Sistemas Elétricos de Aeronaves
Sistemas Elétricos de Aeronaves
Sistemas Elétricos de Aeronaves
BMA
CFS
2014
IMPRESSO NA SUBSEÇÃO GRÁFICA DA EEAR
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
GUARATINGUETÁ, SP
2014
2014 Escola de Especialistas de Aeronáutica
Introdução ........................................................................................................................ 01
1 BATERIAS DE AERONAVES ................................................................................... 02
1.1 Conversão de energia ..................................................................................... 02
1.2 Bateria tipo chumbo-ácido ............................................................................. 04
1.3 Bateria tipo alcalina (níquel cádmio) ............................................................. 10
1.4 Exercícios ....................................................................................................... 15
2 SISTEMAS ELÉTRICOS DE AERONAVES ............................................................. 17
2.1 Componentes básicos ..................................................................................... 17
2.2 Geradores ....................................................................................................... 20
2.3 Regulador de tensão ....................................................................................... 28
2.4 Relés ............................................................................................................... 30
2.5 UCG ............................................................................................................... 36
2.6 Inversores ....................................................................................................... 38
2.7 Sistemas de iluminação externa de aeronaves ............................................... 38
2.8 Sistemas de alarmes da Anv. T-27 Tucano .................................................... 44
2.9 Sistema de proteção contra fogo .................................................................... 47
2.10 Exercícios ..................................................................................................... 52
3 IGNIÇÃO E PARTIDA DE AERONAVES.................................................................. 55
3.1 Componentes ................................................................................................... 55
3.2 Cabos de ignição e velas ................................................................................. 63
3.3 Sistema auxiliar de partida .............................................................................. 66
3.4 Sistema de partida para motores ..................................................................... 68
3.5 Exercícios ........................................................................................................ 71
4 SISTEMAS ELÉTRICOS DA AERONAVE VC-97 BRASÍLIA ................................. 74
4.1 Sistema de potência elétrica ............................................................................ 74
4.2 Painel elétrico superior e APU ........................................................................... 82
Conclusão .......................................................................................................................... 85
Referências ........................................................................................................................ 86
ANEXO A Auto-avaliação ............................................................................................. 87
ANEXO B Gabarito ........................................................................................................ 90
1
INTRODUÇÃO
Esta apostila tem por finalidade fornecer aos alunos do Curso de Mecânica de Aeronaves
(BMA) conhecimentos básicos e essenciais, sobre circuitos elétricos, necessários ao perfeito
desempenho de suas funções.
As unidades didáticas versarão sobre assuntos de circuitos elétricos, tais como: baterias,
geradores, unidades de controle do gerador, sistemas de iluminação, sistemas de alarme do trem
de pouso, sistemas de partida e sistemas de ignição. É evidente que, neste trabalho, não se
procede a um estudo profundo e acurado sobre os assuntos em pauta.
O objetivo que se pretende atingir é o de ensinar eletricidade para mecânicos e, portanto,
o nível dos assuntos deve ser compatível com as atribuições inerentes a este cargo.
É com este espírito que os assuntos são desenvolvidos, sempre procurando um modo de
apresentar um fato ou uma definição que, verdadeira, seja de mais fácil compreensão e
assimilação por parte dos alunos do curso de mecânica.
Já no tocante aos sistemas de ignição, procuramos ampliar o máximo possível às
aplicações, aprofundando-as dentro do permitido pelo conhecimento básico dos alunos, uma vez
que tais tipos de sistemas são de atribuições mais diretas do mecânico, cabendo ao mesmo
executar todo tipo de manutenção dos referidos sistemas.
Será apresentado também o sistema de potencia elétrica e o painel elétrico superior da
aeronave VC-97 Brasília, aeronave esta que traz uma grande inovação tecnológica na área de
aviônica.
Reza salientar que o conteúdo desta apostila é de caráter instrucional, não devendo a
mesma ser usada para trabalhos operacionais ou de manutenção, para o qual deverão ser
consultados os manuais aplicáveis, ou seja, as ordens técnicas específicas de cada sistema, que
contém informações precisas e permanentemente atualizadas.
2
1 BATERIAS DE AERONAVES
criada e nem destruída, mas sim transformada (LAVOISIER). A bateria é um exemplo claro de
como essa lei age: a energia elétrica introduzida na bateria, por um dispositivo de carga é
transformada em energia química. A bateria armazena esta energia até que a mesma seja
solicitada, então a energia química é transformada em energia elétrica quando necessário.
Obs: No nosso estudo adotaremos o sentido convencional da corrente, ou seja, do positivo para o
negativo. Nota-se também que os dois eletrodos possuem cargas negativas e o eletrodo positivo é
o de menor potencial.
reversível; uma vez descarregadas, tornam-se imprestáveis. Este tipo de pilha encontra-se
representado na figura 02; elas possuem eletrodos de carbono e zinco.
Seu eletrólito é uma solução de cloreto de amônia; por conveniência a eletrodo de zinco
(negativo) é confeccionado no formato de um recipiente, e o eletrodo de carbono (positivo),
localizado no centro, tem em volta o eletrólito em forma de pasta. Quando esta pilha é
descarregada, o zinco reage com o eletrólito, formando o sal de zinco. Este processo não pode
ser carregado outra vez. Portanto deve ser descartada.
Quando a bateria é novamente recarregada o ácido existente nas placas, sob a forma de
sulfato de chumbo, é expulso das placas e transforma-se novamente em ácido sulfúrico e,
misturando-se com a solução fraca, aumenta o seu grau de concentração. Ao mesmo tempo, as
placas são reintegradas ao seu estado primitivo.
Quando todo o ácido estiver fora das placas, a bateria estará completamente carregada;
portanto, a densidade do eletrólito é um indício do estado de carga de uma bateria chumbo-ácido,
e a capacidade de uma bateria depende do material disponível para a reação química.
1.2.2 Auto-descarga
Nas baterias chumbo-ácido, as reações químicas que produzem o fluxo de corrente
elétrica podem continuar, mesmo que a bateria não esteja sendo utilizada. A reação química
entre o material ativo das placas e o ácido sulfúrico do eletrólito se processa rapidamente ou
lentamente dependendo da quantidade de corrente que está sendo utilizada. Todavia, quando a
bateria está desligada do circuito, de modo que não esteja retirando nenhuma corrente da mesma,
as atividades químicas continuam, se bem que numa razão muito mais baixa. Isto produz o que
se conhece por autodescarga. Esta autodescarga dá-se vagarosamente em baixas temperaturas,
porém rapidamente em temperaturas elevadas. As reações químicas são aceleradas pelas altas
temperaturas.
Uma bateria completa ou parcialmente carregada, submetida a uma temperatura de 17°C,
experimenta pouca autodescarga, descarrega-se em um período de dois a três meses, enquanto
que uma bateria completamente carregada, submetida a uma temperatura de 50°C, pode
descarregar-se completamente dentro de uma semana.
