12 - Usinagem Por Abrasão
12 - Usinagem Por Abrasão
12 - Usinagem Por Abrasão
Além das operações descritas na Figura 11.1, outras de usinagem por abrasão
merecem destaque por sua aplicação em importantes segmentos da indústria metal-
mecânica. A Figura 11.2 ilustra algumas dessas operações, a saber: lapidação de esferas
de mancais de rolamentos, brunimento de cilindros, retificação de engrenagens e afiação
de ferramentas de corte.
Figura 11.2: Exemplos de operações de usinagem por abrasão: (a) lapidação de esferas de
rolamento, (b) brunimento, (c) retificação de engrenagens e (d) afiação de
ferramentas de corte.
11.1 Grandezas físicas das operações de retificação
ds
de = (11.1)
d s
1
d w
dw é o diâmetro da peça.
Figura 11.4: Equivalência entre diâmetros de rebolos nas operações cilíndrica interna e
externa.
ae
heq = v w (11.2)
vs
11.2 O rebolo
• Material abrasivo;
• Tamanho dos grãos abrasivos (granulometria);
• Material ligante;
• Estrutura (ou porosidade);
• Dureza do rebolo.
A dureza do rebolo não está associada à dureza dos seus grãos abrasivos, mas à
capacidade do ligante de manter o abrasivo unido ao corpo do rebolo. Desta forma, é
considerado duro o rebolo capaz de reter o abrasivo sob condições severas. Macio é
considerado o rebolo que permite o desprendimento dos abrasivos com facilidade. Uma
regra prática aplicada na indústria sugere o uso de rebolos macios para a retificação de
materiais duros, e vice-versa. Esta recomendação justifica-se pelo fato de que durante a
retificação de materiais duros exige-se muito da capacidade de corte dos abrasivos, que se
desgastam com maior rapidez. Assim, o desprendimento destes abrasivos desgastados
permite que novos abrasivos afiados entrem e ação. No entanto, a capacidade do processo
em manter a tolerância dimensional é reduzida se a correta dureza não for utilizada.
V g + Vb + V p = 100 (11.3)
Figura 11.7: Diagrama ternário de rebolos.
Durante a ação de um único abrasivo três situações podem ocorrer de acordo com
o estado de afiação da ferramenta, conforme representado na Figura 11.8 (Salmon, 1992):
corte, riscamento e atrito. O corte diz respeito à efetiva remoção de cavaco por
cisalhamento pela ação do grão abrasivo. O riscamento (ou sulcamento) representa a
etapa de deformação plástica sem a produção de cavaco (formação de rebarbas) e o atrito
provém do contato da área plana (desgastada) do abrasivo com a peça. Esta última etapa é
a mais prejudicial ao processo visto que a energia consumida não é revertida na produção
de cavaco. Além disso, o calor gerado provoca a elevação da temperatura da peça,
podendo levar a alterações metalúrgicas.
Zw
G= (11.4)
Zs
11.4 Dressagem
bd
Ud = (11.5)
Sd
P = Ft ( v s v w ) (11.6)
Figura 11.13: (a) variação de microdureza, (b) tensões residuais e (c) resistência à fadiga
de peças retificadas.
Fluidos de corte com elevado poder lubrificante reduzem o atrito entre rebolo e
peça, evitando assim a elevação da temperatura da peça e tornando a operação mais
eficiente. Além disso, óleos integrais possuem ponto de ebulição superior ao da água em
aproximadamente 200oC, portanto suportam temperaturas mais elevadas. Entretanto,
além do custo desfavorável, fluidos de corte com alto poder lubrificante apresentam
viscosidade elevada, o que dificulta seu acesso à interface cavaco-ferramenta, mesmo
empregando bombas potentes. Com isto, o que normalmente se observa na indústria é o
uso de fluidos de corte a base água, pois estes permitem variações na ação refrigerante ou
lubrificante de acordo coma proporção água/óleo (Lindsay, 1995).
Salmon (1992) afirma que o aspecto mais importante a respeito do emprego de
fluidos de corte na retificação é assegurar que este seja fornecido a uma velocidade igual
ou superior a velocidade do rebolo de forma a garantir que os poros sejam preenchidos
com fluidos para uso ao longo do comprimento de contato. O projeto do bocal para
aplicação do fluido de corte também é relevante não só para garantir a lubri-refrigeração
como também a remoção de cavacos incrustrados no rebolo.