O documento discute conceitos sobre musicalização e acesso à música. A autora argumenta que a música é socialmente construída e que a escola deve promover a democratização do acesso à música, reconhecendo diferentes sistemas musicais e a experiência dos alunos.
O documento discute conceitos sobre musicalização e acesso à música. A autora argumenta que a música é socialmente construída e que a escola deve promover a democratização do acesso à música, reconhecendo diferentes sistemas musicais e a experiência dos alunos.
O documento discute conceitos sobre musicalização e acesso à música. A autora argumenta que a música é socialmente construída e que a escola deve promover a democratização do acesso à música, reconhecendo diferentes sistemas musicais e a experiência dos alunos.
O documento discute conceitos sobre musicalização e acesso à música. A autora argumenta que a música é socialmente construída e que a escola deve promover a democratização do acesso à música, reconhecendo diferentes sistemas musicais e a experiência dos alunos.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 4
FACULDADE DE MÚSICA DO ESPÍRITO SANTO (FAMES)
Curso: Licenciatura em Música Noturno
Data: 11/05/2023 Professora: KALLYNE KAFURI ALVES
Nome: Michelly da Penha Oliva dos Santos
FICHAMENTO
Graduada em Música pela Universidade de Brasília em Licenciatura Plena em
Educação Artística, Licenciatura em Música, Bacharelado em Música, Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Paraíba e Doutorado em Linguística pela Universidade Federal de Pernambuco, Maura Penna em seu livro Música(S) e seu Ensino, reúne diversos artigos no campo da música e da educação musical. O segundo capítulo “Musicalização: tema e reavaliações”, Penna aborda conceitos básicos sobre a música e sobre musicalizar. Levanta considerações a respeito da musicalização em espaços formais e informais e questiona o nível da subjetividade conceitual que transforma a música em uma pressuposição dada, inacessível a população socialmente menos favorecida. A autora também contribui com reflexões, do ponto de vista sociológico e educacional, que propõe um novo olhar para a musicalização com o intuito de responder a problemas vinculados ao musicalizar e a realidade brasileira.
1º A música como linguagem socialmente construída
A música é uma forma ancestral de expressão e em seu progresso histórico, o
homem, a situou como uma linguagem artística sistematizada tendo o som como matéria prima. Desse modo, organizacional, consolidou-se na Europa o sistema tonal demarcando possibilidades sonoras com regras para a manipulação do som, assim como outras culturas consolidaram seus próprios modelos para sistematizá-lo. Com base nessa diversidade de sistemas, é de claro entendimento que a música respeita um padrão cultural construído socialmente e que o indivíduo sensível a ela, se trata, de um indivíduo que adquiriu uma sensibilidade em um processo conforme suas vivências formais ou informais, percepções e cultura. 1 2º O acesso socialmente diferenciado a música, a arte, e a cultura
É fato que nem todos possuem, socialmente, ingresso à imensurável riqueza
musical no tempo atual, sob formas diversas de manifestações. Visto que essas manifestações musicais diferenciadas carregam significações sociais diversas, cabe ao educador indagar qual é a música que nos serve de referência para musicalizar. A música erudita tem se estabelecido como padrão de educação musical nas escolas brasileiras, e sua base tonal é bastante presente na música popular de hoje. Vale evidenciar Edgar Willems, que se refere ao sistema tonal como "o atual estágio de desenvolvimento de nossa raça". Segundo Gainza, a música clássica, sem dúvida, tem um caráter complexo que requer uma quantidade significativa de elementos mentais para ser percebida. Entretanto, historicamente, a música erudita adequou-se a uma elite, por isso é um padrão respeitável ao mesmo tempo que um ideal inatingível e a escola teria o papel de democratizá-la, levando-a, através das práticas musicais pedagógicas, as classes desfavorecidas. Ainda que Penna intitule a escola como ferramenta democratizadora do ensino musical, entendemos que cabe ao educador musical proporcionar essa democratização com proposituras asseguradas pela BNCC que aponta a aprendizagem multicultural como essencial ao aluno.
3ª Reavaliação: a escola e seus limites
A escola apresenta um constante paradoxo: formas uns e exclui outros, e com
o ensino musical não é diferente. Alguns mecanismos contribuem para a segregação de indivíduos das classes sociais mais pobres.
No nível do processo pedagógico propriamente dito, a escola valoriza e
reforça os padrões culturais expressos no vocabulário, na estrutura das frases, nas maneiras de se relacionar vigentes nas amadas médias, segregando os alunos que não os possuem. A ação pedagógica se baseia e se utiliza desses padrões (a linguagem, comportamentos, interesses), sendo 2 de difícil assimilação para aqueles que não os vivenciam em casa. Esses mecanismos agem de tal forma que dissimulam a discriminação que produzem, e o aluno que é levado a fracassar interioriza... (PENNA, p.40)
Já no ensino da música:
Além da incorporação da culpa pelo fracasso como falta de talento, aptidão
ou musicalidade, quando a realidade mostra um processo de ensino que, preso a determinados padrões (e mesmo a certos métodos que a eles correspondem), é incapaz de atender às necessidades do aluno? O que dizer de alguém com uma experiência prática no campo da música popular, que toca de ouvido, improvisa e até mesmo compõe, e que procura uma escola especializada para aprofundar seus conhecimentos e ampliar suas possibilidades e sai de lá desiludido, para nunca mais voltar, por vezes deixando até de tocar? Foi excluído; sua vivência não foi valorizada ou mesmo considerada; pior: a sua musicalidade não era "a musicalidade" que norteava o ensino ali... (PENNA, p. 40)
Por isso é necessário reconhecer os sistemas de exclusão, repensar às
práticas pedagógicas articulando-as com a BNCC e com planos de ação que busquem coletivizar o ensino musical.
Musicalização: Tema Redescoberto
Conforme Penna a musicalização deve ser concebida como uma metodologia
educacional orientada e destinada a todos. A realidade, experiência e vivência do aluno não deve ser negada. Precisa ser o primeiro ponto da ação musicalizadora, seguida de uma abordagem crítica social conduzindo o aluno ao entendimento de suas próprias riquezas e limites, podendo, posteriormente, apropriar-se da música erudita, contanto que trabalhe para deselitização de seu acesso. Cabe também a mu- sicalização conduzir o aluno a externa-se de forma criativa por meio de elementos sonoros. Com base nos fatos apresentados concluímos que ao falar sobre musicalizar, estamos pensando em uma grande variedade de processos pedagógicos para cons- trução do saber musical que devem ser constantemente reavaliados por parte dos educadores tendo como objetivo final o desenvolvimento pleno do aluno. 3 Concordamos com a conceitualização do termo musicalização enquanto um processo educacional orientado que, através de uma participação ampla na cultura social, promove o desenvolvimento de percepções, expressões e reflexões necessá- rias a compreensão da linguagem musical, de maneira que o indivíduo seja capaz de se relacionar criticamente com as diversas manifestações musicais acessíveis em seu ambiente. Considerando sempre que a realidade, experiência e vivência do aluno não devem ser negadas. Precisa ser o primeiro ponto para a avaliação da ação musicali- zadora.