Observe que estes valores de densidade citados deverão ser obtidos a uma temperatura entre
21,1ºC e 32,2ºC, fora deste intervalo deve ser aplicada correção à leitura devido a variação do
peso especifico.
Figura 07 Densímetro
rapidamente que o ácido poderá respingar no operador. O recipiente, onde iremos colocar a
solução, deverá ser de vidro, louça, madeira revestida de chumbo ou um vaso similar, que seja
resistente ao ácido sulfúrico e possa suportar o calor desprendido pela mistura. Deixar que o
eletrólito esfriar abaixo de 32,2°C, antes de ser utilizado. A solução poderá ser colocada na
bateria, através de seus vasos, com o auxílio de funil ou, então, poderá ser posta por meio de uma
seringa.
Não deixar que o nível do líquido exceda de 3/8 acima do protetor existente sobre o topo
dos separadores.
Quando se deseja carregar baterias de tensões diferentes, como por exemplo, duas de 24
V e uma de 12 V, para melhor aproveitamento, devemos ligar as duas de mesma tensão em
paralelo, ligando-se em seguida em série com a de menor tensão.
Observação: uma bateria chumbo-ácido quando for carregada, terá que receber no
máximo 10% de sua capacidade, ou seja, uma corrente dez vezes menor do que ela fornece,
vinda do carregador de bateria.
No exemplo anterior, inicialmente ajustaremos o carregador em 4,2 A, devido à bateria
de menor capacidade. Após carregá-la, ajustaremos o carregador em 5,4 A. Após carregar a
bateria de 54 A/H, ajustaremos em 6,0 A.
·
· voltagem muito alta na barra de distribuição;
· carga mal dada e recondicionamentos de baterias não muito frequentes;
· uso desnecessário das baterias do avião para operar equipamentos auxiliares, como luzes,
sistemas de ventilação, instrumentos, etc., durante operações em terra;
· ventilação deficiente ou inexistente do compartimento da bateria durante operações no
solo, em condições de temperatura-ambiente elevada;
· conexões célula/célula frouxas;
· desequilíbrio de células; e
· operações em terra utilizando unidades externas de força (GPU) com voltagem superior à
voltagem de barra recomendada para a aeronave ou mal reguladas.
omendadas pelo
fabricante, para diminuir o superaquecimento.
Em voo, monitore frequentemente a voltagem de barra e corrente de carga, uma vez que
aumentos, quedas e flutuações são indicações de condições anormais.
Especialmente durante regime cruzeiro normal, fique atento para eventuais aumentos na
corrente de carga, sem que tenham sido acionados circuitos adicionais. Isto pode ser uma
indicação de superaquecimento ou falha de bateria. Inicie unia ação conetiva logo que possa.
13
Os sensores de temperatura são instalados na própria bateria, nas barras de conexão das
células.
Os dois sensores são termistores cuja resistência varia em função da temperatura, sendo
um sensor para a luz vermelha de alarme e outro para o indicador de temperatura. As resistências
de aquecimento são utilizadas durante o teste para simular um aquecimento da bateria.
Os sensores são intercambiáveis e não requerem calibração.
O sistema de monitoramento é alimentado pela barra de emergência através de um
disjuntor de 1A, localizado no painel de disjuntores direito e é identificado pelo
$ %
" '
&
15
1.4 Exercícios
2 - Quando uma bateria chumbo-ácido está descarregada, o ácido encontra-se, fora das placas.
( ) certo ( ) errado
3 - A solução que serve apenas como meio de condução decorrente é característica das baterias.
a ( ) primárias.
b ( ) alcalinas
c ( ) chumbo ácido
d ( ) chumbo ácido e alcalinas
7-
"
( ) *
+
*
'
a ( ) o eletrólito utilizado nas pilhas primárias é o mesmo utilizado nas pilhas secundárias.
b ( ) as pilhas secundárias possuem ação química reversível.
c ( ) as placas das pilhas primárias são constituídas de peróxido de chumbo e chumbo.
d ( ) a cada carga e descarga de um acumulador, denominamos ciclo.
16
8 - Entre quantos g/cm3 deverá estar indicando um densímetro, quando uma bateria chumbo
ácido estiver carregada?
a ( ) 1,100 e 1,150
b ( ) 1,150 e 1,190
c ( ) 1,190 e 1,200
d ( ) 1,275 e 1,300
9 - A voltagem nominal de cada célula de uma bateria chumbo-ácido, para efeito de estudo, é de:
a ( ) 0,5 V
b ( ) 1,0 V
c ( ) 1,5 V
d ( ) 2,0 V
2.1.1 Símbolos
Alguns símbolos utilizados em nossa apostila.
Figura 14 Símbolos
18
&
O eixo do cilin - o
"
&
movimentar-
* +
&
Figura 15 - Solenóide
Um pequeno pedaço de ferro doce é fixado a uma faixa de material não-condutor, o qual
é articulado em uma das extremidades; o ferro é mantido afastado do núcleo por meio de uma
mola.
Quando o circuito é ligado, um campo magnético é criado e o pedaço de ferro é atraído
para junto do núcleo e os platinados são fechados, dando passagem para a corrente que irá
acionar determinado equipamento.
Em alguns relés evita-se que o ferro faça contato com o núcleo, por meio de pinos
limitadores ajustáveis, para evitar magnetização permanente.
Na outra extremidade do material não condutor, estão os pontos de contato (platinados)
dispostos para, dependendo do tipo de relé, abrir ou fechar um ou mais circuitos, quando o relé
for ativado. O relé ilustrado possui quatro terminais, dois para sua bobina e dois que são ligados
aos platinados. Com o uso de relés, o peso total da fiação é reduzido e os fios que conduzem
corrente elevada são eliminados, aumentando assim a segurança quanto a curtos-circuitos de
corrente elevada na cabine de pilotagem.
&
&
dentro do campo magnético. Pela aplicação da regra da mão direita, será determinado que a
voltagem induzida produzirá
* " ' "
&
-se para baixo, dentro do campo magnético, e terá uma corrente induzida
- 0
única corrente que segue até as extremidades dos condutores, que serão ligados aos anéis
coletores. Neles a corrente é coletada por meio de escovas para o circuito externo. As escovas
atritam constantemente nos anéis.
Figura 21 Gerador de CA
Os condutores continuam girando, logo alcançarão a posição vertical, cada vez mais sua
velocidade com que corta transversalmente as linhas de forças do campo magnético é menor, até
atingirem a posição vertical, onde sua velocidade transversal é zero; nesta posição, nenhuma
voltagem pode ser induzida, em virtude dos condutores não estarem cortando nenhuma linha de
força.
