na Evino. rado com cabernet sauvignon co anos. R$ 258,71, na Wine.
net franc (25%) e cabernet e merlot. Rubi escuro. Aroma
sauvignon (5%), sem madeira. CHÂTEAU LA RAZE BEAU- de frutas como amora e mo- CHÂTEAU MOULIN DELILLE
Cor rubi escura. Aroma fruta- VALLET 2019. Do produtor rango, couro, especiarias, alca- 2012. Da sub-região de Saint-
do, framboesa, tabaco, grafi- Maison Ginestet, da sub-re- çuz, flores, nota terrosa. Pala- -Estéphe, na margem esquer-
te, couro. Paladar de bom da de Bordeaux. Elaborado
corpo, boa acidez, taninos com merlot, cabernet sauvig-
ainda levemente presentes. Já non e petit verdot. Cor grana-
pronto para beber. R$ 299,90, da entre clara e escura. Aroma
na Evino. de frutas vermelhas, cerejas,
madeira nova, baunilha, taba-
CHÂTEAU HANNETOT 2016. co, couro, coco. Paladar de
Da sub-região de Pessac-Léog- médio corpo, taninos leve-
nan, na margem direita de Bor- mente presentes, acidez equi-
deaux. Elaborado com merlot, librada. Já pronto para beber.
cabernet sauvignon e cabernet R$ 199,90, na Evino.
franc, amadurece onze meses
em barricas de carvalho. Cor Compre aqui
rubi escura. Aroma de frutas
negras maduras, cassis, couro,
madeira, especiarias, pimenta.
Paladar de bom corpo, taninos
FOTOS DIVULGAÇÃO

maduros, acidez equilibrada.


Da excelente safra de 2016,

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 33


CLUBE DE REVISTAS
BARES
Saulo Yassuda

FOTOS LIGIA SKOWRONSKI


Um boteco-restaurante
Casal bom de fogão, os chefs Júlia Tricate e Gabriel Coelho inauguraram a
terceira casa na cidade. Depois de montarem o restaurante De*Segunda, no Itaim
Bibi, em 2021, e o boteco De*Primeira, na Vila Madalena, em 2022, tocam no imó-
vel em frente ao botequim o Quintal De*Primeira, que funciona desde junho
como um híbrido dos dois estabelecimentos anteriores: é um bar de boa cozinha,
além de funcionar como extensão do vizinho. O ambiente, se forçarmos um tiqui-
nho, lembra até um quintal caseiro, com seu piso desgastado e algumas lampa-
dinhas em fios. O grande diferencial é a presença de uma grelha a carvão, de onde
sai a linguiça de cordeiro picante servida sobre homus de feijão-fradinho, substi-
Jabuticabete e bife ancho suíno com banana à milanesa:
tuído agora por grão-de-bico, com picles de cebola-roxa (R$ 39,00) e o bife ancho
extensão do boteco De*Primeira, com área arejada suíno macio (R$ 40,00), apresentado com banana à milanesa e vinagrete. A boa
polenta frita com parmesão (R$ 28,00) pode fazer as vezes de entrada ou de ape-
ritivo, assim como as tiras de filé de peixe abrótea empanados e fritos para “chu-
char” no creme de espinafre (R$ 38,00). A comilança é acompanhada de chope
(R$ 12,00) ou cervejas long neck (a partir de R$ 12,00), mas há também uma seção
de drinques. O jabuticabete (mix de cachaças, limão-taiti, xarope de jabuticaba e
aquafaba; R$ 28,00) agradou mais que a caipirinha de tangerina tostada na brasa
(R$ 22,00), que precisava ser mais bem misturada. Rua Aspicuelta, 268, Vila Ma-
dalena, ☎ 3819-8682 (52 lugares). 12h/23h (sex. e sáb. até 0h; dom. até 19h; fecha
ter.). → @deprimeira.quintal. Aberto em 2023.

Som nas alturas


Vem aí o Matiz, na cobertura do Edifício Carlos Rusca, ou o 11º andar, na Rua Martins Fontes. A
música vai ser a espinha dorsal do bar, com previsão de abertura na terceira semana de setembro.
A atração do local será a chamada sala de audição, com um investimento em tratamento acústico
— contribui, assim, para aumentar o número de bares para audiófilos na cidade, como os novos
D mo Bar e Elevado Conselheiro. Além dos DJs, músicos e especialistas que vão selecionar as mú-
sicas da noite, o espaço vai receber bandas. “Você vai ouvir jazz, soul, disco, boogie, brasilidades,
mas não vai ouvir sertanejo ou forró — não somos tão ecléticos”, confessa o sócio Yuri Mendonça,
que faz a curadoria da programação musical de bares da cidade. Ele está à frente do negócio junto
de Caio Maddalena e Lucas Góngora. A casa não será uma balada, mas nada impedirá que a galera
se levante para dançar. “Queremos levar uma experiência de você estar num bar ouvindo música
como se estivesse em um estúdio.” No terraço (projeção em 3D ao lado), onde o som não será o
protagonista, ficarão grupos maiores, e a vista é para o Copan. O menu de comes foi criado com a
consultoria do chef Julian Rigo e a carta de drinques, pela bartender do ano por VEJA SÃO PAULO
COMER & BEBER 2022 Chula. A conferir. Rua Martins Fontes, 91, Centro. → @matizbarsp.
PAULO CALDEIRA/DIVULGAÇÃO

