Teste de Avaliação 4
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GRUPO I
Zoonoses
A infeção pelo novo coronavírus começou como tantas outras pandemias e surtos no
passado: dentro de um animal. O hospedeiro original do vírus foi quase certamente um
morcego, tal como aconteceu com o ébola, o SARS, o MERS e vírus menos conhecidos como
o Nipah e o Marburg. O VIH migrou para os seres humanos há mais de um século, vindo de
um chimpanzé. O vírus influenza A «saltou» das aves para os porcos e para as pessoas.
Os roedores espalharam a febre de Lassa na África Ocidental. Mas, segundo os cientistas que
estudam as doenças zoonóticas, as doenças que passam dos animais para as pessoas,
o problema não são os animais, somos nós.
Os animais selvagens sempre foram portadores de vírus. O comércio mundial de animais
selvagens, no valor de milhares de milhões de dólares, a intensificação da agricultura, a
desflorestação e a urbanização estão a aproximar as pessoas dos animais, dando aos seus
vírus aquilo de que precisam para nos infetar: oportunidade. A maioria falha, mas alguns são
bem-sucedidos. Muito poucos, como o SARS-CoV-2, triunfam, ajudados por uma população
humana interligada que pode transportar um agente patogénico para todo o mundo e em
poucas horas.
Segundo os cientistas, cerca de 70% das doenças infeciosas emergentes nos seres humanos
são de origem animal e podem existir cerca de 1,7 milhões de vírus por descobrir na vida
selvagem. Muitos investigadores estão à procura dos próximos vírus que poderão passar de
animais para os seres humanos. Os fatores mais favoráveis para a propagação de vírus têm
três coisas em comum: muitas pessoas, rápidas mudanças ambientais e invasão e pressão
humana sobre ecossistemas com elevada biodiversidade.
Os roedores e os morcegos são os hospedeiros mais prováveis para as doenças zoonóticas.
Cerca de metade das espécies de mamíferos são roedores, e cerca de um quarto são
morcegos. Os morcegos constituem cerca de 50% dos mamíferos nas regiões tropicais com
maior biodiversidade e, embora sejam valiosos polinizadores e devoradores de pragas, são
também espantosos transmissores de vírus. Têm um sistema imunitário que é uma espécie
de super-herói que lhes permite tornarem-se «reservatórios de muitos agentes patogénicos
que não os afetam, mas que podem ter um impacto tremendo em nós se forem capazes de
dar o ”salto”», afirmou Thomas Gillespie, ecologista de doenças da Universidade de Emory,
no estado da Geórgia, nos Estados Unidos da América.
Adaptado de www.publico.pt/2020/04/07/p3/noticia/
covid19-proxima-pandemia-vai-chegar-nao-mudarmos-forma-interagimos-vida-selvagem-1911340
(consultado em 06/03/2021)
Fig. 1 Ligação do
SARS-CoV-2 à proteína
ACE2 de uma célula
humana.
2. Na membrana do vírus SARS-CoV-2, ou nas das células humanas, os fosfolípidos têm a parte
_____ no interior da dupla camada e _____ mobilidade.
3. As proteínas spike presentes nas cápsulas dos vírus são formadas por reações de
4. Faça corresponder cada uma das afirmações da coluna A à respetiva designação, que consta na
coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) As células do epitélio do sistema respiratório (1) Ecossistema
contêm a proteína ACE2, à qual se liga (2) Tecido
o SARS-CoV-2. [ ____ ]
(3) Habitat
(b) Conjunto de morcegos da mesma espécie de
(4) População
uma determinada região da Ásia. [ ____ ]
(5) Biosfera
(c) Todos os seres vivos do planeta estão
interligados. [ ____ ]
5. A destruição do __________ de muitas espécies, por ações antrópicas, tem vindo a reduzir a
__________ e a aumentar a possibilidade de disseminação de __________, que são doenças
com origem em outros animais.
Fig. 2 Efeito do cloreto de cádmio na motilidade dos espermatozoides dos ratinhos, ao fim de 24 h (A)
e ao fim de 35 dias (B). Os asteriscos revelam diferenças significativas (*) e muito significativas
(**) em relação ao controlo.