Dando-se continuidade à rotação, no mesmo sentido, os condutores mergulharão
novamente no campo magnético, e a corrente começará a aumentar de valor, até os condutores
atingirem a posição horizontal; só que, desta vez, a corrente induzida será em direção oposta,
"
, - 0
&
cortando o campo magnético, de baixo para cima. A voltagem é máxima quando os condutores
23
estiverem na posição horizontal, como mostra a figura 21, isto é, os lados dos condutores estarão
cortando o maior número de linhas de campo.
Vamos analisar agora a voltagem com o giro dos condutores nas posições de 0º, 90°,
180°, 270° e 360°.
Como os condutores giram para uma posição vertical, a voltagem cai para zero. Se
considerarmos que os condutores comecem a girar, partindo da posição vertical, e chamarmos
esta posição de zero grau (0°), então a voltagem será zero a 0º, máxima a 90º, zero a 180º,
máxima direção oposta a 270° e, finalmente, zero a 360°.
A voltagem induzida em uma direção é mostrada pela curva que está acima da linha zero
e na direção oposta, pela curva que está abaixo da linha zero. Os valores da corrente induzida
nos condutores são facilmente mostrados por uma curva senoidal, tal qual está representado pela
figura 22.
Vamos ver agora, alguns componentes básicos de um gerador, que são: um ímã
permanente ou uma bobina de campo (eletro imã), uma bobina rotativa chamada de induzido,
anéis coletores, escovas e carcaça do gerador. Veja na figura 23 um exemplo de gerador de
corrente alternada.
Figura 23 Gerador de CA
24
Os polos dos ímãs são chamados de sapatas polares e na maioria dos geradores estes
polos são formados por núcleo de ferro e por bobinas, as quais recebem a denominação de
bobinas de campo do gerador. O caminho do fluxo magnético é chamado de circuito magnético.
A voltagem induzida em um condutor, que se move em um campo magnético, depende
de dois fatores principais que são:
A intensidade do campo magnético (número de linhas de força por unidade de área) e a
velocidade transversal com a qual o condutor se move no campo magnético.
Portanto a voltagem induzida depende do número de linhas de força cortadas por
segundo.
Figura 24 Gerador de CC
1
- -
induzido.
Uma extremidade do condutor é ligada a uma metade do anel e a outra extremidade é
ligada à metade oposta do anel; as duas secções do comutador são isoladas uma da outra. As
escovas são fixadas de tal maneira que fiquem sempre em contato com o comutador, quando este
estiver girando. Assim, o comutador girando, a cada meia volta de giro ele trocará de escova, no
ponto onde a corrente se inverte nos condutores. Esta ação é denominada de comutação.
Notamos que o lado do condutor que está se movendo para cima estará sempre ligado à escova
positiva, e o lado do condutor, que está se movendo, para baixo estará sempre ligado à escova
negativa. A corrente do gerador estará, então, fluindo em uma só direção no circuito externo;
25
mas ela pulsará, isto é, variará em intensidade de zero a um valor máximo, e voltará a zero, a
cada meia volta de giro do condutor. Uma corrente deste tipo é denominada de corrente pulsativa
de uma só direção. As pulsações da corrente de um gerador
- -
Figura 25 Gerador de CC
hecida
" - -
- - )
Estas ondas não interferem nos circuitos elétricos comuns, porém, para circuitos de
rádios, é necessário eliminar estas ondas, pois elas produzem uma constante interferência
(zumbido) na recepção; isto é conseguido usando-se filtros (filtro é um dispositivo constituído
por indutores e condensadores ou capacitores).
O campo de um ímã permanente não é satisfatório para geradores práticos, porque seria
impossível regular a voltagem deste gerador; por esta razão, bobinas de campo são usadas para
, ' 2
- -
são, usualmente, energizadas pela própria corrente do gerador; felizmente existem materiais que,
se forem magnetizados, reterão certa quantidade de magnetismo, mesmo depois que a força
magnetizadora seja retirada.
Materiais como ferro doce perde a maior parte do seu magnetismo quando é removida a
influência magnética. Entretanto, ele retém uma pequena quantidade, a qual é conhecida como
magnetismo residual. E este magnetismo residual que torna possível o início do funcionamento
de um gerador, sem a necessidade de excitar o seu campo com uma fonte externa; um gerador
deste tipo, que não necessita de fonte externa para excitar seu campo, é denominado de gerador
auto-excitado.
1
- -
*
/
e em série-paralelo, eles recebem esta classificação de acordo com o tipo de ligação das bobinas
de campo e o induzido.
Finalizando o assunto sobre geradores resta-nos salientar sobre o alternador, que nada
mais é do que um gerador de corrente alternada, o qual está sendo aplicado no lugar do gerador
- - ' 2
*
aeronave; também é impossível mudar o número de espirais do induzido. Entre os fatores que
determinam o desenvolvimento da voltagem do gerador, o único meio prático de se controlar a
voltagem do gerador é controlar a intensidade do fluxo do campo magnético. Isso é facilmente
conseguido, porque a intensidade do campo magnético é determinada pela corrente que passa
pelas bobinas de campo e esta corrente pode ser regulada por um reostato (resistência variável),
no circuito do campo magnético, fora do gerador. Um tipo simples de regulagem da voltagem é
conseguido como está mostrado na figura 32; neste dispositivo, um reostato é colocado em série,
com o circuito de campo. Se a voltagem corre para valores acima do desejado, o operador pode
reduzir a corrente de campo, com o reostato, enfraquecendo assim o campo do gerador e
baixando a voltagem; consegue-se isso aumentando a resistência do reostato. Mas a manipulação
deste reostato é impraticável em aviões; portanto, modelos automáticos foram planejados. Todos
os métodos de regulagem de voltagem, nos sistemas elétricos de aviões, empregam o princípio
de uma, resistência de campo variável ou intermitente.
Os modernos reguladores de voltagem alcançaram um grau de eficiência que a força
eletromotriz, FEM, do gerador variará somente uma pequena fração de volts, através de variação
extrema de carga e velocidade.
2.4 Relés
Para que o gerador pudesse desempenhar satisfatoriamente suas funções, foi anexado ao
circuito (circuito de campo do gerador) um regulador de voltagem. Porém, se por um motivo
qualquer o regulador de voltagem entrar em pane, não existe outro equipamento que proteja o
gerador e o circuito elétrico da aeronave, queimando não só o gerador, mas todo o circuito
elétrico do avião. Também ocorre que quando o gerador estiver com carga inferior à da bateria, a
bateria a1imentará todo o sistema da aeronave e também o gerador. Para evitar estes
inconvenientes foram elaborados determinados equipamentos ou dispositivos que protegem não
só o gerador, mas todo o circuito elétrico da aeronave. Estes dispositivos são chamados de relés,
que operam automaticamente, e são de diversos tipos; cada um deles é usado para atender
determinada função, como veremos a seguir.