34 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


CLUBE DE REVISTAS
COMIDINHAS
Cintia Oliveira

Sabores da Amazônia
Inaugurada em 2016 em Manaus, a que teve seu primeiro contato com produ- Nordeste), sem leite, revela-se mais azedi-
Sorvetes Bárbaros, conhecida pelas re- tos da Amazônia ainda em São Paulo, nho. Também são atraentes as opções
ceitas preparadas com ingredientes ama- quando trabalhou no extinto restaurante sazonais como tucupi negro e chocolate
zônicos, transferiu-se para a capital pau- 72, de um então jovem promissor chama- defumado com pimenta jiquitaia – ambos
lista em setembro do ano passado, quan- do Alex Atala. A vitrine reúne dezesseis surpreendentes. Embora saborosos, al-
do o simpático casal formado pelo ma- sabores (a partir de R$ 12,00, uma bola), guns dos sorvetes poderiam ser mais cre-
nauara Maurício Pardo e a cozinheira entre versões típicas ou mais corriqueiras, mosos. A casa, infelizmente, não trabalha
paulistana Milene Ribas decidiu viver na como doce de leite. Enquanto o de cuma- com casquinha. Em compensação, o topo
cidade. Na loja, localizada em Perdizes, é ru tem gostinho delicado, o de castanha- de cada copo é adornado por um crocan-
Pardo quem se encarrega do atendimen- -do-pará, chamada ali de castanha-da- te biscoito dos bons. Rua Caiubi, 1461,
to. Além de oferecer provinhas, ele explica -amazônia, é mais doce, entremeado de Perdizes. Não tem telefone (8 lugares).
com entusiasmo sobre cada um dos sabo- praliné feito do fruto seco. O sorbet de 12h/19h (fecha seg.) → @barbaros-
res. As receitas ficam a cargo de Milene, taperebá (ou cajá, como é conhecido no sorveteria. Aberto em 2022.

Milene Ribas e Cumaru e chocolate com pimenta


Maurício Pardo: jiquitaia: inspiração no Norte
a autora das
receitas e o
responsável pelo
atendimento
FOTOS LIGIA SKOWRONSKI

No sobrado ao lado
No início de agosto, a rotisseria Petit Comité Rotiserrie mu- refeições rápidas”, promete a banqueteira Rita Atrib. Entre 2016
dou de endereço. Deixou o número 763 da Rua Gaivota, em e 2020, ela chegou a manter os dois endereços, um dedicado
Moema, e passou a ocupar o imóvel ao lado, no 779. Com van- à rotisseria e outro onde servia almoço, mas acabou devolven-
tagem, o sobrado tem 40 metros quadrados a mais que o vi- do o imóvel durante a pandemia. “Os valores dos aluguéis
zinho, o que vai reduzir o “congestionamento” na loja aos fins aumentaram muito no bairro e, desta vez, não tivemos como
de semana. “Com mais espaço, pretendo ter kits para pegar e manter as duas casas”, explica. Rua Gaivota, 779, Moema, ☎
levar, itens de mercearia e, se tudo der certo, voltar a servir 2359-0771. → ② @petitcomiterotisserie.

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 35


CLUBE DE REVISTAS
FILMES E SÉRIES
Barbara Demerov

DOCUMENTÁRIO

MEMÓRIA COLETIVA
Existem três vértices principais em Retra- Luiz e é registrado pelas câmeras. E, mesmo para
tos Fantasmas, novo documentário de Kleber Men- quem mora em São Paulo, distante mais de 2 500 km
donça Filho (Aquarius e Bacurau), atualmente nos de onde foram registradas as cenas, é fácil se identi-
cinemas: a história pessoal do diretor, as antigas salas ficar com o contexto todo. Afinal, a soma de vertica-
de exibição de filmes no centro do Recife, e o passar lização do espaço urbano, abandono da região cen-
dos anos na capital pernambucana. Ao falar de si, tral e transformação da paisagem são também uma
Kleber alcança o passado de uma cidade toda, a he- realidade bastante presente por aqui. Para além da
rança cultural que ela carrega e, claro, o impacto do reflexão social, fala mais alto o amor pelos filmes e
cinema nisso tudo. Tal conexão, que vai do pessoal como eles ajudam a formar uma memória comum.
ao coletivo de forma natural, é tratada de maneira Em tempos nos quais a experiência de frequentar um
bem-humorada e com riqueza de imagens de arqui- cinema de rua fica cada vez mais rara, Retratos Fan-
vo, coletadas ao longo das décadas. Além dos cine- tasmas é um registro importante de que estes são
mas, que são personagens completos, há pessoas locais a serem preservados. “É muita história”, define
como Alexandre, que foi projetista do cinema São o cineasta, durante sua sensível narração. E é mesmo.

