Análise Matemática - EXA 393: Gleberson Antunes

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Análise Matemática - EXA 393

Gleberson Antunes

20 de Junho de 2023

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1
Exercício 1. Para cada n ∈ N, seja f : R −→ R definida por f (x) = xn sin , se
x
x ̸= 0, e f (0) = 0.

(a) Para cada n ∈ N, mostre que existe lim f (x).


x−→ 0

(b) Para quais valores de n ∈ N existe

f (x) − f (0)
lim ?
x−→ 0 x−0

Justifique.

Teorema 1. Sejam f, g : X −→ R funções e a ∈ X ′ . Se lim f (x) = 0 e g é limitada,


x−→ a

então lim (f g)(x) = 0.


x−→ 0

Demonstração. Suponhamos que g é limitada. Então existe α > 0 tal que | g(x) | < α,
para todo x ∈ X. Dado ε > 0, existe δ > 0 tal que, para todo x ∈ X

ε
| x − a | < δ ⇒ | f (x) − 0 | < .
α

Segue daí que

ε
| x − a | < δ ⇒ | f (x) − 0 | · | g(x) | = | f g(x) − 0 | < · α = ε.
α

Logo, lim (f g)(x) = 0.


x−→ 0

1
Demonstração.

(a). Seja n ∈ N qualquer. Ora, sabemos, pelas Propriedades aritméticas de


limites que lim xn = 0. Outra coisa que sabemos é que | sin x | ≤ 1, para todo
x−→ 0

x ∈ R. Ou seja, a função sin(x) é limitada. Segue do Teorema 1 que

1
lim xn sin = 0.
x−→ 0 x

(b). Se n ≥ 2, temos que

1 1
f (x) − f (0) xn sin − 0 xn sin
lim = lim x = lim x = lim xn−1 sin 1 = 0,
x−→ 0 x−0 x−→ 0 x−0 x−→ 0 x x−→ 0 x

por causa do Teorema 1, uma vez que lim xn−1 = 0. Se n = 1, temos que
x−→ 0

1 1
f (x) − f (0) xsin −0 xsin 1
lim = lim x = lim x = lim sin ,
x−→ 0 x−0 x−→ 0 x−0 x−→ 0 x x−→ 0 x

que não existe pelo Exemplo 6 do capítulo 6 de Curso de Análise vol 1.

Exercício 2. Sejam f, g : X ⊂ R −→ R e a ∈ X ′ . Suponha que existem os limites


de (f + g)(x) e de g(x) quando x tende para a. Mostre que existe lim f (x).
x−→ a

Demonstração. Sejam L = x−→


lim a(f + g)(x) e M = x−→
lim a g(x). Note então que

lim f (x) = lim ([f (x) + g(x)] − g(x)) = lim (f (x) + g(x)) − lim g(x)
x−→ a x−→ a x−→ a x−→ a

= L − M.

2
1 1
Exercício 3. Para cada n ∈ N, seja f : R −→ R definida por f (x) = xn sin − cos ,
x x
se x ̸= 0, e f (0) = 0. Para quais valores de n existe o limite de f (x) quando x tende
para 0. Justifique?

1 2
Demonstração. Seja n ∈ N qualquer. Considere as sequências e .É
2nπ 4nπ + π
1 2
fácil ver que −→ 0 e −→ 0. Note agora que
2nπ 4nπ + π

!n
1 −1 1 −1
! ! !
1 1
f = sin − cos
2nπ 2nπ 2nπ 2nπ

!n
1
= sin(2nπ) − cos(2nπ) −→ 0 − 1 = −1.
2nπ

Por outro lado

!n
−1 −1
! ! !
1 2 2 2
f = sin − cos
2nπ 4nπ + π 4nπ + π 4nπ + π

!n ! !
2 π π
= sin 2nπ + − cos 2nπ + −→ 0 − 0 = 0.
4nπ + π 2 2

Logo, não existe lim f (x), por conta do Teorema 6 do capítulo 6 de Curso de
x−→ 0

Análise vol 1.

x3 + x − 1
Exercício 4. Seja f : R − {−1, 1} −→ R definida por f (x) = . Mostre
x4 − 1
que não existe lim f (x).
x−→ 1

Demonstração. O Exercício 6 da Lista 12 (Encontra-se em <https://l1nk.dev/


uN2mU>) nos fornece uma condição necessária para que o limite de um quociente,
onde o limite do denominador é zero, exista. Neste caso, basta tomar a contrapositiva
desse exercício. Como lim x4 − 1 = 0 e lim x3 + x − 1 = 1, não pode existir
x−→ 1 x−→ 1
x3 + x − 1
lim .
x−→ 1 x4 − 1

3
Exercício 5. Para cada n ∈ N, com n ≥ 2, seja f : R≥0 −→ R definida por

f (x) = n x. Para cada a ≥ 0, mostre que existe lim f (x).
x−→ a

√ √
Demonstração. Sejam n ∈ N e a ∈ R≥0 quaisquer. Afirmo que lim n
x = n a. A
x−→ a

prova será dividida em duas partes. Na primeira parte, provaremos que lim n x = 0.
x−→ 0
√ √
Em seguida, na segunda parte, provaremos que é x−→ lim a x = a, quando a > 0.
n n

(a) Seja (xn )n∈N uma sequência de pontos em R≥0 , tal que xn −→ 0. Dado ε > 0,
existe n0 ∈ N tal que

n > n 0 ⇒ | xn − 0 | < ε n ,

o que implica que

√ √
| n
xn − 0 | = | f (xn ) − 0 | < εn = ε.


Logo, lim n
x = 0 , pelo Exercício 4.
x−→ 0

(b) Sejam a > 0 e (xn )n∈N uma sequência de pontos em R≥0 , tal que xn −→ a.

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