31
Funcionamento
A corrente sai do gerador, vai para o regulador de voltagem, para o relé de corrente
reversa, e para a chave do gerador na cabine. Antes de entrar no relé de corrente reversa, ela se
divide. Parte da corrente sobe, entra no ponto GER, passa no enrolamento superior do relé piloto,
que é de uma ou duas voltas de fio grosso, e chega até aos contatos principais. A outra parte da
corrente desce, vai até a chave do gerador e fica aguardando o fechamento da mesma.
Quando ligarmos a chave do gerador, a corrente fluirá até o ponto SW. Deste ponto ela
dividirá em duas: uma vai por baixo, passa pela resistência, pelo enrolamento do relé principal e
fecha o circuito no ponto NEG. Porém, não fecha os contatos principais, porque a corrente que
passa no relé principal é muito baixa, devido à resistência da própria bobina do relé principal,
desta forma o campo magnético gerado é fraco e não vence a tensão da mola. A outra parte da
corrente sobe e se divide novamente. Uma vai até a chave do relé piloto, como ela está aberta,
fica esperando. A outra, sobe, passa pelo enrolamento do relé piloto, desce, passa pela
resistência, cuja finalidade é proteger o enrolamento do relé piloto, passa pelo diodo, que tem a
função de direcionar a corrente, e fecha o circuito no ponto NEG.
Se a voltagem do gerador estiver igual ou acima de 24 V, o relé piloto cria um campo
magnético com força suficiente para vencer a ação da mola e atrai a chave que estava aberta,
fechando-a. Agora a corrente flui através da chave/contato do relé piloto e alimenta a bobina
contatora no relé principal. Neste momento a corrente que passa no enrolamento da bobina
contatora (relé principal) é maior, criando um campo magnético suficiente para vencer a tensão
da mola a qual mantinha os quatro contatos abertos, fechando o circuito do gerador para a
aeronave. Portanto, o relé piloto controla a alimentação do relé principal.
Os contatos principais, controlados pela bobina contatora (relé principal), são
especialmente construídos para resistirem aos efeitos do centelhamento (arco voltaico). São
32
quatro contatos, sendo dois de cobre e dois de prata. Os contatos de cobre fazem contato em
primeiro lugar e abrem contato por último; os contatos de prata são os que conduzem toda a
corrente pesada durante a operação.
Os contatos de cobre tomam todo o centelhamento quando o circuito abre ou fecha;
durante a operação normal, esta ação diminui os efeitos negativos produzidos pelo arco voltaico.
Se a chave do gerador for aberta, cessará alimentação para o relé piloto e
consequentemente o circuito para a bobina contatora será interrompido, os contatos principais
abrirão o circuito gerador-Barra DC; isto permite conectar e desconectar o gerador do sistema.
Quando a voltagem do gerador cair a um valor abaixo da voltagem da bateria, a corrente
começará a fluir, da bateria para o gerador. Quando isso ocorrer, devemos seguir o caminho que
a corrente vai percorrer. A corrente vem da bateria, entra no ponto BAT, passa pelos contatos e
pelo enrolamento superior do relé piloto e vai fechar o circuito na massa do relé, através do
ponto NEG, ou na massa do gerador. Quando o circuito é fechado o enrolamento superior, do
relé piloto, cria um campo magnético cuja polarização é determinada da seguinte maneira:
colocam-se os dedos da mão direita percorrendo o sentido da corrente e o polegar indicara o
norte magnético, neste caso, o norte fica para cima. Continuando o caminho percorrido pela
corrente, notamos que o campo magnético criado pelo enrolamento inferior do relé piloto tem o
norte apontando para baixo, e nessas condições teremos os dois campos tentando se anularem e
quando isso acontece o campo do relé piloto é tão fraco que a mola abre o platinado do relé
piloto. Com o contato do relé piloto aberto, cessa a alimentação para o relé principal, deixa de
existir o seu campo magnético e a mola abre os contatos principais, tirando o gerador do circuito
e evitando que a bateria alimente o gerador.
Veja como isso acontece analisando o diagrama do relé de corrente na figura abaixo.
- se - à, pois
&
se encontra no mesmo eixo da chave inferior e acenderá a luz de aviso, dando a indicação de que
houve uma sobrevoltagem e o gerador estará fora do circuito. O relé de sobrevoltagem atua
diretamente no relé de corrente reversa, e o relé de corrente reversa é que desconectará o gerador
da barra de força; este tipo de relé NC (NORMAL CLOSED) só é usado quando o sistema não
usa relé de campo. Na Figura 35, está esquematizado o relé de controle de sobrevoltagem.
equipamento que, além de proteger todo o sistema elétrico da aeronave, protege, também, o
campo do gerador, pois a alimentação para todos os circuitos passa por este equipamento, que é
o relé de controle de campo ou, simplesmente, relé de campo. Os componentes internos e seus
circuitos são mostrados na Figura 36.
R1
1
/
6
circuito para evitar danos na bobina de excitação do relé desarmador, o qual está sujeito a uma
R2 po do
' "
6 "
gerador e a barra de distribuição DC. Esta resistência tem um valor aproximado de 400 Ohms e
foi instalada com o fim específico de manter sempre uma voltagem positiva, aplicada ao terminal
no núcleo da bobina de campo do gerador. O circuito de campo do gerador passa por três chaves,
ligadas em série, dentro do relé de controle de campo. A razão principal para se ter três chaves
em série é assegurar de que o circuito, de fato, abrir-se-á.
No esquema do relé de campo, a luz de advertência que era operada anteriormente pela
sobrevoltagem está agora conectada no relé de campo.
Outro circuito que passa pelo relé de campo é o circuito de equalização, quando o sistema
usa mais de um gerador. Convém observar, também, o circuito interno do relé de sobrevoltagem.
Quando incorporado em um circuito que usa relé de campo, o seu contato é mantido
normalmente aberto e usa um só platinado.
Quando o relé de campo é desativado, por um motivo qualquer, podemos reativá-lo por
intermédio de um botão, que recebe corrente diretamente da barra de força e conduz para o relé
9
*
para o rel R1
' "
6 + *
bobina do relé desarmador queime pela sobrevoltagem, passa pelo relé desarmador, pelo
primeiro platinado superior, fecha o circuito na massa, cria um campo magnético e atrai todos os
contatos. Os que estavam abertos fecharão, e os que estavam fechados, abrirão. Quando isso
acontecer, o primeiro contato abre, interrompe a alimentação do relé desarmador; o segundo,
terceiro e quarto contato interrompem o circuito do relé de campo do gerador; o quinto contato
abre o circuito do RSV e do RCR; o sexto contato abre interrompendo o circuito de equalização;
o sétimo contato fecha acendendo a luz de gerador fora; e o oitavo contato fecha, ligando a
bobina do relé armador a massa. Os dois capacitores, existentes neste circuito, têm a finalidade
de evitar que os contatos se queimem. Os contatos permaneceram na nova posição, por ação de
mola, como foi mencionado anteriormente, até que se pressione o botão reset, o qual ligará o relé
armador a barra DC, criando um campo magnético fazendo com que os seis contatos que
estavam abertos, fechem e os dois que estavam fechados, abram.