Fachada do cinema São Luiz,


em Recife: personagem do filme
JOÃO CARLOS LACERDA/DIVULGAÇÃO

36 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


CLUBE DE REVISTAS

Zoe Saldaña e Nicole Kidman:


boa série de ação
RAMONA ROSALES-PARAMOUNT+/DIVULGAÇÃO AÇÃO E GUERRA

ENCONTRO DE LEOAS
Joe, militar linha dura (interpretada por Zoe exército, onde se destaca pela força física e psicológi-
Saldaña, de Guardiões da Galáxia), é a protagonista ca. O relacionamento cheio de atritos entre as perso-
de Operação: Lioness, série do Paramount+. Sem nagens é o principal catalisador da trama, já que uma
interesse em se fazer de simpática nem mesmo com a precisa aprender a confiar na outra para fazer dar cer-
própria filha adolescente, ela comanda seus subordi- to uma perigosa missão: Manuelos tem de se infiltrar
nados com a mesma rigidez. Tal comportamento é na família de um terrorista e descobrir seus segredos.
requisito básico para lidar com as decisões que fazem A tensa série criada por Taylor Sheridan (de Yellowsto-
parte de sua rotina de trabalho, à frente de um esqua- ne e Tulsa King, outros dois sucessos do mesmo strea-
drão envolvido nos conflitos do Oriente Médio. A mais ming) não economiza em cenas de violência, chutan-
nova integrante do time é Cruz Manuelos (Laysla de do para longe qualquer clichê de atrações estreladas
Oliveira, canadense de família brasileira), ex-dançarina por mulheres. Nicole Kidman e Morgan Freeman têm
que foge de um relacionamento abusivo e vai parar no participações especiais ao longo da temporada.

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 37


CLUBE DE REVISTAS
FILMES E SÉRIES

Isis Valverde
encarna Ângela
Diniz em longa
CINEMA NACIONAL

Crime marcante
Ao contrário do que o título possa indicar, Ânge- nagem, mas fica limitada a um cenário de sofrimento.
DIVULGAÇÃO

la, destaque do 51º Festival de Gramado que chega Não há escapatória diante de poucas locações (em
aos cinemas dia 7 de setembro, não é um filme espe- especial, a casa na Praia dos Ossos, no Rio de Janeiro),
cificamente sobre a socialite mineira Ângela Diniz. A assim como há pouquíssimas chances para que sua
história gira em torno dos últimos meses de vida da Ângela seja algo além da vítima de rótulos da alta so-
mulher, que foi assassinada de forma brutal em de- ciedade e da desconfiança do companheiro. Questões
zembro de 1976, aos 32 anos. Porém, o que move toda pessoais, como a dificuldade em obter a guarda dos
a trama dirigida por Hugo Prata (de Elis) é o relaciona- três filhos (fruto de seu casamento de dez anos com
mento abusivo entre Ângela e Raul Fernando do Ama- Milton Villas Boas), também permeiam a rotina da pro-
ral Street, o assassino conhecido como Doca Street. tagonista. O drama de uma mulher cheia de vida é
A narrativa acompanha a relação do início ao fim – abordado com atenção, mas, para aqueles que já sa-
desde a atração quando Raul ainda era casado até o bem o desfecho que se aproxima, o resultado final
declínio da paixão, que se tornou extremamente vio- apenas diz respeito ao que Doca Street fez com Ânge-
lenta muito rápido. Na pele de Ângela, Isis Valverde se la, e não ao que Ângela fez em vida. Uma cinebiografia
dedica a demonstrar o máximo de nuances da perso- triste e restrita às marcas do feminicídio.

38 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


CLUBE DE REVISTAS

DRAMA

Uma longa amizade


Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Can- mundo. No entanto, acontecimentos familiares sem-
nes em 2022, o drama As Oito Montanhas é uma boa pre os aproximam de tempos em tempos. Em mais de
opção reflexiva que chegou aos cinemas. E a experiên- duas horas de projeção, é inevitável se sentir próximo
cia, que se passa em um cenário belíssimo nos Alpes dos protagonistas, que dividem segredos, sonhos e
Italianos, definitivamente vale a pena. O casal de dire- receios ao longo dos anos. Já na idade adulta, Bruno e
tores Felix Van Groeningen e Charlotte Vandermeers- Pietro decidem construir uma casa em frente a uma
ch comandam uma história centrada em dois grandes das montanhas favoritas da dupla – algo que escanca-
amigos: Bruno (Alessandro Borghi) e Pietro (Luca Ma- ra suas diferenças e semelhanças na mesma medida.
rinelli). Enquanto o primeiro dedica sua vida às mon- Van Groeningen, que dirigiu o belíssimo Alabama
tanhas que o cercam e nunca quis morar em outro Monroe em 2012, reafirma seu talento para narrar tra-
lugar, o segundo é mais independente e viaja pelo jetórias íntimas de um jeito próprio.

As Oito Montanhas:
drama reflexivo

REPRODUÇÃO/PRIME VIDEO

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 39


CLUBE DE REVISTAS
FILMES E SÉRIES

ANIMAÇÃO

Para toda
a família
As Tartarugas Ninja nunca ficaram muito ao carisma já conhecido do elenco principal. Na
tempo longe das telas. Em 2014 e 2016, o grupo trama, as tartarugas adolescentes passaram anos
formado por Leonardo, Donatello, Raphael e Mi- afastadas do mundo humano, mas decidem sair
chelangelo ganhou live-actions nos cinemas com a do esgoto e conquistar o coração dos nova-iorqui-
atriz Megan Fox, mas os exemplos vão até os anos nos após um inimigo obscuro começar a atacar a
90, com o filme dirigido por Steve Barron que diver- cidade diversas vezes. A nova amiga do quarteto, a
tiu o público em muitas Sessões da Tarde. Em 2023, aspirante a jornalista April O’Neil, passa a ajudá-los
o foco retorna à animação em As Tartarugas Nin- especialmente quando um grupo de mutantes
ja: Caos Mutante, que já está em cartaz e deve ameaça a paz de todos. O elenco de dubladores é
agradar a diferentes gerações. O estilo marcante no diverso: Jackie Chan, Nicolas Cantu, Brady Noon,
desenho dos personagens e dos cenários é, sem Micah Abbey, Shamon Brown Jr., John Cena, Ayo
dúvidas, o maior atrativo. Com cores fortes e traços Edebiri, Seth Rogen, Paul Rudd, Ice Cube e Rose
fora do convencional neste gênero, o visual se une Byrne emprestam suas vozes.

