URANIO
URANIO
URANIO
André Eugenio1
Iarquison1
Marcelo Silveira¹
Wesley¹
Clovis Carvalho¹
Reneu Junior¹
Diego Acir²
Resumo
Este estudo trata da caracterização tecnológica do urânio, desde as suas
propriedades químicas, mineralógicas, bem como das rochas onde é encontrado, de
forma a destacar os pontos relevantes no tocante a determinação das formas de
extração, lavra e beneficiamento.
Abstract
This study deals with the technological characterization of uranium, from its
determined, mineralogical characteristics, as well as the rocks extracted where it is,
in order to highlight the relevant points regarding the determination of the forms of
collection, mining and processing.
1. Introdução
Grande parte dos reatores para produção de energia nuclear utiliza urânio
natural enriquecido como combustível. O urânio enriquecido tem a concentração de
urânio-235 elevada de 0,7% para aproximadamente 3% m/m ou mais. Essa
quantidade de urânio-235 é suficiente para dar início à reação de fissão em cadeia
que será sustentada pela produção de plutônio-239. O urânio-233 também é capaz
de sofrer fissão nuclear, e apresenta tempo de meia-vida de 160 mil anos. Ele pode
ser produzido a partir do tório natural (massa 232). A meia-vida do tório é de 13,9
bilhões de anos. Ele é muito abundante na crosta terrestre, cerca de três vezes mais
que o urânio. Alguns reatores experimentais que empregam o tório como
combustível já foram testados, e a utilização desse elemento se mostrou muito
favorável. Além disso, o urânio-233, produzido a partir do tório, é de fácil detecção e
apresenta maiores dificuldades para transporte em relação ao plutônio-239,
limitando a chance de ser desviado para fins bélicos. Outra vantagem de se utilizar o
tório como combustível nuclear é devido aos resíduos gerados, que apresentam
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Foto 02 – Vista aérea das instalações de concentração de urânio. Fonte: INB 2001.
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5. Extração do Urânio
Figura 5 – Vista em cada dos blocos mineralizados da na mina cachoeira. Fonte: INB (2004)
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Minério 200.000 t
Estéril 1.200.000 t
Tabela 6 - Características físicas dos materiais na mina cachoeira. Fonte: INB (1996)
Albita 65 a 75%
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Piroxênio 10 a 20%
Granada 2 a 5%
Epidoto 2 a 5%
Magnesita 1 a 3%
Carbonatos 1 a 2%
Após formação das pilhas é montada toda uma rede de tubos finos
interligados a um tubo de diâmetro maior que tem a função de ser o tronco principal
ao processo de irrigação da solução ácida.
A solução é transmitida ao tronco principal e este à suas ramificações, que
por sua vez vão ser distribuídas na massa de minério da pilha, conforme mostrado
na figura 05.
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Foto 05 – Tronco irrigando a pilha de lixiviação com ácido sulfúrico. Fonte: INB (2003)
A lixívia coletada das pilhas passa, a seguir, por uma etapa de clarificação
que tem como objetivo produzir licor uranífero com as características necessárias
para o tratamento por extração com solvente.
Ca 0,001%
SO4 3,2%
K 0,05%
6. BENEFICIAMENTO
7. REJEITOS
utilizados, os quais são considerados materiais de alta atividade, estes devem ser
armazendos por milhares de anos em barris especiais. O material que sobra dos
processos de enriquecimento é conhecido como urânio empobrecido, e também
deve ser armazenado por centenas ou milhares de anos em barris especiais.
Os barris contendo tais rejeitos deverão ser mantidos em depósitos
subterrâneos, em alguns casos, em grandes profundidades.
8. Considerações Finais
possa prejudicar nossa produção de energia. A INB está implantando uma Usina de
Enriquecimento de Urânio na já existente fábrica de combustível nuclear (FCN) em
Resende/RJ e prevê que o Brasil se tornará autossuficiente na produção do material
em 2033.
As jazidas brasileiras de urânio possuem recursos de ordem de
aproximadamente 300 mil toneladas, o que no estágio atual de produção, estima-se
uma vida útil de dois mil anos. Além disso, há indicativo de novas jazidas em regiões
inexploradas.
O projeto da Usina de Angra 3 que levaria o Brasil a produção total de 3.395
MW de energia nuclear ainda carece de aprovação do orçamento de 15 bilhões de
reais. (BBC-2019). O fim do monopólio da produção de urânio pela estatal brasileira
poderia ser um caminho para o desenvolvimento deste tipo de energia.
Entretanto, há uma série de eventos que devem ser considerados,
especialmente com relação ao meio ambiente. Para que o urânio seja enriquecido,
uma grande quantidade de mineral é empobrecida, além da questão da
radioatividade, que deverá ser armazenada por centenas de anos em depósitos
subterrâneos. Jalecos e materiais utilizados em laboratórios, assim como todos os
insumos utilizados nos processos de enriquecimento e beneficiamento e também na
produção da energia nuclear, precisam ser armazenados de acordo sua categoria de
atividade, podendo ser classificados em baixa, média ou alta. Esse passivo pode
ser bastante oneroso, porque várias gerações futuras deverão manter os depósitos.
Embora os assuntos abordados sejam de extrema importância, não podemos
deixar de observar a relevância da caracterização tecnológica dos minérios para
justificar a implementação de uma planta de beneficiamento de urânio ou de uma
usina de energia nuclear, tendo em vista que esses processos minerários ou de
enriquecimento do mineral exigem profissionais extremamente qualificados e bem
remunerados. Se não houver um bom planejamento com relação ao aproveitamento
econômico desse mineral, há uma grande probabilidade de se criar um passivo difícil
ou impossível de ser resolvido, tendo em vista que nem sempre o problema fica
restrito às questões financeiras.
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Referências
1. HEIDER, Mathias. Urânio. Disponível em
https://www.gov.br/anm/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/serie-
estatisticas-e-economia-mineral/outras-publicacoes-1/2-3-uranio . Acesso em
10 de junho de 2022.
producao-de-uranio-para-geracao-de-energia-a-partir-de-novembro/,
acesso em 21 de junho de 2022
7. Angra 1 e 2, e porque são diferentes de Chernobyl. Disponível em
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48683942, acesso em 21 de
junho de 2022.
8. Enriquecimento, INB. Disponível em https://www.inb.gov.br/Nossas-
Atividades/Ciclo-do-combustivel-nuclear/Enriquecimento, acesso em 21
de junho de 2022.
9. https://jornal.usp.br/artigos/rejeitos-radioativos/