A resistência R2 de 400 Ohms recebe alimentação da barra DC de um lado, e do outro,
A do gerador. Em condições normais a voltagem dos dois lados da resistência é a
mesma, não acontecendo nada. Quando o relé desarma, a alimentação é somente pela barra DC.
Então, teremos uma corrente vinda da barra DC, passando pela resistência e alimentando o
campo do gerador; porém, esta corrente é muito pequena, devido a resistência de 400 Ohms. Esta
corrente é só para manter um pequeno campo magnético ativo no gerador.
Observe com atenção o circuito do relé de controle de campo e veja como ele funciona no caso
de sobrevoltagem.
Figura 37 UCG
incêndio. Utilizaremos principalmente para nosso estudo o sistema de iluminação da Anv. T-27
Tucano.
39
* '
avião para avião: normalmente, são instalados nos bordos de ataque das asas, no trem de pouso
do nariz ou principal, ou ainda, na parte inferior das asas (neste último caso, ele será
escamoteável).
Existem dois tipos de faróis de aterragem: o fixo e o escamoteável. O tipo escamoteável é
instalado nivelado com a parte inferior das asas e é operado por meio de um motor elétrico
reversível. Como os faróis de aterragem necessitam de alta amperagem para seu funcionamento,
foram incorporados, em seu circuito, relés, instalados justamente em circuitos que operam com
amperagem elevada.
Os faróis de aterragem não devem permanecer acesos por muito tempo porque podem
queimar, pois são de alta potência e aquecem muito, além disto podem deformar os plásticos que
protegem o farol.
O farol de táxi fica localizado na perna de força do trem auxiliar. É possível através de
um dispositivo ajustar o ângulo de posicionamento na vertical do conjunto farol, sendo fixo no
plano horizontal.
Para melhor compreensão do circuito, a Figura 42 mostra o circuito elétrico dos faróis de
aterragem fixos e do farol de táxi da Anv. T-27 Tucano. O comando para energizar este circuito
está localizado no painel principal do posto de pilotagem dianteiro, e que possui as seguintes
posições: DESLIGADO, TÁXI e TÁXI-ATERRAGEM.
Quando o interruptor das luzes de formação estiver na posição FRACO, as luzes terão
somente uma lâmpada acesa por conjunto, isto fará com que a luz fique com intensidade baixa.
Na posição FORTE estarão acesas as duas por conjunto, o que aumentará o brilho
consideravelmente.
43
Quando o trem de pouso está travado em cima, o solenóide está energizado, liberando a
alavanca seletora. Um interruptor localizado no painel de comando do trem de pouso de cada
posto de pilotagem possibilita o recolhimento do trem em emergência, quando o avião se
encontra no solo. Este interruptor, quando atuado, elimina os micro contactores de segurança do
trem.
o dos
&
trens.
Os flapes são comandados para pouso e o trem de pouso não está embaixo e travado. O
mesmo alarme da condição anterior é ativado, porém não há condições de cancelamento da
buzina, sendo necessário recolher o flape ou baixar o trem de pouso.
47
&
F
< #
parte superior direita do painel principal, uma tecla de acionamento do extintor com iluminação
?
2 @ " ' % ' . ' 9 , :
painel de extinção de fogo, que está localizado na lateral direita do painel principal e um
interruptor de teste instalado logo abaixo da tecla de acionamento do extintor.
2 ,
5 1 ( # A " 9
:
5
- 2 # " 3 " # 2 < 2 @ % " 2 - ' 3 ' % ' 9
alarme). O sistema possui ainda quatro detectores de fogo posicionados da seguinte forma: dois
no alojamento do motor, um na parte superior e outro na parte inferior do mesmo; um na parte
externa do tubo de escapamento; um na região do A.P.U.
As ligações dos detectores do alojamento do motor e da área do A.P.U. são feitas por
dois relés de comutação, WD-K01 e WD-K02; a ligação do detector da área do escapamento é
feita diretamente do mesmo para o circuito anunciado do C.W.P.; um terceiro relé de comutação,
WD-K03, permite a condição de teste do sistema.
Na parte traseira do avião, no estabilizador vertical, logo à frente da longarina dianteira
do conjunto, está instalada a garrafa que contém o agente extintor. Esta garrafa possui, na sua
base, uma válvula de descarga que é controlada por uma carga explosiva (cartucho). Esta válvula
está conectada ao sistema por uma tubulação metálica que passa pela parte inferior esquerda do
alojamento do motor até atingir a parte dianteira d
+ +
5 2 @
extinção de fogo. Esta última ligação dá ainda condições elétricas para a operação do circuito de
disparo da espoleta da garrafa.
Se ocorrer fogo ou sobre temperatura na região do alojamento do A.P.U., o detector de
fogo desta zona será atuado, dando condições elétricas de alimentação do relé WDK02, que ativa
o circuito d
5 ) < #
) " ! A # 9
Uma luz de aviso localizada no painel de manutenção acende após o disparo do cartucho da
garrafa, indicando que o sistema foi utilizado. Veja a figura 56.
52
2.10 Exercícios
13 - O motor de partida, responsável pelas primeiras voltas no motor do avião, opera com:
a ( ) alta voltagem.
b ( ) alta freqüência.
c ( ) alta amperagem.
d ( ) baixa amperagem.
c ( ) do movimento do condutor.
d ( ) de onde devemos colocar as sapatas polares.
53
16 -
1
2
+
B
a ( ) 2.
b ( ) 3.
c ( ) 4.
d ( ) 5.
17 - Considerando-se que 0º é a posição vertical de dois condutores, quando eles estiverem a 90º,
com relação à posição anterior, neles estará sendo induzido o quê?
a ( ) o máximo de corrente.
b ( ) a corrente nele é nula.
c ( ) corrente alternada.
d ( ) nenhuma voltagem.
18 - Em um regulador de voltagem tipo pilha de carvão, a bobina de voltagem, que está ligada no
circuito do gerador, encontra-se em:
a ( ) série com a linha de saída do gerador.
b ( ) série com a pilha de carvão.
c ( ) paralelo com a linha de saída.
d ( ) paralelo com o reostato.