As Tartarugas Ninja
retornam em nova animação
PARAMOUNT PICTURES/DIVULGAÇÃO

40 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


CLUBE DE REVISTAS

Romance LGBT no streaming


não cativa como o esperado
REPRODUÇÃO/PRIME VIDEO NO PRIME VIDEO

FALTA TEMPERO
Reflexo da maior diversidade nas telas Perez), filho da primeira mulher presidente
do streaming e do cinema, romances LGBT- dos Estados Unidos (Uma Thurman), e o
QIAPN+ ganham cada vez mais espaço no príncipe britânico Henry (Nicholas Galitzi-
audiovisual. Um exemplo recente é Verme- ne), o ritmo do longa é um tanto insosso.
lho Branco e Sangue Azul, filme disponí- Ainda que o relacionamento dos jovens
vel no Prime Video adaptado do livro ho- cative por essa atração inesperada e um
mônimo. A obra original fez tanto sucesso tanto explosiva, o andamento do relaciona-
em 2019, ano de sua publicação, que não mento possui reviravoltas nada empolgan-
demorou muito para que a história de amor tes. O contraste entre a democracia norte-
entre Alex e Henry fosse parar em outra mí- -americana e a realeza britânica, em teoria,
dia. O grande porém é que o filme, dirigido seria o fator mais instigante do longa pelo
por Matthew Lopez, carece de elementos fato de os países serem tão diferentes. Mas
que envolvam o espectador de forma mais não é bem isso o que acontece. O resultado
espontânea. Tudo parece fictício demais. é uma comédia romântica que tinha tudo
Apesar da boa química entre os persona- para se destacar, mas não acabou sendo
gens Alex Claremont-Diaz (Taylor Zakhar tão cativante como o esperado.

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 41


CLUBE DE REVISTAS
CRIANÇAS
Júlia Rodrigues

Bonecos:
técnica chinesa

MARCO AURÉLIO OLIMPIO/DIVULGAÇÃO

Retrospectiva
animada Dúvida humana
Por que existimos? Essa é a pergunta que permeia A Grande Questão,
No início dos anos 2000, o Grupo Sobrevento, trupe que estreia neste sábado (2) no Sesc Belenzinho. A nova peça da Cia. De
especializada em teatro de bonecos famosa pelo espe- Feitos não pretende trazer respostas, mas sim envolver as crianças em
táculo Cadê Meu Herói?, desaparece sem deixar ne- cenas lúdicas protagonizadas por seres variados, que demonstram suas
nhuma pista. Moradores espalham cartazes pelas cida- interpretações do mundo, como o padeiro, o jardineiro, o pai, a mãe, o
des, enquanto importantes personalidades da classe gato e o soldado. Todos eles são representados a partir de construções
teatral cobram respostas às autoridades. Essa é a his- imagéticas feitas pelo elenco com objetos cênicos, gestos e projeções. A
tória de Cadê o Sobrevento?: Vinte Anos Depois, trama não possui falas e é costurada pelas canções com letras da dupla
que estreia na próxima quinta (7) no Sesc Pompeia. A de músicos Paula Mirhan e Rui Barossi. A direção é de Carlos Canhamei-
trama metalinguística resgata as donzelas e os cavalei- ro (55min). Livre. Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho,
ros de Cadê Meu Herói?, que estreou em 1998, fazendo ☎ 2076-9700. → Sáb. e dom., 12h (haverá sessões extras em 7 e 8/9).
uma restrospectiva do que aconteceu com eles, com R$ 25,00 (crianças até 12 anos não pagam). Até 1º/10. sescsp.org.br.
o Sobrevento e com o mundo, passadas duas déca-
das. Como no espetáculo original, a montagem é assi-
nada pelo dramaturgo argentino Horácio Tignanelli e
utiliza os bonecos de luva chineses. A técnica foi ensi-
nada ao grupo por Yeung Fai, artista chinês pertencen-
te à quinta geração de uma família de marionetistas, e
permite que os personagens façam movimentos com-
plexos, como dar cambalhotas e estrelas, dançar com
SERGIO SANTOS MIRANDA/DIVULGAÇÃO

um leque e até servir um chá (foto). A direção é mais


uma vez de Luiz André Brasil Cherubini, que se une aos
manipuladores Agnaldo Souza, Maurício Santana e
Sandra Vargas (50min). Livre. Sesc Pompeia — Teatro.
Rua Clélia, 93, Pompeia, ☎ 3871-7700. → Sex. e sáb., Paula Mirhan e Rui Barossi:
20h. Dom., 17h. R$ 25,00. Até 1º/10. sescsp.org.br. música que costura as cenas

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Escorregador e demais
brinquedos: no shopping
BOURBON SHOPPING SÃO PAULO/DIVULGAÇÃO

ANIMAIS AO RESGATE
Os cachorrinhos destemidos da famosa série rinho Marshall, que simula o carro de bom- ças. Ainda, a turma da Patrulha Canina vai
de televisão são o tema da Arena Patrulha beiro do personagem e possui uma manguei- ganhar um novo filme previsto para estrear
Canina no Bourbon Shopping São Paulo. A ra de ar para derrubar placas com desenhos no Brasil em outubro. Livre. Bourbon Shop-
atração simula o ambiente de uma cidade, de chamas, um pebolim e uma mesa para ping São Paulo, ☎ 4004-1828. → Todos os
onde estão brinquedos como um escorrega- colorir. A diversão acontece em sessões de 20 dias, 12h/20h. Grátis. Até 10/9. @bourbonsho-
dor em formato de torre de comando, o Car- minutos, com capacidade para até 15 crian- ppingsp..bourbonshopping.com.br.