5. Os espermatozoides dos ratinhos são células ________, contendo ________ que lhes
asseguram o fornecimento de energia necessário à sua movimentação.
6. Os ratinhos são seres vivos ________ que estabelecem relações ________ com populações de
outras espécies.
7. O ATP (adenosina trifosfato) é a molécula que fornece energia às células. A sua estrutura e
composição estão representadas na figura 3. Considerando os dados fornecidos pela figura 3,
pode afirmar-se que o ATP possui grupos moleculares que também estão presentes
9. Explique o modo como o consumo de tabaco pode causar infertilidade masculina, de acordo
com a investigação.
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Pitões e digestão
As cobras do género Python, vulgarmente conhecidas como pitões, são serpentes constritoras 1
que podem atingir grandes dimensões e predar presas de grande porte, como veados e outros
ungulados, crocodilos ou mesmo outras serpentes, que ingerem inteiras. A digestão de presas
grandes pode representar uma desvantagem, pois reduz-lhes, significativamente, os
movimentos e a capacidade de se defenderem. A digestão deve decorrer da forma mais rápida
e eficiente que for possível. Podem ingerir, de uma só vez, uma grande quantidade de
alimento, mas têm períodos de jejum que podem chegar a durar meses. Nesses períodos, a
economia energética é fundamental para a sobrevivência. As diferentes solicitações a que o
aparelho digestivo destes animais está sujeito levaram a adaptações específicas. Num estudo
com cinco espécies de pitões foi comparada a estrutura do intestino delgado durante o
período de jejum e após ingestão (Fig. 4).
Outro estudo, realizado com a espécie pitão-da-Birmânia, recolheu os seguintes dados
relativamente aos fenómenos que se podiam registar no intestino delgado após a ingestão de
uma presa:
• Seis horas após a refeição, com a presa ainda intacta no estômago, o comprimento das
microvilosidades das células epiteliais (de revestimento) intestinais duplica; aumenta a
capacidade de absorção de aminoácidos e a atividade da enzima aminopeptidase,
responsável pela degradação de péptidos.
• Um dia após a refeição, 17% a 27% da presa entrou no intestino delgado, que tem a sua
massa aumentada em 70%, as microvilosidades aumentam seu comprimento em quatro
vezes e a absorção de nutrientes e a atividade das hidrolases aumentam de três a dez
vezes.
• No segundo e terceiro dia após a ingestão, cerca de 75% da presa já deixou o estômago.
Nessa fase, as enzimas tripsina e amilase, provenientes do pâncreas, têm um pico, mais
notório no caso da tripsina.
• Ao fim de dez dias, a presa está digerida e o intestino volta ao estado atrofiado, típico do
período de jejum.
1
As serpentes constritoras matam as presas por asfixia, comprimindo o corpo.
Fontes: https://jeb.biologists.org/content/jexbio/211/24/3767.full.pdf;
https://jeb.biologists.org/content/210/2/340 (consultadas em 14/03/2021)
2. As serpentes apresentam
(A) tem uma função imunológica que leva à formação de novas ligações peptídicas.
(B) tem uma função imunológica que leva à quebra de ligações peptídicas.
(C) tem uma função catalítica que leva à quebra de ligações peptídicas.
(D) tem uma função catalítica que leva à formação de novas ligações peptídicas.
8. As células do epitélio intestinal têm de estar fortemente unidas umas às outras para evitar a
entrada de microrganismos ou de enzimas digestivas para os tecidos. Isto é conseguido através
da ligação entre
9. A atrofia do intestino durante o jejum e o seu rápido aumento de tamanho como resposta à
ingestão são notórios nas serpentes do género Python. Explique a importância dessas
alterações durante o processo digestivo e no período de jejum. Faça referência às alterações
que ocorrem nas microvilosidades.
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Item
Grupo
Cotação (em pontos)
I 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
7 7 7 6 7 7 7 10 10 66
II 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
6 7 7 7 7 8 7 7 10 68
III 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
7 7 7 7 7 7 7 7 10 66
TOTAL 200