21 - Quantos chaves em série possui o relé de controle de campo para proteção da bobina de
campo do gerador?
a( )1
b( )2
c( )3
d( )5
22 - O equipamento do avião, que produz uma corrente elétrica alternada, de 115 volts a 400
ciclos, é denominado:
a ( ) alternador.
b ( ) gerador.
c ( ) inversor.
d ( ) diodo.
23 - O equipamento de iluminação, mínimo necessário, para que uma aeronave possa realizar um
voo noturno, são as luzes de:
a ( ) formação.
b ( ) passagem.
c ( ) anticolisão.
d ( ) navegação.
55
3.1 Componentes
Os componentes do sistema de ignição por magneto que estudaremos a seguir são:
Ø Magneto;
Ø Chave de controle dos magnetos;
Ø Cabos de ignição; e
Ø Velas.
3.1.1 Magneto
O magneto é um tipo especial de gerador de CA de alta voltagem. Seu campo magnético
é produzido por um ímã em permanente movimento. O magneto é empregado como fonte de alta
56
voltagem nos sistemas de ignição dos aviões. Basicamente, o magneto é composto de: Rotor:
um ímã rotativo; Estator: um conjunto de bobinas, primária e secundária com núcleo de ferro
doce; Acessórios: um platinado, um bloco distribuidor; um dedo de arrasto; um came e um
conjunto de engrenagens. Se usar dois platinados, teremos o principal e o de retardo, este, para
permitir que a centelha seja dada no P.M.A. de compressão durante a partida. Todas as peças
citadas estão contidas em uma carcaça rígida (childragem) que constitui a blindagem do magneto
e serve também para evitar interferência no equipamento rádio do avião.
Estando o ímã girando de tal modo que seus polos coincidam com os extremos do núcleo
da bobina, tal como indica a Figura 57, notamos que o fluxo magnético, através do núcleo da
bobina, é máximo, sendo seu sentido de giro horário.
Admitindo-se que o ímã se encontra animado de movimento de rotação, cujo sentido está
indicado pela seta da figura 57, alcançará a posição indicada pela figura 58; nessa posição, os
polos do ímã não estão coincidindo com os extremos do núcleo da bobina, sendo o fluxo
magnético nulo. Em seguida, o ímã alcançará a posição indicada na figura 59. Nesse caso, os
polos do ímã estão novamente coincidindo com os extremos do núcleo da bobina, porém o
campo magnético inverteu o sentido. Continuando a rotação do ímã, esse logo alcançará a
posição indicada na Figura 60; nesse caso, o campo magnético voltou a ser nulo. Finalmente, o
ímã alcançará a posição inicial que está representada na figura 57, concluindo dessa forma 360º
de rotação do ímã, ou um ciclo de corrente alternada. Toda vez que o ímã alcança a posição
considerada neutra, dá-se o máximo de variação do campo magnético. Nessa posição, deveria ter
sido induzido o máximo de corrente no enrolamento primário; todavia, isso não ocorre, e sim
quando o ímã atinge um determinado ângulo depois da posição neutra. Essa declinação angular
61).
C * 9 )
Essa distorção é a mesma causada nos campos magnéticos dos geradores e dos motores quando
em funcionamento.
Figura 61
*
corte brusco na corrente que alimenta a bobina primária. Desta forma, o campo magnético,
criado pela corrente na bobina primária, sofrerá também uma variação violenta, induzindo uma
alta tensão no enrolamento secundário. Como o secundário está conectado ao dedo de arrasto
principal, este transmitirá a alta voltagem através do cabo de ignição, atingindo a vela, e a
58
Feita esta operação, não se deve mais mexer na hélice. Agora, com o magneto na
bancada, procure fazer coincidir as marcações de calagem do magneto. Nessa posição, os
platinados estão prestes a se abrir, e o ímã encontra-
* ' !
Figura 64 Magneto
Uma vez instalado o magneto no motor, o mesmo deve ser apertado e fechado; em
seguida, far-se-á o teste do motor para averiguação da eficiência do serviço. Para regular a
abertura dos platinados, gira-se a hélice até que os platinados atinjam sua abertura máxima e,
com um calibrador de folga tipo lamina, mede-se a abertura que deve ser de 0, ,
E 7 F E E 7 G '
&
circuito interno da chave está aberto e o magneto está operando normalmente, porque a corrente
primária está sendo interrompida pela ação do platinado.
Externamente, esta chave possui quatro posições: OFF (magnetos desligados), R (right,
magneto direito ligado), L (left, magneto esquerdo ligado) e BOTH (os dois magnetos ligados).
Na posição OFF, internamente a chave está ligando a bobina primária dos magnetos a massa.
Ainda que não haja indicações na parte externa desta chave, ela também participa no
controle do sistema auxiliar de partida. No início da partida, é necessário o suprimento de
corrente elétrica proveniente da barra de força para o sistema auxiliar de partida. Essa corrente
61
elétrica, antes de atingir o sistema de partida, deve passar através da chave de ignição, e isso só é
1 A 4 ' "
&
chave de ignição, portanto, atua também como um dispositivo de segurança. Quando a chave
ossível dar a partida no motor.
* 1 A
&
Na figura 66, o sistema auxiliar de partida está desligado, e os dois magnetos ligados à
massa. Podemos observar, portanto, que o circuito está inoperante e, externamente, a chave está
na posição OFF (desligado).
Na figura 67, o sistema auxiliar de partida está desligado, o magneto direito está ligado à
massa, logo, estamos testando o magneto esquerdo; externamente a chave está na posição L
(left).
Na figura 68, o sistema auxiliar de partida está desligado, e o primário do magneto
esquerdo ligado à massa; logo, estamos testando o magneto direito. Externamente, a chave está
na posição R (right).
63
A figura 69, mostra a bateria ligada ao sistema auxiliar de partida e as bobinas primárias,
dos magnetos, desligadas da massa; logo, os dois magnetos estão funcionando normalmente;
externamente a chave está na posição BOTH (ambos).
Atenção: em uma aterragem de emergência, os magnetos deverão ser desligados, posição (0FF),
para evitar possível indício de fogo na aeronave.
Para dar a partida na aeronave coloca-se a chave dos magnetos na posição BOTH ambos,
pois, nesta posição é que entra em ação o sistema auxiliar de partida. Após a partida não mais se
necessita da bateria ou fonte externa, nem do sistema auxiliar de partida, os quais sairão do
circuito logo que seja desligada a chave do motor de arranque -botão de partida -, pois esses
circuitos passam pela chave de partida da aeronave, (botão de partida).
Durante o voo, a chave dos magnetos permanece na posição BOTH - ambos.
rosca da vela. Uma vela fria é especialmente desenhada para uso em motores que operam a altas
temperaturas. Possui o eletrodo central (positivo) mais refrigerado e menos exposto.
Veja a diferença entre uma vela quente e uma vela fria observando a figura 71.