Capa do livro: LEGADO


vida e obra da
cantora carioca DA MUSA
Elza: a voz do milênio (VR Editora, 48 págs., R$ 57,67)
apresenta a trajetória da cantora carioca Elza Soares
(1930-2022) às crianças. Na biografia, Nina Rizzi perpassa
os momentos mais importantes da vida da artista, da
Compre aqui infância pobre na Favela da Moça Bonita, no Rio de Janei-
ro, ao estrelato na década de 60. A autora enfatiza fatos
menos conhecidos sobre a artista, como o sequestro de
/DIVULGAÇÃO

sua filha e o reencontro trinta anos depois, na década de


80, além de sua luta pela igualdade racial no país. As ilus-
VR EDITORA

trações de Edson Ikê envolvem os pequenos leitores no


mergulho ao passado. Rec. a partir de 9 anos.

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 43


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TEATRO
Júlia Rodrigues

Só no improviso
Espetáculo de improviso com atores do Porta dos Fundos e convidados, Portátil
faz uma curta temporada na capital entre quinta (7) e domingo (10), no Teatro Li-
berdade. Em cena, Gregório Duvivier, João Vicente de Castro, Luciana Paes e Rafael

DANIEL BARBOZA/DIVULGAÇÃO
Queiroga criam uma história do zero a partir das poucas informações que um in-
tegrante da plateia fornece. A trilha sonora também é composta na hora pelo mú-
Gregório Duvivier, João Vicente de sico Andrés Giraldo. A direção é de Barbara Duvivier (70min). 12 anos. Teatro Liber-
Castro e Luciana Paes: humor dade. Rua São Joaquim, 129, Liberdade, ☎ 91423-8141. → Qui. (7) a sáb. (9), 21h.
Dom. (10), 18h. R$ 70,00 a R$ 200,00. teatroliberdade.com.br.

3 perguntas para
Jarbas Homem de Mello
O ator Jarbas Homem de Mello estreia Uma das críticas que o filme rece-
nesta sexta (1º), no Teatro Santander,

JOÃO CALDAS FILHO/DIVULGAÇÃO


be atualmente é sobre a aborda-
como o galã Edward Lewis em Uma gem machista. O que acha disso?
Linda Mulher. O ator, que vive o perso- Não podemos esquecer que estamos
nagem interpretado por Richard Gere retratando uma época. Na adaptação Parte do elenco de Sueño:
no filme de 1990, faz par romântico teatral, os autores deixaram a Vivian agora no palco italiano
com Thais Piza, que encarna Vivan muito mais empoderada. Ela não preci-
Ward, papel que levou Julia Roberts ao
sucesso mundial.
sa de homem para defendê-la, ela se
defende sozinha. Ela sonha com um NOITE
O que os fãs do filme podem
grande amor, mas não com um cara que
a sustente, ela quer voltar a estudar e ter
NO CHILE
esperar do musical? as rédeas da vida dela. Vencedor do prêmio APCA (Associação
Eles vão rever muita coisa. A adapta- Paulista de Críticos de Artes) em 2021
ção é muito fiel ao filme, tem a mesma na categoria espetáculo presencial,
história, as mesmas roupas icônicas da Sueño faz nova temporada, desta vez
Julia Roberts. Só não temos as mesmas no Itaú Cultural. Escrita e dirigida por
locações, já que é teatro, mas as con- Newton Moreno, a peça que estreou
venções teatrais foram muito bem fei- naquele ano nos jardins do Teatro João
tas pelo diretor Fred Hanson. É para Caetano ganha agora uma versão para
matar a saudade, mesmo. palco italiano. A trama é ambientada
em 1973, em Santiago, no Chile, onde
Como as músicas se relacionam uma trupe de teatro ensaia Sonho de
com a história? Vai ter Pretty uma Noite de Verão, de Shakespeare.
Woman, de Roy Orbison? Entre os integrantes do grupo, está um
Sim. Pretty Woman é referenciada du- casal de militantes que precisa fugir do
rante todo tempo e também cantamos país devido à perseguição da ditadura
no final. As músicas compostas pelo (150min, com intervalo). 16 anos. Itaú
Bryan Adams são um acerto, porque Cultural. Avenida Paulista, 149, ☎
CAIO GALLUCCI/DIVULGAÇÃO

são baladas românticas, com aquela 2168-1777. → Qui. a sáb., 20h. Dom. e
sonoridade dos anos 80. Os fãs do fil- feriados, 19h. Grátis (ingressos disponi-
me, do Bryan Adams e dos anos 80 bilizados na semana anterior à sessão
vão se deliciar. no site). itaucultural.org.br.

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SHOWS
Tomás Novaes

Juntos AINDA DÁ TEMPO


A edição de estreia do festival

essa noite
Sidney Magal subirá no palco do Tokio Marine
The Town acontece no Autó-
dromo de Interlagos neste final
de semana, com shows nos
dias 2, 3, 7, 9 e 10. O americano
Hall no próximo dia 15 com o novo show Magal Bruno Mars (3 e 10) e a banda
Dual. Com direito a orquestra e bailarinos, o Foo Fighters (9) são os headli-
espetáculo contará com os sucessos das mais ners dos dias esgotados, mas
de cinco décadas de carreira do cantor carioca, ainda é possível adquirir bilhe-
como Sandra Rosa Madalena “A Cigana”, tes para conferir nomes como
Amante Latino, Me Chama que Eu Vou e a ines- Post Malone, Demi Lovato e
quecível Meu Sangue Ferve por Você. Aos 73 Criolo, neste sábado (2), e Ma-
anos, o artista está de volta aos palcos após roon 5, Ludmilla e Angélique
uma internação entre maio e junho, em decor- Kidjo, na próxima quinta-feira
rência de uma crise de hipertensão arterial. (7). The Town. Autódromo de
Restam poucos ingressos. 16 anos. Tokio Mari- Interlagos, Portão G. Avenida
ne Hall. Rua Bragança Paulista, 1281, Chácara Jacinto Júlio, 27, Cidade Dutra.
Santo Antônio, ☎ 5646-2153. → Sex. (15), 22h. → Sáb. (2), dom. (3), qui. (7),
R$ 140,00 a R$ 240,00. tokiomarinehall.com.br. A beninense Angélique Kidjo:
sáb. (9) e dom. (10), 14h/2h. R$
atração do palco The One 815,00 (dias 3, 9 e 10 estão es-
MARC ARTHUR/MGN ARTS STUDIOS/DIVULGAÇÃO
gotados). thetown.com.br.

Dose dupla
O goiano Murilo Huff se
apresentará no Villa
Country na quarta-feira
(6), véspera de feriado.
Um dos principais nomes
da nova geração do serta-
nejo, o cantor e composi-
tor levará um repertório
de hits, como Dois Enga-
nados e Quem Tá Pegan-
do. A banda Traia Véia,
formada por Edu Araújo,
Dario Rodrigues, Vini
Gouveia e Pedro Cordeiro,
também fará um show na
mesma noite. 18 anos.
Villa Country. Avenida
MARCOS HERMES/DIVULGAÇÃO

Francisco Matarazzo, 774,


Água Branca, ☎ 3868-
5858. → Qua. (6), 0h30. Murilo Huff:
Sidney Magal, 73: R$ 120,00 a R$ 660,00. nova geração do sertanejo
de volta aos palcos villacountry.com.br. EQUIPE JOZÚ SANTOS/DIVULGAÇÃO

46 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023


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CONCERTO
Piano pela cidade
De 3 a 30 de setembro, o Festival Chopin levará recitais de pianistas nacionais e internacio-

WOJCIECH GRZEDZINSKI/NARODOWY INSTYTUT FRYDERYKA CHOPINA/DIVULGAÇÃO


nais para cinco casas de concerto de São Paulo. Promovida pela Sociedade Chopin do Brasil,
em parceria com o Instituto Chopin de Varsóvia e a Casa Sangusko da Cultura Polonesa, a
programação começa neste domingo (3), na Sala São Paulo, com o russo-americano Alexan-
der Kobrin. No dia 10, no Theatro Municipal, será a vez do espanhol Martín García García. No
dia 17, o polonês Kamil Pacholec se apresentará no Theatro São Pedro. O carioca Eduardo
Monteiro tocará com um quinteto de cordas na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano no
dia 24, e a russa-armênia Eva Gevorgyan encerrará o festival no dia 30, com um concerto no
Teatro B32. Os ingressos vão de R$ 30,00 a R$ 230,00. Livre. Sala São Paulo. Praça Júlio
Prestes, 16, Campos Elíseos, ☎ 3367-9500. → Dom. (3), 17h. Theatro Municipal. Praça Ramos
de Azevedo, s/nº, ☎ 3053-2090. → Dom. (10), 11h. Theatro São Pedro. Rua Barra Funda, 171,
Barra Funda, ☎ 3221- 7326. → Dom. (17), 11h. Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. A pianista russa-armênia
Avenida Morumbi, 4077, Morumbi, ☎ 3742- 0077. → Dom. (24), 11h30. Teatro B32. Avenida Eva Gevorgyan: atração do festival
Brigadeiro Faria Lima, 3732, Itaim Bibi, ☎ 3058-9100. → Sáb. (30), 20h.

O Quinteto Osesp:
concerto no Masp TINTA E SOM
Na quarta-feira (6), começa a nova série de concertos Osesp Masp,
no auditório do museu na Avenida Paulista. Na primeira apresentação,
o Quinteto Osesp — formado por Amanda Martins (violino), Sung-Eun
Cho (violino), Maria Angélica Cameron (viola), Sarah Nascimento (vio-
la) e Jin Joo Doh (violoncelo) — toca obras do húngaro Joseph Kosma
(1905-1969) e do clarinetista paulista Alexandre Ribeiro, que participa
como solista convidado. Antes do concerto, o curador e crítico de
arte Cadu Riccioppo faz uma palestra sobre o repertório musical e a
tela Três Mulheres (1972), de Maria Auxiliadora (1935-1974). Após a
apresentação, os espectadores são convidados a visitar o quadro, que
faz parte do acervo do museu, localizado no segundo andar. Livre.
Masp Auditório. Avenida Paulista, 1578, Bela Vista, ☎ 3149-5959. →
Qua. (6), 20h. Grátis (ingressos distribuídos no site a partir das 11h no
BEATRIZ DE PAULA/DIVULGAÇÃO
dia do evento). masp.org.br.