Os vários tipos de velas usadas em aeronaves são designados pelo manual de manutenção
da aeronave e tem como referência: o tipo de isolador, o comprimento da rosca, curta ou
comprida; diâmetro podendo ser de 14 mm ou de 18 mm, número de eletrodos laterais, podendo
ter 2, 3 ou 4 eletrodos. Na verdade nas velas de 2, 3 e 4 eletrodos temos apenas 1 eletrodo
gerando centelha, aquele que estiver mais próximo, sendo os outros eletrodos redundância no
sistema.
Antes da instalação das velas, deve-se passar levemente pasta grafitada em sua rosca,
para que a vela não fique empenada ou colada. Ao passar a pasta grafitada, deve-se ter o máximo
cuidado para que a pasta não caia nos eletrodos, pois é boa condutora de eletricidade e torna a
vela inoperante.
Nunca instale velas em um motor que esteja quente, pois quando o motor esfriar, jamais
conseguirá remover a vela, em virtude do processo antagônico.
Na remoção de uma vela, se a mesma cisalhar, deverá ser trocado o cilindro. O esforço
que se fará para removê-la poderá danificar a bucha do cilindro (helicoil). Por esta razão, deve-se
ter o máximo de cuidado, tanto na instalação como na remoção das velas. O torque normal para a
instalação de uma vela é de 360 lb.pol à 420 lb.pol (30 lb.ft à 35 lb.ft). Antes de se instalarem as
velas, deve-se verificar a calibragem dos seus eletrodos, usando o calibrador de folga. O claro de
vela deve estar entre 0.016 e 0.019
'
*
5
calibrador de folga.
66
velocidade, a chave de partida é desligada e, por sua vez, a bobina L1 do re1é e o solenóide L3
do re1é de partida são desenergizados. Isto faz abrir o circuito do vibrador de retardo, mantendo-
os inoperantes. Nenhum dos magnetos está em massa e dessa maneira, ambos os magnetos
funcionam todo avançado.
68
circuito típico de arranque direto usado em motores convencionais. A partida é dada diretamente,
quando o relé de partida for energizado.
Partida através da fonte externa - a corrente sai da fonte externa de eletricidade chega
B
E
o interruptor da bateria
, J
E
)
motor. Ao mesmo tempo, a tecla do starter aciona eletricamente a abertura da válvula solenóide
de partida, que deixará o combustível de partida fluir para o distribuidor do motor e daí seguindo
para os bicos ejetores de combustível, desta forma indo para a câmara de combustão, onde
haverá ar comprimido pelo compressor e a faísca dos ignitores. Assim se processando a queima
ar/combustível, a mesma tecla aciona em conjunto a válvula solenóide de partida e o sistema de
ignição.
O excitador (bobina de partida aumentadora), instalado no motor, próximo ao solenóide
de partida, possui um dispositivo elétrico capaz de aumentar extraordinariamente a voltagem
recebida, dando uma saída para os ignitores na ordem de 25.000 volts. Veja a Figura 77.
3.5 Exercícios
24 -
H
*
/
a) ( ) abertos.
b) ( ) fechados.
c) ( ) prestes a abrir.
d) ( ) prestes a fechar.
72
b) ( ) 01
7 E 7 8 '
c)
9 : E 7 F ' E 7 G '
d) (
: E 7 K E 7 L '
26 - Se, na chapa de inscrição do magneto, estiver escrito SF14R-2, isto quer dizer que:
_____________________________________________________________________________
27 - Se a chave do magneto estiver ligada (ou seja, o magneto está fora da massa) e o mesmo
estiver girando, haverá centelha na vela de ignição quando
a) ( ) os platinados estiverem abertos.
b) ( ) os platinados estiverem fechados.
c) ( ) fizer massa através da chave do magneto.
d) ( ) o êmbolo estiver no PMA.
29 - Quando a chave dos magnetos estiver na posição em que se encontra a figura abaixo, o
magneto direito estará:
a) ( ) desligado.
b) ( ) ligado a massa.
c) ( ) fora da massa.
d) ( ) ligado juntamente com o magneto esquerdo. Figura 78 - chave dos magnetos
32 - Quando damos partida em um motor convencional, com o sistema auxiliar de partida do tipo
vibrador de partida, só haverá centelha na vela quando?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
74
Descrição de Componentes
Os arranques-geradores, instalados na seção de acessórios dos motores, são usados
inicialmente para partida dos motores do avião. Após o encerramento do ciclo de partida, os
mesmos passam a fornecer tensão de 28 V DC (normal 29 V DC sem carga), com capacidade de
400 Ampères para cada gerador. O gerador 1 alimenta a BARRA DC-1 instalada na caixa de
relés DC-1 e o gerador 2 alimenta a BARRA DC-2 instalada na caixa de relés DC-2, sendo
ambas as barras interligadas entre si através da BARRA CENTRAL DC, uti1izando o comando
dos contactores das barras de ligação (BUS TIE CONTACTORS 1 e 2), o que possibilita aos
geradores alimentarem, em paralelo, as barras de distribuição DC.
Dois geradores auxi1iares, acoplados à seção redutora da hélice em cada motor, fornecem
tensão de 28 V DC com capacidade de até 150 Ampères para uso contínuo. Ambos os geradores
alimentam, em paralelo, a BARRA AUXILIAR DC que em condições normais de operação
a1imenta a BARRA DC-3 DA CAIXA DE RELÉS, instalada na caixa de relés DC-1 e a
BARRA DC-3, instalada no painel de disjuntores. Em caso de falha dos geradores principais, os
geradores auxiliares alimentam a BARRA DE EMERGENCIA DC-1 DA CAIXA DE RELÉS e
a BARRA DE EMERGENCIA DC-2 DA CAIXA DE RELÉS, ficando desativadas a BARRA
DC-3 DA CAIXA DE RELÉS e a BARRA DC-3.
Os arranques-geradores, o arranque-gerador do APU e os geradores auxiliares são
controlados por 5 unidades de controle (UCGs), sendo duas instaladas no console lateral
esquerdo (para o arranque-gerador l e gerador auxi1iar 1) e três no console lateral direito (para o
arranque-gerador 2, gerador auxiliar 2 e arranque-gerador do APU). As UCGs não são
totalmente iguais, as dos geradores auxiliares diferem das UCGs dos arranques-geradores no
tamanho e na cor. São menores e pintadas na cor preta e no funcionamento difere pela função do
cancelamento da partida ser executado exclusivamente pelas UCGs dos arranques-geradores. As
UCGs desempenham as seguintes funções:
(1) Regulador de Tensão:
Mantêm constante a tensão de saída do gerador na faixa de 26,0 a 30,0 V DC (normal
29 V DC) sem carga.
(2) Cancelamento Automático do Ciclo de Partida:
O cancelamento automático do ciclo de partida ocorre quando o conjunto rotor de alta
pressão do motor atingir 50% de RPM (Nh). Um pick-up integrado ao arranque-
gerador envia a UCG pulsos e1étricos correspondentes à rotação do mesmo.