MÚSICA NA IGREJA
A apresentação Homenagem a Lili e Nadia Boulanger acontece
na Igreja São José de Anchieta, no Centro, no dia 12. Como parte
da programação do Sesc Carmo, o concerto reúne Marilia Vargas
(voz soprano), Liuba Klevtsova (harpa), Elisa Freixo (órgão), Paulo
Galvão (violino spalla), Gabriel Géglio (violino), Victor Enzo (viola)
e Marcos Mota (violoncelo). No repertório, composições das irmãs
LÉO VISALLI/DIVULGAÇÃO

Boulanger, compositoras francesas nascidas no final do século


XIX, além de obras de Villa Lobos e Caroline Shaw, compositora
americana contemporânea. Igreja São José de Anchieta. Pátio do
Colégio, Centro. → Ter. (12), 13h/14h. Grátis. sescsp.org.br.
Elisa Freixo e Marilia Vargas: concerto no Centro
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EXPOSIÇÕES
Tomás Novaes

Cafezal (1952), de Djanira: da coleção do MAM-Rio


JAIME ACIOLI/DIVULGAÇÃO

Matrizes e matizes
Ensaios para o Museu das Origens entra em cartaz no Itaú Cultu-
ral, a partir do dia 6, e no Instituto Tomie Ohtake, a partir do dia 9. A
mostra, dividida em dois espaços diferentes, ocupa um total de 1 500
metros quadrados, exibe mais de 1 000 peças e foi inspirada na pro-
posta do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) para a reconstru-
ção do MAM-Rio, em 1978, após o museu ter sido atingido por um

SANTIAGO ORTI/DIVULGAÇÃO
incêndio. Para o intelectual pernambucano, o papel da instituição
deveria ser repensado, com a criação de um Museu do Negro e um
Museu das Artes Populares. Apesar dessa concepção não ter avan-
çado, a ideia de abrigar as distintas matrizes constitutivas do Brasil
em um mesmo lugar foi o ponto de partida para o projeto da expo-
sição, sob curadoria de Izabela Pucu e Paulo Miyada, com parceria
de Ana Roman, Daiara Tukano e Thiago de Paula Souza. Além da
participação de mais de vinte instituições culturais de todo o país,
estarão expostas obras de artistas como Fernando Diniz, Mira Schen-
del, Pecon Quena, Tarsila do Amaral, Ubirajara e Djanira, com Cafezal El pibe Bazooka (1988), de
Pablo Suárez: arte argentina
(1952). Além dessa mostra, o Tomie Ohtake também inaugura, nesta
terça (5), Un lento venir viniendo – Capítulo II, um recorte da Colec-
ción Oxenford, a principal coleção de arte contemporânea da Argen- Avenida Paulista, 149, ☎ 2168-1777. → Ter. a sáb., 11h/20h; Dom.,
tina. Com curadoria do poeta Mariano Mayer, a mostra, que fica em 11h/19h. Grátis. De 6/9 a 28/1/24. itaucultural.org.br. Instituto Tomie
cartaz até 19 de novembro, é composta por 71 obras de 48 artistas, Ohtake. Rua Coropés, 88, Pinheiros, ☎ 2245-1900. → Ter. a dom.,
entre eles Pablo Suárez, com El pibe Bazooka (1988). Itaú Cultural. 11h/19h. Grátis. De 9/9 a 28/1/24. institutotomieohtake.org.br.

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SOBRE REPRESENTATIVIDADE
Na Galeria Estação, Reversos e Transversos: artistas fora do eixo
(e amigos) nas bienais faz uma revisão crítica sobre a representa-
tividade dos artistas populares nas bienais de arte nacionais e inter-
nacionais. Com curadoria do pesquisador baiano Ayrson Heráclito,
estão expostas 58 obras de 42 artistas que já participaram de gran-
des mostras nas últimas sete décadas, como a Bienal de Arte de São

JOÃO LIBERATO/DIVULGAÇÃO
Paulo e a Bienal das Amazônias. Entre os nomes, estão Mestre Didi,
Alfredo Volpi e Maria Auxiliadora, com Sem título (1972). Galeria Es-
tação. Rua Ferreira Araújo, 625, Pinheiros, ☎ 3813-7253. → Seg. a Sem título (1972): obra de Maria Auxiliadora
sex., 11h/19h; Sáb., 11h/15h. Grátis. Até 28/10. galeriaestacao.com.br.

Maquetes de projetos
de Oscar Niemeyer:
Curvas concretas
nova exposição A mostra imersiva Oscar Niemeyer: Linhas e
Luzes entra em cartaz no Bourbon Shopping
nesta sexta-feira (1º). Com sete salas, a exposi-
ção apresenta desenhos e esculturas de pro-
jetos icônicos do arquiteto carioca (1907-2012),
além de painéis interativos, áudios e vídeos
sobre sua história. A exposição, que já teve
uma temporada em Brasília no começo deste
ano, é produzida pela empresa YDreams Glo-
bal. Bourbon Shopping São Paulo. Rua Pales-
tra Itália, 500, Perdizes, ☎ 4004-1828. → To-
dos os dias, 11h/21h. R$ 40,00. Até 30/10. bour-
CRISTIANO SÉRGIO/YDREAMS/DIVULGAÇÃO
bonshopping.com.br.