(3) Proteção de Sobrevoltagem:
Desativa o gerador se a tensão do mesmo atingir um valor maior que 32 V DC.
77
(4) Proteção da Sobreexcitação:
Desativa o gerador se o mesmo atingir 29,5 V DC e o diferencial de carga entre os
geradores for de 15%, por um tempo mínimo de 5 segundos.
(5) Proteção de Anticiclagem:
Desativa o circuito de campo do gerador se houver falha do mesmo e o interruptor de
comando correspondente for mantido na posição RESET.
(6) Proteção de Sobrecorrente:
Se uma sobrecorrente for sentida pelo gerador, o circuito de sobrecorrente da UCG
atuará com um tempo de retardo inverso em duas fases:
(a) O correspondente contactor do BUS TIE e também da bateria será desenergizado.
(b) Se a sobrecorrente persistir, após um tempo adicional, o contactor do gerador
desarma.
(7) Proteção de Corrente Reversa:
O contactor do gerador é desativado via UCG pelo monitoramento da tensão entre os
pinos "D" e "E" do gerador, sendo o tempo para desarme do contactor do gerador
inversamente proporcional a intensidade da corrente reversa aplicada ao gerador.
(8) Equalização:
Com os geradores operando em paralelo, um circuito de equalização nas UCGs faz
com que a carga total de ambos os geradores seja igualmente dividida. O sistema
mantém as cargas equalizadas até uma variação máxima de 10%: da carga total dos
geradores.
(9) Limitador de Corrente:
Limita o fornecimento da corrente elétrica do gerador principal torno de 600
Ampères. Aplicável quando em partidas cruzadas motores com auxilio do gerador.
IMPORTANTE
Quando trocamos um Arranque-gerador ou um gerador auxiliar devemos executar o
procedimento para equalização da tensão entre eles, procedendo da seguinte forma:
Aplique cargas até atingir um total de 100 Ampères, indicado no voltamperímetro.
NOTA: Não utilize os faróis de aterragem como carga.
Com uma chave de fenda fina, regule a voltagem no topo da UCG como mostrado na
figura a seguir, para uma voltagem de 28.5 + 0,00 - 0.20 V DC como indicado no voltímetro.
78
Cada inversor possui um sistema de ventilação interna que entra em operação sempre que
o inversor for energizado.
Os interruptores e avisos luminosos estão localizados no
% - " -
fica no painel superior da aeronave sendo que inicialmente todos os avisos luminosos estão
acesos.
O relé de transferência é o responsável por conectar os inversores as BARRAS
ESSENCIAS AC e de EMERGÊNCIA AC e também gerencia a transferência do Inversor 1 para
o Inversor 2 em caso de falha do Inversor 1.
painel de instrumentos.
4.2.2 APU
O avião é equipado com um APU (Auxiliary Power Unit), onde é instalado um arranque-
gerador com características idênticas aos arranques-geradores principais. Após o cancelamento
do ciclo de partida do APU, o gerador do APU estará apto a suprir todas as barras de distribuição
DC em paralelo com a bateria, se a mesma estiver ligada.
CONCLUSÃO
Nesta apostila foram dados a você descrições dos vários componentes existentes em um
sistema elétrico de aeronaves.
Com certeza, despertou-se em você o interesse pelos diversos circuitos aqui estudados,
pois, sem estes equipamentos elétricos, a aeronave não poderia alçar voo com segurança, tanto
diurno como noturno.
86
REFERÊNCIAS
Anexo A Auto-avaliação I
33 - Para que uma aeronave realize um voo noturno, é necessário estarem incorporadas na
mesma luzes de navegação. Pergunta-se: quantas lâmpadas compõem as luzes de navegação,
quais as cores e sua localização? ___________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
34 - Quando o trem de aterragem está em trânsito (subindo ou descendo), qual a cor da luz que
deverá permanecer acesa no painel de instrumentos, na cabine de pilotagem da aeronave T27?
a ( ) azul.
b ( ) amarela.
c ( ) verde.
d ( ) vermelha.
35 -
0
* " $ J
36 - Na aeronave T-27 (Tucano), os flapes são comandados para baixar, e o trem de pouso não
está embaixo e travado. O alarme sonoro é ativado, porém não há condições de cancelamento do
alarme, sendo necessário o operador________________________________________________
_____________________________________________________________________________
37 - Na aeronave T-27 (Tucano), as luzes indicadoras de trem travado embaixo são de que cor?
a ( ) âmbar.
b ( ) vermelha.
c ( ) verde.
d ( ) azul.
38 -
" 5 1 ( # A "
" $ J /
40 -
"
6 " * /
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
44 - C G
2
/
a ( ) a bobina de voltagem.
b ( ) a bobina de equalização.
c ( ) a pilha de carvão.
d ( ) o reostato.
45 -
"
( ) *
+
*
'
d ( ) no sistema de ignição por magneto, o primário da bobina está em série com o platinado.
90
Anexo B I Gabarito
1 - certo
2 - errado (o ácido se encontra impregnado nas placas)
3 - letra b
4 - letra c
5 - Pela tensão das células.
6 - Totalmente fora das placas.
7 - a (F), b - (V), c - (F), d - (V).
8 - letra d
9 - letra d
10 Quando houver suspeita da bateria estar descarregada.
11 - Carregador de bateria, retificador de corrente que transforma CA em CC.
12 - a - os solenóides possuem fios mais grossos e os relés fios mais finos em sua bobina; b - os
solenóides operam com alta amperagem e os relés com baixa amperagem; c - os solenóides
possuem núcleo móvel e os relés, núcleo fixo.
13 - letra c
14 - letra b
15 - letra b
16 - letra d
17 - letra a
18 - letra a
19 - letra a
20 - letra c
21 - letra c
22 - letra c
23 - letra d
24 - letra c
25 - letra c
26 - É um magneto simples, montado pelo flange, para um motor de 14 cilindros, rotação para a
direita e que sofreu duas modificações.
27 - letra a
28 - Magneto duplo, fixado pela base, para um motor de 18 cilindros, rotação para a esquerda e
que sofreu três modificações.
91
29 letra c
30 - letra d
31 - Sistema auxiliar de partida com vibrador de partida.
32 - A corrente fizer massa com o primário da bobina do magneto e o platinado do vibrador
abrir.
33 - As luzes são em números de 3 (três). Localizadas na asa direita, teremos luz verde ou azul,
na asa esquerda, luz vermelha e, no cone de cauda, luz branca.
34 - letra d
35 - Há 4 (quatro) detectores de fogo. Dois no alojamento do motor da aeronave, um na parte
,
" % . 9 , : '