PELE E TINTA
Arte da Alma - história da tatuagem é
a mostra mais recente do Farol Santander.
Com 120 obras de noventa artistas tatua-
dores, entre objetos, pinturas e escultu-
ras, a exposição resgata a trajetória da
prática no Brasil, com seu início em mea-
dos do século XX, a partir da chegada de
marinheiros e artistas estrangeiros. Sob
curadoria de Antonio Curti, fundador do
Aya Studio, o projeto destaca a variedade
de estilos de tatuagem que evoluíram ao
longo do tempo e apresenta obras como
Tatuagem sobre pele artificial (2023), de
Fernando Franceschi. Farol Santander. Tatuagem sobre
pele artificial (2023):
Rua João Brícola, 24, Centro, ☎ 3553-5627. obra de Fernando
→ Ter. a dom., 9h/20h. R$ 35,00. Até 12/11. Franceschi
farolsantander.com.br. MARIANA MARÃO/DIVULGAÇÃO

Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 49


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A TAL FELICIDADE
Sri Preethaji

Conecte-se à Inteligência Universal


Vivemos constantemente na crença de que a felicidade será Mas por onde começar? Primeiro, distinga o que são os desafios
encontrada no sucesso externo. De que se formos prósperos, sau- que enfrentamos ao longo da vida e o que é o sofrimento. Desafios
dáveis ou bonitos, seremos também felizes. No entanto, notamos são pressões e experiências que existem até mesmo entre plantas e
que as pessoas estão cada vez mais infelizes, apesar de todo o animais. Já o sofrimento é o diálogo interno que carregamos, como
sucesso alcançado. uma continuidade desse desafio externo. Mas precisamos sofrer
A felicidade é algo desfrutado dentro de nós, portanto temos para encontrar uma solução para os desafios? A resposta é não!
que primeiro aprender a dominar o mundo interior. Temos que Apenas estamos acostumados com o sofrimento. É um senti-
aprender a viver em um “Belo Estado de Ser”, ou seja, em um esta- mento confortável e familiar. Acostumamo-nos a sentir raiva e an-
do de alegria, de felicidade, de calma e de paz e, a partir daí, nutrir siedade, mesmo quando não há necessidade. Acordamos ansiosos
a nossa vida e obter uma visão para construir nossa saúde, riqueza pelo dia que teremos pela frente e não conseguimos dormir tran-
e relacionamentos. Quando nossas escolhas são feitas a partir quilamente à noite, pelo mesmo motivo. Estamos constantemente
desse estado de calma e de preenchimento interno, a vida alimentando estados de sofrimento.
ganha um significado, um propósito. Você não estará mais implo- Por isso, é importante voltar a atenção a nossas emoções e
rando por felicidade, mas feliz de verdade. perceber o quanto estamos obcecados com um evento passa-
Viver em um “Belo Estado de Ser” é viver com presença, em do ou futuro, o quanto estamos desconectados e ocupados
conexão com a vida e livre de conflitos internos. E o que nos afasta conosco mesmos. Ao olhar para o sofrimento, perceba que se
desse belo estado é o sofrimento — perturbações internas como trata de um processo mental, uma auto-obsessão, e que você se
irritação, frustração, medo, solidão ou insegurança. Existem apenas afastou dos desafios e problemas reais.
esses dois estados a partir dos quais experimentamos a vida. Não Preste atenção ao seu pensamento por alguns instantes e au-
há um terceiro estado. Não importa se você é judeu, hindu, cristão tomaticamente você se conectará ao seu verdadeiro problema;
ou muçulmano; chinês, indiano, americano ou japonês; ou se você uma inteligência começará a fluir! Conscientize-se do seu sofri-
é criança ou um adulto de 100 anos — você está vivendo a partir de mento. É uma prática simples, mas que pode ser complicada
um desses dois estados. Você se relaciona com sua família a partir no início, pois não estamos acostumados a olhar nosso estado
de um estado de amor ou de conflito e confusão? Qual desses es- interno. Concentramo-nos tanto no mundo exterior que nos per-
tados você nutre? E a partir de qual você quer lidar com seus entes demos nesse processo.
queridos ou construir sua riqueza? Se você responder que é a par- Sempre que estiver perturbado ou em conflito interno, sem-
tir de um “Belo Estado de Ser”, então sua vida será bela. pre que algo dentro de você não estiver bem, pratique a Medita-
Infelizmente, não damos a devida atenção ao nosso estado ção da Mente Serena, uma prática que vai lhe conectar à Inteli-
interno. Nossa vida gira em torno do que podemos mostrar aos gência Universal. E essa Inteligência Universal responde a você.
outros e do quanto podemos alcançar externamente. Nada de er- Quando você está conectado, sabe o que quer e o que o outro
rado com isso, mas se agirmos a partir da conexão, estaremos tam- quer. É desse espaço que você pede e há uma grande possibili-
bém nos nutrindo e aos outros. dade de uma mágica acontecer.
GETTY IMAGES/OLEG BRESLAVTSEV

DIVULGAÇÃO

Sri Preethaji (@ekam_brasil) é co-


fundadora da academia de filosofia
e meditação Ekam Oneness, na Ín-
dia, e vai conduzir a jornada Field of
Awakening (Campo do Despertar),
em novembro, em São Paulo.

A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante.
50 Veja São Paulo 1° de setembro, 2023 Para sugerir um tema ou autor, escreva para [email protected].
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